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Contabilidade Financeira – Resumo das Aulas Aula 1 Tema 01: Origem, Objeto e Patrimônio A Contabilidade é uma ciência do ramo das ciências sociais aplicadas, que objetiva o controle do patrimônio das entidades, fornecendo informações aos seus diversos grupos de usuários para a tomada de decisão. A Contabilidade Financeira elabora demonstrações para atender às necessidades de seus usuários. Como o objetivo da Contabilidade é o controle do patrimônio, podemos afirmar que o registro dos bens, rebanhos, pertences, objetos de trocas, entre outros itens obtidos pelos povos mais primitivos equivale ao registro contábil, embora ainda de forma simples. A origem da Contabilidade está ligada diretamente à evidenciação da riqueza patrimonial, seja inicialmente em inscrições rupestres nas cavernas ou com registros em pedaços de argila, papiros ou papel, acompanhando a evolução da humanidade. É o objeto da Contabilidade. Santos et al. (2011, p. 27) conceituam o patrimônio como: o conjunto de bens materiais e imateriais, direitos e obrigações avaliáveis em moeda e vinculados à entidade pela propriedade, posse ou controle, dos quais a mesma possa dispor no desenvolvimento de seus negócios. Vamos analisar cada um dos termos: 1. Bens: São os itens pertencentes à entidade, avaliáveis em dinheiro e utilizados para a satisfação das necessidades humanas. Podem ser classificados de acordo com o ponto de vista contábil ou quanto a sua natureza. Quanto ao ponto de vista contábil, Ávila (2011) divide em: a. Bens de troca: são os que têm por finalidade serem trocados por outros bens, direitos ou obrigações. São comumente conhecidos como mercadorias, mas o próprio dinheiro constitui- se em bens de troca. b. Bens de uso: são os bens utilizados pela empresa de maneira permanente, que não desaparecem após o uso, podendo ser utilizados mais vezes. Como exemplo citamos os veículos, os imóveis, as máquinas, os equipamentos de informática etc. c. Bens de consumo: são os bens consumidos durante o processo de utilização. Não podem ser utilizados novamente, pois desaparecem durante a utilização pela empresa. Como exemplo citamos o material de expediente, o combustível, o adubo etc. Quanto à natureza, Ribeiro (2011) divide os bens em: a. Materiais: são os bens tangíveis, que possuem corpo (corpóreos). Como exemplo citamos a matéria-prima, as máquinas, as peças, as mercadorias etc. b. Imateriais: são os bens intangíveis, que não possuem corpo (incorpóreos). São gastos realizados pela empresa, embora não possuam substância física, são considerados bens com valor econômico. Como exemplo citamos marcas, patentes, fundo de comércios etc. 2. Direitos: são os valores que a empresa tem a receber de terceiros. As operações realizadas pelas empresas originam valores a receber de terceiros, que representam os direitos da empresa. Como exemplo citamos os valores a receber originados das vendas a prazo, duplicatas a receber, aluguéis a receber, impostos a recuperar etc. 3. Obrigações: são os valores que a empresa tem a pagar para terceiros. Representam dívidas que a empresa assume com terceiros, que irão requerer a saída de recursos. Como exemplo, citamos os valores com fornecedores, contas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar etc. Tema 02: Usuários da Contabilidade As Demonstrações contábeis da companhia podem responder a questões como: A empresa possui recursos financeiros em caixa ou no banco? Como está a inadimplência da carteira de clientes da empresa? Os veículos utilizados nas atividades são novos ou já estão com a vida útil avançada, necessitando-se de novas aquisições? A empresa está endividada com terceiros, como fornecedores ou instituições financeiras? A empresa apresenta lucro e possui custos baixos? Essas são algumas das perguntas que podem ser respondidas com a análise dos balanços da companhia. Neste caso, é importante que o balanço seja confiável e preferencialmente validado por auditores independentes, que garantem a qualidade no processo e nos números contábeis apresentados. Esse é um grupo de usuários (o grupo de investidores) que pode valerse das informações geradas pelas empresas. Os usuários contábeis são divididos em internos e externos: Usuários internos: representa o grupo de usuários que tem sua atuação dentro da empresa. É o usuário que administra ou participa, direta ou indiretamente, na gestão da empresa. Como exemplo pode-se citar diretores, gestores e administradores. A Contabilidade voltada para esse público é denominada Contabilidade Gerencial, que objetiva o fornecimento de informações customizadas, ou seja, elaboradas de acordo com as necessidades específicas desses usuários, para que possam utilizá-las no controle e direcionamento dos negócios. Usuários externos: representa o grupo de usuários que não participa do processo de gestão da empresa. Como exemplo pode-se citar investidores, fornecedores, bancos e governo. A Contabilidade que fornece informações a esse grupo de usuários é denominada Contabilidade Financeira, que elabora Demonstrações Contábeis observando as normas e legislação vigente. É mais rígida que a Contabilidade Gerencial, pois além de fornecer informações úteis e que reflitam as operações da empresa, precisa possibilitar a comparação entre empresas. Vamos analisar agora alguns usuários e as respectivas necessidades, de acordo com Ludícibus et al. (2010) Tema 03: Princípios da Contabilidade Você já se perguntou como é possível a comparação de empresas que atuam em setores diferentes e tenham tamanhos e operações distintos? A comparação é possível pois a Contabilidade possui estruturas conceituais que devem ser observadas por todos as empresas no registro, na apuração e na elaboração dos seus demonstrativos. São os Postulados, os Princípios e as Convenções que devem ser seguidos na prática contábil. Vamos primeiro definir o que são postulados, princípios e convenções, segundo Ludícibus (2010): Postulados: são definidos como pilares da estrutura conceitual da Contabilidade, servindo de base para a construção de princípios e convenções. Representa uma proposição ou observação de certa realidade que pode ser considerada não sujeita à verificação, sendo um consenso. Princípios: são conceituados como premissas básicas acerca dos fenômenos e eventos contemplados pela Contabilidade, premissas que são a cristalização da análise e observação da realidade econômica, social e institucional. Representam regras que fornecem a base para a doutrina contábil e devem ser observadas pela prática contábil. Convenções: se os princípios representam regras principais e amplas acerca dos fenômenos contábeis, as convenções representam os limites, restringindo ou qualificando as ações dos profissionais envolvidos com a Contabilidade. Tema 04: Equação Patrimonial O objeto de estudo da Contabilidade é o Patrimônio das entidades, que é composto pelos bens, pelos direitos e pelas obrigações. O patrimônio possui características qualitativas e quantitativas: Características qualitativas: representam a divisão do patrimônio nos elementos que o compõem, como prédios, veículos, máquinas, valores a pagar, entre outros. Esses elementos são agrupados de acordo com as suas características, ou seja, os veículos da empresa estarão nominados na conta de veículos, independentemente do tipo. Características quantitativas: representam os valores atribuídos a cada um dos elementos do patrimônio. Demonstram os montantes que os bens, os direitos e as obrigações estão registrados na empresa. O patrimônio de uma empresa é demonstrado por meio do Balanço Patrimonial, que é uma Demonstração Contábil com dois lados, representando uma balança que se equilibra entre os bens, os direitos e as obrigações.Representação gráfica do Patrimônio Na representação gráfica, de acordo com Leite (2010, p. 7), utiliza-se o "T" para demonstrar o Patrimônio de uma entidade. Do lado esquerdo do T, coloca-se os bens e direitos, elementos considerados positivos do patrimônio que passam a ser denominados Ativo; do lado direito são elencadas as obrigações, os elementos negativos que passam a ser reconhecidos como Passivo e Patrimônio Líquido de um patrimônio. Para saber meu patrimônio liquido eu FAÇO ATIVO MENOS PASSIVO ! O Capital Social representa o montante que os sócios colocam a disposição da empresa no momento da sua constituição ou quando ocorre um aumento de capital. Na estrutura do Balanço Patrimonial, identificamos também a origem dos recursos da empresa e a respectiva aplicação dos recursos. Origem dos recursos: o Passivo e o Patrimônio Líquido representam a origem dos recursos da entidade, divididos em Capital de Terceiros e Capital Próprio. O capital próprio representa os valores que os sócios disponibilizaram para a entidade. O capital de terceiros representa os montantes que a empresa obtém com terceiros, como empréstimos, e que deverão ser pagos nas datas de vencimento. A partir do momento que a atividade da empresa gera resultados, o lucro passa a ser a fonte dos recursos, mas como o lucro pertence aos sócios da empresa, permanece o Patrimônio Líquido como fonte geradora de recursos. Aplicação dos recursos: os valores originados do Passivo e do Patrimônio líquido são investidos no Ativo, na forma de recursos