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1 Centro Universitário Leonardo da Vinci Curso Bacharelado em Serviço Social Centro Universitário Leonardo da Vinci JIRLENE NUNES DOS SANTOS (SES 0400) TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: A IMPORTÂNCIA DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC) PARA IDOSOS NO CRAS JOSÉ FERREIRA LIMA FILHO SERRA PRETA - BA 2020 2 JIRLENE NUNES DOS SANTOS A IMPORTÂNCIA DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC) PARA IDOSOS NO CRAS JOSÉ FERREIRA LIMA FILHO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de TCC do Curso de Serviço Social do Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. Nome do Tutor – Priscilla do Vale Silva Mendes SERRA PRETA - BA 2020 3 A IMPORTÂNCIA DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC) PARA IDOSOS NO CRAS JOSÉ FERREIRA LIMA FILHO POR JIRLENE NUNES DOS SANTOS Trabalho de Conclusão de Curso aprovado do grau de Bacharel em Serviço Social, sendo-lhe atribuída à nota ______ (_____________________________), pela banca examinadora formada por: ___________________________________________ Presidente: Prof. Priscilla do Vale Silva Mendes – Orientador Local ____________________________________________ Membro: XXXXXXXXXXXXX - Supervisor de Campo ___________________________________________ Membro: XXXXXXXXXXXXX - Profissional da área FEIRA DE SANTANA - BA 13/07/2020 4 DEDICATÓRIA “Dedico este trabalho a Deus, que com sua infinita sabedoria, foi um importante guia na minha trajetória”. 5 AGRADECIMENTOS À Deus em primeiro lugar, pela força e fé durante está longa caminhada. Ele é o meu sustento e coragem para questionar realidades e propor sempre um novo mundo de possibilidades. A minha família, por acreditar, investir, apoiar e pelo gesto de carinho com que mim acompanharam até hoje em todas as coisas. Agradeço a minha mãe pelo cuidado, companhia, presença, segurança e esperança para prosseguir com a certeza não estou sozinha nessa caminhada. Aos meus irmãos, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. Fica a certeza absoluta de que é uma realização de todos nós. A Tutora Externa Priscilla do Vale Silva Mendes, pela força e incentivo ao longo do Curso de Serviço Social, posso dizer que a minha formação, inclusive pessoal não teria sido a mesma sem a sua pessoa. Ao Curso de Bacharelado em Serviço Social realizado na UNIASSELVI, na turma SES 0400 e ás demais pessoas com quem convivi neste espaço ao longo desses anos. A experiência de uma produção compartilhada em comunhão com os amigos foram de grande valor na experiência da minha formação acadêmica. A todos que fizeram parte da minha vida, a minha turma, aos amigos que desde do início me incentivou, o meu muito obrigada por fazerem parte da minha vida, agradeço pela paciência, incentivo, força e principalmente o carinho. Valeu a pena os sacrifícios, sofrimentos e renúncias para colhemos juntos os frutos. Certamente essa vitória é nossa. A todos, o meu muito obrigada! 6 EPÍGRAFE O momento que vivemos é um momento pleno de desafios. Mais do que nunca é preciso ter coragem é preciso ter esperanças para enfrentar o presente. É preciso resistir e sonhar. É necessário alimentar os sonhos e concretizá-los dia-a-dia no horizonte de novos tempos mais humanos, mais justos, mais solidários. MARILDA VILELA IAMAMOTO 7 RESUMO Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) tem como tema: A Importância do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos no CRAS José Ferreira Lima Filho, emergiu esta temática a partir dos processos de estágio supervisionado em Serviço Social vivenciados como etapa de formação curricular para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social cuja atribuição tem cunho interventivo, graças à formação multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais, estas etapas se deram no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) José Ferreira Lima Filho situado na cidade de Serra Preta - BA, propiciou-me uma reflexão de conhecer a respeito do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para idosos. O direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) em âmbito nacional é frágil, não sendo de acesso fácil aos que precisam, embora seja de suma importância para a população menos favorecida financeiramente. É sabido que o Benefício de Prestação Continuada (BPC) se dá por meio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) através da Assistência Social onde realiza atendimentos de encaminhamentos, orientação, para os usuários. Para além, o objetivo geral deste trabalho consiste em: Analisar a importância do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para idosos no CRAS José Ferreira Lima Filho e os espercíficos foram: Pesquisar sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos; Conhecer o Serviço Social no CRAS; Refletir a atuação do Assistente Social na inclusão e garantia de direito do idoso. A metodologia se deu através da coleta de dados qualitativa descritiva, tomando por base livros e artigos científicos, como: Constituição Federal, Política Nacional de Assistência Social (PNAS), Estatuto do Idoso, Política Nacional do Idoso (PNI), Siguridade Social, documentos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), bem como das vivências no campo de estágio. Para efetivar análise e discussão dos resultados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, o que possibilitou reconhecer a importância do BPC para idosos. Vale destacar, que ao longo do desenvolvimento da pesquisa houve a necessidade de ajustes, por causa da pandemia do coronavirus e também da publicação da Lei 13.981/2020, a qual ampliou o valor da renda familiar per capita dos pretensos beneficiários do BPC. PALAVRAS-CHAVE: Assistência Social; Benefício de Prestação Continuada (BPC); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) José Ferreira Lima Filho; Idoso. 8 RESUME This Course Conclusion Paper (TCC) has as its theme: The Importance of the Continuous Benefit Benefit (BPC) for the Elderly at CRAS José Ferreira Lima Filho, this theme emerged from the supervised internship processes in Social Work experienced as a training stage curriculum to obtain the title of Bachelor of Social Work whose attribution has an interventionist nature, thanks to the multidisciplinary training of Human and Social Sciences, these steps took place in the Reference Center for Social Assistance (CRAS) José Ferreira Lima Filho located in the city of Serra Preta - BA, provided me with a reflection of knowing about the Continuous Benefit Benefit (BPC) for the elderly. The right to the Continuous Installment Benefit (BPC) at the national level is fragile, not being easily accessible to those who need it, although it is of paramount importance for the population less financially favored. It is known that the Continuous Benefit Benefit (BPC) occurs through the Social Assistance Reference Center (CRAS) through Social Assistance, where it provides referrals and counseling services to users. In addition, the general objective of this work is to: Analyze the importance of the Continuous Benefit Benefit (BPC) for the elderly at CRAS José Ferreira Lima Filho and the specifics were: Research on the Benefit of Continuous Provision (BPC) for the Elderly; Know the Social Service at CRAS; Reflect the role of the Social Worker in the inclusion and guarantee of the rights of the elderly. The methodology took place through the collection of qualitative descriptive data, based on books and scientific articles, such as: Federal Constitution, National Policy of Social Assistance (PNAS), Statute of the Elderly, National Policy of the Elderly (PNI), Social Sigurity, documents the Single Social Assistance System (SUAS) and the Organic Social Assistance Law (LOAS), as well as experiences in the internship field. To carry out analysis and discussion of the results, the content analysis technique was used, which made it possible to recognize the importance of BPC forthe elderly. It is worth noting that, throughout the development of the research, there was a need for adjustments, due to the coronavirus pandemic and also the publication of Law 13,981 / 2020, which increased the value of the per capita family income of the alleged beneficiaries of the BPC. KEYWORDS: Social Assistance; Continuous Installment Benefit (BPC); Reference Center for Social Assistance (CRAS) José Ferreira Lima Filho; Old man. 9 LISTAS DE SIGLAS E ABREVEATURAS BA - Bahia BPC - Benefício de Prestação Continuada CADÚNICO - Cadrasto Único CEAS - Centro de Estudos e Ação Social CF/88 - Constituição Federal de 1988 CFESS - Conselho Federal de Serviço Social CLT - Consolidação das Leis do Trabalho CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social CONGEMAS - Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Assistência Social CRAS - Centro de Referência de Assistência Social CRESS - Conselho Regional de Serviço Social DATAPREV - Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social ex-MBES - extinto Ministério do Bem-Estar Social FNAS - Fundo Nacional de Assistência Social G1 - Globo em 1 minuto IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IFI - Instituição Fiscal Independente INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor INSS - Instituto Nacional de Seguro Social LBA - Legião Brasileira de Assistência LOAS - Lei Orgânica de Assistência Social MC - Ministério da Cidadania NOB/SUAS - Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social ONU - Organização das Nações Unidas PAIF - Serviço de Proteção