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TCC JIRLENE

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1
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Curso Bacharelado em Serviço Social
Centro Universitário Leonardo da Vinci
JIRLENE NUNES DOS SANTOS
(SES 0400)
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:
A IMPORTÂNCIA DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC)
PARA IDOSOS NO CRAS JOSÉ FERREIRA LIMA FILHO
SERRA PRETA - BA
2020
2
JIRLENE NUNES DOS SANTOS
A IMPORTÂNCIA DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC) PARA
IDOSOS NO CRAS JOSÉ FERREIRA LIMA FILHO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
disciplina de TCC do Curso de Serviço Social do
Centro Universitário Leonardo da Vinci -
UNIASSELVI, como exigência parcial para a
obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.
Nome do Tutor – Priscilla do Vale Silva Mendes
SERRA PRETA - BA
2020
3
A IMPORTÂNCIA DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC) PARA
IDOSOS NO CRAS JOSÉ FERREIRA LIMA FILHO
POR
JIRLENE NUNES DOS SANTOS
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado do
grau de Bacharel em Serviço Social, sendo-lhe
atribuída à nota ______
(_____________________________), pela banca
examinadora formada por:
___________________________________________
Presidente: Prof. Priscilla do Vale Silva Mendes – Orientador Local
____________________________________________
Membro: XXXXXXXXXXXXX - Supervisor de Campo
___________________________________________
Membro: XXXXXXXXXXXXX - Profissional da área
FEIRA DE SANTANA - BA
13/07/2020
4
DEDICATÓRIA
“Dedico este trabalho a Deus, que com sua infinita sabedoria, foi um importante
guia na minha trajetória”.
5
AGRADECIMENTOS
À Deus em primeiro lugar, pela força e fé durante está longa caminhada. Ele é o
meu sustento e coragem para questionar realidades e propor sempre um novo mundo de
possibilidades.
A minha família, por acreditar, investir, apoiar e pelo gesto de carinho com que mim
acompanharam até hoje em todas as coisas. Agradeço a minha mãe pelo cuidado,
companhia, presença, segurança e esperança para prosseguir com a certeza não estou
sozinha nessa caminhada.
Aos meus irmãos, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que
eu chegasse até esta etapa de minha vida. Fica a certeza absoluta de que é uma
realização de todos nós.
A Tutora Externa Priscilla do Vale Silva Mendes, pela força e incentivo ao longo do
Curso de Serviço Social, posso dizer que a minha formação, inclusive pessoal não teria
sido a mesma sem a sua pessoa.
Ao Curso de Bacharelado em Serviço Social realizado na UNIASSELVI, na turma
SES 0400 e ás demais pessoas com quem convivi neste espaço ao longo desses anos. A
experiência de uma produção compartilhada em comunhão com os amigos foram de
grande valor na experiência da minha formação acadêmica.
A todos que fizeram parte da minha vida, a minha turma, aos amigos que desde do
início me incentivou, o meu muito obrigada por fazerem parte da minha vida, agradeço
pela paciência, incentivo, força e principalmente o carinho. Valeu a pena os sacrifícios,
sofrimentos e renúncias para colhemos juntos os frutos. Certamente essa vitória é nossa.
A todos, o meu muito obrigada!
6
EPÍGRAFE
O momento que vivemos é um momento pleno de desafios. Mais do
que nunca é preciso ter coragem é preciso ter esperanças para
enfrentar o presente. É preciso resistir e sonhar. É necessário
alimentar os sonhos e concretizá-los dia-a-dia no horizonte de novos
tempos mais humanos, mais justos, mais solidários.
MARILDA VILELA IAMAMOTO
7
RESUMO
Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) tem como tema: A Importância do
Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos no CRAS José Ferreira Lima
Filho, emergiu esta temática a partir dos processos de estágio supervisionado em Serviço
Social vivenciados como etapa de formação curricular para obtenção do título de Bacharel
em Serviço Social cuja atribuição tem cunho interventivo, graças à formação
multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais, estas etapas se deram no Centro de
Referência de Assistência Social (CRAS) José Ferreira Lima Filho situado na cidade de
Serra Preta - BA, propiciou-me uma reflexão de conhecer a respeito do Benefício de
Prestação Continuada (BPC) para idosos. O direito ao Benefício de Prestação Continuada
(BPC) em âmbito nacional é frágil, não sendo de acesso fácil aos que precisam, embora
seja de suma importância para a população menos favorecida financeiramente. É sabido
que o Benefício de Prestação Continuada (BPC) se dá por meio do Centro de Referência
de Assistência Social (CRAS) através da Assistência Social onde realiza atendimentos de
encaminhamentos, orientação, para os usuários. Para além, o objetivo geral deste
trabalho consiste em: Analisar a importância do Benefício de Prestação Continuada (BPC)
para idosos no CRAS José Ferreira Lima Filho e os espercíficos foram: Pesquisar sobre o
Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos; Conhecer o Serviço Social no
CRAS; Refletir a atuação do Assistente Social na inclusão e garantia de direito do idoso.
A metodologia se deu através da coleta de dados qualitativa descritiva, tomando por base
livros e artigos científicos, como: Constituição Federal, Política Nacional de Assistência
Social (PNAS), Estatuto do Idoso, Política Nacional do Idoso (PNI), Siguridade Social,
documentos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e da Lei Orgânica de
Assistência Social (LOAS), bem como das vivências no campo de estágio. Para efetivar
análise e discussão dos resultados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, o que
possibilitou reconhecer a importância do BPC para idosos. Vale destacar, que ao longo do
desenvolvimento da pesquisa houve a necessidade de ajustes, por causa da pandemia do
coronavirus e também da publicação da Lei 13.981/2020, a qual ampliou o valor da renda
familiar per capita dos pretensos beneficiários do BPC.
PALAVRAS-CHAVE: Assistência Social; Benefício de Prestação Continuada (BPC);
Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) José Ferreira Lima Filho; Idoso.
8
RESUME
This Course Conclusion Paper (TCC) has as its theme: The Importance of the
Continuous Benefit Benefit (BPC) for the Elderly at CRAS José Ferreira Lima Filho,
this theme emerged from the supervised internship processes in Social Work experienced
as a training stage curriculum to obtain the title of Bachelor of Social Work whose
attribution has an interventionist nature, thanks to the multidisciplinary training of Human
and Social Sciences, these steps took place in the Reference Center for Social Assistance
(CRAS) José Ferreira Lima Filho located in the city of Serra Preta - BA, provided me with
a reflection of knowing about the Continuous Benefit Benefit (BPC) for the elderly. The
right to the Continuous Installment Benefit (BPC) at the national level is fragile, not being
easily accessible to those who need it, although it is of paramount importance for the
population less financially favored. It is known that the Continuous Benefit Benefit (BPC)
occurs through the Social Assistance Reference Center (CRAS) through Social Assistance,
where it provides referrals and counseling services to users. In addition, the general
objective of this work is to: Analyze the importance of the Continuous Benefit Benefit (BPC)
for the elderly at CRAS José Ferreira Lima Filho and the specifics were: Research on the
Benefit of Continuous Provision (BPC) for the Elderly; Know the Social Service at CRAS;
Reflect the role of the Social Worker in the inclusion and guarantee of the rights of the
elderly. The methodology took place through the collection of qualitative descriptive data,
based on books and scientific articles, such as: Federal Constitution, National Policy of
Social Assistance (PNAS), Statute of the Elderly, National Policy of the Elderly (PNI),
Social Sigurity, documents the Single Social Assistance System (SUAS) and the Organic
Social Assistance Law (LOAS), as well as experiences in the internship field. To carry out
analysis and discussion of the results, the content analysis technique was used, which
made it possible to recognize the importance of BPC forthe elderly. It is worth noting that,
throughout the development of the research, there was a need for adjustments, due to the
coronavirus pandemic and also the publication of Law 13,981 / 2020, which increased the
value of the per capita family income of the alleged beneficiaries of the BPC.
KEYWORDS: Social Assistance; Continuous Installment Benefit (BPC); Reference Center
for Social Assistance (CRAS) José Ferreira Lima Filho; Old man.
