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REGIME-PRÓPRIO-DE-PREVIDÊNCIA-SOCIAL

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1 
SUMÁRIO 
1 O QUE É REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL? ..................... 3 
2 DA INSTITUIÇÃO E EXTINÇÃO DE REGIME PRÓPRIO .......................... 6 
2.1 REGIMES PRÓPRIOS: PORTARIA ALTERA NORMAS PARA 
EMISSÃO DE CERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO ................................. 8 
2.2 RPPS: CMN ALTERA RESOLUÇÃO SOBRE APLICAÇÕES DOS 
REGIMES PRÓPRIOS ............................................................................................ 9 
3 DA CONTRIBUIÇÃO DOS SERVIDORES CEDIDOS, AFASTADOS E 
LICENCIADOS .......................................................................................................... 10 
4 DAS VEDAÇÕES ...................................................................................... 12 
4.1 Dação em pagamento / Convênio, consórcio ou outra forma de 
associação / Inclusão de parcelas temporárias nos Benefícios ............................. 12 
5 TAXA DE ADMINISTRAÇÃO DO REGIME PRÓPRIO ............................. 16 
6 AVALIAÇÃO ATUARIAL DO REGIME PRÓPRIO .................................... 19 
6.1 O que é Avaliação Atuarial? ............................................................... 19 
6.2 Tábuas Biométricas que deverão ser utilizadas nas Avaliações e 
Reavaliações Atuariais .......................................................................................... 21 
6.3 Qual o papel do contabilista responsável pelo RPPS em relação a 
Avaliação atuarial? ................................................................................................ 22 
6.4 Provisão Matemática Previdenciária (também conhecida como Passivo 
Atuarial) ........................................................................................................... 23 
6.5 Quem define como se dará a separação dos recursos já acumulados 
pelo RPPS quando da opção por uma segregação de massa? ............................ 26 
7 O REGIME GERAL – RGPS ..................................................................... 28 
7.1 Contribuinte individual ........................................................................ 30 
7.2 Segurado facultativo ........................................................................... 30 
7.3 Empregado doméstico........................................................................ 30 
7.4 Segurado especial .............................................................................. 30 
 
2 
7.5 Aposentadoria especial ...................................................................... 31 
7.6 Aposentadoria por idade .................................................................... 31 
7.7 Aposentadoria por invalidez ............................................................... 32 
7.8 Aposentadoria por tempo de contribuição .......................................... 32 
7.9 Auxílio-acidente .................................................................................. 33 
7.10 Auxílio-doença ................................................................................ 34 
7.11 Auxílio reclusão ............................................................................... 35 
7.12 Pensão por morte ............................................................................ 35 
7.13 Pensão especial aos Portadores da Síndrome da Talidomida ........ 35 
7.14 Salário Família ................................................................................ 36 
7.15 Salário-maternidade ........................................................................ 36 
7.16 Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC-
LOAS ........................................................................................................ 37 
8 MANUTENÇÃO, PERDA E REAQUISIÇÃO DA QUALIDADE DE 
SEGURADO .............................................................................................................. 37 
9 OS DEPENDENTES ................................................................................. 41 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 43 
10 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................ 44 
 
 
 
 
3 
1 O QUE É REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL?1 
Regime Próprio de Previdência Social é um sistema de previdência, 
estabelecido no âmbito de cada ente federativo, que assegure, por lei, a todos os 
servidores titulares de cargo efetivo, pelo menos os benefícios de aposentadoria e 
pensão por morte previstos no artigo 40 da Constituição Federal. São intitulados de 
Regimes Próprios porque cada ente público da Federação (União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios) pode ter o seu, cuja finalidade é organizar a previdência dos 
servidores públicos titulares de cargo efetivo, tanto daqueles em atividade, como 
daqueles já aposentados e também dos pensionistas, cujos benefícios estejam sendo 
pagos pelo ente estatal. 
 
 
Fonte: brasprevi.com 
Desta forma, de um lado, temos o Regime Geral de Previdência Social – RGPS, 
cuja gestão é efetuada pelo INSS, que vincula obrigatoriamente todos os 
trabalhadores do setor privado e também os servidores públicos não vinculados a 
regimes próprios de previdência social e, por outro lado, temos vários regimes próprios 
de previdência social cujas gestões são efetuadas, distintamente, pelos próprios entes 
públicos instituidores. As normas básicas dos regimes próprios estão previstas no 
 
1 Texto extraído do link: http://www.previdencia.gov.br/ 
 
4 
artigo 40 da Constituição Federal, na Lei 9.717/98 e nas Portarias do Ministério da 
Previdência Social números 402/2008 (diretrizes gerais) e 403 (normas de atuária). 
No Brasil, a União tem regime próprio para os seus servidores e os Estados 
também. Já em relação aos municípios, existem muitos que não instituíram regimes 
próprios. Desta forma, os servidores titulares de cargos efetivos desses Municípios 
que não optaram por um Regime Próprio, são vinculados obrigatórios do Regime 
Geral de Previdência Social (INSS). 
Considera-se em extinção o RPPS do ente federativo que não mais assegure 
a todos os servidores titulares de cargo efetivo os benefícios de aposentadoria e 
pensão por morte, mas ainda mantém a responsabilidade pela concessão e 
manutenção de benefícios previdenciários. 
Unidade Gestora do Regime Próprio de Previdência Social é a entidade ou 
órgão integrante da estrutura da administração pública de cada ente federativo que 
tenha por finalidade a administração, o gerenciamento e a operacionalização do 
regime próprio, incluindo a arrecadação e gestão de recursos e fundos 
previdenciários, a concessão, o pagamento e a manutenção dos benefícios. 
O que é cargo efetivo? Trata-se do conjunto de atribuições, deveres e 
responsabilidades específicas definidas em estatutos dos entes federativos cometidas 
a um servidor aprovado por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos. 
Portanto, servidor público titular de cargo efetivo é aquele investido em cargo público, 
mediante prévia aprovação em concurso público, submetido ao regime estatutário. 
Carreira é a sucessão de cargos efetivos, estruturados em níveis e graus 
segundo sua natureza, complexidade e grau de responsabilidade, de acordo com o 
plano definido por lei de cada ente federativo. Será também considerado como tempo 
de carreira o tempo cumprido em emprego, função ou cargo de natureza não efetiva 
até 16 de dezembro de 1998. 
O tempo de efetivo exercício no serviço público trata do tempo de exercício no 
cargo, função ou emprego público, ainda que descontínuo, na Administração direta, 
autárquica, ou fundacional de qualquer dos entes federativos. 
A remuneração do cargo efetivo diz respeito ao valor constituído pelos 
vencimentos e vantagens pecuniárias permanentes desse cargo estabelecidas em lei 
de cada ente, acrescido dos adicionais de caráter individual e das vantagenspessoais 
permanentes. 
 
5 
Constituem recursos previdenciários do RPPS: as contribuições do ente 
federativo, dos segurados ativos, dos segurados inativos e dos pensionistas; as 
receitas decorrentes de investimentos e patrimoniais; os valores recebidos a título de 
compensação financeira, em razão do § 9º do art. 201 da Constituição Federal; os 
valores aportados pelo ente federativo; as demais dotações previstas no orçamento 
federal, estadual, distrital e municipal; e outros bens, direitos e ativos com finalidade 
previdenciária. 
 
 
Fonte: www.wgfinancas.com.br 
Equilíbrio financeiro é a garantia de equivalência entre as receitas auferidas e 
as obrigações do RPPS em cada exercício financeiro. 
O equilíbrio atuarial é a garantia de equivalência, a valor presente, entre o fluxo 
das receitas estimadas e das obrigações projetadas, apuradas atuarialmente, a longo 
prazo. 
Taxa de administração é o valor estabelecido em legislação de cada ente, para 
custear as despesas correntes e de capital necessárias à organização e ao 
funcionamento da unidade gestora do RPPS. 
 
6 
2 DA INSTITUIÇÃO E EXTINÇÃO DE REGIME PRÓPRIO 
Considera-se instituído um Regime Próprio de Previdência Social a partir do 
momento que o sistema de previdência, estabelecido no âmbito do ente federativo, 
passe a assegurar, por lei, a servidor titular de cargo efetivo, pelo menos os benefícios 
de aposentadoria e pensão por morte previstos no artigo 40 da Constituição Federal. 
É vedada a instituição retroativa do RPPS. A lei instituidora do RPPS poderá 
prever que a sua entrada em vigor dar-se-á após decorridos noventa dias da data da 
sua publicação, mantendo-se, nesse período, a filiação dos servidores e o 
recolhimento das contribuições ao RGPS. A instituição do RPPS independe da criação 
de unidade gestora ou de estabelecimento de alíquota de contribuição. É vedada a 
existência de mais de um RPPS para servidor público titular de cargo efetivo por ente 
federativo. 
Quer dizer então que se o sistema de previdência do ente federativo conceder, 
por lei, apenas o benefício de aposentadoria, este não será considerado como tendo 
RPPS instituído legalmente, uma vez que para isso ele teria de conceder também o 
benefício de pensão? Sim. Como dito anteriormente, para se caracterizar a existência 
legal do RPPS, o ente federativo deve conceder, por lei, no mínimo esses dois 
benefícios (aposentadoria e pensão). Se conceder apenas um deles não será 
considerado Regime Próprio de Previdência Social, ficando, nesse caso, os seus 
servidores vinculados ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS, devendo 
contribuírem, obrigatoriamente para o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. 
Quando os benefícios de aposentadoria e pensão estiverem previstos em leis 
distintas, considerar-se-á instituído o RPPS na data da vigência da lei de criação do 
benefício mais recente. 
Como fica a situação previdenciária dos servidores titulares de cargo efetivo do 
ente federativo que nunca editou lei instituidora de Regime Próprio? Nesse caso, os 
servidores são vinculados obrigatoriamente ao Regime Geral de Previdência Social – 
RGPS, contribuindo, consequentemente, para o Instituto Nacional do Seguro Social – 
INSS. 
Considera-se “em extinção” o RPPS do ente federativo que: Vinculou, por meio 
de lei, seus servidores titulares de cargo efetivo ao Regime Geral de Previdência 
Social (INSS); Revogou a lei ou os dispositivos de lei que asseguravam a concessão 
dos benefícios de aposentadoria ou pensão por morte aos servidores titulares de 
 