e Atendimento Integral á Família PBF - Programa Bolsa Família PIB - Produto Interno Bruto PL - Projeto de Lei PNAS - Política Nacional de Assistência Social PSB - Proteção Social Básica RH/SUAS - Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social SEAS - Secretaria Estadual de Assistência Social 10 STF - Supremo Tribunal Federal SMAS - Secretaria Municipal de Assistência Social SUAS - Sistema Único de Assistência Social TCC - Trabalho de Conclusão de Curso TCU - Tribunal de Contas da União UNIASSELVI - Centro Universitário Leonardo da Vinci UOL - Universo Online 11 LISTAS DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - Total de Idosos Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) no Município de Janeiro á Março de 2020...............................................................................51 FIGURA 2 - Quantidade de Idosos Extremamente Pobres no Município Censo IBGE, 2010....................................................................................................................................51 FIGURA 3 - Famílias em Situação de Extrema Probreza no Município Março de 2020....52 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................14 2 APRESENTAÇÃO DO TEMA.........................................................................................16 2.1 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS)........................................16 2.1.1 O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) José Ferreira Lima Filho.....18 2.1.2 Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos............................................23 3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL...........33 3.1 O PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL..................................................................33 3.1 O SERVIÇO SOCIAL NO CRAS..................................................................................35 3.1.1 A atuação do Assistente Social no Centro de Referência da Assistencial Social (CRAS)................................................................................................................................36 3.1.2 A Proteção Social Básica da Assistência Social........................................................40 4 JUSTIFICATIVA..............................................................................................................42 4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA NO CAMPO DE ESTÁGIO...................................42 5 OBJETIVOS DA PESQUISA..........................................................................................44 5.1 OBJETIVO GERAL.......................................................................................................44 5.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.............................................................................................44 6 METODOLOGIA DE PESQUISA....................................................................................45 7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA.........................................................................49 7.1. APRESENTAÇÃO DOS DADOS.................................................................................53 7.2. ANÁLISE DOS DADOS...............................................................................................56 7.3. RESULTADOS.............................................................................................................57 7.4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..............................................................................59 8 CONCLUSÕES...............................................................................................................60 REFERÊNCIA.....................................................................................................................62 APÊNDICES.......................................................................................................................66 APÊNDICE A - Entrega de Convites..................................................................................66 APÊNDICE B - Entrega de Folders....................................................................................67 APÊNDICE C - Listas de Presença....................................................................................68 ANEXOS.............................................................................................................................72 ANEXO A - Entrega de Convite para o público do Projeto de Intervenção........................72 ANEXO B - Apresentação do Projeto de Intervenção para a equipe técnica da instituição............................................................................................................................73 13 ANEXO C - Apresentação do Projeto de Intervenção para o público.................................73 14 1 INTRODUÇÃO Este presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) resume a experiência vivenciada no campo de estágio instituindo as Diretrizes Curriculares exigidas para o Curso de Bacharelado em Serviço Social do Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI, do Estágio Curricular Supervisionado e Obrigatório, com carga horária de 450 horas, cuja atribuição tem cunho interventivo, graças à formação multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais. O estágio foi realizado no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) José Ferreira Lima Filho, Inaugurado em 2018, originalmente chamado de CRAS de Serra Preta, fundada em Novembro de 2003, atualmente localizado na Rua Quixaba, Nº 286 - Loteamento Novo Bravo, Bravo, Serra Preta - BA. Nesta direção, emergiu sua elaboração a partir das atividades complementares e vivências de estagio, compreendendo que o Serviço Social segundo afirma Joazeiro (2002), é uma profissão de nível superior que tem um caráter interventivo, profissão essa que foi regulamentada em 1957. O Assistente Social é considerado profissional liberal, sua formação possui natureza técnico científica e contitui-se em uma de suas prerrogativas supervisionar profissionais e alunos em trabalhos técnicos práticos de Serviço Social. A regulamentação da profissão e as legislações que se sucederam mantiveram o estatuto de obrigatoriedade dos saberes disciplinares, do estágio supervisionado e do trabalho de conclusão de curso e constituíram-se uma marca no decorrer da história da profissão no Brasil, (pág.3). Paratanto, definiu-se como tema do trabalho: A Importância do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos no CRAS José Ferreira Lima Filho. Neste contexto, haja vista que o número de idosos vem crescendo a cada dia mais em nosso país, diante dessa nova realidade, fica maior a necessidade de um benefício para suas condições de vida no que se refere a garantia de direitos. O que garante ao idoso, pelo Estatuto do Idoso, Política Nacional do Idoso e a Política Nacional de Assistência Social, mas a maioria deles não procuram seus direitos, algumas vezes por falta de conhecimento ou também pelos próprios familiares, que não preocupa-se em está intervindo junto ao idoso na busca desse direito. Faz-se necessário a orientação e conscientização da comunidade idosa e dos seus familiares quanto a esse direito. Desta forma, irei enfatizar como é importante ter o Benefício de Prestação Continuada na vida do idoso que garantem uma melhor qualidade de vida. O CRAS por meio da Assistência Social sendo a porta de entrada para atendê-los. Com orientações e encaminhamentos, afim de ter o melhor acesso aos seus direitos. 15 Foi o objetivo geral: Analisar a importância do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para idosos no CRAS José Ferreira Lima Filho. Foram objetivos específicos: Pesquisar sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos; Conhecer o Serviço Social no CRAS; Refletir a atuação do Assistente Social na inclusão e garantia de direito do idoso. A metodologia utilizada no Trabalho de Conclusão de Curso cujo tema é A Importância do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos no CRAS José Ferreira Lima Filho, foi utilizada a fonte de pesquisa documental e das vivências no campo de estágio, como método qualitativa descritiva, que através da minha observação conseguir entender como é importante o BPC na vida dos idosos tanto na condição de ter uma vida digna como no acesso a garantia de direito. 16 2. APRESENTAÇÃO DO TEMA O tema A Importância do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos no CRAS José Ferreira Lima Filho se deu por meio da vivências e das observações no campo de estágio, dos serviços ofertados da política de assistência social, fazendo a divulgação do benefício, a identificação dos idosos com perfil para o recebimento do benefício, orientação sobre critérios, e o encaminhamento, objetivos e dinâmica do benefício, bem como a isenção do beneficiário e sua família no Cadastro Único, nos serviços da política de assistência social e de outras políticas públicas. 