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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA AMAZÔNIA – UNAMA CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM GERÊNCIA DE ESTÁGIOS MÁRCIO KENNY GONÇALVES MAGALHÃES - 27003147 RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II REALIZADO NA UBS-ESF DO LIVRAMENTO E FLORESTA E ESTUDO DE CASO: HPV E CÂNCER DE COLO DO ÚTERO SANTARÉM - PA 2020 MÁRCIO KENNY GONÇALVES MAGALHÃES – 27003147 RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II REALIZADO NA UBS-ESF DO LIVRAMENTO E FLORESTA E ESTUDO DE CASO: HPV E CÂNCER DE COLO DO ÚTERO Relatório das Atividades Desenvolvidas nas UBS´s do bairro Livramento e Floresta e estudo de caso, como requisito à disciplina de Estágio Supervisionado II sob orientação das Preceptoras Enfª. Dhessyca Moraes e Enfª. Sheyla Ribeiro, do curso de Bacharelado em Enfermagem do Centro Universitário da Amazônia – UNAMA. SANTARÉM - PA 2020 LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS AC – Acadêmico ACS – Agente Comunitário de Saúde ASC – Células Escamosas Atípicas CA – Câncer CAF – Cirurgia de Alta Frequência CD – Crescimento e Desenvolvimento DST – Doenças Sexualmente Transmissível ESF – Estratégia Saúde da Família HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana HPV – Papilomavírus Humano INCA – Instituto Nacional do Câncer IST – Infecção Sexualmente Transmissível NASF – Núcleo de Apoio a Saúde da Família NIC – Neoplasia Intraepitelial de Colo PCCU – Papanicolau PROAME – Programa de Aleitamento Materno Exclusivo PSE – Programa Saúde na Escola SIL – Lesões Intraepiteliais SUS – Sistema Único de Saúde TB - Tuberculose UBS – Unidade Básica de Saúde UNAMA – Centro Universitário da Amazônia SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 4 2 INSTITUIÇÃO............................................................................................ 5 3 DESENVOLVIMENTO............................................................................. 6 3.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................................ 6 3.2 AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE....................................................... 6 4 ESTUDO DE CASO.................................................................................... 7 4.1 CONCEITO .................................................................................................. 8 4.2 FISIOPATOLOGIA ..................................................................................... 8 4.3 QUADRO CLÍNICO .................................................................................... 8 4.4 EXAMES DIAGNÓSTICOS......................................................................... 8 4.5 TRATAMENTO ........................................................................................... 8 4.6 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM ............... 8 4.6.1 Evolução de Enfermagem (Histórico de Enfermagem) .......................... 8 4.6.2 Diagnósticos de Enfermagem e Resultados Esperados ........................... 9 4.6.3 Prescrição de Enfermagem ...................................................................... 10 4.6.4 Avaliação .................................................................................................. 10 5 CONCLUSÃO................................................................................................ 11 6 REFERÊNCIAS............................................................................................. 12 1 INTRODUÇÃO O presente estágio supervisionado II do curso de enfermagem do Centro Universitário da Amazônia (UNAMA), realizado na UBS do bairro Livramento foi iniciado no dia 29 de junho com termino no dia 17 de julho nos horários das 13:00 hrs às 17:00 hrs, no dia 08 de junho iniciei o estágio na UBS do bairro Floresta das 08:00 hrs às 12:00 hrs com término no dia 23 de julho, levando em conta a duração de 30 dias. O estágio possibilitou a vivência da realidade enfrentada pelos enfermeiros, técnicos e agentes comunitários de saúde (ACS) nas assistências prestadas aos pacientes nas unidades de saúde no município de Santarém-Pa, onde no decorrer das atividades foram passados pela preceptora tais conhecimentos como