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Plano Decenal de Expansão de Energia 2029

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MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – MME 
MINISTRO DE ESTADO 
BENTO ALBUQUERQUE 
 
SECRETÁRIA EXECUTIVA 
MARIZETE FÁTIMA DADALD PEREIRA 
 
SECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO 
REIVE BARROS DOS SANTOS 
 
SECRETÁRIA DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS 
RENATA BECKERT ISFER 
 
SECRETÁRIO ADJUNTO DE ENERGIA ELÉTRICA 
DOMINGOS ROMEU ANDREATTA 
 
SECRETÁRIO DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E 
TRANSFORMAÇÃO MINERAL 
ALEXANDRE VIDIGAL DE OLIVEIRA 
 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – EPE 
PRESIDENTE 
THIAGO VASCONCELLOS BARRAL FERREIRA 
 
DIRETOR DE ESTUDOS ECONÔMICO-ENERGÉTICOS E AMBIENTAIS 
GIOVANI VITÓRIA MACHADO 
 
DIRETOR DE ESTUDOS DE ENERGIA ELÉTRICA 
ERIK EDUARDO REGO 
 
DIRETOR DE ESTUDOS DO PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS 
JOSÉ MAURO FERREIRA COELHO 
 
DIRETOR DE GESTÃO CORPORATIVA 
ÁLVARO HENRIQUE MATIAS PEREIRA 
 
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – MME 
ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS 
BLOCO U – 5º ANDAR 
70065-900 – BRASÍLIA – DF 
TEL.: (55 61) 3319 5299 
FAX: (55 61) 3319 5067 
WWW.MME.GOV.BR 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – EPE 
ESCRITÓRIO CENTRAL 
AV. RIO BRANCO, 01 – 11º ANDAR 
20090-003 – RIO DE JANEIRO – RJ 
TEL.: (55 21) 3512 3100 
FAX : (55 21) 3512 3198 
WWW.EPE.GOV.BR 
Catalogação na Fonte 
Brasil, Ministério de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energética 
Plano Decenal de Expansão de Energia 2029 / Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa 
Energética. Brasília: MME/EPE, 2020 
1v.: il. 
1. Energia_Brasil. 2. Política Energética_Brasil 3. Recursos Energéticos_Brasil 
 
 
 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
Participantes - MME 
COORDENAÇÃO GERAL 
REIVE BARROS DOS SANTOS 
COORDENAÇÃO EXECUTIVA 
HELVIO NEVES GUERRA 
RENATA BECKERT ISFER 
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E 
DESENVOVLIMENTO ENERGÉTICO — SPE 
COORDENAÇÃO TÉCNICA: 
THIAGO GUILHERME FERREIRA PRADO 
COORDENAÇÃO ADJUNTA: 
CÁSSIO GIULIANI CARVALHO 
 
 
EQUIPE TÉCNICA: 
ADÃO MARTINS TEIXEIRA JUNIOR 
ADRIANO JERÔNIMO DA SILVA 
ALEXANDRA ALBUQUERQUE MACIEL 
ANA CAROLINA PINHEIRO FARIA 
ANDRÉ LUIZ RODRIGUES OSORIO 
ANTÔNIO ROBERTO COIMBRA 
BEATRIZ MOREIRA ALVES 
CARLOS ALEXANDRE PRÍNCIPE PIRES 
DANIELE DE OLIVEIRA BANDEIRA 
FRANCISCO MARCELO SOARES LEMOS 
GIACOMO PERROTTA 
GILBERTO KWITKO RIBEIRO 
GUILHERME ZANETTI ROSA 
GUSTAVO CERQUEIRA ATAÍDE 
JOÃO ANTÔNIO MOREIRA PATUSCO 
KLEVERSON MANOEL MARQUES GONTIJO 
LÍVIA BATISTA MACIEL BRAGA 
LÍVIO TEIXEIRA DE ANDRADE FILHO 
LORENA MELO SILVA 
LUCAS SILVEIRA MARROQUES 
LÚCIA MARIA PRACIANO MINERVINO 
LUIS FERNANDO BADANHAN 
MONICA CAROLINE MANHAES DOS SANTOS 
PAULO ÉRICO RAMOS DE OLIVEIRA 
RODOLFO ZAMIAN DANILOW 
SAMIRA SANA FERNANDES DE SOUSA CARMO 
SÉRGIO FERREIRA CORTIZO 
SUELLEN DE ALMEIDA LOPES 
TARITA DA SILVA COSTA 
VALDIR BORGES SOUZA JÚNIOR 
VITÓRIA MARIA MONTEIRO BATISTA 
 
SECRETARIA DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E 
BIOCOMBUSTÍVEIS — SPG 
COORDENAÇÃO TÉCNICA: 
JOÃO JOSÉ NORA SOUTO 
RENATA BECKERT ISFER 
 
EQUIPE TÉCNICA: 
ADRIANO GOMES DE SOUSA 
ALDO BARROSO CORES JÚNIOR 
ANDRÉ LUIZ GONÇALVES DE OLIVEIRA 
ANTONIO HENRIQUE GODOY RAMOS 
CLÁUDIO AKIO ISHIHARA (IN MEMORIAM) 
DEIVSON MATOS TIMBÓ 
DIOGO SANTOS BALEEIRO 
EDIE ANDREETO JÚNIOR 
EVERTON GOURSAND DE FREITAS 
FERNANDO MASSAHARU MATSUMOTO 
GUSTAVO LUÍS DE SOUZA MOTTA 
JAQUELINE MENEGHEL RODRIGUES 
KARLA BRANQUINHO DOS SANTOS GONZAGA 
LUCIANO COSTA DE CARVALHO 
MARCOS CARVALHO DE SANT’ANA 
MARISA MAIA DE BARROS 
MARLON ARRAES JARDIM LEAL 
MATHEUS BATISTA BODNAR 
MIGUEL IVAN LACERDA DE OLIVEIRA 
PAULO ROBERTO MACHADO FERNANDES COSTA 
PEDRO HENRIQUE MILHOMEM COUTINHO 
RENATO LIMA FIGUEIREDO SAMPAIO 
RONNY JOSÉ PEIXOTO 
SYMONE CHRISTINE DE SANTANA ARAÚJO 
UMBERTO MATTEI 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
 
ASSESSORIA ESPECIAL DE MEIO AMBIENTE — AESA-SE 
COORDENAÇÃO TÉCNICA: 
MARIA CEICILENE ARAGÃO MARTINS 
 
EQUIPE TÉCNICA: 
LARISSA DAMASCENO DA SILVA 
HENRYETTE PATRICE CRUZ 
NERIVALDA DE CARVALHO RIBEIRO 
RICARDO DA COSTA RIBEIRO 
RITA ALVES SILVA 
THOMAS JOHANNES SCHRAGE 
VERÔNICA E SILVA SOUSA 
WILMA DO COUTO DOS SANTOS CRUZ 
 
 
 
 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
Participantes - EPE 
COORDENAÇÃO GERAL 
THIAGO VASCONCELLOS BARRAL 
FERREIRA 
COORDENAÇÃO EXECUTIVA 
GERAL: 
EMÍLIO HIROSHI MATSUMURA 
ESTUDOS ECONÔMICO-ENERGÉTICOS E 
AMBIENTAIS: 
GIOVANI VITÓRIA MACHADO 
ESTUDOS DE ENERGIA ELÉTRICA: 
ERIK EDUARDO REGO 
ESTUDOS DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS: 
JOSÉ MAURO FERREIRA COELHO 
ESTUDOS ECONÔMICOS E 
ENERGÉTICOS 
COORDENAÇÃO: 
JEFERSON BORGHETTI SOARES 
CARLA DA COSTA L. ACHÃO 
 
EQUIPE TÉCNICA: 
ALINE MOREIRA GOMES 
ALLEX YUJHI GOMES YUKIZAKI 
ANA CRISTINA BRAGA MAIA 
ARNALDO DOS SANTOS J. 
CAMILA ARAÚJO FERRAZ 
DANIEL KUHNER COELHO 
DANIEL SILVA MORO 
FLÁVIO RAPOSO DE ALMEIDA 
FELIPE KLEIN SOARES 
FERNANDA M. P. ANDREZA 
GABRIEL KONZEN 
GLAUCIO V. RAMALHO FARIA 
GUSTAVO NACIFF DE ANDRADE 
ISABELA DE ALMEIDA OLIVEIRA 
JOÃO M. S. DE MELLO 
LIDIANE DE A. MODESTO 
LUCIANO BASTO OLIVEIRA 
MARCELO COSTA ALMEIDA 
MARCELO H. C. LOUREIRO 
NATALIA G. DE MORAES 
PATRÍCIA MESSER ROSENBLUM 
ROGÉRIO MATOS 
SIMONE SAVIOLO ROCHA 
THIAGO PASTORELLI RODRIGUES 
THIAGO TONELI CHAGAS 
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 
– ESTUDOS DE PLANEJAMENTO 
COORDENAÇÃO: 
JORGE TRINKENREICH 
 
EQUIPE TÉCNICA: 
ANDERSON DA C. MORAES 
CAIO MONTEIRO LEOCADIO 
FERNANDA FIDELIS PASCHOALINO 
FERNANDA GABRIELA B. DOS SANTOS 
FLÁVIO ALBERTO F. ROSA 
GLAYSSON DE MELLO MULLER 
GUSTAVO B. HAYDT DE SOUZA 
HERMES TRIGO D. DA SILVA 
JOANA D. DE F. CORDEIRO 
LEANDRO P. DE ANDRADE 
LUIS PAULO S. CORDEIRO 
PAMELLA E. ROSA SANGY 
PATRICIA C. G. DE NUNES 
PEDRO AMERICO M. DAVID 
RAFAELA VEIGA PILLAR 
RENATA DE A. M. DA SILVA 
RENATO H. S. MACHADO 
RONALDO ANTONIO DE SOUZA 
RONEY NAKANO VITORINO 
SAULO RIBEIRO SILVA 
SIMONE Q. BRANDÃO 
THAÍS IGUCHI 
THIAGO CORREA CESAR 
 
