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Estuários, Marismas e Manguezais
Estuário
Corpo de água costeiro, com circulação mais ou menos restrita, que tem ligação com o oceano aberto, e no qual a água do mar é diluída com água doce derivada da drenagem continental. 
É uma zona de transição entre o continente e o oceano.
São interface instáveis, ou seja, possuem propriedades físicas, químicas e biológicas muito variáveis. 
OBS. Desembocadura é o local onde a água de um corpo d’água fluente se encontra com outro corpo d’água.
Principais tipos de desembocadura de água de drenagem continental no oceano 
Laguna – É o tipo mais fechado, possui uma ilha barreira na frente da ligação com o mar aberto, fazendo com que essa ligação se dê por uma área muito restrita. A maior parte da mistura de água doce com salgada acaba ficando represada. 
Laguna Estuarina - Possui uma abertura maior em relação ao mar aberto, no entanto ainda tem uma barreira sedimentar fechando parte de sua abertura. Possui uma drenagem direta e eficiente para o oceano. 
Estuário – Área onde o rio se alarga em direção ao mar e que possui sedimentação nas laterais. Possui um gradiente sensível e mensurável de salinidade. 
Delta Estuarino – Alargamento do rio em direção ao mar, com a presença de ilhas ou acúmulos sedimentares. Modificando a troca de salinidade entre as águas doce e salgadas
Delta – Vazão de grande rio que cria uma planície litorânea extensa, onde o rio acaba por se ramificar em várias entradas de água doce menores.
Principais tipos de Estuários (de acordo com o gradiente de salinidade) 
Altamente Estratificado – Vazão de grande porte do rio que fica sobre uma cunha salina, que entra via maré pelo assoalho oceânico. Existe uma zona de mistura nesse Estuário, mas também há uma grande estabilidade entre a água salgada e doce. 
Moderadamente Estratificado – Isolinhas de salinidade perpendiculares em relação ao assoalho oceânico. 
Verticalmente Estratificado – A maré possui uma influência muito grande na mistura das águas, fazendo com que a entrada de água salgada esteja intimamente ligada com as marés baixas e altas.
Processos Sedimentares de Estuários 
· Sedimentos tipicamente finos, com predomínio de silte e argila, exceto onde as correntes são intensas. 
· Partículas finas (provenientes de rios e do mar) floculam nas áreas de salinidade entre 11-14% e decantam em tempo calmo. O fundo então acaba tendo agregados de matéria orgânica sobre o silte e a argila.
· Na presença de ventos, o material fino pode acabar sendo remobilizado, mas uma vez depositado, é difícil de ser removido.
· Pode ocorre enclave de cascalhos ou restos calcários biogênicos. 
· Materiais orgânicos, de origem continental e marinha também são depositados. 
Importância da sedimentação para a fauna bentônica 
· A matéria orgânica acumulada é um reservatório de alimento para os organismos estuarinos.
· Partículas menores tem maior área e superfície em relação ao volume, favorecendo a colonização por bactérias. 
Ação de ondas e correntes 
· Estuários, em geral, são sistemas sob águas calmas e reduzida ação de ondas.
· Correntes são causadas por ações de maré e fluxo de rios e geralmente estão confinadas a canais onde o aumento de velocidade pode causar erosão dos sedimentos. 
Variação de salinidade
· É função do fluxo de água doce e das marés, além de variar com a estação do ano (seca ou alta pluviosidade) e a topografia do estuário.
· Variações ao longo do ano, em geral, resultam de mudanças na evaporação, no fluxo de água doce ou de ambos 
OBS. Nos estuários, os invertebrados tem que manter os líquidos corporais de forma mais concentrada que o meio externo. Variações de salinidade requerem ajustes tanto da composição iônica dos fluidos celulares como na concentração total de materiais dissolvidos nos organismos. 
Crustáceos Decápodes 
Caranguejos, lagostins e certos camarões tem osmorregulação bem desenvolvida (ainda mais por serem organismos que entram e saem dos estuários).
· Glândulas antenais controlam a pressão do líquido interno, e até certo ponto, a quantidade de íons. 
· O exoesqueleto (cutícula expeça de carbonato de cálcio depositada sobre o epitélio) diminui a permeabilidade do corpo. 
· Crustáceos como o Siri azul (Callinectes) tem um ciclo de vida no qual as larvas se desenvolvem no mar e migram como juvenis para o estuário. 
Moluscos 
· Excretam Amônia (basicamente uma urina superconcentrada para poder se livrar do sal)
· A maioria é osmoconformista (não tem adaptações para se osmorregular) então quando a salinidade cai muito, eles fecham suas conchas (principalmente os bivalves).
Equinodermos 
· Têm fluidos corporais isosmóticos com a água do mar (tem mais ou menos os mesmos níveis osmóticos), mas não são capazes de realizar a osmorregulação. Por esse fato, nos estuários, os equinodermos sempre irão ocupar as áreas com maior concentração de salinidade.
· A excreção ocorre por meio de difusão através de áreas finas da superfície especificas para a remoção de compostos nitrogenados.