7 
cargo efetivo; e Adotou, em cumprimento à redação original do artigo 39, caput da 
CF/1988, o regime da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT como regime jurídico 
único de trabalho para seus servidores, até 04 de junho de 1998, data de publicação 
da Emenda Constitucional nº 19/1998, e que garanta, em lei, a concessão de 
aposentadoria aos servidores ativos amparados pelo regime em extinção e de pensão 
a seus dependentes. 
Com a lei de extinção, todos os servidores efetivos ativos, com exceção 
daqueles que já tenham implementados os seus direitos junto ao RPPS, serão 
vinculados ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS, cujas contribuições 
previdenciárias, consequentemente, passarão a ser recolhidas para o Instituto 
Nacional do Seguro Social – INSS. Não confundir extinção de Unidade Gestora com 
extinção de RPPS, pois a simples extinção da unidade gestora não afeta a existência 
do RPPS. 
O RPPS, quando da previsão legal de sua extinção, normalmente possuirá 
servidores já aposentados e também pensionistas, cujos pagamentos dos proventos 
continuarão sendo de responsabilidade do próprio RPPS. Poderá possuir também 
servidores que já tenham implementados os requisitos necessários a obtenção de 
seus benefícios, cuja concessão e pagamento dos proventos também será de 
responsabilidade do RPPS. 
Desta forma o RPPS entra em processo de extinção, sendo responsável pelo 
pagamento dos proventos aos seus inativos e pensionistas até o falecimento do último 
desses, ainda que custeado com recursos do tesouro, quando então se dará a 
extinção definitiva do RPPS. 
A extinção do RPPS pode ser retroativa, reconhecendo-se, com isso, direitos e 
deveres em relação ao RGPS? É vedado o reconhecimento retroativo de direitos e 
deveres em relação ao RGPS, ficando o RPPS do ente federativo responsável pelo 
custeio dos seguintes benefícios: 
a) os já concedidos pelo regime próprio; 
b) aqueles para os quais foram implementados os requisitos necessários à sua 
concessão; 
c) os decorrentes dos benefícios previstos acima (“a” e “b”); e 
d) a complementação das aposentadorias e pensões concedidas pelo RGPS 
de forma a cumprir o previsto na Constituição Federal. 
 
8 
Será responsável, também, pela concessão dos benefícios previdenciários aos 
servidores estatutários ativos remanescentes e aos seus dependentes, o RPPS em 
extinção que adotou, em cumprimento à redação original do artigo 39, caput da 
Constituição Federal de 1988, o regime da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT 
como regime jurídico único de trabalho para seus servidores, até 04 de junho de 1998, 
data de publicação da Emenda Constitucional n° 19, de 1998, e que garanta, em lei, 
a concessão de aposentadoria aos servidores ativos amparados pelo regime em 
extinção e de pensão a seus dependentes. 
O ente detentor de RPPS em extinção deverá manter ou editar lei que discipline 
o seu funcionamento e as regras para concessão de benefícios de futuras pensões 
ou de aposentadorias aos servidores que possuíam direito adquiridos na data da lei 
que alterou o regime previdenciário dos servidores, até a extinção definitiva. 
2.1 Regimes próprios: portaria altera normas para emissão de certidão de 
tempo de contribuição 
Normas foram editadas para permitir maior uniformização e clareza nos 
procedimentos relativos à emissão de CTC 
Da Redação (Brasília) – A Portaria MF nº 567, de 18 de dezembro de 2017, 
alterou as normas para a emissão da Certidão de Tempo de Contribuição (CTC) pelos 
Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), previstas na Portaria MPS nº 154, 
de 2008. 
Dentre as alterações, destaca-se a definição para o cálculo do tempo líquido 
de contribuição que deverá considerar o mês como 30 dias e o ano como 365 dias; a 
possibilidade do arquivamento eletrônico da CTC, na hipótese de o ente federativo 
utilizar processo administrativo eletrônico; e ainda a possibilidade de fracionamento 
do tempo de contribuição ao RPPS para cargos acumuláveis. A normativa orienta 
ainda os entes federativos a darem vacância do cargo em casos em que o servidor 
efetivo se aposentar pelo RGPS, contando tempo anterior de RPPS no mesmo cargo. 
A nova Portaria também trata da responsabilidade de emissão de CTC na 
hipótese de convênios ou regime especial com o INSS e traz uma inovação com a 
inserção do Anexo IV para permitir que osentes federativos emitam a declaração de 
tempo de contribuição ao RPPS, quando for aplicado os acordos internacionais de 
Previdência Social que contenham cláusula de aplicação nos RPPS. 
http://www.previdencia.gov.br/2017/12/regimes-proprios-portaria-altera-normas-para-emissao-de-certidao-de-tempo-de-contribuicao/
http://www.previdencia.gov.br/2017/12/regimes-proprios-portaria-altera-normas-para-emissao-de-certidao-de-tempo-de-contribuicao/
http://www.previdencia.gov.br/wp-content/uploads/2017/12/PORTARIA-MPS-n%C2%BA-154-de-15mai2008-atualizada-at%C3%A9-20dez2017.pdf
 
9 
As alterações foram realizadas para suprimir algumas omissões e corrigir 
inconsistências na Portaria. Os pontos alterados já haviam sido objeto de 
questionamento pelos entes federativos junto à Secretaria de Previdência, do 
Ministério da Fazenda. As normas foram editadas para permitir maior uniformização e 
clareza nos procedimentos relativos à emissão de CTC. 
Cálculo dos proventos pela média – A Portaria altera também as orientações 
do Anexo da Portaria MPS nº 402, de 2008, quanto ao cálculo da média dos proventos 
de forma a esclarecer quando as remunerações serão comparadas ao salário mínimo: 
que deve ocorrer na competência em que a remuneração foi paga e não com o salário 
mínimo vigente na concessão do benefício. 
A unidade gestora deverá garantir pleno acesso dos segurados às informações 
relativas à gestão do RPPS. O acesso do segurado às informações relativas à gestão 
do RPPS dar-se-á por atendimento a requerimento e pela disponibilização, inclusive 
por meio eletrônico, dos relatórios contábeis, financeiros, previdenciários e dos 
demais dados pertinentes. 
2.2 RPPS: CMN altera resolução sobre aplicações dos regimes próprios 
O CMN aprovou modificações na Resolução CMN nº 3.922, de 2010, para 
aperfeiçoar a norma e adequar a gestão de ativos dos RPPS às melhores práticas de 
investimentos, com incremento à austeridade, transparência e segurança nas 
aplicações dos correspondentes recursos. Existem aproximadamente 2105 RPPS de 
estados e municípios, com cerca de 10 milhões de segurados e R$ 135 bilhões em 
reservas aplicadas. 
As alterações incentivam uma maior qualificação profissional dos gestores e 
incluem requisitos para a contratação de prestadores de serviços dos RPPS, com o 
objetivo de deixar transparente para a sociedade os custos com a gestão dos 
correspondentes ativos. 
São alterados alguns limites de aplicação em ativos, conforme o grau de risco, 
bem como são inseridos condicionantes relevantes de diminuição de risco para 
aplicações em Fundos de Investimento em Participação (FIP) e em Direitos 
Creditórios (FIDC), como: exigência de experiência do gestor, informações para 
adequada avaliação dos riscos (balanços anuais auditados), adequada avaliação do 
risco (inclusive agência classificadora de riscos) e incentivos para aplicações em 
http://www.previdencia.gov.br/2017/10/80533/
 
10 
fundos com mais investidores (limitação de investimento de cada RPPS em 5% dos 
fundos com maiores riscos potenciais). 
Somado a isso, eleva-se o limite de algumas modalidades (como fundos 
multimercado) e amplia-se o leque de ativos elegíveis para aplicação dos recursos 
dos RPPS, para que estes possam perseguir melhores rentabilidades, podendo 
investir também em: i) Certificados de Depósito Bancário (CDB) no limite garantido 
pelo Fundo Garantido de Crédito (FGC); e ii) Fundos de Investimentos em Debêntures 
de Infraestrutura, para fomentar a investimentos relevantes para a economia. 
Em linha com orientações jurídicas e técnicas recentes, foram excluídas as 
referências aos índices de rentabilidade de entidades privadas específicas. Permite-
se, assim, investimentos em fundos de renda fixa e variável que sigam outros índices, 
o que possibilita a criação e a utilização de novos e variados índices. 
Por fim, os Regimes que, em decorrência da entrada em vigor desta Resolução, 
passem a apresentar aplicações em desacordo com o estabelecido, poderão mantê-
las em carteira por até 180 dias, a serem contados da publicação, ou em conformidade 
com os prazos de vencimento, resgate ou carência pactuados, se superiores a 180 
dias.2 
3 DA CONTRIBUIÇÃO DOS SERVIDORES CEDIDOS, AFASTADOS E 
LICENCIADOS 
Na cessão de servidores para outro ente federativo, em que o pagamento da 
remuneração seja ônus do órgão ou da entidade cessionária, será de sua 
responsabilidade o desconto da contribuição devida pelo servidor e a contribuição 
devida pelo ente de origem. Caberá ao cessionário efetuar o repasse das 
contribuições do ente federativo e do servidor à unidade gestora do RPPS do ente 
federativo cedente. 
 