 
 
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 
– ESTUDOS DE ENGENHARIA 
COORDENAÇÃO: 
BERNARDO FOLLY DE AGUIAR 
 
EQUIPE TÉCNICA: 
ANDRE LUIZ DA SILVA VELLOSO 
ANDRE MAKISHI 
CRISTIANO SABOIA RUSCHEL 
DIEGO PINHEIRO DE ALMEIDA 
FELIPE MOREIRA GONÇALVES 
GUILHERME MAZOLLI FIALHO 
GUSTAVO PIRES DA PONTE 
HELENA PORTUGAL G. DA MOTTA 
JORGE GONÇALVES BEZERRA JUNIOR 
JOSINA SARAIVA XIMENES 
MARCELO WENDEL 
MARIA CECILIA PEREIRA DE ARAÚJO 
MARIA REGINA TOLEDO 
MARIANA DE QUEIROZ ANDRADE 
RONALDO ANTONIO DE SOUZA 
THIAGO IVANOSKI TEIXEIRA 
ESTUDOS DE TRANSMISSÃO DE 
ENERGIA ELÉTRICA 
COORDENAÇÃO: 
JOSÉ MARCOS BRESSANE 
 
EQUIPE TÉCNICA: 
ARETHA DE S. VIDAL CAMPOS 
ARMANDO LEITE FERNANDES 
BRUNO CESAR M. MACADA 
BRUNO SCARPA A. DA SILVEIRA 
CAROLINA MOREIRA BORGES 
DANIEL JOSE T. DE SOUZA 
DOURIVAL DE S. CARVALHO JUNIOR 
FABIANO SCHMIDT 
FABIO DE ALMEIDA ROCHA 
GUSTAVO VALERIANO N. LUIZON 
IGOR CHAVES 
JEAN CARLO MORASSI 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
 
JOAO MAURICIO CARUSO 
LUCAS SIMÕES DE OLIVEIRA 
LUIZ FELIPE F. LORENTZ 
MARCELO LOURENÇO PIRES 
MARCELO WILLIAN H. SZRAJBMAN 
MARCOS VINICIUS G. DA S. FARINHA 
MARIA DE FATIMA DE C. GAMA 
MAXWELL CURY JUNIOR 
PAULO FERNANDO DE M. ARAUJO 
PRISCILLA DE CASTRO GUARINI 
RAFAEL PENTAGNA SILVESTRE 
RAFAEL THEODORO A. E MELLO 
RODRIGO RIBEIRO FERREIRA 
RODRIGO RODRIGUES CABRAL 
SAMIR DE OLIVEIRA FERREIRA 
SERGIO FELIPE F. LIMA 
THAIS PACHECO TEIXEIRA 
THIAGO DE F. R. DOURADO MARTINS 
TIAGO CAMPOS RIZZOTTO 
TIAGO VEIGA MADUREIRA 
VANESSA STEPHAN LOPES 
VINICIUS FERREIRA MARTINS 
ESTUDOS DE PETRÓLEO E GÁS 
NATURAL 
COORDENAÇÃO: 
MARCOS F. F. DE SOUZA 
 
EQUIPE TÉCNICA: 
ADRIANA QUEIROZ RAMOS 
CAROLINA O. DE CASTRO 
CLAUDIA M. CHAGAS BONELLI 
DEISE DOS SANTOS T. RIBEIRO 
GABRIEL DE F. DA COSTA 
HENRIQUE P. G. RANGEL 
KÁTIA SOUZA D’ALMEIDA 
LUIZ P. BARBOSA DA SILVA 
MARCELO F. ALFRADIQUE 
NATHALIA O. DE CASTRO 
PAMELA CARDOSO VILELA 
PÉRICLES DE ABREU BRUMATI 
RAULFAGUNDES LEGGIERI 
REGINA FREITAS FERNANDES 
ROBERTA DE A. CARDOSO 
VICTOR H. TROCATE DA SILVA 
ESTUDOS DE DERIVADOS DE 
PETRÓLEO E BIOCOMBUSTÍVEIS 
COORDENAÇÃO: 
ANGELA OLIVEIRA DA COSTA 
 
EQUIPE TÉCNICA: 
BRUNO R. LOWE STUKART 
CARLOS A. GOES PACHECO 
CARLOS E. R. DE M. LIMA 
DAN ABENSUR GANDELMAN 
EULER J. GERALDO DA SILVA 
FILIPE DE P. FERNANDES SILVA 
GABRIEL DA SILVA A. JORGE 
GUILHERME T. ANTONIASSE 
JULIANA R. DO NASCIMENTO 
KRISEIDA C. P. G. ALEKSEEV 
LEONIDAS B. O. DOS SANTOS 
MARCELO C. B. CAVALCANTI 
MARINA DAMIÃO BESTETI RIBEIRO 
PATRÍCIA F. B. STELLING 
PAULA ISABEL DA COSTA BARBOSA 
RACHEL MARTINS HENRIQUES 
RAFAEL BARROS ARAUJO 
RAFAEL MORO DA MATA 
VITOR M. DO E. SANTO SILVA 
 
 
ESTUDOS SOCIOAMBIENTAIS 
COORDENAÇÃO: 
ELISANGELA ALMEIDA 
 
EQUIPE TÉCNICA: 
ALFREDO LIMA SILVA 
ANA DANTAS M. DE MATTOS 
ANDRÉ CASSINO FERREIRA 
ANDRÉ VIOLA BARRETO 
BERNARDO REGIS G. DE OLIVEIRA 
CARINA RENNO SINISCALCHI 
CAROLINA M. H. DE G. A. F. BRAGA 
CAROLINE PICCOLI M. DE FREITAS 
CLAYTON BORGES DA SILVA 
CRISTIANE MOUTINHO COELHO 
DANIEL DIAS LOUREIRO 
GLAUCE MARIA LIEGGIO BOTELHO 
GUILHERME DE PAULA SALGADO 
GUSTAVO FERNANDO SCHMIDT 
HERMANI DE MORAES VIEIRA 
KÁTIA G. SOARES MATOSINHO 
LEONARDO DE SOUSA LOPES 
LEYLA A. FERREIRA DA SILVA 
LUCIANA ÁLVARES DA SILVA 
MARCOS RIBEIRO CONDE 
MARIA FERNANDA BACILE PINHEIRO 
MARIANA LUCAS BARROSO 
MARIANA DE ASSIS ESPÉCIE 
MARIANA R. DE C. PINHEIRO 
PAULA CUNHA COUTINHO 
PEDRO NINÔ DE CARVALHO 
ROBSON DE OLIVEIRA MATOS 
THALES FONSECA CASADO LINS 
VALENTINE JAHNEL 
VERÔNICA S. DA M. GOMES 
VINICIUS MESQUITA ROSENTHAL
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
Apresentação 
A nossa gestão à frente do MME está baseada nos pilares da previsibilidade, transparência e segurança 
jurídica, em nome do interesse público, buscamos fortalecer a base técnica para o processo de tomada de 
decisão. Neste contexto, cabe ao Ministério, a definição de políticas estratégicas, com base num planejamento 
de médio e longo prazos de modo a garantir o desenvolvimento, tornando o país um destino cada vez mais 
atraente e seguro para investimentos de longo prazo. 
O Brasil tem um importante desafio para a próxima década que será o de promover a expansão da oferta 
de energia de modo a sustentar a retomada do crescimento econômico nacional. Essa tarefa requer 
planejamento e diálogo entre governo e sociedade. Devemos resguardar a segurança energética, preservar o 
acesso à energia a preços competitivos, e cumprir os objetivos e metas ambientais. Nesse sentido, o Plano 
Decenal de Energia é um dos instrumentos de planejamento energético que nos permite otimizar a ampliação 
da oferta de energia de maneira sustentável, tanto do ponto de vista de atender ao crescimento da economia 
brasileira com competitividade, quanto do ponto de vista ambiental. 
Este PDE 2029 indica que o investimento necessário para os próximos 10 anos no setor de energia é da 
ordem de R$ 2,3 trilhões, sendo R$ 1,9 Trilhões em petróleo, gás natural e biocombustíveis e R$ 456 Bilhões 
em geração e transmissão de energia elétrica. Esse expressivo montante de investimento reforça a relevância 
de se fornecer sinais racionais e claros para orientar a tomada de decisão dos agentes privados. 
O planejamento deve estar alinhado com a dinâmica de inovações do setor. Nesse contexto, alguns 
programas em desenvolvimento neste Ministério merecem destaque, como a Modernização do Setor Elétrico e 
o Novo Mercado de Gás. Essas políticas públicas estão contempladas neste PDE ao longo dos seus estudos de 
forma a refletir o impacto dessas inovações ao longo dos próximos 10 anos. Nesta edição em particular, há um 
capítulo dedicado a consolidar as projeções para o gás natural, inclusive na sua integração com os setores 
elétrico e industrial. A cada edição do PDE, é possível aperfeiçoar a visão de futuro e o seu alinhamento com as 
necessidades do país. 
Ainda é relevante destacar o contexto mundial de transição energética e a posição de liderança do Brasil, 
com uma matriz energética considerada uma das mais limpas do mundo, sabemos que podemos fazer ainda 
mais. A matriz energética brasileira é composta atualmente por 47% de energia renovável e, apesar da 
necessidade de significativa ampliação da oferta, deverá alcançar 48% em 2029. No setor elétrico, a capacidade 
instalada atual é 80% renovável, e deve ser de 84% ao final do decênio. Essa indicação é reflexo do 
comprometimento que existe com as fontes renováveis e com a Contribuição Nacionalmente Determinada 
(NDC) assumida pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris. 
Por fim, cabe ressaltar a importância de uma atuação harmoniosa e transparente, em parceria 
com as várias instâncias dos poderes executivo e legislativo, do empresariado e da sociedade. Os órgãos de 
controle, o Congresso Nacional e as agências reguladoras são fundamentais para garantir a segurança 
institucional do País, trazendo maior estabilidade e confiança, bem como criando um ambiente de negócio 
favorável à condução das políticas públicas. 
 