9
LISTAS DE SIGLAS E ABREVEATURAS
BA - Bahia
BPC - Benefício de Prestação Continuada
CADÚNICO - Cadrasto Único
CEAS - Centro de Estudos e Ação Social
CF/88 - Constituição Federal de 1988
CFESS - Conselho Federal de Serviço Social
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social
CONGEMAS - Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Assistência Social
CRAS - Centro de Referência de Assistência Social
CRESS - Conselho Regional de Serviço Social
DATAPREV - Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social
ex-MBES - extinto Ministério do Bem-Estar Social
FNAS - Fundo Nacional de Assistência Social
G1 - Globo em 1 minuto
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IFI - Instituição Fiscal Independente
INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor
INSS - Instituto Nacional de Seguro Social
LBA - Legião Brasileira de Assistência
LOAS - Lei Orgânica de Assistência Social
MC - Ministério da Cidadania
NOB/SUAS - Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social
ONU - Organização das Nações Unidas
PAIF - Serviço de Proteção e Atendimento Integral á Família
PBF - Programa Bolsa Família
PIB - Produto Interno Bruto
PL - Projeto de Lei
PNAS - Política Nacional de Assistência Social
PSB - Proteção Social Básica
RH/SUAS - Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social
SEAS - Secretaria Estadual de Assistência Social
10
STF - Supremo Tribunal Federal
SMAS - Secretaria Municipal de Assistência Social
SUAS - Sistema Único de Assistência Social
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
TCU - Tribunal de Contas da União
UNIASSELVI - Centro Universitário Leonardo da Vinci
UOL - Universo Online
11
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 - Total de Idosos Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) no
Município de Janeiro á Março de 2020...............................................................................51
FIGURA 2 - Quantidade de Idosos Extremamente Pobres no Município Censo IBGE,
2010....................................................................................................................................51
FIGURA 3 - Famílias em Situação de Extrema Probreza no Município Março de 2020....52
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................14
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA.........................................................................................16
2.1 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS)........................................16
2.1.1 O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) José Ferreira Lima Filho.....18
2.1.2 Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos............................................23
3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL...........33
3.1 O PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL..................................................................33
3.1 O SERVIÇO SOCIAL NO CRAS..................................................................................35
3.1.1 A atuação do Assistente Social no Centro de Referência da Assistencial Social
(CRAS)................................................................................................................................36
3.1.2 A Proteção Social Básica da Assistência Social........................................................40
4 JUSTIFICATIVA..............................................................................................................42
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA NO CAMPO DE ESTÁGIO...................................42
5 OBJETIVOS DA PESQUISA..........................................................................................44
5.1 OBJETIVO GERAL.......................................................................................................44
5.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.............................................................................................44
6 METODOLOGIA DE PESQUISA....................................................................................45
7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA.........................................................................49
7.1. APRESENTAÇÃO DOS DADOS.................................................................................53
7.2. ANÁLISE DOS DADOS...............................................................................................56
7.3. RESULTADOS.............................................................................................................57
7.4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..............................................................................59
8 CONCLUSÕES...............................................................................................................60
REFERÊNCIA.....................................................................................................................62
APÊNDICES.......................................................................................................................66
APÊNDICE A - Entrega de Convites..................................................................................66
APÊNDICE B - Entrega de Folders....................................................................................67
APÊNDICE C - Listas de Presença....................................................................................68
ANEXOS.............................................................................................................................72
ANEXO A - Entrega de Convite para o público do Projeto de Intervenção........................72
ANEXO B - Apresentação do Projeto de Intervenção para a equipe técnica da
instituição............................................................................................................................73
13
ANEXO C - Apresentação do Projeto de Intervenção para o público.................................73
14
1 INTRODUÇÃO
Este presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) resume a experiência
vivenciada no campo de estágio instituindo as Diretrizes Curriculares exigidas para o
Curso de Bacharelado em Serviço Social do Centro Universitário Leonardo da Vinci -
UNIASSELVI, do Estágio Curricular Supervisionado e Obrigatório, com carga horária de
450 horas, cuja atribuição tem cunho interventivo, graças à formação multidisciplinar das
Ciências Humanas e Sociais. O estágio foi realizado no Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS) José Ferreira Lima Filho, Inaugurado em 2018, originalmente
chamado de CRAS de Serra Preta, fundada em Novembro de 2003, atualmente
localizado na Rua Quixaba, Nº 286 - Loteamento Novo Bravo, Bravo, Serra Preta - BA.
Nesta direção, emergiu sua elaboração a partir das atividades complementares e
vivências de estagio, compreendendo que o Serviço Social segundo afirma Joazeiro
(2002),
é uma profissão de nível superior que tem um caráter interventivo, profissão essa que
foi regulamentada em 1957. O Assistente Social é considerado profissional liberal, sua
formação possui natureza técnico científica e contitui-se em uma de suas prerrogativas
supervisionar profissionais e alunos em trabalhos técnicos práticos de Serviço Social. A
regulamentação da profissão e as legislações que se sucederam mantiveram o estatuto
de obrigatoriedade dos saberes disciplinares, do estágio supervisionado e do trabalho
de conclusão de curso e constituíram-se uma marca no decorrer da história da profissão
no Brasil, (pág.3).
Paratanto, definiu-se como tema do trabalho: A Importância do Benefício de
Prestação Continuada (BPC) para Idosos no CRAS José Ferreira Lima Filho.
Neste contexto, haja vista que o número de idosos vem crescendo a cada dia mais
em nosso país, diante dessa nova realidade, fica maior a necessidade de um benefício
para suas condições de vida no que se refere a garantia de direitos. O que garante ao
idoso, pelo Estatuto do Idoso, Política Nacional do Idoso e a Política Nacional de
Assistência Social, mas a maioria deles não procuram seus direitos, algumas vezes por
falta de conhecimento ou também pelos próprios familiares, que não preocupa-se em está
intervindo junto ao idoso na busca desse direito. Faz-se necessário a orientação e
conscientização da comunidade idosa e dos seus familiares quanto a esse direito.
Desta forma, irei enfatizar como é importante ter o Benefício de Prestação
Continuada na vida do idoso que garantem uma melhor qualidade de vida. O CRAS por
meio da Assistência Social sendo a porta de entrada para atendê-los. Com orientações e
encaminhamentos, afim de ter o melhor acesso aos seus direitos.
15
Foi o objetivo geral: Analisar a importância do Benefício de Prestação Continuada
(BPC) para idosos no CRAS José Ferreira Lima Filho.
Foram objetivos específicos: Pesquisar sobre o Benefício de Prestação Continuada
(BPC) para Idosos; Conhecer o Serviço Social no CRAS; Refletir a atuação do Assistente
Social na inclusão e garantia de direito do idoso.
A metodologia utilizada no Trabalho de Conclusão de Curso cujo tema é A
Importância do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos no CRAS
José Ferreira Lima Filho, foi utilizada a fonte de pesquisa documental e das vivências no
campo de estágio, como método qualitativa descritiva, que através da minha observação
conseguir entender como é importante o BPC na vida dos idosos tanto na condição de ter
uma vida digna como no acesso a garantia de direito.
16
2. APRESENTAÇÃO DO TEMA
O tema A Importância do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para
Idosos no CRAS José Ferreira Lima Filho se deu por meio da vivências e das
observações no campo de estágio, dos serviços ofertados da política de assistência social,
fazendo a divulgação do benefício, a identificação dos idosos com perfil para o
recebimento do benefício, orientação sobre critérios, e o encaminhamento, objetivos e
dinâmica do benefício, bem como a isenção do beneficiário e sua família no Cadastro
Único, nos serviços da política de assistência social e de outras políticas públicas.
2.1 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS)
Após Contituição Federal de 1988, pela primeira vez na história brasileira, a
Assistencia Social passa a ser reconhecida como direito, e vem buscando afirmar-se no
conjunto das políticas públicas.
Desta maneira, para regulamentar os avanços alcançados na Constituição Federal
de 88 tornou-se imprescindível a aprovação de leis orgânicas. A luta para a aprovação
dessas leis exigiu um complexo procedimento de organização dos princípios
preconizados na CF/88.
Neste sentido, Yasbek (2004) afirma que,
A Constituição e depois a Lei Orgânica da Assistência criam para a assistência social
uma nova matriz − eu tenho chamado assim − que permite a passagem da assistência
social para um campo novo, o campo do direito, o campo da universalização dos
acessos, da responsabilidade do Estado perante as questões da pobreza e da exclusão,
o campo da política pública. É um trânsito difícil: o trânsito das práticas de
benemerência, filantrópicas, assistencialistas, para o campo das políticas públicas. A
inserção da assistência social na Seguridade traz para essa política uma nova
visibilidade, uma nova inserção, trazendo-a para o campo da proteção social (p. 21).
Nesta direção, a Assistência Social passa a fazer parte da Seguridade Social e é
regulamentada em 1993 pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), como uma
política social pública, ou seja, passa a ser tratada no campo dos direitos, sob a
responsabilidade do Estado como está preconizada pela CF/88 no Artigo 203,
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente
de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à
maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e
adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a
habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal
à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de
prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei
(BRASIL, 2006, p. 19 ).
17
Desta forma, pela primeira vez na história brasileira o Estado reconhece como
direito de proteção social não só os trabalhadores, mas também as pessoas que não
contribuem para a Previdência Social (BRASIL, 2009). De acordo com as ideias de
Yasbek (2004) a LOAS cria Conselhos Municipais, Estaduais e o Conselho Nacional de
Assistência Social, órgãos paritários com representação do governo e da sociedade, com
a presença dos trabalhadores do setor da assistência social e dos seus usuários, uma
mudança substantiva na concepção da assistência social, sendo uma definição legal que
permite o trânsito da assistência social do assistencialismo, do clientelismo de sua
tradição de não política para o campo da política pública de direitos.
