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1 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado ESTATUTO DA OAB: ÉTICA, ESTATUTO DA OAB, CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB. Prof. Gualter gualterjunior@pucminas.br Essência axiológica: Promoção da cidadania, do humanismo, da dignidade, da fundamentação jurídica, da reflexão crítica, da transformação ética da sociedade. PROVAS: ● Prova 1: Prova escrita. 14 e 21/09. Textos básicos. 10 pontos. ● Prova 2: Trabalho de ensino, pesquisa e extensão. Resumo escrito. 30 pontos. Entrega em 19/10 pelo SGA. Apresentação: 19 e 26/10. ● Prova 3: Prova escrita. Estatuto da OAB. 09/11. 30 pontos. ● Prova substitutiva: 16/11. ● Prova global: 30/11. 30 pontos. ● Prova especial: 07/11. 30 pontos. LEIAM O ESTATUTO! NATUREZA JURÍDICA DA ADVOCACIA ● Natureza jurídica: significa o que é o objeto no direito e não de onde ele veio, porque isso é a fonte, ou seja, o que é a advocacia no direito. O STF, na ADIN 1776-6, com o Ministro Eros Grau como relator, definiu a natureza jurídica da OAB: É um ente composto por pessoas jurídicas de direito privado. ● Cidadania: exercer direitos e deveres. ● Cidadania formal: o povo é a comunidade legitimada para fazer norma jurídica. O cidadão é o ente constitutivo do povo. A Cidadania é adquirida quando se cumprem requisitos estabelecidos na constituição (art. 14 e ss da CF). Natural não é sinônimo de cidadão no sentido formal. Cidadania não significa ser eleitor como ideia idêntica. Cidadania não pode ser, no EDD, exercício de direito como foco. ● Cidadania material: é para todos. É o compromisso proativo de concretização das normas e valores fundamentais da constituição da república democrática. É o compromisso de no caso concreto promover a dignidade a si e ao outro, abstratamente guiada por princípios. Todos tem a mesma importância. Promoção da dignidade no caso concreto a partir de princípios. A OAB foi criada pelo Decreto 19408 de 18 de novembro de 1930. Até então existia somente o Instituto dos advogados. Embora seus membros pratiquem atividade de caráter público, a OAB não está vinculada ao serviço público. Possui patrimônio próprio, autonomia mailto:gualterjunior@pucminas.br 2 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado orçamentária e gerencial. Necessita independência e, portanto, a Lei veda que seja um ente público. É um ente que exerce função indispensável ao exercício da justiça composto por entes não vinculados à administração pública, cujos quadros são integrados por cidadãos inscritos para que a luta pelo direito e o consequente empreendimento sobre a justiça no exercício do ministério privado, por meio do exercício dos constituintes resulte a promoção dos fundamentos do Estado de Direito Democrático. A ADIN 3026/2006 a considerou um ente único no cenário nacional. A Lei 8.906/94 é o Estatuto da OAB e percebe-se que existe uma relação entre o exercício da advocacia e a cidadania, em que se conceitua no aspecto formal como o cumprimento constitucional, fazendo o indivíduo adquirir capacidade eleitoral ativa (ser eleitor) e passiva (ser candidato), mas cidadania não é sinônimo de eleitor como uma ideia idêntica, é um reflexo. O aspecto material quer dizer que a cidadania é para todo mundo, sendo o compromisso proativo de concretização das norma se valores fundamentais da Constituição, ou seja, para que no caso concreto de promover a dignidade para si e para outrem. A população, incluindo os advogados, não tem consciência dessa cidadania, tal qual justifica a realidade atual e a ausência de interesse pela discussão sobre a República. crítica sobre chamar o indivíduo de cliente, em que deveria, na verdade, ser chamado de constituinte, uma vez que retira a dignidade e afastando do exercício correto da cidadania. ATOS EXCLUSIVOS DO ADVOGADO - Normas gerais e exceções – art. 1º da lei 8906/1994. No art. 1º está previsto como atividades privativas, mas deveria ser o termo exclusivas ● Constituição de pessoa jurídica: Micro e pequena empresa – obs. Lei Complementar 123/2006, art. 9º, II, §2º. O instrumento dos atos constitutivos de pessoa jurídica precisa ser assinado por advogado porque, se não feita com devida assistência jurídica, pode causar lesão grave a bem jurídico da sociedade. ● Assessoria e consultoria jurídica: É muito comum na prática do mundo cotidiano vermos contador dando parecer jurídico. Somente o advogado pode fazer isso. Para servir de parecer jurídico nos autos de um processo tem que ser feito por advogado. É diferente de uma análise de fato a luz da lei sobre um assunto contábil. ● Postulação aos órgãos jurisdicionais: Exceção de habeas corpus, juiz de paz e juizados especiais. Esse ponto leva em conta que o direito é um idioma que somente aqueles capacitados conseguem “falar”. Se uma pessoa entra no mundo jurídico que não sabe “falar” o direito ela está em desvantagem em relação aqueles que sabem. Por isso que o advogado é indispensável à administração da justiça – art. 133, CF + art. 2º EAOAB. 