Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – MME MINISTRO DE ESTADO BENTO ALBUQUERQUE SECRETÁRIA EXECUTIVA MARIZETE FÁTIMA DADALD PEREIRA SECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO REIVE BARROS DOS SANTOS SECRETÁRIA DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS RENATA BECKERT ISFER SECRETÁRIO ADJUNTO DE ENERGIA ELÉTRICA DOMINGOS ROMEU ANDREATTA SECRETÁRIO DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL ALEXANDRE VIDIGAL DE OLIVEIRA EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – EPE PRESIDENTE THIAGO VASCONCELLOS BARRAL FERREIRA DIRETOR DE ESTUDOS ECONÔMICO-ENERGÉTICOS E AMBIENTAIS GIOVANI VITÓRIA MACHADO DIRETOR DE ESTUDOS DE ENERGIA ELÉTRICA ERIK EDUARDO REGO DIRETOR DE ESTUDOS DO PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS JOSÉ MAURO FERREIRA COELHO DIRETOR DE GESTÃO CORPORATIVA ÁLVARO HENRIQUE MATIAS PEREIRA MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – MME ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS BLOCO U – 5º ANDAR 70065-900 – BRASÍLIA – DF TEL.: (55 61) 3319 5299 FAX: (55 61) 3319 5067 WWW.MME.GOV.BR EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – EPE ESCRITÓRIO CENTRAL AV. RIO BRANCO, 01 – 11º ANDAR 20090-003 – RIO DE JANEIRO – RJ TEL.: (55 21) 3512 3100 FAX : (55 21) 3512 3198 WWW.EPE.GOV.BR Catalogação na Fonte Brasil, Ministério de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energética Plano Decenal de Expansão de Energia 2029 / Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. Brasília: MME/EPE, 2020 1v.: il. 1. Energia_Brasil. 2. Política Energética_Brasil 3. Recursos Energéticos_Brasil PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 Participantes - MME COORDENAÇÃO GERAL REIVE BARROS DOS SANTOS COORDENAÇÃO EXECUTIVA HELVIO NEVES GUERRA RENATA BECKERT ISFER SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOVLIMENTO ENERGÉTICO — SPE COORDENAÇÃO TÉCNICA: THIAGO GUILHERME FERREIRA PRADO COORDENAÇÃO ADJUNTA: CÁSSIO GIULIANI CARVALHO EQUIPE TÉCNICA: ADÃO MARTINS TEIXEIRA JUNIOR ADRIANO JERÔNIMO DA SILVA ALEXANDRA ALBUQUERQUE MACIEL ANA CAROLINA PINHEIRO FARIA ANDRÉ LUIZ RODRIGUES OSORIO ANTÔNIO ROBERTO COIMBRA BEATRIZ MOREIRA ALVES CARLOS ALEXANDRE PRÍNCIPE PIRES DANIELE DE OLIVEIRA BANDEIRA FRANCISCO MARCELO SOARES LEMOS GIACOMO PERROTTA GILBERTO KWITKO RIBEIRO GUILHERME ZANETTI ROSA GUSTAVO CERQUEIRA ATAÍDE JOÃO ANTÔNIO MOREIRA PATUSCO KLEVERSON MANOEL MARQUES GONTIJO LÍVIA BATISTA MACIEL BRAGA LÍVIO TEIXEIRA DE ANDRADE FILHO LORENA MELO SILVA LUCAS SILVEIRA MARROQUES LÚCIA MARIA PRACIANO MINERVINO LUIS FERNANDO BADANHAN MONICA CAROLINE MANHAES DOS SANTOS PAULO ÉRICO RAMOS DE OLIVEIRA RODOLFO ZAMIAN DANILOW SAMIRA SANA FERNANDES DE SOUSA CARMO SÉRGIO FERREIRA CORTIZO SUELLEN DE ALMEIDA LOPES TARITA DA SILVA COSTA VALDIR BORGES SOUZA JÚNIOR VITÓRIA MARIA MONTEIRO BATISTA SECRETARIA DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS — SPG COORDENAÇÃO TÉCNICA: JOÃO JOSÉ NORA SOUTO RENATA BECKERT ISFER EQUIPE TÉCNICA: ADRIANO GOMES DE SOUSA ALDO BARROSO CORES JÚNIOR ANDRÉ LUIZ GONÇALVES DE OLIVEIRA ANTONIO HENRIQUE GODOY RAMOS CLÁUDIO AKIO ISHIHARA (IN MEMORIAM) DEIVSON MATOS TIMBÓ DIOGO SANTOS BALEEIRO EDIE ANDREETO JÚNIOR EVERTON GOURSAND DE FREITAS FERNANDO MASSAHARU MATSUMOTO GUSTAVO LUÍS DE SOUZA MOTTA JAQUELINE MENEGHEL RODRIGUES KARLA BRANQUINHO DOS SANTOS GONZAGA LUCIANO COSTA DE CARVALHO MARCOS CARVALHO DE SANT’ANA MARISA MAIA DE BARROS MARLON ARRAES JARDIM LEAL MATHEUS BATISTA BODNAR MIGUEL IVAN LACERDA DE OLIVEIRA PAULO ROBERTO MACHADO FERNANDES COSTA PEDRO HENRIQUE MILHOMEM COUTINHO RENATO LIMA FIGUEIREDO SAMPAIO RONNY JOSÉ PEIXOTO SYMONE CHRISTINE DE SANTANA ARAÚJO UMBERTO MATTEI PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 ASSESSORIA ESPECIAL DE MEIO AMBIENTE — AESA-SE COORDENAÇÃO TÉCNICA: MARIA CEICILENE ARAGÃO MARTINS EQUIPE TÉCNICA: LARISSA DAMASCENO DA SILVA HENRYETTE PATRICE CRUZ NERIVALDA DE CARVALHO RIBEIRO RICARDO DA COSTA RIBEIRO RITA ALVES SILVA THOMAS JOHANNES SCHRAGE VERÔNICA E SILVA SOUSA WILMA DO COUTO DOS SANTOS CRUZ PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 Participantes - EPE COORDENAÇÃO GERAL THIAGO VASCONCELLOS BARRAL FERREIRA COORDENAÇÃO EXECUTIVA GERAL: EMÍLIO HIROSHI MATSUMURA ESTUDOS ECONÔMICO-ENERGÉTICOS E AMBIENTAIS: GIOVANI VITÓRIA MACHADO ESTUDOS DE ENERGIA ELÉTRICA: ERIK EDUARDO REGO ESTUDOS DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS: JOSÉ MAURO FERREIRA COELHO ESTUDOS ECONÔMICOS E ENERGÉTICOS COORDENAÇÃO: JEFERSON BORGHETTI SOARES CARLA DA COSTA L. ACHÃO EQUIPE TÉCNICA: ALINE MOREIRA GOMES ALLEX YUJHI GOMES YUKIZAKI ANA CRISTINA BRAGA MAIA ARNALDO DOS SANTOS J. CAMILA ARAÚJO FERRAZ DANIEL KUHNER COELHO DANIEL SILVA MORO FLÁVIO RAPOSO DE ALMEIDA FELIPE KLEIN SOARES FERNANDA M. P. ANDREZA GABRIEL KONZEN GLAUCIO V. RAMALHO FARIA GUSTAVO NACIFF DE ANDRADE ISABELA DE ALMEIDA OLIVEIRA JOÃO M. S. DE MELLO LIDIANE DE A. MODESTO LUCIANO BASTO OLIVEIRA MARCELO COSTA ALMEIDA MARCELO H. C. LOUREIRO NATALIA G. DE MORAES PATRÍCIA MESSER ROSENBLUM ROGÉRIO MATOS SIMONE SAVIOLO ROCHA THIAGO PASTORELLI RODRIGUES THIAGO TONELI CHAGAS GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA – ESTUDOS DE PLANEJAMENTO COORDENAÇÃO: JORGE TRINKENREICH EQUIPE TÉCNICA: ANDERSON DA C. MORAES CAIO MONTEIRO LEOCADIO FERNANDA FIDELIS PASCHOALINO FERNANDA GABRIELA B. DOS SANTOS FLÁVIO ALBERTO F. ROSA GLAYSSON DE MELLO MULLER GUSTAVO B. HAYDT DE SOUZA HERMES TRIGO D. DA SILVA JOANA D. DE F. CORDEIRO LEANDRO P. DE ANDRADE LUIS PAULO S. CORDEIRO PAMELLA E. ROSA SANGY PATRICIA C. G. DE NUNES PEDRO AMERICO M. DAVID RAFAELA VEIGA PILLAR RENATA DE A. M. DA SILVA RENATO H. S. MACHADO RONALDO ANTONIO DE SOUZA RONEY NAKANO VITORINO SAULO RIBEIRO SILVA SIMONE Q. BRANDÃO THAÍS IGUCHI THIAGO CORREA CESAR GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA – ESTUDOS DE ENGENHARIA COORDENAÇÃO: BERNARDO FOLLY DE AGUIAR EQUIPE TÉCNICA: ANDRE LUIZ DA SILVA VELLOSO ANDRE MAKISHI CRISTIANO SABOIA RUSCHEL DIEGO PINHEIRO DE ALMEIDA FELIPE MOREIRA GONÇALVES GUILHERME MAZOLLI FIALHO GUSTAVO PIRES DA PONTE HELENA PORTUGAL G. DA MOTTA JORGE GONÇALVES BEZERRA JUNIOR JOSINA SARAIVA XIMENES MARCELO WENDEL MARIA CECILIA PEREIRA DE ARAÚJO MARIA REGINA TOLEDO MARIANA DE QUEIROZ ANDRADE RONALDO ANTONIO DE SOUZA THIAGO IVANOSKI TEIXEIRA ESTUDOS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA COORDENAÇÃO: JOSÉ MARCOS BRESSANE EQUIPE TÉCNICA: ARETHA DE S. VIDAL CAMPOS ARMANDO LEITE FERNANDES BRUNO CESAR M. MACADA BRUNO SCARPA A. DA SILVEIRA CAROLINA MOREIRA BORGES DANIEL JOSE T. DE SOUZA DOURIVAL DE S. CARVALHO JUNIOR FABIANO SCHMIDT FABIO DE ALMEIDA ROCHA GUSTAVO VALERIANO N. LUIZON IGOR CHAVES JEAN CARLO MORASSI PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 JOAO MAURICIO CARUSO LUCAS SIMÕES DE OLIVEIRA LUIZ FELIPE F. LORENTZ MARCELO LOURENÇO PIRES MARCELO WILLIAN H. SZRAJBMAN MARCOS VINICIUS G. DA S. FARINHA MARIA DE FATIMA DE C. GAMA MAXWELL CURY JUNIOR PAULO FERNANDO DE M. ARAUJO PRISCILLA DE CASTRO GUARINI RAFAEL PENTAGNA SILVESTRE RAFAEL THEODORO A. E MELLO RODRIGO RIBEIRO FERREIRA RODRIGO RODRIGUES CABRAL SAMIR DE OLIVEIRA FERREIRA SERGIO FELIPE F. LIMA THAIS PACHECO TEIXEIRA THIAGO DE F. R. DOURADO MARTINS TIAGO CAMPOS RIZZOTTO TIAGO VEIGA MADUREIRA VANESSA STEPHAN LOPES VINICIUS FERREIRA MARTINS ESTUDOS DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL COORDENAÇÃO: MARCOS F. F. DE SOUZA EQUIPE TÉCNICA: ADRIANA QUEIROZ RAMOS CAROLINA O. DE CASTRO CLAUDIA M. CHAGAS BONELLI DEISE DOS SANTOS T. RIBEIRO GABRIEL DE F. DA COSTA HENRIQUE P. G. RANGEL KÁTIA SOUZA D’ALMEIDA LUIZ P. BARBOSA DA SILVA MARCELO F. ALFRADIQUE NATHALIA O. DE CASTRO PAMELA CARDOSO VILELA PÉRICLES DE ABREU BRUMATI RAULFAGUNDES LEGGIERI REGINA FREITAS FERNANDES ROBERTA DE A. CARDOSO VICTOR H. TROCATE DA SILVA ESTUDOS DE DERIVADOS DE PETRÓLEO E BIOCOMBUSTÍVEIS COORDENAÇÃO: ANGELA OLIVEIRA DA COSTA EQUIPE TÉCNICA: BRUNO R. LOWE STUKART CARLOS A. GOES PACHECO CARLOS E. R. DE M. LIMA DAN ABENSUR GANDELMAN EULER J. GERALDO DA SILVA FILIPE DE P. FERNANDES SILVA GABRIEL DA SILVA A. JORGE GUILHERME T. ANTONIASSE JULIANA R. DO NASCIMENTO KRISEIDA C. P. G. ALEKSEEV LEONIDAS B. O. DOS SANTOS MARCELO C. B. CAVALCANTI MARINA DAMIÃO BESTETI RIBEIRO PATRÍCIA F. B. STELLING PAULA ISABEL DA COSTA BARBOSA RACHEL MARTINS HENRIQUES RAFAEL BARROS ARAUJO RAFAEL MORO DA MATA VITOR M. DO E. SANTO SILVA ESTUDOS SOCIOAMBIENTAIS COORDENAÇÃO: ELISANGELA ALMEIDA EQUIPE TÉCNICA: ALFREDO LIMA SILVA ANA DANTAS M. DE MATTOS ANDRÉ CASSINO FERREIRA ANDRÉ VIOLA BARRETO BERNARDO REGIS G. DE OLIVEIRA CARINA RENNO SINISCALCHI CAROLINA M. H. DE G. A. F. BRAGA CAROLINE PICCOLI M. DE FREITAS CLAYTON BORGES DA SILVA CRISTIANE MOUTINHO COELHO DANIEL DIAS LOUREIRO GLAUCE MARIA LIEGGIO BOTELHO GUILHERME DE PAULA SALGADO GUSTAVO FERNANDO SCHMIDT HERMANI DE MORAES VIEIRA KÁTIA G. SOARES MATOSINHO LEONARDO DE SOUSA LOPES LEYLA A. FERREIRA DA SILVA LUCIANA ÁLVARES DA SILVA MARCOS RIBEIRO CONDE MARIA FERNANDA BACILE PINHEIRO MARIANA LUCAS BARROSO MARIANA DE ASSIS ESPÉCIE MARIANA R. DE C. PINHEIRO PAULA CUNHA COUTINHO PEDRO NINÔ DE CARVALHO ROBSON DE OLIVEIRA MATOS THALES FONSECA CASADO LINS VALENTINE JAHNEL VERÔNICA S. DA M. GOMES VINICIUS MESQUITA ROSENTHAL PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 Apresentação A nossa gestão à frente do MME está baseada nos pilares da previsibilidade, transparência e segurança jurídica, em nome do interesse público, buscamos fortalecer a base técnica para o processo de tomada de decisão. Neste contexto, cabe ao Ministério, a definição de políticas estratégicas, com base num planejamento de médio e longo prazos de modo a garantir