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Gestão de Custo – Resumo Aulas Aula 1 Tema 1: Contexto Geral da Contabilidade de Custos Para a apuração do resultado de cada período, bem como para o levantamento do Balanço em seu final, bastava o levantamento dos estoques em termos físicos, já que sua medida em valores monetários era extremamente simples. O Contador verificava o montante pago por item estocado e dessa maneira valorava as mercadorias. Fazendo o cálculo basicamente por diferença, computando o quanto possuía de estoques iniciais, adicionando as compras do período e comparando com o que ainda restava, apurava o valor de aquisição das mercadorias vendidas, na clássica disposição. (Martins, 2010) Portanto, estoques iniciais: (+) Compras; (-) Estoques Finais; (=) Custo das Mercadorias Vendidas. A contabilidade predominante, na época, era a contabilidade geral ou financeira. No entanto, com advento da revolução industrial, a valoração dos estoques precisava ser ajustada à empresa industrial, dando origem à contabilidade de custos. Com o crescimento das estruturas físicas das empresas, a quantidade de recursos a ser administrada aumentou bruscamente. O administrador já não tinha a possibilidade de acompanhar todos os processos pessoalmente; assim, a contabilidade de custos passou a ser utilizada como um instrumento para auxiliar o processo gerencial. [...] Essa nova visão por parte dos usuários de Custos não data de mais que algumas décadas, e, por essa razão, ainda há muito a ser desenvolvido. É também importante ser constatado que as regras e os princípios geralmente aceitos na Contabilidade de Custos foram criados e mantidos com a finalidade básica de avaliação de estoques e não para fornecimento de dados para a administração. Por essa razão, são necessárias certas adaptações quando se deseja desenvolver bem esse seu outro potencial; potencial esse que, na grande maioria das empresas, é mais importante do que aquele motivo que fez aparecer a própria Contabilidade de Custos. (Martins, 2010) Com o surgimento da tecnologia da informação, as três contabilidades (financeira, gerencial e de custos) passaram a ser mais facilmente integradas e conciliadas, fazendo com que a contabilidade de custos tenha duas grandes funções: • Auxiliar o controle; • Fornecer dados para a tomada de decisões. Com a evolução das economias, os mercados passaram a ser mais concorridos, tanto no setor industrial, como no de serviços e comércio, fazendo com que o controle dos custos se destaque na administração das empresas. Assim, a contabilidade de custos passou a ser fortemente utilizada também em outros setores, além do industrial, haja vista que o conhecimento dos custos, em qualquer empresa, é extremamente importante para: • Formação do preço de venda; • Saber se um produto é rentável ou não; • Saber se é possível reduzir os custos para enfrentar uma concorrência; • Promover melhorias no processo produtivo; • Maximizar o lucro. Tema 2: Abordagem conceitual de gastos Segundo Martins (2010), podemos conceituar gasto como sendo a.... compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Assim, um determinado valor, considerado um gasto, inicialmente será classificado com investimento se a referida aquisição for destinada ao Ativo da empresa e utilizado para a produção de outros bens ou serviços. Outro gasto poderá ser contabilizado como custo se a aquisição for relativa a um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. Essa nova classificação é dada no momento em que os bens ou serviços adquiridos forem utilizados na produção. Ainda poderemos ter um gasto se sofrer uma nova classificação como despesa, ou seja, se o valor for referente à aquisição de bens ou serviços com o objetivo de gerar receita, ou fazer frente às atividades de suporte da empresa. Como vimos, um gasto de uma empresa poderá sofrer modificações em suas classificações dependendo da destinação do bem ou serviço adquirido. Ainda no campo das definições, se faz necessário entender os seguintes conceitos: Desembolso: “Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do momento do gasto” (Martins, 2010). Perda: “Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária. Não se confunde com a despesa (muito menos com o custo), exatamente por sua característica de anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com intenção de obtenção de receita. Exemplos comuns: perdas com incêndios, obsoletismo de estoques, etc.” (Martins, 2010). Tema 3: Abordagem conceitual de investimentos Segundo Martins, investimento é o: [...] gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s). Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são estocados nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos. (Martins, 2010) Quando uma empresa compra uma máquina industrial, ela o faz com a intenção de usá-la na produção de bens; ou seja, a empresa a usa em períodos futuros e essa aquisição gera benefícios financeiros (venda dos produtos). Assim, o gasto com a aquisição da máquina se transforma em investimento. No que se refere à compra de máquinas, encontraremos mais uma particularidade na contabilidade de custos. O que acontece quando o contador contabiliza a máquina no ativo imobilizado e ela começa a operar? Começa a depreciação! A depreciação corresponde ao encargo periódico que as máquinas (e outros bens) sofrem, por uso, desgaste ou obsolescência. A legislação do imposto de renda estabelece taxas de depreciação que serão fixadas em função do prazo de utilização econômica do bem. Assim, a máquina que a empresa adquiriu como gasto se transformou em investimento e gerará periodicamente valores de depreciação, ou seja, custos. A compra de matéria prima tem uma particularidade interessante também. Inicialmente, ao comprá-la, temos um gasto com matéria prima, que, ao ser contabilizada, é considerada investimento em estoque. Depois, essa matéria prima é utilizada na produção de determinado bem, sendo que, ao ser retirada do estoque e levada para a produção, ela passa a ser custo. Assim, os investimentos: [...] podem ser de diversas naturezas e de períodos de ativação variados: a matéria-prima é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente; as ações adquiridas de outras empresas são gastos classificados como investimento circulante ou não circulantes, dependendo da intenção que levou a sociedade à aquisição. (Martins, 2010) Tema 4: Abordagem conceitual de custos Segundo Martins (2010), o custo é um gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço Para deixar mais claro, vamos a alguns exemplos. Primeiramente, na indústria: • O valor gasto com matéria-prima é um custo, pois ela é consumida para produzir outros bens. O valor das horas de trabalho dos operários é um custo, pois o gasto é realizado para que a mão de obra realize a atividade de produção de bens. O valor pago com energia elétrica utilizada na produção também é um custo, pois, sem a energia, não há a operação das máquinas e equipamentos. O aluguel do “barracão da fábrica” é considerado custo também, pois, sem o barracão, não há produção.Na prestadora de serviço: • O valor das horas de trabalho de um consultor em uma empresa de serviços de consultoria é um custo, pois as horas são consumidas para gerar serviços da atividade-fim da empresa. Os valores gastos com honorários e salários dos advogados, bem como o material consumido na execução do seu trabalho, são classificados como custo para as empresas de prestação de serviços jurídicos. No comércio: • O valor pago na mercadoria que é vendida no comércio é um custo, pois é consumida para atender a atividade-fim da empresa, a comercialização. Perceba que são classificados como custos todos os gastos para realizar a atividade-fim da empresa. A “atividade-fim” é aquela executada por uma empresa que corresponde ao objetivo para qual ela foi criada, sendo expressa em seu contrato constitutivo. Vamos a alguns exemplos de atividade-fim: • Da indústria moveleira: fabricar móveis; • De um escritório de advogados: prestar serviços jurídicos; • De um escritório de contabilidade: prestar serviços contábeis; • De uma transportadora: transportar mercadorias ou pessoas. Em síntese, uma empresa incorre em gastos com a atividade-fim e com a atividade-meio (que definiremos no próximo tema). Se o gasto for com a atividade-fim, será um custo, e se for com a atividade meio, terá outra classificação: Para facilitar o entendimento sobre o que é classificado como custo, é usual as pessoas fazerem uma “pergunta”, e se a resposta for “sim”, a classificação será custo. Veja a seguir: Para a indústria: • Se o gasto com ........ for eliminado, a produção será diretamente afetada? Exemplos: • Se o gasto com matéria-prima for eliminado, a produção será diretamente afetada? A resposta será “sim”; então, matéria-prima é custo. • Se o gasto com a mão-de-obra operária for eliminado, a produção será diretamente afetada? A resposta será “sim”; então, os salários dos operários são classificados como custo. Para a prestação de serviço: • Se o gasto com ......... for eliminado, a prestação de serviço será diretamente afetada? Exemplos: • Se o gasto com os salários dos consultores (em uma empresa de consultoria) for eliminado, a prestação de serviço será diretamente afetada? A resposta será “sim”; então, salários dos consultores são custo. • Se o gasto com combustível dos ônibus (em uma empresa de viação) for eliminado, a prestação de serviço será diretamente afetada? A resposta será “sim”; então, o combustível dos ônibus é classificado como custo. • Se o gasto com os salários dos vendedores for eliminado, a produção será diretamente afetada? Você poderá pensar: se os salários forem eliminados, é porque os vendedores seriam demitidos, e, nesse caso, não haveria mais vendas. Sem vendas, a produção para. No entanto, devemos considerar a visão imediatista, ou seja, a condição “diretamente” presente na pergunta; assim, a resposta seria “não”. A produção realmente parará se não houver vendas, mas não parará imediatamente. Isso ocorrerá somente quando o nível de estoque atingir o ponto máximo admitido pela gestão. Em síntese, a produção será afetada “indiretamente” e não “diretamente”, o que faz com que a classificação dos