3 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado ● Direção jurídica: P.J. é formada por órgãos, ex. uma construtora: tem setor jurídico. Para traçar as estratégias jurídicas das entidades é necessário ser advogado, é necessário ter o conhecimento jurídico pleno do ordenamento. ATOS QUE O ESTAGIÁRIO DE DIREITO PODE PRATICAR ISOLADAMENTE - art. 29 do Regulamento Geral Estagiário é aquele que tem sua inscrição como estagiário de direito junto à ordem dos advogados do Brasil. Pode praticar atos judiciais sem a presença do advogado. ● Petição de juntada de documentos ● Assinar livro de carga ● Requerer certidões de procedimentos jurisdicionais findos ou em andamento ● Participar de audiência extrajudicial desde que com poderes especiais para isso no instrumento da procuração. INSCRIÇÃO NA OAB - Art. 8º e 9º da Lei 8906/94 EAOAB. O art. 8º apresenta um princípio de cidadania formal (questão da cidadania, por exemplo) – a cidadania material está prevista na parte da idoneidade. ● Cidadania – obrigações eleitorais e militares ● Compromisso ● Colação de grau em direito ● Exame de ordem ● Idoneidade moral – conduta conforme os padrões morais, éticos e jurídicos de uma determinada sociedade. Apesar de sermos pessoas diferentes, temos uma moral comum. ● Compatibilidade Art. 1º e 2º Do Código de ética e disciplina da OAB. NATUREZA JURÍDICA DA ADVOCACIA A obrigação jurídica advocaticia é de fazer (a do constituinte é de dar) e de meio (Marcel Planiol: Tratado das Obrigações). O advogado é a obrigado a fazer e não a vencer, agindo corretamente para defender quem o contratou. O contrato de prestação de serviços advocatícios se encontra nos arts. 593 e seguintes do Código Civil, enquanto o contrato de mandato judicial está localizado no art. 653 e seguintes do Código Civil; art. 103 e seguintes do CPC/2015; e arts. 3°, 4°, 5°, 11, 12 da Lei 8.906/94, E.A.O.A.B. Lembrando que para o STJ esses contratos são cíveis e não de consumo! Além disso, o professor aponta que o termo ad judicia é errado, sendo correta a indicação tal qual faz o CPC/15, apontando que o advogado possui cláusula para o foro em geral. 4 Cadernode Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado Noutro giro, sabe-se que ao possui uma inscrição principal, o advogado pode atuar em todo território nacional, mas é preciso requerer inscrição suplementar caso haja habitualidade (mais de 5 procedimentos diferentes em um Conselho Seccional, verificando os atos, conforme o regulamento geral, mas o Conselho Federal analisa o número de procedimentos). Eficácia dos Direitos Fundamentais: art. 5°, parágrafo 1° da CR/88. Temos como exemplos das cláusulas gerais na advocacia os seguintes artigos: art. 1°, 3° é 133 da CR/88; art. 2° do Estatuto da OAB; art. 1°, 2°, 5° (sabendo que não se aplicam os arts. 966 e 982 do CC quando da Teoria da Empresa), 6° e 20 do Código de Ética e Disciplina da OAB; e art. 113, 186, 187, 389, 421, 422, 927 do CC. Além disso, cabe ressaltar que a cooperação é um dos deveres anexos das obrigações, assim como a lealdade, eticidade, socialidade, assistência, confiança e informação (art. 8° do Código de Ética e Disciplina da OAB, com observação do art. 28 do Código de Julgamento de Nuremberg), bem como a necessidade de se vislumbrar a operalidade ou concretização. Deste modo, a obrigação jurídica se constitui pela presença de um polo ativo, o qual é o credor(es), accipiens, creditor, chamado de sujeito ativo, buscando a prestação (obj + jectum), em face de um polo passivo, o devedor(es), visto como solvens, debitor. Nessa estrutura se observa também a responsabilidade (haftung, obligatio), sendo esta o poder material de exigibilidade, pois carrega a pretensão e direitos subjetivos e potestativos, em que o vínculo obrigacional traz direitos e deveres ao advogado, e o débito (shuld, debitum). As partes + A obrigação + O vínculo obrigacional Essa estrutura é em relação ao constituinte e o advogado, em que o polo ativo é aquele e o passivo este, isto é, a estrutura que coloca o advogado como um devedor se relaciona à prestação firmada entre eles por meio do contrato. DIREITOS DO ADVOGADO (art. 6° e 7° da Lei 8.906/1994) ● Inviolabilidade: Garante que ele cumpra sua função social. ○ Difamação: Imputação de um crime a outrem. Protege a honra objetiva do advogado com intenção de ofensa. A exceção da verdade só ocorre quando a difamação é imputada a um funcionário público, podendo, caso autorizado pelo constituinte, imputar crime a outrem. ○ Injúria: Aplicar a alguém uma qualificação negativa, não cabendo prova da verdade. Protege a honra subjetiva. ○ Desacato: ADI 1127-8-AMB-STF ○ Domicílio ou local do advogado ● Prisão do advogado (*no exercício da advocacia): Só pode ocorrer a prisão em flagrante se for crime inafiançável, devendo ser acompanhado por representante da 5 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado OAB. Deve-se observar, portanto, que caso ocorra a prisão em flagrante do advogado, por motivo ligado ao exercício da profissão, terá este direito a um representante da Ordem para acompanhá-lo durante a lavratura do auto de flagrante, sob pena de nulidade do ato. Cabe ressaltar, todavia, que esta prerrogativa não vale para outros tipos de prisão, como a preventiva, que será cumprida sem necessidade de presença de representante da Ordem. Advogado preso preventivamente tem o direito de ser recolhido em sala de Estado Maior. Na falta de local adequado, a prisão deve ser cumprida em regime domiciliar. ● Acesso: É assegurado ao advogado o livre acesso e ingresso em todos os órgão judiciários e locais públicos em todo o território nacional, como fóruns, sessões de tribunais, audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviço notariais e de registro, delegacias e prisões, mesmo fora do expediente, enfim, local em que tenha de estar presente para o exercício da advocacia. Também lhe é assegurada a prerrogativa de ter livre acesso aos recintos da assembleias ou reuniões de interesse de seu constituinte, mediante apresentação de procuração. Também constitui prerrogativa a permanência do advogado em pé ou sentado em qualquer local acima citado, podendo retirar-se do recinto quando desejar. ○ Ao Juiz: É dever do advogado tratar os magistrados com respeito, discrição e independência (art. 44 do Código de Ética e Disciplina), mas a recíproca é igualmente verdadeira. Os juízes devem tratar os advogados com cordialidade e urbanidade e recebê-lo em seu gabinete, independente de horário previamente marcado, naturalmente