2.1 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS) Após Contituição Federal de 1988, pela primeira vez na história brasileira, a Assistencia Social passa a ser reconhecida como direito, e vem buscando afirmar-se no conjunto das políticas públicas. Desta maneira, para regulamentar os avanços alcançados na Constituição Federal de 88 tornou-se imprescindível a aprovação de leis orgânicas. A luta para a aprovação dessas leis exigiu um complexo procedimento de organização dos princípios preconizados na CF/88. Neste sentido, Yasbek (2004) afirma que, A Constituição e depois a Lei Orgânica da Assistência criam para a assistência social uma nova matriz − eu tenho chamado assim − que permite a passagem da assistência social para um campo novo, o campo do direito, o campo da universalização dos acessos, da responsabilidade do Estado perante as questões da pobreza e da exclusão, o campo da política pública. É um trânsito difícil: o trânsito das práticas de benemerência, filantrópicas, assistencialistas, para o campo das políticas públicas. A inserção da assistência social na Seguridade traz para essa política uma nova visibilidade, uma nova inserção, trazendo-a para o campo da proteção social (p. 21). Nesta direção, a Assistência Social passa a fazer parte da Seguridade Social e é regulamentada em 1993 pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), como uma política social pública, ou seja, passa a ser tratada no campo dos direitos, sob a responsabilidade do Estado como está preconizada pela CF/88 no Artigo 203, Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei (BRASIL, 2006, p. 19 ). 17 Desta forma, pela primeira vez na história brasileira o Estado reconhece como direito de proteção social não só os trabalhadores, mas também as pessoas que não contribuem para a Previdência Social (BRASIL, 2009). De acordo com as ideias de Yasbek (2004) a LOAS cria Conselhos Municipais, Estaduais e o Conselho Nacional de Assistência Social, órgãos paritários com representação do governo e da sociedade, com a presença dos trabalhadores do setor da assistência social e dos seus usuários, uma mudança substantiva na concepção da assistência social, sendo uma definição legal que permite o trânsito da assistência social do assistencialismo, do clientelismo de sua tradição de não política para o campo da política pública de direitos. A efetivação da proposta trazida pela LOAS é peça chave para um embate entre Estado e Sociedade Civil neste contexto, foram necessários mais de dez anos até a aprovação da nova Política de Nacional de Assistência Social (PNAS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), peças fundamentais no processo de implementação da Assistência Social (COUTO, 2010). Deste modo: A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), aprovada em 2004 pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), tomou-se um marco na história da Assistência Social no país e constituiu-se em um grande reordenamento institucional da assistência social como uma política não contributiva que prevê os mínimos sociais básicos na perspectiva da seguridade social (BRASIL, 2004, p. 13). A LOAS exige que todos os procedimentos da Assistência Social devam ser realizados com o intuito de garantir a cidadania sob vigilância do Estado, visando a universalização da cobertura e a garantia de direitos e acesso para serviços, programas e projetos para quem deles necessitar. (BRASIL, 2009). Neste contexto, verifica-se que a descentralização político-administrativa, a territorialização e o controle social, se constituem enquanto bases organizacionais do SUAS, em conjunto com a matricialidade sócio-familiar; as novas bases para a relação entre Estado e sociedade civil; o financiamento; o desafio da participação popular/cidadão usuário; a política de recursos humanos; e a informação, o monitoramento e a avaliação (BRASIL, 2004). Neste sentido, Couto (2010) e colaboradores afirmam que: O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) introduz uma concepção de sistema orgânico em que a articulação entre as três esferas de governo constitui-se em elemento fundamental. Desde a LOAS, previa-se a política de assistência social articulada entre as esferas municipal, estadual e federal. Essa articulação, embora pensada, resultou em arranjos organizacionais pouco consistentes e em transferência de responsabilidades. [...] A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e o SUAS, em especial no seu modo de gestão, repõem a necessidade de enfrentar o desafio de dar materialidade à política, conforme os preceitos da LOAS. Uma das questões básicas apontadas pelo SUAS refere-se à retomada da centralidade do Estado na garantia da 18 existência de serviços estatais como articuladores do serviços socioassistenciais necessários (p.39). Nesta perspectiva, a Política Nacionalde Assistência Social (PNAS) de 2004 afirma que a proteção social deve afiançar segurança; de sobrevivência, de rendimento, de autonomia, acolhida, convívio, de vivência familiar (BRASIL, 2004). Nesta direção, a PNAS situa a Assistência Social como Proteção não contributiva, apontando para a realização de ações direcionadas para proteger os cidadãos contra riscos sociais inerentes aos ciclos de vida e para o atendimento de necessidades individuais ou sociais. Desta maneira, Couto (2010) e colaboradores explicam que a Proteção Social a ser ofertada pela Assistência Social, é apresentada em dois níveis de atenção: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial (de alta e média complexidade). A proteção social básica tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras) (PNAS, 2004). No tocante a Proteção Básica a realização dessas atenções se concretiza nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) (BRASIL, 2008). 2.1.1 O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) José Ferreira Lima Filho O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) José Ferreira Lima Filho foi inaugurado em 2018, originalmente chamado de CRAS de Serra Preta, fundada em Novembro de 2003, localizado no Loteamento Novo Bravo, Nº 286, Bravo, Serra Preta - BA., é uma instituição pública do Sistema Único de Assitência Social (SUAS). O CRAS, também denominado Casa das Famílias, é um equipamento estatal de base territorial, localizado em uma área de vulnerabilidade social, com a finalidade de organizar, coordenar e executar os serviços de proteção social básica da política assistencial do Serviço de Proteção e Atendimento Integral á Família (PAIF). O equipamento não possui sede própria, funciona em um local alugado. Este CRAS abrange todo o municipio, descentralizada da política de assistência social que atende famílias e indivíduos que vivem em situação de vulnerabilidade social, negligência 19 familiar e psicológicas, fagilização de vínculos, probreza e risco social, responsável pela oferta de serviços da proteção social básica, atendimento social, seviços para pessoas com deficiência, idosos e suas famílias, serviço de proteção social a crianças e adolescentes com medidas sócio educativas e de proteção de serviços a comunidade com garantias de direitos para pessoas de baixa renda, desenvolve atividades prioritariamente voltadas para as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Seus serviços são desenvolvidos através de programas, projetos sociais, orientação e encaminhamento a população, para serviços disponíveis em rede pública, promovendo o acesso aos direitos sociassistenciais. Articula- se com outras redes como saúde e educação, devendo promover a economia solidária e prestar serviços. O ambiente físico e acolhedor oferece o espaço suficiente para ofertar os serviços e atendimentos familiar, individual e grupos estando em condições de sigilo e privacidade. O espaço dispõe também iluminação, ventilação e conservação e boas condições de limpeza. É estabelecido para um equipamento de pequeno porte. Foi escolhido o Distrito do Bravo, como o local de funcionamento devido a localização do munícipio. O Bravo é o centro comecial, a localidade de maior número de habitantes (aproximadamente 6.000) com aproximadamente 17 mil de habitantes. O CRAS atende, as condições para proteção social básica (acolhida, convívio ou convivência familiar e comunitária). O CRAS José Ferreira Lima Filho tem por objetivo e finalidade atender famílias e fortalecer os vínculos, fortalecer a convivência comunitária, fazer encaminhamento estimular a geração de renda familiar, inserir os indivíduos nos programas, projetos e benefícios da rede de proteção social básica. Além de orientar e fazer o acolhimento psicossocial a quem dela necessitar, conta também com garantias de direitos socioassistenciais, acompanhamentos, grupos de convivência e acões socioeducativas. Os locais que mais se tem uma atenção especial é: Rua do Tanque Velho, Rua Liberalino Sales Gadelha e Rua Coronel João Reis (Serra Preta - Sede). Rua Jamaica, Vila Bravinho, Rua do Norte, Loteamento Recanto da Únião, Loteamento Nova Descobrerta, Loteamento Galdino, Rua Ipirá e Rua Portelinha (Distrito de Bravo). Rua da Fraternidade, Rua Simão Bispo, Rua José Romão e Loteamento Belarmino Moraes de Cerqueira (Distrito de Pronto de Serra Preta). A secretaria de Assistencia Social acompanha, através do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), atendendo 20 essas familias e encaminhando para rede socioassistencial do município ou em parceria com outros municípios como Ipirá ou Feira de Santana. Dentro do equipamento atende (aproximadamente 400) famílias, são atendidas famílias vulneravéis socieconômica, pessoas com fragilidade emocional, encaminhamentos intersetoriais, pela rede assistencial de outras políticas públicas, acompanhamento Bolsa Família e BPC, aquisição de Passe Livre e benefícios eventuais. Outros serviços que são ofertados como Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para famílias que vivem com difuldades alimentar, Auxílio Aluguel Social que é concedido a pessoas que apresente não ter como custear uma moradia, Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) desenvolvidos