A efetivação da proposta trazida pela LOAS é peça chave para um embate entre
Estado e Sociedade Civil neste contexto, foram necessários mais de dez anos até a
aprovação da nova Política de Nacional de Assistência Social (PNAS) e do Sistema Único
de Assistência Social (SUAS), peças fundamentais no processo de implementação da
Assistência Social (COUTO, 2010). Deste modo:
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), aprovada em 2004 pelo Conselho
Nacional de Assistência Social (CNAS), tomou-se um marco na história da Assistência
Social no país e constituiu-se em um grande reordenamento institucional da assistência
social como uma política não contributiva que prevê os mínimos sociais básicos na
perspectiva da seguridade social (BRASIL, 2004, p. 13).
A LOAS exige que todos os procedimentos da Assistência Social devam ser
realizados com o intuito de garantir a cidadania sob vigilância do Estado, visando a
universalização da cobertura e a garantia de direitos e acesso para serviços, programas e
projetos para quem deles necessitar. (BRASIL, 2009).
Neste contexto, verifica-se que a descentralização político-administrativa, a
territorialização e o controle social, se constituem enquanto bases organizacionais do
SUAS, em conjunto com a matricialidade sócio-familiar; as novas bases para a relação
entre Estado e sociedade civil; o financiamento; o desafio da participação popular/cidadão
usuário; a política de recursos humanos; e a informação, o monitoramento e a avaliação
(BRASIL, 2004).
Neste sentido, Couto (2010) e colaboradores afirmam que:
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) introduz uma concepção de sistema
orgânico em que a articulação entre as três esferas de governo constitui-se em
elemento fundamental. Desde a LOAS, previa-se a política de assistência social
articulada entre as esferas municipal, estadual e federal. Essa articulação, embora
pensada, resultou em arranjos organizacionais pouco consistentes e em transferência
de responsabilidades. [...] A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e o SUAS,
em especial no seu modo de gestão, repõem a necessidade de enfrentar o desafio de
dar materialidade à política, conforme os preceitos da LOAS. Uma das questões básicas
apontadas pelo SUAS refere-se à retomada da centralidade do Estado na garantia da
18
existência de serviços estatais como articuladores do serviços socioassistenciais
necessários (p.39).
Nesta perspectiva, a Política Nacionalde Assistência Social (PNAS) de 2004 afirma
que a proteção social deve afiançar segurança; de sobrevivência, de rendimento, de
autonomia, acolhida, convívio, de vivência familiar (BRASIL, 2004).
Nesta direção, a PNAS situa a Assistência Social como Proteção não contributiva,
apontando para a realização de ações direcionadas para proteger os cidadãos contra
riscos sociais inerentes aos ciclos de vida e para o atendimento de necessidades
individuais ou sociais.
Desta maneira, Couto (2010) e colaboradores explicam que a Proteção Social a ser
ofertada pela Assistência Social, é apresentada em dois níveis de atenção: Proteção
Social Básica e Proteção Social Especial (de alta e média complexidade).
A proteção social básica tem como objetivos prevenir situações de risco por meio
do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos
familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de
vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou
nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos –
relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por
deficiências, dentre outras) (PNAS, 2004).
No tocante a Proteção Básica a realização dessas atenções se concretiza nos
Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) (BRASIL, 2008).
2.1.1 O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) José Ferreira Lima Filho
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) José Ferreira Lima Filho foi
inaugurado em 2018, originalmente chamado de CRAS de Serra Preta, fundada em
Novembro de 2003, localizado no Loteamento Novo Bravo, Nº 286, Bravo, Serra Preta -
BA., é uma instituição pública do Sistema Único de Assitência Social (SUAS).
O CRAS, também denominado Casa das Famílias, é um equipamento estatal de
base territorial, localizado em uma área de vulnerabilidade social, com a finalidade de
organizar, coordenar e executar os serviços de proteção social básica da política
assistencial do Serviço de Proteção e Atendimento Integral á Família (PAIF).
O equipamento não possui sede própria, funciona em um local alugado. Este
CRAS abrange todo o municipio, descentralizada da política de assistência social que
atende famílias e indivíduos que vivem em situação de vulnerabilidade social, negligência
19
familiar e psicológicas, fagilização de vínculos, probreza e risco social, responsável pela
oferta de serviços da proteção social básica, atendimento social, seviços para pessoas
com deficiência, idosos e suas famílias, serviço de proteção social a crianças e
adolescentes com medidas sócio educativas e de proteção de serviços a comunidade
com garantias de direitos para pessoas de baixa renda, desenvolve atividades
prioritariamente voltadas para as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família e do
Benefício de Prestação Continuada (BPC). Seus serviços são desenvolvidos através de
programas, projetos sociais, orientação e encaminhamento a população, para serviços
disponíveis em rede pública, promovendo o acesso aos direitos sociassistenciais. Articula-
se com outras redes como saúde e educação, devendo promover a economia solidária e
prestar serviços.
O ambiente físico e acolhedor oferece o espaço suficiente para ofertar os serviços
e atendimentos familiar, individual e grupos estando em condições de sigilo e privacidade.
O espaço dispõe também iluminação, ventilação e conservação e boas condições de
limpeza.
É estabelecido para um equipamento de pequeno porte. Foi escolhido o Distrito do
Bravo, como o local de funcionamento devido a localização do munícipio. O Bravo é o
centro comecial, a localidade de maior número de habitantes (aproximadamente 6.000)
com aproximadamente 17 mil de habitantes. O CRAS atende, as condições para proteção
social básica (acolhida, convívio ou convivência familiar e comunitária).
O CRAS José Ferreira Lima Filho tem por objetivo e finalidade atender famílias e
fortalecer os vínculos, fortalecer a convivência comunitária, fazer encaminhamento
estimular a geração de renda familiar, inserir os indivíduos nos programas, projetos e
benefícios da rede de proteção social básica. Além de orientar e fazer o acolhimento
psicossocial a quem dela necessitar, conta também com garantias de direitos
socioassistenciais, acompanhamentos, grupos de convivência e acões socioeducativas.
Os locais que mais se tem uma atenção especial é: Rua do Tanque Velho, Rua
Liberalino Sales Gadelha e Rua Coronel João Reis (Serra Preta - Sede). Rua Jamaica,
Vila Bravinho, Rua do Norte, Loteamento Recanto da Únião, Loteamento Nova
Descobrerta, Loteamento Galdino, Rua Ipirá e Rua Portelinha (Distrito de Bravo). Rua da
Fraternidade, Rua Simão Bispo, Rua José Romão e Loteamento Belarmino Moraes de
Cerqueira (Distrito de Pronto de Serra Preta). A secretaria de Assistencia Social
acompanha, através do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), atendendo
20
essas familias e encaminhando para rede socioassistencial do município ou em parceria
com outros municípios como Ipirá ou Feira de Santana.
Dentro do equipamento atende (aproximadamente 400) famílias, são atendidas
famílias vulneravéis socieconômica, pessoas com fragilidade emocional,
encaminhamentos intersetoriais, pela rede assistencial de outras políticas públicas,
acompanhamento Bolsa Família e BPC, aquisição de Passe Livre e benefícios eventuais.
Outros serviços que são ofertados como Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para
famílias que vivem com difuldades alimentar, Auxílio Aluguel Social que é concedido a
pessoas que apresente não ter como custear uma moradia, Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos (SCFV) desenvolvidos para crianças e adolescentes com
medidas socioeducativas entre grupos de jogos como futebol e capoeira, Curso de Pintura
e Crochê, tem como objetivo gerar fontes de renda as famílias com focos nos idosos e
pessoas com deficiências, entre outros.
Os serviços ofertados buscam oferecer um local de acolhida onde se possa
reconstruir laços efetivos e vínculos. O intuito é o fortalecimento para superação da
situação apresentada, é importante propiciar espaços e oportunidades de escuta e
reflexão bem como encaminhamentos para sua inclusão vivída muitas vezes relacionadas
dentro de outros aspectos, a falta de acesso a serviços e direitos assegurados nas
normativas vigentes. O usuário tem o direito de ser informado sobre as normas de
funcionamento do equipamento, os procedimentos que possam ser adotados ao longo do
acompanhamento, deve
 se também fornecer informações necessárias sobre os
benefícios, serviços, competências e atribuições de cada órgão de rede, bem como as
formas de acessar os mesmos.
O equipamento CRAS José Ferreira Lima Filho funciona de segunda a sexta-feira,
das 08:00 horas da manhã ás 17:00 horas da tarde. A estrutura oferece uma recepção,
uma sala administrativa, uma sala de atendimento, uma copa, um almoxarifado e dois
banheiros. O equipamento conta com um quadro profissional composto por 19
funcionários sendo: 04 Técnicos de Nível Superior que são 01 Coordenador Assistente
Social/Coordenador do SCFV, 01 Psicológa, 01 Assistente Social, 01
Pedagoga/Coordenadora do Criança Feliz e 15 de Nível Médio sendo 03 Orientadora
Social do Criança Feliz, 01 Motorista, 01 Agente de Serviços Gerais, 10 Orientadores
Sociais SCFV.
