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Proposta de um Perfil de Administrador para a Era da Informação e do Conhecimento 
 
Autoria: Anielson Barbosa da Silva 
 
RESUMO 
 
O administrador está diante de um ambiente marcado pela competitividade, pela velocidade 
das informações e pela busca de novos modelos de gestão, mais flexíveis e capazes de reagir 
rapidamente às mudanças. Este artigo é parte de uma pesquisa que teve como objetivo geral 
analisar um perfil de administrador na Era da Informação e do Conhecimento na opinião de 
alunos do Curso de Graduação em Administração de uma Universidade Federal localizada no 
Nordeste Brasileiro e de Executivos de empresas industriais do setor de transformação desse 
Estado. Foi procedida uma revisão bibliográfica sobre o tema e pôde-se identificar três grupos 
de atributos para o perfil de administrador: 1) Conhecimentos, 2) Habilidades e 3) Valores e 
Atitudes. Após a coleta e o tratamento dos dados pode-se traçar um perfil sócio-demográfico 
dos pesquisados. Os resultados demonstram que tanto os alunos quanto os executivos têm 
opiniões similares quanto ao ambiente empresarial e o papel do administrador nesse ambiente. 
O teste de Mann-Whitney foi aplicado para fazer uma análise comparativa entre o grau de 
importância de cada atributo sob a ótica dos Executivos e dos Alunos, e revelou que algumas 
variáveis foram significantes ao nível de 5 e 10 %. Diante dos resultados, foi apresentada uma 
proposta de perfil de Administrador por grupo de atributos e por ordem de importância. 
 
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
O administrador, como um ‘ator’ importante no cenário das organizações, está diante 
de um ambiente empresarial marcado pela incerteza e pela grande velocidade das mudanças. 
A globalização desencadeou um processo de transformação das organizações, que tiveram 
que se adequar para manterem a sua competitividade. 
Surge a era da informação e do conhecimento, caracterizada pela velocidade das 
informações e pela busca incessante por novos nichos de mercado. Empresas e trabalhadores 
procuram adquirir e disseminar conhecimentos e utilizam as informações como uma 
ferramenta na busca de novas formas para otimizarem o desempenho organizacional e o 
próprio desempenho pessoal. 
As empresas da Era da Informação e do Conhecimento estão procurando 
profissionais inovadores, criativos, capazes de criar novas formas de gerir recursos 
financeiros, humanos, tecnológicos e materiais; com conhecimentos técnicos em várias áreas, 
apesar de serem especialistas em uma delas; que estejam sempre atualizados em aspectos 
políticos e econômicos num contexto global, entre outros. 
O presente artigo relata uma parte de uma pesquisa que procurou analisar um perfil 
de Administrador na Era da Informação e do Conhecimento, desenvolvida com Executivos e 
Alunos Concluintes do Curso de Administração de uma Universidade Federal localizada no 
Nordeste Brasileiro. 
É importante ressaltar que o objetivo da pesquisa não foi criar um protótipo de 
administrador para servir de base para que as Universidades e Faculdades se adaptem a ele, 
até porque o objetivo dessas Instituições não é colocar um profissional ‘pronto’ para o 
mercado, pois existem fatores como a experiência e também porque o processo de formação 
profissional não termina com a conclusão de um curso superior; muito pelo contrário, é o 
inicio de um novo ciclo de aprendizado. 
 1
 
O que se pretendeu com a pesquisa foi realizar uma análise comparativa entre a 
percepção do Aluno e do Executivo das empresas industriais do setor de transformação do 
Estado sobre o grau de importância dos atributos do perfil do administrador na Era da 
Informação e do Conhecimento. Além disso, procurou-se identificar como eles caracterizam o 
ambiente empresarial e o papel do administrador nesse ambiente e realizar algumas análises 
comparativas entre os pesquisados. Desta forma, cada um dos agentes envolvidos na pesquisa 
pode contribuir com sua opinião, ajudando a direcionar novos rumos para a pesquisa sobre o 
tema. 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Pode-se definir o perfil como a descrição de uma pessoa em traços mais ou menos 
rápidos. Do ponto de vista administrativo, Silva et al (1995, p. 20) definem dois tipos de 
perfil: o perfil ideal e o perfil real. 
O perfil ideal “é uma abstração formada a partir das exigências de novas 
interpretações das abordagens administrativas já existentes e também da necessidade de 
compreensão dos novos campos do conhecimento humano”. Já o perfil real “engloba o perfil 
ideal, juntamente com as características pessoais e a influência do meio”. 
No ambiente empresarial existe uma grande variedade de atributos envolvendo o 
administrador. Tudo depende do nível gerencial, da natureza e amplitude do seu trabalho, do 
tipo de atividade da empresa, entre outros. 
Para o presente trabalho, o perfil do administrador na Era da Informação e do 
Conhecimento é definido como um conjunto de qualidades ou atributos, relacionados com 
conhecimentos, habilidades, valores e atitudes. 
A intenção em caracterizar o perfil do administrador partiu do pressuposto de que as 
mudanças ocorridas no ambiente empresarial nos últimos anos têm suscitado um novo 
profissional, responsável pela gestão da organização numa Era em que a velocidade das 
informações e a grande importância do conhecimento tornam-se fundamentais para a 
sobrevivência das empresas. Vale lembrar que o fato de estarmos vivendo em uma nova Era 
não quer dizer que os administradores devem abandonar alguns atributos e mudar 
completamente a sua forma de agir nas organizações. É evidente que alguns deles devem 
permanecer e com muito mais importância. 
Serão apresentados a seguir atributos pessoais e profissionais que compõem o perfil 
do administrador, decorrentes da análise de vários autores, reunindo suas abordagens para 
melhor contextualizar o tema de análise deste trabalho. Os autores pesquisados foram: 
Oliveira (1991), Bueno apud Teixeira (1995), Stoner & Freeman (1995), Pereira & Fonseca 
(1997), Prahalad (1995), Franco (1997), Andrade (1997), Echeveste et al (1998) e Silva 
(1998). 
 