para crianças e adolescentes com medidas socioeducativas entre grupos de jogos como futebol e capoeira, Curso de Pintura e Crochê, tem como objetivo gerar fontes de renda as famílias com focos nos idosos e pessoas com deficiências, entre outros. Os serviços ofertados buscam oferecer um local de acolhida onde se possa reconstruir laços efetivos e vínculos. O intuito é o fortalecimento para superação da situação apresentada, é importante propiciar espaços e oportunidades de escuta e reflexão bem como encaminhamentos para sua inclusão vivída muitas vezes relacionadas dentro de outros aspectos, a falta de acesso a serviços e direitos assegurados nas normativas vigentes. O usuário tem o direito de ser informado sobre as normas de funcionamento do equipamento, os procedimentos que possam ser adotados ao longo do acompanhamento, deve se também fornecer informações necessárias sobre os benefícios, serviços, competências e atribuições de cada órgão de rede, bem como as formas de acessar os mesmos. O equipamento CRAS José Ferreira Lima Filho funciona de segunda a sexta-feira, das 08:00 horas da manhã ás 17:00 horas da tarde. A estrutura oferece uma recepção, uma sala administrativa, uma sala de atendimento, uma copa, um almoxarifado e dois banheiros. O equipamento conta com um quadro profissional composto por 19 funcionários sendo: 04 Técnicos de Nível Superior que são 01 Coordenador Assistente Social/Coordenador do SCFV, 01 Psicológa, 01 Assistente Social, 01 Pedagoga/Coordenadora do Criança Feliz e 15 de Nível Médio sendo 03 Orientadora Social do Criança Feliz, 01 Motorista, 01 Agente de Serviços Gerais, 10 Orientadores Sociais SCFV. 21 Equanto observado pelo viés política pública de proteção social, o equipamento realiza projetos, elabora convites e folders com o objetivo de divulgar o projeto para a demanda assistida. Nesse projeto existem elaboração de palestras que abordam assuntos como, garatias de direitos, inclusão social, prevenção e enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes, participação efetiva e comunicação social entre outros assuntos que julguem carecer de compreensão social. As políticas de desenvovimento que abrange são: atendimento social, entrevista,escuta social, acolhimentos e encaminhamentos á idosos, crianças, adolescentes pessoas com deficiência e seus familiares, acompanhamentos psicossocial e visitas domiciliares. A natureza da atenção ofertada pelo CRAS é o caráter público da instituição implicam na composição da equipe de trabalho por ser formada de servidores públicos efetivos. O assistente social, para exercer o trabalho com máxima eficácia, é importante que o equipamento se localize no centro de uma região de carência e vulnerabilidade. O instrumento social na instituição exige do técnico competências para desenvolver suas capacidades. O assistente social deve estar registrado no conselho regional, e ter conhecimento do código de ética e das leis que regem o profissional dentro do exercício de suas funções. Os intrumentos técnico-operativos utilizados pelo assistente social são: folha de produção diária, conversa informais, documentação, fóruns, conferências, reunião, observação, entrevistas, fichas de cadrasto, encaminhamentos, registros, acompanhamento social, relatórios de visitas domiciliares. Quanto ás atribuições do assistente social deve coordenar, elaborar, executar, supevisionar e avaliar estudos, pesquisas e projetos na área de Serviço Social; prestar informações e elaborar pareceres na área de atuação do Serviço Social; planejar, executar atividades sócio-educativas; estabelecer parcerias e contatos instucionais; atuar como facilitadora de processos de formação de lideranças e organização comunitária; realizar reuniões e palestras na área de atuação do Serviço Social; elaborar relatórios técnicos e analíticos; treinar, avaliar, supervisionar e orientar estagiários de Serviço Social. O CRAS tem como objetivo ser uma referência local de assistência social e concretizar os direitos socioassistenciais, ofertado e coordenando, em rede, as ações que previnam situações de risco social, por meio do desenvolvimento de potencialidades e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Organiza a vigilância social e sua 22 área de abrangência por meio da produção e sistematização de informações que possibilitem a elaboração de indicadores e índices territorializados, das situações de vulnerabilidade e riscos que incidem sobre pessoas e famílias, nos diferentes ciclos da vida (crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos). Sua finalidade é assegurar as condições fundamentais mínimas para que esses sujeitos sociais desenvolvam capacidades, superando a situação de vulnerabilidades social, a médio e a longo prazo. Tem por pressuposto que a situação de exclusão social seja a condição objetiva que aumente a probabilidade de ocorrência de violação dos direitos sociais. Seus destinatários são as famílias, seus membros e indivíduos, em seu contexto comunitário, visando a orientação e o convívio sociofamiliar e comunitário. Seu objetivo maior é potencializar a família como unidade de referência, fortalecendo seus vínculos internos e externos de solidariedade, promovendo seus membros e possibilitando ações intersetoriais que visem á sustentabilidade, de modo que rompam o ciclo de reprodução intergeracional da pobreza e evitem que as famílias, seus membros e indivíduos tenham seus direitos violados, recaído em situações de risco. Nós termos da Resolução n. 145/2004 - PNAS, é responsável pela oferta de serviços e pelo desenvolvimento de programas de atenção integral, destinados a essa população. Realiza também o mapeamento, a organização da rede de proteção social local (por meio de parcerias e intersetorialidade) e a inserção nós serviços de retaguarda da assistência e das demais políticas públicas e sociais. Deve dispor de um serviço de informação e de orientação (como o CadÚnico: cadrasto de beneficiários potenciais do PBF) e realizar os encaminhamentos e respectivos acompanhamentos. Depende, para tanto, de uma equipe técnica multiprofissional - NOB RH/SUAS (coordenador, assistentes sociais, psicólogos, auxiliares administrativos e estagiários - e de repasses de recursos federais e estaduais aos municípios, assim como de previsões orçamentárias destes últimos, por meio dos respectivos fundos (LOAS). O CRAS, em resumo, desenvolve as seguintes ações principais junto á população em situação de risco: apoio social ás famílias; fortalecimento dos vínculos intrafamiliares; fortalecimento da convivência comunitária e de desenvolvimento do sentindo de pertencimento às redes microterritoriais; informação, orientação e encaminhamento, com os respectivos acompanhamentos; 23 implementação dos serviços, programas, projetos e benefícios da rede de proteção social básica e especial da assistência e demais políticas públicas e sociais e dos usuários e beneficiários. Nesta direção, a Política Nacional de Assistência Social (2004) prevê a organização do Sistema único de Assistência Social (SUAS) como uma política de proteção social que junto com outras políticas sociais busca garantir os direitos e condições dignas de vida para a população. 2.1.2 Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um benefício de renda no valor de um salário mínimo para pessoas com deficiência de qualquer idade, que apresentam impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial e que, por isso, apresentam dificuldades para a participação e interação plena na sociedade, ou para idosos com idade de 65 anos ou mais. Para a concessão deste benefício, é exigido que a renda familiar mensal seja de até ½ de salário mínimo por pessoa. Neste sentido, o BPC é um recurso destinado aos cidadãos brasileiros que estejam de acordo com as exigências requeridas pela lei, que a família não possua condições para suprir as necessidades básicas do requerente. “Todas as pessoas extremamente pobres acima de 65 anos de idade, deficientes ou não, são elegíveis ao benefício” (BRASIL, 2019). Vale ressaltar que a expectativa de vida do brasileiro vem crescendo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com seus dados de 2018, o brasileiro vive em média 76,3 anos (BRASIL, 2019). Porém, muitos desses idosos não tiveram condições financeiras planejar sua sobrevivência na velhice através de contribuição com a Previdência e com as intercorrências da idade avançada não têm condições de trabalhar, na maioria dos casos esse idoso é membro de uma família que também não dispõem de recursos ou de um trabalho que lhes permita viver dignamente, nessa condição resta ao Estado intervir por meios de políticas sociais de distribuição de renda que permita a sua sobrevivência. O Beneficio de Prestação Continuada (BPC) é um programa assistencial criado em Janeiro de 1996, cuja operacionalização incumbe ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que atua sob a coordenação do Ministério da Cidadania (MC). Este programa foi instituído em consonância com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 203, que estabeleceu no titulo VIII - da Ordem Social - Capitulo II da Seguridade Social e Seção IV da Assistência Social. 