21
Equanto observado pelo viés política pública de proteção social, o equipamento
realiza projetos, elabora convites e folders com o objetivo de divulgar o projeto para a
demanda assistida. Nesse projeto existem elaboração de palestras que abordam
assuntos como, garatias de direitos, inclusão social, prevenção e enfrentamento da
violência contra crianças e adolescentes, participação efetiva e comunicação social entre
outros assuntos que julguem carecer de compreensão social. As políticas de
desenvovimento que abrange são: atendimento social, entrevista,escuta social,
acolhimentos e encaminhamentos á idosos, crianças, adolescentes pessoas com
deficiência e seus familiares, acompanhamentos psicossocial e visitas domiciliares.
A natureza da atenção ofertada pelo CRAS é o caráter público da instituição
implicam na composição da equipe de trabalho por ser formada de servidores públicos
efetivos. O assistente social, para exercer o trabalho com máxima eficácia, é importante
que o equipamento se localize no centro de uma região de carência e vulnerabilidade.
O instrumento social na instituição exige do técnico competências para desenvolver
suas capacidades. O assistente social deve estar registrado no conselho regional, e ter
conhecimento do código de ética e das leis que regem o profissional dentro do exercício
de suas funções.
Os intrumentos técnico-operativos utilizados pelo assistente social são: folha de
produção diária, conversa informais, documentação, fóruns, conferências, reunião,
observação, entrevistas, fichas de cadrasto, encaminhamentos, registros,
acompanhamento social, relatórios de visitas domiciliares.
Quanto ás atribuições do assistente social deve coordenar, elaborar, executar,
supevisionar e avaliar estudos, pesquisas e projetos na área de Serviço Social; prestar
informações e elaborar pareceres na área de atuação do Serviço Social; planejar,
executar atividades sócio-educativas; estabelecer parcerias e contatos instucionais; atuar
como facilitadora de processos de formação de lideranças e organização comunitária;
realizar reuniões e palestras na área de atuação do Serviço Social; elaborar relatórios
técnicos e analíticos; treinar, avaliar, supervisionar e orientar estagiários de Serviço Social.
O CRAS tem como objetivo ser uma referência local de assistência social e
concretizar os direitos socioassistenciais, ofertado e coordenando, em rede, as ações que
previnam situações de risco social, por meio do desenvolvimento de potencialidades e do
fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Organiza a vigilância social e sua
22
área de abrangência por meio da produção e sistematização de informações que
possibilitem a elaboração de indicadores e índices territorializados, das situações de
vulnerabilidade e riscos que incidem sobre pessoas e famílias, nos diferentes ciclos da
vida (crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos).
Sua finalidade é assegurar as condições fundamentais mínimas para que esses
sujeitos sociais desenvolvam capacidades, superando a situação de vulnerabilidades
social, a médio e a longo prazo. Tem por pressuposto que a situação de exclusão social
seja a condição objetiva que aumente a probabilidade de ocorrência de violação dos
direitos sociais. Seus destinatários são as famílias, seus membros e indivíduos, em seu
contexto comunitário, visando a orientação e o convívio sociofamiliar e comunitário. Seu
objetivo maior é potencializar a família como unidade de referência, fortalecendo seus
vínculos internos e externos de solidariedade, promovendo seus membros e
possibilitando ações intersetoriais que visem á sustentabilidade, de modo que rompam o
ciclo de reprodução intergeracional da pobreza e evitem que as famílias, seus membros e
indivíduos tenham seus direitos violados, recaído em situações de risco.
Nós termos da Resolução n. 145/2004 - PNAS,
é responsável pela oferta de serviços e pelo desenvolvimento de programas de atenção
integral, destinados a essa população. Realiza também o mapeamento, a organização
da rede de proteção social local (por meio de parcerias e intersetorialidade) e a inserção
nós serviços de retaguarda da assistência e das demais políticas públicas e sociais.
Deve dispor de um serviço de informação e de orientação (como o CadÚnico: cadrasto
de beneficiários potenciais do PBF) e realizar os encaminhamentos e respectivos
acompanhamentos. Depende, para tanto, de uma equipe técnica multiprofissional - NOB
RH/SUAS (coordenador, assistentes sociais, psicólogos, auxiliares administrativos e
estagiários - e de repasses de recursos federais e estaduais aos municípios, assim
como de previsões orçamentárias destes últimos, por meio dos respectivos fundos
(LOAS).
O CRAS, em resumo, desenvolve as seguintes ações principais junto á população
em situação de risco:
 apoio social ás famílias;
 fortalecimento dos vínculos intrafamiliares;
 fortalecimento da convivência comunitária e de desenvolvimento do sentindo
de pertencimento às redes microterritoriais;
 informação, orientação e encaminhamento, com os respectivos
acompanhamentos;
23
 implementação dos serviços, programas, projetos e benefícios da rede de
proteção social básica e especial da assistência e demais políticas públicas e
sociais e dos usuários e beneficiários.
Nesta direção, a Política Nacional de Assistência Social (2004) prevê a organização
do Sistema único de Assistência Social (SUAS) como uma política de proteção social que
junto com outras políticas sociais busca garantir os direitos e condições dignas de vida
para a população.
2.1.2 Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Idosos
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um benefício de renda no valor de
um salário mínimo para pessoas com deficiência de qualquer idade, que apresentam
impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial e que,
por isso, apresentam dificuldades para a participação e interação plena na sociedade, ou
para idosos com idade de 65 anos ou mais. Para a concessão deste benefício, é exigido
que a renda familiar mensal seja de até ½ de salário mínimo por pessoa. Neste sentido, o
BPC é um recurso destinado aos cidadãos brasileiros que estejam de acordo com as
exigências requeridas pela lei, que a família não possua condições para suprir as
necessidades básicas do requerente. “Todas as pessoas extremamente pobres acima de
65 anos de idade, deficientes ou não, são elegíveis ao benefício” (BRASIL, 2019).
Vale ressaltar que a expectativa de vida do brasileiro vem crescendo, segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com seus dados
de 2018, o brasileiro vive em média 76,3 anos (BRASIL, 2019). Porém, muitos desses
idosos não tiveram condições financeiras planejar sua sobrevivência na velhice através de
contribuição com a Previdência e com as intercorrências da idade avançada não têm
condições de trabalhar, na maioria dos casos esse idoso é membro de uma família que
também não dispõem de recursos ou de um trabalho que lhes permita viver dignamente,
nessa condição resta ao Estado intervir por meios de políticas sociais de distribuição de
renda que permita a sua sobrevivência.
O Beneficio de Prestação Continuada (BPC) é um programa assistencial criado em
Janeiro de 1996, cuja operacionalização incumbe ao Instituto Nacional de Seguro Social
(INSS), que atua sob a coordenação do Ministério da Cidadania (MC). Este programa foi
instituído em consonância com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 203, que
estabeleceu no titulo VIII - da Ordem Social - Capitulo II da Seguridade Social e Seção IV
da Assistência Social.
24
A lei nº 8.742, de 1993, conhecida como Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS),
regulamenta os artigos 203 e 204 da Constituição Federal de 1988, como os responsáveis
pela prestação da assistência social, seus objetivos, dos benefícios assistenciais e do
perfil dos seus beneficiários. Distinguindo-se assim as funções da LOAS que são:
assegurar que o disposto na Constituição seja transformado em direito real; definir,
detalhar e explicitar a natureza, o significado e o campo de abrangência da assistência
social no âmbito da seguridade social, sua competência, organização e destinação dos
recursos.
Dessa forma, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um direito garantido
pela Constituição Federal de 1988 e consiste no pagamento de um salário mínimo mensal
a pessoas com 65 anos de idade ou mais que não tenha meio de provê sua própria
manutenção ou de tê-la providapor sua família. Se o idoso já recebe pensão por morte,
não poderá receber o benefício assistencial. Esta restrição, aliás, evidencia que não tem
natureza meramente complementar da renda familiar. Conforme o Estatuto do Idoso Lei
10.741, de 1º de outubro de 2003:
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 anos (sessenta e cinco) anos, que não possuam
meios para prover sua susistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo nos termos da Lei Orgânica da Assistência
Social - LOAS. (Vide Decreto n° 6.214, de 2017).
Paragráfo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do
caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se
refere a LOAS.
Nesse sentido, todo idoso deve ter acesso ás políticas públicas sociais, cumprindo
o preceito constitucional de garantia do combate á fome e a miséria de modo a promover
a diminuição das dificuldades enfrentadas pelos idosos de baixa renda contribuindo assim
para o avanço da sua cidadania. O Estatuto do Idoso, art. 33. A assistência social aos
idosos será prestada, de forma articulada conforme os princípios e diretrizes previstos na
Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de
Saúde e Demais normas pertinentes.