Variação da riqueza e composição das espécies 
· Principal força: Gradiente de salinidade 
· Duas áreas críticas (onde a seleção natural é mais “intensa”)
· Desembocadura – Por ser o local onde ocorre a mistura da água doce com a salgada, os organismos marinhos precisam se ajustar fisiologicamente a salinidade menor. Os organismos dessa região precisam ter uma boa osmorregulação, por isso ela é mais comumente ocupada por crustáceos. 
· Região de Salinidade Critica (3 a 8%) – Local com a menor riqueza de espécies, sejam de água doce ou salgada. Um pouco a frente desse ponto, se encontram as espécies exclusivamente de água doce.
OBS. Os estuários podem interferir com o tamanho dos organismos, de forma que quanto maior a salinidade, maiores serão os indivíduos (principalmente em bivalves). 
Larvas de alguns invertebrados podem sofrer uma migração diária, na qual nadam para o fundo na mare vazante e para o topo na mare enchente.
Consequências do ambiente estuarino em relação a fauna: 
Há um menor número de espécies em estuários do que em habitats marinhos devido as condições ambientais variáveis (principalmente a salinidade).
Como poucas espécies conseguem ocupar os estuários, há pouca competição e como resultado, temos um número muito grande de populações com poucas espécies.
Sistemas Estuarinos apresentam
· Alto nível de nutrientes, derivados da drenagem terrestre. 
· Produtividade bentônica primária alta, devido à baixa profundidade.
· Acumulo de detritos, sedimentados e matéria orgânica em suspensão, devido à baixa intensidade de ondas. Esse acumulo escurece a água, fazendo com que as espécies de produtores primários que habitam essa região sejam de tipos que necessitam de pouca luminosidade para fazer fotossíntese (geralmente diatomáceas). 
· Reposição continua de nutrientes para os produtores primários, devido a maré. 
A Combinação desses fatores facilita o desenvolvimento de 
· Marismas e Manguezais nos níveis superiores da zona das marés 
· Pradarias de Angiospermas (“seagrasses”) nos níveis inferiores 
OBS. A alta biomassa de microfitobentos sobre os sedimentos e plantas. 
Marismas (Salt Marsh)
· Sistema formado por gramíneas (monocotiledôneas) tolerantes a salinidade que retêm sedimentos finos. A principal planta desses ambientes é a Spartina alterniflora. 
· Ocorrem em grandes áreas extensas e relativamente planas da zona entre marés em águas calmas e sedimentos com pouco oxigênio. 
· Plantas com rizoma bem desenvolvido e com raízes que reservam ar em bolsas internas (aerênquima), também absorvem nutrientes. 
· Reprodução vegetativa é a principal forma de espalhamento dessas plantas, no entanto, também ocorre a reprodução sexuada 
· As folhas podem reduzir a velocidade das correntes no entorno e acelerar a deposição local de sedimentos finos.
· São características das regiões temperadas mas ocorrem também em regiões tropicais. 
Zonação das Marismas 
A zonação nas marismas é bem menos visível do que as dos costões rochosos e até mesmo das praiasde areia.
· Na região correspondente ao infralitoal, se encontram as Spartina alterniflora, que toleram um alto teor de salinidade, essa espécie de planta vai diminuindo de tamanho conforme se afasta da água do mar em direção a um ambiente mais terrestre e vai sendo substituída por outras espécies. Nessa região também se encontram mexilhões do gênero Geukensia, no entanto, diferente dos costões rochosos, nas marismas, os mexilhões vivem enterrados e fazem parte da infauna. 
· Na região correspondente ao mediolitoral, se encontram espécies de gramíneas como a Distichlis spicata e outras espécies de spartina como a Spartina patens. Ao longo de toda essa região podem ser encontrados caranguejos do gênero Uca.
· A zona mais alta desses ambientes de marisma, e já terrestre, é caracterizada pela presença de Juncus gerardii, uma espécie de bambu.
Macrofauna bentônica em MARISMAS de Spartina alterniflora no litoral sudeste brasileiro.
Epifauna associada as folhas da planta
· Isópodes - Sphaeromopsis mourei e Tholozodium rhombofrontalis
· Anfípode - Parhyale hawaiensis
· Gastrópode - Littorina flava
Infauna associada a raízes e sedimentos
· Poliqueta - Laeonereis acuta, Nereis oligohalina e Isolda pulchella
· Tanaidácea - Kalliapseudes schubarti
· Caranguejo - Uca leptodactyla 
· Gastrópode - Neritina virginea
OBS. A diversidade e densidade média são maiores em áreas com Spartina 
A Spartina oferece uma maior complexidade de habitat acima da superfície (presença de talos/tufos, filmes de microalgas ou detritos nos talos e folhas), ou seja, são disponibilizados mais nichos para serem ocupados pela fauna além de mais alimento. 
A presença da Spartina também serve como abrigo para várias espécies de animais pelo fato de ajudar a reduzir as correntes. 