 
 
BENTO ALBUQUERQUE 
Ministro de Estado de Minas e Energia 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
 
Índice 
Participantes - MME .............................................................................................................................................................. iii 
Participantes - EPE................................................................................................................................................................... v 
Apresentação ............................................................................................................................................................................. 1 
Índice ............................................................................................................................................................................................ 2 
Introdução .................................................................................................................................................................................. 4 
 
1. Premissas Gerais ......................................................................................................................................... 16 
1.1. Perspectivas Sociodemográficas ............................................................................................................................ 16 
1.2. Perspectivas Macroeconômicas .............................................................................................................................. 17 
1.3. Perspectivas Econômicas Setoriais ....................................................................................................................... 20 
2. Demanda de Energia .................................................................................................................................. 25 
2.1. Consolidação por Setor .............................................................................................................................................. 25 
2.2. Consolidação por Fonte.............................................................................................................................................. 35 
3. Geração Centralizada de Energia Elétrica .......................................................................................... 50 
3.1. Metodologia .................................................................................................................................................................... 52 
3.2. Recursos Disponíveis para Expansão da Oferta ............................................................................................... 55 
3.3. Diretrizes e Premissas ................................................................................................................................................63 
3.4. Configuração inicial para expansão ...................................................................................................................... 66 
3.5. Visões de futuro para o parque gerador de energia elétrica ...................................................................... 69 
4. Transmissão de Energia Elétrica ........................................................................................................ 101 
4.1 Topologia da Rede ...................................................................................................................................................... 104 
4.2. Interligações Regionais ........................................................................................................................................... 111 
4.3. Interligações dos Sistemas Isolados ao SIN .................................................................................................... 121 
4.4. Interligações com Países Vizinhos ...................................................................................................................... 125 
4.5. Sistemas Regionais de Transmissão .................................................................................................................. 126 
4.6. Evolução Física e Investimentos ......................................................................................................................... 142 
4.7. Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) ..................................................................................... 147 
5. Produção de Petróleo e Gás Natural .................................................................................................. 150 
5.1. Previsão de Produção de Petróleo ...................................................................................................................... 153 
5.2. Previsão de Produção de Gás Natural ............................................................................................................... 155 
5.3. Previsão de Produção da Cessão Onerosa e do Volume Excedente ...................................................... 159 
5.4. Evolução das Reservas Provadas e da Relação R/P .................................................................................... 160 
5.5. Investimentos e Excedentes de Petróleo ......................................................................................................... 163 
6. Abastecimento de Derivados de Petróleo ....................................................................................... 165 
6.1. Perspectivas de Preços de Petróleo e Derivados .......................................................................................... 165 
6.2. Oferta de Derivados de Petróleo ......................................................................................................................... 168 
6.3. Infraestrutura Nacional de Transporte de Derivados ................................................................................ 175 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
7. Gás Natural ................................................................................................................................................. 180 
7.1. Infraestrutura .............................................................................................................................................................. 180 
7.2. Projeções de Preços de Gás Natural ................................................................................................................... 182 
7.3. Oferta .............................................................................................................................................................................. 183 
7.4. Balanço de Gás Natural da Malha Integrada ................................................................................................... 187 
7.5. Simulação da Malha Integrada de Transportes ............................................................................................. 190 
7.6. Investimentos .............................................................................................................................................................. 194 
8. Oferta de Biocombustíveis .................................................................................................................... 198 
8.1 Etanol ............................................................................................................................................................................... 198 
8.2. Bioeletricidade da cana-de-açúcar...................................................................................................................... 208 
8.3. Biodiesel ........................................................................................................................................................................ 210 
8.4. Outros biocombustíveis .......................................................................................................................................... 215 
9. Eficiência Energética e Recursos Energéticos Distribuídos ...................................................... 219 
9.1. Eficiência Energética ................................................................................................................................................ 219 
9.2. Micro e Minigeração Distribuída ......................................................................................................................... 231 
10. Análise Socioambiental .......................................................................................................................... 248 
10.1 Análises Socioambientais para a definição da expansão .......................................................................... 248 
10.2 Análise Socioambiental Integrada ..................................................................................................................... 252 
10.3 Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) ..................................................................................................... 265 
11. Consolidação dos Resultados ............................................................................................................... 272 
12. Integração dos Setores de Gás Natural, Elétrico e Industrial .................................................. 272 
12.1 O NMG no PDE 2029 ................................................................................................................................................ 287 
12.2 Novos Instrumentos de Planejamento Associados à Expansão do Setor de Gás Natural ........... 297 
12.3 Análises Complementares do Setor Elétrico ................................................................................................. 298 
 
Lista de Boxes .................................................................................................................................................... 302 
Lista de Figuras ................................................................................................................................................. 303 
Lista de Tabelas ................................................................................................................................................ 304 
Lista de Gráficos ................................................................................................................................................ 306 
Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 311 
Agradecimentos ................................................................................................................................................ 323 
Anexos ..................................................................................................................................................................325 
A. Capítulo 3 Geração Centralizada de Energia Elétrica .................................................................................. 325 
A. Capítulo 4 Transmissão de Energia Elétrica ................................................................................................... 340 
 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
8 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 
 
Introdução 
O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 
é um documento informativo elaborado anualmente 
pela EPE sob as diretrizes e o apoio da equipe da 
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento 
Energético (SPE/MME) e da Secretaria de Petróleo, 
Gás Natural e Biocombustíveis (SPG/MME). 
Seu objetivo primordial é indicar, e não 
propriamente determinar, as perspectivas, sob a ótica 
do Governo da expansão do setor de energia no 
horizonte de dez anos, dentro de uma visão integrada 
para os diversos energéticos. Tal visão permite 
extrair importantes elementos para o planejamento 
do setor de energia, com benefícios em termos de 
aumento de confiabilidade, redução de custos de 
produção e redução de impactos ambientais. 
Para isto, o PDE é construído com base nas 
dimensões mais importantes associadas ao 
planejamento energético: econômica, estratégica e 
social. Na dimensão econômica, o PDE visa a 
apresentar as necessidades energéticas sob a ótica do 
planejamento para permitir o desenvolvimento da 
economia nacional e, por conseguinte, a 
competitividade do País. Na dimensão estratégica, os 
estudos do PDE destacam o melhor aproveitamento 
dos recursos energéticos nacionais, dentro de uma 
visão de médio e longo prazo e encorajando a 
integração regional. Por fim, na dimensão social, a 
expansão da oferta de energia deve ser feita com 
acesso a toda população brasileira, e considerando 
seriamente os aspectos socioambientais. 
Importante reiterar que o PDE não deve ser 
lido como um plano estático que determina o que vai 
acontecer nos próximos 10 anos, justamente pela 
incerteza envolvida em qualquer visão de futuro, 
especialmente no atual momento da quadra nacional. 
Nesse sentido, algumas questões de interesse 
relacionadas à incerteza sobre variáveis-chave são 
consideradas por meio das análises de sensibilidade, 
às quais nos referimos como alternativas what-if. 
Ao mostrar, por meio dessas análises de 
sensibilidade, como o planejamento vislumbra o 
desenvolvimento do sistema de energia brasileiro sob 
condições distintas de sua evolução, o PDE fornece 
importantes sinalizações para orientar as ações e 
decisões dos agentes no sentido de compatibilizar as 
projeções de crescimento econômico do País e a 
necessária expansão de oferta, de forma a garantir à 
sociedade o suprimento energético com adequados 
custos, em bases técnica e ambientalmente 
sustentável. 
Dessa forma, contamos com o diálogo sempre 
franco e direto com a sociedade, por meio de seus 
comentários, críticas e sugestões, especialmente na 
fase de Consulta Pública. Acreditamos que o PDE pode 
se consolidar como a principal referência para o setor 
de energia, fonte de dados para pesquisas e 
desenvolvimentos acadêmicos e da sociedade em 
geral, exercendo seu papel de estudo técnico que 
aponta os caminhos para o desenvolvimento 
energético nacional. Assim, sua importância como 
instrumento de planejamento para o setor energético 
nacional será reforçada, contribuindo para o 
delineamento das estratégias de desenvolvimento do 
País a serem traçadas pelo Governo Federal. 
A preparação do PDE 2029 foi iniciada em 
março de 2019 e concluída em setembro de 2019. Por 
fim, cumpre informar que os dados de gráficos e 
tabelas, as figuras, os textos explicativos e as notas 
metodológicas estão disponíveis na página do PDE no 
site da EPE.
 