salários dos vendedores não seja custo para uma empresa industrial. Tema 5: Abordagem conceitual de despesas Será classificado como despesa, segundo Martins (2010), o “bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para obtenção de receitas”. O autor considera despesa todo o valor gasto voluntariamente com bens ou serviços que são utilizados para obter receitas, seja de forma direta ou indireta. Vamos ver agora o conceito que Dubois, Kulpa e Souza (2009) apresentam: “É um gasto em que a empresa incorre para manter a sua estrutura organizacional e, também, visando à obtenção de receitas”. IMPORTANTE: Com esses dois conceitos, podemos ter uma ideia bem clara do que classificar como despesa, ou seja, todo o gasto realizado pela empresa para a obtenção de receita e para manter a estrutura utilizada pelas atividades meio. Podemos considerar como atividade-meio o conjunto de operações que uma empresa executa para gerir o negócio. A atividade-meio também é conhecida como atividade de suporte, ou seja, são as atividades das áreas: financeira, administrativa, contábil, comercial, jurídica, compras, recursos humanos, etc. A pergunta que apresentamos no tema anterior para verificar a classificação de “custo” também é aplicável aqui. Vamos lembrar a pergunta? Para a indústria: • Se o gasto com ..................... for eliminado, a produção será diretamente afetada? Para a prestação de serviço: • Se o gasto com ..................... for eliminado, a prestação de serviço será diretamente afetada? Se a resposta por “sim”, a classificação será “custo”; se for “não”, a classificação será “despesa”. Exemplos: Para a indústria: • Se o gasto com o salário do gerente financeiro for eliminado, a produção será diretamente afetada? A resposta será “não”; portanto, o salário do gerente financeiro é uma despesa Para a prestação de serviço: • Se o gasto com a energia utilizada pela área de RH for eliminado, a prestação de serviço será diretamente afetada? • A resposta será “não”; portanto, a energia gasta pelo RH é uma despesa. Para finalizar esta aula, apresentamos a seguir alguns exemplos de classificações de gastos: 1. A energia elétrica gasta nas instalações industriais → Custo 2. A energia elétrica gasta nas áreas de suporte (administrativo, financeiro, comercial, etc.) → Despesa 3. Compra de um computador para a produção → Investimento 4. Compra de um computador para a área administrativa → Investimento 5. Depreciação do computador da área de produção → Custo 6. Depreciação do computador da área administrativa → Despesa 7. Salários e comissões do pessoal da área de vendas → Despesa 8. Salários do pessoal da área financeira → Despesa 9. Salários do pessoal da área de recursos humanos → Despesa 10. Salários do pessoal da área de produção (operários, supervisores, gerentes) → Custo 11. Encargos financeiros incidentes na compra de matéria-prima → Despesa 12. Encargos financeiros incidentes na compra de materiais para as áreas de suporte → Despesa 13. Depreciação dos móveis utilizados nas áreas de suporte → Despesa 14. Depreciação dos móveis utilizados nas áreas de produção → Custo 15. Gastos com frete e seguro para transportar produtos vendidos → Despesa 16. Gasto com a embalagem do produto → Custo 17. Gasto com embalagens para transportar os produtos → Despesa 18. Gasto com prêmio de seguro que cobre a área de produção → Custo 19. Gasto com prêmio de seguro que cobre as áreas administrativa, financeira, comercial, recursos humanos e demais áreas de suporte → Despesa 20. Gasto com a compra de matéria-prima para o estoque → Investimento 21. Transferência da matéria-prima do estoque para a produção → Custo • Gastos são todos os sacrifícios financeiros que uma empresa incorre para a aquisição de bens ou serviços; • Investimentos são gastos com bens com o objetivo de gerar receitas futuras; • Custos são gastos com bens ou serviços com o objetivo de produzir outros bens ou serviços ou gastos com a atividade-fim; • Despesas são gastos com bens e serviços para gerar receita ou fazer frente à atividade-meio. Aula 2 Tema 1: Classificação de Custos Fixos e Custos Variáveis Consideramos como “custo” todo gasto incorrido pela empresa na produção de outros bens ou serviços. Os custos ainda se dividem em algumas categorias e, ao longo desta aula, estudaremos todas. Para o momento, vamos nos concentrar na divisão que os custos sofrem quando são analisados em relação ao volume de produção. Em outras palavras, por essa forma de analisar os custos, a empresa terá todas as suas contas de custo divididas em custosfixos e custos variáveis. Conforme estudamos na Aula 1, consideramos como “custo” todo gasto incorrido pela empresa na produção de outros bens ou serviços. Os custos ainda se dividem em algumas categorias, sendo que, ao longo desta aula, estudaremos todas. No momento, podemos nos concentrar na divisão que os custos sofrem quando são analisados em relação ao volume de produção. Nesse caso, o custo é classificado como abaixo: Por essa forma de analisar os custos, a empresa tem todas as suas contas de custo divididas em custos fixos e custos variáveis. Qual é a