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Avaliação Postural Mairi Alencar de Lacerda Ferraz • Fisioterapeuta – Estácio • Especialista em Reeducação Postural Global - FCMMG • Mestranda em Saúde Coletiva - UECE • Formação em Pilates Contemporâneo; Pilates com Bolas; Pilates Mamy Baby; Progressive Fit Ball; Neo Pilates • Formação em Escoliose – Escoliose Brasil • Formação Fascial Manipulation by Luigi Stecco; Terapia Manual Clínica e Esportiva; Abordagem Miofascial Integrada; Dry Needling • Professora da Pós Graduação em Personal Trainning – UECE • Professora da Formação Completa em Pilates – Instituto Le Santé • Membro do Grupo de Pesquisa Epidemiologia, Cuidado em Cronicidade e Enfermagem (GRUPECCE) • Fisioterapeuta do Instituto Le Santé Postura o É o arranjo que os segmentos do corpo mantém entre si em determinada posição, de forma a proporcionar conforto, harmonia, economia e sustentação do corpo. (Tanaka, 1999) o Ato motor inconsciente, realizado pelo sistema proprioceptivo de captação. (Bricot, 1999) o Postura ideal. Má Postura o Perda da harmonia corporal estática levando a um desequilíbrio dinâmico. (Bricot, 1999) o Toda ocorrência corporal em que um segmento perde seu alinhamento fisiológico. (Kendal, 1993) o Desequilíbrio muscular estático, causando um achatamento das articulações. (Souchard, 1995) Cadeias Musculares É um conjunto de músculos de mesma direção e sentido que trabalham como se fossem um só musculo. São geralmente poliarticulares e se recobrem. (Françoise Mézières, 1947) Grupos musculares com as mesmas características histológicas e fisiológicas interligadas por uma rede aponeurótica. Apresentam uma continuidade através da composição dada pelo tecido conjuntivo. Fáscia muscular é uma faixa de tecido fibroso que envolve os grupos musculares e separa suas diversas camadas ou grupos. Cadeias Musculares o DINÂMICA • Músculos pálidos • Pouco tecido conjuntivo • Pouco tônus • Contração muscular veloz e forte • Possuidores de pouca resistência o ESTÁTICA • Músculos vermelhos • Muito tecido conjuntivo • Muito tônus • Atividade muscular prolongada e contínua • Possuidores de forte resistência Cadeias Musculares O EQUILÍBRIO DAS CADEIAS MUSCULARES, TONICIDADE MUSCULAR E REESTABELECIMENTO DA POSTURA CORPORAL FORTALECIMENTO DAS CADEIAS RELAXADAS (HIPOTÔNICAS) ALONGAMENTO DAS CADEIAS CONTRAÍDAS (HIPERTÔNICOS) Músculos da Estática Os músculos tônicos não descansam nunca É através do seu tônus que ele nos mantém em posição ortostática O tônus é da estática e determina o seu estado de contração e firmeza muscular Cadeias Musculares o Espinhais da cabeça o Espinhais do pescoço o Espinhais torácicos e lombares o Glúteos o Pelvitrocanterianos o Ísquios tibiais o Popliteo o Tríceps sural o Plantares (Souchard,2007) Cadeias Musculares o Esternocleidomastoideo o Escalenos o Longo da cabeça e do pescoço o Sistema suspensor do diafragma o Iliopsoas o Adutores pubianos o Tibial anterior o Extensores dos dedos (Souchard,2007) Cadeias Musculares o Glúteo o Tensor da fáscia lata o Fibulares (Souchard,2007) Cadeias Musculares o Iliopsoas o Adutores pubianos (Souchard,2007) Cadeias Musculares o Peitoral maior o Redondo maior o Grande dorsal o Sub escapular o Deltoide anterior o Cabeça longa do bícepes (Souchard,2007) Cadeias Musculares o Trapézio superior o Peitoral menor o Elevador da escapula (Souchard,2007) Cadeias Musculares o Flexores de cotovelo, punho e dedos o Oponente dos dedos (Souchard,2007) Cadeias Musculares o Escaleno o Peitoral menor o Intercostais o Diafragma e seu sistema Suspensor (Souchard,2007) Propriedades Musculares Excitabilidade: Propriedade relacionada com a fibra nervosa, onde temos a habilidade de receber e responder a um estímulo. Contratilidade: Propriedade muscular onde temos a habilidade de desenvolver força e tensão através da interação dos filamentos protéicos quando recebe algum tipo de estimulação. Elasticidade: Propriedade relacionada com o tecido conjuntivo. É a habilidade de uma fibra muscular (músculo) recuperar