sem prejuízo da ordem de chegada de outros colegas. A delimitação de horário para atendimento a advogados pelo magistrado viola o art. 7º, inciso VIII, da Lei n. 8.906/94. Comete abuso de autoridade o magistrado que criar dificuldades para receber os advogados, sujeitando-se, também, a punição disciplinar a ele aplicável. ○ A provas: O exame de autos e documentos, bem como de qualquer auto de flagrante e de inquérito ou procedimentos administrativos, findos ou em andamento, com ou sem procuração, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo ou da Administração Pública em geral, é prerrogativa indispensável para o exercício profissional do advogado. Além de ter vista dos processos judiciais no cartório ou na repartição, tem o direito à carga dos autos pelos prazos legais. Essas garantias processuais estão mencionadas nos incisos de XIII a XVI do art. 7.º, do Estatuto da OAB. O direito de vista e retirada dos autos comporta algumas restrições, sejam elas: ■ Aos processos sob tramitação em segredo de justiça não é admitida vista a advogado sem procuração; ■ Não é concedida vista quando o processo contém documentos originais de difícil restauração ou ocorre circunstância relevante para justificar a permanência em cartório, tudo devidamente motivado por despacho. Nessa hipótese, ao advogado é fornecido xerox dos autos para não caracterizar cerceamento de defesa; http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11710723/artigo-7-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11710345/inciso-viii-do-artigo-7-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109252/estatuto-da-advocacia-e-da-oab-lei-8906-94 6 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado ■ A retenção dos autos de forma abusiva pelo advogado, durante o curso processual, devolvendo-os somente depois de intimado, torna-o passível de sofrer a penalidade de não retirá-los em carga até o encerramento do processo. Tal conduta dos advogados tipifica também infração ético-disciplinar, nos termos do artigo 34, XXII, do Estatuto ora comentado. ○ A seções de Órgãos Públicos: ○ Aos autos de inquérito policial: Poderá tirar cópias, fazer apontamentos, acompanhar oitiva, salvo para preservar as investigações de modo que o acesso será sobre atos os quais estiverem acontecendo e não documentados. ○ Aos autos de procedimento jurisdicional: Com atenção ao segredo de justiça. ● Reclamar às autoridades públicas sobre ilicitude de servidor público ● Desagravo: É direito do advogado o desagravo público, promovido pela classe em sessão pública e solene, quando ofendido no exercício da profissão (art. 7.º, XVII, Estatutoda OAB), independentemente das medidas penais, civis e disciplinares cabíveis, sendo esse direito uma forma da classe dos advogados de forma solidária tentar amenizar o dano causado ao colega ofendido. O desagravo poderá ser requerido ao Conselho Seccional da OAB competente, a pedido de qualquer pessoa ou promovido de ofício, não dependendo de concordância do ofendido, pois o desagravo público transcende os limites do advogado ofendido, que não pode dispensá-lo (nos termos do parágrafo 7º do art. 18 do Regulamento Geral). O relator do pedido de desagravo pode propor o arquivamento do pedido se a ofensa for pessoal, se não estiver relacionada com o exercício profissional ou com as prerrogativas gerais do advogado ou se configurar crítica de caráter doutrinário, político ou religioso (§ 2.º art. 18, do Regulamento Geral). O desagravo não é vingança, nem aspira expor à execração o ofensor. Tem por objeto atacar a ofensa e reparar, no coração e na alma do ofendido, o sofrimento, a angústia e a humilhação pela ofensa injusta, experimentada no legítimo exercício da profissão. Portanto, a sessão de desagravo é ato solene que a OAB celebra em favor do advogado atingido moralmente no exercício da profissão e, ao mesmo tempo, em defesa da advocacia. ● Igualdade de funções essenciais à administração da justiça ● Sobre a advogada: ○ Gestante: Direitos de vaga na garagem de prédios de Órgãos Jurisdicionais; ○ Com filho: Acesso à locais adequados para cuidar de bebê; direito à preferência em ocorrência de sustentações orais e audiências pelo prazo de 120 dias; suspensão de prazos processuais tendo em vista nascimento de filho ou adoção, quando o advogado for o único patrono (mãe: 30 dias; pai: 8 dias) - art. 313, CPC/2015. 7 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado 8 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado DEVERES DO ADVOGADO Implicam os efeitos jurídicos dos princípios da Constituição, do Código Civil e da Legislação sobre a prestação de serviços advocatícios à advocacia. ● Concepção de dever: O dever é uma ideia obrigacional referente ao vínculo, uma essência; flui do vínculo obrigacional. Nasce do elemento débito do vínculo obrigacional. Implica a ideia de relacionamento. ● Sigilo: Falamos aqui do sigilo profissional. Necessário para que o mandatário (cliente) tenha confiança no profissional da advocacia. ● Publicidade: A publicidade gera frutos civis. É permitida desde que seja sóbria. Não permitida de forma acintosa e extravagante. ● Forma de exercer os poderes do mandato: O advogado ao ser contratado em uma ação em que outro advogado já esteja atuando, deverá dar ciência ao constituído anteriormente. Deverá levar a nova procuração de substabelecimento ao advogado e solicitar que ele assine. Caso este se negue a assinar, deverá notificá-lo, via correspondência registrada, e anexar o comprovante juntamente com a nova procuração aos autos. ● Promoção da cidadania, moral individual, coletiva e profissional: O advogado é defensor da cidadania por excelência. A moral é um conjunto de preceitos que diz “faça isto para melhor qualidade de vida”. ● Tutela