2.1 Grupos de atributos do perfil de Administrador na Era da Informação e do 
Conhecimento 
 
2.1.1 Conhecimentos 
 
A Administração é uma ciência nova, que está em evolução e que procura entender 
os fenômenos organizacionais. O administrador é o profissional que estuda esses fenômenos e 
procura entender as relações internas e externas entre a empresa e seu ambiente. 
Para isso, ele deve passar por um processo de formação, que procura dotá-lo de 
várias técnicas administrativas, bem como conhecimentos ligados a outras áreas de 
conhecimento, como Economia, Direito, Contabilidade, Sociologia, Psicologia, Filosofia, etc. 
 2
 
Como grupo integrante do perfil do administrador, verifica-se que o conhecimento 
inclui todas as técnicas e informações que esse profissional domina e que são fundamentais 
para o bom desempenho do seu trabalho. Ele deve ter o conhecimento técnico sobre o assunto 
administrado. 
“Os conhecimentos funcionam como pontos de referência para a compreensão dos 
fenômenos e como base para o desenvolvimento de habilidades. Quanto mais ampla a gama 
de conhecimentos de que a pessoa dispõe, maior também se torna a quantidade de fenômenos 
que ela é capaz de interpretar” (Maximiano, 1995, p. 74). 
Para Echeveste et al (1998), o conhecimento, como parte integrante do perfil do 
administrador, é definido como um conjunto de informações, como o saber que o indivíduo 
deve possuir de forma a atender às exigências do mercado. Essa será a definição adotada para 
efeito deste trabalho. 
Segundo Drucker (1993), o administrador vê o conhecimento como um meio para 
chegar aos fins do desempenho organizacional. Entretanto, o conhecimento, por si só, não 
garante o seu sucesso. 
A partir dos autores pesquisados, pode-se dizer que o administrador na Era da 
informação deve possuir os seguintes atributos ligados ao conhecimento: assuntos econômico-
financeiros,legislação, negócios internacionais, processos de alianças e parcerias, tecnologia 
da informação (manipulação da informação através de recursos computacionais), cultura de 
outros países, funções da administração (planejamento, direção, coordenação e controle), 
conhecimento em uma área da Administração, cultura brasileira, comportamento humano. 
 
2.1.2 Habilidades 
 
As habilidades integram o segundo grupo de qualidades ou atributos do perfil do 
Administrador foram estudadas por vários autores. 
Maximiano (2000, p. 76) define habilidades como “competências para o 
desempenho de tarefas”. 
Alguns autores como Echeveste et al (1998) integram as habilidades e as 
competências em um mesmo grupo de atributos e o define como as aptidões e capacidades 
propriamente ditas para o desempenho das atividades profissionais. 
Já Fleury & Fleury (2000) apresentam uma visão mais ampla de competência que 
abrange os atributos citados no presente trabalho. Eles definem competência como “um saber 
agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, 
recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao 
indivíduo” (p. 21). 
As habilidades são fundamentais para o bom desempenho do administrador. 
Entretanto, alguns deles afirmam que as habilidades, diferentemente do conhecimento, são 
adquiridas através da experiência. “Os conhecimentos podem ser adquiridos por leitura, 
observação, freqüência de uma escola e outros meios semelhantes. A aquisição de 
habilidades, no entanto, exige experiência prática” (Maximiano, 1995, p. 75). 
Após os estudos realizados, pôde-se levantar uma série de atributos ligados as 
habilidades para o administrador. As habilidades formam um conjunto de aptidões e 
capacidades que o Administrador pode adquirir ou desenvolver durante a sua formação 
profissional, que inicia na Universidade e contínua no ambiente empresarial, configurando-se 
como um processo contínuo. 
A partir dos autores estudados, pode-se dizer que o Administrador na Era da 
Informação e do Conhecimento deve possuir as seguintes habilidades: visão sistêmica da 
empresa, dimensão adequada do tempo, coordenação de trabalhos em equipe, ser um 
elemento sinérgico, gerenciamento de inovação, integração das diversas áreas funcionais, 
 3
 
relacionamento com culturas diversas, integração do saber e do fazer, antecipação de ameaças 
e oportunidades, capacidade de negociação, visão estratégica, capacidade de delegação, 
capacidade de decisão, relacionamento interpessoal, capacidade de liderança, facilitação de 
aprendizagem individual e organizacional, autogerenciamento, resolução de problemas, foco 
no resultado, fornecimento de soluções para os clientes, administração de conflito, agente de 
mudanças, desenvolvimento de pessoas, capacidade de aprender, desaprender e reaprender, 
capacidade de viabilizar/implementar idéias, correlação fatos com repercussões para a 
empresa. 
 