a estrutura da UBS e as ações desenvolvidas pelo enfermeiro na assistência a população que necessita de atendimento básico de saúde. As atividades foram cumpridas e todos os objetivos foram atingidos de forma satisfatória, tendo em consideração as condições que foram disponibilizadas em todos os procedimentos realizados e atendimentos com a supervisão das preceptoras, além da escolha do estudo de caso. Para CASATE e CORRÊA, (2006), o modo de como o professor se faz presente na orientação dos alunos nas atividades de estágio é muito importante para a aprendizagem, pois o aluno espera apoio e escuta por parte do professor, desejando ser visto em sua integridade, tendo ou não, o professor como exemplo a seguir. 2 INSTITUIÇÃO O estágio supervisionado II foi realizado nas UBS’s do Bairro Livramento e Floresta sediado no município de Santarém-Pa, são unidades de saúde pública pertencente ao município de Santarém. Nas UBS’s os serviços são prestados à população com base na Estratégia Saúde da Família (ESF), visando a reorganização da atenção básica no país de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). A unidade Floresta onde maior parte do meu estágio ocorreu, conta com 3 Estratégia Saúde da Família (ESF), onde cada estratégia é composta por 1 profissional médico, 1 profissional de enfermagem, 1 técnico de enfermagem e 4 Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s), contando com um Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF). Sua estrutura dispõe de 7 consultórios, destes, 3 são de enfermagem, 2 médicos e 3 odontológico, 1 sala de triagem, 1 de fisioterapia, 1 de arquivo, 1 de farmácia, 1 de imunização, 1 sala de educação em saúde e reunião, 1 de pronto atendimento, 1 sala de teste do pezinho, 2 banheiros para o público separado masculino e feminino, 3 banheiros para funcionários, 1 sala de expurgo, 1 sala de esterilização e Copa. Os Agentes Comunitários de Saúde realizam o cadastramento das famílias com base em todas as informações de agravos que são adquiridas pela equipe, diagnóstico local sobre as condições sociais, demográficas e epidemiológicas da população. A partir dos problemas de saúde prevalentes e situações de riscos que são identificados, é elaborado o planejamento da atuação da equipe, que contempla ações de promoção e recuperação da saúde, diagnóstico, tratamento e cura de doenças. Através disso, a população tem a possibilidade de receber atendimentos básicos na UBS, como Consultas Médicas, Consultas de Enfermagem, Consulta Odontológica, Acompanhamento de Pré-Natal, Proame, Acompanhamento de CD, Programa de Hiperdia, Programa de Saúde Mental, Planejamento Familiar, Programa de TB e Hanseníase, Peso Mensal de Crianças de até 5 anos, Visitas Domiciliares, Educação em Saúde, Dispensação de Medicamentos da Farmácia Básica (Com receita médica), Imunização, Curativos, Inalação e Aplicação de Injetáveis (Com receita médica), Retiradas de Pontos, Aferição de Sinais Vitais, Teste de Glicemia, Testes Rápidos de HIV, Sífilis, Hepatite B e C, Suplementação de Vitamina A e Programa Saúde na Escola (PSE). 3 DESENVOLVIMENTO 3.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS As atividades foram desenvolvidas nas unidades básicas de saúde do bairro Livramento e Floresta do município de Santarém Pará, o estágio se iniciou no dia 29 de junho de 2020, nos primeiros dias foi apresentado a estrutura da UBS do Livramento pela Enfª. PreceptoraSheyla Ribeiro, bem como a rotina da unidade, os profissionais que a compõe, os atendimentos que são oferecidos, e as dificuldades que estão sendo enfrentada no atendimento em decorrência da pandemia do Covid-19, nossas funções eram realizadas nos horários da tarde e no decorrer de todo o estágio realizei várias atividades sendo supervisionado pela preceptora, como triagem dos pacientes, aferição de sinais vitais, estatura e peso, fiz subsequente de pré-natal, tive a satisfação de reforçar meu conhecimento sobre esquema vacinal e algumas técnicas de imunização do paciente, realizei o preenchimento da ficha de notificação de um paciente vítima de mordedura de cão, fiz orientações de enfermagem e participei do processo de gerenciamento, onde designei funções aos meus colegas de equipe. No dia 06 de julho de 2020 