do Estado de Direito democrático e função social da advocacia ● Mediação, conciliação; evitar lide temerária; forma de comunicação com a parte contrária; ● Obrigações para com a OAB: O advogado tem obrigação de manter atualizado seu cadastro na OAB; De pagar as anuidades da ordem; INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS PARA O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA Essas incompatibilidades e impedimentos existem em função dos centros de interesse, evitando captação de clientela, preservando esses centros. ● Incompatibilidade: Não podem advogar ○ Incompatibilidade stricto sensu: Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais; II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta; III - ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público; IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro; 9 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza; VI - militares de qualquer natureza, na ativa; VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas. § 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo temporariamente. § 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho competente da OAB, bem como a administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico. ■ Legislações especiais, como a Lei Complementar 75/1993 e seu art. 111 Art. 111. Os Procuradores Regionais do Trabalho serão lotados nos ofícios nas Procuradorias Regionais do Trabalho nos Estados e no Distrito Federal. ○ Incompatibilidade excepcionada: ● Impedimento: Pode advogar em algumas circunstâncias. Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia: I - os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora; II - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. Parágrafo único. Não se incluem nas hipóteses do inciso I os docentes dos cursos jurídicos. ○ Membros das Casas Legislativas que não integram Mesa Diretora: Impedimento contra a Administração, em todos os níveis, Direta ou Indireta. ○ Agentes Políticos lato sensu da Administração em geral: Impedimento contra a Fazenda Pública que os remunera SOCIEDADE DE ADVOGADOS EAOAB Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento ge ral. § 1o A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. § 2o Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de advocacia o Código de Ética e Disciplina, no que couber. § 3º As procurações devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar asociedade de que façam parte. http://www.planalto.gov.br/cciViL_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13247.htm#art2 10 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado § 4o Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. § 5o O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado no Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de advocacia, obrigados à inscrição suplementar. § 6º Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo clientes de interesses opostos. § 7o A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um advogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das razões que motivaram tal concentração. Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar. § 1º A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo. § 2º O licenciamento do sócio para exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter temporário deve ser averbado no registro da sociedade, não alterando sua constituição. § 3º É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia. § 4o A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade Individual de Advocacia’. Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer. RGAOAB Art. 37 Os advogados podem constituir sociedade simples, unipessoal ou pluripessoal, de prestação de serviços de advocacia, a qual deve ser regularmente registrada no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. § 1º As atividades profissionais privativas dos advogados são exercidas individualmente, ainda que revertam à sociedade os honorários respectivos. § 2º As sociedades unipessoais e as pluripessoais de advocacia são reguladas em Provimento do Conselho Federal. Art. 38. O nome completo ou abreviado de, no mínimo, um advogado responsável pela sociedade consta obrigatoriamente da razão social, podendo permanecer o nome de sócio falecido se, no ato constitutivo ou na alteração contratual em vigor, essa possibilidade tiver sido prevista. Art. 39. A sociedade de advogados pode associar-se com advogados, sem vínculo de emprego, para participação nos resultados. http://www.planalto.gov.br/cciViL_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13247.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/cciViL_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13247.htm#art2 11 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado Parágrafo único. Os contratos referidos neste artigo são averbados no registro da sociedade de advogados. Art. 40. Os advogados sócios e os associados respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados diretamente ao cliente, nas hipóteses de dolo ou culpa e por ação ou omissão, no exercício dos atos privativos da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer. Art. 41. As sociedades de advogados podem adotar qualquer forma de administração social, permitida a existência de sócios gerentes, com indicação dos poderes atribuídos. Art. 42. Podem ser praticados pela sociedade de advogados, com uso da razão social, os atos indispensáveis às suas finalidades, que não sejam privativos de advogado. Art. 43. O registro da sociedade de advogados observa os requisitos e procedimentos previstos em Provimento do Conselho Federal Natureza jurídica É um ato jurídico, sendo um negócio jurídico multilateral entre os sócios. Vejamos os artigos do Código