2.1.3 Valores e Atitudes 
 
O terceiro componente ou grupo de atributos do perfil do administrador é composto 
pelos valores e atitudes, que são as características referentes à predisposição dos indivíduos, à 
sua postura e maneira de agir (Echeveste et al, 1998). 
Os valores são organizados hierarquicamente e são relacionados com estados de 
existência ou modelos de comportamentos desejáveis, servem como orientadores da vida de 
um indivíduo e expressam interesses individuais, coletivos ou mistos. Vale ressaltar que, 
nessa definição, os valores estão relacionados com metas que o indivíduo fixa para si próprio, 
relativos a sua existência ou a modelos de comportamentos desejáveis (Tamayo & 
Schawartz,1993). 
Para Trompenaars (1994, p. 23), os valores “determinam a definição de ‘bom e mau’ 
e, portanto, estão intimamente relacionados aos ideais compartilhados por um grupo”. 
Uma definição mais ampla sobre valores é apresentada por Alves (1997, p. 10), os 
“valores são as noções compartilhadas que as pessoas têm do que é importante e acessível 
para o grupo a que pertencem. Eles atuam como padrões quanto à forma de sentir e de agir, 
e como roteiros ou critérios para escolha de objetivos ou soluções alternativas, em uma 
circunstância qualquer. Brotam do ambiente que circunda o indivíduo (percepções, 
experiências, aprendizagens, convivências, educação familiar) e servem como guias que dão 
sentido à vida dos membros do grupo, integrando as suas atividades”. 
Para Robbins (1999, p. 92), “atitudes não são o mesmo que valores, mas os dois 
estão interrelacionados”. Essa interrelação ocorre porque os indivíduos tomam como base 
para suas decisões quadros de referências, que determinam qual postura adotar em determina 
situação, ou seja, o estilo de gestão do administrador na organização. A partir desses quadros 
de referências é que surgirão relações formais e informais, como também os padrões de 
comportamento que serão utilizados para gerir a organização. 
As atitudes também podem ser entendidas como “uma combinação de 
conhecimentos mediante os quais cada indivíduo e grupo interpretam e julgam o mundo que 
os cerca e a si próprios. As atitudes formam os quadros de referências, isto é, as ‘molduras’ 
valorativas dentro das quais as pessoas, fatos, idéias e objetos são vistos, interpretados e 
avaliados. As atitudes estão na base das doutrinas administrativas e da cultura 
organizacional” (Maximiano, 1995, p. 75). 
É bom lembrar ainda que os valores e as atitudes interferem diretamente na forma 
como o administrador gerencia a empresa, pois envolvem aspectos da situação do trabalho. 
Um grupo de qualidades ou atributos de valores e atitudes possui aspectos importantes que 
ajudam o administrador a desenvolver as suas habilidades e os seus conhecimentos. A sua 
postura no desempenho de suas atividades depende de um quadro de referência condizente 
com uma conduta desejada, fortalecendo, assim, o seu papel no ambiente empresarial. 
Os valores e atitudes do administrador, para efeito deste trabalho, são características 
adquiridas ao longo de sua vida, que influenciam o seu comportamento diante de uma 
 4
 
situação e que determinam a forma como conduzem os negócios nas organizações e servem 
de orientação para o seu trabalho. 
Os atributos do administrador referentes aos valores e atitudes foram identificados 
como fundamentais nesse novo ambiente empresarial. São eles: predisposição à negociação, 
predisposição para correr riscos, agilidade, criatividade, lealdade, flexibilidade, motivação, 
intuição como recurso para tomada de decisão, atitude reativa, ética no trato das questões 
profissionais e aspectos sociais, autoconfiança, mobilidade pessoal (adaptar-se rapidamente e 
ser favorável a mudanças), dignidade, capacidade de superação (principalmente no que diz 
respeito a situações de frustração, stress, pressão por resultados e hierarquia), abertura para 
novas idéias, integridade, humildade, vontade de auto-desenvolvimento, atitude pró-ativa, 
gosto pelo que faz, orientação para o cliente, educação continuada. 
 
3 OBJETIVOS E MÉTODO DA PESQUISA 
 
O presente artigo possui quatro objetivos: 1) traçar um perfil sócio-demográfico dos 
Executivos e Alunos que participaram da pesquisa; 2) caracterizar o ambiente empresarial e 
o papel do Administrador nesse ambiente na ótica dos pesquisados; 3) proceder uma análise 
comparativa entre a opinião dos Executivos e a opinião dos Alunos, em relação ao perfil 
proposto para o Administrador na Era da Informação e do Conhecimento e; 4) apresentar um 
perfil de administrador sob a ótica dos Executivos e dos Alunos pesquisados, para cada 
grupo de atributos (conhecimento, habilidades, valores e atitudes), utilizando como 
parâmetro de referência a média obtida com a tabulação dos dados. 
A pesquisa é de natureza descritivo-exploratória, e que procura observar, descrever, 
registrar, analisar e correlacionar fatos. Os estudos exploratórios “não elaboram hipóteses a 
serem testadas no trabalho, restringindo-sea definir objetivos e buscar maiores informações 
sobre determinado assunto de estudo” (Cervo & Brevian, 1996, p. 49). 
 
3.1 Variáveis da pesquisa 
 
Para que o objetivo da pesquisa fosse alcançado, foram determinadas algumas 
variáveis, divididas em grupos. 
- Variáveis sócio-demográficas dos alunos: faixa etária, gênero, renda familiar, formação de 
segundo grau, vínculo empregatício. 
- Variáveis sócio-demográficas dos executivos: gênero, cargo que ocupa na empresa, faixa 
etária, renda familiar, formação profissional (segundo grau, graduação e pós-graduação); 
tempo de trabalho na empresa e tempo de trabalho no cargo atual. 
- Variáveis referentes ao Perfil de Administrador. Como já foi mencionado anteriormente, o 
perfil para o administrador na era da informação e do conhecimento foi definido segundo três 
grupos: conhecimentos, habilidades, valores e atitudes. As variáveis relativas a esses grupos 
foram identificadas no perfil citado na fundamentação teórica. 
 
3.2 Universo da Pesquisa, Seleção e Determinação da Amostra 
 
O universo da pesquisa compreende os alunos dos Cursos de Administração de uma 
Universidade Federal do Nordeste Brasileiro, os quais estudam no campus da capital e de uma 
cidade do interior do Estado, que realizaram o provão no ano 1999 e dos executivos das 
empresas industriais do setor de transformação localizadas nesse Estado, que possuem mais 
de 100 empregados. 
O setor de transformação foi escolhido porque “as empresas pertencentes a este 
setor apresentam todas as funções típicas, tais como a aquisição de materiais, de produção, 
 5
 
de tecnologia, de distribuição, de administração, de recursos humanos e financeiros” (Leone, 
1991, p. 34). 
Desse modo, os executivos dessas empresas atuam em um ambiente empresarial 
composto pelo maior número de áreas administrativas, o que proporciona uma visão mais 
contextualizada do trabalho do administrador. 
O universo dos alunos do Curso de Administração que estudam nos dois campi, 
segundo dados do INEP (1999) foi de cento e sessenta (cento e vinte e um que estudavam na 
capital e trinta e nova que estudavam no interior do Estado) e o Universo de empresas 
pesquisado, segundo dados da FIEP (1999) foi de quarenta e seis. 
Embora não se tenha decidido determinar uma amostra para a pesquisa, a mesma 
surgiu naturalmente. A seleção da amostra dos executivos foi procedida da seguinte forma.. 
Foi definido, a priori, que seriam pesquisados dois executivos por empresa, perfazendo um 
total de 72 (setenta e dois). Devido a uma série de fatores, o pesquisador só conseguiu a 
participação de vinte e cinco executivos, o que representou a amostra específica do trabalho. 
Quanto aos alunos, o pesquisador também encontrou uma série de problemas e só 
conseguiu a participação de noventa e cinco (setenta e cinco no campus da capital e vinte no 
campus do interior do Estado). 
 