monetário em caixa, bancos ou aplicações, aquisição de mercadorias e bens para o ativo imobilizado da empresa. São os investimentos necessários para as operações da empresa, seja comércio, indústria ou prestação de serviços. Observe a representação das Origens e Aplicações: Vamos interpretar a situação da empresa? O total do Patrimônio da empresa é R$ 100.000,00, composto por BENS (dinheiro, veículo e edificação). A empresa ainda não tem Direitos a Receber. Os bens registrados no Ativo representam a aplicação dos recursos. A origem dos recursos é de Capital Próprio, representado pelos recursos dos sócios. Representa a Obrigação da empresa com seus sócios. A empresa ainda não tem Obrigações com Terceiros (por exemplo com fornecedores). A equação patrimonial sempre demonstrará o total do Ativo igual ao total do Passivo somado ao Total do Patrimônio Líquido. Podemos reescrever a equação patrimonial e chegar no conceito de Patrimônio Líquido, que é a diferença entre o Ativo e o Passivo. Representa o valor residual, ou seja, é o valor que sobra para os sócios se a empresa for liquidada. Também é denominado Situação Líquida. Revela a inexistência de dívidas (Passivo); logo todo o Ativo é dos sócios e não há obrigações de terceiros sobre ele. Nesse caso, a situação líquida (PL) chama-se Situação Líquida Positiva. se Situação Líquida Passiva, Negativa, Deficitária, Desfavorável, Passivo a Descoberto Tema 05: Método das Partidas Dobradas As contas são classificadas em Contas Patrimoniais e de Resultado. Vamos analisar cada um desses grupos: 1. Contas Patrimoniais: São utilizadas para controle e apuração do patrimônio. Estão divididas em: Contas do Ativo: como exemplo as contas de Clientes, Impostos a Recuperar, Estoque de Mercadorias, Equipamentos de informática etc. Contas do Passivo Exigível: como exemplo as contas de Fornecedores, Arrendamento Mercantil, Impostos a Pagar, Financiamentos etc. Contas do Patrimônio Líquido: como exemplo as contas do Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Ajuste de Avaliação Patrimonial etc. Também são consideradas patrimoniais as contas Retificadoras (ou Redutoras), isto é, contas negativas dos grupos aos quais pertençam. Tais contas não trabalham sozinhas, pois são subtraídas de outras contas, as quais chamamos de retificadas (FERRARI, 2013, p. 179). 2. Contas de Resultado: São utilizadas para a apuração do resultado do exercício (lucro ou prejuízo). São elas: Contas de receitas: como exemplo citamos as Vendas de Mercadorias, Receita de Prestação de Serviço, Juros Recebidos, Variação Cambial, etc. Contas de despesas: como exemplo citamos as despesas com salários, energia elétrica, impostos, juros pagos etc. 3. Contas de Compensação São utilizadas para registro de operações que não interferem no patrimônio da empresa. Uma assinatura de um contrato de fornecimento de produtos ainda não é uma operação que deve ser contabilizada, pois não altera o patrimônio e dependerá de outros acontecimentos. Mas a empresa pode controlar tais eventos em contas de compensação, que não correspondem a contas patrimoniais ou de resultado Método das Partidas Dobradas Crepaldi (2010, p. 108) explica que “o método das partidas dobradas, também conhecido como ‘digrafia’, foi estudado e difundido pelo frade italiano Luca Paccioli, em 1494, permanecendo até hoje”. O método indica que para o registro de qualquer operação contábil deve haver um débito em uma ou mais contas e um correspondente crédito em uma ou mais contas. Os montantes debitados serão sempre iguais aos montantes creditados. Desta forma, não há um débito sem um crédito de igual valor. Mecanismos de débitos e créditos De acordo com Leite (2010), todas as operações ocasionam aumentos e diminuições de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Esses aumentos e diminuições são indicados por meio dos débitos e créditos efetuados nas contas Debitar uma conta é registrar um valor na coluna do débito. Creditar uma conta é registrar um valor na coluna do crédito. No exemplo, temos o registro a crédito na conta do Capital Social, demonstrando a origem do recurso e o respectivo registro da obrigação com os sócios, e a contrapartida contabilizada a débito na conta do caixa, demonstrando a aplicação do recurso recebido em um bem (dinheiro no caixa). Saldo de uma conta É a diferença positiva entre o total de débitos e o total de créditos efetuados na conta. Dessa forma, demonstrando de acordo com Ferrari (2013, p. 183), existem dois tipos de saldo: Saldo a débito / devedor: se o total de débitos for maior que o total de créditos; Saldo a crédito / credor: se o total de créditos for maior que o total de débitos. As contas que possuem os seus saldos a débito (ou devedores) são: Contas do Ativo; Contas retificadoras do Passivo Exigível e PL; Contas de Despesas. As contas que possuem os seus saldos a crédito (ou credoras) são: Contas do Passivo Exigível e Patrimônio Líquido; Contas retificadoras do Ativo; Contas de Receita. Podemos montar um resumo de como os saldos das contas se modificam pelo método das partidas dobradas: Lançamentos Contábeis Lançamento é o nome atribuído ao registro de operações na Contabilidade. As operações da empresa geram lançamentos, constituídos de cinco elementos essenciais, que são: Data da ocorrência do fato; Conta a ser debitada; Conta a ser creditada; Histórico; Valor. As explicações sobre os elementos são detalhados por Favero et al. (2011): A data da ocorrência do fato é imprescindível para que possamos observar se a escrituração está sendo feita em ordem cronológica O histórico evidencia as características qualitativas da operação realizada, destacando detalhes importantes dos bens, dos direitos, das obrigações, das despesas e das receitas. O valor representa a característica quantitativa da operação, indicando, portanto, sua qualidade de evidenciar o patrimônio das entidades em seu aspecto qualitativo. Vamos simular alguns lançamentos contábeis de exemplo utilizando o método das partidas dobradas: a. Compra de mercadorias para revenda à vista, no valor de R$ 1.000,00, pago por meio de depósitobancário: Para realizar os lançamentos contábeis, é necessário interpretar a operação determinando alguns aspectos como: A operação envolve aquisição de bens? No caso de mercadorias. Houve um pagamento imediato ou a empresa ficou com valores a pagar (obrigações)? Houve o pagamento (saída de recursos) pelo banco. Os Ativos possuem saldo a débito (ou devedor), e os valores aumentam pelo débito. Portanto, a conta de mercadorias é debitada, sinalizando que houve aumento no saldo dessa conta. As contas do Ativo são creditadas quando o saldo diminui. No caso da conta do banco, como diminui o valor pelo pagamento efetuado, houve o lançamento a crédito. b. Compra de um computador para as atividades da empresa a prazo, no valor de R$ 3.000,00: Vamos interpretar a operação: A operação envolve aquisição de bens? No caso equipamentos de informática. Houve pagamento imediato ou a empresa ficou com valores a pagar (obrigações)? A aquisição foi a prazo, ficando uma obrigação a ser paga = Fornecedores ou Duplicatas a Pagar. Os Ativos possuem saldo a débito (ou devedor) e os valores aumentam pelo débito. Portanto, a conta de informática é debitada, sinalizando que houve aumento no saldo dessa conta. As contas do Passivo e Patrimônio Líquido são creditadas quando o saldo aumenta. No caso da conta Fornecedores, o saldo aumenta com o lançamento a crédito, pois é necessário registrar a obrigação (dívida) junto ao fornecedor. Aula 2 Tema 1: Plano de Contas O plano de contas orienta a escrituração contábil de uma empresa, introduzindo uma padronização nas contas contábeis utilizadas para o registro das operações da empresa. Segundo Iudícibus e Marion (2010, p.49), o plano de contas “é o conjunto de contas, previamente estabelecido, para orientar a execução da contabilidade de uma empresa” Sua elaboração deve levar em consideração algumas características da empresa em que será utilizado, como (a) o tamanho da empresa, (b) as atividades desenvolvidas por esta, (c) o nível de interesse dos usuários, (d) os sistemas utilizados pela organização. Um bom plano de contas deve ser útil tanto para a contabilização, quanto para o fornecimento de informações para os demais setores e/ou departamentos da empresa. Uma das principais características de um bom plano de contas é a sua flexibilidade, para que assim permita a modificação, inclusão e alteração das contas, de acordo com a evolução dos negócios da empresa. Diversos autores recomendam a codificação do Plano de Contas para facilitar a identificação das contas. A codificação no primeiro nível seria: 1. para todas as contas do Ativo; 2. para todas as contas do Passivo e Patrimônio Líquido; 3. para todas as contas de Receitas, Deduções da Receita, Custos e Despesas (alguns autores e empresas utilizam mais divisões para as contas de Resultados, como 3 para Receita, 4 para Despesas, etc.). A codificação do segundo nível seria: Contas do Ativo 1.1 Ativo Circulante (curto prazo, até 12 meses); 1.2 Ativo Não Circulante (longo prazo, acima de 12 meses). Dentro de cada um dos subgrupos (1.1 e 1.2), a abertura das contas obedece ao critério de liquidez do recebimento, ou seja, as primeiras são as que mais facilmente são convertidas