Civil: Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art967 12 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado Responsabilidade Civil ● Da sociedade de advogados: ○ Contratual: art. 389 e seguintes do CC Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. Art. 393. O devedor não respondepelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. ○ Extracontratual: art. 186, 187 e 927, parag único, CC Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. ● Dos sócios pelas obrigações da sociedade de advogados: ○ Subsidiária e ilimitada ○ Entre os sócios: Solidária Aquisição da Personalidade Jurídica Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art186 13 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. Contrato social ● Natureza jurídica: ● Cláusulas obrigatórias: ○ Nome: Para utilizar o nome de um sócio falecido deve haver uma cláusula expressa que ele permitia, enquanto vivo, o uso do seu nome após sua morte. ○ Objeto: Exercício da advocacia ○ Logradouro: Endereço ○ Capital social: O seu valor ○ Forma de integralização: Forma de cada sócio paga sua quota do capital social. ○ Qualificação jurídica dos sócios: Somente pessoas físicas e advogadas. ○ Forma de remuneração dos sócios ○ Autorização ou não para o sócio advogar individualmente ○ Responsabilidade solidária dos sócios, entre si, sobre as obrigações da sociedade ● Cláusulas facultativas: Todas que os sócios quiserem colocar que sejam lícitas, com destaque para a cláusula arbitral sobre o TED (Tribunal de Ética e Disciplina - órgão dos Conselhos Seccionais) que está sendo altamente utilizada. Advogado empregado ● Dedicação exclusiva ● Hora Extra: 100% ● Adicional Noturno: 25% entre as 20 horas até as 5 da manhã. Advocacia de Partido É a contratação de um escritório de advocacia para a prática de toda e qualquer assessoria jurídica que a empresa demandar, seja ela na esfera consultiva ou contenciosa. com um único contrato de honorários, todos os sócios, diretores, administradores, gerentes, recursos humanos e todos os demais colaboradores da empresa poderão consultar o recém-criado Departamento Jurídico da empresa. Além disso, a advocacia de partido elabora ou revê os contratos utilizados com os seus clientes e fornecedores, faz um planejamento tributário que possa reduzir a carga tributária incidente e, ainda, patrocina as ações judiciais, sejam elas para demandar ou defender. Estabelecimento Advocaticio ● Estático ● Dinâmico 14 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado PROCEDIMENTO DISCIPLINAR NA OAB Art. 68. Salvo disposição em contrário, aplicam-se subsidiariamente ao processo disciplinar as regras da legislação processual penal comum e, aos demais processos, as regras gerais do procedimento administrativo comum e da legislação processual civil, nessa ordem. Art. 69. Todos os prazos necessários à manifestação de advogados, estagiários e terceiros, nos processos em geral da OAB, são de quinze dias, inclusive para interposição de recursos. § 1º Nos casos de comunicação por ofício reservado, ou de notificação pessoal, o prazo se conta a partir do dia útil imediato ao da notificação do recebimento. § 2º Nos casos de publicação na imprensa oficial do ato ou da decisão, o prazo inicia-se no primeiro dia útil seguinte. Art. 70. O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal. § 1º Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional competente, julgar os processos disciplinares, instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio conselho. § 2º A decisão condenatória irrecorrível deve ser imediatamente comunicada ao Conselho Seccional onde o representado tenha inscrição principal, para constar dos respectivos assentamentos. § 3º O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o acusado tenha inscrição principal pode suspendê-lo preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sessão especial para a qual deve ser notificado a comparecer, salvo se não atender à notificação. Neste caso, o processo disciplinar deve ser concluído no prazo máximo de noventa dias. Art. 71. A jurisdição disciplinar não exclui a comum e, quando o fato constituir crime ou contravenção, deve ser comunicado às autoridades competentes. Art. 72. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer autoridade ou pessoa interessada. § 1º O Código de Ética e Disciplina estabelece os critérios de admissibilidade da representação e os procedimentos disciplinares. § 2º O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente. Art. 73. Recebida a representação, o Presidente deve designar relator, a quem compete a instrução do processo e o oferecimento de parecer preliminar a ser submetido ao Tribunal de Ética e Disciplina. § 1º Ao representado deve ser assegurado amplo direito de defesa, podendo acompanhar o processo em todos os termos, pessoalmente ou por intermédio de procurador, oferecendo defesa prévia após ser notificado, razões finais após a instrução e defesa oral perante o Tribunal de Ética e Disciplina, por ocasião do julgamento. § 2º Se, após a defesa prévia, o relator se manifestar pelo indeferimento liminar da representação, este deve ser decidido pelo Presidente do Conselho Seccional, para determinar seu arquivamento. § 3º O prazo para defesa prévia pode ser prorrogado por motivo relevante, a juízo do relator. § 4º Se o representado não for encontrado, ou for revel, o Presidente do Conselho ou da Subseção deve designar-lhe defensor dativo; § 5º É também permitida a revisão do processo disciplinar, por erro de julgamento ou por condenação baseada em falsa prova. Art. 74. O Conselho Seccional pode adotar as medidas administrativas e judiciais pertinentes, objetivando a que o profissional suspenso ou excluído devolvaos documentos de identificação. 