diferença entre eles? • São classificados como custos fixos todos os gastos de produção que ao variarem não resultam em variação no volume produzido de bens ou serviços. • São classificados como custos variáveis todos os gastos de produção cuja variação provoca alteração no volume produzido. Perceba que, para entendermos adequadamente a diferença entre esses dois custos, precisamos levar em consideração o impacto que eles têm no volume produzido ou na quantidade produzida (referências para a análise). Os custos fixos são aqueles que ocorrem independentemente de haver produção. Por exemplo: • Aluguel da fábrica (área utilizada pela produção). • Manutenção de máquinas e equipamentos. • Seguro das instalações da fábrica. Já o custo variável provoca uma variação no volume de produção. Os dois exemplos clássicos de custos variáveis são: matéria-prima e mão de obra operária. Observe que se a empresa consumiu mais matéria-prima em um determinado período, isso se deve ao fato de que ela produziu mais; ou seja, o gasto com matéria-prima variou, e isso provocou uma variação na produção. Quanto à mão de obra operária, perceba que se uma empresa criar mais um turno de trabalho, ela gastará mais com os salários dos operários, mas também produzirá mais. Desse modo, ao variar os gastos com a mão de obra operária (chamada também de mão de obra direta), o volume de produção também varia. alguns exemplos de custos fixos e variáveis para uma empresa industrial: Tema 2: Classificação dos custos diretos e custos indiretos Vimos que quando analisamos o custo em relação ao volume de produção, teremos o seu desmembramento em duas subcategorias: custos fixos e custos variáveis. Agora, se analisarmos o custo em relação à facilidade de apropriá-lo ao produto, teremos outras duas subcategorias: custos diretos e custos indiretos. Custo Direto São gastos realizados diretamente na elaboração do produto ou serviço. Não há a necessidade de rateio. A sua atribuição é facilmente verificada e associada a alguma medida de consumo. Perceba que os custos diretos não precisam ratear os custos para atribuílos ao produto. O rateio não é nada mais do que dividir proporcionalmente os valores para depois incluí-los nos custos dos produtos. Por exemplo: • Matéria-prima: atribui-se o custo diretamente ao produto, pois é possivel saber exatamente quanto foi consumido em cada produto; • Mão de obra direta: também é possível saber quanto tempo cada operário utilizou em cada produto. Custo Indireto São gastos que não podem ser atribuídos diretamente a um produto ou serviço. Nesse caso, é necessário realizar um rateio, ou seja, estimar o quanto cada produto incorpora do gasto que se analisa. A incorporação desses gastos seria feita através de rateio, e, assim, surgem os seguintes questionamentos: • Como seria feito esse rateio? • Seria correto dividir o valor mensal do aluguel pelo número de produtos fabricados no mês? • Seria correto considerar o tempo de fabricação de cada produto para ratear o gasto com o aluguel? • Ou ainda: seria correto considerar o gasto por área utilizada por cada processo produtivo e para então atribuir os valores de custo para cada produto? O grande problema dos rateios é a escolha do seu critério. Todo rateio tem certo grau de arbitraridade, e a sua definição depende muito do conhecimento que o profissional, que estabeleceu as bases do rateio, tem do processo produtivo. Imagine uma empresa que, por uma questão de economia de escala, utiliza um mesmo processo para a fabricação de mais de um produto. Ou ainda, uma empresa que tenha um mix grande de produtos, sendo eles bem diferentes entre si. A tarefa de estabelecer as bases do rateio não é tão simples e, por vezes, gera grandes questionamentos. Alguns exemplos de custos diretos e indiretos para uma empresa industrial: As divisões e a classificação que um custo sofre: Tema 3: Classificação dos custos híbridos Segundo Cruz, os custos híbridos: [...] são gastos voltados à produção de um bem ou serviço que são parcialmente fixos e variáveis. Dessa forma, os custos híbridos (semifixos ou semivariáveis) apresentam uma parcela fixa até determinado patamar, passando a ser variáveis a partir de um determinado momento (semifixo); podem ainda ser variáveis até determinado nível, passando a ser fixos a partir de certo momento (semivariáveis). (Cruz, 2011) Assim, observamos que os custos híbridos têm uma parcela fixa, que não depende da quantidade produzida, mas também uma parcela variável que está diretamente relacionada com a produção. Exemplo: • Energia elétrica: a iluminação da fábrica ocorre todos os dias em que há expediente na empresa. Esse gasto existe independentemente de a empresa produzir ou não. Quando a produção se inicia, as máquinas e os equipamentos são acionados, e o consumo da energia aumenta. Assim, esse gasto está diretamente ligado ao custo variável, e o consumo do sistema de iluminação está ligado ao custo fixo; Custo semifixo Segundo Megliorini (2012), os custos semifixos “são os elementos de custos classificados como fixos, mas se alteram em decorrência de mudanças na capacidade de produção