3.3 Instrumentos da Pesquisa , Coleta e o Tratamento dos Dados 
 
Para a realização da pesquisa foram utilizados dois instrumentos de coleta de dados: 
o questionário e a entrevista. Para o presente trabalho, só serão apresentados dados referentes 
ao questionário. 
Foram desenvolvidos dois questionários: um para os alunos e outro para os 
executivos. No questionário dos Alunos e dos Executivos constavam três questões abertas, 
mas neste artigo só serão analisadas duas delas: como você caracteriza o ambiente empresarial 
na atualidade ? e qual o papel do Administrador nesse ambiente ? 
Uma outra parte do questionário abordou o perfil do Administrador na Era da 
Informação e do Conhecimento. Esse perfil foi composto por dez variáveis referentes ao 
grupo conhecimentos, vinte e sete referentes às habilidades e vinte e duas referentes a valores 
e atitudes, levando em consideração a importância de cada atributo na atuação desse 
profissional na era da informação e do conhecimento. Para tanto, foi criada uma escala com 
cinco escores: 01 – sem importância, 02- pouco importante, 03 – importante em parte, 04 – 
importante e 05 – muito importante. 
Para Richardson (1985, p. 222), “uma escala é um contínuo separado em unidades 
numéricas e que pode ser aplicada para medir determinada propriedade de um objeto (...) 
para poder medir coisas intangíveis, como atitudes, crenças, valores, devemos construir uma 
escala numérica que possa ser utilizada para medir subjetivamente o grau de presença de 
algo, mesmo quando as escalas (...) não possuam a precisão de escalas físicas ou 
cognitivas”. 
Outra parte do questionário procurou traçar um perfil sócio-demográfico dos Alunos 
e dos Executivos que participaram da pesquisa. 
A coleta dos dados foi realizada entre os meses de abril e julho de 1999. Antes de 
iniciá-la, foi realizado um pré-teste com quinze alunos e professores e com cinco executivos 
para verificar a validade e fidedignidade dos questionários que seriam utilizados na pesquisa. 
Após esse pré-teste, foram feitos alguns ajustes, em virtude de alguns questionamentos 
levantados pelos pesquisados nessa etapa. 
A coleta de dados com os alunos foi efetuada pelo próprio pesquisador, que 
entregava o questionário para os alunos em uma sala e explicava os objetivos da pesquisa, 
preocupando-se em não direcionar as respostas. Os questionários dos Executivos foram 
 6
 
entregues pessoalmente nas empresas. O pesquisador entregou junto com os questionários um 
envelope selado para que, após a resolução dos mesmos, os participantes pudessem enviá-los 
pelo correio. 
O tratamento dos dados foi realizado, levando-se em consideração dois aspectos: 
quantitativo e qualitativo. Os dados quantitativos foram analisados com base no pacote 
estatístico Statistical Package for the Social Science - SPSS - release 8.0. 
Além da estatística descritiva, que contempla distribuição de freqüência, média, 
mediana e desvio padrão, foram feitos alguns cruzamentos, identificadas as separatrizes 
(quartis) e utilizados testes não-paramétricos para fazer uma análise comparativa dos dois 
grupos. A fim de se compararem as opiniões dos alunos com as opiniões dos executivos, foi 
utilizado o teste de Mann-Whitney. Já para comparar as respostas dos alunos foram utilizados 
os testes de Wilcoxon e Kruskall Wallis (Siegel, 1979). 
No presente artigo, só serão apresentados dados descritivos, alguns cruzamentos, os 
resultados análise da comparativa utilizando o teste de Mann-Whitney, além da análise do 
conteúdo das respostas emitidas pelos pesquisados. 
 
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
4.1 Perfil Sócio-Demográfico dos Executivos e dos Alunos 
 
O perfil sócio-demográfico dos executivos procura caracterizá-los de acordo com 
algumas variáveis. Os resultados demonstram que os executivos são, na maioria, do sexo 
masculino (76%), com faixa etária maior de trinta e cinco anos (66 %), renda familiar superior 
a vinte salários mínimos (48 %) , possuem curso superior em Administração (36 %). Os 
executivos que têm Curso de pós-graduação se especializaram nas seguintes áreas: 
Administração, Segurança no Trabalho, Qualidade e Produtividade, Engenharia da Produção e 
MBA Executivo. 
Os cargos foram os mais variados, variando desde Gerente de Recursos Humanos (20 
%) até Coordenador de Qualidade (4 %), o que demonstra que a opinião dos pesquisados 
contempla todas as áreas funcionais da empresa, o que é interessante. 
A maioria (40 %) trabalha na empresa a mais de dez anos e estão no cargo atual entre 
quatro e seis anos (28 %). Ao cruzar essas variáveis, verificou-se que quatro executivos estão 
na empresa há mais de dez anos e estão no cargo atual de quatro a seis anos. Três executivos 
estão na empresa há mais de dez anos e trabalham no cargo atual também há mais de dez 
anos. Um dos executivos está na empresa há menos de um ano, mas tem mais de dez anos de 
trabalho no cargo atual. 
 
Quanto ao perfil sócio-demográfico dos alunos, observa-se que são, em sua maioria, 
do sexo feminino (52,6 %), têm entre 22 e 24 anos (49,5 5), com renda familiarque varia 
entre 06 e 20 salários mínimos (77,4 %), cursaram o segundo grau em escolas particulares 
62,1 %) e não trabalham com vínculo empregatício (53,7 %). 
Dos alunos que trabalham com vínculo empregatício, 62,8 % desenvolvem atividade 
relacionada com o Curso de Administração e 60,4 % já trabalhavam antes de começarem o 
Curso. Desses, 20,9 % têm renda familiar de até 06 salários mínimos e 27,9 % têm renda que 
varia entre 06 e 10 salários mínimos. Os outros 51,2 % dispõem de renda superior a 11 
salários mínimos. 
Na pesquisa, foi identificado que a maioria dos alunos não trabalha. Através do 
cruzamento de variáveis, verificou-se que 23,5 % desses alunos têm renda familiar de até 5 
salários mínimos e 19,5 % renda de mais de 20 salários mínimos. A renda dos outros alunos 
oscila entre 06 e 20 salários mínimos. 
 7
 
Ao serem questionados sobre os motivos que os levaram a não trabalhar, 33,3 % 
responderam que querem se dedicar exclusivamente aos estudos e 21,0 % porque o mercado 
de trabalho está difícil. Vale ressaltar que apenas dois alunos disseram que não trabalham 
porque seus pais não querem. 
 