Diante disso, os direitos dos idosos têm por fundamento o art. 230 da Constituição
Federal, que declara:
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas,
assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e
garantindo-lhes o direito á vida.
Entretanto, somente com a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social
(LOAS) Lei n° 8.742, de 07 Dezembro de 1993. (Atualizado - Lei 13.982, de 23 de Março
25
de 2020), ficou explicitado como esse beneficio seria operacionalizado e concedido, da
seguinte forma:
Art. 20° O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal
à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por
sua família. (Redação dada pela Lei n° 12.435, de 2011) (Vide Lei n° 13.985, de 2020);
§ 1° Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo requerente, o
cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto,
os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que
vivam sob o mesmo teto. (Redação dada pela Lei n° 12.435, de 2011); [...]; § 3°
Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a
família cuja renda mensal per capita seja: (Redação dada pela Lei n° 13.146, de 2015)
(Vigência); I - igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo, até 31 de dezembro
de 2020; (incluído pela Lei n° 13.982, de 2020); § 4° O benefício de que trata este artigo
não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade
social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão especial de
natureza indenizatória. (Redação dada pela Lei n° 12.435, de 2011); § 5° A condição de
acolhimento em instituições de longa permanência não prejudica o direito do idoso ou
da pessoa com deficiência ao benefício de prestação continuada. (Redação dada pela
Lei n° 12.435, de 2011); [...]; § 7° Na hipótese de não existirem serviços no município de
residência do beneficiário, fica assegurado, na forma prevista em regulamento, o seu
encaminhamento ao município mais próximo que contar com tal estrutura. (incluído pela
Lei n° 9.720, de 30.11.1998); § 8° A renda familiar mensal a que se refere o § 3° deverá
ser declarado pelo requerente ou seu representante legal, sujeitando-se aos demais
procedimentos previstos no regulamento para o deferimento do pedido. (Incluído pela
Lei n° 9.720, de 30.11.1998); [...]; § 11° Para concessão do benefício de que trata o
caput deste artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da condição de
miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme regulamento.
(Incluído pela Lei n° 13.146, de 2015) (Vigência); § 12. São requisitos para a concessão,
a manutenção e a revisão do benefício as inscrições no Cadrasto de Pessoas Físicas
(CPF) e no Cadrasto Único para Programas Sociais do Governo Federal - Cadrasto
Único, conforme previsto em regulamento. (Incluído pela Lei n° 13.982, de 2020); § 14.
O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de 1 (um)
salário-mínimo concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade ou
pessoa com deficiência não será computado, para fins de concessão do benefício de
prestação continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família, no
cálculo da renda a que se refere o § 3° deste artigo. (Incluído pela Lei n° 13.982, de
2020); § 15. O benefício de prestação continuada será devido a mais de um membro da
mesma família enquanto atendidos os requisitos exigidos pela Lei. (Incluído pela Lei n°
13.982, de 2020)
Art. 20-A. Em razão do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto
Legislativo n° 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de
importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), o critério aferição da
renda familiar mensal per capitã previsto no inciso I do § 3° do art. 20 poderá ser
ampliado para até 1/2 (meio) salário-mínino. (Incluído pela Lei n° 13.982, de 2020): § 1°
A ampliação de que trata o caput ocorrerá na forma de escalas graduais, definidas em
regulamento, de acordo com os seguintes fatores, combinados entre si ou isoladamente:
(Incluído pela Lei n° 13.982, de 2020); [...]; III - as circunstâncias pessoais e ambientes e
os fatores socioeconômicos e familiares que podem reduzir a funcionalidade e a plena
participação social da pessoa com deficiência candidata ou do idoso; (Incluído pela Lei
n° 13.982, de 2020); IV - o comprometimento do orçamento do núcleo familiar de que
trata o § 3° do art. 20 exclusivamente com gastos com tratamentos de saúde, médicos,
fraldas, alimentos especiais e medicamentos do idoso ou da pessoa com deficiência não
disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou com serviços
não prestados pelo Serviço Único de Assistência Social (Suas), desde que
comprovadamente necessários á preservação da saúde e da vida. (Incluído pela Lei n°
13.982, de 2020); [...]; § 4° O valor referente ao comprometimento do orçamento do
núcleo familiar com os gastos com tratamentos de saúde, médicos, fraldas, alimentos
especiais e medicamentos do idoso ou da pessoa com deficiência, de que trata o inciso
IV do § 1° deste artigo, será definido pelo Instituto Nacional do Seguro Social, a partir de
26
valores médios dos gastos realizados pelas famílias exclusivamente com essas
finalidades, conforme critérios definidos em regulamento, facultada ao interessado a
possibilidade de comprovação, nós termos do referindo regulamento, de que os gastos
efetivos ultrapassam os valores médios. (Incluído pela Lei n° 13.982, de 2020)
Art. 21° O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (anos) para
avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem. (Vide Lei n° 9.720, de
30.11.1998); § 1° O pagamento do benefício cessa no momento em que forem
superados; § 2° O benefício de será cancelado quando se constatar irregularidade na
sua concessão ou utilização.
Vale ressaltar, que o BPC veio substituir, em parte, o antigo benefício
previdenciário da renda mensal vitalícia, que era pago a idosos carentes com 70 anos de
idade (Lei n. 6.179/1974, extinta a partir de janeiro de 1996). A Medida Provisória n. 1.259,
de 12/01/1996, alterou a LOAS, regulando sobre o BPC e sua transferência da
presidência social para a assistência social.
Segundo o art. 203 da Constituição Federal e o art. 20 da LOAS, têm direito de
receber o BPC os brasileiros (inclusive neutralizados, com domicílio no país). O idoso,
conceituação originária do (art. 20).
Como Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003), foi mais amplamente concedido.
Em seu art. 34, passou a assegurá-lo ao carente com 65 ou mais anos de idade, sendo
que o benefício, concedido a qualquer membro de sua família, não será computado para
cálculo da renda familiar per capita.
Foi inicialmente concedido pelo ex-MBES, mediante regulamento (art. 35), que
definia os critérios de concessão. A partir de 01/01/1996 passou a ser pago com recursos
do FNAS, por força do Decreto n. 1.744, de 08/12/1995.
Foi regulamentado pelos Decretos n. 4.712, de 29/05/2003, n. 6.214, de
26/09/2007 (que o integrou ao SUAS), e n. 6.564, de 12/09/2008, explicitando os
seguintes requisitos de aquisição, pela pessoa idosa:
 ter 65 anos de idade, no mínimo;
 ser carente, isto é, não ter renda pessoal ou familiar inferior a ¼ do salário
mínimo, declarar por meio do formulário;
 não estar recebendo benefício no âmbito da seguridade social ou de outro
regime, nacional ou estrangeiro, salvo assistência médica ou pensão especial
de natureza indenizatória.
 não ter atividade remunerada;
27
 não ter meios de prover a própria subsistência ou por sua família.
Dessa maneira, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um Benefício da
Assistência Social, que intrega a proteção social básica no âmbito do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS) e para acessá-lo não é necessário ter contribuido com a
previdência social.
Sua gestão (acompanhamento, avaliação, regulamentação e coordenação geral)
compete ao Ministério da Cidadania, integrado ao Sistema Único de Assistência Social,
visando inseri-lo nós programas e serviços de assistência social e demais políticas (art. 11
da LOAS), segundo os critérios do Programa Nacional de Monitoramento e Avaliação do
Benefício de Prestação Continuada. Por meio de convênio, o Ministério da Cidadania
repassa recursos do Fundo Nacional de Assistência Social ao Instituto Nacional de
Seguro Social, o qual operacionaliza a concessão e o pagamento aos beneficiários, com
cartão magnético.
A responsabilidade pelo pagamento benefício compete, portanto, á União Federal
(Ministério da Cidadania e Fundo Nacional de Assistência Social); e ao INSS, os
procedimentos administrativos para sua concessão ou indeferimento. A responsabilidade
desta autarquia limita-se, assim, á prestação do serviço e, por consequência, ao eventual
ressarcimento de danos administrativos.
Esse benefício é pago diretamente ao beneficiário, mensalmente, enquanto existir
as condições aquisitivas do direito. Por isso, pode ser definitivo ou temporário.
Seu valor é de um salário mínimo mensal, sem desconto da contribuição
previdenciária e sem abono anual (13° salário). Não sofre qualquer incidência tributária e
não pode ser acumulado com benefício previdenciário (aposentadoria). Porém, pode ser
recebido por mais de um membro de uma mesma família.
Nos termos do Decreto n. 4.360, de 05/09/2002, é intransferível, não gerando
direito á pensão; mas o respectivos valores, inclusive eventual resíduo, não recebidos em
vida, pelo beneficiário, deverão ser pagos aos herdeiros pelo INSS.