24 A lei nº 8.742, de 1993, conhecida como Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), regulamenta os artigos 203 e 204 da Constituição Federal de 1988, como os responsáveis pela prestação da assistência social, seus objetivos, dos benefícios assistenciais e do perfil dos seus beneficiários. Distinguindo-se assim as funções da LOAS que são: assegurar que o disposto na Constituição seja transformado em direito real; definir, detalhar e explicitar a natureza, o significado e o campo de abrangência da assistência social no âmbito da seguridade social, sua competência, organização e destinação dos recursos. Dessa forma, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um direito garantido pela Constituição Federal de 1988 e consiste no pagamento de um salário mínimo mensal a pessoas com 65 anos de idade ou mais que não tenha meio de provê sua própria manutenção ou de tê-la providapor sua família. Se o idoso já recebe pensão por morte, não poderá receber o benefício assistencial. Esta restrição, aliás, evidencia que não tem natureza meramente complementar da renda familiar. Conforme o Estatuto do Idoso Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003: Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 anos (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua susistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS. (Vide Decreto n° 6.214, de 2017). Paragráfo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS. Nesse sentido, todo idoso deve ter acesso ás políticas públicas sociais, cumprindo o preceito constitucional de garantia do combate á fome e a miséria de modo a promover a diminuição das dificuldades enfrentadas pelos idosos de baixa renda contribuindo assim para o avanço da sua cidadania. O Estatuto do Idoso, art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e Demais normas pertinentes. Diante disso, os direitos dos idosos têm por fundamento o art. 230 da Constituição Federal, que declara: Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito á vida. Entretanto, somente com a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) Lei n° 8.742, de 07 Dezembro de 1993. (Atualizado - Lei 13.982, de 23 de Março 25 de 2020), ficou explicitado como esse beneficio seria operacionalizado e concedido, da seguinte forma: Art. 20° O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. (Redação dada pela Lei n° 12.435, de 2011) (Vide Lei n° 13.985, de 2020); § 1° Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. (Redação dada pela Lei n° 12.435, de 2011); [...]; § 3° Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja: (Redação dada pela Lei n° 13.146, de 2015) (Vigência); I - igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo, até 31 de dezembro de 2020; (incluído pela Lei n° 13.982, de 2020); § 4° O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão especial de natureza indenizatória. (Redação dada pela Lei n° 12.435, de 2011); § 5° A condição de acolhimento em instituições de longa permanência não prejudica o direito do idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício de prestação continuada. (Redação dada pela Lei n° 12.435, de 2011); [...]; § 7° Na hipótese de não existirem serviços no município de residência do beneficiário, fica assegurado, na forma prevista em regulamento, o seu encaminhamento ao município mais próximo que contar com tal estrutura. (incluído pela Lei n° 9.720, de 30.11.1998); § 8° A renda familiar mensal a que se refere o § 3° deverá ser declarado pelo requerente ou seu representante legal, sujeitando-se aos demais procedimentos previstos no regulamento para o deferimento do pedido. (Incluído pela Lei n° 9.720, de 30.11.1998); [...]; § 11° Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da condição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme regulamento. (Incluído pela Lei n° 13.146, de 2015) (Vigência); § 12. São requisitos para a concessão, a manutenção e a revisão do benefício as inscrições no Cadrasto de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadrasto Único para Programas Sociais do Governo Federal - Cadrasto Único, conforme previsto em regulamento. (Incluído pela Lei n° 13.982, de 2020); § 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de 1 (um) salário-mínimo concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não será computado, para fins de concessão do benefício de prestação continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família, no cálculo da renda a que se refere o § 3° deste artigo. (Incluído pela Lei n° 13.982, de 2020); § 15. O benefício de prestação continuada será devido a mais de um membro da mesma família enquanto atendidos os requisitos exigidos pela Lei. (Incluído pela Lei n° 13.982, de 2020) Art. 20-A. Em razão do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo n° 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), o critério aferição da renda familiar mensal per capitã previsto no inciso I do § 3° do art. 20 poderá ser ampliado para até 1/2 (meio) salário-mínino. (Incluído pela Lei n° 13.982, de 2020): § 1° A ampliação de que trata o caput ocorrerá na forma de escalas graduais, definidas em regulamento, de acordo com os seguintes fatores, combinados entre si ou isoladamente: (Incluído pela Lei n° 13.982, de 2020); [...]; III - as circunstâncias pessoais e ambientes e os fatores socioeconômicos e familiares que podem reduzir a funcionalidade e a plena participação social da pessoa com deficiência candidata ou do idoso; (Incluído pela Lei n° 13.982, de 2020); IV - o comprometimento do orçamento do núcleo familiar de que trata o § 3° do art. 20 exclusivamente com gastos com tratamentos de saúde, médicos, fraldas, alimentos especiais e medicamentos do idoso ou da pessoa com deficiência não disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou com serviços não prestados pelo Serviço Único de Assistência Social (Suas), desde que comprovadamente necessários á preservação da saúde e da vida. (Incluído pela Lei n° 13.982, de 2020); [...]; § 4° O valor referente ao comprometimento do orçamento do núcleo familiar com os gastos com tratamentos de saúde, médicos, fraldas, alimentos especiais e medicamentos do idoso ou da pessoa com deficiência, de que trata o inciso IV do § 1° deste artigo, será definido pelo Instituto Nacional do Seguro Social, a partir de 26 valores médios dos gastos realizados pelas famílias exclusivamente com essas finalidades, conforme critérios definidos em regulamento, facultada ao interessado a possibilidade de comprovação, nós termos do referindo regulamento, de que os gastos efetivos ultrapassam os valores médios. (Incluído pela Lei n° 13.982, de 2020) Art. 21° O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (anos) para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem. (Vide Lei n° 9.720, de 30.11.1998); § 1° O pagamento do benefício cessa no momento em que forem superados; § 2° O benefício de será cancelado quando se constatar irregularidade na sua concessão ou utilização. Vale ressaltar, que o BPC veio substituir, em parte, o antigo benefício previdenciário da renda mensal vitalícia, que era pago a idosos carentes com 70 anos de idade (Lei n. 6.179/1974, extinta a partir de janeiro de 1996). A Medida Provisória n. 1.259, de 12/01/1996, alterou a LOAS, regulando sobre o BPC e sua transferência da presidência social para a assistência social. Segundo o art. 203 da Constituição Federal e o art. 20 da LOAS, têm direito de receber o BPC os brasileiros (inclusive neutralizados, com domicílio no país). O idoso, conceituação originária do (art. 20). Como Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003), foi mais amplamente concedido. Em seu art. 34, passou a assegurá-lo ao carente com 65 ou mais anos de idade, sendo que o benefício, concedido a qualquer membro de sua família, não será computado para cálculo da renda familiar per capita. Foi inicialmente concedido pelo ex-MBES, mediante regulamento (art. 35), que definia os critérios de concessão. A partir de 01/01/1996 passou a ser pago com recursos do FNAS, por força do Decreto n. 1.744, de 08/12/1995. Foi regulamentado pelos Decretos n. 4.712, de 29/05/2003, n. 6.214, de 26/09/2007 (que o integrou ao SUAS), e n. 6.564, de 12/09/2008, explicitando os seguintes requisitos de aquisição, pela pessoa idosa: ter 65 anos de idade, no mínimo; ser carente, isto é, não ter renda pessoal ou familiar inferior a ¼ do salário mínimo, declarar por meio do formulário; não estar recebendo benefício no âmbito da seguridade social ou de outro regime, nacional ou estrangeiro, salvo assistência médica ou pensão especial de natureza indenizatória. não ter atividade remunerada; 27 não ter meios de prover a própria subsistência ou por sua família. Dessa maneira, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um Benefício da Assistência Social, que intrega a proteção social básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e para acessá-lo não é necessário ter contribuido com a previdência social. Sua gestão (acompanhamento, avaliação, regulamentação e coordenação geral) compete ao Ministério da Cidadania, integrado ao Sistema Único de Assistência Social, visando inseri-lo nós programas e serviços de assistência social e demais políticas (art. 11 da LOAS), segundo os critérios do Programa Nacional de Monitoramento e Avaliação do Benefício de Prestação Continuada. Por meio de convênio, o Ministério da Cidadania repassa recursos do Fundo Nacional de Assistência Social ao Instituto Nacional de Seguro Social, o qual operacionaliza a concessão e o pagamento aos beneficiários, com cartão magnético. A responsabilidade pelo pagamento benefício compete, portanto, á União Federal (Ministério da Cidadania e Fundo Nacional de Assistência Social); e ao INSS, os procedimentos administrativos para sua concessão ou indeferimento. A responsabilidade desta autarquia limita-se, assim, á prestação do serviço e, por