15 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado Art. 75. Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decisões definitivas proferidas pelo Conselho Seccional, quando não tenham sido unânimes ou, sendo unânimes, contrariem esta lei, decisão do Conselho Federal ou de outro Conselho Seccional e, ainda, o regulamento geral, o Código de Ética e Disciplina e os Provimentos. Parágrafo único. Além dos interessados, o Presidente do Conselho Seccional é legitimado a interpor o recurso referido neste artigo. Art. 76. Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões proferidas por seu Presidente, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados. Art. 77. Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto quando tratarem de eleições (arts. 63 e seguintes), de suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de cancelamento da inscrição obtida com falsa prova. Parágrafo único. O regulamento geral disciplina o cabimento de recursos específicos, no âmbito de cada órgão julgador. ESTRUTURA DA OAB Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade: I - defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas; II - promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil. § 1º A OAB não mantém com órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. § 2º O uso da sigla OAB é privativo da Ordem dos Advogados do Brasil. Art. 45. São órgãos da OAB: I - o Conselho Federal; II - os Conselhos Seccionais; III - as Subseções; IV - as Caixas de Assistência dos Advogados. § 1º O Conselho Federal, dotado de personalidade jurídica própria, com sede na capital da República, é o órgão supremo da OAB. § 2º Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade jurídica própria, têm jurisdição sobre os respectivos territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Territórios. § 3º As Subseções são partes autônomas do Conselho Seccional, na forma desta lei e de seu ato constitutivo. § 4º As Caixas de Assistência dos Advogados, dotadas de personalidade jurídica própria, são criadas pelos Conselhos Seccionais, quando estes contarem com mais de mil e quinhentos inscritos. § 5º A OAB, por constituir serviço público, goza de imunidade tributária total em relação a seus bens, rendas e serviços. § 6º Os atos conclusivos dos órgãos da OAB, salvo quando reservados ou de administração interna, devem ser publicados na imprensa oficial ou afixados no fórum, na íntegra ou em resumo. Art. 46. Compete à OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribuições, preços de serviços e multas. Parágrafo único. Constitui título executivo extrajudicial a certidão passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a crédito previsto neste artigo. Art. 47. O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do pagamento obrigatório da contribuição sindical. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13688.htm#art3 16 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado Art. 48. O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de órgão da OAB é de exercício gratuito e obrigatório, considerado serviço público relevante, inclusive para fins de disponibilidade e aposentadoria. Art. 49. Os Presidentes dos Conselhos e das Subseções da OAB têm legitimidade para agir, judicial e extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que infringir as disposições ou os fins desta lei. Parágrafo único. As autoridades mencionadas no caput deste artigo têm, ainda, legitimidade para intervir, inclusive como assistentes, nos inquéritos e processos em que sejam indiciados, acusados ou ofendidos os inscritos na OAB. Art. 50. Para os fins desta lei, os Presidentes dos Conselhos da OAB e das Subseções podem requisitar cópias de peças de autos e documentos a qualquer tribunal, magistrado, cartório e órgão da Administração Pública direta, indireta e fundacional. Natureza jurídica Art. 44. § 1º A OAB não mantém com órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. Art. 54. Compete ao Conselho Federal: III - velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia; Eleições Ocorrem a cada 3 anos, existem diretas e indiretas, sendo obrigatórias aos advogados. Art. 63. A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada na segunda quinzena do mês de novembro, do último ano do mandato, mediante cédula única e votação direta dos advogados regularmente inscritos. § 1º A eleição, na forma e segundo os critérios e procedimentos estabelecidos no regulamento geral, é de comparecimento obrigatório para todos os advogados inscritos na OAB. § 2º O candidato deve comprovar situação regular junto à OAB, não ocupar cargo exonerável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais de cinco anos. Art. 64. Consideram-se eleitos os candidatos integrantes da chapa que obtiver a maioria dos votos válidos. § 1º A chapa para o Conselho Seccional deve ser composta dos candidatos ao conselho e à sua diretoria e, ainda, à delegação ao Conselho Federal e à Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados para eleição conjunta. § 2º A chapa para a Subseção deve ser composta com os candidatos à diretoria, e de seu conselho quando houver. Art. 65. O mandato em qualquer órgão da OAB é de três anos, iniciando-se em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da eleição, salvo o Conselho Federal. Parágrafo único. Os conselheiros federais eleitos iniciam seus mandatos em primeiro de fevereiro do ano seguinte ao da eleição. Art. 66. Extingue-se o mandato automaticamente, antes do seu término, quando: I - ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de licenciamento do profissional; II - o titular sofrer condenação disciplinar; III - o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias consecutivas de cada órgão deliberativo do conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados, não podendo ser reconduzido no mesmo período de mandato. Parágrafo único. Extinto qualquer mandato, nas hipóteses deste artigo, cabe ao Conselho Seccional escolher o substituto, caso não haja suplente. 