o desenvolvimento, tornando o país um destino cada vez mais atraente e seguro para investimentos de longo prazo. O Brasil tem um importante desafio para a próxima década que será o de promover a expansão da oferta de energia de modo a sustentar a retomada do crescimento econômico nacional. Essa tarefa requer planejamento e diálogo entre governo e sociedade. Devemos resguardar a segurança energética, preservar o acesso à energia a preços competitivos, e cumprir os objetivos e metas ambientais. Nesse sentido, o Plano Decenal de Energia é um dos instrumentos de planejamento energético que nos permite otimizar a ampliação da oferta de energia de maneira sustentável, tanto do ponto de vista de atender ao crescimento da economia brasileira com competitividade, quanto do ponto de vista ambiental. Este PDE 2029 indica que o investimento necessário para os próximos 10 anos no setor de energia é da ordem de R$ 2,3 trilhões, sendo R$ 1,9 Trilhões em petróleo, gás natural e biocombustíveis e R$ 456 Bilhões em geração e transmissão de energia elétrica. Esse expressivo montante de investimento reforça a relevância de se fornecer sinais racionais e claros para orientar a tomada de decisão dos agentes privados. O planejamento deve estar alinhado com a dinâmica de inovações do setor. Nesse contexto, alguns programas em desenvolvimento neste Ministério merecem destaque, como a Modernização do Setor Elétrico e o Novo Mercado de Gás. Essas políticas públicas estão contempladas neste PDE ao longo dos seus estudos de forma a refletir o impacto dessas inovações ao longo dos próximos 10 anos. Nesta edição em particular, há um capítulo dedicado a consolidar as projeções para o gás natural, inclusive na sua integração com os setores elétrico e industrial. A cada edição do PDE, é possível aperfeiçoar a visão de futuro e o seu alinhamento com as necessidades do país. Ainda é relevante destacar o contexto mundial de transição energética e a posição de liderança do Brasil, com uma matriz energética considerada uma das mais limpas do mundo, sabemos que podemos fazer ainda mais. A matriz energética brasileira é composta atualmente por 47% de energia renovável e, apesar da necessidade de significativa ampliação da oferta, deverá alcançar 48% em 2029. No setor elétrico, a capacidade instalada atual é 80% renovável, e deve ser de 84% ao final do decênio. Essa indicação é reflexo do comprometimento que existe com as fontes renováveis e com a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) assumida pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris. Por fim, cabe ressaltar a importância de uma atuação harmoniosa e transparente, em parceria com as várias instâncias dos poderes executivo e legislativo, do empresariado e da sociedade. Os órgãos de controle, o Congresso Nacional e as agências reguladoras são fundamentais para garantir a segurança institucional do País, trazendo maior estabilidade e confiança, bem como criando um ambiente de negócio favorável à condução das políticas públicas. BENTO ALBUQUERQUE Ministro de Estado de Minas e Energia PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 Índice Participantes - MME .............................................................................................................................................................. iii Participantes - EPE................................................................................................................................................................... v Apresentação ............................................................................................................................................................................. 1 Índice ............................................................................................................................................................................................ 2 Introdução .................................................................................................................................................................................. 4 1. Premissas Gerais ......................................................................................................................................... 16 1.1. Perspectivas Sociodemográficas ............................................................................................................................ 16 1.2. Perspectivas Macroeconômicas .............................................................................................................................. 17 1.3. Perspectivas Econômicas Setoriais ....................................................................................................................... 20 2. Demanda de Energia .................................................................................................................................. 25 2.1. Consolidação por Setor .............................................................................................................................................. 25 2.2. Consolidação por Fonte.............................................................................................................................................. 35 3. Geração Centralizada de Energia Elétrica .......................................................................................... 50 3.1. Metodologia .................................................................................................................................................................... 52 3.2. Recursos Disponíveis para Expansão da Oferta ............................................................................................... 55 3.3. Diretrizes e Premissas ................................................................................................................................................63 3.4. Configuração inicial para expansão ...................................................................................................................... 66 3.5. Visões de futuro para o parque gerador de energia elétrica ...................................................................... 69 4. Transmissão de Energia Elétrica ........................................................................................................ 101 4.1 Topologia da Rede ...................................................................................................................................................... 104 4.2. Interligações Regionais ........................................................................................................................................... 111 4.3. Interligações dos Sistemas Isolados ao SIN .................................................................................................... 121 4.4. Interligações com Países Vizinhos ...................................................................................................................... 125 4.5. Sistemas Regionais de Transmissão .................................................................................................................. 126 4.6. Evolução Física e Investimentos ......................................................................................................................... 142 4.7. Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) ..................................................................................... 147 5. Produção de Petróleo e Gás Natural .................................................................................................. 150 5.1. Previsão de Produção de Petróleo ...................................................................................................................... 153 5.2. Previsão de Produção de Gás Natural ............................................................................................................... 155 5.3. Previsão de Produção da Cessão Onerosa e do Volume Excedente ...................................................... 159 5.4. Evolução das Reservas Provadas e da Relação R/P .................................................................................... 160 5.5. Investimentos e Excedentes de Petróleo ......................................................................................................... 163 6. Abastecimento de Derivados de Petróleo ....................................................................................... 165 6.1. Perspectivas de Preços de Petróleo e Derivados .......................................................................................... 165 6.2. Oferta de Derivados de Petróleo ......................................................................................................................... 168 6.3. Infraestrutura Nacional de Transporte de Derivados ................................................................................ 175 PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 7. Gás Natural ................................................................................................................................................. 180 7.1. Infraestrutura .............................................................................................................................................................. 180 7.2. Projeções de Preços de Gás Natural ................................................................................................................... 182 7.3. Oferta .............................................................................................................................................................................. 