o seu comprimento normal depois que ocorre uma força de alongamento (Fase elástica). Extensibilidade: É a habilidade de um músculo ultrapassar seu comprimento normal de repouso (Fase plástica). Tônus Muscular: Estado de contração basal caracterizada por uma tensão involuntária desenvolvida mesmo em repouso. É o estado de firmeza da musculatura. MÓDULO DE ELASTICIDADE DE YOUNG SEQUÊNCIA DE EVENTOS DA INTEGRAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA o Percepção das alterações internas e/ou externas pelos receptores/proprioceptores. o Condução do estímulo sensorial até o S.N.C. o Integração dos impulsos nervosos e elaboração da resposta neural apropriada pelo S.N.C. o Transmissão do impulso nervoso a partir do S.N.C. pela via motora até os órgãos efetores. BIOFEEDBACK CENTRAL INTEGRADORA ESTÍMULOS EFERENTES VISÃO PSICO-COMPORTAMENTAL o Os músculos (cadeias) estão a serviço dos aspectos psico-comportamentais. o O individuo se estrutura sobre sua história de vida. As cadeias musculares irão moldar o indivíduo de acordo com as suas necessidades de expressão corporal. o Tendências. (Godelieve D. Struyf) Músculo Expressão Movimento MANIFESTAÇÕES ADVERSAS o Durante o trabalho global, estimulamos o S.N.A. onde alguns pacientes podem apresentar: • Agitação • Sono • Lentidão • Riso sem parar • Irritação • Calmaria • Cansaço • Tontura • Tremor SOBREPOSIÇÃO FISIOLÓGICA IDEAL o Quando o comprimento funcional do músculo encontra diminuido, os sarcômeros não podem desenvolver força contrátil máxima, pois ocorreu a perda da sobreposição fisiológica ideal entre os filamentos protéicos de actina e miosina. (Salvini, 2000) SOBREPOSIÇÃO FISIOLÓGICA IDEAL o Quando o comprimento funcional do músculo encontra aumentado, ocorre uma redução na sobreposição fisiológica dos filamentos de actina e proteína o que impede o desenvolvimento da contração muscular. (Salvini, 2000) RELAÇÃO COMPRIMENTO- TENSÃO MUSCULAR o A força de contração muscular depende do comprimento dos sarcômeros, componente ativo do tecido muscular. o Quando os sarcômeros da fibra muscular são distanciados até o comprimento maior, a zona de sobreposição diminui, consequentemente, a tensão, que pode ser gerada pela fibra, diminui. BIOMECÂNICA DA COLUNA o Neutralidade o Flexão o Extensão o Inclinação ou flexão lateral o Rotação ESTADOS DE DISFUNÇÃO o Hipermobilidade: • Estabilização: Isometria - corretiva • Carga – esforço. o Hipomobilidade: • Normalização: Mobilidade - contratura, condição momentânea. • Principio de Sherrington. • Alongamento – retração, condição adaptativa. o Alterações posturais. CENTRO DE FORÇA o Tridimensional. o Transverso do abdômen é dos músculos com maior importância para a estabilidade da coluna. o Inserções do transverso do abdômen. o Músculo profundo – Estático. Estágios de Aprendizado o Cognitivo: 3 a 6 semanas. • Compreensão do movimento • Desenvolvimento de ideias sobre como alcança-lo • Necessidade de focar em qual movimento realizar • Necessidade de estímulos o Associativo: 8 semanas a 4 meses. • Movimento mais coordenado • Maior consciência do movimento • Habilidades de focar na realização do movimento o Automático: contínuo. • Movimento mantido e automático Desvios posturais o Projeção anterior da cabeça: • A: Esternocleidomastoideo, Escalenos e Diafragma. Desvios posturais o Retificação cervical: • A: Longo da cabeça, Longo do pescoço. o Hiperlordose cervical: • P: Espinhais da cabeça e do pescoço, Subocciptais. Desvios posturais oHipercifose torácica: o Bossa de Bizon: • A: Diafragma. o Retificação torácica: • P: Paravertebrais e Intervertebrais. o Lordosediafragmática: • A: Diafragma • P: Espinhais torácicos Desvios posturais o Hiperlordose lombar: • A: Ilio psoas. • P: Paravertebrais. o Retificação lombar: • P: Ísquiostibiais e glúteos. Desvios posturais o Anteversão pélvica: • A: Ilio psoas, Adutores pubianos, Tensor da fascia lata e Reto femural. o Retroversão pélvica: • P: Isquiotibiais, Glúteos e Pelvitrocateriano. Desvios posturais o Joelho valgo: • A: Ilio