2 Texto extraído do link: http:www.previdencia.gov.br/noticias/categoria/regimes-proprios 
 
11 
 
Fonte: farm4.staticflickr.com 
Caso o cessionário não efetue o repasse das contribuições à unidade gestora 
no prazo legal, caberá ao ente federativo cedente efetuá-lo, buscando o reembolso de 
tais valores junto ao cessionário. O termo ou ato de cessão do servidor com ônus para 
o cessionário, deverá prever a responsabilidade deste pelo desconto, recolhimento e 
repasse das contribuições previdenciárias ao RPPS de origem, conforme valores 
informados mensalmente pelo cedente. 
Na cessão de servidores para outro ente federativo, sem ônus para o 
cessionário, continuará sob a responsabilidade do cedente, o desconto e o repasse 
das contribuições à unidade gestora do RPPS. 
Nas hipóteses de cessão, licenciamento ou afastamento de servidor, o cálculo 
da contribuição será feito de acordo com a remuneração do cargo efetivo de que o 
servidor é titular. 
O servidor afastado ou licenciado temporariamente do exercício do cargo 
efetivo sem recebimento de remuneração do ente federativo, somente contará o 
respectivo tempo de afastamento ou licenciamento para fins de aposentadoria, 
mediante o recolhimento mensal das contribuições, conforme lei do respectivo ente. 
A contribuição efetuada durante o afastamento do servidor não será computada para 
cumprimento dos requisitos de tempo de carreira, tempo de efetivo exercício no 
serviço público e tempo no cargo efetivo na concessão de aposentadoria. Na omissão 
 
12 
da lei quanto ao ônus pela contribuição do ente federativo, o repasse à unidade 
gestora do RPPS do valor correspondente continuará sob a responsabilidade do ente. 
Não incidirão contribuições para o RPPS do ente cedente ou do ente 
cessionário, nem para o RGPS (INSS), sobre as parcelas remuneratórias 
complementares, não componentes da remuneração do cargo efetivo pagas pelo ente 
cessionário ao servidor cedido, exceto na hipótese em que houver a opção pela 
contribuição facultativa ao RPPS do ente cedente, na forma prevista em sua 
legislação. 
4 DAS VEDAÇÕES 
4.1 Dação em pagamento / Convênio, consórcio ou outra forma de associação 
/ Inclusão de parcelas temporárias nos Benefícios 
É vedada a dação em pagamento com bem móveis e imóveis de qualquer 
natureza, ações ou quaisquer outros títulos, para a amortização de débitos com o 
RPPS, excetuada a amortização do déficit atuarial. 
 Fundamentação Legal: Artigo 7°, da Portaria MPS nº 402/2008 
É vedado o pagamento de benefícios previdenciários mediante convênio, 
consórcio ou outra forma de associação entre estados, entre estados e municípios e 
entre municípios, após 27 de novembro de 1998. 
Os convênios, consórcios ou outra forma de associação, existentes até 27 de 
novembro de 1998, devem garantir integralmente o pagamento dos benefícios já 
concedidos, daqueles cujos requisitos necessários a sua concessão foram 
implementados até aquela data, bem como os deles decorrentes. 
O RPPS deve assumir integralmente os benefícios, cujos requisitos 
necessários a sua concessão tenham sido implementados após 27 de novembro de 
1998. 
 
13 
 
Fonte: jandervieira.com 
 Fundamentação Legal: Artigo 24 e §§ 1° e 2°,da Portaria MPS nº 402/2008. 
O que se entende por parcelas temporárias? São as parcelas remuneratórias 
pagas em decorrência de local de trabalho (adicional noturno, insalubridade, 
periculosidade, entre outras); de função de confiança; de cargo em comissão ou do 
abono de permanência. 
Essas parcelas não podem ser incluídas nos benefícios de aposentadoria e 
pensão. É vedada a inclusão nos benefícios de aposentadoria e pensão, para efeito 
de percepção destes, de parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de 
trabalho, de função de confiança ou de cargo em comissão e do abono de 
permanência, ainda que mediante regras específicas, independentemente de ter 
havido incidência de contribuição sobre tais parcelas. 
 Fundamentação Legal: §§ 2° e 3°, do artigo 23, da Portaria MPS nº 402/2008. 
Existe alguma exceção que permita considerar tais parcelas no cálculo dos 
benefícios? Não se incluem na vedação, as parcelas que tiverem integrado a 
remuneração de contribuição do servidor que se aposentar com proventos calculados 
pela média aritmética, conforme questão 37 do Tópico XXII, respeitando-se, em 
qualquer hipótese, como limite máximo para valor inicial do benefício, a remuneração 
do servidor no respectivo cargo efetivo em que se der a aposentadoria, ainda que a 
contribuição seja feita mediante a opção prevista, conforme questão 07 do Tópico 
XXII. 
 
14 
 Fundamentação Legal: §§ 4° e 5°, do artigo 23, da Portaria MPS nº 402/2008. 
Qual o reflexo da inclusão dessas parcelas pagas em decorrência de local de 
trabalho, de função de confiança ou cargo em comissão na base de cálculo da 
contribuição previdenciária em relação a concessão dos benefícios? 
Essa questão merece uma análise bem detalhada, para se saber da vantagem 
ou não de se incluir tais parcelas na base de cálculo da contribuição. Sabe-se que, 
em qualquer hipótese, o valor dos proventos da aposentadoria não pode ser superior 
ao valor da remuneração do respectivo servidor no cargo efetivo em que se der a 
aposentadoria, nem inferior ao valor do salário-mínimo (§2º, art. 40, da Constituição 
Federal e §5º, art. 1º, Lei Federal nº 10.887/2004). Desta maneira: 
a) se o servidor se aposentar pela regra do direito adquirido, conforme disposto 
no art. 3º da Emenda Constitucional nº 41/2003, ou pelas regras estabelecidas no art. 
6º da Emenda Constitucional nº 41/2003 e no art. 3º da Emenda Constitucional nº 
47/2005, as quais lhe dão o direito a proventos integrais correspondentes ao valor da 
última remuneração do servidor no cargo efetivo , então, o seu provento de 
aposentadoria será igual ao valor da última remuneração, sem qualquer interferência 
das eventuais contribuições feitas sobre as parcelas pagas em decorrência de local 
de trabalho, de função de confiança ou de cargo em comissão. 
b) se o servidor se aposentar pelas regras estabelecidas no §1º do art. 40 da 
Constituição Federal ou no art. 2º da Emenda Constitucional nº 41/2003, as quais lhe 
dão o direto a proventos calculados de acordo com o disposto no art. 1º da Lei Federal 
nº 10.887/2004, ou seja, pela média aritmética simples das maiores remunerações 
utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a 
que esteve vinculado, correspondentes a 80% de todo o período contributivo desde a 
competência Julho/94 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela 
competência, então, neste caso, a incidência de contribuição sobre as parcelas pagas 
em decorrência de local de trabalho, de função de confiança ou de cargo em comissão 
causará efeito no valor da média aritmética simples das contribuições, podendo 
interferir no cálculo dos proventos da aposentadoria. Salientando que: 
b.1) se o valor da média calculada ultrapassar o valor da remuneração do 
servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria (isso, atualmente, ocorre na 
maioria dos casos), então, o valor dos proventos da aposentadoria será igual ao valor 
da remuneração do cargo efetivo. Portanto, novamente, nesse caso, sem qualquer 
 
15 
interferência das eventuais contribuições feitas sobre as parcelas pagas em 
decorrência de local de trabalho, de função de confiança ou de cargo em comissão. 
 
Exemplo: 
Remuneração do cargo efetivo do servidor no mês da aposentadoria = R$- 
1.500,00 
 
Valor da média aritmética = R$- 1.950,00 
Valor dos proventos será de R$- 1.500,00 (nesse caso, igual a última 
remuneração como ativo) 
 
b.2) se o valor da média calculada for inferior ao valor da remuneração do 
servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, então, o valor dos proventos 
da aposentadoria será igual ao valor da média calculada, sendo este o único caso em 
que as contribuições sobre as parcelas pagas em decorrência de local de trabalho, de 
função de confiança ou de cargo em comissão poderão beneficiar o aposentado, pois 
poderão aumentar o valor da média calculada na forma do art. 1º da Lei Federal nº 
10.887/2004, e consequentemente, melhorar o valor dos proventos devidos, já que o 
mesmo será inferior a remuneração do cargo efetivo no mês da aposentadoria. 
 
Exemplo: 
Remuneração do cargo efetivo do servidor no mês da aposentadoria = R$- 
1.500,00 
Valor da média aritmética = R$- 1.250,00 
Valor dos proventos será de R$- 1.250,00 (nesse caso, menor do que a última 
remuneração como ativo). 
 