183 7.4. Balanço de Gás Natural da Malha Integrada ................................................................................................... 187 7.5. Simulação da Malha Integrada de Transportes ............................................................................................. 190 7.6. Investimentos .............................................................................................................................................................. 194 8. Oferta de Biocombustíveis .................................................................................................................... 198 8.1 Etanol ............................................................................................................................................................................... 198 8.2. Bioeletricidade da cana-de-açúcar...................................................................................................................... 208 8.3. Biodiesel ........................................................................................................................................................................ 210 8.4. Outros biocombustíveis .......................................................................................................................................... 215 9. Eficiência Energética e Recursos Energéticos Distribuídos ...................................................... 219 9.1. Eficiência Energética ................................................................................................................................................ 219 9.2. Micro e Minigeração Distribuída ......................................................................................................................... 231 10. Análise Socioambiental .......................................................................................................................... 248 10.1 Análises Socioambientais para a definição da expansão .......................................................................... 248 10.2 Análise Socioambiental Integrada ..................................................................................................................... 252 10.3 Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) ..................................................................................................... 265 11. Consolidação dos Resultados ............................................................................................................... 272 12. Integração dos Setores de Gás Natural, Elétrico e Industrial .................................................. 272 12.1 O NMG no PDE 2029 ................................................................................................................................................ 287 12.2 Novos Instrumentos de Planejamento Associados à Expansão do Setor de Gás Natural ........... 297 12.3 Análises Complementares do Setor Elétrico ................................................................................................. 298 Lista de Boxes .................................................................................................................................................... 302 Lista de Figuras ................................................................................................................................................. 303 Lista de Tabelas ................................................................................................................................................ 304 Lista de Gráficos ................................................................................................................................................ 306 Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 311 Agradecimentos ................................................................................................................................................ 323 Anexos ..................................................................................................................................................................325 A. Capítulo 3 Geração Centralizada de Energia Elétrica .................................................................................. 325 A. Capítulo 4 Transmissão de Energia Elétrica ................................................................................................... 340 PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 8 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA Introdução O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) é um documento informativo elaborado anualmente pela EPE sob as diretrizes e o apoio da equipe da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético (SPE/MME) e da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (SPG/MME). Seu objetivo primordial é indicar, e não propriamente determinar, as perspectivas, sob a ótica do Governo da expansão do setor de energia no horizonte de dez anos, dentro de uma visão integrada para os diversos energéticos. Tal visão permite extrair importantes elementos para o planejamento do setor de energia, com benefícios em termos de aumento de confiabilidade, redução de custos de produção e redução de impactos ambientais. Para isto, o PDE é construído com base nas dimensões mais importantes associadas ao planejamento energético: econômica, estratégica e social. Na dimensão econômica, o PDE visa a apresentar as necessidades energéticas sob a ótica do planejamento para permitir o desenvolvimento da economia nacional e, por conseguinte, a competitividade do País. Na dimensão estratégica, os estudos do PDE destacam o melhor aproveitamento dos recursos energéticos nacionais, dentro de uma visão de médio e longo prazo e encorajando a integração regional. Por fim, na dimensão social, a expansão da oferta de energia deve ser feita com acesso a toda população brasileira, e considerando seriamente os aspectos socioambientais. Importante reiterar que o PDE não deve ser lido como um plano estático que determina o que vai acontecer nos próximos 10 anos, justamente pela incerteza envolvida em qualquer visão de futuro, especialmente no atual momento da quadra nacional. Nesse sentido, algumas questões de interesse relacionadas à incerteza sobre variáveis-chave são consideradas por meio das análises de sensibilidade, às quais nos referimos como alternativas what-if. Ao mostrar, por meio dessas análises de sensibilidade, como o planejamento vislumbra o desenvolvimento do sistema de energia brasileiro sob condições distintas de sua evolução, o PDE fornece importantes sinalizações para orientar as ações e decisões dos agentes no sentido de compatibilizar as projeções de crescimento econômico do País e a necessária expansão de oferta, de forma a garantir à sociedade o suprimento energético com adequados custos, em bases técnica e ambientalmente sustentável. Dessa forma, contamos com o diálogo sempre franco e direto com a sociedade, por meio de seus comentários, críticas e sugestões, especialmente na fase de Consulta Pública. Acreditamos que o PDE pode se consolidar como a principal referência para o setor de energia, fonte de dados para pesquisas e desenvolvimentos acadêmicos e da sociedade em geral, exercendo seu papel de estudo técnico que aponta os caminhos para o desenvolvimento energético nacional. Assim, sua importância como instrumento de planejamento para o setor energético nacional será reforçada, contribuindo para o delineamento das estratégias de desenvolvimento do País a serem traçadas pelo Governo Federal. A preparação do PDE 2029 foi iniciada em março de 2019 e concluída em setembro de 2019. Por fim, cumpre informar que os dados de gráficos e tabelas, as figuras, os textos explicativos e as notas metodológicas estão disponíveis na página do PDE no site da EPE. PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 9 ENFOQUE DOS ESTUDOS No horizonte decenal, espera-se um crescimento médio de 3,3% a.a. da economia mundial, impulsionado em grande parte pelos países em desenvolvimento. A China, apesar da expectativa de desaceleração suave de sua economia, continuará apresentando um papel importante, aumentando sua participação na economia global. Em relação aos países desenvolvidos, a perspectiva é de que estes apresentem taxas de crescimento mais moderadas. É importante ressaltar que existem riscos importantes para o cenário internacional, sobretudo àqueles relacionados às questões geopolíticas bem como aos impactos da política comercial protecionista adotada pelos Estados Unidos. No que diz respeito à economia brasileira, espera-se uma recuperação gradual, onde, no curto prazo, o crescimento será beneficiado pelo excesso de capacidade ociosa da economia. No médio e longo prazo, a expectativa de uma retomada mais forte dos investimentos, especialmente em infraestrutura, terá impactos importantes sobre a competitividade da economia brasileira e, consequentemente, sobre o crescimento. Para alcançar uma trajetória de crescimento econômico mais forte e sustentável é necessário que haja uma expansão da capacidade de oferta da economia com redução dos gargalos existentes, o que geraria efeitos que podem ser bastante sensíveis no caso do setor energético. Assim, em um cenário em que o crescimento econômico ocorra de forma mais acelerada ou onde a retomada de alguns setores industriais aconteça de maneira mais acentuada, a demanda energética poderá responder de maneira bastante variada. Inciativas no âmbito do governo federal, como o “Novo