 
 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 9 
 
ENFOQUE DOS ESTUDOS 
No horizonte decenal, espera-se um 
crescimento médio de 3,3% a.a. da economia mundial, 
impulsionado em grande parte pelos países em 
desenvolvimento. A China, apesar da expectativa de 
desaceleração suave de sua economia, continuará 
apresentando um papel importante, aumentando sua 
participação na economia global. Em relação aos 
países desenvolvidos, a perspectiva é de que estes 
apresentem taxas de crescimento mais moderadas. É 
importante ressaltar que existem riscos importantes 
para o cenário internacional, sobretudo àqueles 
relacionados às questões geopolíticas bem como aos 
impactos da política comercial protecionista adotada 
pelos Estados Unidos. 
No que diz respeito à economia brasileira, 
espera-se uma recuperação gradual, onde, no curto 
prazo, o crescimento será beneficiado pelo excesso de 
capacidade ociosa da economia. No médio e longo 
prazo, a expectativa de uma retomada mais forte dos 
investimentos, especialmente em infraestrutura, terá 
impactos importantes sobre a competitividade da 
economia brasileira e, consequentemente, sobre o 
crescimento. Para alcançar uma trajetória de 
crescimento econômico mais forte e sustentável é 
necessário que haja uma expansão da capacidade de 
oferta da economia com redução dos gargalos 
existentes, o que geraria efeitos que podem ser 
bastante sensíveis no caso do setor energético. 
Assim, em um cenário em que o crescimento 
econômico ocorra de forma mais acelerada ou onde a 
retomada de alguns setores industriais aconteça de 
maneira mais acentuada, a demanda energética 
poderá responder de maneira bastante variada. 
Inciativas no âmbito do governo federal, como o 
“Novo Mercado de Gás”, “Abastece Brasil” e 
“Renovabio” têm potencial de promover o 
desenvolvimento de mercados energéticos, alterando 
os requisitos de oferta e a demanda energética 
estimada. Em particular, a evolução da demanda de 
gás natural estará fortemente condicionada à 
 
1 Cabe ressaltar que os planos de transmissão emitidos pela EPE, que consubstanciam os resultados dos mesmos estudos cujos resultados são 
expostos neste PDE, são, juntamente com as recomendações do ONS para ampliações e reforços da rede, submetidos à aprovação final do MME 
antes da determinação do conjunto de instalações que serão licitadas ou cuja implantação será diretamente autorizada pela ANEEL às 
transmissoras. 
competitividade desta fonte frente a outros 
energéticos substitutos e do volume de oferta 
disponível a preços competitivos pelos setores de 
consumo. 
Outro ponto relevante no tocante ao consumo 
é a tendência de eletrificação crescente para o 
horizonte decenal. A expectativa é de que o consumo 
total de eletricidade cresça cerca de 15% a mais que a 
economia no período, influenciado tanto pela 
autoprodução clássica quanto pelo consumo na rede. 
No capítulo de Geração de Energia Elétrica são 
apresentados os estudos para a expansão do parque 
de geração de energia elétrica e das principais 
interligações entre os subsistemas no horizonte 
decenal, visando garantir o abastecimento adequado 
para o crescimento da demanda de energia elétrica do 
sistema interligado do Brasil. 
Para esse capítulo em particular, o PDE 2029 
segue a abordagem utilizada nos últimos ciclos, 
avaliando diferentes expansões da oferta de energia 
elétrica, através de visões distintas de futuro. Destaca 
o uso de três projeções da demanda de energia 
elétrica, variações na expansão de referência da 
oferta de energia, maior oferta de gás natural nacional 
e diversas análises sobre as condições de 
atendimento. 
Os recentes avanços metodológicos no 
processo de construção da expansão do parque 
gerador do SIN no horizonte decenal são mantidos no 
PDE 2029, em especial o uso do modelo 
computacional de decisão de investimentos (MDI), 
desenvolvido pela EPE. 
No capítulo de Transmissão de Energia Elétrica 
foi dado destaque ao desafio imposto ao 
planejamentoda transmissão, de natureza 
determinativa,1 frente às incertezas advindas do fato 
de a expansão da geração ser de caráter indicativo. 
Nessas condições, o processo de elaboração dos 
estudos de transmissão reconhece a importância do 
papel da rede elétrica planejada de proporcionar, 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
10 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 
 
além das condições adequadas de confiabilidade da 
operação e do suprimento elétrico, a flexibilidade 
necessária em acomodar diferentes estratégias de 
implantação das fontes de geração. 
A EPE vem realizando, com sucesso, estudos 
específicos, de caráter prospectivo, que possuem o 
intuito de antecipar o sistema de transmissão para a 
integração do potencial de fontes alternativas 
renováveis estimado com base nos cadastramentos 
dos leilões de energia. É importante destacar que as 
expansões propostas nos estudos prospectivos não 
estão restritas ao aproveitamento de projetos solares 
e eólicos e poderão ser aproveitados para o 
escoamento da energia proveniente de quaisquer 
tipos de fontes. 
Foram realizados, até o momento, treze 
estudos prospectivos com influência sobre a conexão 
de renováveis sendo: (i) um estudo voltado para 
permitir o escoamento do potencial eólico da região 
sul do País; (ii) oito estudos visando dotar o sistema 
de capacidade de escoamento para os diversos 
potenciais de geração das regiões Nordeste e Norte; e 
(iii) quatro estudos prospectivos voltados para o 
escoamento do potencial de geração das regiões 
Norte e Noroeste e do Triângulo Mineiro e Alto 
Paranaíba de Minas Gerais, assim como da região 
noroeste do estado de São Paulo e nordeste do estado 
de Goiás. 
Com relação ao potencial de geração renovável 
na região Nordeste, o presente ciclo do PDE mantém 
a previsão de uma expressiva participação das fontes 
eólica e solar nessa região. Esse montante já supera 
aquele considerado nas premissas dos estudos de 
transmissão já desenvolvidos, o que, além da própria 
ampliação do horizonte, determina que se realizem 
novos estudos prospectivos com foco nas 
interligações, objetivando verificar a necessidade de 
novas expansões, além daquelas já previstas. 
Um dos próximos desafios a ser enfrentado 
pelo planejamento da transmissão consiste no 
envelhecimento do sistema de transmissão brasileiro, 
uma realidade que tende a se tornar mais crítica nos 
próximos anos. Há que assegurar a substituição da 
infraestrutura do sistema elétrico em fim de vida útil 
de modo que a malha de transmissão possa operar 
com os níveis de confiabilidade e qualidade exigidos 
pela sociedade. 
O plano de obras apresentado neste PDE 
abrange obras outorgadas e a outorgar, além de 
estimativas de expansões para os últimos anos do 
decênio, no sentido de capturar recomendações de 
estudos que se encontram em andamento e a iniciar. 
Com isso, tem-se uma previsão de acréscimo de cerca 
de 56 mil quilômetros de novas linhas de transmissão 
até o ano de 2029, o que significa uma estimativa de 
cerca de 204 mil quilômetros de linhas de 
transmissão em operação no ano horizonte deste 
PDE. 
A expectativa é que os investimentos totais em 
transmissão atinjam cerca de R$ 103 bilhões ao longo 
do decênio, sendo R$ 73 bilhões em linhas de 
transmissão e R$ 30 bilhões em subestações, 
incluindo as instalações de fronteira. 
No capítulo de Produção de Petróleo e Gás 
Natural, são abordados tópicos relevantes na 
Exploração e Produção (E&P), tais como: a previsão 
de produção de petróleo; previsão de produção de gás 
natural; a contribuição do pré-sal na produção 
nacional; evolução da reserva provada e da relação 
R/P (razão entre reserva provada e produção); a 
previsão de investimentos no setor e das demandas 
por plataformas do tipo UEPs (unidade estacionária 
de produção), além do Conteúdo Local na aquisição 
de bens e serviços. 
O processo de elaboração das projeções de 
produção de petróleo e gás natural deste PDE teve 
como referência o dia 30 de abril de 2019, data até 
quando foram incorporadas informações sobre dados 
de reserva, previsão de produção de campos, dados 
de áreas em avaliação e dados do Banco de Dados de 
Exploração e Produção da ANP, dentre outras 
informações sobre as concessões exploratórias. 
As previsões de produção de petróleo e gás 
natural são elaboradas para Unidades Produtivas 
(UP) com recursos descobertos, ou seja, com 
comercialidade declarada ou sob avaliação 
exploratória, e para UP com recursos não 
descobertos, com base no conhecimento geológico 
das bacias sedimentares brasileiras, tanto em áreas já 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 11 
 
contratadas com empresas quanto em áreas da União 
sem contrato. 
No caso da produção de recursos da categoria 
de reservas, os primeiros anos do plano são balizados 
com informações do Plano Anual de Produção, que 
são previsões de produção para cinco anos, enviadas 
pelas Concessionárias à ANP anualmente. 
Já na segunda metade do decênio, a produção 
proveniente das reservas sofre forte influência dos 
volumes excedentes estimados para as concessões da 
Cessão Onerosa. No PDE 2029, os excedentes da 
Cessão Onerosa correspondem aos volumes médios 
do intervalo divulgado para estas concessões, que 
foram incorporados às reservas, proporcionando o 
aumento do fluxo da produção. 
Por fim, a previsão de produção da reserva, 
toma também como base as indicações das empresas 
operadoras sobre a entrada de módulos de produção 
e outras informações, disponibilizadas em seus 
planejamentos apresentados ao mercado. 
A previsão de produção dos recursos na 
categoria de contingentes leva em conta que tais 
unidades, apesar de terem o potencial petrolífero 
confirmado, ainda estão sob avaliação e não possuem 
declaração de comercialidade. Uma premissa adotada 
para todas as unidades desta categoria é a que terão 
sua comercialidade declarada, aplicando-se um fator 
redutor relacionado ao risco de comercialidade de 
cada um dos recursos contingentes. 
As previsões de produção dos recursos não 
descobertos, tanto em áreas já contratadas com 
empresas, quanto em áreas da União sem contrato, 
são embasadas por premissas relacionadas às 
estimativas de descoberta, declaração de 
comercialidade e ao início da produção. 
As datas de descobertas dos recursos não 
descobertos contratados são definidas como sendo na 
metade do período exploratório previsto, geralmente 
com base nos contratos de concessão firmados nas 
licitações. Assim, as declarações de comercialidade 
desses recursos são estimadas na metade restante do 
prazo exploratório, ou seja, entre a data de descoberta 
e o vencimento do período exploratório. A data para 
início da produção dos recursos não descobertos é 
estimada de acordo com o tipo de fluido (óleo ou gás 
não associado) esperado, com o VRF estimado para a 
UP, além do ambiente de E&P em que está localizada. 
Desse modo, a depender destes parâmetros, estima-
se uma data para iniciar a produção. 
No caso dos recursos não descobertos sem 
contratos, na área da União, prevê-se ainda que as 
áreas com extrema complexidade ambiental, 
indicadas por órgãos licenciadores e reguladores, têm 
seus volumes correspondentes excluídos das 
previsões de produção. 
No capítulo de Abastecimento de Derivados de 
Petróleo, analisam-se as condições de atendimento ao 
mercado doméstico, ressaltando o comercio exterior 
de petróleo e seus derivados, e a importância dos 
investimentos no parque de refino e na infraestrutura 
logística. 
O quadro de maior movimentação de petróleo 
e derivados poderá exigir maior atenção em relação à 
infraestrutura e logística do País para garantir o 
abastecimento em todo o território nacional. 
Iniciativas governamentais buscam identificar áreas 
portuárias para a movimentação de combustíveis. 
O balanço dosprincipais derivados indica que 
o País deverá continuar como importador líquido dos 
principais derivados, durante todo o horizonte de 
estudo, com destaque para os grandes volumes 
importados de óleo diesel A. Este fato sinaliza que 
haverá espaço para a maior utilização das refinarias 
existentes, revamps, ampliações e melhorias nas 
qualidades dos derivados até 2029, ainda que existam 
poucos investimentos projetados para o período. Os 
principais impactos de eventual realização de 
investimentos incrementais em refinarias existentes 
também são avaliados. 
Prevê-se, para o próximo decênio, um papel 
mais relevante para o Brasil no mercado mundial de 
petróleo, atuando como exportador líquido deste 
produto, em função da produção em campos já 
delimitados e do desenvolvimento da produção das 
acumulações descobertas na área do pré-sal. 
No capítulo de Gás Natural, são apresentados 
os resultados dos estudos da evolução do balanço de 
demanda e oferta de gás natural e de sua estrutura no 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
12 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 
 