 
16 
 
Fonte: imgs.jusbrasil.com 
Com todas essas peculiaridades, qual a formalização necessária que o caso 
requer, no caso de haver previsão legal de incorporação das parcelas pagas em 
decorrência de local de trabalho, de função de confiança ou de cargo em comissão, 
na base de cálculo das contribuições? A incorporação na base de cálculo das 
contribuições, das parcelas pagas em decorrência de local de trabalho, de função de 
confiança ou de cargo em comissão, requer a formalização expressa da opção do 
servidor pela inclusão ou não dessas parcelas, para que o mesmo tenha ciência que, 
caso opte pela inclusão, isso não é garantia de concessão de benefício na mesma 
proporção. 
 Fundamentação legal: § 1° do artigo 4°, da Portaria MPS nº 402/2008. 
5 TAXA DE ADMINISTRAÇÃO DO REGIME PRÓPRIO 
Taxa de administração é o percentual estabelecido em legislação de cada ente, 
para custear as despesas correntes e de capital necessárias à organização e ao 
funcionamento da unidade gestora do RPPS. 
A taxa de administração, conforme dispõe o artigo 15 da Portaria MPS nº 
402/2008, será de até dois pontos percentuais do valor total das remunerações, 
proventos e pensões dos segurados vinculados ao RPPS, relativo ao exercício 
financeiro anterior, conforme percentual definido em lei de cada ente. 
Quer dizer que a base de cálculo das despesas administrativas é a somatória 
da remuneração bruta das folhas de pagamentos dos servidores ativos, inativos e 
 
17 
pensionistas? Sim. Para se chegar a essa base, deve-se consolidar as folhas de 
pagamentos de todos os órgãos (No caso de Município: Prefeitura, Câmara, 
Autarquias, Fundações, etc), mas somente daqueles vinculados ao Regime Próprio 
do Ente. Daí a necessidade da elaboração de Folhas de Pagamentos distintas para 
os servidores vinculados ao RPPS daqueles vinculados ao INSS. 
Além da Taxa de Administração, há alguma exceção em que o Ente possa 
utilizar seus recursos previdenciários, tais como ações de assistência social e de 
saúde? É vedada a utilização dos recursos previdenciários para custear ações de 
assistência social, de saúde, de assistência financeira de qualquer espécie e para 
concessão de verbas indenizatórias, ainda que decorrentes de acidente em serviço. 
Os recursos previdenciários do RPPS em extinção poderão ser utilizados 
somente para: 
1- pagamento de benefícios previdenciários concedidos e a conceder, 
2- quitação dos débitos com o RGPS; 
3- constituição ou manutenção do fundo previdenciário previsto no art. 6º da Lei 
n.º 9.717/98; e 
4- pagamentos relativosà compensação previdenciária entre regimes de que 
trata a Lei nº 9.796, de 1999. 
Quais despesas podem ser custeadas pela Taxa de Administração prevista no 
art. 6º, inciso VIII, da Lei nº 9.717/1998? A Taxa de Administração será destinada 
exclusivamente ao custeio das despesas correntes e de capital necessárias à 
organização e ao funcionamento da unidade gestora do RPPS, tais como: pessoal, 
encargos, material de consumo e serviços, e despesas gerais, inclusive para a 
conservação do seu patrimônio. 
 
18 
 
Fonte: www.regiaonews.com.br 
Na verificação da utilização dos recursos destinados à taxa de administração, 
não serão computadas as despesas diretamente decorrentes das aplicações de 
recursos em ativos financeiros, conforme previsto em norma do Conselho Monetário 
Nacional. 
O RPPS poderá constituir reserva com as sobras do custeio das despesas do 
exercício, cujos valores serão utilizados para os fins a que se destina a taxa de 
administração. No entanto, para utilizar-se dessa faculdade, a alíquota da taxa de 
administração deverá ser definida expressamente em texto legal. Caso não haja 
normatização legal pelo Ente a respeito do limite da taxa de administração, prevalece 
o limite máximo de 2%, no entanto, se houver sobras, essas não poderão ser objeto 
de reservas. 
A aquisição ou construção de bens imóveis com os recursos destinados à taxa 
de administração restringe-se aos destinados ao uso próprio da unidade gestora do 
RPPS, sendo vedada a utilização desses bens para investimento ou uso por outro 
órgão público ou particular, em atividades assistenciais ou quaisquer outros fins. 
Excepcionalmente, poderão ser realizados gastos na reforma de bens imóveis do 
RPPS destinados a investimentos utilizando-se os recursos destinados à Taxa de 
Administração, desde que seja garantido o retorno dos valores empregados, mediante 
processo de análise de viabilidade econômico-financeira. 
 
19 
Na hipótese da unidade gestora do RPPS possuir competências diversas 
daquelas relacionadas à administração do regime, deverá haver o rateio proporcional 
das despesas relativas a cada atividade para posterior apropriação nas rubricas 
contábeis correspondentes, observando-se, ainda, que, se a estrutura ou patrimônio 
utilizado for de titularidade exclusiva do RPPS, deverá ser estabelecida uma 
remuneração ao regime em virtude dessa utilização. 
O descumprimento dos critérios fixados para a taxa de administração do RPPS 
(artigo 15 da Portaria MPS nº 402/2008) significará utilização indevida dos recursos 
previdenciários e exigirá o ressarcimento dos valores correspondentes. 
6 AVALIAÇÃO ATUARIAL DO REGIME PRÓPRIO 
6.1 O que é Avaliação Atuarial? 
Avaliação Atuarial é o estudo técnico desenvolvido pelo atuário, baseado nas 
características biométricas, demográficas e econômicas da população analisada, com 
o objetivo principal de estabelecer, de forma suficiente e adequada, os recursos 
necessários para a garantia dos pagamentos dos benefícios previstos pelo plano. A 
Portaria MPS nº 403/2008 dispõe sobre as normas aplicáveis às avaliações e 
reavaliações atuariais dos Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS, da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, define parâmetros para a 
segregação da massa e dá outras providências. 
De acordo com o Artigo 1º, da Lei n° 9717/98, os regimes próprios de 
previdência deverão ser organizados, baseados em normas gerais de contabilidade e 
atuária, de modo a garantir o seu equilíbrio financeiro e atuarial. Para isso, são 
obrigados a realização de avaliação atuarial inicial e novas reavaliações a cada 
balanço, utilizando-se parâmetros gerais, para a organização e revisão do plano de 
custeio e benefícios. 
Antes da elaboração da Avaliação Atuarial deve ser elaborada a Nota Técnica 
Atuarial. Nota Técnica Atuarial é um documento exclusivo de cada RPPS que 
descreve de forma clara e precisa as características gerais dos planos de benefícios, 
a formulação para o cálculo do custeio e das reservas matemáticas previdenciárias, 
as suas bases técnicas e premissas a serem utilizadas nos cálculos, contendo, no 
mínimo, os dados constantes do Anexo Único da Portaria MPS nº 403/2008. 
 
20 
O Ente Federativo, a Unidade Gestora do RPPS e o Atuário responsável pela 
elaboração da Avaliação Atuarial deverão eleger conjuntamente as hipóteses 
biométricas, demográficas, econômicas e financeiras adequadas às características da 
massa de segurados e de seus dependentes para o correto dimensionamento dos 
compromissos futuros do RPPS, obedecidos os parâmetros mínimos de prudência 
estabelecidos na Portaria MPS nº 403/2008, tendo como referência as hipóteses e 
premissas consubstanciadas na Nota Técnica Atuarial do respectivo RPPS. No caso 
de segregação da massa, a Nota Técnica Atuarial deverá estar segregada por plano. 
Qual é o prazo de encaminhamento da Nota Técnica Atuarial à Secretaria de 
Políticas de Previdência Social – SPPS? Para os RPPS antigos, o prazo de 
encaminhamento da Nota Técnica Atuarial encerrou-se na data de exigência do 
Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial – DRAA, do exercício de 2010, no 
caso 31/03/2010, contendo os elementos mínimos estabelecidos no ANEXO ÚNICO 
da Portaria MPS nº 403/2008. A partir daí, na instituição de novos RPPS, a Nota 
Técnica Atuarial passou a ser exigida até a data de envio do primeiro DRAA. A 
Avaliação Atuarial inicial e as reavaliações atuariais do RPPS deverão ter como base 
a Nota Técnica Atuarial apresentada a SPPS. 
A Nota Técnica Atuarial poderá ser alterada mediante termo aditivo e 
justificativa técnica apresentados à SPPS pelo ente federativo, devidamente 
chancelados pelo representante legal do ente, pelo dirigente da unidade gestora e 
pelo atuário responsável. 
A Avaliação atuarial inicial deve ser elaborada no momento da criação do 
RPPS. A partir daí, a cada ano, devem ser elaboradas as reavaliações atuariais do 
RPPS. As reavaliações atuariais, e os respectivos DRAA, deverão ter como data da 
avaliação o último dia do exercício anterior (31/12) ao da exigência de sua 
apresentação, e serão elaboradas com dados cadastrais posicionados entre os meses 
de julho a dezembro do exercício anterior ao da exigência de sua apresentação. Os 
documentos, bancos de dados e informações que deram suporte à avaliação e 
reavaliações atuariais deverão permanecer arquivados na unidade gestora do RPPS, 
podendo ser solicitados pela SPPS a qualquer tempo. 
 
