199 pág.

Pré-visualização | Página 36 de 41
os custos fixos, despesas fixas e a remuneração do capital. Chegando no ponto de equilíbrio financeiro, basta multiplicar as 1600 unidades encontradas através do cálculo acima pelos R$ 2,00 encontrando então os R$ 3.200,00 (valor necessário para manter estavelmente as finanças das organizações). 3.4 ANÁLISE GRÁFICA DO PONTO DE EQUILÍBRIO Abaixo podemos verificar graficamente o ponto de equilíbrio. FIGURA 23 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PONTO DE EQUILÍBRIO FONTE: Wernke (2001, p. 49) Ao analisar o gráfico acima, podemos entender que os custos e despesas fixas permanecem constantes, independente do volume de unidades produzidas. Podemos dizer que os custos e as despesas variáveis representam a diferença entre ambas, demonstrado no gráfico, pelo ângulo formado. O ponto no qual as receitas totais se encontram com os custos e as despesas totais é chamado de ponto de equilíbrio, ou seja, neste ponto as (R$) Vendas Receitas totais Custos totais (variáveis + fixos) Custos fixos Unidades Área de lucro Área de prejuízo 30 20 10 0 1 2 3 Ponto de equilíbrio TÓPICO 2 | ANÁLISES GERENCIAIS 163 receitas totais e os custos e as despesas totais são iguais a zero. Concluindo esta análise, podemos considerar que toda a demarcação abaixo do ponto de equilíbrio é considerada como prejuízo para a empresa. A partir do ponto de equilíbrio cada produto que a empresa vender vai contribuir com uma margem de lucro, formando assim o lucro total. 3.5 BENEFÍCIOS DO PONTO DE EQUILÍBRIO Segundo Wernke (2001, p. 55-56), “a utilização do PE e respectiva análise proporcionam diversos subsídios aos gerentes. A informação do PE da companhia, tanto do total global, como por produto individual, é importante porque identifica o nível mínimo de atividade que a entidade ou cada divisão deve operar”. Segundo o autor, o cálculo do PE atende às decisões empresariais relacionadas com: a) alteração do mix de vendas, tendo em vista o comportamento do mercado; b) a alteração de políticas de vendas com relação a lançamento de novos produtos; c) definição do mix de produtos, do nível de produção e preço do produto; d) responde perguntas, que exigem respostas rápidas, tais como: • Quantas unidades de produto devem ser vendidas para se obter determinado montante de lucro? • Qual a influência de um desconto promocional nos preços de venda? • O que acontecerá com o lucro se o preço de venda aumentar ou diminuir? • O que acontecerá com o PE se determinada matéria-prima aumentar 20% e não tiver condições de ser repassada ao preço dos produtos? • Um aumento nos custos fixos terá qual influência no resultado da empresa? • Útil ao planejamento e controle de vendas e de resultados. 3.6 LIMITAÇÕES DO PONTO DE EQUILÍBRIO Ao comentar as limitações da análise do Ponto de Equilíbrio, devem ser levados em consideração os seguintes pontos: 164 UNIDADE 3 | GESTÃO DE CUSTOS a) variação de um componente: considerar mudança no preço sem a influência dos demais componentes; na realidade, quando muda um componente, muda outro; b) custos fixos e variáveis: geralmente o comportamento do custo fixo não é tão constante como mostra o gráfico do PE, e o custo variável em certos aspectos não varia proporcionalmente ao volume; c) análise estatística: as dificuldades existentes na montagem dos dados para a análise não levam em consideração todo o dinamismo envolvido nas empresas e no dia a dia dos negócios” (SANTOS apud WERNKE, 2001, p. 56-57). Percebemos ainda que o Ponto de Equilíbrio possui limitações que devem ser consideradas pelo gestor em face do tipo de atividade e do tempo da tomada de decisão na qual será empregado. Para Santos (2000), a análise do equilíbrio entre receitas de vendas e custos é muito importante como instrumento de decisão gerencial. O sucesso financeiro de qualquer empreendimento empresarial está condicionado à existência da melhor informação gerencial. No rol das informações mínimas e indispensáveis para a decisão, está a “análise do ponto de equilíbrio”. 