nos horários das 13:00 hrs às 17:00 hrs iniciei o estágio na UBS do bairro Floresta pelo horário da manhã com a Enfª. Preceptora Dhessyca Moraes, no decorrer do estágio, além de ser apresentado a estrutura da unidade e a equipe multiprofissional que à compõe, foi repassado toda a rotina dos profissionais no atendimento ao paciente, onde realizamos atendimentos de enfermagem supervisionado pela preceptora. As atividades eram realizadas por ordem de chegada dos clientes, na recepção era feita o atendimento e agendamento das consultas tanto médica quanto de enfermagem, na triagem realizei mensuração de sinais vitais, peso e estatura, onde logo em seguida por ordem de chegada ou prioridade os pacientes eram atendidos, as atividades que desenvolvi como acadêmico consistiu em consultas de subsequentes e inscrição de pré- natal, consultas de enfermagem, imunização de crianças, adolescentes e adultos, infusão intravenosa de medicamentos com prescrição médica, retirada de pontos cirúrgicos, despacho de medicação de hipertensão, assepsia de ferimentos e notificação de síndrome respiratória. Agradeço as orientações que a mim foi dada pela Enf. Preceptora Sheila Ribeiro que sempre esteve ao meu lado tirando minhas dúvidas em todo o decorrer do estágio que finalizou no dia 17 de julho de 2020. Na UBS do bairro Floresta conheci pessoas incríveis onde compartilhei experiências, que sem dúvidas serão excelentes profissionais de enfermagem, me diverti bastante nas punções venosa que fizemos uns aos outros, aprendi muita coisa com relação a inscrição do pré-natal, agradeço de coração a Enfª. Preceptora Dhessyca Morais pelos ensinamentos, pela a escolha do tema de estudo de caso onde graças as pesquisas que realizei tive um grande aprendizado quanto a patologia e as ações da enfermagem diante das situações, e por sempre ter me orientado e tirado minhas dúvidas quanto acadêmico. Portanto, posso concluir que independente das dificuldades que estamos passando pela falta de recursos essenciais para a prestação de serviço básico de saúde, pela pandemia do vírus Covid-19, conseguimos nos adaptar e houve a preparação completa que possibilita o aluno de enfermagem atuar futuramente no mercado de trabalho, mediante aperfeiçoamento prático, técnico-cientifico-cultural e relacionamento profissional. 3.2 AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Realizei algumas ações de educação em saúde, onde pude me aperfeiçoar e colocar em prática meus conhecimentos de enfermagem conscientizando os pacientes quanto a prevenção e os cuidados pessoais que devem ser realizados a domicilio, orientações as gestantes sobre a importância do pré-natal, com assuntos relacionados a alimentação, práticas de atividades físicas, cuidados com higiene pessoal, orientei quanto a importância do uso de máscara em estabelecimento comercial ou em ambientes onde há grande número de pessoas, sobre a importância do isolamento para os pacientes com síndrome respiratória, sobre lavagem das mãos e o uso de álcool em gel, orientei aos pacientes que fazem tratamentos de hipertensão, diabetes e tuberculose quanto a importância do tratamento, do retorno a unidade para ter acesso as medicações e o uso e a maneira correta para toma-las. 4 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 4.1 CONCEITO O HPV é um vírus que pertence à família dos Papovaviridiae e compreende uma diversidade de tipos, que provocam desde o aparecimento de verrugas na pele e nas mucosas (especialmente das crianças e das pessoas imunodeprimidas, e pólipos nas cordas vocais parecidos com cogumelos “lesões que oferecem baixo risco de malignidade” ou até mesmo doenças graves como o câncer do colo do útero (DRAUZIO VARELLA 2012). Segundo CASTROVÁSQUEZ; ARELLANO- GÁLVEZ, 2010, esse vírus é uma das infecções de transmissão sexual mais freqüente em todo o mundo. O Papilomavírus atualmente vem assumindo especial destaque na Saúde Pública diante do reconhecimento de sua associação com o alto índice de ocorrência do câncer uterino e outros que a cada dia vem sendo notificado. Levando-se em conta a necessidade de implementação de programas de esclarecimentos sobre a prevenção dos agravos em relação à infecção pelo HPV. Longatto Filho, 2003 afirma que o CA de útero vem sendo relacionada com alguns fatores principais que podem agravar o quadro da infecção pelo vírus como o etilismo, tabagismo, hábitos sexuais, início precoce da vida ativa sexual com multiparceiros, anticoncepcionais com uso frequente, além do receio de realizar o PCCU. Dessa forma, o tema deste trabalho é relevante para meus conhecimentos como acadêmico e futuro profissional de Enfermagem, uma vez que se busca maior conhecimento sobre os cuidados prestados aos pacientes portadores do câncer de colo do uterino e da prevenção da infecção pelo HPV na população adolescente. 