consequência, ao eventual ressarcimento de danos administrativos. Esse benefício é pago diretamente ao beneficiário, mensalmente, enquanto existir as condições aquisitivas do direito. Por isso, pode ser definitivo ou temporário. Seu valor é de um salário mínimo mensal, sem desconto da contribuição previdenciária e sem abono anual (13° salário). Não sofre qualquer incidência tributária e não pode ser acumulado com benefício previdenciário (aposentadoria). Porém, pode ser recebido por mais de um membro de uma mesma família. Nos termos do Decreto n. 4.360, de 05/09/2002, é intransferível, não gerando direito á pensão; mas o respectivos valores, inclusive eventual resíduo, não recebidos em vida, pelo beneficiário, deverão ser pagos aos herdeiros pelo INSS. O limite de ¼ da renda familiar referido é apurado dividindo-se a renda bruta familiar, mensal, pelo número dos respectivos integrantes. Considera-se renda todo e qualquer ingresso de valores pecuniários, como salários, proventos, pensões previdenciárias ou alimentícias, benefícios de previdência pública ou privada, comissões, 28 pró-labore, outros rendimentos de trabalho não assalariado, rendimentos do mercado informal ou autônomo, redimentos de patrimônio, renda mensal vitalícia e Beneficio de Prestação Continuada, exceto quando se aplica a concessão do BPC a outro idoso da mesma família conforme previsto no Estatuto do Idoso no paragrafo único do artigo 34 da Lei 10.741 de 2003. São também excluídos os benefícios médico-assistenciais e o BPC, se recebido por idoso, as rendas provenientes de outros benefícios já concedidos por idade não se incluem na apuração da renda bruta familiar. Já o conceito de família para a apuração da renda, a Lei n. 9.720, de 30/11/1998, passa ser considerado por critérios previdenciários como o conjunto das pessoas elencadas pelo art. 16 da Lei n. 8.213, de 24/07/1991, desde que vivam sob o mesmo teto. O Decreto n. 6.214/2007 especificou o conceito definindo-o como o conjunto de pessoas que vivem sob o mesmo teto, o beneficiário, o cônjuge, o(a) companheiro (a), o filho não emancipado de qualquer condição, menor de 21 anos de idade ou inválido, os pais e o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido; também o enteado e o menor tutelado, se dependentes. Se requerente do benefício em situação de rua, tais critérios aplicam-se ao conjunto de pessoas na mesma situação. O importante, assim, é que se configure, na resistência, a existência de uma família ou entidade familiar, considerado o vínculo parental, conjugal, genético ou de afinidade. Também, o critério legal de incapacidade de a família prover a própria manutenção, restrita a ¼ do salário mínimo, não é realista, visto que o próprio valor do salário mínimo não atende aos requisitos do art. 76 da CLT, com relação aos trabalhadores, como sendo capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, as suas necessidades normais de alimentação, habilitação, vestuário, higiene e transporte. Por isso, mesmo antes da Lei n. 9.720/1998 citada, o Poder Judiciário já vinha relativizando o conceito inaugural da LOAS, o qual, em alguns casos, chegou a ser declarado inconstitucional, já que o parágrafo único do art. 20 regulamentou o inciso V do art. 203 da Constituição e, portanto, está por ele conceitualmente delimitado. Ao assegurar o benefício, nas condições anteriormente expostas, acrescenta conforme dispuser a lei. Essa lei é a LOAS que, por sua vez, instituiu o critério de ¼ do salário mínimo. Por outro lado, é notório que o INSS tem indeferido a respectiva concessão nos casos em que a renda bruta familiar do requerente, per capita, seja superior a esse limite. 29 Este critério, que em tese gera a presunção absoluta de exclusão social entretanto, não afasta outros, posto que a ofensa á dignidade da pessoa (art.1°, III da CF), em decorrência de condições de miserabilidade, pode ser constatada pela perícia social, em outras condições. Assim, o STF, desde 2009, pacificou o entendimento de que, mesmo com renda mensal superior, é possível a aferição da condição de hipossuficiência se o interessado a comprovar por outros meios. A Lei n. 9.533/1997, que instituiu a renda mensal mínima (programa de transferência de renda às famílias que não conseguem se sustentar, no valor de um salário mínimo, por 12 meses, prorrogáveis por mais 12), alterou o critério relativo á renda per capita, que também pode ser adotado para a concessão do BPC. Assim, se o laudo social comprovar a carência, o direito ao benefício deve ser reconhecido, porque prevalece o caput do art. 20 da LOAS, a saber, a inexistência de meios de prover a própria manutenção ou tê-la provida pela família. O inciso V do art. 203 Constitucional é norma de eficácia plena, sendo a regularização, a que se refere aquela expressão, apenas limitada aos seus aspectos meramente executórios. Se sua eficácia fosse contida, então sim poderia sofrer limitações da lei complementar. Por isso, tem considerado inconstitucional condicionar a concessão do benefício unicamente à comprovação de renda inferior, naquele limite, sem ponderação de outros critérios de carência. A concessão do benefício pelo INSS está sujeita ao preenchimento dos requisitos legais, anteriormente expostos, com a ressalva quanto ao citado limite, uma vez que tem a natureza de ato administrativo vinculado, demandando, portanto, de investigação probatória da efetiva presença dos requisitos legais. Mas sua demanda ao Poder Judiciário não está condicionada a prévio requerimento ao INSS, no caso específico do citado limite de renda familiar, porque épúblico e notório seu indeferimento. O processo administrativo, para o recebimento do benefício, inicia-se por meio do Requerimento de Amparo Lei n. 8.742/1993, mediante a apresentação, entre outros documentos, de atestado do conselho de assistência social (ou de autoridades locais ou de assistentes sociais), que certifique a inexistência de atividade remunerada e da composição do grupo familiar e laudo de avaliação, emitido por equipe multiprofissional. É concedido, de início prazo de 18 meses para o idoso (art. 37), passando a ser pago continuamente, se mantidas as condições que foi concedido, com revisão a cada dois anos art. 21 da LOAS. 30 Esse artigo estabeleceu um processo sistemático de revisão do beneficio com o objetivo de manter um controle sobre a sua utilização, impedindo que benefícios fossem concedidos ou mantidos fora dos critérios exigidos, tanto em casos de morte do beneficiário como nas situações em que não mais houvessem as condições requeridas, ou naquelas situações compatíveis com fraudes. Realizada desta forma com a integração de três grupos, nas esferas de governo: Gerência Geral de Revisão do BPC (MC, DATAPREV e INSS); Coordenação Estadual de Revisão do BPC (INSS, Secretaria Estadual de Assistência Social ou congênere, DATAPREV e CONGEMAS); Grupo de Execução (INSS e Secretaria Municipal de Assistência Social ou congênere). A secretaria, responsável pela sua administração, procede á revisão do benefício, assim como também à avaliação socioeconômica do requerente. O benefício deve ser requerido nos postos de benefícios do INSS ou órgãos autorizados, ou entidade conveniada. Nas prefeituras, o seu acompanhamento e controle é feito pelas secretarias de assistência social, que remetema documentação ao INSS. Entreos documentos básicos, cabe-nos ressaltar o de comprovação de inexistência de atividade remunerada, por meio de uma declaração do assistente social, regulamente inscrito no CRESS. Este processo é regulamentado pelo Decreto n. 3.084/1999 e complemento pela portaria n. 2.740, de 26/07/2001. No caso de indeferimento, o interessado pode recorrer, nos termos do art. 305, desse Decreto, que afirma: Art. 305. Das decisões do Instituto Nacional de Seguro Social, nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social, caberá recurso para o Conselho de recursos da Previdência Social, conforme disposto neste Regulamento e no Regimento daquele Conselho. O regimento interno do Conselho de Recursos dispõe, nos seus arts. 11 a 13, sobre a competência das Juntas de Recursos e das Câmeras de Julgamento, competindo àquelas julgar os recursos interpostos contra as decisões prolatadas pelos órgãos do INSS, em matéria de interesse dos beneficiários; bem como aqueles interpostos contra decisões relativas aos beneficiários; bem como aqueles interpostos contra decisões relativas aos benefícios de prestação continuada, devidos a pessoa com deficiência e ao 31 idoso, de que trata a LOAS, nos termos do parágrafo único do art. 15 regimental diz que compete às referidas Juntas julgar os recursos interpostos contra decisões proferidas sobre o reconhecimento de direitos a benefícios de prestação continuada, previstos na LOAS. Segundo a convenção da ONU no caso da pessoa idosa, conforme o Estatuto do Idoso, a Lei 10.741/03, o BPC de uma pessoa idosa não pode entrar no cálculo da renda familiar para concessão do benefício a outro idoso membro da mesma família. Assim, o Benefício de Prestação Continuada pode ser concedido a mais de um membro da família, desde que a renda familiar esteja de acordo com os requisitos exigidos. A comprovação da renda familiar mensal per capita será feita mediante Declaração da Composição e Renda Familiar posto em formulário instituído para esse fim fornecido pelo INSS, devendo ser assinada pelo requerente ou por seu representante legal. As informações são confrontadas com os documentos pertinentes e o declarante fica sujeito às penas previstas em lei no caso de omissão de informação ou