Mercado de Gás”, “Abastece Brasil” e “Renovabio” têm potencial de promover o desenvolvimento de mercados energéticos, alterando os requisitos de oferta e a demanda energética estimada. Em particular, a evolução da demanda de gás natural estará fortemente condicionada à 1 Cabe ressaltar que os planos de transmissão emitidos pela EPE, que consubstanciam os resultados dos mesmos estudos cujos resultados são expostos neste PDE, são, juntamente com as recomendações do ONS para ampliações e reforços da rede, submetidos à aprovação final do MME antes da determinação do conjunto de instalações que serão licitadas ou cuja implantação será diretamente autorizada pela ANEEL às transmissoras. competitividade desta fonte frente a outros energéticos substitutos e do volume de oferta disponível a preços competitivos pelos setores de consumo. Outro ponto relevante no tocante ao consumo é a tendência de eletrificação crescente para o horizonte decenal. A expectativa é de que o consumo total de eletricidade cresça cerca de 15% a mais que a economia no período, influenciado tanto pela autoprodução clássica quanto pelo consumo na rede. No capítulo de Geração de Energia Elétrica são apresentados os estudos para a expansão do parque de geração de energia elétrica e das principais interligações entre os subsistemas no horizonte decenal, visando garantir o abastecimento adequado para o crescimento da demanda de energia elétrica do sistema interligado do Brasil. Para esse capítulo em particular, o PDE 2029 segue a abordagem utilizada nos últimos ciclos, avaliando diferentes expansões da oferta de energia elétrica, através de visões distintas de futuro. Destaca o uso de três projeções da demanda de energia elétrica, variações na expansão de referência da oferta de energia, maior oferta de gás natural nacional e diversas análises sobre as condições de atendimento. Os recentes avanços metodológicos no processo de construção da expansão do parque gerador do SIN no horizonte decenal são mantidos no PDE 2029, em especial o uso do modelo computacional de decisão de investimentos (MDI), desenvolvido pela EPE. No capítulo de Transmissão de Energia Elétrica foi dado destaque ao desafio imposto ao planejamentoda transmissão, de natureza determinativa,1 frente às incertezas advindas do fato de a expansão da geração ser de caráter indicativo. Nessas condições, o processo de elaboração dos estudos de transmissão reconhece a importância do papel da rede elétrica planejada de proporcionar, PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 10 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA além das condições adequadas de confiabilidade da operação e do suprimento elétrico, a flexibilidade necessária em acomodar diferentes estratégias de implantação das fontes de geração. A EPE vem realizando, com sucesso, estudos específicos, de caráter prospectivo, que possuem o intuito de antecipar o sistema de transmissão para a integração do potencial de fontes alternativas renováveis estimado com base nos cadastramentos dos leilões de energia. É importante destacar que as expansões propostas nos estudos prospectivos não estão restritas ao aproveitamento de projetos solares e eólicos e poderão ser aproveitados para o escoamento da energia proveniente de quaisquer tipos de fontes. Foram realizados, até o momento, treze estudos prospectivos com influência sobre a conexão de renováveis sendo: (i) um estudo voltado para permitir o escoamento do potencial eólico da região sul do País; (ii) oito estudos visando dotar o sistema de capacidade de escoamento para os diversos potenciais de geração das regiões Nordeste e Norte; e (iii) quatro estudos prospectivos voltados para o escoamento do potencial de geração das regiões Norte e Noroeste e do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba de Minas Gerais, assim como da região noroeste do estado de São Paulo e nordeste do estado de Goiás. Com relação ao potencial de geração renovável na região Nordeste, o presente ciclo do PDE mantém a previsão de uma expressiva participação das fontes eólica e solar nessa região. Esse montante já supera aquele considerado nas premissas dos estudos de transmissão já desenvolvidos, o que, além da própria ampliação do horizonte, determina que se realizem novos estudos prospectivos com foco nas interligações, objetivando verificar a necessidade de novas expansões, além daquelas já previstas. Um dos próximos desafios a ser enfrentado pelo planejamento da transmissão consiste no envelhecimento do sistema de transmissão brasileiro, uma realidade que tende a se tornar mais crítica nos próximos anos. Há que assegurar a substituição da infraestrutura do sistema elétrico em fim de vida útil de modo que a malha de transmissão possa operar com os níveis de confiabilidade e qualidade exigidos pela sociedade. O plano de obras apresentado neste PDE abrange obras outorgadas e a outorgar, além de estimativas de expansões para os últimos anos do decênio, no sentido de capturar recomendações de estudos que se encontram em andamento e a iniciar. Com isso, tem-se uma previsão de acréscimo de cerca de 56 mil quilômetros de novas linhas de transmissão até o ano de 2029, o que significa uma estimativa de cerca de 204 mil quilômetros de linhas de transmissão em operação no ano horizonte deste PDE. A expectativa é que os investimentos totais em transmissão atinjam cerca de R$ 103 bilhões ao longo do decênio, sendo R$ 73 bilhões em linhas de transmissão e R$ 30 bilhões em subestações, incluindo as instalações de fronteira. No capítulo de Produção de Petróleo e Gás Natural, são abordados tópicos relevantes na Exploração e Produção (E&P), tais como: a previsão de produção de petróleo; previsão de produção de gás natural; a contribuição do pré-sal na produção nacional; evolução da reserva provada e da relação R/P (razão entre reserva provada e produção); a previsão de investimentos no setor e das demandas por plataformas do tipo UEPs (unidade estacionária de produção), além do Conteúdo Local na aquisição de bens e serviços. O processo de elaboração das projeções de produção de petróleo e gás natural deste PDE teve como referência o dia 30 de abril de 2019, data até quando foram incorporadas informações sobre dados de reserva, previsão de produção de campos, dados de áreas em avaliação e dados do Banco de Dados de Exploração e Produção da ANP, dentre outras informações sobre as concessões exploratórias. As previsões de produção de petróleo e gás natural são elaboradas para Unidades Produtivas (UP) com recursos descobertos, ou seja, com comercialidade declarada ou sob avaliação exploratória, e para UP com recursos não descobertos, com base no conhecimento geológico das bacias sedimentares brasileiras, tanto em áreas já PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 11 contratadas com empresas quanto em áreas da União sem contrato. No caso da produção de recursos da categoria de reservas, os primeiros anos do plano são balizados com informações do Plano Anual de Produção, que são previsões de produção para cinco anos, enviadas pelas Concessionárias à ANP anualmente. Já na segunda metade do decênio, a produção proveniente das reservas sofre forte influência dos volumes excedentes estimados para as concessões da Cessão Onerosa. No PDE 2029, os excedentes da Cessão Onerosa correspondem aos volumes médios do intervalo divulgado para estas concessões, que foram incorporados às reservas, proporcionando o aumento do fluxo da produção. Por fim, a previsão de produção da reserva, toma também como base as indicações das empresas operadoras sobre a entrada de módulos de produção e outras informações, disponibilizadas em seus planejamentos apresentados ao mercado. A previsão de produção dos recursos na categoria de contingentes leva em conta que tais unidades, apesar de terem o potencial petrolífero confirmado, ainda estão sob avaliação e não possuem declaração de comercialidade. Uma premissa adotada para todas as unidades desta categoria é a que terão sua comercialidade declarada, aplicando-se um fator redutor relacionado ao risco de comercialidade de cada um dos recursos contingentes. As previsões de produção dos recursos não descobertos, tanto em áreas já contratadas com empresas, quanto em áreas da União sem contrato, são embasadas por premissas relacionadas às estimativas de descoberta, declaração de comercialidade e ao início da produção. As datas de descobertas dos recursos não descobertos contratados são definidas como sendo na metade do período exploratório previsto, geralmente com base nos contratos de concessão firmados nas licitações. Assim, as declarações de comercialidade desses recursos são estimadas na metade restante do prazo exploratório, ou seja, entre a data de descoberta e o vencimento do período exploratório. A data para início da produção dos recursos não descobertos é estimada de acordo com o tipo de fluido (óleo ou gás não associado) esperado, com o VRF estimado para a UP, além do ambiente de E&P em que está localizada. Desse modo, a depender destes parâmetros, estima- se uma data para iniciar a produção. No caso dos recursos não descobertos sem contratos, na área da União, prevê-se ainda que as áreas com extrema complexidade ambiental, indicadas por órgãos licenciadores e reguladores, têm seus volumes correspondentes excluídos das previsões de produção. No capítulo de Abastecimento de Derivados de Petróleo, analisam-se as condições de atendimento ao mercado doméstico, ressaltando o comercio exterior de petróleo e seus derivados, e a importância dos investimentos no parque de refino e na infraestrutura logística. O quadro de