4.2 FISIOPATOLOGIA A infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) é uma das infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais frequentes no mundo (MAGI JC, BRITO SEM 2006). Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estudos recentes mostram que o vírus do papiloma humano tem papel importante no desenvolvimento da displasia das células cervicais e na sua transformação em células cancerosas, esse vírus está presente em mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero. Segundo o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia das Doenças do Papilomavirus Humano, estima-se https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/verruga/ https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/cancer-de-colo-do-utero/ que entre 75 a 80% da população será acometida por pelo menos um dos tipos do HPV ao longo da vida. Mais de 630 milhões de homens e mulheres (1:10 pessoas) estão infectados. Fedrizzi En 2011, afirma que no Brasil, estima-se que haja 9 a 10 milhões de infectados por esse vírus e que, a cada ano, 700 mil novos casos ocorram. O HPV é um vírus de DNA, já descritos mais de 200 tipos, agrupados pelo potencial oncogênico. Aproximadamente 45 tipos infectam o epitélio do trato anogenital masculino e feminino. Segundo o Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), de 2006, podem ser classificados como de baixo risco (tipos 6, 11, 42, 43 e 44) e de alto risco (tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 46, 51, 52, 56,58, 59 e 68). No mundo, cerca de 105 milhões de pessoas são positivas para o HPV 16 ou 18. É atribuído potencial oncogênico para alguns tipos de cânceres de colo de útero (carcinoma espinocelular), vulva e vagina, pênis, ânus, laringe, faringe e cavidade oral. De etiologia viral, a transmissão do HPV dá-se nas formas sexual, por contato e pela via materno fetal (gravidez, intra e periparto) (QUEIROZ E COL., 2007). Ao lado do espectro diferenciado das vias de transmissão, acrescenta-se a invisibilidade de grande parte das manifestações da infecção, o que dificulta a percepção de sua presença. O HPV acomete homens e mulheres afetando tanto a região genital como a extragenital. A infecção pode manifestar-se nas formas clínica, subclínica e latente(CARVALHO A. L. S ET. AL 2007), sendo predominantes as formas subclínica e assintomática entre os homens. Assim, eles são considerados propagadores do vírus, o que não exclui a possibilidade de desenvolverem a doença (COSTA, 2008). A forma mais prevalente da infecção, entre as mulheres, é subclínica e clínica, e mais de 90,0% das infecções regridem espontaneamente (EINSTEIN E COL., 2009). Castellsagué, 2008 afirma que fatores como estado imunológico, tabagismo, herança genética, hábitos sexuais e uso prolongado do contraceptivo oral contribuem para a persistência da infecção e a progressão para lesões intraepiteliais. 4.3 QUADRO CLÍNICO As células na zona de transição não se transformam repentinamente em câncer, primeiramente, as células normais do colo do útero sofrem gradualmente alterações anormais chamadas de lesões pré-cancerigenas, os médicos usam vários termos para descrever essas alterações, incluindo neoplasia intraepitelial de colo de útero (NIC), lesão intraepitelial espinocelular e displasia (AMERICAN CANCER SOCIETY 2020). O câncer do colo do útero é uma afecção progressiva iniciada com transformações intra-epiteliais progressivas que podem evoluir para um processo invasor num período que varia de 10 a 20 anos (BRASIL 2010). Segundo esse mesmo autor, o colo do útero é revestido por várias camadas de células epiteliais pavimentosas, arranjadas de forma bastante ordenada, essa