4.2 Ambiente Empresarial e Papel do Administrador 
 
Essa seção apresenta um resumo dos resultados referentes a caraterização do 
ambiente empresarial na atualidade e do papel do administrador nesse ambiente. 
Os Executivos e os Alunos tiveram opiniões similares e afirmaram que o ambiente 
empresarial atual é caracterizado como sendo competitivo, incerto, imprevisível, instável, 
globalizado, desafiador, dinâmico, dependente do sistema financeiro mundial, muito 
complexo, em plena mutação, modernização e adaptação aos ‘ventos’ da economia mundial, 
com oportunidades a serem exploradas. A maioria dos pesquisados respondeu que a 
competitividade é a característica mais marcante do ambiente empresarial na atualidade. Um 
aspecto interessante foi que, para alguns alunos, o ambiente é complexo, e para outros é 
dinâmico, flexível e desafiador. Alguns alunos afirmaram que o ambiente empresarial possui 
uma tecnologia de informação avançada; é um ambiente duvidoso, conturbado, sujeito a 
modismos, extremamente excludente, com grandes coalisões e fusões, a Era do ‘fim do 
emprego’, onde a informação e o conhecimento têm um alto grau de obsolescência. É um 
ambiente em transformação, saturado e muito vulnerável, angustiante, exigente, hostil, com 
várias ameaças e economicamente difícil. 
 
Foram escolhidas e analisadas trinta e três respostas (treze dos executivos e vinte dos 
alunos). Algumas delas, são transcritas a seguir: 
 
 “caracteriza-se primordialmente pela dinâmica e pelo entrelaçamento 
entre administrador e demais colaboradores. A amistosidade e até mesmo o 
conceito de autoridade do administrador devem ser reavaliados, haja vista 
a necessidade da proximidade de todos os integrantes da empresa para 
construção de um ambiente adequado, harmonioso, humano e produtivo” 
(executivo). 
“o número de variáveis internas e externas e os fatores que exercem 
influência sobre os processos de mudança são cada vez maiores e de 
naturezas diferentes, tornando o ambiente empresarial extremamente 
competitivo, dinâmico e muitas vezes imprevisível. As mudanças são de 
todas as ordens: econômicas, financeiras, culturais e legais. A evolução 
tecnológica, especialmente dos meios de comunicação e transporte, aliadas 
a queda de barreiras protecionistas da maioria dos países, facilitaram por 
demais a comunicação e as transações entre instituições de todo o mundo. 
Essa abertura é, ao mesmo tempo, um risco e uma oportunidade, pois 
ampliou significativamente o ambiente externo das instituições” 
(executivo). 
“o ambiente empresarial atual se caracteriza por um momento de muito 
turbulência; estamos vivendo a Era da incerteza, onde o sucesso do 
passado não garante o sucesso no futuro” (aluno). 
“um ambiente cada vez mais instável, globalizado, competitivo, que exige 
excelência e qualidade. Com a abertura do mercado novas oportunidades 
podem ser exploradas” (aluno). 
 8
 
“o ambiente empresarial mostra-se muito mais competitivo e, portanto, 
exige uma melhor e maior preparação dos profissionais. As organizações 
também precisam contribuir mais com a comunidade onde está inserida. 
Não basta apenas vender seus bens e serviços. A sua sobrevivência depende 
de uma atuação mais abrangente” (aluno). 
Outra questão procurou abordar qual o papel do Administrador nesse ambiente 
empresarial. Ao analisar as respostas dos executivos, observou-se que o papel do 
administrador é o de ajudar a empresa a se adaptar às adversidades, à nova realidade do 
mercado para conduzi-la ao sucesso, buscando novas oportunidades, antecipando-se aos fatos 
e buscando novas alternativas para vencer a concorrência e torná-la competitiva e lucrativa. 
Para isso, esse profissional deve estar preparado para tirar proveito das mudanças de 
forma rápida, agregando valores através do conhecimento, quebrando paradigmas e estando 
sempre aberto às informações para manter-se atualizado e correr riscos calculados. Deve ser 
um empreendedor, um interventor e implementador de mudanças, conduzindo a empresa com 
tranqüilidade e segurança, coordenando ações para atingir metas, prevendo conflitos e 
gerando um clima de satisfação para os trabalhadores. Além disso, deve procurar diminuir os 
custos, investir em novas tecnologias, procurando motivar as pessoas, de modo que possam 
tratar bem os clientes da empresa e atender às suas expectativas e à dos fornecedores. 
Algumas das respostas que ratificam o papel do administrador no ambiente empresarial, de 
acordo com a opinião de alguns dos executivos são: 
 