O limite de ¼ da renda familiar referido é apurado dividindo-se a renda bruta
familiar, mensal, pelo número dos respectivos integrantes. Considera-se renda todo e
qualquer ingresso de valores pecuniários, como salários, proventos, pensões
previdenciárias ou alimentícias, benefícios de previdência pública ou privada, comissões,
28
pró-labore, outros rendimentos de trabalho não assalariado, rendimentos do mercado
informal ou autônomo, redimentos de patrimônio, renda mensal vitalícia e Beneficio de
Prestação Continuada, exceto quando se aplica a concessão do BPC a outro idoso da
mesma família conforme previsto no Estatuto do Idoso no paragrafo único do artigo 34 da
Lei 10.741 de 2003.
São também excluídos os benefícios médico-assistenciais e o BPC, se recebido por
idoso, as rendas provenientes de outros benefícios já concedidos por idade não se
incluem na apuração da renda bruta familiar.
Já o conceito de família para a apuração da renda, a Lei n. 9.720, de 30/11/1998,
passa ser considerado por critérios previdenciários como o conjunto das pessoas
elencadas pelo art. 16 da Lei n. 8.213, de 24/07/1991, desde que vivam sob o mesmo teto.
O Decreto n. 6.214/2007 especificou o conceito definindo-o como o conjunto de
pessoas que vivem sob o mesmo teto, o beneficiário, o cônjuge, o(a) companheiro (a), o
filho não emancipado de qualquer condição, menor de 21 anos de idade ou inválido, os
pais e o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido;
também o enteado e o menor tutelado, se dependentes. Se requerente do benefício em
situação de rua, tais critérios aplicam-se ao conjunto de pessoas na mesma situação.
O importante, assim, é que se configure, na resistência, a existência de uma família
ou entidade familiar, considerado o vínculo parental, conjugal, genético ou de afinidade.
Também, o critério legal de incapacidade de a família prover a própria manutenção,
restrita a ¼ do salário mínimo, não é realista, visto que o próprio valor do salário mínimo
não atende aos requisitos do art. 76 da CLT, com relação aos trabalhadores, como sendo
capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, as suas necessidades
normais de alimentação, habilitação, vestuário, higiene e transporte.
Por isso, mesmo antes da Lei n. 9.720/1998 citada, o Poder Judiciário já vinha
relativizando o conceito inaugural da LOAS, o qual, em alguns casos, chegou a ser
declarado inconstitucional, já que o parágrafo único do art. 20 regulamentou o inciso V do
art. 203 da Constituição e, portanto, está por ele conceitualmente delimitado. Ao
assegurar o benefício, nas condições anteriormente expostas, acrescenta conforme
dispuser a lei. Essa lei é a LOAS que, por sua vez, instituiu o critério de ¼ do salário
mínimo. Por outro lado, é notório que o INSS tem indeferido a respectiva concessão nos
casos em que a renda bruta familiar do requerente, per capita, seja superior a esse limite.
29
Este critério, que em tese gera a presunção absoluta de exclusão social entretanto,
não afasta outros, posto que a ofensa á dignidade da pessoa (art.1°, III da CF), em
decorrência de condições de miserabilidade, pode ser constatada pela perícia social, em
outras condições. Assim, o STF, desde 2009, pacificou o entendimento de que, mesmo
com renda mensal superior, é possível a aferição da condição de hipossuficiência se o
interessado a comprovar por outros meios.
A Lei n. 9.533/1997, que instituiu a renda mensal mínima (programa de
transferência de renda às famílias que não conseguem se sustentar, no valor de um
salário mínimo, por 12 meses, prorrogáveis por mais 12), alterou o critério relativo á renda
per capita, que também pode ser adotado para a concessão do BPC. Assim, se o laudo
social comprovar a carência, o direito ao benefício deve ser reconhecido, porque
prevalece o caput do art. 20 da LOAS, a saber, a inexistência de meios de prover a
própria manutenção ou tê-la provida pela família. O inciso V do art. 203 Constitucional é
norma de eficácia plena, sendo a regularização, a que se refere aquela expressão,
apenas limitada aos seus aspectos meramente executórios. Se sua eficácia fosse contida,
então sim poderia sofrer limitações da lei complementar. Por isso, tem considerado
inconstitucional condicionar a concessão do benefício unicamente à comprovação de
renda inferior, naquele limite, sem ponderação de outros critérios de carência.
A concessão do benefício pelo INSS está sujeita ao preenchimento dos requisitos
legais, anteriormente expostos, com a ressalva quanto ao citado limite, uma vez que tem
a natureza de ato administrativo vinculado, demandando, portanto, de investigação
probatória da efetiva presença dos requisitos legais. Mas sua demanda ao Poder
Judiciário não está condicionada a prévio requerimento ao INSS, no caso específico do
citado limite de renda familiar, porque épúblico e notório seu indeferimento.
O processo administrativo, para o recebimento do benefício, inicia-se por meio do
Requerimento de Amparo Lei n. 8.742/1993, mediante a apresentação, entre outros
documentos, de atestado do conselho de assistência social (ou de autoridades locais ou
de assistentes sociais), que certifique a inexistência de atividade remunerada e da
composição do grupo familiar e laudo de avaliação, emitido por equipe multiprofissional.
É concedido, de início prazo de 18 meses para o idoso (art. 37), passando a ser
pago continuamente, se mantidas as condições que foi concedido, com revisão a cada
dois anos art. 21 da LOAS.
30
Esse artigo estabeleceu um processo sistemático de revisão do beneficio com o
objetivo de manter um controle sobre a sua utilização, impedindo que benefícios fossem
concedidos ou mantidos fora dos critérios exigidos, tanto em casos de morte do
beneficiário como nas situações em que não mais houvessem as condições requeridas,
ou naquelas situações compatíveis com fraudes.
Realizada desta forma com a integração de três grupos, nas esferas de governo:
 Gerência Geral de Revisão do BPC (MC, DATAPREV e INSS);
 Coordenação Estadual de Revisão do BPC (INSS, Secretaria Estadual de
Assistência Social ou congênere, DATAPREV e CONGEMAS);
 Grupo de Execução (INSS e Secretaria Municipal de Assistência Social ou
congênere).
A secretaria, responsável pela sua administração, procede á revisão do benefício,
assim como também à avaliação socioeconômica do requerente.
O benefício deve ser requerido nos postos de benefícios do INSS ou órgãos
autorizados, ou entidade conveniada. Nas prefeituras, o seu acompanhamento e controle
é feito pelas secretarias de assistência social, que remetema documentação ao INSS.
Entreos documentos básicos, cabe-nos ressaltar o de comprovação de inexistência de
atividade remunerada, por meio de uma declaração do assistente social, regulamente
inscrito no CRESS.
Este processo é regulamentado pelo Decreto n. 3.084/1999 e complemento pela
portaria n. 2.740, de 26/07/2001. No caso de indeferimento, o interessado pode recorrer,
nos termos do art. 305, desse Decreto, que afirma:
Art. 305. Das decisões do Instituto Nacional de Seguro Social, nos processos de
interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social, caberá recurso
para o Conselho de recursos da Previdência Social, conforme disposto neste
Regulamento e no Regimento daquele Conselho.
O regimento interno do Conselho de Recursos dispõe, nos seus arts. 11 a 13,
sobre a competência das Juntas de Recursos e das Câmeras de Julgamento, competindo
àquelas julgar os recursos interpostos contra as decisões prolatadas pelos órgãos do
INSS, em matéria de interesse dos beneficiários; bem como aqueles interpostos contra
decisões relativas aos beneficiários; bem como aqueles interpostos contra decisões
relativas aos benefícios de prestação continuada, devidos a pessoa com deficiência e ao
31
idoso, de que trata a LOAS, nos termos do parágrafo único do art. 15 regimental diz que
compete às referidas Juntas julgar os recursos interpostos contra decisões proferidas
sobre o reconhecimento de direitos a benefícios de prestação continuada, previstos na
LOAS.
Segundo a convenção da ONU no caso da pessoa idosa, conforme o Estatuto do
Idoso, a Lei 10.741/03, o BPC de uma pessoa idosa não pode entrar no cálculo da renda
familiar para concessão do benefício a outro idoso membro da mesma família. Assim, o
Benefício de Prestação Continuada pode ser concedido a mais de um membro da família,
desde que a renda familiar esteja de acordo com os requisitos exigidos.
A comprovação da renda familiar mensal per capita será feita mediante Declaração
da Composição e Renda Familiar posto em formulário instituído para esse fim fornecido
pelo INSS, devendo ser assinada pelo requerente ou por seu representante legal. As
informações são confrontadas com os documentos pertinentes e o declarante fica sujeito
às penas previstas em lei no caso de omissão de informação ou declaração falsa. Mesmo
os moradores de rua podem requerer o benefício, devendo, nesse caso, ser adotado
como o endereço aquele constante no serviço da rede sócio assistencial pelo qual esteja
sendo acompanhado ou, em sua falta, deve ser fornecido endereço de pessoas com as
quais o morador mantenha contato ou tenha proximidade.