instalada”. Custo semivariável São os elementos de custos que possuem, em seu valor, uma parcela fixa e outra variável, isto é, têm um comportamento de custo fixo até certo momento e depois se comportam como custo variável. Bons exemplos desse tipo de custo são a energia elétrica e a água. Quando não há utilização desses recursos ou o consumo fica abaixo de um valor mínimo estipulado pelas companhias de fornecimento de energia e de água, paga-se uma taxa fixa (custo fixo). À medida que a utilização desses recursos cresce com o aumento da produção, o valor da conta se eleva (custo variável). (Migliorini, 2012) Tema 4: Classificação das despesas fixas e despesas variáveis Como vimos na Aula 1 (tema 5), a despesa é todo gasto realizado pela empresa para a obtenção de receita e para manter a estrutura utilizada pelas atividades-meio. A despesa também pode ser classificada com fixa ou variável: Despesas Fixas • São gastos cuja variação não está vinculada ao volume de vendas da empresa. Despesas Variáveis • São gastos cuja variação está vinculada ao volume de vendas da empresa. Perceba que, para entendermos adequadamente a diferença entre essas duas despesas, precisamos levar em consideração o impacto que elas têm no volume de vendas ou na quantidade vendida (referências para a análise). Se ao variarmos uma determinada despesa, bem como o faturamento (vendas), teremos, então, uma despesa variável. Ao contrário, se variarmos uma determinada despesa, e o faturamento se mostrar insensível, ou seja, não variar, teremos, então, uma despesa fixa. Apresentaremos agora alguns exemplos para melhor fixar esses conceitos: • Salários da área administrativa: temos aqui uma despesa fixa, pois qualquer variação nesses salários não provocará em nada uma variação nas vendas; • Aluguel correspondente à área de suporte da empresa (administrativo, financeiro, comercial, etc.): trata-se de uma despesa fixa. O aluguel pode subir por uma questão contratual, mas esse fato não afetará em nada a quantidade vendida. • Comissão de vendas: esse é um exemplo clássico de despesavariável, pois se os gastos com as comissões dos vendedores variaram em um determinado período, isso significa que as vendas também variaram nesse mesmo período. Se os vendedores venderem mais, a empresa pagará um valor maior de comissão; por outro lado, se eles venderem menos, receberão menos também. • Frete de entrega dos produtos vendidos: quando o frete é por conta do vendedor, a empresa incorrerá em um gasto, e esse, por consequência, será uma despesa classificada como variável, pois quanto mais a empresa entrega produtos, significa que mais ela vendeu. • Tributos sobre faturamento (ICMS, IPI, PIS, COFINS, ISS): os tributos não recuperáveis ou compensáveis que incidem sobre o faturamento da empresa serão classificados como despesas variáveis. Quanto mais se vende, mais tributos se paga. Tema 5: Classificação de despesas administrativas, comerciais e financeiras As despesas administrativas, comerciais e financeiras são enquadradas como despesas operacionais pela contabilidade financeira. A principal característica das despesas operacionais é que são lançadas no resultado da empresa no período em que ocorrem. Ou seja, em uma empresa cuja contabilidade é feita pelo regime de competência as despesas serão lançadas contra o resultado, ou melhor dizendo, serão contabilizadas na Demonstração de Resultado do Exercício, no período em que ocorreram, independentemente de ter havido pagamento ou não. Despesas Administrativas São gastos pagos ou a pagar pela empresa, referentes à sua gestão e funcionamento. São os gastos da estrutura ocupada pelas atividades meio. Exemplos: • Água e esgotos; • Aluguéis; • Café, lanches e refeições; • Depreciação; • Despesa com 13º salário; • Despesa com férias; • Energia elétrica; • FGTS sobre salários; • Honorários contábeis; • Honorários advocatícios; • INSS sobre salários; • Material de expediente; • Material de limpeza; • Pró-labores; • Salários (pessoal administrativo); • Seguros; • Telefonia e internet; • Vale-transporte; • Vale-refeição; • Veículos (combustível, manutenção, aluguel); • E outros. Despesas Comerciais (ou despesa de vendas) Englobam todos os gastos com as atividades de comercialização e distribuição dos produtos. Exemplos: • Brindes; • Comissão sobre vendas; • Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa; • Embalagens; • Fretes e carretos; • FGTS sobre comissão de vendas; • INSS sobre comissão de vendas; • Propaganda e publicidade; • Royalties; • E outros. Observações: • Os gastos com royalties são aqueles incorridos pela empresa e destinados ao proprietário de determinada patente pelo direito de usar, explorar ou comercializar um produto, uma marca, etc. • Os gastos com perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa são aqueles oriundos da estimativa da inadimplência dos clientes, quando a empresa efetua vendas a prazo. Despesas Financeiras São os gastos incorridos para remunerar o capital de terceiros que financiam a atividade da empresa, bem como os demais incorridos na gestão do capital de giro. • COFINS sobre receita financeira; • Descontos