“ser um agente de mudanças, estando sempre à frente para prever conflitos, 
com criatividade e visão do todo. Deve antecipar-se aos fatos, estando 
sempre aberto às informações e conhecimentos”. 
“adaptar-se à todas as circunstâncias adversas e conduzir a empresa ao 
sucesso, atendendo às expectativas dos clientes e dos fornecedores, bem 
como propiciando aos trabalhadores um clima de satisfação no seu 
trabalho”. 
 “o papel do administrador deixou de ser o de apenas exercer as atividades 
de planejar, organizar, dirigir e controlar. Atualmente, ele precisa ser 
flexível, perspicaz, estar disposto a correr riscos, precisa ter um boa visão 
sistêmica da empresa e do ambiente no qual ela está inserida”. 
Essa mesma questão foi respondida pelos alunos. Ao caracterizar o papel do 
administrador, eles puderam expressar opiniões diferentes, mas complementares. Do mesmo 
modo dos executivos, percebe-se uma preocupação muito grande com as mudanças no 
ambiente empresarial. Esses futuros profissionais consideram que o administrador deve estar 
preparado para enfrentar o mercado competitivo e dinâmico e tem o papel de promover o 
crescimento da empresa frente à concorrência, elaborando planos e estratégias capazes de 
ajudarem a organização a se adaptar às mudanças, procurando superar as dificuldades, 
identificando barreiras para contornar e superar as crises que ocorrem com freqüência. 
O papel do administrador é também o de aprender a lidar com todas as situações 
previsíveis ou não para transpor o clima de instabilidade. Para isso, torna-se necessário 
identificar oportunidades e ameaças, visando tornar o ambiente empresarial seguro, tranqüilo 
e motivador. Alguns enfatizam a importância dos recursos humanos como um fator 
estratégico, e o administrador é o elemento catalisador que impulsiona o crescimento 
organizacional. 
Além dessa visão do papel do administrador como um agente de mudanças frente ao 
novo ambiente empresarial, outros alunos procuraram contextualizar o seu papel, levando em 
consideração algumas variáveis referentes à gestão da empresa, de modo que o administrador 
 9
 
deve promover soluções inovadoras para a sobrevivência da organização. Para tanto, seu 
papel pode ser definido como o de um empreendedor, facilitador, oportunista e visionário, um 
agente transformador, equilibrado e comespírito de liderança, capaz de resolver problemas e 
aplicar soluções éticas e intuitivas, que procuram minimizar conflitos, atuando como um 
mediador, tomando decisões rápidas, eficientes e eficazes para solucionar problemas e atingir 
os objetivos da organização. 
Um outro aspecto importante apresentado pelos alunos é a ênfase dada aos aspectos 
ligados à aquisição e transmissão de conhecimento, como também a necessidade de 
atualização constante. Eles consideram que o papel do administrador é também é o de 
‘desenvolvedor’ de pessoas, gerenciador do conhecimento. Deve ser um polivalente e ajudar a 
empresa a otimizar seus resultados, trabalhando em parceria com os funcionários. 
Algumas opiniões dos alunos que ilustram as considerações acima citadas são: 
“conseguir perceber as mudanças no ambiente interno e externo, de modo 
que se consiga manter a empresa competitiva e, que sabe, mantê-la um 
passo a frente em relação aos seus concorrentes” 
 “O de um grande ator que está sempre apto a desempenhar qualquer papel 
e até de representar simultaneamente vários papéis. Deve também estar 
apto a observar as oportunidades e ameaças. Não se deve esquecer de ser 
um líder, capaz de envolver todos para alcançar o desenvolvimento da 
empresa”. 
“Fazer com que sua organização transforme-se em uma aprendiz, calcando 
seus planos de ação nas pessoas, na qualidade e na flexibilidade 
organizacional, buscando cada vez mais expandir-se em todos os setores”. 
 “se atualizar a cada minuto e procurar ser bom no que faz. Ter um 
diferencial é muito importante. Saber ser um líder e trabalhar em equipe ao 
mesmo tempo. Saber conviver com os recursos humanos, consciente de que 
eles são a estrutura da empresa. Descentralizar ao máximo e delegar tudo 
que for possível, menos as suas responsabilidades”. 
 
4.3 Análise comparativa das opiniões dos Executivos e dos Alunos sobre o grau de 
importância de cada atributo na atuação do Administrador 
 
Na pesquisa realizada, antes de fazer a análise comparativa foi feita uma análise 
descritiva das respostas dos alunos e dos executivos, procurando identificar o grau de 
importância de cada atributo proposto para o perfil de Administrador na Era da Informação e 
do Conhecimento. Para cada grupo de atributos, foi identificado o percentual de respostas 
para a escala proposta, descrita no método da pesquisa, a média, a mediana, o desvio padrão e 
feita uma análise do comportamento das respostas através das separatrizes. 
A seguir, apresento apenas os resultados da análise comparativa entre as opiniões dos 
executivos e dos alunos foi realizada estatisticamente, utilizando-se o teste de Mann-Whitney. 
É um teste não-paramétrico que objetiva comparar duas amostras ou grupos independentes. 
Para cada variável do grupo, um posto médio é calculado para o aluno e o executivo. 
Um valor maior do posto médio significa que o grupo possui maior valor na escala adotada, 
ou seja, se a escala avalia a importância, então o grupo de maior posto médio considera essa 
variáveis mais importante. 
De acordo com os resultados encontrados, constatou-se que a variável legislação 
apresentou estatisticamente divergência de opinião, ao nível de significância de 5 %. O posto 
médio dos Executivos (71,60) foi maior que o posto médio dos Alunos (57,58), o que indica 
 10
 