21 
6.2 Tábuas Biométricas que deverão ser utilizadas nas Avaliações e 
Reavaliações Atuariais 
Para as avaliações e reavaliações atuariais deverão ser utilizadas as Tábuas 
Biométricas Referenciais para projeção dos aspectos biométricos dos segurados e de 
seus dependentes mais adequadas à respectiva massa, desde que não indiquem 
obrigações inferiores às alcançadas pelas seguintes tábuas: 
I- Sobrevivência de Válidos e Inválidos: Tábua atual de mortalidade elaborada 
para ambos os sexos pelo IBGE, divulgada no endereço eletrônico do MPS, na 
internet, como limite mínimo de taxa de sobrevivência; e 
II- Entrada em Invalidez: Álvaro Vindas, como limite mínimo de taxa de entrada 
em invalidez. 
Para que o resultado a ser obtido na Avaliação Atuarial seja o mais real 
possível, o Ente deverá ter um cuidado muito especial com a base cadastral dos seus 
servidores, pois é com base nessa base cadastral que o Atuário irá desenvolver o seu 
trabalho. Desta forma, informações desatualizadas, ou falta de informação, ou, ainda, 
informação incorreta desses dados podem trazer um resultado que não reflete com a 
realidade do RPPS, trazendo reflexos diretos nas alíquotas de contribuições a ser 
definidas na Avaliação e, consequentemente, no equilíbrio financeiro e atuarial do 
RPPS. Portanto, o Ente deve fornecer ao Atuário uma base cadastral correta, 
completa e atualizada de todos os servidores vinculados ao RPPS (ativos, 
aposentadose pensionistas) e dos seus respectivos dependentes, de todos os 
Poderes, Entidades e Órgãos do Ente Federativo. 
O Parecer Atuarial deverá conter, de forma expressa, a avaliação da base 
cadastral, destacando a sua atualização, amplitude e consistência. Caso a base 
cadastral dos segurados esteja incompleta ou inconsistente, o Parecer Atuarial deverá 
dispor sobre o impacto em relação ao resultado apurado, devendo ser adotados, pelo 
ente federativo, providências para sua adequação até a próxima avaliação atuarial. 
Inexistindo na base cadastral informações sobre o tempo de contribuição 
efetivo para fins de aposentadoria, será considerada a diferença apurada entre a idade 
atual do segurado e a idade estimada de ingresso no mercado de trabalho, desde que 
tecnicamente justificada no Parecer Atuarial, respeitado o limite mínimo de dezoito 
anos. 
 
22 
No caso de falta ou inconsistência de dados cadastrais dos dependentes, 
deverá ser estimada a composição do grupo familiar para fins de cálculo do 
compromisso gerado pela morte do servidor ativo ou inativo, esclarecendo-se, no 
Parecer Atuarial, os critérios utilizados, sempre numa perspectiva conservadora 
quanto aos impactos na diminuição das obrigações do RPPS. 
Poderão ser computados, na Avaliação Atuarial, os valores a receber em 
virtude da Compensação Previdenciária que, na condição de regime instituidor, 
possua convênio ou acordo de cooperação técnica em vigor para operacionalização 
da compensação previdenciária com os regimes de origem. O cálculo desses valores 
deverá estar fundamentado em base cadastral atualizada, completa e consistente, 
inclusive no que se refere ao tempo de contribuição do segurado para o regime de 
origem. Na Nota Técnica Atuarial e na Avaliação Atuarial, deverá ser indicada a 
metodologia de cálculo utilizada para a determinação do valor da compensação 
previdenciária a receber, devendo ficar à disposição da SPS os demonstrativos dos 
valores a compensar, discriminados por benefícios e a documentação 
correspondente, pelo prazo de cinco anos contados da data da avaliação. 
6.3 Qual o papel do contabilista responsável pelo RPPS em relação a Avaliação 
atuarial? 
O contabilista verificará se a avaliação atuarial do regime foi elaborada com a 
observação da Portaria MPS nº 403/2008 e se é assinada por profissional ou empresa 
devidamente registrado no Instituto Brasileiro de Atuária – IBA. O Parecer do Atuário 
é o documento contábil hábil usado pelo profissional da área contábil para efetuar o 
registro da “provisão matemática previdenciária”, não sendo sua função contestar os 
valores apresentados. 
 
23 
 
Fonte: ajufest.com.br 
 Todavia, no caso de alterações significativas na composição dos valores da 
avaliação atuarial de um ano para outro, é importante que o Contador verifique na 
Avaliação a análise comparativa entre os resultados das três últimas avaliações, 
objetivando compor as notas explicativas que acompanharão as demonstrações 
contábeis publicadas pelos RPPS ao final do exercício. Essa análise comparativa 
entre os resultados das três últimas avaliações é quesito obrigatório da Avaliação 
Atuarial. 
6.4 Provisão Matemática Previdenciária (também conhecida como Passivo 
Atuarial) 
No passivo, encontram-se as contas correspondentes às obrigações. O termo 
atuarial, de outro lado, vem da projeção da apuração de compromisso, previdenciário 
ou de seguros em geral. Com isso, entende-se por passivo atuarial a diferença a maior 
entre os valores provisionados pelos RPPS para fazer face à totalidade dos 
compromissos futuros do plano para com seus servidores e dependentes e as 
contribuições correspondentes, ou seja, os valores necessários para cobrir a 
insuficiência das contribuições frente aos benefícios previdenciários sob 
responsabilidade do RPPS. É importante ressaltar que esses valores representam, 
 
24 
via de regra, as contribuições previdenciárias que em anos anteriores não foram 
vertidas para assegurar o pagamento dos benefícios previdenciários. 
Trata-se, portanto, de uma “dívida” antiga do Ente em relação aos seus 
servidores, seja porque não houve a devida cobrança proporcional ao benefício 
assegurado, seja pelo uso desses recursos em outros compromissos que não os 
previdenciários. As contas que comporão o resultado da Provisão Matemática 
Previdenciária serão registradas no Passivo Exigível a Longo Prazo, no grupo de 
contas denominado Provisões Matemáticas Previdenciárias, observado o 
detalhamento estabelecido no Plano de Contas aplicável aos RPPS. 
Passivo Atuarial significa o mesmo que Déficit Atuarial? Não. O termo Passivo 
Atuarial, como consta na questão anterior, é o somatório dos “compromissos líquido 
do plano”. Já o termo Déficit Atuarial é a diferença entre esses “compromissos 
líquidos” e os ativos financeiros garantidores do sistema de previdência já 
capitalizados (Ativo Real Líquido). 
 
Exemplo: 
Passivo Atuarial apurado na Avaliação = R$- 3.432.400,00 
(-) Carteira atual de ativos capitalizados (Ativo Real Líquido) = R$- 1.897.900,00 
(=) Déficit Atuarial = R$- 1.534.500,00 
 
O Ativo Real Líquido é composto pelos recursos financeiros já acumulados pelo 
RPPS. Além dos recursos financeiros, também poderão ser incluídos como ativo real 
líquido os créditos a receber do ente federativo, desde que: os valores estejam 
devidamente reconhecidos e contabilizados pelo ente federativo como dívida fundada 
com a unidade gestora do RPPS; os valores tenham sido objeto de parcelamento 
celebrado de acordo com as normas gerais estabelecidas pelo Ministério da 
Previdência Social; e que o ente federativo esteja adimplente em relação ao 
pagamento das parcelas. 
No caso da avaliação indicar déficit atuarial, o artigo 18 da Portaria MPS nº 
403/2008 dispõe que deverá ser apresentado no Parecer Atuarial um plano de 
amortização para o seu equacionamento. O plano de amortização deverá estabelecer 
um prazo máximo de 35 anos para que sejam acumulados os recursos necessários 
para a cobertura do déficit atuarial. O plano de amortização poderá ser revisto nas 
reavaliações atuariais anuais, respeitando sempre o período remanescente para o 
 
25 
equacionamento, contado a partir do marco inicial estabelecido pela implementação 
do plano de amortização inicial. 
O plano de amortização indicado pelo Parecer Atuarial poderá consistir no 
estabelecimento de alíquota de contribuição suplementar ou em aportes periódicos 
cujos valores sejam preestabelecidos e somente será considerado implementado a 
partir do seu estabelecimento em Lei do ente federativo. A definição de alíquota de 
contribuição suplementar ou aportes periódicos deverá estar fundamentada na 
capacidade orçamentária e financeira do ente federativo para o cumprimento do plano 
de amortização. 
Além desse plano de amortização, conforme questão anterior, existe alguma 
outra alternativa para a solução do Déficit Atuarial? Alternativamente ao plano de 
amortização previsto na questão anterior, o ente federativo poderá optar pelo 
equacionamento do déficit atuarial do seu RPPS por intermédio de segregação da 
massa de seus segurados, observados os parâmetros estabelecidos na Portaria MPS 
nº 403/2008. 
Segregação de massa de segurados é uma separação desses segurados em 
dois grupos distintos, a partir da definição de uma data de corte, sendo um grupo 
intitulado de Plano Financeiro e o outro de Plano Previdenciário. Essa data de corte 
não poderá ser superior a data de implementação da segregação. Os servidores 
admitidos anteriormente à data de corte integrarão o Plano Financeiro e os admitidos 
após, integrarão o Plano Previdenciário. 
Os beneficiários de aposentadorias e pensões concedidas entre a data de corte 
e a data de implementação da segregação da massa, se admitidos após a data de 
corte, poderão ser alocados ao Plano Previdenciário ou destinado em sua totalidade 
ao Plano Financeiro. A segregaçãoda massa será considerada implementada a partir 
do seu estabelecimento em lei do ente federativo, acompanhado pela separação 
orçamentária, financeira e contábil dos recursos e obrigações correspondentes a cada 
grupo (grifado pela relevância). 
 