declaração falsa. Mesmo os moradores de rua podem requerer o benefício, devendo, nesse caso, ser adotado como o endereço aquele constante no serviço da rede sócio assistencial pelo qual esteja sendo acompanhado ou, em sua falta, deve ser fornecido endereço de pessoas com as quais o morador mantenha contato ou tenha proximidade. Não se pode deixar de considerar que esse benefício, ao representar uma garantia de rendimento comporta características de certeza e regularidade, desde que sejam cumpridos os requisitos necessários que comprovem a necessidade das pessoas beneficiarias. Cabe ressaltar que a implantação do BPC extinguiu a renda mensal vitalícia, o auxilio-natalidade e o auxilio que eram regulamentados pela Lei 6.179/74. Além disso, o BPC é um direito reclamável, ou seja, se o requerimento for negado e o requerente não concordar com a decisão do INSS, poderá entrar com recurso à Junta de Recurso da Previdência Social e ou reivindicar seu direito ao beneficio via judiciária. O reconhecimento do benefício é de suma importância que pretende em sua essência atender ao principio da dignidade da pessoa humana, um dos pilares da Constituição Federal Brasileira. Isso porque em conformidade com os objetivos fundamentais do Estado brasileiro, consagrados no artigo 3º da Constituição Federal: “construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos”, abrem-se assim as perspectivas de realização profunda pela 32 pratica dos direitos sociais, visando à construção da cidadania e a promoção da justiça social, fundadas na dignidade da pessoa humana . A relação que envolve o princípio da dignidade da pessoa humana e os direitos sociais prestacionais é analisada da seguinte forma por Tavares (2003): Em relação aos direitos sociais, da dignidade humana resulta a obrigação de o Estado garantir um mínimo de recursos materiais suficientes para que a partir daí, a pessoa possa exercer sua própria autonomia. A dignidade humana ao servir de princípio fundamentador dos direitos prestacionais, consolida o conceito de mínimo social e gera, por consequência, a incorporação dos direitos prestacionais mínimos à concepção material de direitos fundamentais. Estas disposições tem natureza jurídica de princípios, e se caracterizam pela generalidade e por que seu conteúdo refere-se aos “valores que o sistema jurídico deve preservar”. Dentre esses princípios destacam-se a universalidade e a seletividade, o principio da universalidade é tratado como universalidade da cobertura e do atendimento. 33 3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL O CRAS desenvolve-se por meio das Políticas Sociais e Cidadania que é a área de concentração, constituído pelo poder público e a sociedade civil, visto que chamou a atenção a esses idosos que procura o equipamento em busca de orientações sobre o benefício pois muitas das vezes se encontra sem moradias com renda per capita entre R$ 89,00 á 178,00 reais mensalmente com a super necessidade busca o CRAS para se informar sobre esse direito, onde se encaixa no perfil para o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Sendo assim, sem um benefício assistencial para o idoso se manter para ter uma qualidade de vida digna, é praticamente impossível para conviver, visto que todo ser humano necessita de ter uma boa condição de vida para viver bem. 3.1 O PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL O Serviço Social é uma profissão de caráter sociopolítico, crítico e interventivo, que se utiliza de instrumental científico para atuar nas diversas manifestações da questão social, resultado da relação entre a exploração de trabalho e a acumulação do capital. O profissional se insere nas mais diversas áreas, atuando em diferentes políticas sociais: saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça, entreoutros. Conforme, CFESS (2010), o projeto ético-político da profissão, pauta-se na perspectiva da totalidade social, rompendo com a intervenção conservadora, expressando o compromisso da categoria com a construção de uma nova ordem societária, democrática e garantidora de direitos. O Assistente Social tem como competência planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, atua nas relações entre os seres humanos no cotidiano da vida social, utilizando instrumentais-técnicos para uma ação socioeducativa e de prestação de serviços, embasado nas legislações vigentes, na Lei de Regulamentação da Profissão (Lei nº 8.662/93), no código de Ética Profissional de 1993 e nas Diretrizes Curriculares. O Código de Ética do/a Assistente Social, traz em seu 10º princípio ético, que o/a Assistente Social deve ter “compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional”. 34 O profissional deve estar sempre em processo de capacitação, aprendizado para que possa atender as várias manifestações da questão social que cercam a população, garantindo que esses tenham acesso aos serviços prestados. De acordo com IAMAMOTO, 1998 p. 28: Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade. A contemporaneidade exige que o profissional de Serviço Social esteja preparado para o enfrentamento das demandas atuais. Pois a cada momento acontecem as transformações da sociedade, nascem novos elementos que expressam as refrações da questão social ocasionando a transformação da vida dos sujeitos. Segundo Yasbeck (2009), a profissão de Serviço Social tem desafio de enfrentar novas demandas, atribuições e competências, o que amplia seu espaço de intervenção. No atual contexto social e econômico, a intervenção dos assistentes sociais assume novas formas e expressões, tais como: a vulnerabilidade do trabalho e a penalização da classe trabalhadora, o desemprego, o achatamento salarial, o aumento da exploração do trabalho feminino e infanto-juvenil, fragilidade no sistema de saúde, todos os tipos violência, habitação precária, mendicância, a alimentação insuficiente, o envelhecimento sem recursos e a falta de respeito com o meio ambiente. O desafio da profissão é criar alternativas e possibilidades para a atuação no cenário atual e formular propostas para enfrentar as expressões da questão social. Entende-se que as propostas sejam solidárias a realidade daqueles que a vivenciam, não só como vítimas da sociedade capitalista, mas como sujeitos que buscam a preservação da vida. “Essa discussão é parte dos rumos perseguidos pelo trabalho profissional contemporâneo” (IAMAMOTO, apud SANTOS, 2008). Diante das propostas de atribuições, é importante perceber que o maior desafio profissional na atenção a pessoa idosa é contribuir para que os idosos redescubram possibilidades de viver com qualidade e que compreendam que por direito, possuem acesso livre aos serviços prestados. O Assistente Social deve buscar o empoderamento do idoso, para que o mesmo, apesar das suas limitações, passe a ter os seus direitos efetivados. Essa possibilidade aumenta na medida em que a sociedade considera o contexto familiar e social e consegue reconhecer as potencialidades e o valor da pessoa idosa (BRASIL, 2006). 35 As diversas expressões da questão social que são apresentadas aos assistentes sociais no seu cotidiano de trabalho têm dado a estes profissionais a construção de estratégias que venham contribuir no combate a essas demandas. Desta forma, os profissionais de serviço social têm como missão viver as múltiplas expressões da questão social, bem como vencer as rebeldias que as mesmas trazem aos indivíduos em questão, sendo um profissional propositivo e não apenas executivo, ou seja, um mero cumpridor de tarefas. A questão social é um conjunto de problemática vivenciada pelos indivíduos inseridos em uma determinada sociedade seja no âmbito político, social e econômico, que ao longo da história vai tomando novas faces, sendo denominada expressões da questão social. Pode se considerar expressões da questão social algumas necessidades do cotidiano da sociedade tais como: desemprego, dificuldade de acesso a direitos básicos como saúde, educação e habitação; entre outras. 3.2 O SERVIÇO SOCIAL NO CRAS O Serviço Social no CRAS tem por finalidade acompanhar as famílias referenciadas por ele, realizar as articulações com a rede socioassistencial presente no seu território de abrangência, bem como realizar os encaminhamentos necessários a esta rede, deve atuar junto a outros profissionais, compondo uma equipe multiprofissional e interdisciplinar. O CRAS tem como função principal ofertar o Programa de Atenção Integral das Famílias (PAIF). O PAIF é o principal serviço de proteção social básica ao qual todos os outros serviços desse nível de proteção devem articular-se, pois, confere a primazia da ação do poder público na garantia do direito à convivência familiar e assegurar a matricialidade sócio familiar no atendimento sócio assistencial, um dos eixos estruturantes do SUAS (ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CRAS, 2007, p.31). O CRAS é a unidade pública responsável pela oferta do programa de atenção integral as famílias - PAIF e, dessa forma deve dispor de espaços que possibilitem o desenvolvimento das ações previstas por este serviço [...] O imóvel do CRAS, seja alugado, cedido ou público deve assegurar a acessibilidade para as pessoas com deficiência e idosas. Constitui fator relevante para a escolha do imóvel a possibilidade de adaptação de forma a garantir o acesso a todos os seus usuários [...]