período de 2020 a 2029. Inicialmente, discorre-se 
sobre a infraestrutura existente e em construção. Em 
seguida, a seção de projeção de preços de gás natural 
apresenta a faixa mais provável de preços nacionais, 
entre outras projeções de preços. O capítulo 
apresenta ainda, a perspectiva de oferta de gás 
natural seco no Brasil (composto pela oferta nacional 
e pelo gás natural importado), o balanço entre a 
demanda e a oferta de gás natural da malha integrada 
e, ainda, a simulação termofluido-hidráulica para a 
malha integrada de gasodutos de transporte. 
Finalmente, são apresentadas estimativas dos 
investimentos previstos, no decênio em estudo, para 
projetos de expansão da infraestrutura de 
importação, processamento e transporte de gás 
natural no País. 
No capítulo de Oferta de Biocombustíveis, as 
análises refletem os sinais positivos advindos do 
estabelecimento da Política Nacional de 
Biocombustíveis (RenovaBio), através da Lei nº 
13.576, promulgada em dezembro de 2017 (BRASIL, 
2017a). Esta importante política pública almeja 
reconhecer o papel estratégico dos biocombustíveis 
na matriz energética nacional, com foco na segurança 
do abastecimento de combustíveis e na mitigação das 
emissões de gases de efeito estufa (GEE). 
Estima-se que haverá expansão da oferta de 
etanol no próximo decênio, visando suprir tanto o 
mercado brasileiro quanto o internacional. O 
mercado nacional de etanol carburante deverá 
continuar sua trajetória de expansão nos próximos 10 
anos, para o atendimento à demanda do ciclo Otto. No 
mercado internacional, estima-se um crescimento 
marginal das exportações brasileiras, devido, 
principalmente, à manutenção das tendências 
protecionistas dos mercados e à adoção de 
tecnologias mais eficientes. 
No horizonte decenal, espera-se que os 
esforços direcionados pelo setor sucroenergético 
com vistas à melhoria dos fatores de produção, 
adicionados aos sinais positivos provenientes de 
políticas públicas, como o RenovaBio, desdobrem-se 
em aumento da competitividade do etanol frente à 
gasolina. Na área industrial, três fatores deverão 
proporcionar o crescimento da oferta de etanol: 
ocupação de capacidade ociosa de moagem e 
expansão das unidades existentes, além da 
implantação de novas unidades produtoras. Nesse 
contexto, vislumbram-se empreendimentos 
direcionados a facilitar e reduzir os custos de 
transporte e armazenagem de etanol. 
Buscando antecipar possíveis ameaças ao 
abastecimento nacional de combustíveis para os 
veículos leves, foi realizada uma análise de 
sensibilidade para a oferta de etanol, considerando 
um cenário menos favorável para o setor 
sucroenergético. Neste caso, o RenovaBio não 
conseguiria êxito pleno em seus objetivos. Como 
resultado, o etanol hidratado não ganharia 
competitividade frente à gasolina C e a atratividade 
econômica do setor sucroenergético não seria 
suficiente para induzir investimentos relevantes. 
Os resíduos da indústria sucroenergética 
destacam-se como fonte de energia para o processo 
produtivo e de excedente de eletricidade para a 
comercialização. Neste estudo, após dez anos da 
realização do primeiro leilão de reserva, cujo 
principal combustível foi a biomassa da cana, são 
apresentadas a avaliação da quantidade de energia já 
contratada pelo setor elétrico, a análise de seu 
potencial técnico e a projeção de oferta de 
bioeletricidade, a partir do comportamento histórico 
da geração advinda do bagaço. Evidencia-se que há 
um montante significativo a ser explorado, apontando 
para uma inserção crescente da bioeletricidade na 
matriz elétrica nacional. 
As prospecções que contemplam a 
participação do biodiesel para os próximos 10 anos 
consideram o atendimento à mistura mandatória, 
para o que será necessária a produção de volumes 
crescentes do biocombustível. Os percentuais de 
mistura ao diesel fóssil variarão até 2023 seguindo a 
legislação em vigor, conforme estabelecido através da 
Resolução CNPE nº16 de 29 de outubro de 2018. Para 
atendimento desta demanda, foi analisada a 
disponibilidade de insumos, assim como a capacidade 
de processamento e de escoamento da produção. 
O PDE 2029 também contempla o 
aproveitamento energético da biomassa do 
biogás/biometano e do bioquerosene de aviação - 
BioQAV. O maior potencial de produção de biogás 
encontra-se na utilização dos resíduos do setor 
sucroenergético, através da biodigestão da vinhaça e 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 13 
 
da torta de filtro. Pode ser consumido diretamente ou 
purificado, obtendo-se o biometano, com 
características e aplicações análogas às do gás 
natural. Para o horizonte deste estudo, vislumbra-se 
que sua participação na matriz nacional será 
crescente. Já o BioQAV apresenta-se como uma das 
alternativas de atendimento aos acordos 
internacionais para a redução da emissão de GEE pelo 
setor de aviação. Existe uma série de rotas 
tecnológicas de produção já certificadas e aprovadas 
pela ASTM. Diante dos desafios econômicos para sua 
inserção na matriz brasileira, espera-se uma entrada 
modesta do BioQAV, ao fim do horizonte decenal. 
No capítulo de Eficiência Energética e Recursos 
Energéticos Distribuídos, são apresentados os 
resultados da energia conservada que indicam a 
diferença entre a projeção do consumo final de 
energia, incorporando ganhos de eficiência 
energética, e o consumo de energia que ocorreria caso 
fossem mantidos os padrões tecnológicos observados 
no ano base, 2018. No horizonte deste PDE, estima-se 
que a conservação total de energia atinja 6% em 2029 
e, por sua vez, a conservação de energia elétrica 
alcance 5% no mesmo ano. 
Em relação à Micro e a Minigeração 
Distribuída, destaca-se que essa não é mais uma 
indústria pequena no País, tendo movimentado mais 
de 2 bilhões de reais em investimentos no ano de 
2018, superando a capacidade de 1 GW em 2019. Caso 
a regulamentação atual não seja alterada, estima-se 
que em 2029 haja cerca de 32 GW instalados nessa 
modalidade de geração. No Cenário de Referência da 
EPE considera algumas alterações na 
regulamentação, como a aplicação de tarifa binômia, 
fazendo com que a projeção para a MMGD em 2029 
seja de 11 GW. Ainda assim, é uma capacidade 
significativa, que deverá contribuir com 2,3% da 
carga total nacional no final do horizonte. 
O PDE 2029 também trouxe pela primeira vez 
uma análise de viabilidade de investimentos em 
baterias atrás do medidor. No entanto, os fracos sinais 
econômicos horários e o elevado custo dos 
equipamentos apontam para a baixa viabilidade 
nesse investimento, indicando uma entrada marginal 
de baterias no horizonte do PDE 2029. No entanto, 
uma queda de custos além do previsto pode alterar as 
projeções para essatecnologia. Por fim, com o intuito 
de construir um ambiente de mercado mais 
sustentável e que leve a maior eficiência nos 
investimentos em RED, a EPE propôs um desenho 
com alguns pilares, composto de (i) isonomia entre 
recursos centralizados e RED; (ii) mercados de 
capacidade e serviços ancilares; (iii) tarifas binômias 
e dinâmicas; (iv) abertura do mercado livre; (v) 
preços horários e nodais no atacado; (vi) presença de 
agregadores e (vii) disseminação de medidores 
inteligentes. 
No Capítulo de Análise Socioambiental são 
apresentadas as análises socioambientais que 
contribuíram para a definição da expansão mostrada 
neste PDE e as principais questões socioambientais 
relacionadas a essa expansão. 
A variável ambiental contribuiu para a 
expansão apresentada neste PDE através de uma 
avaliação processual de usinas hidrelétricas, que 
estima o ano de entrada de operação das hidrelétricas 
para o modelo de expansão da geração, e de uma 
análise de complexidade socioambiental das 
unidades produtivas de petróleo e gás natural, de 
modo a ajustar as previsões de produção conforme as 
preocupações refletidas pelos órgãos ambientais. 
Diante da expansão prevista no PDE 2029, o 
resultado da análise socioambiental indicou 10 temas 
relevantes para a expansão, sendo dois considerados 
prioritários: “Povos e terras indígenas” e “Unidades 
de Conservação”. Para esses dois temas prioritários 
devem ser orientados esforços do setor, visando a 
minimização de riscos para a expansão planejada. 
Com relação às emissões de gases de efeito 
estufa, o PDE 2029 assume como uma de suas 
premissas socioambientais a compatibilização das 
emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas à 
expansão da produção e uso da energia com os 
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. 
Assim, a trajetória de expansão deve estar alinhada 
com as diretrizes propostas na NDC (Nationally 
Determined Contribution – Contribuição 
Nacionalmente Determinada) brasileira. Entre os 
indicadores analisados estão a participação de fontes 
renováveis na matriz energética e elétrica e ganhos de 
eficiência energética. 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
14 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 
 