desordenação das camadas é acompanhada por alterações nas células que vão desde núcleos mais corados até figuras atípicas de divisão celular. Quando uma desordem ocorre nas camadas mais basais do epitélio estratificado, estamos diante de uma Neoplasia Intraepitelial Cervical Grau I (NIC I) – Baixo Grau (anormalidades do epitélio no 1/3 proximal da membrana). Se a desordenação avança 2/3 proximais da membrana estamos diante de uma Neoplasia Intra-epitelial Cervical Grau II (NIC II) – Alto Grau. Na Neoplasia Intra-epitelial Cervical Grau III (NIC III) – Alto Grau, o desarranjo é observado em todas as camadas, sem romper a membrana basal. A coilocitose, alteração que sugere a infecção pelo HPV, pode estar presente ou não, quando as alterações celulares se tornam mais intensas e o grau de desarranjo é tal que as células invadem o tecido conjuntivo do colo do útero abaixo do epitélio, temos o carcinoma invasor. Para chegar a câncer invasor, a lesão não tem, obrigatoriamente, que passar por todas essas etapas. (BRASIL 2010) 4.4 EXAMES DIAGNÓSTICOS Existem inúmeras maneiras de rastreio do câncer de colo uterino, mas o método principal de diagnóstico é dado pela histologia, que pode ser realizada através de uma biopsia direta da lesão ou, em casos de lesão endocervical, através da conização de colo uterino ou curetagem do canal endocervical. (FEBRASGO 2017). Segundo o Instituto Oncoguia 2013, as alterações nas células do colo do útero podem ocorrer muitos anos após a exposição ao HPV, estas mudanças podem ser de baixo ou de alto grau. Através deste atraso pode-se explicar como uma mulher pode ter alterações nas células do colo do útero, após muitos anos de exames de Papanicolaou normais e sem novo parceiro sexual. Se as células cervicais permanecem infectadas pelo HPV, o vírus pode fazer com que as células mudem e se tornem cancerosas. Às possíveis alterações celulares pré- cancerosas observadas num exame de Papanicolaou são chamadas ASC (células escamosas atípicas) e SIL (lesões intraepiteliais). Quando o pré-câncer são identificados em laboratório, são classificados em uma escala que varia de 1 a 3, com base na quantidade de tecido anormal encontrado. NIC1 (displasia leve ou SIL de baixo grau), pouco tecido parece anormal e é considerado a lesão pré-cancerígena menos grave do colo do útero. NIC2 ou NIC3 (displasia moderada/grave ou lesão intraepitelial espinocelular de alto grau), o tecido aparece anormal, lesão intraepitelial espinocelular de alto grau é a lesão pré-cancerígena mais grave (AMERICAN CANCER SOCIETY 2020). O exame citológico de Papanicolaou ou colpocitologia oncológica é uma das estratégias mais bem sucedidas para a prevenção de câncer, entretanto é necessária uma infra-estrutura complexa e muito bem organizada para obter resultados satisfatórios como unidades de saúde e profissionais bem treinados para coletar e preparar o material de forma adequada, laboratórios para corar as lâminas e profissionais especializados para lê-las e emitir laudo e, finalmente, médicos treinados para lidar com as anormalidades detectadas (MILLER AB, NAZEER S et al. 2000). Segundo Cronjé Hs 2004, os testes citológicos envolvem a coleta de células esfoliadas do colo do útero e exame microscópico destas células após coloração. Isto permite detectar células anormais e assim estimar se existe risco de haver lesão precursora não detectável clinicamente e encaminhar essa mulher para investigação complementar se necessário. Embora aparentemente muito simples, esta estrutura não é disponível em todos os países e apenas poucas regiões têm conseguido reduzir consistentemente suas taxas de prevalência e incidência de câncer do colo por meio de programas organizados de prevenção. 