Baixios lamosos (Mud Flats) 
· Possuem muitas algas clorófitas no sedimento (Rhizoclonium, Enteromorpha, Cladophora)
· Ocorrem nas zonas entremarés, geralmente abaixo dos níveis das marismas e manguezais 
· Possuem muitos Microfitobentos (algas unicelulares que se encontram aderidas à superfície dos substratos inertes em ambiente aquático), como as microalgas (diatomáceas e dinoflagelados) cianofíceas e clorófitas que cobrem e colorem o sedimento. Essas microalgas fixam o nitrogênio atmosférico (N2) e o convertem em nitrato além de utilizarem os nutrientes das águas estuarinas. 
Fauna dos baixios lamosos 
Meiofauna – Vivem nos primeiros centímetros do sedimento, e atuam na remineralização da matéria orgânica. 
Macrofauna – Composta principalmente por uma infauna de poliquetas e bivalves, também estão presentes gastrópodes, caranguejos e siris.
Manguezais 
· Constituído por espécies lenhosas típicas (angiospermas) com sistema radicular em substrato plano e lamoso. As raízes dessas arvores se abrem lateralmente de foram a aumentar sua área, e permitir uma sustentação no solo lamoso. 
· Ocorre em áreas sob variação de marés
· Geralmente em regiões onde há a mistura de água doce e salgada em aguas abrigadas de região tropical e subtropical 
25% do litoral da américa do sul é ocupado por manguezais.
No Brasil, a maior parte dos manguezais ocorre no norte, onde as plantas são as mais altas. 
O sistema radicular é adaptado ao sedimento mole e pouco aerado, de forma que raízes aéreas, se projetam no ar para obter oxigênio (rizóforos e pneumatóforos).
As “raízes” de parte dessas plantas são caules adventícios, que nascem com geotaxia positiva e crescem em direção ao solo com o intuito de se fixarem e aumentarem a largura da base de sustentação da planta. 
As plantas dos manguezais possuem folhas grossas e ricas em lignina para diminuir a perda d’água e tanino (inibidor enzimático) que evita o apodrecimento dos tecidos.
Zonação no Manguezal (de acordo com a flora)
· Na região mais próxima da água, se encontra a Rhizophora. 
· Um pouco além da água se encontra a Avicennia. 
· Na parte do manguezal que apenas recebe borrifos, se encontra a Laguncularia
Zonação do Manguezal (de acordo com a fauna)
A fauna no manguezal é dividida pela associada ao fundo duro (raízes e troncos das árvores), que é uma epifauna e uma infauna associado ao substrato inconsolidado que é o fundo mole.
Espécies mais comuns dos manguezais brasileiros 
· Caranguejos da família Grapsidae, são extremamente tolerantes ao ambiente terrestre, ao ponto de alguns membro das família viverem em arvores, como o caranguejo marinheiro ou aratu-do-mangue (Aratus pisonii). Também existem aqueles mais próximos do solo e que se alimentam de bactérias e fungos que eles criam em folhas dentro de suas tocas (Seasarma).
· Siris da família Portunidae, vivem no infralitoral, são eurialinos (capaz de suportar grandes variação de sal na água), principalmente detritívoros, mas podem ser carnívoros. O principal membro dessa família é o siri-açú (Callinectes danae). 
· Caranguejos da família Gercacinidae, os conhecidos guaiamus, vivem em tocas na faixa de transição com a terra firme (semi-terrestre), raramente atingida pelas marés, e se alimentam de folhas que levam para suas tocas. 
Importância dos ecossistemas estuarinos 
· Conservação da Linha da costa – Proteção contra a erosão e aumento da deposição de sedimentos devido a presença da vegetação estuarina. 
· Filtros biológicos da água – São capazes de reter poluentes como esgotos.
· Berçários – Servem de local para animais desovarem e os filhotes se desenvolverem, ajudando os pescadores. Também serve de local de alimentação e proteção para crustáceos, peixes e aves. Isso se deve principalmente pela diminuição da velocidade das corretes que o ambiente oferece. 
Funcionamento – Produção primária anual de diversos produtores marinhos
 
Gramíneas marinhas: Geralmente menos de 10% da produção de gramíneas marinha é consumida por herbívoros. A maior parte da produção foliar se torna detrito no ambiente e é decomposta. 
Folhas de mangue: São consumidas por alguns caranguejos apenas 
OBS. A maior parte da matéria vegetal se decompõe e pode suportar grandes populações de bactérias, fungos, protistas decompositores, meiofauna e detritívoros.
As marismas e manguezais produzem grandes quantidades de matéria orgânica particulada e dissolvida, que podem influenciar as tramas tróficas do bentos desses sistemas e de sistemas costeiros marinhos.
Trama trófica em ambiente estuarino 
 
Efeitos Antrópicos 
Os estuários, manguezais e marismas estão sujeitos a tais efeitos como: 
· Desenvolvimento de cidades, portos e complexos industriais.
· Destruição da vegetação, aterros, depósitos de lixo, dragagens, introdução de contaminantes (esgotos urbanos, industriais e água de refino) e derrames de óleo

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