No horizonte do PDE 2029, estima-se que o 
grau de renovabilidade da matriz energética 
brasileira aumentará em relação a 2019, atingindo 
48% em 2029, o que melhora os indicadores de 
intensidade de emissões de GEE do setor de energia 
por unidade de energia consumida e por unidade de 
PIB gerada, mantendo o destaque do Brasil na 
produção de energia com baixas emissões. 
Vale destacar, entretanto, que a contribuição 
brasileira expressa em sua NDC é um compromisso 
firme na redução de GEE, mas é flexível na forma do 
atendimento dessa meta, ou seja, se baseia em 
caminhos flexíveis para atingir seus objetivos. Assim, 
o sucesso da NDC poderá ocorrer com contribuições 
dos vários setores da economia, cabendo ao País 
adotar as medidas mais custo-efetivas. 
O cenário de expansão do PDE 2029, ao 
priorizar a expansão de fontes renováveis de energia 
mantém o Brasil no rumo da contribuição esperada 
do setor energético para a NDC brasileira. 
Por fim, no capítulo final são consolidados os 
principais resultados dos estudos do PDE 2029 para 
referência, destacando-se a evolução da oferta 
interna de energia e da matriz energética e o conjunto 
de resultados das projeções, abrangendo as 
informações de economia e energia, de consumo final 
energético e de oferta interna de energia. 
NOVIDADES DO PDE 2029 
No sentido de aprimorar continuamente a 
análise e trazer cada vez mais informação relevante 
para discussão com a sociedade sobre a expansão do 
setor de energia no País, destacam-se os seguintes 
avanços incorporados neste ciclo do PDE 2029: 
1. No capítulo de Consolidação dos Resultados, 
apresenta-se a evolução da capacidade instalada 
total, levando-se em conta não apenas a 
expansão centralizada, mas também a 
autoprodução e a geração distribuída. Embora a 
expansão centralizada ainda predomine no total, 
torna-se cada vez mais relevante monitorar a 
evolução da capacidade instalada 
descentralizada, em particular a da geração 
distribuída. São apresentadas ainda a evolução 
da participação relativa das principais fontes de 
energia e o percentual de renovabilidade da 
matriz elétrica. 
 
2. No capítulo de Geração Centralizada de Energia 
Elétrica, o PDE 2029 traz, pela primeira vez, 
novas discussões para o contexto do 
planejamento. Destaca-se uma primeira análise 
sobre os requisitos de flexibilidade operativa, 
com foco na maior participação de fontes não 
controláveis, e da potencial participação da 
resposta da demanda como alternativa para o 
suprimento do crescente requisito de 
capacidade de potência. Também é abordada a 
atenção necessária para a modernização do 
parque hidrelétrico e termelétrico em operação. 
No caso das usinas termelétricas, especial 
atenção deve ser dada às usinas em final de 
contrato e/ou previsão de término de subsídios 
que resultam em um menor custo variável de 
operação. Para avaliar essa questão é realizada 
uma avalição de competitividade econômica 
dessas plantas já no caso de referência. 
 
3. No capítulo de Transmissão de Energia Elétrica, 
são apresentados gráficos mais detalhados 
acerca dos investimentos previstos no sistema 
de transmissão ao longo do horizonte 2029. 
Nesse contexto, os empreendimentos ainda sem 
concessão foram agrupados conforme a 
natureza esperada para o seu processo de 
outorga (licitação ou autorização). Essa 
iniciativa objetiva fornecer um sinal mais claro 
para o mercado em relação ao volume de 
investimentos a ser incluído nos próximos 
leilões de transmissão. 
 
4. O capítulo 9 passa a consolidar a contribuição 
dos Recursos Energéticos Distribuídos, conceito 
que engloba alternativas tais como os ganhos de 
eficiência energética, micro e minigeração 
distribuída, autoprodução de energia elétrica e 
energia solar térmica. Na seção de Micro e 
Minigeração Distribuída, destaca-se a análise de 
sensibilidade feita para todas as alternativas de 
compensação dos créditos da geração – 
conforme discussões recentes no âmbito da 
revisão da REN 482 – e para o caso de aplicação 
de tarifa binômia, gerando treze diferentes 
curvas de inserção. Outra novidade diz respeito 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 15 
 
a inclusão de uma seção específica para 
armazenamento atrás do medidor, na qual são 
apresentadas análises de viabilidade econômica 
para três modelos de negócio diferentes com 
baterias. Por fim, apresenta-se também uma 
seção com uma proposta abrangente de desenho 
de mercado que visa criar condições para que os 
RED se desenvolvam de forma mais sustentável 
e eficiente no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
16 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 
 
1. Premissas Gerais 
1.1 Perspectivas Sociodemográficas 
Espera-se que a população brasileira continue 
crescendo a taxas decrescentes nos próximos anos, 
mantendo a tendência observada no passado recente. 
Sendo assim, a contribuição demográfica no PIB será 
menor na próxima década. 
No horizonte decenal estima-se que a 
população brasileira cresça a uma taxa média de 0,6% 
a.a., alcançando 224 milhões de habitantes.2 
Em termos regionais, não há perspectiva de 
uma alteração significativa da distribuição da 
população, conforme pode ser visto no Gráfico 1-2. 
Entretanto, é importante ressaltar que se espera um 
crescimento populacional maior nas regiões Norte e 
Centro-Oeste nos próximos dez anos. 
No que diz respeito ao número de domicílios 
particulares permanentes, espera-se que estes 
continuem apresentando trajetória crescente até 
2029, em linha com as premissas de aumento de 
rendada população e de redução de déficit 
habitacional. A expectativa é de que haja cerca de 81,6 
milhões de domicílios no País em 2029, um acréscimo 
de cerca de 13 milhões em relação a 2018. 
Como resultado de um crescimento superior 
dos domicílios em relação ao aumento da população, 
espera-se que o número de habitantes por domicílios 
caia de 3,1 em 2018 para 2,7 em 2029.
Gráfico 1-1 - Evolução da população brasileira e do número de habitantes por domicílios 
 
Fonte: Elaboração EPE, com base em IBGE (2018). 
 
 
2 As projeções demográficas da EPE são baseadas nas projeções do estudo “Projeções da população: Brasil e unidades da federação” de 2018 do 
IBGE. Entretanto, é feito um ajuste para mudar a data base de 01 de julho para 31 de dezembro. 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 17 
 
Gráfico 1-2 - Evolução da população brasileira por regiões geográficas 
 
Fonte: EPE (projeções), com base em IBGE (2018). 
 
1.2 Perspectivas Macroeconômicas 
ECONOMIA INTERNACIONAL 
Neste estudo, foram usadas as projeções de 
PIB e comércio mundial do Fundo Monetário 
Internacional3 para o primeiro quinquênio. A 
seguir são descritas as principais premissas 
adotadas para a economia mundial nos próximos 
dez anos. 
Os países desenvolvidos devem apresentar 
taxas moderadas de crescimento, limitadas em 
parte pela questão demográfica, dado o 
envelhecimento populacional. Já os países em 
desenvolvimento devem continuar contribuindo 
significativamente para o crescimento da economia 
mundial, ainda que haja expectativa de 
desaceleração do crescimento destes ao longo dos 
próximos anos. 
Dentre os países emergentes, destaca-se a 
China, que passa por uma transição de seu modelo 
de crescimento, com o objetivo de estimular o 
consumo das famílias e o setor de serviços em 
detrimento dos investimentos e da indústria. Por 
conta dessa mudança, espera-se que a economia 
chinesa passe por uma desaceleração suave no 
horizonte deste estudo, levando a um crescimento 
menor do PIB do grupo de países em 
desenvolvimento. Tais mudanças podem afetar os 
preços das commodities, implicando em impactos 
na balança comercial de países com forte 
dependência desses produtos. 
Dado esse breve panorama da economia 
mundial, o Gráfico 1-3 mostra as trajetórias 
esperadas para o PIB e o comércio global nos 
próximos dez anos. No entanto, vale destacar que é 
importante considerar que existem riscos para 
essas trajetórias, como os desdobramentos e 
impactos da política comercial protecionista 
adotada pelo governo americano, as questões 
geopolíticas e o terrorismo. 
 
3 As projeções mundiais do FMI aqui adotadas foram publicadas em outubro de 2018. 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
18 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 
 
Gráfico 1-3 - Evolução do PIB e do comércio do 
mundo 
 
 
Fonte: EPE (projeções) e FMI (histórico) 
 
ECONOMIA BRASILEIRA 
A partir das projeções demográficas e das 
perspectivas para a economia mundial, elaborou-
se um cenário para a economia brasileira, com uma 
trajetória de crescimento a taxas moderadas, 
apontando uma recuperação gradual ao longo do 
horizonte deste estudo. 
No curto prazo, espera-se um desempenho 
ainda modesto da economia brasileira. É 
importante destacar que a questão fiscal pode ser 
um fator limitante para o crescimento econômico e 
que, além disso, deve ser considerar a incerteza em 
relação à aprovação de reformas estruturais. Estes 
fatores, entre outros, impactarão o desempenho da 
atividade econômica e dos setores da economia ao 
longo dos próximos anos. 
No primeiro quinquênio, uma das principais 
premissas é que a aprovação de reformas, ainda 
que de forma parcial, devem melhorar o ambiente 
de negócios, com impactos positivos sobre a 
confiança e os investimentos. Com relação a este 
último, destacam-se os investimentos em 
infraestrutura que possuem impactos potenciais 
sobre a competitividade da economia brasileira. É 
importante ressaltar, que as medidas adotadas 
apresentarão resultados graduais, com um impacto 
mais forte no fim do horizonte. Como resultado, 
espera-se que no período entre 2025-2029, a taxa 
de investimento alcance um patamar de cerca de 
21% do PIB (Gráfico 1-4). 
Gráfico 1-4 - Evolução do crescimento da taxa de 
investimento 
 