em dinheiro. Contas do Passivo e Patrimônio Líquido 2.1 Passivo Circulante (curto prazo, acima de 12 meses); 2.2 Passivo Não Circulante (longo prazo, acima de 12 meses); 2.3 Patrimônio Líquido. Dentro de cada um dos subgrupos (2.1, 2.2 e 2.3) a abertura das contas obedece ao critério de prioridade no pagamento, ou seja, as primeiras contas são as que primeiramente deverão ser liquidadas. Contas de Resultado A abertura das contas é de acordo com a Estrutura da Demonstração do Resultado, que estudaremos nas aulas seguintes. A codificação do terceiro nível em diante seria: Caixa e Equivalentes de Caixa; Caixa; Caixa Matriz; Bancos; Banco A Neste nível são criadas contas de subgrupos contábeis (ex: Caixa) e contas contábeis que receberão os lançamentos (ex: Caixa Matriz). Para simplificar, vamos acompanhar agora um exemplo das primeiras contas da estrutura de um Plano de Contas: 1 Ativo 1.1 Ativo Circulante 1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa 1.1.1.1 Caixa 1.1.1.1.1 Caixa Matriz 1.1.1.1.2 Caixa Filial 1 1.1.1.2 Bancos Conta movimento 1.1.1.2.1 Banco A 1.1.1.2.2 Banco B Contas Sintéticas e Analíticas Aproveitando o exemplo apresentado, é preciso observar que algumas contas não terão lançamentos contábeis, porém serão utilizadas para mostrar o somatório das contas dentro de cada grupo. Os lançamentos são efetuados somente nas contas chamadas de analíticas. A divisão entre contas é a seguinte: Sintéticas: contas títulos, que não recebem lançamentos, só totalizam os valores. Ex: Ativo, Ativo Circulante, Caixa e Equivalentes de Caixa, Caixa e Bancos Conta Movimento. Analíticas: contas que recebem lançamentos. Ex: Caixa Matriz, Caixa Filial 1, Banco A e Banco B. Tema 2: Regime de Competência e de Caixa A contabilidade utiliza-se do Regime de Competência para a realização dos lançamentos e, de acordo com o Regime de Competência de Exercícios, as Receitas e as Despesas são consideradas em função do seu fato gerador e não em função do recebimento da Receita ou pagamento da Despesa em dinheiro. Ou seja, independentemente de ter havido o recebimento das Receitas ou pagamento das Despesas, o registro contábil ocorre na data que o evento ocorre e não na data do recebimento ou pagamento dos valores. Por sua vez, o Regime de Caixa é aquele em que são consideradas receitas e despesas do exercício as que efetivamente são recebidas e pagas dentro de determinado período. Vamos ver um exemplo da aplicação do regime de competência no registro contábil dos Salários da empresa: Os salários dos funcionários devem ser pagos até o 5º dia útil do período subsequente. Por exemplo, o salário do mês de março deve ser pago até o 5º dia útil do mês de abril. Caso a empresa opte pelo pagamento em abril, a saída de recursos do caixa/banco da empresa ocorrerá em abril, no entanto, a prestação de serviços por parte dos funcionários para a empresa deu-se durante o mês de março. O registro contábil da despesa com salário deverá ser efetuado em março, que é o fato gerador: O registro pelo regime de competência gera a contabilização de uma DESPESA em março (pois os salários referem-se ao período de março) e um registro de uma OBRIGAÇÃO, no Passivo Circulante, indicando que a empresa terá que pagar a título de Salário o valor destacado. O pagamento será efetuado somente no mês de abril. O Regime de Competência deve ser utilizado para o registro e elaboração das demonstrações, mas, além do regime de competência, existe, conforme Iudicibus et al. (2010, p.74), o “regime de caixa, em que são consideradas receitas e despesas do exercício as que efetivamente são recebidas e pagas dentro desse período”. O regime de caixa é utilizado pela Contabilidade de órgãos públicos e para fins tributários, quando a Legislação fiscal permitir a tributação pelo regime de caixa. Tema 3: Operações de Compra A Contabilidade objetiva o registro de todos os fatos contábeis relacionados a um determinado patrimônio. Fatos contábeis envolvem a alteração do patrimônio de uma entidade, podendo ser no seu aspecto quantitativo ou qualitativo. Antes, é importante destacar que a compra de mercadorias envolve operações de empresas comerciais que possuem como atividade a compra e a venda. Por sua vez, as empresas industriais adquirem matérias-primas, que, após passar por um processo de transformação, geram os produtos que são vendidos pelas empresas. Compra de Mercadorias As empresas comerciais adquirem mercadorias e produtos com o objetivo de revendê-las para outras empresasou para consumidores finais. As compras podem ser à vista ou a prazo. Em ambas as operações ocorre o registro a débito na conta de Estoque – Mercadorias para Revenda. Veja como é o registro contábil dessa operação: Compra à vista: O registro na conta de estoque é o mesmo, mas, como não ocorre o pagamento, há a necessidade do registro da dívida (ou obrigação), representando um crédito na conta do Passivo. Compra de Matérias-Primas e Outros Insumos Quando a empresa é do ramo da indústria, a aquisição é de matériasprimas, que serão transformadas em novos produtos. Esta compra é registrada contabilmente no Ativo da empresa, representando bens pertencentes a esta: Gastos Complementares Outros gastos são incluídos, como custo das mercadorias ou matériasprimas adquiridas. Estes são pagos pelo comprador e necessários para deixar os itens em condições de uso: fretes, seguros, despesas alfandegárias, honorários de despachantes, etc. Esses valores são registrados no Ativo Circulante, na conta do Estoque, a DÉBITO, aumentando o valor das Mercadorias ou Matérias-primas adquiridas. Impostos Incidentes Sobre Compras Nas operações de compras de mercadorias e matérias-primas incidem impostos. Os impostos não cumulativos, como o ICMS (Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação), IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados), COFINS (Contribuição Para o Financiamento da Seguridade Social) e o PIS (Programa de Integração Social), são cobrados pelo vendedor do adquirente. Esses impostos são recuperáveis, ou seja, o imposto pago na aquisição é compensado com o imposto a pagar, recolhendo aos cofres públicos somente a diferença. Importante: conforme explica Ribeiro (2010, p.88), os impostos não cumulativos são aqueles em que o valor do imposto pago em uma operação é compensado no valor do imposto a pagar na operação subsequente. Nas compras de mercadorias e matérias-primas, o valor contabilizado no Estoque corresponde ao valor líquido dos respectivos impostos, pois os mesmos são recuperáveis e utilizados para diminuir os impostos a pagar. Veja um exemplo do registro da uma aquisição de mercadoria, com incidência de ICMS à alíquota de 18%: Devoluções, Abatimentos e Descontos Incondicionais Na sequência vamos conceituar as operações: Devoluções de compras: corresponde à devolução total ou parcial das mercadorias e/ou matérias-primas adquiridas em determinado período. A devolução pode ser motivada por vários fatores, como erro no envio do material, qualidade indevida, quebras no transporte, dentre outros fatores. Os lançamentos contábeis da aquisição são revertidos, anulando as operações realizadas. Abatimentos sobre compras: Ribeiro (2010) explica que as mercadorias adquiridas de fornecedores podem não atender às expectativas da empresa. Neste caso, esta pode devolver (total ou parcialmente) a mercadoria. No entanto, caso exista interesse em ficar com o produto, um abatimento no preço de compra pode ser negociado, ou seja, o valor a ser pago será menor, pois a mercadoria não atende plenamente ao que foi negociado entre as partes. Nesse caso o registro contábil deverá diminuir o valor no estoque e também o valor da obrigação com o fornecedor. Desconto Incondicional: corresponde ao desconto presente no documento fiscal (Nota Fiscal) de compra. São destacados na nota fiscal e o fornecedor não impõe nenhuma condição (por isso é chamado de incondicional ou comercial) para os clientes. Tema 4: Operações de Vendas Vamos exemplificar agora a operação de venda, dividindo-a em três etapas: (a) venda das mercadorias ou produtos; (b) impostos incidentes sobre as vendas; e (c) custo da mercadoria vendida. Vendas das Mercadorias ou Produtos Para uma empresa comercial ou industrial, a operação de venda é a mesma, diferenciando-se somente o nome da conta contábil: Venda de Mercadorias ou Venda de Produtos. A operação de venda pode ser à vista (envolverá a conta Caixa ou conta Bancos) ou a prazo (registrando-a na conta de Clientes ou Contas a Receber). São contas do Ativo, representando um BEM, se o pagamento for em dinheiro ou depósito, ou um DIREITO, se a venda for a prazo, evidenciando um valor a receber do cliente, que é DEBITADA. A contrapartida do lançamento contábil (lembrando que para todo o débito deve haver um crédito de igual valor) será o registro da RECEITA, evidenciada a CRÉDITO na Demonstração do Resultado Impostos Sobre as Vendas Os impostos calculados sobre o valor da venda guardam proporcionalidade com o respectivo valor da transação. São exemplos o ICMS, o PIS e a COFINS, que integram a base de cálculo. Já o IPI, que é cobrado somente das empresas industriais, é adicionado ao preço de venda dos produtos. Vamos analisar a contabilização do ICMS, considerando uma alíquota de 18% sobre o valor de venda de