17 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado Art. 67. A eleição da Diretoria do Conselho Federal, que tomará posse no dia 1º de fevereiro, obedecerá às seguintes regras: I - será admitido registro, junto ao Conselho Federal, de candidatura à presidência, desde seis meses até um mês antes da eleição; II - o requerimento de registro deverá vir acompanhado do apoiamento de, no mínimo, seis Conselhos Seccionais; III - até um mês antes das eleições, deverá ser requerido o registro da chapa completa, sob pena de cancelamento da candidatura respectiva; IV – no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição, o ConselhoFederal elegerá, em reunião presidida pelo conselheiro mais antigo, por voto secreto e para mandato de 3 (três) anos, sua diretoria, que tomará posse no dia seguinte; V – será considerada eleita a chapa que obtiver maioria simples dos votos dos Conselheiros Federais, presente a metade mais 1 (um) de seus membros. Parágrafo único. Com exceção do candidato a Presidente, os demais integrantes da chapa deverão ser conselheiros federais eleitos. Conselho Federal - art. 51 a 55 Composto por uma diretoria e presidência, conselho pleno, órgão especial e câmaras. É a entidade máxima de representação dos advogados brasileiros e responsável pela regulamentação da advocacia no Brasil. Art. 51. O Conselho Federal compõe-se: I - dos conselheiros federais, integrantes das delegações de cada unidade federativa; II - dos seus ex-presidentes, na qualidade de membros honorários vitalícios. § 1º Cada delegação é formada por três conselheiros federais. § 2º Os ex-presidentes têm direito apenas a voz nas sessões. Art. 52. Os presidentes dos Conselhos Seccionais, nas sessões do Conselho Federal, têm lugar reservado junto à delegação respectiva e direito somente a voz. Art. 53. O Conselho Federal tem sua estrutura e funcionamento definidos no Regulamento Geral da OAB. § 1º O Presidente, nas deliberações do Conselho, tem apenas o voto de qualidade. § 2º O voto é tomado por delegação, e não pode ser exercido nas matérias de interesse da unidade que represente. § 3o Na eleição para a escolha da Diretoria do Conselho Federal, cada membro da delegação terá direito a 1 (um) voto, vedado aos membros honorários vitalícios. (Incluído pela Lei nº 11.179, de 2005) Art. 54. Compete ao Conselho Federal: I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB; II - representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais dos advogados; III - velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia; IV - representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e eventos internacionais da advocacia; V - editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários; VI - adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos Conselhos Seccionais; VII - intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violação desta lei ou do regulamento geral; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11179.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11179.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11179.htm#art1 18 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado VIII - cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato, de órgão ou autoridade da OAB, contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao Código de Ética e Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa; IX - julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nos casos previstos neste estatuto e no regulamento geral; X - dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos símbolos privativos; XI - apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria; XII - homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos Seccionais; XIII - elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Conselho ou de outro órgão da OAB; XIV - ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação lhe seja outorgada por lei; XV - colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos competentes para criação, reconhecimento ou credenciamento desses cursos; XVI - autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus bens imóveis; XVII - participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em todas as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual; XVIII - resolver os casos omissos neste estatuto. Parágrafo único. A intervenção referida no inciso VII deste artigo depende de prévia aprovação por dois terços das delegações, garantido o amplo direito de defesa do Conselho Seccional respectivo, nomeando-se diretoria provisória para o prazo que se fixar. Art. 55. A diretoria do Conselho Federal é composta de um Presidente, de um Vice-Presidente, de um Secretário-Geral, de um Secretário-Geral Adjunto e de um Tesoureiro. § 1º O Presidente exerce a representação nacional e internacional da OAB, competindo-lhe convocar o Conselho Federal, presidi-lo, representá-lo ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, promover-lhe a administração patrimonial e dar execução às suas decisões. § 2º O regulamento geral define as atribuições dos membros da diretoria e a ordem de substituição em caso de vacância, licença, falta ou impedimento. § 3º Nas deliberações do Conselho Federal, os membros da diretoria votam como membros de suas delegações, cabendo ao Presidente, apenas, o voto de qualidade e o direito de embargar a decisão, se esta não for unânime. Conselhos Seccionais Art. 56. O Conselho Seccional compõe-se de conselheiros em número proporcional ao de seus inscritos, segundo critérios