4.5 TRATAMENTO Dentre os métodos existentes no tratamento do câncer de colo uterino, se destaca a prevenção, que consiste na imunização do público jovem. Segundo Nakagawa e Schirmer 2010, na década de 80 a prevenção do câncer do colo de útero ao confirmar a associação do vírus com a doença obteve um grande avanço proporcionando aprofundamento na ciência para elaboração de vacinas com baixas doses de antígenos. Entretanto, a vacina atuara como prevenção das complicações apenas em pessoas que nunca mantiveram relações sexuais, no caso, meninas de 9 a 14 anos de idade e meninos de 11 a 14 anos. Para as pessoas que já não podem mais fazer o uso da mesma, a prevenção e o combate se dá por meio de exames de preventivo que possibilita identificar as lesões existentes. Todas as mulheres com lesões de alto grau (NIC 2 ou NIC 3) devem ser tratadas com crioterapia ou CAF. Deve-se cumprir rigorosamente os protocolos de conduta e as pacientes devem marcar uma consulta de seguimento 9 a 12 meses depois do tratamento (AMERICAN CANCER SOCIETY 2020). Alguns tratamentos podem consistir em: o Cirurgia - quando o tumor está restrito à região do colo do útero, a cirurgia leva à cura na maioria dos casos. Às vezes, pode ser complementada com a radioterapia. Em casos mais avançados, o médico vai avaliar se vai ser necessário remover útero, ovários e outros tecidos próximos. o Radioterapia - costuma ser usada para atingir a cura total quando o tumor ainda está localizado e pequeno. Em tumores maiores, ajuda a controlar a doença e aliviar sintomas, o que nem sempre levará à cura. o Braquiterapia - é uma forma de radioterapia em que materiais radioativos são implantados próximos do tumor. As doses de radiação são liberadas para atacar as células tumorais, tentando evitar que células sadias sejam afetadas. o Quimioterapia - pode ser usada em alguns casos específicos isoladamente ou combinada com a radioterapia. Também é aplicada para evitar que o câncer se espalhe para outros órgãos. o Terapia alvo - para os tumores crescerem, eles devem formar novos vasos sanguíneos para se manterem nutridos. Os medicamentos alvo bloqueiam esse novo crescimento dos vasos sanguíneos, impedindo que o tumor evolua. 4.6 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 4.6.1 Evolução de Enfermagem (Histórico de Enfermagem) 29/06/2020 às 13:40 horas; J.R.S 40 anos Compareceu a unidade de saúde para consulta de enfermagem, casada, dona do lar, Paraense, 1º grau incompleto, coitarca aos 13 anos de idade, 10 filhos, tabagista, nega etilismo e doenças crônicas, afirma que ao longo de sua vida teve apenas um parceiro sexual e que mantem relações sexuais diariamente.Relata que há alguns meses vem sentindo dispareunia e sinusorragia nas relações sexuais, e que a 6 meses iniciou com episódios de hemorragia vaginal recorrente onde se estende quando mantem relações, sente dor em região pélvica, corrimento amarelado de odor fétido e aparecimento de verrugas genitais., afirma desconhecer sobre o exame e que no dia 27.05.2020 realizou a coleta do PCCU por exigência do Programa Bolsa Família, pois poderia perder o incentivo governamental, relata nunca ter feito o exame citopatológico antes. Portando resultados de exame citopatológico com os seguintes resultados: Alterações Celulares Benignas Reativas ou Reparativa: Lesão intraepitelial de alto grau (compreendendo neoplasia intraepiteliais cervicais Grau II e III). Encaminhada para a casa da mulher, orientada quanto ao encaminhamento, sobre a importância de se resguardar e suspender as relações sexuais e ao não abandono das consultas marcadas. _________________________________________ Ac. UNAMA: Marcio Magalhães. 4.6.2 Diagnóstico de Enfermagem, Resultados Esperados 1- DE: Disfunção Sexual relacionada a dor durante as relações sexuais, evidenciada pela inabilidade para alcançar satisfação sexual. (D: 8; C:2) RE. Paciente compreendera a importância de não manter relações sexuais em toda a fase do acompanhamento conforme as orientações dadas. 2- DE: Autonegligência relacionada a falta de adesão, atividades de saúde, evidenciada pelo atraso de atendimento de saúde. (D: 4; C:5) RE. Paciente terá conhecimento sobre a importância da procura dos serviços de saúde. 3- DE: Conhecimento deficiente relacionado a limitação cognitiva acerca do estado de saúde, evidenciado por baixa escolaridade. (D: 5; C:4) RE: O paciente irá compreender sobre seu estado de saúde e a importância do tratamento de sua patologia baseada nas orientações que forem prestadas. 4- DE: Medo relacionado a preocupação com o estado de saúde evidenciado por autossegurança diminuída. (D:9; C:2) RE: Paciente terá preocupação diminuída conforme as explicações prestadas pelo enfermeiro sobre o tratamento e a recuperação de sua saúde. 