concedidos; • Despesas bancárias; • Juros de empréstimos e financiamentos; • PIS sobre faturamento sobre receita financeira; • E outros. Aula 3 Tema 1: Controle e avaliação de estoques Conforme comentamos no início dos nossos estudos, a Contabilidade de Custos não existia antes da Revolução Industrial. Sua necessidade surgiu para dar valor aos estoques, que se tornaram mais complexos, haja vista que os fatores de produção utilizados na fabricação dos bens passaram a compor os seus custos. Coube, então, à Contabilidade de Custos definir métodos para controlar e valorar os estoques. O que são estoques? Conforme NBC TG 16, estoques são ativos mantidos: (a) Para venda no curso normal dos negócios; (b) Em processo de produção para venda; ou (c) Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. Como mensurar o estoque? Os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido; dos dois, o menor. Conforme NBC TG 16: • “O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais”. • “Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios, deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda”. Quais são os critérios de valoração do estoque? Existem alguns critérios ou “métodos de controle”, como são comumente chamados. Segundo Schier (2011), os métodos mais comuns utilizados no Brasil são: • Custo médio (móvel e fixo); • PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai); • UEPS (último que entra, primeiro que sai); • Custo específico; • Método do varejo. Nossos estudos focarão os três primeiros critérios: custo médio, PEPS e UEPS. O controle de estoque é uma atividade essencial para a empresa. Controlar de forma eficaz o que entra e o que sai do estoque permite à empresa uma melhor administração tanto das compras como das vendas, evitando gastos desnecessários, pois: • Evita fraudes e desvios; • Evita gastos desnecessários na compra de mercadorias e produtos que ainda se tenha em estoque; • Mantém a quantidade de matéria-prima adequada para atender o planejamento de produção; • Mantém a quantidade de produtos para venda, conforme estratégia e posicionamento da empresa no mercado, evitando atrasos e perda de clientes; • Entre outros aspectos. Tema 2: Método PEPS (Primeiro que entra, primeiro que sai) Segundo Schier (2011), “nesse método, as baixas do estoque são efetuadas pelo custo mais antigo, ou seja, o estoque é baixado, à medida em que ocorram as vendas, pelo custo que ocorreu primeiro”. Para entendermos melhor o método, vamos a um exemplo prático: A empresa XPTO Ltda, atacadista de caixas d’água de 1.000 litros em polietileno, teve a movimentação de estoque a seguir, em um determinado mês do ano: • Dia 1: comprou 150 caixas da Indústria Tavares a um custo unitário de R$ 315,00; • Dia 3: devolveu 10 caixas; • Dia 5: vendeu à Construtora Gomes 90 caixas; • Dia 8: recebeu a devolução de 5 caixas; • Dia 15: adquiriu da Indústria Tavares mais 120 caixas a um custo unitário de R$ 320,00. • Dia 20: vendeu à Construtora Gomes 40 caixas; Detalhes dos lançamentos: • No dia 1, a empresa adquiriu 150 caixas, portanto, ela deverá registrar a entrada dessas caixas d’água no estoque. Observe que, na planilha de controle, temos uma coluna específica para as movimentações de entrada. Ali registramos a quantidade adquirida, o valor pago por cada uma e o total da compra. Esses valores serão somados ao saldo do estoque (última coluna). Nesse exemplo, não havia saldo anterior no estoque, portanto, o saldo final ficará igual ao movimento registrado no dia. No entanto, cabe salientar que o saldo do estoque é calculado pela seguinte expressão algébrica: Saldo Final = Saldo Inicial + Entradas – Saídas Dessa forma, teremos os seguintes saldos: Saldo final (R$) = 0 + 47.250,00 – 0 = R$ 47.250,00 Saldo final (Qtde) = 0 + 150 – 0 = 150 caixas • No dia 3, por algum motivo, a XPTO devolveu dez caixas. Essa devolução será lançada na coluna de entrada com o valor negativo, como um lançamento de estorno. Não devemos usar a coluna de saída, pois se isso for feito, teremos dados incorretos sobre as movimentações do estoque que foram para vendas. Registramos, então, a quantidade devolvida com o seu correspondente valor unitário, e teremos um estorno de R$ 3.150,00. Observe que, como o número é negativo, o saldo final ficará certo: Saldo final (R$) = 47.250,00 + (- 3.150,00) - 0Saldo final (R$) = 47.250,00 - 3.150,00 – 0 = R$ 44.100,00 Saldo final (Qtde) = 150 + (-10) – 0 = 150 – 10 = 140 caixas • No dia 5, a empresa vendeu para a Construtora Gomes 90 caixas. Essas caixas deverão sair do estoque para serem entregues na construtora. Usaremos, então, a coluna de saída para registrar tal movimento. Para registramos a baixa no estoque, precisaremos de informações como: quantidade baixada e valor unitário. Dependendo do critério utilizado no controle e avaliação de estoque, teremos valores unitários diferentes. Como o critério que adotamos, neste momento, é o PEPS, baixaremos as 90 primeiras caixas que entraram no estoque, no caso, as de R$ 315,00. Observe como ficou o cálculo do saldo final: Saldo final (R$) = 44.100,00 + 0,00 – 28.350,00 = 15.750,00 