maior movimentação de petróleo e derivados poderá exigir maior atenção em relação à infraestrutura e logística do País para garantir o abastecimento em todo o território nacional. Iniciativas governamentais buscam identificar áreas portuárias para a movimentação de combustíveis. O balanço dosprincipais derivados indica que o País deverá continuar como importador líquido dos principais derivados, durante todo o horizonte de estudo, com destaque para os grandes volumes importados de óleo diesel A. Este fato sinaliza que haverá espaço para a maior utilização das refinarias existentes, revamps, ampliações e melhorias nas qualidades dos derivados até 2029, ainda que existam poucos investimentos projetados para o período. Os principais impactos de eventual realização de investimentos incrementais em refinarias existentes também são avaliados. Prevê-se, para o próximo decênio, um papel mais relevante para o Brasil no mercado mundial de petróleo, atuando como exportador líquido deste produto, em função da produção em campos já delimitados e do desenvolvimento da produção das acumulações descobertas na área do pré-sal. No capítulo de Gás Natural, são apresentados os resultados dos estudos da evolução do balanço de demanda e oferta de gás natural e de sua estrutura no PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 12 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA período de 2020 a 2029. Inicialmente, discorre-se sobre a infraestrutura existente e em construção. Em seguida, a seção de projeção de preços de gás natural apresenta a faixa mais provável de preços nacionais, entre outras projeções de preços. O capítulo apresenta ainda, a perspectiva de oferta de gás natural seco no Brasil (composto pela oferta nacional e pelo gás natural importado), o balanço entre a demanda e a oferta de gás natural da malha integrada e, ainda, a simulação termofluido-hidráulica para a malha integrada de gasodutos de transporte. Finalmente, são apresentadas estimativas dos investimentos previstos, no decênio em estudo, para projetos de expansão da infraestrutura de importação, processamento e transporte de gás natural no País. No capítulo de Oferta de Biocombustíveis, as análises refletem os sinais positivos advindos do estabelecimento da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), através da Lei nº 13.576, promulgada em dezembro de 2017 (BRASIL, 2017a). Esta importante política pública almeja reconhecer o papel estratégico dos biocombustíveis na matriz energética nacional, com foco na segurança do abastecimento de combustíveis e na mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Estima-se que haverá expansão da oferta de etanol no próximo decênio, visando suprir tanto o mercado brasileiro quanto o internacional. O mercado nacional de etanol carburante deverá continuar sua trajetória de expansão nos próximos 10 anos, para o atendimento à demanda do ciclo Otto. No mercado internacional, estima-se um crescimento marginal das exportações brasileiras, devido, principalmente, à manutenção das tendências protecionistas dos mercados e à adoção de tecnologias mais eficientes. No horizonte decenal, espera-se que os esforços direcionados pelo setor sucroenergético com vistas à melhoria dos fatores de produção, adicionados aos sinais positivos provenientes de políticas públicas, como o RenovaBio, desdobrem-se em aumento da competitividade do etanol frente à gasolina. Na área industrial, três fatores deverão proporcionar o crescimento da oferta de etanol: ocupação de capacidade ociosa de moagem e expansão das unidades existentes, além da implantação de novas unidades produtoras. Nesse contexto, vislumbram-se empreendimentos direcionados a facilitar e reduzir os custos de transporte e armazenagem de etanol. Buscando antecipar possíveis ameaças ao abastecimento nacional de combustíveis para os veículos leves, foi realizada uma análise de sensibilidade para a oferta de etanol, considerando um cenário menos favorável para o setor sucroenergético. Neste caso, o RenovaBio não conseguiria êxito pleno em seus objetivos. Como resultado, o etanol hidratado não ganharia competitividade frente à gasolina C e a atratividade econômica do setor sucroenergético não seria suficiente para induzir investimentos relevantes. Os resíduos da indústria sucroenergética destacam-se como fonte de energia para o processo produtivo e de excedente de eletricidade para a comercialização. Neste estudo, após dez anos da realização do primeiro leilão de reserva, cujo principal combustível foi a biomassa da cana, são apresentadas a avaliação da quantidade de energia já contratada pelo setor elétrico, a análise de seu potencial técnico e a projeção de oferta de bioeletricidade, a partir do comportamento histórico da geração advinda do bagaço. Evidencia-se que há um montante significativo a ser explorado, apontando para uma inserção crescente da bioeletricidade na matriz elétrica nacional. As prospecções que contemplam a participação do biodiesel para os próximos 10 anos consideram o atendimento à mistura mandatória, para o que será necessária a produção de volumes crescentes do biocombustível. Os percentuais de mistura ao diesel fóssil variarão até 2023 seguindo a legislação em vigor, conforme estabelecido através da Resolução CNPE nº16 de 29 de outubro de 2018. Para atendimento desta demanda, foi analisada a disponibilidade de insumos, assim como a capacidade de processamento e de escoamento da produção. O PDE 2029 também contempla o aproveitamento energético da biomassa do biogás/biometano e do bioquerosene de aviação - BioQAV. O maior potencial de produção de biogás encontra-se na utilização dos resíduos do setor sucroenergético, através da biodigestão da vinhaça e PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 13 da torta de filtro. Pode ser consumido diretamente ou purificado, obtendo-se o biometano, com características e aplicações análogas às do gás natural. Para o horizonte deste estudo, vislumbra-se que sua participação na matriz nacional será crescente. Já o BioQAV apresenta-se como uma das alternativas de atendimento aos acordos internacionais para a redução da emissão de GEE pelo setor de aviação. Existe uma série de rotas tecnológicas de produção já certificadas e aprovadas pela ASTM. Diante dos desafios econômicos para sua inserção na matriz brasileira, espera-se uma entrada modesta do BioQAV, ao fim do horizonte decenal. No capítulo de Eficiência Energética e Recursos Energéticos Distribuídos, são apresentados os resultados da energia conservada que indicam a diferença entre a projeção do consumo final de energia, incorporando ganhos de eficiência energética, e o consumo de energia que ocorreria caso fossem mantidos os padrões tecnológicos observados no ano base, 2018. No horizonte deste PDE, estima-se que a conservação total de energia atinja 6% em 2029 e, por sua vez, a conservação de energia elétrica alcance 5% no mesmo ano. Em relação à Micro e a Minigeração Distribuída, destaca-se que essa não é mais uma indústria pequena no País, tendo movimentado mais de 2 bilhões de reais em investimentos no ano de 2018, superando a capacidade de 1 GW em 2019. Caso a regulamentação atual não seja alterada, estima-se que em 2029 haja cerca de 32 GW instalados nessa modalidade de geração. No Cenário de Referência da EPE considera algumas alterações na regulamentação, como a aplicação de tarifa binômia, fazendo com que a projeção para a MMGD em 2029 seja de 11 GW. Ainda assim, é uma capacidade significativa, que deverá contribuir com 2,3% da carga total nacional no final do horizonte. O PDE 2029 também trouxe pela primeira vez uma análise de viabilidade de investimentos em baterias atrás do medidor. No entanto, os fracos sinais econômicos horários e o elevado custo dos equipamentos apontam para a baixa viabilidade nesse investimento, indicando uma entrada marginal de baterias no horizonte do PDE 2029. No entanto, uma queda de custos além do previsto pode alterar as projeções para essatecnologia. Por fim, com o intuito de construir um ambiente de mercado mais sustentável e que leve a maior eficiência nos investimentos em RED, a EPE propôs um desenho com alguns pilares, composto de (i) isonomia entre recursos centralizados e RED; (ii) mercados de capacidade e serviços ancilares; (iii) tarifas binômias e dinâmicas; (iv) abertura do mercado livre; (v) preços horários e nodais no atacado; (vi) presença de agregadores e (vii) disseminação de medidores inteligentes. No Capítulo de Análise Socioambiental são apresentadas as análises socioambientais que contribuíram para a definição da expansão mostrada neste PDE e as principais questões socioambientais relacionadas a essa expansão. A variável ambiental contribuiu para a expansão apresentada neste PDE através de uma avaliação processual de usinas hidrelétricas, que estima o ano de entrada de operação das hidrelétricas para o modelo de expansão da geração, e de uma análise de complexidade socioambiental das unidades produtivas de petróleo e gás natural, de modo a ajustar as previsões de produção conforme as preocupações refletidas pelos órgãos ambientais. Diante da expansão prevista no PDE 2029, o resultado da análise socioambiental indicou 10 temas relevantes para a expansão, sendo dois considerados prioritários: “Povos e terras indígenas” e “Unidades de Conservação”. Para esses dois temas prioritários devem ser orientados esforços do setor, visando a minimização de riscos para a expansão planejada. Com relação às emissões de gases de efeito estufa, o PDE 2029 assume como uma de suas premissas socioambientais a compatibilização das emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas à expansão da produção e uso da energia com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. Assim, a trajetória de expansão deve estar alinhada com as diretrizes propostas na NDC (Nationally Determined Contribution – Contribuição Nacionalmente Determinada) brasileira. Entre os indicadores analisados estão a participação de fontes renováveis na matriz energética e elétrica e ganhos de eficiência energética. PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 14 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA No horizonte do PDE 2029, estima-se que o grau de renovabilidade da matriz energética brasileira aumentará em relação a 2019, atingindo 48% em 2029, o que melhora os indicadores de intensidade de emissões de GEE do setor de energia por unidade de energia consumida e por unidade de PIB gerada, mantendo o destaque do Brasil na produção de energia com baixas emissões. Vale destacar, entretanto, que a contribuição brasileira expressa em sua NDC é um compromisso firme na redução de GEE, mas é flexível na forma do atendimento dessa meta, ou seja, se baseia em caminhos flexíveis para atingir seus objetivos. Assim, o sucesso da NDC poderá ocorrer com contribuições dos vários setores da economia, cabendo ao País adotar as medidas mais custo-efetivas. O cenário de expansão do PDE 2029, ao priorizar a expansão de fontes renováveis de energia mantém o Brasil no rumo da contribuição esperada do setor energético para a NDC brasileira. Por fim, no capítulo final são consolidados os principais resultados dos estudos do PDE 2029 para referência, destacando-se a evolução da oferta interna de energia e da matriz energética e o conjunto de resultados das projeções, abrangendo as informações de economia e energia, de consumo final energético e de oferta interna de energia. NOVIDADES DO PDE 2029 No sentido de aprimorar continuamente a análise e trazer cada vez mais informação relevante para discussão com a sociedade sobre a expansão do setor de energia no País, destacam-se os seguintes avanços incorporados neste ciclo do PDE 2029: 1. No capítulo de Consolidação dos Resultados, apresenta-se a evolução da capacidade instalada total, levando-se em conta não apenas a expansão centralizada, mas também a autoprodução e a geração distribuída. Embora a expansão centralizada ainda predomine no total, torna-se cada vez mais relevante monitorar a evolução da capacidade instalada descentralizada, em particular a da geração distribuída. São apresentadas ainda a evolução da participação relativa das principais fontes de energia e o percentual de renovabilidade da matriz elétrica. 2. No capítulo de Geração Centralizada de Energia Elétrica, o PDE 2029 traz, pela primeira vez, novas discussões para o contexto do planejamento. Destaca-se uma primeira análise sobre os requisitos de flexibilidade operativa, com foco na maior participação de fontes não controláveis, e da potencial participação da resposta da demanda como alternativa para o suprimento do crescente requisito de capacidade de potência. Também é abordada a atenção necessária para a modernização do parque hidrelétrico e termelétrico em operação. No caso das usinas termelétricas, especial atenção deve ser dada às usinas em final de contrato e/ou previsão de término de subsídios que resultam em um menor custo variável de operação. Para avaliar essa questão é realizada uma avalição de competitividade econômica dessas plantas já no caso de referência. 3. No capítulo de Transmissão de Energia Elétrica, são apresentados gráficos mais detalhados acerca dos investimentos previstos no sistema de transmissão ao longo do horizonte 2029. Nesse contexto, os empreendimentos ainda sem concessão foram agrupados conforme a natureza esperada para o seu processo de outorga (licitação ou autorização). Essa iniciativa objetiva fornecer um sinal mais claro para o mercado em relação ao volume de investimentos a ser incluído nos próximos leilões de transmissão. 4. O capítulo 9 passa a consolidar a contribuição dos Recursos Energéticos Distribuídos, conceito que engloba alternativas tais como os ganhos de eficiência energética, micro e minigeração distribuída, autoprodução de energia elétrica e energia solar térmica. Na seção de Micro e Minigeração Distribuída, destaca-se a análise de sensibilidade feita para todas as alternativas de compensação dos créditos da geração – conforme discussões recentes no âmbito da revisão da REN 482 – e para o caso de aplicação de tarifa binômia, gerando treze diferentes curvas de inserção. Outra novidade diz respeito PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 15 a inclusão de uma seção específica para armazenamento atrás do medidor, na qual são apresentadas análises de viabilidade econômica para três modelos de negócio diferentes com baterias. Por fim, apresenta-se também uma seção com uma proposta abrangente de desenho de mercado que visa criar condições para que os RED se desenvolvam de forma mais sustentável e eficiente no País. PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 16 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 1. Premissas Gerais 1.1 Perspectivas Sociodemográficas Espera-se que a população brasileira continue crescendo a taxas decrescentes nos próximos anos, mantendo a tendência observada no passado recente. Sendo assim, a contribuição demográfica no PIB será menor na próxima década. No horizonte decenal estima-se que a população brasileira cresça a uma taxa média de 0,6% a.a., alcançando 224 milhões de habitantes.2 Em termos regionais, não há perspectiva de uma alteração significativa da distribuição da população, conforme pode ser visto no Gráfico 1-2. Entretanto, é importante ressaltar que se espera um crescimento populacional maior nas regiões Norte e Centro-Oeste nos próximos dez anos. No que diz respeito ao número de domicílios particulares permanentes, espera-se que estes continuem apresentando trajetória crescente até 2029, em linha com as premissas de aumento de rendada população e de redução de déficit habitacional. A expectativa é de que haja cerca de 81,6 milhões de domicílios no País em 2029, um acréscimo de cerca de 13 milhões em relação a 2018. Como resultado de um crescimento superior dos domicílios em relação ao aumento da população, espera-se que o número de habitantes por domicílios caia de 3,1 em 2018 para 2,7 em 2029. Gráfico 1-1 - Evolução da população brasileira e do número de habitantes por domicílios Fonte: Elaboração EPE, com base em IBGE (2018). 2 As projeções demográficas da EPE são baseadas nas projeções do estudo “Projeções da população: Brasil e unidades da federação” de 2018 do IBGE. Entretanto, é feito um ajuste para mudar a data base de 01 de julho para 31 de dezembro. PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 17 Gráfico 1-2 - Evolução da população brasileira por regiões geográficas Fonte: EPE (projeções), com base em IBGE (2018). 1.2 Perspectivas Macroeconômicas ECONOMIA INTERNACIONAL Neste estudo, foram usadas as projeções de PIB e comércio mundial do Fundo Monetário Internacional3 para o primeiro quinquênio. A seguir são descritas as principais premissas adotadas para a economia mundial nos próximos dez anos. Os países desenvolvidos devem apresentar taxas moderadas de crescimento, limitadas em parte pela questão demográfica, dado o envelhecimento populacional. Já os países em desenvolvimento devem continuar contribuindo significativamente para o crescimento da economia mundial, ainda que haja expectativa de desaceleração do crescimento destes ao longo dos próximos anos. Dentre os países emergentes, destaca-se a China, que passa por uma transição de seu modelo de crescimento, com o objetivo de estimular o consumo das famílias e o setor de serviços em detrimento dos investimentos e da indústria. Por conta dessa mudança, espera-se que a economia chinesa passe por uma desaceleração suave no horizonte deste estudo, levando a um crescimento menor do PIB do grupo de países em desenvolvimento. Tais mudanças podem afetar os preços das commodities, implicando em impactos na balança comercial de países com forte dependência desses produtos. Dado esse breve panorama da economia mundial, o Gráfico 1-3 mostra as trajetórias esperadas para o PIB e o comércio global nos próximos dez anos. No entanto, vale destacar que é importante considerar que existem riscos para essas trajetórias, como os desdobramentos e impactos da política comercial protecionista adotada pelo governo americano, as questões geopolíticas e o terrorismo. 