5- DE: Risco de Sangramento evidenciado por quadros de hemorragia (D: 11; C:2) RE: Paciente apresentara melhoras do quadro de sangramento no decorrer de seu tratamento. 4.6.3 Prescrição de Enfermagem 1 - Promover ambiente de apoio para discussão de problemas relacionados a disfunção sexual; Compreender os valores pessoais do paciente, crendices, influencias culturais e mitos. 2 - Orientar paciente quanto a importância de sua vinda periódica ao serviço de saúde; Solicitar busca ativa dos ACS’s em caso de ausência no comparecimento a unidade no dia e hora marcada; Encaminhar paciente para serviço de assistência social. 3 - Determinar o foco da conversa de acordo com a necessidade do paciente através de comunicação, explicando de forma objetiva e clara sobre sua patologia, consequências e tratamento; Utilizar de métodos que seja de fácil entendimento para a mesma. 4 - Explicar a eficácia do tratamento; Orientar paciente que não abandone os agendamentos e as consultas marcadas pelo médico ou enfermeiro; Orientar seus familiares quanto o consolo e a conversa no decorrer do tratamento. 5 - Orientar paciente sobre o uso de sulfato ferroso e ácido fólico; Orientar a não depilação; Orientar sobre a observação e a comunicação da presença de sangramento 4.6.4 Avaliação A avaliação é uma das etapas de suma importância realizada pelo profissional de enfermagem na assistência prestada ao paciente, pois nos permite observar a eficácia da assistência prestada e a qualidade do cuidado oferecido ao cliente. O paciente em estudo demonstra uma carência na falta de informação sobre a importância do preventivo, portanto o risco dessa pessoa se negligenciar e abandonar o tratamento é muito alto. É de suma importância que o profissional de enfermagem esteja preparado para atender os pacientes que necessitam de atenção nesses casos, orientar quanto o encaminhamento e a volta para consulta médica e de que procure o local de referência é uma tarefa crucial da enfermagem, até mesmo solicitar o ACS para acompanhamento em alguns casos, quanto mais precoce o tratamento, melhores são os resultados, portanto a atenção e as orientações são a conduta mais adequada nesse atendimento. 5 CONCLUSÃO Conclui-se que o estágio supervisionado foi de grande relevância para minha formação acadêmica, onde adquiri um amplo conhecimento técnico científico durante todo o período em que eu tive a grande satisfação de colocar em prática a assistência de enfermagem aos pacientes que necessitam da atenção básica no nosso município. Independente das dificuldades que encontrei nas consultas de enfermagem, na inscrição de pré-natal e imunização, observei que vivenciar a realidade dentro de uma UBS é uma acção onde podemos complementar todo o nosso conhecimento adquirido na teoria dentro da universidade. As atividades nas UBS’s me proporcionaram uma visão ampla de como o profissional de enfermagem deve se posicionar, uma vez que precisamos atender uma grande demanda de pessoas durante todo dia, além do variado tipo de patologia que enfrentamos. A assistência fornecida pela unidade é de ótima qualidade, uma vez que a mesma oferece boa estrutura para prestar um serviço satisfatório para os usuários, graças ao bom profissionalismo da equipe que à compõe. Pude observar que a falta de alguns recursos para atender os pacientes acaba impedindo o trabalho na unidade, é de grande valia que nosso município a saúde seja priorizada por parte dos nossos governantes, pois é através da atenção básica que podemos prevenir um variado tipo de doença. Agradeço de coração pelas oportunidades que a mim foi dada pelas enfermeiras preceptora Sheila e Dhessyca, que sempre me ajudaram muito em minhas dificuldades quanto acadêmico estagiário, pelas dicas que me ofereceram tanto na prática quanto na teoria, na assistência prestada ao paciente na elaboração do estudo de caso e no meu e crescimento profissional como futuro enfermeiro. 6 REFERÊNCIAS American Cancer Society. 03 de janeiro de 2020. Instituto Oncoguia. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/cervical-cancer/about/what-is-cervical-cancer.html. Acesso em 14 de julho de 2020. Brasil. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 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