Saldo final (Qtde) = 140 + 0 – 90 = 150 – 10 = 50 caixas • No dia 8, a empresa recebeu cinco caixas da construtora Gomes em devolução. Nesse caso, estornaremos uma saída, para, então, lançar a devolução na coluna de saída, mas com o valor negativo. Saldo Final (R$) = 15.750,00 + 0,00 – (-1.575,00) Saldo Final (R$) = 15.750,00 + 1.575,00 = R$ 17.325,00 Saldo final (Qtde) = 50 + 0 – (-5) = 50 + 5 = 55 caixas • No dia 15, a empresa comprou da Indústria Tavares 120 caixas a R$ 320,00 cada. O lançamento será realizado na coluna de entrada, com os seguintes saldos: Saldo final (R$) = 17.325,00 + 38.400,00 – 0 = R$ 55.725,00 Saldo final (Qtde) = 55 + 120 – 0 = 175 caixas • No dia 20, a empresa vendeu 40 caixas d’água. Considerando o critério PEPS, teremos que baixar as primeiras caixas que entraram no estoque; assim, analisaremos o saldo existente: Do primeiro lote a entrar no estoque, a empresa ainda tem 55 caixas; então, as 40 que foram vendidas no dia 20 sairão desse lote. Como o custo de cada caixa desse lote é de R$ 315,00, esse será o valor utilizado para baixa (40 caixas x 315,00 = 12.600,00). Saldo final (R$) = 55.725,00 + 0,00 – 12.600,00 = R$ 43.125,00 Saldo final (Qtde) = 175 + 0 – 40 = 135 caixas E assim terminam os lançamentos na planilha de controle. Observe que, na última linha da planilha, teremos as totalizações dos movimentos, nas quais podemos visualizar facilmente que o estoque teve 260 caixas entrando e 125 saindo; portanto, o saldo final ficou 135, considerando que não havia nenhuma caixa em estoque do período anterior. Nessa linha, podemos perceber melhor o porquê de lançarmos os estornos (devoluções tanto de compra como de venda) com sinal negativo. Tema 3: Método UEPS (Último que entra, primeiro que sai) Nesse método, as baixas do estoque são efetuadas pelo custo mais recente, ou seja, o estoque é baixado, à medida que ocorram as vendas, pelo custo que ocorreu por último. Cabe salientar que esse critério não é aceito pelo Fisco brasileiro. Em países como Estados Unidos, Alemanha e Japão, o UEPS é utilizado. Para entendermos melhor esse método, utilizaremos o mesmo exercício que usamos no PEPS, pois assim poderemos comparar os impactos que cada método tem na valoração do estoque: A empresa XPTO Ltda, atacadista de caixas d’água de 1.000 litros em polietileno, teve a movimentação de estoque a seguir, em um determinado mês do ano: • Dia 1: comprou 150 caixas da Indústria Tavares a um custo unitário de R$ 315,00; • Dia 3: devolveu 10 caixas; • Dia 5: vendeu à Construtora Gomes 90 caixas; • Dia 8: recebeu a devolução de 5 caixas; • Dia 15: adquiriu da Indústria Tavares 120 caixas a um custo unitário de R$ 320,00. • Dia 20: vendeu à Construtora Gomes 40 caixas; Detalhes dos lançamentos: • No dia 1, a empresa adquiriu 150 caixas, portanto, ela deverá registrar, na coluna “entradas”, a entrada dessas caixas d’água no estoque. Ali registramos a quantidade adquirida, o valor pago por cada uma e o total da compra, normalmente como fizemos no critério PEPS. Esses valores serão somados ao saldo do estoque (última coluna). Dessa forma, teremos os seguintes saldos: Saldo final (R$) = 0 + 47.250,00 – 0 = R$ 47.250,00 Saldo final (Qtde) = 0 + 150 – 0 = 150 caixas Lembrando que a fórmula do saldo final é: Saldo final = Saldo inicial + Entradas – Saídas • No dia 3, a XPTO devolveu dez caixas. Essa devolução será lançada na coluna de entrada com o valor negativo. Observe o cálculo dos saldos: Saldo final (R$) = 47.250,00 + (- 3.150,00) – 0 = R$ 44.100,00 Saldo final (Qtde) = 150 + (-10) – 0 = 150 – 10 = 140 caixas • No dia 5, a empresa vendeu para a Construtora Gomes 90 caixas. Faremos os lançamentos na coluna de saída. Como o critério que adotamos, neste momento, é o UEPS, baixaremos as últimas 90 caixas que entraram no estoque, no caso, as de R$ 315,00. Observe como ficou o cálculo do sando final: Saldo final (R$) = 44.100,00 + 0,00 – 28.350,00 = 15.750,00 Saldo final (Qtde) = 140 + 0 – 90 = 150 – 10 = 50 caixas • No dia 8, a empresa recebeu cinco caixas da Construtora Gomes em devolução. Para estornar a saída das cinco caixas, lançaremos a devolução na coluna de saída com o valor negativo. Saldo final (R$) = 15.750,00 + 0,00 – (-1.575,00) Saldo final (R$) = 15.750,00 + 1.575,00 = R$ 17.325,00 Saldo final (Qtde) = 50 + 0 – (-5) = 50 + 5 = 55 caixas • No dia 15, a empresa comprou da Indústria Tavares 120 caixas a R$ 320,00 cada. O lançamento será realizado na coluna de entrada, com os seguintes saldos: Saldo final (R$) = 17.325,00 + 38.400,00 – 0 = R$ 55.725,00 Saldo final (Qtde) = 55 + 120 – 0 = 175 caixas • No dia 20, a empresa vendeu 40 caixas d’água. Considerando o critério UEPS, teremos que baixar as últimas caixas que entraram no estoque; assim, analisaremos o saldo existente: Do último lote a entrar no estoque, a empresa tem 120 caixas das quais ela baixará 40, com um custo unitário de R$ 320,00. Observe o cálculo dos saldos: Saldo final (R$) = 55.725,00 + 0,00 – 12.800,00 = R$ 42.925,00 Saldo final (Qtde) = 175 + 0 – 40 = 135 caixas E assim terminam os lançamentos na planilha de controle pelo critério UEPS. Observe que ela