3 As projeções mundiais do FMI aqui adotadas foram publicadas em outubro de 2018. PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 18 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA Gráfico 1-3 - Evolução do PIB e do comércio do mundo Fonte: EPE (projeções) e FMI (histórico) ECONOMIA BRASILEIRA A partir das projeções demográficas e das perspectivas para a economia mundial, elaborou- se um cenário para a economia brasileira, com uma trajetória de crescimento a taxas moderadas, apontando uma recuperação gradual ao longo do horizonte deste estudo. No curto prazo, espera-se um desempenho ainda modesto da economia brasileira. É importante destacar que a questão fiscal pode ser um fator limitante para o crescimento econômico e que, além disso, deve ser considerar a incerteza em relação à aprovação de reformas estruturais. Estes fatores, entre outros, impactarão o desempenho da atividade econômica e dos setores da economia ao longo dos próximos anos. No primeiro quinquênio, uma das principais premissas é que a aprovação de reformas, ainda que de forma parcial, devem melhorar o ambiente de negócios, com impactos positivos sobre a confiança e os investimentos. Com relação a este último, destacam-se os investimentos em infraestrutura que possuem impactos potenciais sobre a competitividade da economia brasileira. É importante ressaltar, que as medidas adotadas apresentarão resultados graduais, com um impacto mais forte no fim do horizonte. Como resultado, espera-se que no período entre 2025-2029, a taxa de investimento alcance um patamar de cerca de 21% do PIB (Gráfico 1-4). Gráfico 1-4 - Evolução do crescimento da taxa de investimento Fonte: EPE (projeções) e IBGE (histórico) O melhor ambiente de negócios, juntamente com o encaminhamento na solução de gargalos de infraestrutura permitirão um crescimento gradual da produtividade da economia ao longo do horizonte, alcançando um crescimento médio de 0,5% a.a. Cabe ressaltar, que tal resultado é um desafio dado o histórico mais recente do País, visto que no período entre 2009 e 2018, o crescimento médio da PTF no Brasil foi de -1,2% a.a. (Conference Board, 2019). Entretanto, tal resultado não se distancia da realidade já vista no País, uma média de 0,6% a.a. foi observada entre 2001 e 2010. Tais fatores permitirão o crescimento da economia brasileira ao longo dos próximos dez anos, entretanto, é importante frisar que o crescimento potencial brasileiro seguirá limitado por fatores estruturais, como restrições de poupança interna. Como resultado das premissas analisadas anteriormente, o PIB deve apresentar um crescimento médio de 2,9% a.a. Já o PIB per capita, crescerá, em média, 2,2% a.a., saindo de US$ 13,9 mil em 2018 e alcançando em 2029 o patamar de cerca de US$ 18 mil (em moeda de 2018) – ver Gráfico 1-5. PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 19 Gráfico 1-5 - Evolução do PIB e do PIB per capita Fonte: EPE (projeções) e IBGE (histórico) BOX 1-1. QUAIS AS CONDIÇÕES PARA UM MAIOR CRESCIMENTO DA ECONOMIA BRASILEIRA NOS PRÓXIMOS 10 ANOS? A conjuntura atual ainda apresenta muita incerteza no ambiente econômico, reforçando o desafio inerente ao trabalho de construção de cenários. Em virtude deste estudo adotar uma trajetória de referência, o cenário descrito anteriormente foi escolhido por ter sido considerado o mais provável. Entretanto, é importante analisar quais fatores poderiam levar a economia brasileira a apresentar diferentes trajetórias de crescimento. Nos últimos anos, as expectativas de crescimento econômico têm se revertido para baixo, em virtude de uma recuperação mais lenta do que o esperado e desejado. E no médio prazo, as dificuldades de se aprovarem reformas importantes e de se concretizar um ambiente de negócios que propicie uma retomada mais vigorosa dos investimentos são fatores que podem induzir a um crescimento menor do que o proposto neste estudo. Contudo, este box avalia quais seriam os fatores que levariam a uma trajetória de crescimento mais forte, já que este seria mais desafiador em termos de planejamento energético, por necessitar de maior esforço para atender a demanda de energia mais elevada. Um dos principais fatores seria a realização de reformas importantes, permitindo um ambiente de negócios mais atrativo e avanços mais significativos em termos de produtividade da economia. Dentre estas reformas, vale destacar a tributária que simplificaria o sistema brasileiro com o objetivo de torna- lo mais eficiente e eficaz. Em um contexto de maior credibilidade, os empresários tenderiam a ampliar ainda mais seus investimentos, com impactos importantes sobre o crescimento econômico. Ao mesmo tempo, os consumidores também seriam impactados, com melhorias nos mercados de trabalho e crédito, proporcionando uma recuperação mais rápida da demanda interna. (cont.) % a.a. PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 20 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA BOX 1-1 – CONT. Ainda que tais reformas tenhamum impacto maior no médio e longo prazo, uma recuperação mais rápida e com taxas expressivas aconteceriam no curto prazo em virtude da alta capacidade ociosa atual da economia, que possibilita uma rápida resposta em termos de capacidade de oferta frente a uma retomada da demanda. No médio e longo prazo, há necessidade de expansão da oferta, com maior esforço em termos de investimento e de medidas para solucionar os principais gargalos da economia. Neste caso alternativo, espera-se que a economia cresça, em média, 3,6% a.a. ao longo dos próximos dez anos, acumulando um aumento de cerca de 46% em relação ao PIB de 2018. (No caso de referência, o crescimento acumulado é de 36% até o fim do horizonte). A indústria alcança uma média de 3,6% a.a., enquanto os serviços e a agropecuária crescem 3,5% a.a. e 3,2% a.a., respectivamente. Dadas as projeções demográficas, isso resultaria em um crescimento médio de 3,0% a.a. do PIB per capita neste mesmo período. O Gráfico 1-6 mostra o comportamento dessas variáveis nos próximos dois quinquênios. Gráfico 1-6 - Evolução do PIB e do PIB per capita na trajetória alternativa Fonte: EPE (projeções) e IBGE (histórico) 1.3 Perspectivas Econômicas Setoriais Na ótica da oferta, espera-se para os primeiros cinco anos uma dinâmica marcada pela recuperação da crise e pela retomada gradual dos condicionantes de crescimento. A indústria, inicialmente com elevada capacidade ociosa, atenderá às flutuações de demanda sem necessidade de grandes investimentos. Setores tradicionalmente mais dependentes da demanda interna, como os serviços, a construção civil e parte da transformação, devem avançar gradualmente, em linha com a melhora das condições de emprego, renda e confiança. O mercado externo deve continuar contando com grande participação dos setores primários. O agronegócio goza de elevada competitividade e a extração mineral, sobretudo de petróleo e gás, % a.a. PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 21 crescerá de forma acentuada com o aproveitamento do pré-sal. Ao final do horizonte, a indústria de transformação elevará sua participação no PIB, com uma pequena melhora qualitativa em direção a cadeias de valor mais complexas como reflexo das reformas pontuais previstas no caso. A seguir, se discutirá com mais detalhes as projeções setoriais apontadas nos Gráfico 1-7 e Gráfico 1-8. Gráfico 1-7 - Evolução dos valores adicionados macrossetoriais Fonte: EPE (projeções) e IBGE (histórico) Gráfico 1-8 - Evolução dos valores adicionados dos setores industriais Fonte: EPE (projeções) e IBGE (histórico) AGROPECUÁRIA O Brasil se destacou no cenário mundial ao longo das últimas décadas como um grande produtor de commodities na agropecuária, posicionando-se entre os principais exportadores de soja, milho, café, carnes, entre outros produtos. % a.a. % a.a. PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 22 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA No horizonte do PDE, se considera que a competitividade do agronegócio se manterá e que haverá demanda por alimentos e bioenergéticos em função do crescimento populacional, do aumento da renda e da evolução de políticas energéticas no mundo. Nesse sentido, projeta-se um crescimento médio de 2,9% a.a. entre 2020 e 2029. SERVIÇOS Apesar da elevada participação no PIB, o setor de serviços no Brasil ainda é caracterizado pelo predomínio de atividades de baixa produtividade, baixos salários médios, baixo conteúdo tecnológico e baixa inovação (ARBACHE, 2015). A crise econômica, com o aumento da inflação, do desemprego, da deterioração da massa salarial e do poder de compra dos agentes, atingiu os serviços, que acumularam queda de 5,3% em 2015 e 2016. Foi a primeira retração na série histórica das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, com início em 1996, tendo recuperado apenas 1,8% em 2017 e 2018. No horizonte do estudo decenal, espera-se uma reversão desse quadro, sem, no entanto, uma repetição do “boom” de consumo visto nos anos antecedentes à crise. A trajetória de elevação será suave, acompanhando o desempenho da renda e do consumo das famílias, com crescimento mais robusto no último quinquênio. Para o horizonte decenal, estima-se uma média de 2,9% a.a. para os serviços. INDÚSTRIA O Brasil é dotado de grande competitividade na sua indústria extrativa em função de reservas minerais de boa qualidade e quantidade, assim como pela presença de empresas competitivas e com infraestrutura interligada aos mercados internos e internacionais. A extração de minério de ferro e a exploração de petróleo serão os principais responsáveis pelo crescimento do setor. A mineração, mais notadamente, no primeiro quinquênio, enquanto o petróleo ao longo de todo o horizonte decenal. A extrativa será a indústria de maior expansão, atingindo 4,0% a.a. até 2029. O setor de construção civil e infraestrutura deverá retomar mais lentamente que os demais da indústria. O ramo imobiliário enfrenta, no início do período, altos volumes de estoques somados a condições de demanda ainda limitadas por conta do nível de desemprego e renda, assim como das condições de crédito restritivas. A infraestrutura, por sua vez, esbarra na baixa disponibilidade do Estado de arcar com investimentos, uma vez que o cenário prevê que a situação fiscal exigirá um prolongado período de ajuste. Todavia, há elevado potencial de crescimento para reduzir os déficits habitacionais, sanitários e os gargalos de infraestrutura, na medida em que as condições ficarem mais favoráveis. O crescimento médio esperado para a construção civil é de 2,8% a.a. ao longo do decênio. A produção e a distribuição de energia elétrica, de água e de gás está fortemente associada à atividade econômica e ao uso