R$2.000,00: Os impostos sobre vendas são contabilizados a DÉBITO em contas REDUTORAS das Vendas. A contabilização a CRÉDITO é realizada em contas do Passivo Circulante, representando uma OBRIGAÇÃO da empresa para com o Fisco, para efetuar o recolhimento do respectivo imposto. Obs.: Lembramos que o valor A PAGAR é compensado com o valor a RECUPERAR, referentes aos impostos pagos na aquisição das mercadorias ou matérias-primas. Ocorre o pagamento somente se o valor a pagar é superior ao valor a recuperar. Custo das Mercadorias ou Produtos Vendidos Quando adquirimos uma Mercadoria, registramos um débito na conta de Estoques. O mesmo procedimento é realizado na aquisição de insumos utilizados na fabricação de produtos. No momento da venda devemos baixar o respectivo valor dos itens vendidos da conta do Estoque, pois a empresa não possui mais as mercadorias ou produtos. Acompanhe o lançamento contábil, que utilizará os mesmos valores das aquisições do Tema 3, no qual adquirimos a Mercadoria por R$1.000,00 e o ICMS a Recuperar representava R$180,00, gerando o valor líquido no estoque de R$ 820,00: Na aquisição da mercadoria, a conta Estoques foi DEBITADA, gerando a entrada de um BEM. Considerando que todas as Mercadorias foram vendidas, a conta é CREDITADA, registrando a saída de todo o estoque. A conta de Custo da Mercadoria Vendida (ou Produtos Vendidos, se for um produto produzido pela empresa) é DEBITADA, recebendo o montante do custo vendido. Devoluções, Abatimentos e Descontos Incondicionais Concedidos: Devoluções de Vendas: correspondem à devolução total ou parcial das mercadorias e/ou matérias-primas vendidas em determinado período. Do mesmo modo que as devoluções de compras, as devoluções de venda podem ser motivadas por vários fatores, como erro no envio das mercadorias, qualidade indevida, quebras no transporte, dentre outros fatores. Abatimentos Sobre Vendas: Caso ocorra problema com a mercadoria vendida e o cliente opte por não devolver a mercadoria, a empresa pode conceder um abatimento, diminuindo o valor que o Cliente deverá pagar pela aquisição efetuada. Desconto Incondicional: corresponde ao desconto presente no documento fiscal (Nota Fiscal) de venda. São também chamados de descontos comerciais, efetivados no momento da venda e destacados na Nota Fiscal. Tema 5: Demonstrações Contábeis Obrigatórias “as demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade”. São objetivos das demonstrações contábeis: I. Proporcionar informações acerca da posição patrimonial e financeira; II. Proporcionar informações acerca do desempenho; III. Gerar informações sobre os fluxos de caixa da entidade; IV. Apresentar os resultados da atuação da administração. Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca dos seguintesitens: ativos; passivos; patrimônio líquido; receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a estes; fluxos de caixa. O conjunto completo de demonstrações contábeis elencados no item 10 do CPC 26 (2011) compreende: balanço patrimonial ao final do período; demonstração do resultado do período; demonstração do resultado abrangente do período; demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; demonstração dos fluxos de caixa do período; demonstração do valor adicionado; notas explicativas. Balanço Patrimonial (BP) Balanço Patrimonial tem por finalidade evidenciar, de forma qualitativa e quantitativamente, a situação patrimonial e financeira da empresa. É apurada periodicamente e representa uma fotografia da empresa em determinado momento. Apresenta de forma ordenada os elementos componentes do patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Demonstração do Resultado (DR) “Demonstração do Resultado é uma demonstração contábil que evidencia o resultado econômico, isto é, o lucro ou prejuízo apurado pela empresa no desenvolvimento de suas atividades durante determinado período, que geralmente é igual a um ano”. Demonstra o resultado obtido em diferentes níveis, confrontando as receitas obtidas com os custos e despesas do mesmo período. Demonstrado do Resultado Abrangente (DRA) Demonstração do Resultado Abrangente foi instituída pelas Normas Internacionais de Contabilidade, demonstrando “as receitas, despesas e outras mutações que afetam o patrimônio, mas que não são reconhecidas (ou não foram reconhecidas ainda) na Demonstração do Resultado do Exercício”. A DRA inicia com o resultado do exercício obtido na DR e adiciona (ou diminui) o resultado obtido em Outros Resultados Abrangentes, que são operações que provocam mutações no Patrimônio Líquido. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, de acordo com Iudícibus e Marion (2010, p.246), “evidencia a movimentação de diversas (todas) contas do PL ocorrida durante o exercício”. A DMPL auxilia os usuários na identificação da movimentação das contas do PL da empresa, como a formação e utilização das reservas, aumentos de capital, utilização dos lucros e a distribuição dos dividendos. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Crepaldi (2010, p.245) explica que a DFC “proporciona aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade da entidade para gerar caixa e seus equivalentes e as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa”. A DFC é dividida em três fluxos: operacional, financiamento e investimento, evidenciando como esses fluxos geram (ou consomem) caixa na entidade. Demonstração do Valor Adicionado A Demonstração do Valor Adicionado demonstra a riqueza gerada (ou adicionada) e a aplicação da riqueza da entidade. Ribeiro (2011, p.383) conceitua a DVA como “um relatório que evidencia o quanto de riqueza uma empresa produziu, isto é, o quanto ela adicionou de valor a seus fatores de produção, e o quanto e de que forma essa riqueza foi distribuída (entre empregados, Governo, acionistas, financiadores de capital), bem como a parcela da riqueza não distribuída. Por meio da DVA os usuários da contabilidade podem analisar informações de natureza social, como a aplicação dos recursos gerados pela empresa, o quanto ela contribui com a sociedade em forma de remuneração aos empregados ou pagamentos de impostos. A DVA é obrigatória somente para as empresas de Capital Aberto. Notas Explicativas (NE) s Notas Explicativas compreendem informações complementares às evidenciadas nas demais Demonstrações Contábeis. As Notas Explicativas são compostas por informações textuais e quadros explicativos, que objetivam divulgar informações sobre a base de preparação das demonstrações e a abertura das informações constantes nas demonstrações, importantes para a correta compreensão da situação e da evolução patrimonial da Empresa (IUDÍCIBUS et al., 2010, p.6). Aula 3 Tema 1: Balanço Patrimonial – Conceito e Estrutura Se decompusermos esses três conceitos em ideias-chave, os seguintes termos devem ser destacados: Trata-se de uma das demonstrações contábeis obrigatórias a todas as empresas. Provê evidências qualitativas e quantitativas: qualitativamente, demonstra as contas e grupos contábeis, como Estoques, Clientes a Receber, Imobilizado etc. Quantitativamente, demonstra as contas e grupos contábeis com seus respectivos valores. Apresenta as informações de forma sintética e ordenada: o Balanço Patrimonial demonstra de forma resumida as contas contábeis, evidenciando as principais contas e grupos, organizados de acordo com as normas contábeis. Data determinada: é uma demonstração estática, evidenciando os saldos das contas e grupos na data de elaboração do Balanço. Pode ser considerada uma fotografia da empresa. Demonstra a posição patrimonial e financeira: é composto pelos bens, direitos e obrigações pertencentes à Entidade O grande objetivo do Balanço Patrimonial é fornecer informações sobre os elementos que compõem o patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Quanto aos objetivos, Crepaldi (2010, p.187) destaca quatro finalidades do BP: 1) Atendimento de disposição legal empresarial: o Código Civil Brasileiro exige que se realize o levantamento das demonstrações contábeis. 2) Atendimento à legislação tributária: esta exige que as empresas tributadas pelo lucro real efetuem, no mínimo anualmente, o levantamento das demonstrações contábeis. 3) Subsídios à administração: os administradores utilizam-se dos dados fornecidos pelo balanço para avaliar o desempenho de suas empresas e redirecionar os planos futuros, se for o caso. Trata-se da finalidade de controle e planejamento. 