psoas, Adutores pubianos, Tibial anterior. o Joelho varo: • P: Glúteo, Bíceps femural e Sóleo. Desvios posturais o Joelho recurvato: • P: Isquiostibiais, Tríceps sural e Poplíteo. o Joelho flexo: • P: Isquiostibiais, Poplíteo e Gastrocnêmios. Desvios posturais o Pé cavo: • A: Tibial anterior. • P: Flexor plantar curto. o Pé plano: • A: Tibial anterior e posterior e Fibulares. Escoliose • > 10° • Curvatura lateral, rotação axial e redução das curvas. • 80% Idiopáticas, 20% Secundária. • Predominância em mulheres (estrógeno) • Mulheres: 10 – 14 anos. • Homens: 12 – 16 anos. • Risco de progressão 30° - 50° • 0 – 10° Observação • 10 – 25° Exercícios • 25 - 45° Colete 3D (International Society Spinal Orthopaedic and Reabilitation Treatment, 2015) Desvios Posturais o FISIOPATOLOGIA • Déficit do controle postural (SNC) • Alteração do esquema corporal • Hormonal (melatonina) • Defeitos genéticos da membrana celular • Estímulos e sobrecargas assimétricas e irregulares o COMPLICAÇÕES • Comprometimento pulmonar • Dor crônica • Deformidades e incapacidade funcional • Limitações funcionais progressivas • Diminuição da qualidade de vida • Implicações psicossociais Avaliação Postural Identificação Classificação ObjetivarCorreção Reavaliação Relembrando o “Postura ideal.” o Cadeias musculares: Tipos e classificação. o Equilíbrio Hipertônica X Hipotônica. o Neurofisiologia da contração muscular: Alongamento Fase elástica X Fase plástica. • Força muscular contrátil máxima – Sarcômeros. o Biomecânica da coluna. Relembrando o Hipermobilidade X Hipomobilidade. o Transverso do abdômen. o Estágios de aprendizado. o Desvios Posturais: Cabeça, cervical, torácica, lombar, pelve, joelho, pé. • Escoliose. o Avaliação postural. Avaliação Postural Short e biquini Descalço Pés paralelos alinhados Postura normal, olhando para frente para um ponto fixo Avaliação Postural Parede de fundo branco Fita adesiva de cor na parede e no chão em linha reta Foto como registro comparativo Em pé: Anterior, lateral D e E, posterior Escoliose: Foto levando as mão em direção ao chão, sem flexionar os joelhos, cabeça relaxada: Anterior, lateral D e E, posterior Usar como teste de flexibiladade Olhar exame, laudo, bater foto, anotar Se observar desnivelamento importante de quadril, pode medir comprimento dos MMII Avaliação Postural o Cabeça: o Profissional atrás do aluno com o cotovelo apoiado na coluna torácica média. • Cabeça afastada da mão, configura-se anteriorização. • Cabeça encostando na mão, considera-se o quadro normal. • Cabeça pressionando a mão, configura-se como posteriorização. Avaliação Postural o Cervical: o Profissional atrás do aluno palpa o processo espinhoso de C2 a C7, e verifica-se o tamanho do “C” formado pelos dedos. • Distância grande entre os dedos, configura-se retificação cervical (Anterior). • Distância média entre os dedos, considera-se cervical normal. • Distância curta entre os dedos, configura-se hiperlordose cervical (Posterior). Avaliação Postural o Torácica: o Profissional ao lado do aluno desliza a mão como uma todo palpando a região torácica. • Se não houver curva, configura-se retificação torácica (Posterior). • Se houver uma leve curva, considera-se torácica normal. • Se houver uma grande curva, configura-se hipercifose torácica (Anterior). • Bossa de Bizon, cifose cervico torácica (Anterior). • Lordose diafragmática, nível de T11 a L1 (Anterior e Posterior). Avaliação Postural o Lombar: o Profissional ao lado do aluno desliza os dedos palpando a região lombar. • Se não houver curva, configura-se retificação lombar (Retroversão pélvica). • Se houver uma leve curva, considera-se lombar normal. • Se houver uma grande curva, configura-se hiperlordose lombar (Anterior e Posterior). Avaliação Postural o Ilíacos: o Profissional ao lado do aluno com um indicador na EIAS, palpa EIPS e coloca outro indicador na EIPI, unilateralmente. • Com EIAS mais alta que EIPI, configura-se ilíaco com retroversão (Posterior). • Com os indicadores no mesmo nível ou próximo, considera-se