 
Fonte: EPE (projeções) e IBGE (histórico) 
 
O melhor ambiente de negócios, juntamente 
com o encaminhamento na solução de gargalos de 
infraestrutura permitirão um crescimento gradual 
da produtividade da economia ao longo do 
horizonte, alcançando um crescimento médio de 
0,5% a.a. Cabe ressaltar, que tal resultado é um 
desafio dado o histórico mais recente do País, visto 
que no período entre 2009 e 2018, o crescimento 
médio da PTF no Brasil foi de -1,2% a.a. 
(Conference Board, 2019). Entretanto, tal 
resultado não se distancia da realidade já vista no 
País, uma média de 0,6% a.a. foi observada entre 
2001 e 2010. 
Tais fatores permitirão o crescimento da 
economia brasileira ao longo dos próximos dez 
anos, entretanto, é importante frisar que o 
crescimento potencial brasileiro seguirá limitado 
por fatores estruturais, como restrições de 
poupança interna. 
Como resultado das premissas analisadas 
anteriormente, o PIB deve apresentar um 
crescimento médio de 2,9% a.a. Já o PIB per capita, 
crescerá, em média, 2,2% a.a., saindo de US$ 13,9 
mil em 2018 e alcançando em 2029 o patamar de 
cerca de US$ 18 mil (em moeda de 2018) – ver 
Gráfico 1-5. 
 
 
 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 19 
 
Gráfico 1-5 - Evolução do PIB e do PIB per capita 
 
Fonte: EPE (projeções) e IBGE (histórico) 
 
 
BOX 1-1. QUAIS AS CONDIÇÕES PARA UM MAIOR CRESCIMENTO DA ECONOMIA BRASILEIRA NOS 
PRÓXIMOS 10 ANOS? 
A conjuntura atual ainda apresenta muita incerteza no ambiente econômico, reforçando o desafio 
inerente ao trabalho de construção de cenários. Em virtude deste estudo adotar uma trajetória de 
referência, o cenário descrito anteriormente foi escolhido por ter sido considerado o mais provável. 
Entretanto, é importante analisar quais fatores poderiam levar a economia brasileira a apresentar 
diferentes trajetórias de crescimento. 
Nos últimos anos, as expectativas de crescimento econômico têm se revertido para baixo, em 
virtude de uma recuperação mais lenta do que o esperado e desejado. E no médio prazo, as dificuldades 
de se aprovarem reformas importantes e de se concretizar um ambiente de negócios que propicie uma 
retomada mais vigorosa dos investimentos são fatores que podem induzir a um crescimento menor do 
que o proposto neste estudo. Contudo, este box avalia quais seriam os fatores que levariam a uma 
trajetória de crescimento mais forte, já que este seria mais desafiador em termos de planejamento 
energético, por necessitar de maior esforço para atender a demanda de energia mais elevada. 
Um dos principais fatores seria a realização de reformas importantes, permitindo um ambiente 
de negócios mais atrativo e avanços mais significativos em termos de produtividade da economia. Dentre 
estas reformas, vale destacar a tributária que simplificaria o sistema brasileiro com o objetivo de torna-
lo mais eficiente e eficaz. Em um contexto de maior credibilidade, os empresários tenderiam a ampliar 
ainda mais seus investimentos, com impactos importantes sobre o crescimento econômico. Ao mesmo 
tempo, os consumidores também seriam impactados, com melhorias nos mercados de trabalho e crédito, 
proporcionando uma recuperação mais rápida da demanda interna. 
(cont.) 
 
 
% a.a. 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
20 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 
 
BOX 1-1 – CONT. 
Ainda que tais reformas tenhamum impacto maior no médio e longo prazo, uma recuperação 
mais rápida e com taxas expressivas aconteceriam no curto prazo em virtude da alta capacidade ociosa 
atual da economia, que possibilita uma rápida resposta em termos de capacidade de oferta frente a uma 
retomada da demanda. No médio e longo prazo, há necessidade de expansão da oferta, com maior 
esforço em termos de investimento e de medidas para solucionar os principais gargalos da economia. 
Neste caso alternativo, espera-se que a economia cresça, em média, 3,6% a.a. ao longo dos 
próximos dez anos, acumulando um aumento de cerca de 46% em relação ao PIB de 2018. (No caso de 
referência, o crescimento acumulado é de 36% até o fim do horizonte). A indústria alcança uma média 
de 3,6% a.a., enquanto os serviços e a agropecuária crescem 3,5% a.a. e 3,2% a.a., respectivamente. 
Dadas as projeções demográficas, isso resultaria em um crescimento médio de 3,0% a.a. do PIB per 
capita neste mesmo período. O Gráfico 1-6 mostra o comportamento dessas variáveis nos próximos dois 
quinquênios. 
 
Gráfico 1-6 - Evolução do PIB e do PIB per capita na trajetória alternativa 
 
Fonte: EPE (projeções) e IBGE (histórico) 
 
1.3 Perspectivas Econômicas Setoriais 
Na ótica da oferta, espera-se para os 
primeiros cinco anos uma dinâmica marcada pela 
recuperação da crise e pela retomada gradual dos 
condicionantes de crescimento. A indústria, 
inicialmente com elevada capacidade ociosa, 
atenderá às flutuações de demanda sem 
necessidade de grandes investimentos. Setores 
tradicionalmente mais dependentes da demanda 
interna, como os serviços, a construção civil e parte 
da transformação, devem avançar gradualmente, 
em linha com a melhora das condições de emprego, 
renda e confiança. 
O mercado externo deve continuar contando 
com grande participação dos setores primários. O 
agronegócio goza de elevada competitividade e a 
extração mineral, sobretudo de petróleo e gás, 
% a.a. 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 21 
 
crescerá de forma acentuada com o aproveitamento 
do pré-sal. 
Ao final do horizonte, a indústria de 
transformação elevará sua participação no PIB, 
com uma pequena melhora qualitativa em direção 
a cadeias de valor mais complexas como reflexo 
das reformas pontuais previstas no caso. A seguir, 
se discutirá com mais detalhes as projeções 
setoriais apontadas nos Gráfico 1-7 e Gráfico 1-8.
Gráfico 1-7 - Evolução dos valores adicionados macrossetoriais 
 
 
Fonte: EPE (projeções) e IBGE (histórico) 
 
 
Gráfico 1-8 - Evolução dos valores adicionados dos setores industriais 
 
 
Fonte: EPE (projeções) e IBGE (histórico) 
 
 
AGROPECUÁRIA 
O Brasil se destacou no cenário mundial ao 
longo das últimas décadas como um grande 
produtor de commodities na agropecuária, 
posicionando-se entre os principais exportadores 
de soja, milho, café, carnes, entre outros produtos. 
% a.a. 
% a.a. 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
22 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 
 
No horizonte do PDE, se considera que a 
competitividade do agronegócio se manterá e que 
haverá demanda por alimentos e bioenergéticos em 
função do crescimento populacional, do aumento da 
renda e da evolução de políticas energéticas no 
mundo. Nesse sentido, projeta-se um crescimento 
médio de 2,9% a.a. entre 2020 e 2029. 
SERVIÇOS 
Apesar da elevada participação no PIB, o 
setor de serviços no Brasil ainda é caracterizado 
pelo predomínio de atividades de baixa 
produtividade, baixos salários médios, baixo 
conteúdo tecnológico e baixa inovação (ARBACHE, 
2015). 
A crise econômica, com o aumento da 
inflação, do desemprego, da deterioração da massa 
salarial e do poder de compra dos agentes, atingiu 
os serviços, que acumularam queda de 5,3% em 
2015 e 2016. Foi a primeira retração na série 
histórica das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, 
com início em 1996, tendo recuperado apenas 1,8% 
em 2017 e 2018. 
No horizonte do estudo decenal, espera-se 
uma reversão desse quadro, sem, no entanto, uma 
repetição do “boom” de consumo visto nos anos 
antecedentes à crise. 
A trajetória de elevação será suave, 
acompanhando o desempenho da renda e do 
consumo das famílias, com crescimento mais 
robusto no último quinquênio. Para o horizonte 
decenal, estima-se uma média de 2,9% a.a. para os 
serviços. 
 
INDÚSTRIA 
O Brasil é dotado de grande competitividade 
na sua indústria extrativa em função de reservas 
minerais de boa qualidade e quantidade, assim 
como pela presença de empresas competitivas e 
com infraestrutura interligada aos mercados 
internos e internacionais. A extração de minério de 
ferro e a exploração de petróleo serão os principais 
responsáveis pelo crescimento do setor. A 
mineração, mais notadamente, no primeiro 
quinquênio, enquanto o petróleo ao longo de todo o 
horizonte decenal. A extrativa será a indústria de 
maior expansão, atingindo 4,0% a.a. até 2029. 
O setor de construção civil e infraestrutura 
deverá retomar mais lentamente que os demais da 
indústria. O ramo imobiliário enfrenta, no início do 
período, altos volumes de estoques somados a 
condições de demanda ainda limitadas por conta do 
nível de desemprego e renda, assim como das 
condições de crédito restritivas. 
A infraestrutura, por sua vez, esbarra na 
baixa disponibilidade do Estado de arcar com 
investimentos, uma vez que o cenário prevê que a 
situação fiscal exigirá um prolongado período de 
ajuste. Todavia, há elevado potencial de 
crescimento para reduzir os déficits habitacionais, 
sanitários e os gargalos de infraestrutura, na 
medida em que as condições ficarem mais 
favoráveis. O crescimento médio esperado para a 
construção civil é de 2,8% a.a. ao longo do decênio. 
A produção e a distribuição de energia 
elétrica, de água e de gás está fortemente associada 
à atividade econômica e ao uso dos serviços básicos 
pela população. Espera-se uma evolução gradual do 
acesso ao saneamento, aumento do número de 
domicílios, assim como um perfil médio de consumo 
das famílias com mais eletrodomésticos. 
Há potencial de ganhos de eficiência no setor, 
tanto na ótica da oferta, quanto no consumo, com 
equipamentos mais econômicos e mudanças de 
hábitos. Dessa forma, o valor adicionado do setor 
crescerá a uma taxa de 2,7% a.a., um pouco abaixo 
do PIB. 
Muito dinâmica, a indústria de 
transformação engloba a maior parte da produção 
industrial, fornecendo não apenas produtos para 
consumo final, como também intermediários para a 
própria indústria, além de bens de capital. 
A capacidade ociosa, ainda elevada em 
função da crise, significa que a transformação 
poderá rapidamente responder aos incrementos de 
demanda decorrentes do reaquecimento da 
economia. A média de crescimento desse setor no 
horizonte decenal é de 3,0% a.a., sendo que o 
primeiro quinquênio será marcado pela 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 23 
 