4) Informações econômico-financeiras ao mercado: os fornecedores, investidores, financiadores, governo, clientes etc., têm interesse em saber da “saúde” da empresa e esse diagnóstico poderá ser feito mediante a análise do balanço Algumas explicações importantes referentes ao BP. Divisão: O BP divide-se em Ativo, no lado esquerdo, e Passivo e Patrimônio Líquido, no lado direito, que contêm, respectivamente, os seguintes elementos: Ativo: Bens e direitos; Passivo: Obrigações com terceiros; Patrimônio Líquido: Obrigações com os sócios e acionistas, denominadas de Capital Próprio. Fonte e Aplicação de Recursos: Os elementos do Passivo e do Patrimônio Líquido são considerados Fontes de Recursos. Por exemplo, quando uma empresa é constituída, os sócios injetam recursos na empresa; ou seja, trata-se da origem dos recursos da empresa. Os recursos aportados pelos sócios são registrados no Ativo, na forma de dinheiro, bens ou direitos, representando a Aplicação dos Recursos da empresa. Saldo das contas: As contas do Ativo possuem saldo a débito ou devedor. As contas do Passivo e Patrimônio Líquido possuem saldo a crédito ou credor. Porém, vimos anteriormente que existem contas redutoras no Ativo (com saldo a crédito) e contas redutoras do Passivo e PL (com saldo a débito). Igualdade do Ativo e do Passivo e PL: “Balanço” remete a “balança”, ou seja, a igualdade, pois o total do Ativo sempre será igual ao Total do Passivo e do PL, somados. Essa lógica é enfatizada pelo método de lançamento contábil das Partidas Dobradas, de acordo com o qual para cada débito existirá um crédito de igual valor. Liquidez e Exigibilidade: A ordem das contas dentro do Ativo obedece à ordem de liquidez, de modo que as contas que são mais rapidamente convertidas em dinheiro são as primeiras a serem relacionadas na elaboração do BP. Já as contas do Passivo e PL, são ordenadas de acordo coma exigibilidade, de forma que as contas que primeiro precisarão ser pagas são relacionadas em primeiro lugar. Modelo de Balanço Patrimonial. Tema 2: Ativo Iniciaremos com o conceito. Iudícibus e Marion (2010, p. 215) assim definem os Ativos: “São todos os bens e direitos de propriedade da empresa que são avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa.” O que é ordem decrescente de grau de liquidez? É o prazo em que bens e direitos são transformados em dinheiro. A ordem decrescente de grau de liquidez indica que primeiro serão demonstradas as contas com maior grau de liquidez — por exemplo, o caixa. Depois, são demonstradas as contas com menor grau de liquidez — por exemplo, os estoques, que se transformam em dinheiro após a produção, venda e recebimento dos recursos no caixa da empresa. O Ativo é dividido em dois grupos: Ativo Circulante e o Ativo Não Circulante. Como se dá a classificação dos bens em Ativo Circulante e Não Circulante? De acordo com o art. 179, inciso I da Lei n o 6.404/76, no Ativo Circulante são registradas “as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte” (Brasil, 2016). Conforme o Comitê de Pronunciamentos Contábeis 26 (CPC 26), item 66, um Ativo é classificado no Circulante quando satisfizer quaisquer destes critérios: a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade; b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou d) é caixa ou equivalente de caixa [...]. (Comitê de Pronunciamentos Contábeis, E no Ativo Não Circulante, de acordo com a Lei n o 6.404/1976, os ativos realizáveis são registrados após o término do exercício seguinte, e os bens de longo prazo, como investimentos, imobilizados e intangíveis. Em resumo: Circulante corresponde a bens e direitos de curto prazo. Não Circulante corresponde a bens e direitos de longo prazo. Após tais definições e classificações, veremos quais são as principais contas que compõem o Ativo Circulante e o Ativo Não Circulante. Ativo Circulante Disponibilidades ou Caixa e Equivalentes de Caixa: compõem-se de Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras. Contas a Receber: também denominadas Clientes ou Duplicatas a receber. Consistem no montante que a empresa tem a receber, originário das suas vendas a prazo. Perdas de Crédito de Liquidação Duvidosa: correspondem ao montante de valores a receber de clientes, o qual a empresa calcula como passível de não recebimento. Estoques: são os ativos tangíveis compostos por produtos do almoxarifado, pelas mercadorias para revenda (no caso de empresa comercial) ou insumos/matérias-primas, produtos em elaboração e produtos acabados (se empresa industrial). Impostos a Recuperar: representam os valores de impostos pagos. Despesas Antecipadas: são despesas que beneficiarão a empresa por mais de um exercício, tais como as assinaturas de livros, jornais e revistas e os seguros, que são contratados por mais de um mês (geralmente por um ano). Obs.: são exemplos de outras contas que compõem o ativo circulante os adiantamentos a fornecedores, adiantamentos a funcionários, dividendos a receber, dente outras. Ativo Não Circulante O Ativo Não Circulante divide-se em Realizável no Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. No Ativo Realizável no Longo Prazo, conforme o inciso II do art. 179 da Lei no 6.404/1976, registram-se: Os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas [...], diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia (Brasil, 2016). Nos Investimentos, por sua vez, de acordo com o inciso II do art. 179 da Lei no 6.404/1976, “as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo Circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa” (Brasil, 2016). Já o Ativo Imobilizado corresponde aos “direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens” (Brasil, 2016). São exemplos: terrenos, benfeitorias, prédios, construções, máquinas, equipamentos, veículos, móveis, equipamentos de informática etc. Também são registradas no Imobilizado as contas redutoras (contas credoras), denominadas Depreciação Acumulada e Exaustão, que registram a perda da capacidade dos bens, por desgaste, obsolescência ou ação da natureza. Nos Ativos Intangíveis, incluem-se “os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.” (Brasil, 2016) São exemplos: marcas, patentes, direitos de concessão e direitos de exploração. Esses Ativos sofrem amortização, que é o reconhecimento da perda dos direitos (conta redutora é igual a saldo credor). Tema 3: Passivo Se o Ativo representa os bens e direitos pertencentes à empresa, o Passivo representa as obrigações da empresa para com terceiros. São os valores que a empresa deverá pagar para quitar suas dívidas. De acordo com o CPC 26, item 4.4, passivo "é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos” (Comitê de Pronunciamentos Contábeis, 2016, p. 23). Obrigação presente A obrigação “é um dever ou responsabilidade de agir ou de desempenhar uma dada tarefa de certa maneira” (Comitê de Pronunciamentos Contábeis, 2016, p. 25). A condição para a existência de um Passivo é que tenha uma obrigação presente, que decorre da entrega de um bem ou de um acordo irrevogável para adquirir um ativo. A simples decisão de adquirir algo no futuro não gera a obrigação, há a necessidade de o evento ter sido realizado ou ter um contrato/acordo que obrigue a empresa ou gere penalidades, se não for cumprido o acordado em contrato. Eventos passados Os eventos que geram uma obrigação devem ter ocorrido na entidade. Uma compra já realizada ou uma assinatura de um contrato é um evento realizado (evento passado) e que gera uma obrigação (obrigação presente). Por exemplo, quando existir a necessidade de registro de uma obrigação em decorrência de garantias na indústria automobilística, esse registro será embasado no fato de que os veículos foram vendidos, e um percentual dos mesmos acionará a garantia em decorrência de algum defeito. O fato, que é a venda dos veículos, já ocorreu; e a obrigação com a garantia, que ainda será acionada pelos consumidores (por exemplo, para o conserto de veículos com problemas), é um evento que possui incerteza vinculada, mas que, pelo histórico da empresa, exigirá saídas de recursos para a sua quitação. Esse passivo é denominado Provisão. Liquidação A liquidação de uma obrigação implica a saída de recursos da entidade. Caso não haja necessidade de saída de recursos da entidade, não existirá uma obrigação e o registro de um passivo. De acordo com o CPC, a liquidação de uma obrigação pode ocorrer de diferentes formas. Por exemplo, mediante: a) pagamento em caixa; b) transferências de outros ativos; c) prestação de serviços; d) substituição de uma obrigação por outra; ou e) conversão de uma obrigação em item do patrimônio líquido. (Comitê de Pronunciamentos Contábeis, 2016, p A apresentação das contascontábeis no Passivo obedece à ordem decrescente de grau de exigibilidade das obrigações; ou seja, as contas que possuem prazos de vencimento mais curtos devem ser demonstradas antes. Por exemplo, uma conta de fornecedores que possui vencimento para 30 dias deverá aparecer antes de uma conta de empréstimo com vencimento para 180 dias. O Passivo também é dividido em Circulante e Não Circulante Serão registradas no grupo Passivo Circulante as obrigações que têm vencimento até o final do exercício seguinte. O CPC 26 amplia essa classificação, indicando que no Circulante serão classificadas as obrigações que satisfizerem quaisquer dos seguintes critérios: a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional da entidade; b) está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado; c) deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou d) a entidade não tem o direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço [...]