Não se pode deixar de considerar que esse benefício, ao representar uma garantia
de rendimento comporta características de certeza e regularidade, desde que sejam
cumpridos os requisitos necessários que comprovem a necessidade das pessoas
beneficiarias. Cabe ressaltar que a implantação do BPC extinguiu a renda mensal vitalícia,
o auxilio-natalidade e o auxilio que eram regulamentados pela Lei 6.179/74.
Além disso, o BPC é um direito reclamável, ou seja, se o requerimento for negado
e o requerente não concordar com a decisão do INSS, poderá entrar com recurso à Junta
de Recurso da Previdência Social e ou reivindicar seu direito ao beneficio via judiciária.
O reconhecimento do benefício é de suma importância que pretende em sua
essência atender ao principio da dignidade da pessoa humana, um dos pilares da
Constituição Federal Brasileira. Isso porque em conformidade com os objetivos
fundamentais do Estado brasileiro, consagrados no artigo 3º da Constituição Federal:
“construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional,
erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais e
promover o bem de todos”, abrem-se assim as perspectivas de realização profunda pela
32
pratica dos direitos sociais, visando à construção da cidadania e a promoção da justiça
social, fundadas na dignidade da pessoa humana
.
A relação que envolve o princípio da dignidade da pessoa humana e os direitos
sociais prestacionais é analisada da seguinte forma por Tavares (2003):
Em relação aos direitos sociais, da dignidade humana resulta a obrigação de o Estado
garantir um mínimo de recursos materiais suficientes para que a partir daí, a pessoa
possa exercer sua própria autonomia. A dignidade humana ao servir de princípio
fundamentador dos direitos prestacionais, consolida o conceito de mínimo social e gera,
por consequência, a incorporação dos direitos prestacionais mínimos à concepção
material de direitos fundamentais.
Estas disposições tem natureza jurídica de princípios, e se caracterizam pela
generalidade e por que seu conteúdo refere-se aos “valores que o sistema jurídico deve
preservar”. Dentre esses princípios destacam-se a universalidade e a seletividade, o
principio da universalidade é tratado como universalidade da cobertura e do atendimento.
33
3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL
O CRAS desenvolve-se por meio das Políticas Sociais e Cidadania que é a área de
concentração, constituído pelo poder público e a sociedade civil, visto que chamou a
atenção a esses idosos que procura o equipamento em busca de orientações sobre o
benefício pois muitas das vezes se encontra sem moradias com renda per capita entre R$
89,00 á 178,00 reais mensalmente com a super necessidade busca o CRAS para se
informar sobre esse direito, onde se encaixa no perfil para o Benefício de Prestação
Continuada (BPC). Sendo assim, sem um benefício assistencial para o idoso se manter
para ter uma qualidade de vida digna, é praticamente impossível para conviver, visto que
todo ser humano necessita de ter uma boa condição de vida para viver bem.
3.1 O PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL
O Serviço Social é uma profissão de caráter sociopolítico, crítico e interventivo, que
se utiliza de instrumental científico para atuar nas diversas manifestações da questão
social, resultado da relação entre a exploração de trabalho e a acumulação do capital. O
profissional se insere nas mais diversas áreas, atuando em diferentes políticas sociais:
saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça, entreoutros.
Conforme, CFESS (2010),
o projeto ético-político da profissão, pauta-se na perspectiva da totalidade social,
rompendo com a intervenção conservadora, expressando o compromisso da categoria
com a construção de uma nova ordem societária, democrática e garantidora de direitos.
O Assistente Social tem como competência planejar, gerenciar, administrar,
executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, atua nas relações entre os
seres humanos no cotidiano da vida social, utilizando instrumentais-técnicos para uma
ação socioeducativa e de prestação de serviços, embasado nas legislações vigentes, na
Lei de Regulamentação da Profissão (Lei nº 8.662/93), no código de Ética Profissional de
1993 e nas Diretrizes Curriculares.
O Código de Ética do/a Assistente Social, traz em seu 10º princípio ético, que o/a
Assistente Social deve ter “compromisso com a qualidade dos serviços prestados à
população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência
profissional”.
34
O profissional deve estar sempre em processo de capacitação, aprendizado para
que possa atender as várias manifestações da questão social que cercam a população,
garantindo que esses tenham acesso aos serviços prestados.
De acordo com IAMAMOTO, 1998 p. 28:
Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas
expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na
família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Questão
social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam
as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre produção da
desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes
sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é
possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade.
A contemporaneidade exige que o profissional de Serviço Social esteja preparado
para o enfrentamento das demandas atuais. Pois a cada momento acontecem as
transformações da sociedade, nascem novos elementos que expressam as refrações da
questão social ocasionando a transformação da vida dos sujeitos.
Segundo Yasbeck (2009),
a profissão de Serviço Social tem desafio de enfrentar novas demandas, atribuições e
competências, o que amplia seu espaço de intervenção. No atual contexto social e
econômico, a intervenção dos assistentes sociais assume novas formas e expressões,
tais como: a vulnerabilidade do trabalho e a penalização da classe trabalhadora, o
desemprego, o achatamento salarial, o aumento da exploração do trabalho feminino e
infanto-juvenil, fragilidade no sistema de saúde, todos os tipos violência, habitação
precária, mendicância, a alimentação insuficiente, o envelhecimento sem recursos e a
falta de respeito com o meio ambiente.
O desafio da profissão é criar alternativas e possibilidades para a atuação no
cenário atual e formular propostas para enfrentar as expressões da questão social.
Entende-se que as propostas sejam solidárias a realidade daqueles que a vivenciam, não
só como vítimas da sociedade capitalista, mas como sujeitos que buscam a preservação
da vida. “Essa discussão é parte dos rumos perseguidos pelo trabalho profissional
contemporâneo” (IAMAMOTO, apud SANTOS, 2008).
Diante das propostas de atribuições, é importante perceber que o maior desafio
profissional na atenção a pessoa idosa é contribuir para que os idosos redescubram
possibilidades de viver com qualidade e que compreendam que por direito, possuem
acesso livre aos serviços prestados. O Assistente Social deve buscar o empoderamento
do idoso, para que o mesmo, apesar das suas limitações, passe a ter os seus direitos
efetivados. Essa possibilidade aumenta na medida em que a sociedade considera o
contexto familiar e social e consegue reconhecer as potencialidades e o valor da pessoa
idosa (BRASIL, 2006).
35
As diversas expressões da questão social que são apresentadas aos assistentes
sociais no seu cotidiano de trabalho têm dado a estes profissionais a construção de
estratégias que venham contribuir no combate a essas demandas.
Desta forma, os profissionais de serviço social têm como missão viver as múltiplas
expressões da questão social, bem como vencer as rebeldias que as mesmas trazem aos
indivíduos em questão, sendo um profissional propositivo e não apenas executivo, ou seja,
um mero cumpridor de tarefas.
A questão social é um conjunto de problemática vivenciada pelos indivíduos
inseridos em uma determinada sociedade seja no âmbito político, social e econômico, que
ao longo da história vai tomando novas faces, sendo denominada expressões da questão
social.
Pode se considerar expressões da questão social algumas necessidades do
cotidiano da sociedade tais como: desemprego, dificuldade de acesso a direitos básicos
como saúde, educação e habitação; entre outras.
3.2 O SERVIÇO SOCIAL NO CRAS
O Serviço Social no CRAS tem por finalidade acompanhar as famílias
referenciadas por ele, realizar as articulações com a rede socioassistencial presente no
seu território de abrangência, bem como realizar os encaminhamentos necessários a esta
rede, deve atuar junto a outros profissionais, compondo uma equipe multiprofissional e
interdisciplinar. O CRAS tem como função principal ofertar o Programa de Atenção
Integral das Famílias (PAIF).
O PAIF é o principal serviço de proteção social básica ao qual todos os outros serviços
desse nível de proteção devem articular-se, pois, confere a primazia da ação do poder
público na garantia do direito à convivência familiar e assegurar a matricialidade sócio
familiar no atendimento sócio assistencial, um dos eixos estruturantes do SUAS
(ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CRAS, 2007, p.31).
O CRAS é a unidade pública responsável pela oferta do programa de atenção integral
as famílias - PAIF e, dessa forma deve dispor de espaços que possibilitem o
desenvolvimento das ações previstas por este serviço [...] O imóvel do CRAS, seja
alugado, cedido ou público deve assegurar a acessibilidade para as pessoas com
deficiência e idosas. Constitui fator relevante para a escolha do imóvel a possibilidade
de adaptação de forma a garantir o acesso a todos os seus usuários [...]. O CRAS deve
ser uma unidade de referência para as famílias que vivem em um território
(ORIENTAÇÕES TECNICAS DO CRAS, 2009, p.48).
De acordo com as (orientações técnicas do CRAS 2009) estes espaços devem
oferecer serviços de forma planejada, com conhecimento prévio do território e das
36
famílias que habitam nesta localização, observando as necessidades e potencialidades,
fazendo o mapeamento das situações e vulnerabilidades que o cercam.