26 
 
Fonte: s2.glbimg.com 
Plano Financeiro é um sistema estruturado somente no caso de segregação da 
massa, onde as contribuições a serem pagas pelo ente federativo, pelos servidores 
ativos e inativos e pelos pensionistas vinculados são fixadas sem objetivo de 
acumulação de recursos, sendo as insuficiências aportadas pelo ente federativo, 
admitida a constituição de Fundo Financeiro. 
Plano Previdenciário é um sistema estruturado com a finalidade de acumulação 
de recursos para pagamento dos compromissos definidos no plano de benefícios do 
RPPS, sendo o seu plano de custeio calculado atuarialmente segundo conceitos dos 
regimes financeiros de Capitalização, Repartição de Capitais de Cobertura e 
Repartição Simples e, em conformidade com as regras dispostas na Portaria MPS nº 
403/2008. 
6.5 Quem define como se dará a separação dos recursos já acumulados pelo 
RPPS quando da opção por uma segregação de massa? 
O Parecer atuarial deverá demonstrar como se dará a separação dos recursos 
já acumulados pelo RPPS e dos recursos a receber por débitos de contribuições 
passadas, parcelados ou não, entre Plano Financeiro e Plano Previdenciário, não se 
admitindo a destinação de recursos para o Plano Financeiro no caso do Plano 
Previdenciário apresentar déficit atuarial. Uma vez implementada a segregação de 
massa, fica vedada qualquer espécie de transferência de segurados, recursos ou 
obrigações entre o Plano Financeiro e o Plano Previdenciário, não se admitindo, 
 
27 
também, a previsão de destinação de contribuições de um grupo para o financiamento 
dos benefícios do outro grupo. 
As reavaliações atuariais anuais posteriores deverão apurar separadamente: 
Para o Plano Financeiro: o resultado atuarial e as projeções atuariais de 
receitas e despesas; e 
Para o Plano Previdenciário: o resultado atuarial, o plano de custeio necessário 
e as projeções atuariais de receitas e despesas. 
O RPPS que implementar a segregação da massa, somente poderá alterar os 
seus parâmetros ou desfazê-la, mediante prévia aprovação da Secretaria de Políticas 
de Previdência Social – SPS. 
A contabilização da Provisão Matemática Previdenciária, nomenclatura contábil 
do passivo atuarial, encontra-se em perfeita consonância com o disposto na Norma 
Internacional de Contabilidade – NIC n° 19, que regulamenta o registro contábil das 
Provisões, Passivos e Ativos Contingentes, reconhecendo como provisões aquelas 
obrigações que provém de fatos passados existentes independentemente de ações 
futuras da entidade, esclarecendo que para que um passivo cumpra com os requisitos 
para o seu reconhecimento deve existir não só uma obrigação presente mas também 
a probabilidade de saída de recursos para honrar essa obrigação, como é o caso da 
Provisão Matemática Previdenciária dos RPPS. 
O registro contábil da Provisão Matemática Previdenciária também é 
respaldado pelo Princípio Fundamental de Contabilidade de Prudência, que, segundo 
o CFC (2000:59), deverá ocorrer concomitantemente com o Princípio da 
Competência, quando resultará, sempre, em variação patrimonial quantitativa 
negativa, isto é, redutora do patrimônio líquido. Também há de se destacar o disposto 
pelo Princípio da Oportunidade, que exige a apreensão, o registro e o relato de todas 
as variações sofridas no patrimônio de uma entidade, no momento em que elas 
ocorrerem (CFC 2000:48). 
No caso dos RPPS, desde o primeiro dia em que o segurado-servidor passa a 
contribuir para o seu plano de previdência, a entidade previdenciária tem o 
compromisso de arcar com a cobertura dos seus benefícios, ainda que na forma de 
compensação previdenciária. Ou seja, a provisão matemática previdenciária sempre 
será constituída enquanto forem mantidas ou houver adesões aos RPPS. Em razão 
de sua natureza, as provisões matemáticas previdenciárias serão classificadas 
contabilmente no passivo exigível a longo prazo. 
 
28 
Como contabilizar a Provisão Matemática Previdenciária? A didática em 
relação a contabilização da Provisão Matemática Previdenciária, entre muitos outros 
assuntos relacionados, encontram-se disponíveis no Livro de Diana Vaz de Lima, 
intitulado de A Contabilidade Previdenciária para Regimes Próprios de Previdência, 
disponibilizado na internet, na página da Previdência Social, de livre acesso aos 
interessados. 
Os documentos, bancos de dados e informações que deram suporte à 
avaliação e reavaliações atuariais deverão permanecer arquivados na unidade 
gestora do RPPS, podendo ser solicitados pela SPS a qualquer tempo. 
Demonstrativo de resultado da avaliação atuarial (DRAA) é um documento 
exclusivo de cada RPPS que registra de forma resumida as características gerais do 
plano e os principais resultados da Avaliação Atuarial. Os resultados da Avaliação 
Atuarial inicial e das reavaliações anuais deverão ser encaminhadas à SPS, por 
intermédio do Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial – DRAA, conforme 
modelo e instruções de preenchimento disponíveis no endereço eletrônico do MPS, 
na internet. 
No ato do preenchimento e envio do DRAA será gerado comprovante, no qual 
se atestará a veracidade e correspondência entre as informações contidas na 
Avaliação Atuarial e no DRAA, que deverá ser impresso, assinado pelo responsável 
técnico pela Avaliação Atuarial e pelos representantes legais do Ente Federativo e da 
Unidade Gestora do RPPS, e encaminhado à SPS na forma por ela estabelecida, até 
o dia 31 de março de cada exercício. 
7 O REGIME GERAL – RGPS 
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem suas políticas elaboradas 
pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda e executadas pelo Instituto 
Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia federal vinculada ao Ministério do 
Desenvolvimento Social e Agrário. Este Regime possui caráter contributivo e de 
filiação obrigatória. Dentre os contribuintes, encontram-se os empregadores, 
empregados assalariados, domésticos, autônomos, contribuintes individuais e 
trabalhadores rurais. 
 
29 
 
Fonte: sstonline.com.br 
A Previdência Social é um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua 
família, em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice. Oferece 
vários benefícios que juntos garantem tranquilidade quanto ao presente e em relação 
ao futuro assegurando um rendimento seguro. Para ter essa proteção, é necessário 
se inscrever e contribuir todos os meses. 
Assim, a Previdência Social serve para substituir a renda do segurado-
contribuinte, quando da perda de sua capacidade de trabalho. 
O trabalhador perde a sua capacidade de trabalho quando é atingido por um 
dos chamados riscos sociais: doença, invalidez, idade avançada, morte e desemprego 
involuntário. Além destes, há também a maternidade e a reclusão. 
Todo trabalhador com carteira assinada é automaticamente filiado à 
Previdência Social. Quem trabalha por conta própria precisa se inscrever e contribuir 
mensalmente para ter acesso aos benefícios previdenciários. São segurados da 
Previdência Social os empregados, os empregados domésticos, os trabalhadores 
avulsos, os contribuintes individuais e os trabalhadores rurais. Até mesmo quem não 
tem renda própria, como as donas-de-casa e os estudantes, pode se inscrever na 
Previdência Social. Para se filiar é preciso ter mais de 16 anos. O trabalhador que se 
filia à Previdência Social é chamado de segurado. 
 
30 
7.1 Contribuinte individual 
As pessoas que trabalham por conta própria (autônomos) e os trabalhadores 
que prestam serviços de natureza eventual a empresas, sem vínculo empregatício. 
São considerados contribuintes individuais, entre outros, os sacerdotes, os diretores 
que recebemremuneração decorrente de atividade em empresa urbana ou rural, os 
síndicos remunerados, os motoristas de táxi, os vendedores ambulantes, as diaristas, 
os pintores, os eletricistas, os associados de cooperativas de trabalho e outros. 
7.2 Segurado facultativo 
Todas as pessoas com mais de 16 anos que não têm renda própria, mas 
decidem contribuir para a Previdência Social. Por exemplo: donas-de-casa, 
estudantes, síndicos de condomínio não-remunerados, desempregados, presidiários 
não-remunerados e estudantes bolsistas. 
7.3 Empregado doméstico 
Trabalhador que presta serviço na casa de outra pessoa ou família, desde que 
essa atividade não tenha fins lucrativos para o empregador. São empregados 
domésticos: governanta, jardineiro, motorista, caseiro, doméstica e outros. 
7.4 Segurado especial 
São os trabalhadores rurais que produzem em regime de economia familiar, 
sem utilização de mão de obra assalariada. Estão incluídos nesta categoria cônjuges, 
companheiros e filhos maiores de 16 anos que trabalham com a família em atividade 
rural. Também são considerados segurados especiais o pescador artesanal e o índio 
que exerce atividade rural e seus familiares. (Produtor rural pessoa física sem 
empregados) 
 
31 
7.5 Aposentadoria especial 
Benefício concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições 
prejudiciais à saúde ou à integridade física. Para ter direito à aposentadoria especial, 
o trabalhador deverá comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aos 
agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais 
pelo período exigido para a concessão do benefício (15, 20 ou 25 anos). A 
aposentadoria especial será devida ao segurado empregado, trabalhador avulso e 
contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a cooperativa de 
trabalho ou de produção. 
Além disso, a exposição aos agentes nocivos deverá ter ocorrido de modo 
habitual e permanente, não ocasional nem intermitente. Para ter direito à 
aposentadoria especial, é necessário também o cumprimento da carência, que 
corresponde ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o 
segurado faça jus ao benefício. Os inscritos a partir de 25 de julho de 1991 devem ter, 
pelo menos, 180 contribuições mensais. Os filiados antes dessa data têm de seguir a 
tabela progressiva. 
A perda da qualidade de segurado não será considerada para concessão de 
aposentadoria especial, segundo a Lei nº 10.666/03. A comprovação de exposição 
aos agentes nocivos será feita por formulário denominado Perfil Profissiográfico 
Previdenciário (PPP), preenchido pela empresa ou seu preposto, com base em Laudo 
Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT) expedido por médico do 
trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. 
7.6 Aposentadoria por idade 
É o benefício concedido ao segurado da Previdência Social que atingir a idade 
considerada risco social. Têm direito ao benefício os trabalhadores urbanos do sexo 
masculino a partir dos 65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade. Os 
trabalhadores rurais podem pedir aposentadoria por idade com cinco anos a menos: 
a partir dos 60 anos, homens, e a partir dos 55 anos, mulheres. Para solicitar o 
benefício, os trabalhadores urbanos inscritos na Previdência Social a partir de 25 de 
julho de 1991 precisam comprovar 180 contribuições mensais. Os rurais têm de 
provar, com documentos, 180 meses de atividade rural. 
 