. (Comitê de Pronunciamentos Contábeis, 2016a, p. 20) No grupo Passivo Não Circulante, por sua vez, serão classificadas as obrigações com prazo de vencimento superior ao final do exercício seguinte ou doze meses após a data do balanço. Veremos na sequência quais são as principais contas que compõem o Passivo Circulante e o Passivo Não Circulante. Passivo Circulante Fornecedores: registram as obrigações referentes a compras de mercadorias para revenda, matérias-primas, insumos ou outros materiais. Salários a Pagar: registram as obrigações referentes à folha de pagamento da entidade. Obrigações Sociais: registram as obrigações referentes aos encargos trabalhistas com a folha de pagamentos, tais como INSS, FGTS, entre outros. Obrigações Tributárias: utilizadas para o registro das obrigações com impostos, taxas e contribuições, a serem pagas para a União, Estados ou Municípios. Exemplos: ICMS, ISS, PIS, COFINS, IPI, IRPJ, CSLL, entre outros Empréstimos e Financiamentos: registram as obrigações contraídas pela empresa para com instituições financeiras. Registram-se no Passivo Circulante os empréstimos e financiamentos de curto prazo (vencíveis em doze meses) tomados pelas empresas ou, se os empréstimos e financiamento forem de longo prazo, registram-se as parcelas de curto prazo dos mesmos. Provisões: As provisões, de acordo com Iudícibus et al. (2010, p. 335) são obrigações da empresa, mas há incertezas sobre os prazos e valores que serão desembolsados ou exigidos para sua liquidação. Mesmo não havendo uma data fixada para o pagamento ou que não tenhamos conhecimento exato dos valores a serem desembolsados, eles devem ser contabilizados. Exemplos: provisões para garantias, provisões trabalhistas, cíveis, fiscais, provisões ambientais, entre outras. Para que ocorra o registro contábil, segundo Iudícibus et al. (2010), a provisão deve atender todos os seguintes itens: a entidade tem uma obrigação legal ou não formalizada presente como consequência de um evento passado; é provável a saída de recursos para liquidar a obrigação; e pode ser feita estimativa confiável do montante da obrigação. Obs.: outras contas podem ser incluídas no Passivo Circulante, decorrentes de obrigações de curto prazo da entidade. Passivo Não Circulante: Fornecedores: registram as obrigações da entidade para com aquisição de mercadorias, matérias-primas e outras compras de longo prazo. Empréstimos e Financiamentos: registram as obrigações com instituições financeiras ou outros credores, decorrentes de operações de longo prazo, cujo prazo de liquidação seja superior a doze meses. Outras contas a pagar: praticamente todas as contas que compõem o Passivo Circulante podem ter o seu registro no Passivo Não Circulante, desde que o prazo assumido para o pagamento da obrigação seja de longo prazo. Tema 4: Patrimônio Líquido Em nossa primeira aula, estudamos o patrimônio, que é composto de bens, direitos e obrigações. O valor que corresponde aos sócios é a diferença entre os bens e direitos e as obrigações, ou seja, é o montante que sobrará dos bens e direitos, após o pagamento das obrigações. É o valor residual. No Balanço Patrimonial, esse valor é representado pelo grupo de Patrimônio Líquido, que, junto com o Passivo, representa as obrigações da empresa. Se o Passivo corresponde ao capital de terceiros (por exemplo: fornecedores, salários a pagar, empréstimos e financiamentos), o Patrimônio Líquido consiste no capital próprio. É o capital dos sócios disponibilizado para a empresa. Alguns conceitos do Patrimônio Líquido, de acordo com diferentes autores. O Patrimônio Líquido pode ser conceituado como o valor residual, a diferença entre o Ativo e o Passivo, o montante disponibilizado pelos sócios. Representa a origem dos recursos vindos dos sócios ou de lucros acumulados, decorrentes das atividades da empresa. A Lei nº 6.404/76, em seu artigo 182, estabelece as contas que compõem o PL: Capital Social; Reserva de Capital; Ajuste de Avaliação Patrimonial; Reserva de Lucros; Ações em Tesouraria; Prejuízo Acumulado. Vamos estudar agora as definições das contas que compõem o PL. Capital Social Corresponde ao montante dos recursos que os sócios ou acionistas colocaram na empresa. Conforme explica Assaf Neto (2010, p. 59) “o capital social deve ser registrado por seu valor efetivamente integralizado, sendo diminuído de toda parcela ainda não realizada”. Os sócios ou acionistas podem disponibilizar para a empresa dinheiro ou bens. Isso se denomina integralização de capital. Se no decorrer da vida da empresa os sócios integralizarem mais recursos, o capital é aumentado, configurando um novo aporte de capital. Podem aparecer nesse grupo as contas de Capital Social, Capital Integralizado e Capital a Integralizar. A conta de Capital a Integralizar constitui o montante que ainda falta ser colocado na empresa pelos sócios, e será uma conta redutora (com saldo a débito) no Patrimônio Líquido. Reservas de Capital Segundo Ribeiro (2010, p. 328), as Reservas de Capital são um subgrupo do PL composto por contas representativas de algumas receitas que não devem transitar pelo Resultado do Exercício. São exemplos de contas que compõem a Reserva de Capital: Reservas de Ágio na Emissão de Ações; Reservas de Alienação de Partes Beneficiárias; Reservas de Alienação de Bônus de Subscrição. Ajustes de Avaliação Patrimonial Serão classificadas como Ajustes de Avaliação Patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do Ativo e do Passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo. Por exemplo, se um Ativo financeiro for avaliado a valor de mercado, os aumentos ou diminuições que sofrer são registrados na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial. O resultado dessa conta será transferido para a Demonstração do Resultado, quando a empresa realizar (vender) o Ativo financeiro. Reservas de Lucros Iudícibus et al. (2010, p. 168) explicam que Reservas de Lucros são as contas constituídas pela apropriação de lucros da empresa. Essas Reservas podem ser constituídas por imposição legal (Reserva Legal), por determinação estatutária (Reserva Estatutária) e por propostas aprovadas pelos proprietários com finalidades específicas (Reserva para Contingências, Reservas de Expansão etc.). Ações em tesouraria São registradas nessa conta as aquisições de ações da própria empresa. Quando esta realiza aquisições de suas ações no mercado, o registro dessas ações é destacado no Patrimônio Líquido, sendo uma conta redutora (saldo a débito) desse grupo. Prejuízo do exercício A Lei nº 6.404/1976 estabelece que as empresas constituídas como sociedade anônimas não podem manter Lucros Acumuladosno Patrimônio Líquido. Os lucros das sociedades por ações devem ser distribuídos como dividendos ou destinados à constituição de Reservas de Lucros. Permanecerão no Patrimônio Líquido das sociedades por ações somente os prejuízos acumulados pelas entidades, sendo registrados como conta redutora (conta a débito). Obs.: as demais empresas podem manter valores em Lucros Acumulados, sem estabelecer uma destinação específica. Tema 5: Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) O Patrimônio Líquido representa o valor aplicado pelos sócios ou o valor gerado pela entidade na forma de lucros obtidos nas operações. Se uma empresa fosse liquidada ou vendida pelos sócios, os valores por eles recebidos seriam os constantes no PL da empresa, após a utilização de todos os bens e direitos para quitar as obrigações registradas no Passivo. Esse grupo no Balanço Patrimonial é muito importante, pois evidencia para os sócios e acionistas o montante do seu investimento e do seu retorno. É natural que exista um demonstrativo que evidencie esses valores, expondo os saldos e movimentações. As demonstrações contábeis que visam a essa evidenciação são a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados A DLPA demonstra as mutações que ocorrem na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados em determinado período. Assaf Neto (2010, p. 75) explica que essa demonstração promove a integração entre o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado. A Demonstração do Resultado apura o lucro líquido ou prejuízo do exercício, que é transferido para o Patrimônio Líquido, e a DLPA evidencia o que foi feito com esse lucro. De acordo com Ribeiro (2010, p. 351), “a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados é um relatório contábil que tem por finalidade evidenciar a destinação do Lucro Líquido apurado no final de cada exercício social”. Os componentes da DLPA são determinados pela Lei n o 6.404/76, em seu artigo 186: [...] A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.(Brasil, 2016) A seguir, demonstramos um modelo da DLPA, com algumas operações realizadas na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados da Empresa ABC S.A., segundo exercícios findos em 31 de dezembro de 2009. A DPLA evidencia os saldos no início do período e as movimentações (entradas e saídas) da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. O saldo final deverá ser o mesmo constante da conta dentro do Patrimônio Líquido. Importante: a Lei n o 11.638/2007 excluiu a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, permanecendo somente a conta de Prejuízos Acumulados. Os lucros do período devem ser destinados para dividendos ou para constituição de reservas. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Se a DLPA evidencia a movimentação de uma conta do PL, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido explicita a movimentação de todas as contas. Iudícibus e Marion (2010, p. 246) explicam que a DMPL “evidencia a movimentação de diversas (todas) contas do PL ocorrida durante o exercício. Assim, todo acréscimo e diminuição do Patrimônio Líquido são evidenciados através dessa demonstração, bem como da formação e utilização das reservas (inclusive aquelas não originadas do lucro)”. Qual demonstração deve ser elaborada? De acordo com Ribeiro (2010, p. 180), a elaboração da DMPL é facultativa para a maioria das companhias e, quando apresentada, substitui a obrigatoriedade da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados. É obrigatória para as companhias abertas, instituições financeiras, seguradoras e algumas outras empresas. As movimentações evidenciadas na DMPL podem ser de dois tipos: Movimentações Globais, as quais afetam o saldo final do PL. São exemplos de movimentações que diminuem o valor do PL: registro do prejuízo de um determinado período; distribuição de dividendos; aquisição de ações da própria empresa, registradas em Ações em Tesouraria; valores de perdas de ativos e passivos avaliados a valor justo (registrados na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial). Como exemplos de movimentações que aumentam o valor do Patrimônio Líquido, podemos citar: registro do lucro de um determinado período; aumento de capital por integralização de recursos dos sócios ou acionistas; registro de operações em Reservas de Capital, como Ágio na Emissão de Ações, Alienação de Partes Beneficiárias; e montantes de perdas de ativos e Passivos avaliados a valor justo (registrados na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial). Movimentações Internas são aquelas que não afetam o saldo final do PL, pois somente ocorre a transferência entre contas do próprio grupo. São exemplos de movimentações que não afetam o PL: aumento do Capital com utilização de Reservas; destinação do lucro para reserva legal, reserva para contingência etc.; reversão de reservas de períodos anteriores. Obs.: a DLPA é uma coluna da DMPL. Finalizamos esse tema apresentando um Modelo da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido na Empresa ABC S.A., segundo exercícios findos em 31 de dezembro de 2015 Obs Complementares: O patrimônio Líquido é obtido pela relação da soma dos bens e direitos e diminuídos das obrigações Bens Direitos = À Receber Obrigações = À pagar B + D - O = Patrimônio Líquido Ativo Passivo Ativos = Aplicações Passivos = Origens de Recursos Na contabilidade... Débito está relacionada as contas do ATIVO que representa BENS E DIREITOS (Dinheiro, despesas, casa, carro, valores a receber, etc) Crédito esta relacionado com contas do PASSIVO que representa suas obrigações com terceiros ( Empréstimos, financiamentos, contas a pagar, etc... ) Aula 4 Tema 1: Demonstração do Resultado – Conceito e Estrutura A Lei nº 6.404/76 não estabelece o modelo da DR, mas disciplina a estrutura e as contas evidenciadas na demonstração: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. A DR evidencia o resultado do período de acordo com o Regime de Competência. Conforme explica Assaf Neto (2010, p. 64), isto demonstra o resultado da empresa independentemente do fato de estes valores terem sido pagos ou recebidos. O resultado apurado na DR corresponde ao resultado econômico, que é diferente do resultado de caixa. Os autores Araújo e Assaf Neto (2010, p. 34) também demonstram a diferença entre o resultadoeconômico e o financeiro: A partir do quadro é possível perceber que o resultado será diferente, na comparação do regime de competência ao regime de caixa. Uma empresa pode apresentar um resultado positivo (lucro) no período, porém o mesmo resultado pode não se repetir no resultado financeiro. Se a empresa tiver muitas vendas a prazo no período, pode apresentar lucro contábil, no entanto os respectivos valores entrarão no caixa somente no vencimento, podendo acarretar em alguns momentos dificuldades financeiras por falta de recursos para o pagamento de fornecedores, salários, tributos etc. Vamos finalizar esse primeiro tema apresentando um modelo de DR: Tema 2: Receitas e Deduções Cada uma das subdivisões da DR, com seus principais grupos e contas. O primeiro grupo estudado será a Receita Líquida, que pode ser visualizado no quadro a seguir: Receita Bruta de Vendas Para o CPC 00, item 4.25, as receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma de entradas de recursos ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos, que resultam em aumentos do Patrimônio Líquido. E o que são as receitas para a empresa? As receitas representam os valores advindos das vendas de produtos, mercadorias ou prestação de serviços pela companhia, antes das deduções de vendas. As empresas comerciais apresentarão receita com vendas de mercadorias para revenda; as empresas industriais apresentarão receitas com vendas de produtos; e as organizações prestadoras de serviço, a receita com sua prestação de serviço. São evidenciadas em contas contábeis distintas. Deduções de Vendas De acordo com Araujo e Assaf Neto (2010, p. 172), as deduções sobre as vendas representam retificações na Receita Bruta, ou seja, ajustes efetuados na receita bruta e não em despesas sobre elas. São exemplos destas retificações as devoluções, os abatimentos, os descontos incondicionais e os impostos sobre vendas. Observe as descrições a seguir: Devoluções de Vendas: registra-se nessa conta contábil o valor da devolução de mercadorias ou de produtos anteriormente vendidos. Os motivos das devoluções podem ser de ordem diversa, como em função do pedido não estar correto, o preço estipulado não ser o mesmo, divergências na qualidade e quantidade do produto, ou ainda avarias no processo de transporte do vendedor para o comprador. Abatimentos Sobre as Vendas: em algumas situações, mesmo o produto não estando de acordo com as especificações da compra, pode ocorrer um acerto entre as empresas para evitar a devolução da mercadoria. Nessa situação, a empresa compradora não devolve a mercadoria, mas, como não está de acordo com o que foi comprado, o comprador recebe um abatimento sobre a venda para compensar o erro. A empresa vendedora contabiliza o abatimento como dedução das vendas e a empresa compradora irá efetuar um pagamento a menor, representando o abatimento. Descontos Incondicionais: são os descontos concedidos aos clientes, e de acordo com Ribeiro (2010, p. 84), a empresa vendedora não impõe qualquer condição para o desconto. O desconto incondicional é também denominado de desconto comercial, sendo destacado na Nota Fiscal de Venda. Impostos Sobre Vendas: Araujo e Assaf Neto (2010, p. 173) explicam que estes são os impostos incidentes sobre as vendas, representando os valores que a empresa deverá recolher ao órgão competente de fiscalização. Os impostos incidentes sobre as vendas têm como característica serem gerados em função da receita do período. Os impostos sobre vendas guardam proporcionalidade com as Receitas geradas pelas mercadorias, produtos ou sobre as prestações de serviços. Alguns exemplos de impostos e contribuições incidentes sobre vendas: ICMS: Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. IPI: Imposto Sobre Produtos Industrializados. ISS: Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza. IE: Imposto de Exportação. PIS: Programa de Integração Social. COFINS: Contribuição Social Sobre o Faturamento Receita Líquida de Vendas A Receita Líquida de Vendas corresponde à diferença entre a receita com vendas de produtos, mercadorias ou serviços e as respectivas deduções de vendas. Tema 3: Custos e Despesas O tema anterior apresentou a Receita Líquida de Vendas, que corresponde às vendas menos as deduções de vendas. Após a Receita Líquida, a DR apresenta os Custos e o Lucro Bruto. Vamos primeiro conhecer os custos: Custos Custos são os gastos efetuados pela empresa na fabricação dos seus produtos, nas vendas de suas mercadorias ou na prestação dos serviços Nas empresas industriais: Os custos, para as indústrias, representam os gastos realizados para a fabricação de seus produtos. São gastos do processo produtivo as matériasprimas, insumos, mão de obra, energia, materiais de consumo, etc. Inicialmente os insumos são adquiridos e registrados no Ativo, como bens da empresa. Os insumos entram no processo produtivo, passando pela fase de Produtos em Elaboração (ou Fabricação) para a de Produtos Acabados. Quando ocorre a sua venda, o valor do custo dos produtos vendidos (CPV) é transferido para a Demonstração do Resultado, diminuindo o resultado obtido pelas vendas. Nas empresas prestadoras de serviços Os custos representam os gastos para a realização da prestação de serviços. Nas empresas que possuem a atividade de prestação de serviços, os principais custos geralmente são relacionados com a mão-de-obra, mas, outros gastos podem ser necessários para a realização dos serviços. Lucro Bruto Usando o mesmo modelo de DR apresentado no Tema 1, o Lucro Bruto é representado por: Evidencia-se no quadro que o Lucro Bruto representa a diferença entre a Receita Líquida e os Custos das Vendas do período. Despesas Operacionais As despesas são os gastos necessários para vender e distribuir os produtos, e são ligados às áreas administrativa, de vendas, marketing, dentre outras. As despesas não são conectadas diretamente à produção dos bens, à compra de mercadorias ou à prestação de serviços, porém estão direta ou indiretamente relacionadas à obtenção das receitas. Vamos conceituar algumas dessas despesas: Despesas Administrativas: referem-se