. O CRAS deve ser uma unidade de referência para as famílias que vivem em um território (ORIENTAÇÕES TECNICAS DO CRAS, 2009, p.48). De acordo com as (orientações técnicas do CRAS 2009) estes espaços devem oferecer serviços de forma planejada, com conhecimento prévio do território e das 36 famílias que habitam nesta localização, observando as necessidades e potencialidades, fazendo o mapeamento das situações e vulnerabilidades que o cercam. A interdisciplinaridade é um processo de trabalho específico que proporciona um enriquecimento mútuo de diferentes saberes, que elege uma plataforma de trabalho conjunto, por meio da escolha de princípios e conceitos comuns. Esse processo integra, organiza e dinamiza a ação cotidiana da equipe de trabalho e demanda uma coordenação a fim de organizar as linhas de ação dos profissionais em termo de um projeto comum (ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CRAS, 2009, p.65). O trabalho feito em equipe não pode negligenciar as responsabilidade individuais e a competências, devem buscar, identificar papeis, atribuições, estabelecendo objetivando quem dentro da equipe interdisciplinar encarrega-se de terminadas tarefas, os serviços de atendimento aos usuários precisam atender as exigências do Sistema Único de Assistência Social, procurando melhorar as condições de vida da população desenvolvendo atividades que visam a proteção social básica das famílias. 3.2.1 A atuação do Assistente Social no Centro de Referência da Assistencial Social (CRAS) A responsabilidade do profissional Assistente Social dentro do CRAS, oportuniza dar condições, estimular potencialidades à população assistida no território de abrangência e identificar quais são as necessidades para desenvolvimento do seu trabalho,procurando instigar esse profissional muito solicitado por usuários da proteção básica, que buscam soluções para os problemas, dentro da localização na qual ficam instalados os CRAS. Há uma delimitação até onde o Assistente Social pode atuar na esfera pública da assistência social, possibilitando um diagnóstico aprimorado que busca solucionar as demandas e as melhorias das condições de vida dos usuários pelo CRAS em situações de vulnerabilidade e riscos sociais, repensando a qualidade hegemonia legal e apresentando propostas que encaminham às mudanças no resgate da cidadania e dos direitos sociais a toda sociedade efetivamente assistida pelas políticas públicas, cujo propósito é o de permitir a todos uma vida digna. Este profissional configura-se no âmbito do Serviço Social numa relação entre o Estado e a sociedade, partindo do processo de reprodução dos interesses da classe trabalhadora, já que as classes sociais só existem por estarem inter-relacionadas. O Serviço Social surgiu a partir de 1930, quando se iniciou o processo de industrialização e urbanização no Brasil. Na época a profissão estava relacionada a articulação dos poderes dominantes como: burguesia industrial, oligarquias cafeeiras, 37 igreja católica e Estado Varguista. O objetivo era controlar as insatisfações populares dos trabalhadores e frear qualquer possibilidade de reivindicação. O Serviço Social no Brasil remonta aos primeiros anos da década de 30, como fruto da iniciativa particular de vários setores da burguesia, fortemente respaldados pela Igreja Católica e tendo como referencial o serviço social europeu. Evidentemente não pode ser entendido como uma simples transposição de modelos ou mera importação de ideias, pois suas origens estão profundamente relacionadas com o complexo do quadro histórico conjuntural que caracterizava o país naquele momento (MARTINELLE, 2011, p.122). Buscou-se aproximar a classe trabalhadora da igreja como forma de acomodá-la diante do contexto atual. Os movimentos leigos que nesse momento já tinham grande expressão no Brasil, inclusive contanto com certa estrutura organizacional, foram os parceiros acionados pela igreja para atuar com os operários. Em São Paulo, numa configuração de esforços da nascente burguesia e de setores da própria Igreja Católica havia sido criado na esteira do movimento constitucionalista de 1932, o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS), que desempenhou um importante papel no sentido de qualificar os agentes para a realização da prática social (MARTINELLE, 2011, p. 122 a 123). A profissão é aqui compreendida como um produto histórico e, como tal, adquire sentido e inteligibilidade na história da sociedade da qual é parte e expressão, a autora diz que o serviço social afirmar-se como uma especialização do trabalho coletivo, inscrito na divisão sócio técnica de trabalho, ao se constituir em expressão de necessidades históricas derivadas da prática das classes sociais no ato de produzir seus meios de vida e de trabalho de forma socialmente determinada. Assim seu significado social depende da dinâmica das relações entre as classes e dessas com o Estado nas sociedade nacionais em quadros conjunturais específicos, no enfrentamento da questão social (IAMAMOTO, 2012, p.203). A implantação do serviço social se dá no decorrer do processo histórico, não se baseará no entanto, em medidas coercitivas emanadas do Estado. Surge da iniciativa particular de grupos e frações de classe, que se manifestam, principalmente, por intermédio da Igreja Católica, como autora afirmar foi a partir daí que se iniciou uma base social bem delimitada e fontes de recrutamento e formação de agentes sócias formados por uma ideologia igualmente determinada, são estas especificidades que reveste o serviço social desde a sua implantação no âmbito das características que marcaram esta profissão (IAMAMOTO, 2012, p.135). Os profissionais atuam como objeto na intervenção das expressões da questão social que se expressam nas desigualdades sociais, frutos das contradições sociais presentes na sociedade capitalista que geram o agravamento das condições de vida da população. A questão social está equacionada e entendida como objeto sob o qual incide ação do profissional que está relacionado com o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura que tem uma raiz comum: a produção é cada vez mais coletiva, o trabalho tornar-se mais amplamente social, enquanto a 38 apropriação dos seus frutos mantém-se privado e monopolizado por uma parte da sociedade (IAMAMOTO, 1999, p.27). É visível o surgimento do serviço social ao processo de industrialização, do qual as empresas tiveram influência na institucionalização da profissão, ou seja, como afirma (MOTA, 1998, p.41). O profissional do serviço social é um trabalhador assalariado e experimenta como os demais trabalhadores as injuções da lógica vigente, enquanto que histórico, o profissional construiu um projeto ético político hegemônico dissonantes das diretrizes vigentes (SEIXAS,2007, p.32). Este movimento tem profunda relação com as realidades sócio-político dos países da América Latina esse pautado fundamentalmente pela longa insatisfação dos profissionais, por suas limitações teóricas instrumentais e também político-ideológicas e institui-se uma perspectiva de mudança social (NETTO, 2010, p.321). Com esta dinâmica posta pelo desenvolvimento da sociedade faz-se necessário uma alteração no código de ética do Assistente Social em 1965, tais mudanças visaram adequar-se as dimensões políticas do momento, em meio às mudanças ocorridas, as mudanças análogas e às vezes, concomitantes à América Latina agravada pelo regime ditatorial e militar implantado em abril de 1964 (SILVA, 2008, p.101). Para propiciar ao profissional do Serviço Social atributos que atendam suas necessidades quanto a essa nova perspectiva, em 1975, foi reformulado pela terceira vez o código de ética, norteado pela permanência da moral a criticar a neutralidade, tendo como base o processo de transição do projeto ético-político. Aparentemente, o código de 1975 é uma continuidade dos anteriores; porém uma análise cuidadosa para uma alteração significativa frente ao anterior. O código de 1975 reproduz os mesmos postulados tradicionais abstratos: o bem comum, a autodeterminação, subsidiariedade e participação da pessoa humana e justiça social (BARROCO, 2010, p.128) Com o movimento de reconceituação do Serviço Social houve uma ruptura com o tradicionalismo onde a realidade controladora da profissão fica explicitada através de elementos manifestos e práticas (SILVA e SILVA, 2009 p.37). O Serviço Social procurou quebrar com sua acepção tradicional e se formar como especialização do trabalho coletivo inscrito na divisão sócio técnica do trabalho, [...] à inserção da categoria trabalho debita-se a capacidade clarificar a utilidade social da profissão, ressaltando suas formas de participar na produção e reprodução da vida social. (ARAUJO, 2008, p.17). 39 Não podemos esquecer que na década de 1990 foi aprovada a lei de regulamentação da profissão - Lei nº 8.662 e atual código de ética do Assistente Social, ambos em 1993. No caso específico do Código de Ética Profissional, entendemos que foi síntese de lutas e conquistas, revelando o amadurecimento das reflexões enunciadas na virada das décadas de 1970 a1980 expressa no código de 1986. Esse código foi fruto de construção coletiva da categoria que se revelou insuficiente entre outras questões na subordinação entre ética e política e na ausência de mediações entre Projeto Societário e Projeto Profissional. O código de ética vigente preserva as conquistas pretéritas registradas no Código de Ética Profissional de 1986 e avança com o que de melhor o Serviço Social brasileiro aprendeu e produziu sobre os fundamentos ontológicos do ser social e sobre a relação estratégica entre Projeto Profissional, defesa dos direitos e Projeto Societário (BARROCO, 2012, p.11/12). Pretende-se
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