32 
Os segurados urbanos filiados até 24 de julho de 1991, devem comprovar o 
número de contribuições exigidas de acordo com o ano em que implementaram as 
condições para requerer o benefício, conforme tabela abaixo. Para os trabalhadores 
rurais, filiados até 24 de julho de 1991, será exigida a comprovação de atividade rural 
no mesmo número de meses constantes na tabela. Além disso, o segurado deverá 
estar exercendo a atividade rural na data de entrada do requerimento ou na data em 
que implementou todas as condições exigidas para o benefício, ou seja, idade mínima 
e carência. Observação: O trabalhador rural (empregado e contribuinte individual), 
enquadrado como segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social 
(RGPS), pode requerer aposentadoria por idade, no valor de um salário-mínimo, até 
31 de dezembro de 2010, desde que comprove o efetivo exercício da atividade rural, 
ainda que de forma descontínua, em número de meses igual à carência exigida. Para 
o segurado especial não há limite de data. 
7.7 Aposentadoria por invalidez 
Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem 
considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer 
suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. Não tem direito 
à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença 
ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar no 
agravamento da enfermidade. Quem recebe aposentadoria por invalidez tem que 
passar por perícia médica de dois em dois anos, se não, o benefício é suspenso. A 
aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade e volta 
ao trabalho. Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem que contribuir para a 
Previdência Social por no mínimo 12 meses, no caso de doença. Se for acidente, esse 
prazo de carência não é exigido, mas é preciso estar inscrito na Previdência Social. 
7.8 Aposentadoria por tempo de contribuição 
A aposentadoria por tempo de contribuição pode ser integral ou proporcional. 
Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo 
menos 35 anos de contribuição e a trabalhadora mulher, 30 anos. Para requerer a 
aposentadoria proporcional, o trabalhador tem que combinar dois requisitos: tempo de 
 
33 
contribuição e idade mínima. Os homens podem requerer aposentadoria proporcional 
aos 53 anos de idade e 30 anos de contribuição, mais um adicional de 40% sobre o 
tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998 para completar 30 anos de 
contribuição. 
As mulheres têm direito à proporcional aos 48 anos de idade e 25 de 
contribuição, mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro 
de 1998 para completar 25 anos de contribuição. Para ter direito à aposentadoria 
integral ou proporcional, é necessário também o cumprimento do período de carência, 
que corresponde ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para 
que o segurado faça jus ao benefício. Os inscritos a partir de 25 de julho de 1991 
devem ter, pelo menos, 180 contribuições mensais. Os filiados antes dessa data têm 
de seguir a tabela progressiva. 
A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão da 
aposentadoria por tempo de contribuição. 
Nota: A aposentadoria por tempo de contribuição é irreversível e irrenunciável: 
depois que receber o primeiro pagamento, sacar o PIS ou o Fundo de Garantia (o que 
ocorrer primeiro), o segurado não poderá desistir do benefício. O trabalhador não 
precisa sair do emprego para requerer a aposentadoria. 
O benefício pode ser solicitado por meio de agendamento prévio pela Central 
135, pelo portal da Previdência Social na Internet ou nas Agências da Previdência 
Social, mediante o cumprimento das exigências legais. 
7.9 Auxílio-acidente 
É o benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com sequelas 
que reduzem sua capacidade de trabalho. É concedido para segurados que recebiam 
auxílio-doença. Têm direito ao auxílio-acidente o trabalhador empregado, o 
trabalhador avulso e o segurador especial. O empregado doméstico, o contribuinte 
individual e o facultativo não recebem o benefício Para concessão do auxílio-acidente 
não é exigido tempo mínimo de contribuição, mas o trabalhador deve ter qualidade de 
segurado e comprovar a impossibilidade de continuar desempenhando suas 
atividades, por meio de exame da perícia médicada Previdência Social. 
 
34 
 
Fonte: 1.bp.blogspot.com 
O auxílio-acidente, por ter caráter de indenização, pode ser acumulado com 
outros benefícios pagos pela Previdência Social exceto aposentadoria. O benefício 
deixa de ser pago quando o trabalhador se aposenta. O valor desse benefício 
corresponde a 50% do salário de benefício que deu origem ao auxílio-doença corrigido 
até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente. Clique aqui para mais informações 
sobre auxílio acidente. 
7.10 Auxílio-doença 
É o benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar por doença ou 
acidente por mais de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira 
assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, exceto o doméstico, e a 
Previdência Social paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho. Para os 
demais segurados inclusive o doméstico, a Previdência paga o auxílio desde o início 
da incapacidade e enquanto a mesma perdurar. Em ambos os casos, deverá ter 
ocorrido o requerimento do benefício. 
Para concessão de auxílio-doença é necessária a comprovação da 
incapacidade em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social. Para ter 
direito ao benefício, o trabalhador tem de contribuir para a Previdência Social por, no 
mínimo, 12 meses (carência). Esse prazo não será exigido em caso de acidente de 
 
35 
qualquer natureza (por acidente de trabalho ou fora do trabalho) ou de doença 
profissional ou do trabalho. 
7.11 Auxílio reclusão 
É um benefício devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, 
durante o período em que estiver preso sob regime fechado ou semiaberto. Não cabe 
concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do segurado que estiver em 
livramento condicional ou cumprindo pena em regime aberto. Há situações em que os 
segurados ficam um período sem contribuir e, mesmo assim, têm direito aos 
benefícios previdenciários, enquanto mantiverem a qualidade de segurado. 
7.12 Pensão por morte 
Benefício pago à família do trabalhador quando ele morre. Para concessão de 
pensão por morte, não há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário que o 
óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha qualidade de segurado. Se o óbito 
ocorrer após a perda da qualidade de segurado, os dependentes terão direito a 
pensão desde que o trabalhador tenha cumprido, até o dia da morte, os requisitos 
para obtenção de aposentadoria pela Previdência Social ou que fique reconhecido o 
direito à aposentadoria por invalidez, dentro do período de manutenção da qualidade 
do segurado, caso em que a incapacidade deverá ser verificada por meio de parecer 
da perícia médica do INSS com base em atestados ou relatórios médicos, exames 
complementares, prontuários ou documentos equivalentes. Mais informações clique 
aqui. 
7.13 Pensão especial aos Portadores da Síndrome da Talidomida 
O benefício é devido ao portador de deformidade física decorrente do uso da 
Talidomida, independentemente da época de sua utilização. Assim, é garantido o 
direito à Pensão Especial (Espécie 56) aos portadores da Síndrome da Talidomida 
nascidos a partir de 1º de janeiro de 1957, data do início da comercialização da droga 
denominada “Talidomida (Amida Nfálica do Ácido Glutâmico), inicialmente vendida 
 
36 
com os nomes comerciais de Sedin, Sedalis e Slip, de acordo com a Lei nº 7.070, de 
20 de dezembro de 1982. 
A renda mensal inicial será calculada mediante a multiplicação do número total 
de pontos indicadores da natureza e do grau de dependência resultante da 
deformidade física, constante do processo de concessão, pelo valor fixado em Portaria 
Ministerial que trata dos reajustamentos dos benefícios pagos pela Previdência Social. 
7.14 Salário Família 
Benefício pago aos segurados empregados, exceto os domésticos, e aos 
trabalhadores avulsos com salário mensal de até R$ 915,05, para auxiliar no sustento 
dos filhos de até 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade. Para a concessão 
do salário-família, a Previdência Social não exige tempo mínimo de contribuição. De 
acordo com a Portaria Interministerial nº 02, de 06 de janeiro de 2012, o valor do 
salário-família será de R$ 31,22, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, para 
quem receber até R$ 608,80. Observação: São equiparados aos filhos os enteados e 
os tutelados, estes desde que não possuam bens suficientes para o próprio sustento, 
devendo a dependência econômica de ambos ser comprovada. 
7.15 Salário-maternidade 
O salário-maternidade é devido às seguradas empregadas, trabalhadoras 
avulsas, empregadas domésticas, contribuintes individuais, facultativas e seguradas 
especiais, por ocasião do parto, inclusive o natimorto, aborto não criminoso, adoção 
ou guarda judicial para fins de adoção. 
 