ao registro das despesas com o setor administrativo da companhia. São despesas vinculadas à gestão e direção da empresa, que, embora não se relacionem diretamente ao custo dos produtos, são necessários para a obtenção destes. Tais despesas são compostas por salários dos funcionários administrativos, aluguel das instalações do escritório, energia elétrica, material de escritório, honorários, depreciação, etc. Despesas com Vendas: referem-se ao registro das despesas que ocorrem no processo da venda de produtos, mercadorias ou na prestação dos serviços. São exemplos os salários dos funcionários de vendas, comissões pagas, fretes dos produtos, propaganda e publicidade, energia elétrica, telefone, etc. Dependendo da estrutura da empresa, as despesas com marketing podem aparecer abertas, como um subgrupo. Outras Despesas Operacionais: referem-se a outras despesas não enquadradas nos grupos das Despesas Administrativas e de Vendas. Podemos citar as perdas ocorridas nas vendas de ativos classificados no Ativo Não Circulante (quando ocorre por exemplo a baixa ou venda de um bem por um valor inferior ao valor registrado na contabilidade) e as perdas por Valor Recuperável de Ativos. Outras Receitas Operacionais Trata-se aqui de receitas que não são da atividade normal da empresa, tendo algumas o caráter da eventualidade. Como exemplo temos as receitas com vendas de sucatas, ganhos nas vendas de bens do Ativo Não Circulante, resultados de investimentos em outras empresas (Ganho por Equivalência Patrimonial), dividendos recebidos, etc. Resultadoantes do Resultado Financeiro Este evidencia a diferença entre o lucro bruto e as despesas/receitas operacionais. A seguir pode-se observar a estrutura da DR que representa o Resultado Antes do Resultado Financeiro: Tema 4: Lucro Operacional e Lucro Líquido Alguns autores, como Iudícibus e Marion (2010, p.230), incluem as receitas e despesas financeiras à estrutura das despesas e receitas operacionais da empresa. A estrutura da DR aqui apresentada segue a estrutura obrigatória para as empresas de capital aberto listadas na BM&FBovespa, que evidencia o Resultado Financeiro separadamente. A maior evidenciação do resultado financeiro por parte da Bovespa deve-se à importância que tais valores possuem e o grande número de operações financeiras utilizadas pelas empresas. Despesas Financeiras As despesas financeiras representam o custo de captação de recursos de terceiros (empréstimos e financiamentos). Registram-se nesse grupo a remuneração dos capitais de terceiros. São exemplos de contas incluídas nesse grupo os juros do período, descontos concedidos, despesas bancárias, variações monetárias passivas, variações cambiais passivas etc. Receitas Financeiras Segundo Santos et al. (2010, p. 77) “as receitas financeiras, mesmo não estando diretamente ligadas ao objeto da companhia, são acessórias à medida que surjam excessos de recursos financeiros, tornando-se necessária sua administração, visando o bom andamento dos negócios”. As receitas advindas de juros recebidos, descontos recebidos, variações monetárias ativas, variações cambiais ativas, rendimentos de aplicações financeiras etc. são exemplos de receitas financeiras. Resultado Financeiro Líquido O Resultado Financeiro Líquido representa a diferença entre a Receita Financeira e a Despesa Financeira. Se as receitas financeiras forem maiores, representarão ganhos e serão somados ao resultado antes do resultado financeiro. Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro Do resultado apurado antes do Resultado Financeiro, soma-se ou diminui-se o resultado financeiro. Se as receitas financeiras forem superiores às despesas financeiras, a empresa terá um ganho financeiro e esse montante é somado ao subtotal anterior. Se as despesas financeiras forem maiores que as receitas financeiras, a empresa terá uma despesa financeira e este montante diminuirá o resultado anterior. Tal situação está descrita no quadro a seguir: Obs.: O montante do Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro também é descrito como Resultado Operacional, pois evidencia o resultado das operações da companhia. Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social A provisão para o imposto de renda e a provisão para a contribuição social são os impostos incidentes sobre o resultado da entidade. Contudo, o cálculo desses impostos não é calculado sobre o resultado contábil, como explica Assaf Neto (2010, p. 70). Este é calculado com base no lucro tributável denominado lucro real. O autor explica que o lucro real é igual ao lucro antes do imposto de renda e contribuição social, conforme calculado na demonstração do resultado, acrescido de determinados ajustes, conforme é previsto pela legislação do Imposto de Renda. Resultado Líquido das Operações Continuadas A nomenclatura de Operações Continuadas foi uma alteração trazida pelas Normas Internacionais de Contabilidade, adotadas pelo Brasil a partir de 2008. Ela representa o resultado das atividades continuadas da empresa, ou seja, o resultado das atividades que terão sequência nos próximos períodos. É um conceito equivalente ao conceito de Resultado Operacional da empresa. Resultado Líquido de Operações Descontinuadas As operações descontinuadas representam as linhas de produção das quais uma determinada empresa pretende se desfazer, ou seja, vendê-las ou não as produzir mais. De acordo com o CPC 31, item 32, uma operação descontinuada é um componente da entidade que foi baixado ou está classificado como mantido para venda e: (a) representa uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações; (b) é parte integrante de um único plano coordenado para venda de uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações; ou (c) é uma parte controlada adquirida exclusivamente com o objetivo da revenda. Iudícibus et al. (2010, p. 401) explica o objetivo dessa segregação em operações continuadas e descontinuadas: O objetivo principal dessa forma de evidenciação é destacar a capacidade de geração de resultados entre as operações correntes e as operações a serem descontinuadas, o que aumenta a relevância da informação contábil, ao divulgar resultados de forma oportuna, e permite a análise das operações que continuam na entidade, auxiliando a tomada de decisões por parte do usuário da informação. Desta forma, ocorre a evidenciação do resultado das operações que a empresa deixará de operar, permitindo aos usuários da informação analisar os resultados da empresa sem esses valores. Lucro ou Prejuízo do Período É o resultado contábil final apurado pela empresa em um determinado exercício. Para finalizar a estrutura da DR, apresenta-se a tabela a seguir com a última parte da demonstração: • A partir dos dados da DR podemos calcular indicadores como a margem operacional, a margem líquida, a rentabilidade do ativo e do patrimônio líquido, que são úteis na análise da saúde financeira da entidade. Aula 5 Tema 1: Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) – Conceito e Estrutura A Demonstração do Resultado evidencia o resultado econômico da entidade, o qual, como já foi explicado na Aula 4, difere do resultado financeiro. Uma empresa pode ter lucros contínuos na DR e mesmo assim encontrar-se em dificuldades financeiras, motivadas pelo descompasso entre recebimentos e pagamentos. Estes são monitorados pela gestão financeira da empresa, por meio de controles financeiros e orçamentos. Entre as demonstrações contábeis, uma não é elaborada com base no regime de competência, e sim no regime de caixa, com o objetivo de demonstrar a movimentação ocorrida no caixa da companhia. Trata-se da Demonstração dos Fluxos de Caixa. A Demonstração dos Fluxos de Caixa tornou-se obrigatória a partir da edição da Lei nº 11.638/07, que alterou a Lei nº 6.404/76, incluindo a DFC no rol das demonstrações obrigatórias. Porém, essa obrigatoriedade não se estende a todas as empresas, somente àquelas com Patrimônio Líquido superior a R$ 2 milhões. Vamos, agora, estudar o conceito e o objetivo da DFC: Os conceitos citados recorrem à denominação de Caixa e Equivalentes de Caixa, mas, o que são esses itens? Caixa: compreende o numerário em espécie (dinheiro em caixa) e os depósitos bancários disponíveis. Equivalentes de Caixa: são as aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. Para ser considerada um Equivalente de Caixa, a aplicação financeira precisa apresentar três características: a) Ser de curto prazo: O CPC 03, no seu item 7, indica que um investimento normalmente se qualifica como equivalente de caixa somente quando tem vencimento de curto prazo; por exemplo, três meses ou menos, a contar da data da aquisição. A norma não estabelece explicitamente uma definição de curto prazo, mas o CPC toma como exemplo o período de três meses. b) Alta liquidez: as aplicações financeiras precisam ser rapidamente conversíveis em caixa, se houver necessidade por parte da empresa. Uma aplicação que se enquadre nas demais características de equivalente de caixa, mas não possa ser facilmente convertida em dinheiro, ou seja, não tenha a liquidez necessária ou seja de difícil venda, não será considerada como tal. c) Insignificante risco: as aplicações consideradas como equivalentes de caixa são as que têm
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