4 MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL Conforme Wernke (2001, p. 62), “a margem de segurança é o volume de vendas que supera as vendas calculadas no ponto de equilíbrio. Ou seja, representa o quanto as vendas podem cair sem que haja prejuízo para a empresa”. Complementa ainda que a margem de segurança pode ser expressa de forma quantitativa, em unidades físicas ou monetárias, ou sob forma de porcentagem. Para obtenção da margem de segurança podem ser utilizadas as seguintes fórmulas: Margem de Segurança em valor (R$) = vendas efetivas (R$) – vendas do PE em valor (R$) Margem de Segurança em unidades = vendas efetivas em unidades – vendas em unidades no PE Margem de Segurança em percentual (%) = margem de segurança (R$) vendas totais “A margem de segurança indica a distância física em que a empresa está trabalhando em relação ao seu ponto de equilíbrio” (BRUNI; FAMÁ, 2004, p. 264). TÓPICO 2 | ANÁLISES GERENCIAIS 165 Para Hansen e Mowen (2001), a margem de segurança são as unidades vendidas ou que se espera que sejam vendidas, ou a receita obtida ou que se espera obter, acima do volume do ponto de equilíbrio. A margem de segurança pode também ser expressa em receita de vendas. FONTE: Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/1021136/apostila-unijui--- custos-e-formacao-do-preco-de-venda/17>. Acesso em: 24 nov. 2015. MSO = Quantidade vendida – quantidade no ponto de equilíbrio FIGURA 24 – CÁLCULO DA MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL FONTE: Vieira (2008, p. 90) A margem de segurança pode ser vista como uma medida crua do risco. Existem sempre eventos desconhecidos, quando os planos são elaborados, podendo reduzir as vendas abaixo do nível esperado. Se a margem de segurança de uma empresa for grande dado as vendas esperadas para o ano vindouro, o risco de sofrer perdas, caso as vendas caiam, é menor do que se a margem de segurança fosse pequena. Os gestores que enfrentam uma margem de segurança baixa podem considerar certas medidas para aumentar suas vendas e reduzir seus custos. FONTE: Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/1021136/apostila-unijui--- custos-e-formacao-do-preco-de-venda/17>. Acesso em: 24 nov. 2015. 166 UNIDADE 3 | GESTÃO DE CUSTOS LEITURA COMPLEMENTAR ENTENDA A IMPORTÂNCIA DE CONHECER O PONTO DE EQUILÍBRIO DA SUA EMPRESA Autor: Leandro Oliveira Se balancear os gastos e ganhos do seu negócio para evitar prejuízos já parece complicado, gerenciá-los para aumentar seus lucros pode ser ainda mais difícil sem o método certo. Daí a importância de conhecer o Ponto de Equilíbrio da sua empresa. O que é o Ponto de Equilíbrio? O Ponto de Equilíbrio (PE ou Break Even Point, em inglês) é o ponto de igualdade financeira entre as despesas e as receitas totais em um mesmo período. Por meio dele, você saberá qual deve ser seu faturamento mínimo mensal para cobrir seus gastos fixos e variáveis. Esse número é que determinará qual será a quantidade de vendas a ser alcançada para obter lucro. Entenda seus custos Um erro comum entre gestores é o de buscar o Ponto de Equilíbrio financeiro considerando como despesas apenas os custos diretos de produção ou prestação de serviço (como folhas de pagamento, matéria-prima, impostos etc.), entretanto, é preciso entender a conexão entre receitas e gastos mais a fundo para saber quais são os preços a serem praticados a fim de se obter rentabilidade. Os custos variáveis correspondem aos valores necessários para se produzir um serviço ou produto. Nesse caso, quanto maior for sua produção, mais elevados os seus gastos. Já os custos fixos se mantêm, em sua maioria, independentes do volume de vendas. Além dos custos fixos é necessário considerar todas as despesas da empresa. Com isso você considerará