A interdisciplinaridade é um processo de trabalho específico que proporciona um
enriquecimento mútuo de diferentes saberes, que elege uma plataforma de trabalho
conjunto, por meio da escolha de princípios e conceitos comuns. Esse processo integra,
organiza e dinamiza a ação cotidiana da equipe de trabalho e demanda uma
coordenação a fim de organizar as linhas de ação dos profissionais em termo de um
projeto comum (ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CRAS, 2009, p.65).
O trabalho feito em equipe não pode negligenciar as responsabilidade individuais e
a competências, devem buscar, identificar papeis, atribuições, estabelecendo objetivando
quem dentro da equipe interdisciplinar encarrega-se de terminadas tarefas, os serviços de
atendimento aos usuários precisam atender as exigências do Sistema Único de
Assistência Social, procurando melhorar as condições de vida da população
desenvolvendo atividades que visam a proteção social básica das famílias.
3.2.1 A atuação do Assistente Social no Centro de Referência da Assistencial Social
(CRAS)
A responsabilidade do profissional Assistente Social dentro do CRAS, oportuniza
dar condições, estimular potencialidades à população assistida no território de
abrangência e identificar quais são as necessidades para desenvolvimento do seu
trabalho,procurando instigar esse profissional muito solicitado por usuários da proteção
básica, que buscam soluções para os problemas, dentro da localização na qual ficam
instalados os CRAS.
Há uma delimitação até onde o Assistente Social pode atuar na esfera pública da
assistência social, possibilitando um diagnóstico aprimorado que busca solucionar as
demandas e as melhorias das condições de vida dos usuários pelo CRAS em situações
de vulnerabilidade e riscos sociais, repensando a qualidade hegemonia legal e
apresentando propostas que encaminham às mudanças no resgate da cidadania e dos
direitos sociais a toda sociedade efetivamente assistida pelas políticas públicas, cujo
propósito é o de permitir a todos uma vida digna. Este profissional configura-se no âmbito
do Serviço Social numa relação entre o Estado e a sociedade, partindo do processo de
reprodução dos interesses da classe trabalhadora, já que as classes sociais só existem
por estarem inter-relacionadas.
O Serviço Social surgiu a partir de 1930, quando se iniciou o processo de
industrialização e urbanização no Brasil. Na época a profissão estava relacionada a
articulação dos poderes dominantes como: burguesia industrial, oligarquias cafeeiras,
37
igreja católica e Estado Varguista. O objetivo era controlar as insatisfações populares dos
trabalhadores e frear qualquer possibilidade de reivindicação.
O Serviço Social no Brasil remonta aos primeiros anos da década de 30, como fruto da
iniciativa particular de vários setores da burguesia, fortemente respaldados pela Igreja
Católica e tendo como referencial o serviço social europeu. Evidentemente não pode ser
entendido como uma simples transposição de modelos ou mera importação de ideias,
pois suas origens estão profundamente relacionadas com o complexo do quadro
histórico conjuntural que caracterizava o país naquele momento (MARTINELLE, 2011,
p.122).
Buscou-se aproximar a classe trabalhadora da igreja como forma de acomodá-la
diante do contexto atual. Os movimentos leigos que nesse momento já tinham grande
expressão no Brasil, inclusive contanto com certa estrutura organizacional, foram os
parceiros acionados pela igreja para atuar com os operários. Em São Paulo, numa
configuração de esforços da nascente burguesia e de setores da própria Igreja Católica
havia sido criado na esteira do movimento constitucionalista de 1932, o Centro de
Estudos e Ação Social (CEAS), que desempenhou um importante papel no sentido de
qualificar os agentes para a realização da prática social (MARTINELLE, 2011, p. 122 a
123).
A profissão é aqui compreendida como um produto histórico e, como tal, adquire sentido
e inteligibilidade na história da sociedade da qual é parte e expressão, a autora diz que
o serviço social afirmar-se como uma especialização do trabalho coletivo, inscrito na
divisão sócio técnica de trabalho, ao se constituir em expressão de necessidades
históricas derivadas da prática das classes sociais no ato de produzir seus meios de
vida e de trabalho de forma socialmente determinada. Assim seu significado social
depende da dinâmica das relações entre as classes e dessas com o Estado nas
sociedade nacionais em quadros conjunturais específicos, no enfrentamento da questão
social (IAMAMOTO, 2012, p.203).
A implantação do serviço social se dá no decorrer do processo histórico, não se baseará
no entanto, em medidas coercitivas emanadas do Estado. Surge da iniciativa particular
de grupos e frações de classe, que se manifestam, principalmente, por intermédio da
Igreja Católica, como autora afirmar foi a partir daí que se iniciou uma base social bem
delimitada e fontes de recrutamento e formação de agentes sócias formados por uma
ideologia igualmente determinada, são estas especificidades que reveste o serviço
social desde a sua implantação no âmbito das características que marcaram esta
profissão (IAMAMOTO, 2012, p.135).
Os profissionais atuam como objeto na intervenção das expressões da questão
social que se expressam nas desigualdades sociais, frutos das contradições sociais
presentes na sociedade capitalista que geram o agravamento das condições de vida da
população. A questão social está equacionada e entendida como objeto sob o qual incide
ação do profissional que está relacionado com o conjunto das expressões das
desigualdades da sociedade capitalista madura que tem uma raiz comum: a produção é
cada vez mais coletiva, o trabalho tornar-se mais amplamente social, enquanto a
38
apropriação dos seus frutos mantém-se privado e monopolizado por uma parte da
sociedade (IAMAMOTO, 1999, p.27).
É visível o surgimento do serviço social ao processo de industrialização, do qual as
empresas tiveram influência na institucionalização da profissão, ou seja, como afirma
(MOTA, 1998, p.41).
O profissional do serviço social é um trabalhador assalariado e experimenta como os
demais trabalhadores as injuções da lógica vigente, enquanto que histórico, o
profissional construiu um projeto ético político hegemônico dissonantes das diretrizes
vigentes (SEIXAS,2007, p.32).
Este movimento tem profunda relação com as realidades sócio-político dos países
da América Latina esse pautado fundamentalmente pela longa insatisfação dos
profissionais, por suas limitações teóricas instrumentais e também político-ideológicas e
institui-se uma perspectiva de mudança social (NETTO, 2010, p.321). Com esta dinâmica
posta pelo desenvolvimento da sociedade faz-se necessário uma alteração no código de
ética do Assistente Social em 1965, tais mudanças visaram adequar-se as dimensões
políticas do momento, em meio às mudanças ocorridas, as mudanças análogas e às
vezes, concomitantes à América Latina agravada pelo regime ditatorial e militar
implantado em abril de 1964 (SILVA, 2008, p.101).
Para propiciar ao profissional do Serviço Social atributos que atendam suas
necessidades quanto a essa nova perspectiva, em 1975, foi reformulado pela terceira vez
o código de ética, norteado pela permanência da moral a criticar a neutralidade, tendo
como base o processo de transição do projeto ético-político. Aparentemente, o código de
1975 é uma continuidade dos anteriores; porém uma análise cuidadosa para uma
alteração significativa frente ao anterior. O código de 1975 reproduz os mesmos
postulados tradicionais abstratos: o bem comum, a autodeterminação, subsidiariedade e
participação da pessoa humana e justiça social (BARROCO, 2010, p.128)
Com o movimento de reconceituação do Serviço Social houve uma ruptura com o
tradicionalismo onde a realidade controladora da profissão fica explicitada através de
elementos manifestos e práticas (SILVA e SILVA, 2009 p.37).
O Serviço Social procurou quebrar com sua acepção tradicional e se formar como
especialização do trabalho coletivo inscrito na divisão sócio técnica do trabalho, [...] à
inserção da categoria trabalho debita-se a capacidade clarificar a utilidade social da
profissão, ressaltando suas formas de participar na produção e reprodução da vida
social. (ARAUJO, 2008, p.17).
39
Não podemos esquecer que na década de 1990 foi aprovada a lei de
regulamentação da profissão - Lei nº 8.662 e atual código de ética do Assistente Social,
ambos em 1993. No caso específico do Código de Ética Profissional, entendemos que foi
síntese de lutas e conquistas, revelando o amadurecimento das reflexões enunciadas na
virada das décadas de 1970 a1980 expressa no código de 1986. Esse código foi fruto de
construção coletiva da categoria que se revelou insuficiente entre outras questões na
subordinação entre ética e política e na ausência de mediações entre Projeto Societário e
Projeto Profissional.
O código de ética vigente preserva as conquistas pretéritas registradas no Código de
Ética Profissional de 1986 e avança com o que de melhor o Serviço Social brasileiro
aprendeu e produziu sobre os fundamentos ontológicos do ser social e sobre a relação
estratégica entre Projeto Profissional, defesa dos direitos e Projeto Societário
(BARROCO, 2012, p.11/12).
Pretende-se

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