37 
 
Fonte: farosites.com.br 
Considera-se parto o nascimento ocorrido a partir da 23ª semana de gestação, 
inclusive em caso de natimorto. 
7.16 Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC-LOAS 
É um benefício da assistência social, integrante do Sistema Único da 
Assistência Social – SUAS, pago pelo Governo Federal, cuja a operacionalização do 
reconhecimento do direito é do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS e 
assegurado por lei, que permite o acesso de idosos e pessoas com deficiência às 
condições mínimas de uma vida digna. 
A pessoa deverá comprovar que possui 65 anos de idade ou mais, que não 
recebe nenhum benefício previdenciário, ou de outro regime de previdência e que a 
renda mensal familiar per capita seja inferior a ¼, do salário mínimo vigente. 
A pessoa com deficiência deverá comprovar que a renda mensal do grupo 
familiar per capita seja inferior a 1/4; do salário mínimo, deverá também ser avaliado 
se a sua deficiência o incapacita para a vida independente e para o trabalho, e esta 
avaliação é realizada pelo Serviço Social e pela Perícia Médica do INSS. 
8 MANUTENÇÃO, PERDA E REAQUISIÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO 
A. Manutenção da qualidade de segurado 
 
38 
Manter a qualidade de segurado significa manter o direito à cobertura 
previdenciária prevista na Lei n. 8.213/91. 
A regra geral é de que o segurado mantém essa condição enquanto contribuir 
para o custeio do RGPS. 
Há situações em que a qualidade de segurado é mantida, com ou sem limite 
de prazo, independentemente do pagamento de contribuições. É o que se denomina 
período de graça. Nessas hipóteses, taxativamente enumeradas no art. 15 da Lei n. 
8.213/91, o segurado, por manter essa condição, faz jus a toda a cobertura 
previdenciária durante o período de graça (arts. 15, § 3º, do PBPS, e 13, § 3º, do 
RPS). Exemplificando: se, durante o período de graça, o segurado ficar incapaz total 
e definitivamente para o trabalho, terá direito à cobertura previdenciária de 
aposentadoria por invalidez, se cumprida a carência, quando for o caso. 
Nos termos do art. 15, mantém a qualidade de segurado: 
a) sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício. Durante o período em 
que se efetiva a cobertura previdenciária, por meio de pagamento de benefício, o 
segurado não paga contribuições para o custeio do sistema. Assim, por exemplo, 
enquanto estiver em gozo do benefício de auxílio-doença — o que ocorre quando o 
segurado está total e temporariamente incapacitado para o trabalho ou para suas 
atividades habituais (arts. 59 a 63 do PBPS) — o segurado mantém essa qualidade 
sem o pagamento de contribuições porque está, justamente, recebendo a cobertura 
previdenciária decorrente da contingência doença; 
b) até 12 meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de 
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso 
ou licenciado sem remuneração. O art. 13, II, do Decreto n. 3.048/99, especifica que 
esse mesmo prazo é dado na hipótese de cessação de benefício por incapacidade; 
ou seja, cessada a cobertura previdenciária — o que ocorre quando osegurado 
readquire a capacidade —, o prazo de 12 meses começa a fluir da data da cessação 
do benefício; 
c) até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença 
de segregação compulsória; 
d) até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou recluso. Esse 
dispositivo só pode ser compreendido se analisado sistematicamente. Durante o 
período em que o segurado está recolhido à prisão, sem efetuar recolhimento de 
contribuições previdenciárias, seus dependentes recebem a cobertura previdenciária 
 
39 
consubstanciada no benefício de auxílio-reclusão, na forma do art. 80 da Lei n. 
8.213/91. Cessado o recolhimento à prisão, inicia-se o prazo de 12 meses, durante o 
qual fica mantida a qualidade de segurado e, consequentemente, toda a cobertura 
previdenciária a que fizer jus o segurado; 
e) até 3 meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças 
Armadas para prestar serviço militar; 
f) até 6 meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. O 
período de graça é menor para o segurado facultativo. Convém lembrar o que 
destacamos acima: se tiver perdido a qualidade de segurado, o facultativo não poderá 
recolher contribuições em atraso (art. 11, § 3º, do RPS); 
g) até 24 meses para o segurado que, na hipótese do art. 15, II, da Lei n. 
8.213/91 (letra b supra), já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem 
interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. É a hipótese prevista no 
§ 1º do art. 15 da Lei n. 8.213/91 e no § 1º do art. 13 do Decreto n. 3.048/99. A 
extensão do período de graça para aquele que contribuiu por mais de 10 anos, sem 
interrupção que levasse à perda da qualidade de segurado, tem justificativa na análise 
do sistema previdenciário, que, no caso, dá cobertura por prazo maior para quem 
contribuiu por mais tempo para o custeio do RGPS; 
h) até 24 meses, para o segurado que, nos termos do inciso II do art. 15 da Lei 
n. 8.213/91 (art. 15, § 2º) e do art. 13, II, do Decreto n. 3.048/99, estiver 
desempregado, desde que comprovada essa situação por registro próprio do 
Ministério do Trabalho e Emprego. Essa regra tem aplicação, também, ao segurado 
que se desvincular de regime próprio de previdência social (art. 13, § 4º, do RPS). 
O registro do desemprego que a lei determina é aquele feito para fins de 
requerimento do seguro-desemprego, no SINE — Serviço Nacional de Empregos do 
Ministério do Trabalho e Emprego. 
i) até 36 meses, para o segurado desempregado, que tiver pago mais de 
120 contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de 
segurado, desde que comprovada essa situação no órgão próprio do Ministério do 
Trabalho e Emprego (art. 15, § 2º, do PBPS e art. 13, § 2º, do RPS), regra que se 
aplica, também, ao segurado que se desvincular de regime próprio de previdência (art. 
13, § 4º, do RPS). Aqui, também, o período de graça é maior para aquele que por 
mais tempo contribuiu para o custeio do RGPS, desde que esteja desempregado. 
Valem, nesta hipótese, as mesmas considerações feitas na letra h, supra, em relação 
 
40 
à interpretação da jurisprudência sobre a necessidade de registro do desemprego no 
Ministério do Trabalho e Emprego. 
B. Perda da qualidade de segurado: consequências 
Transcorrido o período de graça sem que o segurado volte a pagar 
contribuições destinadas ao custeio do RGPS, opera-se a perda da qualidade de 
segurado, com a consequente perda de toda e qualquer cobertura previdenciária para 
o segurado e seus dependentes (art. 102 da Lei n. 8.213/1991). 
b.1) Exceções à regra da perda da qualidade de segurado 
a) O art. 3º da Lei n. 10.666/2003 e o § 5º do art. 13 do Decreto n. 3.048/99 
dispõem que a perda da qualidade de segurado não impedirá a concessão das 
aposentadorias por tempo de contribuição e especial. O dispositivo encontra 
justificativa no sistema. O regime previdenciário é contributivo, razão pela qual, se o 
segurado cumpriu a necessária carência para a obtenção desses benefícios, a 
posterior perda da qualidade de segurado não pode impedi-lo de usufruir o benefício, 
sob pena de enriquecimento ilícito do orçamento previdenciário. 
Há situações em que o segurado, antes de perder essa condição, cumpriu 
todos os requisitos para obter a aposentadoria por tempo de contribuição ou especial. 
Nesses casos, tanto o PBPS (art. 102, § 1º) quanto o RPS (art. 180, § 1º) garantem 
que o benefício seja concedido na forma da legislação em vigor na data em que todos 
os requisitos foram cumpridos. É a garantia constitucional do direito adquirido 
respeitada pela legislação previdenciária. 
b) Aposentadoria por idade: a Lei n. 10.666/2003 trouxe para o direito positivo 
o que a jurisprudência há muito decidia, garantindo o direito à aposentadoria por idade 
ao segurado que, tendo perdido essa condição, conte com, no mínimo, o tempo de 
contribuição exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício (art. 
3º, § 1º). Note-se que o dispositivo legal determina que a carência a considerar é a da 
data do requerimento do benefício e não a da data em que o segurado implementou 
a idade. 
c) Pensão por morte após a perda da qualidade de segurado: a regra, aqui, é 
a geral, ou seja, perdida a qualidade de segurado, tanto este quanto seus 
dependentes deixam de ter direito a toda e qualquer cobertura previdenciária. 
Porém, há hipóteses, como no item a, em que a perda da qualidade de 
segurado ocorre quando já cumpridos, pelo segurado, todos os requisitos para a 
aposentadoria, em qualquer de suas espécies. Nesses casos, a morte após a perda 
 
41 
da qualidade de segurado continua sendo contingência geradora de necessidade 
protegida pelo sistema previdenciário, ficando garantido aos dependentes o benefício 
de pensão por morte (art. 102, § 2º, do PBPS e art. 180, § 2º, do RPS). 
d) Não perde a qualidade de segurado aquele que deixa de contribuir em razão 
de incapacidade para o trabalho, fazendo jus à aposentadoria por invalidez. A 
incapacidade, total ou parcial, temporária ou permanente, é contingência geradora de 
necessidade protegida pela Previdência Social, com o que, uma vez configurada, faz 
nascer direito subjetivo a um benefício por incapacidade (auxílio-doença ou 
aposentadoria por invalidez, conforme se trate de incapacidade temporária ou 
permanente), que, por várias razões, pode não ter sido exercido pelo segurado 
durante o período de graça. 
c) Reaquisição da qualidade de segurado 
Transcorrido o período de graça, se o segurado desejar manter essa qualidade, 
deverá providenciar o recolhimento da contribuição previdenciária referente ao mês 
imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados no art. 15 da Lei n. 8.213/91 (§ 
4º do art. 15 e art. 14 do Dec. n. 3.048/99). Exemplifiquemos: se o período de graça 
findou em 13 de outubro e o segurado deseja manter essa qualidade, deve proceder 
ao recolhimento da contribuição referente ao mês de novembro no prazo fixado no 
Plano de Custeio (Lei n. 8.212/91). 
9 OS DEPENDENTES 
A relação jurídica entre dependentes e INSS só se instaura quando deixa de 
existir relação jurídica entre este e o segurado, o que ocorre com sua morte ou 
recolhimento à prisão. Não existe hipótese legal de cobertura previdenciária ao 
dependente e ao segurado, simultaneamente. 
A inscrição do dependente se dá por ocasião do requerimento do benefício a 
que tiver direito (art. 17, § 1º, do PBPS), e mediante a apresentação dos documentos 
exigidos pelo art. 22 do RPS. 
Os dependentes do segurado são os enumerados nos incisos I a III do art. 16 
da Lei n. 8.213/91. Cada inciso corresponde a uma classe de dependentes. 
 
42 
O referido dispositivo foi alterado pela Lei n. 9.032/95, que revogou o inciso IV, 
que previa o dependente designado. Com isso, deixou de existir a figura do 
dependente designado. Daí são tiradas duas situações: 
a) Dependente designado que recebe cobertura

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