ilíaco normal. • Com EIAS mais baixa que EIPI, configura-se ilíaco com anteversão (Anterior). Avaliação Postural o Joelhos: o Profissional observa o posicionamento de frente, perfil e costas, pede para o aluno juntar os pés. • Caso os joelhos se toquem e os pés fiquem afastados, configura-se joelho valgo (Anterior). • Caso os joelhos se toquem e os pés fiquem retos, considera-se joelho normal. • Caso os pés se toquem e os joelhos fiquem afastados, configura-se joelho varo (Posterior). • Na observação de perfil procuramos se existe um joelho flexo ou recurvato (Posterior). Avaliação Postural o Pés: o Profissional de frente para o aluno, coloca a mão no arco plantar. • Caso os dedos não atinjam o cuneiforme, configura-se pé plano (Anterior). • Caso os dedos cheguem até o cuneiforme, considera-se pé normal. • Caso os dedos passem do cuneiforme, configura-se pé cavo (Anterior e Posterior). Avaliação Postural o Escoliose: o Profissional de frente atrás do aluno, observando e palpando a presença de giba. • Caso haja presença de uma giba, configura-se escoliose em “C”. • Caso não haja presença de giba, configura-se normal. • Caso haja a presença de duas gibas, configura-se escoliose em “S”. Características das Retrações POSTERIORES ANTERIORES PROJEÇÃO ANTERIOR DA CABEÇA Esternocleidomastodeo, Escalenos e Sistema suspensor do Diafragma HIPERLORDOSE CERVICAL espinhais da cabeça e do pescoço e subocciptais RETIFICAÇÃO / INVERSÃO CERVICAL Longo da cabeça, Longo do pescoço RETIFICAÇÃO DORSAL Paravertebrais e Intervertebrais CIFOSE DORSAL Diafragma e seu Sistema Suspensor HIPERLORDOSE LOMBAR Paravertebrais HIPERLORDOSE LOMBAR Ilio Psoas LORDOSE DIAFRAGMÁTICA Espinhais Torácicos LORDOSE DIAFRAGMÁTICA Pilares do Diafragma Características das Retrações POSTERIORES ANTERIORES RETROVERSÃO PÉLVICA Isquiotibiais, Glúteos e Pelvitrocateriano ANTEVERSÃO PÉLVICA Ilio Psoas, Adutores Pubianos, Tensor da Fascia Lata e Reto Femural JOELHO VARO Glúteo, Bíceps Femural e Sóleo JOELHO VALGO Ilio Psoas, Adutores Pubianos e Tibial Anterior JOELHO RECURVATO Isquiotibiais, Triceps Sural e Popliteo JOELHO FLEXO Isquiotibiais, Popliteo e Gastrocnemios PÉ CAVO Flexor Plantar Curto PÉ CAVO Tibial Anterior QUADRO DE EXAME DAS RETRAÇÕES TIPO ANTERIOR POSTERIOR MISTO ZONAS DE AVALIAÇÃO CARACTERÍSTICA ANTERIOR CARACTERÍSTICA POSTERIOR CABEÇA CERVICAL TORÁCICA LOMBAR ILÍACO JOELHO PÉ Cadeias Musculares o Espinhais da cabeça o Espinhais do pescoço o Espinhais torácicos e lombares o Glúteos o Pelvitrocanterianos o Ísquios tibiais o Popliteo o Tríceps sural o Plantares (Souchard,2007) Cadeias Musculares o Esternocleidomastoideo o Escalenos o Longo da cabeça e do pescoço o Sistema suspensor do diafragma o Iliopsoas o Adutores pubianos o Tibial anterior o Extensores dos dedos (Souchard,2007) Posicionamento Postural Ideal o A depender do objetivo do exercício. o Sentada, deitada ou em pé. o Equilíbrio e simetria entra articulações do tornozelo, joelho, quadril. o Equilíbrio e simetria entra articulações Exercícios do ombro, cotovelo e punho. o Pelve e Cervical neutra. o Ombros relaxados e encaixados. o Estimular o crescimento axial. o O uso de espelhos facilita a consciência corporal. Respiração o Iserções do diafragma – Ligação trimensional o Projeção anterior da cabeça, Bossa de Bizon, Lordose diaragmática.o Inervado pelo N. Frênico e N. Vago. o Expiração facilita a contração do Transverso do abdomen. o Ciclos respiratórios ou respiração a cima do nível fisiológico. Exercícios Respiratórios Inspirando abrindo as costelas e expirando normal Inspirando normal e expirando fechando as costelas Associação Mãos no externo inspirando enchendo o peito e expirando e secando o peito deprimindo levemente o externo Mãos no umbigo inspirando normal e expirando subindo o umbigo Associação Objetivo Final Harmonia das curvas Equilíbrio muscular estático e dinâmico Trabalhar a estrutura muscular Corrigir a função muscular Facilitação metabólica global Caso Clínico mairilacerda@hotmail.com mairiferrazGRATIDÃO!