estabelecidos no regulamento geral. § 1º São membros honorários vitalícios os seus ex-presidentes, somente com direito a voz em suas sessões. § 2º O Presidente do Instituto dos Advogados local é membro honorário, somente com direito a voz nas sessões do Conselho. § 3º Quando presentes às sessões do Conselho Seccional, o Presidente do Conselho Federal, os Conselheiros Federais integrantes da respectiva delegação, o Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados e os Presidentes das Subseções, têm direito a voz. Art. 57. O Conselho Seccional exerce e observa, no respectivo território, as competências, vedações e funções atribuídas ao Conselho Federal, no que couber e no âmbito de sua competência material e territorial, e as normas gerais estabelecidas nesta lei, no regulamento geral, no Código de Ética e Disciplina, e nos Provimentos. Art. 58. Compete privativamente ao Conselho Seccional: 19 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado I - editar seu regimento interno e resoluções; II - criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados; III - julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente, por sua diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados; IV - fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria, das diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados; V - fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual; VI - realizar o Exame de Ordem; VII - decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários; VIII - manter cadastro de seus inscritos; IX - fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços emultas; X - participar da elaboração dos concursos públicos, em todas as suas fases, nos casos previstos na Constituição e nas leis, no âmbito do seu território; XI - determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no exercício profissional; XII - aprovar e modificar seu orçamento anual; XIII - definir a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética e Disciplina, e escolher seus membros; XIV - eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários, no âmbito de sua competência e na forma do Provimento do Conselho Federal, vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de qualquer órgão da OAB; XV - intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados; XVI - desempenhar outras atribuições previstas no regulamento geral. Art. 59. A diretoria do Conselho Seccional tem composição idêntica e atribuições equivalentes às do Conselho Federal, na forma do regimento interno daquele. Subseções Art. 60. A Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua área territorial e seus limites de competência e autonomia. § 1º A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte de município, inclusive da capital do Estado, contando com um mínimo de quinze advogados, nela profissionalmente domiciliados. § 2º A Subseção é administrada por uma diretoria, com atribuições e composição equivalentes às da diretoria do Conselho Seccional. § 3º Havendo mais de cem advogados, a Subseção pode ser integrada, também, por um conselho em número de membros fixado pelo Conselho Seccional. § 4º Os quantitativos referidos nos §§ 1º e 3º deste artigo podem ser ampliados, na forma do regimento interno do Conselho Seccional. § 5º Cabe ao Conselho Seccional fixar, em seu orçamento, dotações específicas destinadas à manutenção das Subseções. § 6º O Conselho Seccional, mediante o voto de dois terços de seus membros, pode intervir nas Subseções, onde constatar grave violação desta lei ou do regimento interno daquele. Art. 61. Compete à Subseção, no âmbito de seu território: I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB; II - velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia, e fazer valer as prerrogativas do advogado; III - representar a OAB perante os poderes constituídos; IV - desempenhar as atribuições previstas no regulamento geral ou por delegação de competência do Conselho Seccional. Parágrafo único. Ao Conselho da Subseção, quando houver, compete exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na forma do regimento interno deste, e ainda: a) editar seu regimento interno, a ser referendado pelo Conselho Seccional; b) editar resoluções, no âmbito de sua competência; c) instaurar e instruir processos disciplinares, para julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina; 20 Caderno de Estatuto da OAB Ana Carolina Guimarães Machado d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e emitindo parecer prévio, para decisão do Conselho Seccional. Caixas de Assistência aos Advogados Art. 62. A Caixa de Assistência dos Advogados, com personalidade jurídica própria, destina-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. § 1º A Caixa é criada e adquire personalidade jurídica com a aprovação e registro de seu estatuto pelo respectivo Conselho Seccional da OAB, na forma do regulamento geral. § 2º A Caixa pode, em benefício dos advogados, promover a seguridade complementar. § 3º Compete ao Conselho Seccional fixar contribuição obrigatória devida por seus inscritos, destinada à manutenção do disposto no parágrafo anterior, incidente sobre atos decorrentes do efetivo exercício da advocacia. § 4º A diretoria da Caixa é composta de cinco membros, com atribuições definidas no seu regimento interno. § 5º Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor resultante após as deduções regulamentares obrigatórias. § 6º Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do Conselho Seccional respectivo. § 7º O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência dos Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades, designando diretoria provisória, enquanto durar a intervenção.
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