dos serviços básicos pela população. Espera-se uma evolução gradual do acesso ao saneamento, aumento do número de domicílios, assim como um perfil médio de consumo das famílias com mais eletrodomésticos. Há potencial de ganhos de eficiência no setor, tanto na ótica da oferta, quanto no consumo, com equipamentos mais econômicos e mudanças de hábitos. Dessa forma, o valor adicionado do setor crescerá a uma taxa de 2,7% a.a., um pouco abaixo do PIB. Muito dinâmica, a indústria de transformação engloba a maior parte da produção industrial, fornecendo não apenas produtos para consumo final, como também intermediários para a própria indústria, além de bens de capital. A capacidade ociosa, ainda elevada em função da crise, significa que a transformação poderá rapidamente responder aos incrementos de demanda decorrentes do reaquecimento da economia. A média de crescimento desse setor no horizonte decenal é de 3,0% a.a., sendo que o primeiro quinquênio será marcado pela PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 23 recuperação dos segmentos de demanda mais impactados pela crise, notadamente os bens duráveis e de capital. A expectativa de algumas reformas em nosso cenário que reduzam entraves burocráticos e aliviem a complexidade fiscal, ainda que apenas parcialmente, contribui para uma elevação de competitividade da indústria no médio e longo prazos. Dessa forma, se espera que a transformação avance um pouco mais em ramos mais a jusante das cadeias de valor no segundo quinquênio, ainda que sem uma mudança estrutural significativa. Em função do desempenho dos seus quatro componentes mencionados anteriormente, a indústria geral crescerá 3,1% a.a., com especial contribuição dos setores extrativos. Dessa forma, se espera que a transformação avance um pouco mais em ramos tecnologicamente mais complexos no segundo quinquênio, ainda que sem uma mudança estrutural significativa.Conforme o gráfico 1-9, espera-se um crescimento da participação da indústria no PIB, recuperando parte do espaço perdido com o fraco desempenho dos últimos anos. Com isso a agropecuária e os serviços perderão participação. Gráfico 1-9 - Evolução das participações setoriais no PIB Fonte: EPE (projeções) e IBGE (histórico) PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 24 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA PONTOS PRINCIPAIS DO CAPÍTULO > No horizonte decenal estima-se que a população brasileira cresça a uma taxa média de 0,6% a.a., alcançando 224,3 milhões de habitantes em 2029. No que diz respeito ao número de domicílios particulares permanentes, a expectativa é de que haja cerca de 81,6 milhões de domicílios no País no fim do horizonte, um acréscimo de cerca de 13 milhões em relação a 2018. > Em termos de economia internacional, espera-se que os países em desenvolvimento contribuam mais acentuadamente para o crescimento da econômica mundial na projeção decenal, ainda que se tenha uma expectativa de desaceleração da China. A expectativa é de que o PIB e o comércio mundial cresçam, em média, 3,3% a.a. e 3,7% a.a., respectivamente. > Ao longo dos próximos dez anos, espera-se uma recuperação gradual da economia brasileira. Um crescimento mais sustentado é possível em virtude da premissa adotada de realização de reformas, ainda que parciais, que visem melhorar o ambiente de negócios, permitindo maior nível de investimentos e aumento da produtividade da economia. Sendo assim, a expectativa é de um crescimento médio do PIB de 2,9% a.a. e de 2,2% a.a. do PIB per capita. > Em termos setoriais, o melhor desempenho econômico a partir de 2020 deverá impulsionar setores mais atrelados à demanda interna, como serviços, indústria de transformação e construção civil. Vale ressaltar que os setores primário-exportadores apresentarão bom desempenho ao longo do horizonte decenal. PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 25 2. Demanda de Energia Refletindo o ambiente econômico do cenário delineado deste PDE, o consumo final de energia cresce na primeira metade da década a taxas mais modestas (2,3% a.a.), que se aceleram no segundo quinquênio (2,7% a.a.). Dessa forma, o consumo cresce à taxa média de 2,5% anuais entre 2019 e 2029, atingindo uma elasticidade-renda de 0,85. Ao longo da década, projeta-se redução gradual da intensidade energética, pela incidência de ganhos de eficiência energética bem como pela mudança na participação dos setores no consumo de energia. Por fim, embora o consumo de energia per capita cresça a 1,9% no período decenal, ainda assim o País ainda estará longe de atingir, em 2029, o nível de consumo médio atualmente observado nos países desenvolvidos. Tabela 2-1 - Indicadores: consumo final de energia Indicador 2019 2024 2029 Consumo Final de Energia 263 295 336 (106 tep) Consumo Final de energia per capita 1,25 1,35 1,50 (tep/hab/ano) Intensidade Energética da Economia 0,064 0,062 0,061 (tep/10³R$ [2017]) Elasticidade-renda do consumo de energia 0,82 0,88 0,85 (período) (2019-2024) (2025-2029) (2019-2029) 2.1 Consolidação por Setor Entre 2019 e 2029 não são esperadas mudanças significativas na estrutura dos setores no consumo final. O setor energético é o que mais ganha importância no consumo final de energia, devido a fatores tais como o incremento da produção de petróleo e gás no País, assim como a de etanol em usinas e destilarias. Também se destaca o ganho de importância do setor comercial. Apesar de crescer em um ritmo mais modesto que o observado em histórico recente, espera-se que o setor ainda seja um dos principais vetores da economia brasileira para o período projetado. O setor industrial, atualmente com alto nível de ociosidade, mantém a sua participação no consumo final de energia até 2029 relativamente estável. Em grande medida, o consumo deste setor cresce com base na retomada da utilização da capacidade instalada, com necessidade de expansões de capacidade principalmente no segundo quinquênio. O setor de transportes se mantém líder no ranking dos setores consumidores de energia, com 33% de participação, com destaque para o segmento de transporte rodoviário. PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 26 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA Gráfico 2-1 - Consumo final de energia por setor INDUSTRIAL Espera-se que o valor adicionado industrial, exclusive setor energético, evolua à taxa média de 3,0% a.a.. Tal resultado decorrerá tanto da melhora dos indicadores econômicos quanto da redução da considerável ociosidade na utilização da capacidade instalada em alguns segmentos. O setor de papel e celulose cresce mais que o restante da indústria, com a expansão da capacidade instalada de plantas de celulose de aproximadamente 70% da capacidade atual. No horizonte decenal a lixívia continua sendo queimada em caldeiras de recuperação, enquanto as pesquisas em biorrefinarias avançam. Na produção de metais não-ferrosos se destaca o crescimento médio da produção de alumínio em 9% a.a. no primeiro quinquênio pela retomada de parte da utilização da capacidade instalada, que foi bastante debilitada nos últimos anos por perda de competitividade decorrente do aumento de custo da energia elétrica e questões ambientais. A produção de fertilizantes nitrogenados também considera a retomada de parte da utilização da capacidade instalada e a entrada em operação de uma nova planta que utiliza gás de natural como matéria prima. No setor de soda-cloro há a entrada de uma planta no final do horizonte, utilizando a tecnologia de membrana, que é a mais eficiente. Atualmente, cerca de 23% da capacidade instalada utiliza tecnologia de membrana, 63% de diafragma e 14% de mercúrio (Abiclor, 2019). No caso de segmentos ligados à expansão de infraestrutura, tais como cimento e cerâmica, a perspectiva é que suas atividades voltem a crescer de forma mais gradual e acelerando a partir do final do primeiro quinquênio, quando a economia brasileira atingirá níveis maiores de crescimento do PIB. Na indústria de cimento, o teor de adições ao clínquer aumenta de 32% (EPE, 2017) para 35% em 2029, em função de esforços do setor para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Em termos de consumo de energia, espera-se que o setor industrial cresça à taxa de 2,6% anuais, atingindo o montante de 108 milhões de tep em 2029. O crescimento do consumo é inferior à perspectiva de valor adicionado em função dos efeitos estrutura e intensidade (Gráfico 2-2). Destacam-se os segmentos de papel e celulose, alimentos e bebidas e alumínio, que ganham importância no horizonte decenal, em detrimento dos segmentos de têxtil, cerâmica e química. Apesar das alterações, não há mudanças estruturais significativas. PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2029 EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA 27 Gráfico 2-2 - Setor industrial: Consumo final de energia por segmento Sob a ótica do consumo por fonte, há uma maior participação do bagaço de cana, da lixívia, da eletricidade, da lenha e dos derivados de petróleo. Isto ocorre principalmente pela mudança na estrutura da indústria brasileira – o bagaço e a lixívia são coprodutos das indústrias de açúcar e celulose, respectivamente. Fontes como o gás natural e carvão mineral e seus derivados têm redução marginal na participação do consumo final industrial (Gráfico 2-3). A eletricidade ganha participação na metalurgia. Devido à perda de participação de segmentos energointensivos em relação ao total, a intensidade da indústria diminui para níveis similares aos de 2010 (Gráfico 2-4). Gráfico 2-3 - Setor industrial: Consumo final de energia por fonte Notas: *Inclui biodiesel,
Compartilhar