recuperação dos segmentos de demanda mais 
impactados pela crise, notadamente os bens 
duráveis e de capital. 
A expectativa de algumas reformas em nosso 
cenário que reduzam entraves burocráticos e 
aliviem a complexidade fiscal, ainda que apenas 
parcialmente, contribui para uma elevação de 
competitividade da indústria no médio e longo 
prazos. Dessa forma, se espera que a transformação 
avance um pouco mais em ramos mais a jusante das 
cadeias de valor no segundo quinquênio, ainda que 
sem uma mudança estrutural significativa. 
Em função do desempenho dos seus quatro 
componentes mencionados anteriormente, a 
indústria geral crescerá 3,1% a.a., com especial 
contribuição dos setores extrativos. 
Dessa forma, se espera que a transformação 
avance um pouco mais em ramos tecnologicamente 
mais complexos no segundo quinquênio, ainda que 
sem uma mudança estrutural significativa.Conforme o gráfico 1-9, espera-se um 
crescimento da participação da indústria no PIB, 
recuperando parte do espaço perdido com o fraco 
desempenho dos últimos anos. Com isso a 
agropecuária e os serviços perderão participação. 
Gráfico 1-9 - Evolução das participações setoriais no PIB 
 
 
Fonte: EPE (projeções) e IBGE (histórico)
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
24 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 
 
 
 
 
PONTOS PRINCIPAIS DO CAPÍTULO 
 
> No horizonte decenal estima-se que a população brasileira cresça a uma taxa média de 0,6% a.a., alcançando 
224,3 milhões de habitantes em 2029. No que diz respeito ao número de domicílios particulares permanentes, a 
expectativa é de que haja cerca de 81,6 milhões de domicílios no País no fim do horizonte, um acréscimo de cerca 
de 13 milhões em relação a 2018. 
> Em termos de economia internacional, espera-se que os países em desenvolvimento contribuam mais 
acentuadamente para o crescimento da econômica mundial na projeção decenal, ainda que se tenha uma 
expectativa de desaceleração da China. A expectativa é de que o PIB e o comércio mundial cresçam, em média, 
3,3% a.a. e 3,7% a.a., respectivamente. 
> Ao longo dos próximos dez anos, espera-se uma recuperação gradual da economia brasileira. Um crescimento 
mais sustentado é possível em virtude da premissa adotada de realização de reformas, ainda que parciais, que 
visem melhorar o ambiente de negócios, permitindo maior nível de investimentos e aumento da produtividade da 
economia. Sendo assim, a expectativa é de um crescimento médio do PIB de 2,9% a.a. e de 2,2% a.a. do PIB per 
capita. 
> Em termos setoriais, o melhor desempenho econômico a partir de 2020 deverá impulsionar setores mais 
atrelados à demanda interna, como serviços, indústria de transformação e construção civil. Vale ressaltar que os 
setores primário-exportadores apresentarão bom desempenho ao longo do horizonte decenal. 
 
 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 25 
 
2. Demanda de Energia 
Refletindo o ambiente econômico do cenário 
delineado deste PDE, o consumo final de energia 
cresce na primeira metade da década a taxas mais 
modestas (2,3% a.a.), que se aceleram no segundo 
quinquênio (2,7% a.a.). Dessa forma, o consumo 
cresce à taxa média de 2,5% anuais entre 2019 e 
2029, atingindo uma elasticidade-renda de 0,85. 
Ao longo da década, projeta-se redução 
gradual da intensidade energética, pela incidência de 
ganhos de eficiência energética bem como pela 
mudança na participação dos setores no consumo de 
energia. 
Por fim, embora o consumo de energia per 
capita cresça a 1,9% no período decenal, ainda assim 
o País ainda estará longe de atingir, em 2029, o nível 
de consumo médio atualmente observado nos países 
desenvolvidos. 
 
Tabela 2-1 - Indicadores: consumo final de energia 
Indicador 2019 2024 2029 
Consumo Final de Energia 
263 295 336 
(106 tep) 
Consumo Final de energia per capita 
1,25 1,35 1,50 
(tep/hab/ano) 
Intensidade Energética da Economia 
0,064 0,062 0,061 
(tep/10³R$ [2017]) 
Elasticidade-renda do consumo de energia 0,82 0,88 0,85 
(período) (2019-2024) (2025-2029) (2019-2029) 
 
2.1 Consolidação por Setor 
Entre 2019 e 2029 não são esperadas 
mudanças significativas na estrutura dos setores no 
consumo final. O setor energético é o que mais ganha 
importância no consumo final de energia, devido a 
fatores tais como o incremento da produção de 
petróleo e gás no País, assim como a de etanol em 
usinas e destilarias. 
Também se destaca o ganho de importância do 
setor comercial. Apesar de crescer em um ritmo mais 
modesto que o observado em histórico recente, 
espera-se que o setor ainda seja um dos principais 
vetores da economia brasileira para o período 
projetado. 
O setor industrial, atualmente com alto nível de 
ociosidade, mantém a sua participação no consumo 
final de energia até 2029 relativamente estável. Em 
grande medida, o consumo deste setor cresce com 
base na retomada da utilização da capacidade 
instalada, com necessidade de expansões de 
capacidade principalmente no segundo quinquênio. 
O setor de transportes se mantém líder no 
ranking dos setores consumidores de energia, com 
33% de participação, com destaque para o segmento 
de transporte rodoviário.
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
26 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 
 
Gráfico 2-1 - Consumo final de energia por setor 
 
 
 
 
INDUSTRIAL 
Espera-se que o valor adicionado industrial, 
exclusive setor energético, evolua à taxa média de 
3,0% a.a.. Tal resultado decorrerá tanto da melhora 
dos indicadores econômicos quanto da redução da 
considerável ociosidade na utilização da capacidade 
instalada em alguns segmentos. 
O setor de papel e celulose cresce mais que o 
restante da indústria, com a expansão da capacidade 
instalada de plantas de celulose de aproximadamente 
70% da capacidade atual. No horizonte decenal a 
lixívia continua sendo queimada em caldeiras de 
recuperação, enquanto as pesquisas em 
biorrefinarias avançam. 
Na produção de metais não-ferrosos se destaca 
o crescimento médio da produção de alumínio em 9% 
a.a. no primeiro quinquênio pela retomada de parte 
da utilização da capacidade instalada, que foi bastante 
debilitada nos últimos anos por perda de 
competitividade decorrente do aumento de custo da 
energia elétrica e questões ambientais. 
A produção de fertilizantes nitrogenados 
também considera a retomada de parte da utilização 
da capacidade instalada e a entrada em operação de 
uma nova planta que utiliza gás de natural como 
matéria prima. No setor de soda-cloro há a entrada de 
uma planta no final do horizonte, utilizando a 
tecnologia de membrana, que é a mais eficiente. 
Atualmente, cerca de 23% da capacidade instalada 
utiliza tecnologia de membrana, 63% de diafragma e 
14% de mercúrio (Abiclor, 2019). 
No caso de segmentos ligados à expansão de 
infraestrutura, tais como cimento e cerâmica, a 
perspectiva é que suas atividades voltem a crescer de 
forma mais gradual e acelerando a partir do final do 
primeiro quinquênio, quando a economia brasileira 
atingirá níveis maiores de crescimento do PIB. Na 
indústria de cimento, o teor de adições ao clínquer 
aumenta de 32% (EPE, 2017) para 35% em 2029, em 
função de esforços do setor para reduzir suas 
emissões de gases de efeito estufa. 
Em termos de consumo de energia, espera-se 
que o setor industrial cresça à taxa de 2,6% anuais, 
atingindo o montante de 108 milhões de tep em 2029. 
O crescimento do consumo é inferior à perspectiva de 
valor adicionado em função dos efeitos estrutura e 
intensidade (Gráfico 2-2). Destacam-se os segmentos 
de papel e celulose, alimentos e bebidas e alumínio, 
que ganham importância no horizonte decenal, em 
detrimento dos segmentos de têxtil, cerâmica e 
química. Apesar das alterações, não há mudanças 
estruturais significativas. 
 
PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 
 
 
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 
 27 
 
Gráfico 2-2 - Setor industrial: Consumo final de energia por segmento 
 
Sob a ótica do consumo por fonte, há uma 
maior participação do bagaço de cana, da lixívia, da 
eletricidade, da lenha e dos derivados de petróleo. 
Isto ocorre principalmente pela mudança na 
estrutura da indústria brasileira – o bagaço e a lixívia 
são coprodutos das indústrias de açúcar e celulose, 
respectivamente. Fontes como o gás natural e carvão 
mineral e seus derivados têm redução marginal na 
participação do consumo final industrial (Gráfico 
2-3). A eletricidade ganha participação na metalurgia. 
Devido à perda de participação de segmentos 
energointensivos em relação ao total, a intensidade 
da indústria diminui para níveis similares aos de 
2010 (Gráfico 2-4).
Gráfico 2-3 - Setor industrial: Consumo final de energia por fonte 
 
Notas: *Inclui biodiesel,

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