que os executivos consideraram essa variável mais importante do que os alunos. Outra 
variável que apresentou divergência ao nível de significância foi o comportamento humano. 
Para essa variável, o posto médio dos Executivos (70,54) também foi maior dos que o dos 
Alunos (57,86). Todos os outros atributos não apresentaram divergência, o que indica que a 
opinião mediana do aluno e do executivo pode ser considerada a mesma. 
Para as variáveis do grupo habilidades, observou-se que as opiniões dos executivos e 
alunos foram divergentes para três variáveis: integração do saber e do fazer, levando em 
consideração o nível de significância de 10 %, resolução de problemas e foco no resultado, 
considerando um nível de significância de 5 %. Os alunos consideram mais importantes na 
atuação do administrador as habilidades integração do saber e do fazer (posto médio=63,05), 
e resolução de problemas (posto médio=63,18). O posto médio dos Executivos para essas 
variáveis foi de 50,8 e 48,06 respectivamente. Já em relação a variável foco no resultado, os 
executivos consideram a consideraram mais importante (posto médio=71,28) do que os 
alunos (posto médio=57,0). Isso pode ser explicado, em virtude do maior envolvimento do 
executivo com o dia-a-dia da empresa e a sua empregabilidade depende muito dos resultados 
para permanecer no cargo. 
Um fato interessante é que a opiniões dos executivos e dos alunos foram 
praticamente a mesma para a variável capacidade de decisão. A estatística do Teste foi de 
0,02. Isso demonstra que um administrador, para ser bem sucedido, deve conhecer as etapas 
do processo decisório a fim de adquirir a habilidade para realizar um bom trabalho em uma 
empresa. Todas as outras variáveis não apresentaram divergências de opinião. 
Todas as outras variáveis não apresentaram opiniões divergentes, segundo o teste de 
Mann-Whitney, utilizando o nível de significância de 5 %. 
No que se refere ao grupo, valores e atitudes, após a realização do teste, verificou-se 
que os alunos divergem dos executivos em cinco aspectos. A flexibilidade foi considerada 
para os primeiros como mais importante (posto médio=71,40) do que para os segundos (posto 
médio=50,58). Por outro lado, a lealdade, a ética no trato das questões profissionais e aspectos 
sociais, a dignidade e a integridade apresentaram um posto médio para os executivos maior do 
que para os alunos1. Isso indica que entre os grupos entrevistados as respostas não são 
homogêneas. Para as outras variáveis que integram o grupo valores e atitudes, foi comprovado 
estatisticamente que as opiniões são as mesmas ao nível de significância de 5 %. Um 
resultado interessante foi o da variável educação continuada que apresentou na estatística do 
teste um valor zero, o que indica que o padrão de resposta para o aluno e o executivo foi 
exatamente o mesmo. 
 
5. CONCLUSOES 
 
A partir dos resultados apresentados, pode-se concluir o seguinte: 
 
Em relação ao ambiente empresarial e ao papel do Administrador, pode-se concluir 
que, apesar de os alunos e os executivos estarem em ambientes diferentes, eles tiveram 
opiniões convergentes, ou seja, caracterizaram esse ambiente de forma contextualizada e estão 
conscientes do papel do Administrador nesse ambiente. 
Os teste estatístico de Mann-Whitney demonstrou que houve divergência entre as 
opiniões dos alunos e dos executivos em algumas variáveis. No grupo conhecimentos, houve 
divergência de opinião ao nível de significância 5 % nas variáveis legislação e 
comportamento humano. Nessas variáveis, o posto médio dos executivos foi maior que o dos 
 11
 
alunos. Isso indica que os executivos consideram essas variáveis mais importantes do que os 
alunos. 
No grupo habilidades, houve divergência de opinião ao nível de significância 10 % 
na variável integração do saber e do fazer. O posto médio dos alunos para essa variável foi 
maior que o dos executivos. Ao nível de significância 5 %, houve divergência de opinião nas 
variáveis resolução de problemas e foco no resultado. Na primeira, o posto médio dos alunos 
foi maior e, na segunda, o maior posto médio foi dos executivos. 
Quanto ao grupo valores e atitudes, as variáveis flexibilidade e ética no trato das 
questões profissionais e aspectos sociais. O posto médio dos alunos foi maior do que o dos 
executivos na variável flexibilidade e maior para os executivos na variável ética no trato das 
questões profissionais e aspectos sociais. Considerando um nível de significância 5 %, as 
variáveis referentes a valores e atitudes lealdade, dignidade e integridade tiveram opiniões 
divergentes estatisticamente. Nesse caso, o posto médio dos executivos foi superiorao dos 
alunos, o que demonstra que os executivos consideram essas variáveis mais importantes do 
que os alunos. 
Apesar dos resultados descritivos não terem sido apresentados neste artigo, torna-se 
importante listar, em ordem de importância, os atributos dos grupos conhecimentos, 
habilidades, e valores e atitudes, utilizando como parâmetro de referência a média obtida com 
a tabulação dos dados na ótica dos executivos das empresas industriais do setor de 
transformação que participaram da pesquisa e dos Alunos do Curso de Administração de uma 
Universidade Federal localizada no Nordeste Brasileiro. O perfil listado abaixo pode ser 
considerado uma proposta e foi o resultado do levantamento dos estudos de vários autores e 
da análise da pesquisa realizada. 
Para definir os atributos que integrariam esse perfil, utilizou-se apenas os atributos 
que obtiveram média superior a 04. Em caso de empate nas médias, foram considerados mais 
importantes os atributos que apresentaram um maior percentual no escore 05, ou seja, muito 
importante. As médias abaixo de 04 não foram consideradas pois, de acordo com a escala 
adotada, não exercem muita importância segundo os pesquisados. Das variáveis que foram 
excluídas, duas chamam a atenção e pertencem ao grupo conhecimentos (negócios 
internacionais e cultura de outros países). Apesar de terem sido excluídas, elas também são 
importantes na opinião do pesquisador. 
De acordo com os executivos e ao alunos pesquisados, os atributos mais importantes 
na atuação do Administrador na Era da Informação e do Conhecimento, por grupo foram: 
 
• Conhecimentos: 
EXECUTIVOS ALUNOS 
01. Comportamento humano 
02. Funções da Administração 
 
03. Tecnologia da Informação (manipulação da 
informação através de recursos computacionais)
04. Assuntos econômico-financeiros 
05. Cultura brasileira 
06. Em uma área da Administração 
07. Processos de Alianças e Parcerias 
08. Legislação 
01. Funções da Administração 
02. Tecnologia da Informação (manipulação da 
informação através de recursos computacionais) 
03. Comportamento humano 
 
04. Assuntos econômico-financeiros 
05. Em uma área da Administração 
06. Cultura brasileira 
07. Processos de Alianças e Parcerias 
 
 
 12
 
 
• Habilidades 
EXECUTIVOS ALUNOS 
01. Capacidade de decisão 
02. Capacidade de liderança 
03. Capacidade de negociação 
04. Visão sistêmica da empresa 
05. Visão estratégica 
06. Agente de mudanças 
07. Capacidade de viabilizar/implementar 
idéias. 
08. Coordenação de trabalhos em equipe 
09. Gerenciamento da inovação 
10. Relacionamento interpessoal 
 
11. Desenvolvimento de pessoas 
 
12. Foco no resultado 
13. Ser um elemento sinérgico 
14. Dimensionamento adequado do tempo 
15. Integração das diversas áreas funcionais 
 
16. Capacidade de delegação 
 
17. Fornecimento de soluções para os clientes 
18. Capacidade de aprender, desaprender e 
reaprender 
19.Antecipação de ameaças e oportunidades 
20. Autogerenciamento 
21. Integração dos conhecimentos dos 
indivíduos para gerar novos conhecimentos 
22. Integração do saber(os que pensam) e do 
fazer(os que executam) 
23. Correlação de fatos com repercussões para 
a empresa 
24. Administração de conflito 
 
25. Facilitação da aprendizagem Individual e 
organizacional 
26. Resolução de problemas 
 
01. Capacidade de decisão 
02. Visão estratégica 
03. Capacidade de negociação 
04. Visão sistêmica da empresa 
05. Fornecimento de soluções para os clientes 
06. Capacidade de liderança 
07. Coordenação de trabalhos em equipe 
 
08. Antecipação de ameaças e oportunidades 
09. Gerenciamento da inovação 
10. Capacidade de viabilizar/implementar 
idéias. 
11. Integração do saber(os que pensam) e do 
fazer(os que executam) 
12. Relacionamento interpessoal 
13. Agente de mudanças 
14. Dimensionamento adequado do tempo 
15. Integração dos conhecimentos dos 
indivíduos para gerar novos conhecimentos 
16. Capacidade de aprender, desaprender e 
reaprender 
17. Resolução de problemas 
18. Integração das diversas áreas funcionais 
 
19. Ser um elemento sinérgico 
20. Desenvolvimento de pessoas 
21. Capacidade de delegação 
 
22. Autogerenciamento 
 
23. Administração de conflito 
 
24. Correlação de fatos com repercussões para a 
empresa 
25. Foco no resultado 
 
26. Facilitação da aprendizagem Individual e 
organizacional 
27. Relacionamento com culturas diversas 
 
 13
 
 
• Valores e Atitudes 
EXECUTIVOS ALUNOS 
01. Dignidade 
02. Integridade 
 
 
03. Ética no trato das questões profissionais e 
aspectos sociais 
04. Gosto pelo que faz 
05. Capacidade de superação (principalmente 
no que diz respeito a situações de frustração, 
stress, pressão por resultados e hierarquia). 
06. Mobilidade pessoal (adaptar-se 
rapidamente e ser favorável a mudanças) 
07 .Motivação 
 
08. Lealdade 
09. Abertura para novas idéias 
10. Criatividade 
11. Orientado para o cliente 
12. Educação continuada 
13. Vontade de auto-desenvolvimento 
14. Autoconfiança 
15. Atitude pró-ativa 
 
16. Humildade 
17. Flexibilidade 
18. Agilidade 
19. Predisposição à negociação 
20. Predisposição para correr riscos 
21. Intuição como um recurso para tomada de 
decisão 
01. Gosto pelo que faz 
02. Capacidade de superação (principalmente no 
que diz respeito a situações de frustração, stress, 
pressão por resultados e hierarquia). 
03. Criatividade 
 
04 .Motivação 
05. Vontade de auto-desenvolvimento 
 
 
06. Educação continuada 
 
07. Ética no trato das questões profissionais e 
aspectos sociais 
08. Orientado para o cliente 
09. Flexibilidade 
10. Dignidade 
11. Abertura para novas idéias 
12. Integridade 
13. Predisposição à negociação 
14. Autoconfiança 
15. Mobilidade pessoal (adaptar-se rapidamente 
e ser favorável a mudanças) 
16. Humildade 
17. Lealdade 
18. Atitude pró-ativa 
19. Agilidade 
20. Predisposição para correr riscos 
 
Esses resultados demonstram que o grau de importância atribuído pelos executivos é 
diferentes do atribuído pelos alunos, utilizando a média como unidade de análise. Os atributos 
resultantes da pesquisa podem auxiliar na formação ou no aperfeiçoamento profissional de um 
administrador. É importante ressaltar que a pesquisa não teve a intenção de determinar que os 
administradores devem possuir todos os atributos acima mencionados, pois existe a 
consciência de que todos os profissionais, inclusive os administradores, possuem limitações. 
 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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CERVO, A. L., BREVIAN. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1996. 
 14
 
 15
DRUCKER, Peter. Sociedade Pós-Capitalista. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1993. 
ECHEVESTE, Simone, VIEIRA, Berenice, VIANA, Débora et al. Perfil do Executivo no 
Mercado Globalizado. 22, 1998, Foz do Iguaçu. Anais.... Foz do Iguaçu, Encontro anual 
da ANPAD [CD-ROOM] 
FLEURY, Maria Tereza Leme, FLEURY, Afonso. Estratégias Empresariais e Formação 
de Competências: um quebra-cabeça caleidoscópico da indústria brasileira. São Paulo: 
Atlas, 2000. 
FRANCO, Demerval. Uma nova função na empresa ou o futuro do gerente de Recursos 
Humanos ? Diretor de Conhecimento. Treinamento & Desenvolvimento, v. 5, no 57, p. 
18-19, 1997. 
KANAANE, Roberto. Comportamento Humanos nas Organizações: o homem rumo ao 
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LEONE, Nilda Maria de C. P. Guerra. Pequenas e medias empresas industriais: 
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MAXIMIANO, Antônio C. A. Teoria Geral da Administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 
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PRAHALAD, C. K. A atividade dos gerentes da nova era no emergente panorama 
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do Futuro: como preparar hoje as empresas de amanhã. São Paulo: Futura, 1997, cap. 
16, p. 176-186. 
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1985. 
ROBBINS, Stephen. Comportamento Organizacional. 8. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 1999. 
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STONER, James A. F., FREEMAN, R. E. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: PHB, 1995. 
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TEIXEIRA, Regina C. F. S. Perfil do Aluno do Curso de Administração como agente de 
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TROMPENAARS, Fons. Nas ondas da Cultura. São Paulo: Educator, 1994. 
 
Notas de página: 
1 O valor do posto médio dos executivos para essas variáveis oscilou entre 69,22 e 71,75, 
enquanto o posto médio dos alunos oscilou entre 56,37 a 58,21.

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