apresenta uma diferença, quando comparado com o PEPS, no saldo final, no que se refere ao valor monetário do estoque. Para o saldo em quantidade, verificamos a igualdade nos dois critérios. Tema 4: Método do custo médio Nesse método, as baixas do estoque são efetuadas pelo custo médio ponderado de cada entrada de custo. O método prevê duas modalidades: • Custo médio ponderado móvel; • Custo médio ponderado fixo. Vamos utilizar o mesmo exercício dos dois critérios anteriores. Relembrando: A empresa XPTO Ltda, atacadista de caixas d’água de 1.000 litros em polietileno, teve a movimentação de estoque a seguir, em um determinado mês do ano: • Dia 1: comprou 150 caixas da Indústria Tavares a um custo unitário de R$ 315,00; • Dia 3: devolveu 10 caixas; • Dia 5: vendeu à Construtora Gomes 90 caixas; • Dia 8: recebeu a devolução de 5 caixas; • Dia 15: adquiriu da Indústria Tavares 120 caixas a um custo unitário de R$ 320,00. • Dia 20: vendeu à Construtora Gomes 40 caixas; Detalhes dos lançamentos: • No dia 1, a empresa adquiriu 150 caixas, portanto, ela deverá registrar, na coluna “entradas”, a entrada dessas caixas d’água no estoque. Você observará que os lançamentos de entrada são iguais em todos os critérios, então, o saldo final ficará da seguinte forma: Saldo final (R$) = 0 + 47.250,00 – 0 = R$ 47.250,00 Saldo final (Qtde) = 0 + 150 – 0 = 150 caixas Nesse critério, teremos que fazer um cálculo a mais, ou seja, temos que calcular o valor unitário do saldo através do valor médio do estoque. O cálculo é bastante simples, observe: Valor unitário médio = Valor total do estoque ÷ quantidade do estoque Valor unitário médio = 47.250,00 ÷ 150 = R$ 315,00 • No dia 3, a XPTO devolveu dez caixas. Essa devolução será lançada na coluna de entrada com o valor negativo. Observe o cálculo dos saldos e do valor unitáriomédio do estoque: Saldo final (R$) = 47.250,00 + (- 3.150,00) – 0 = R$ 44.100,00 Saldo final (Qtde) = 150 + (-10) – 0 = 150 – 10 = 140 caixas Valor unitário médio = 44.100,00 ÷ 140 = R$ 315,00 • No dia 5, a empresa vendeu para a Construtora Gomes 90 caixas. Faremos os lançamentos na coluna de saída. Como o critério que adotamos, neste momento, é o custo médio, baixaremos o estoque pelo valor médio unitário para o momento da baixa. No caso, cada caixa tem o valor médio de R$ 315,00, conforme pode ser visto na penúltima coluna da planilha. Saldo final (R$) = 44.100,00 + 0,00 – 28.350,00 = 15.750,00 Saldo final (Qtde) = 140 + 0 – 90 = 150 – 10 = 50 caixas Valor unitário médio = 15.750,00 ÷ 50 = R$ 315,00 • No dia 8, a empresa recebeu cinco caixas da Construtora Gomes em devolução. Para estornar a saída das cinco caixas lançaremos a devolução na coluna de saída com o valor negativo. Saldo Final (R$) = 15.750,00 + 0,00 – (-1.575,00) = R$ 17.325,00 Saldo final (Qtde) = 50 + 0 – (-5) = 50 + 5 = 55 caixas Valor unitário médio = 17.325,00 ÷ 55 = R$ 315,00 • No dia 15, a empresa comprou da Indústria Tavares 120 caixas a R$ 320,00 cada. O lançamento será realizado na coluna de entrada, com os seguintes saldos: Saldo final (R$) = 17.325,00 + 38.400,00 – 0 = R$ 55.725,00 Saldo final (Qtde) = 55 + 120 – 0 = 175 caixas Valor unitário médio = 55.725,00 ÷ 175 = R$ 318,43 • No dia 20, a empresa vendeu 40 caixas d’água. Observe que, neste momento, o custo unitário médio está em R$ 318,43; assim, baixaremos do estoque as 40 caixas por esse valor: Saldo final (R$) = 55.725,00 + 0,00 – 12.737,20 = R$ 42.987,80 Saldo final (Qtde) = 175 + 0 – 40 = 135 caixas Valor unitário médio = 42.987,80 ÷ 135 = R$ 318,43 Para que possamos visualizar as diferenças entre os critérios, apresentamos a seguir um comparativo: Tema 5: Custo dos produtos vendidos Segundo Oliveira (2007), o custo dos produtos vendidos “representa o quanto custou, para a empresa, as mercadorias ou os produtos que foram vendidos em determinado período”. O custo dos produtos vendidos é uma informação importante para a apuração do resultado da empresa, que, periodicamente, elabora a sua Demonstração de Resultado do Exercício (DRE). A seguir, temos uma versão simplificada de uma DRE: A DRE é um informe contábil que apresenta o resultado da empresa (lucro ou prejuízo) através do confronto entre receitas, custos e despesas que ocorreram em um determinado período Cabe destacar que o custo dos produtos vendidos é utilizado somente em empresas industriais. Em empresas prestadoras de serviços, temos o custo dos serviços prestados, e, em empresas de comercialização de produtos, temos o custo das mercadorias vendidas. • O estoque de uma empresa é formado pelos ativos que são mantidos para venda, os que estão em processo produção ou os materiais ou suprimentos que serão consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. Os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois, o menor, conforme disciplina a NBC TG 16: • Existem alguns “critérios” ou “métodos” de controle e avaliação de estoques; os mais comuns são: Custo médio ponderado (móvel e fixo); PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai); UEPS (último que entra, primeiro que sai); Custo específico e Método do varejo. • O critério PEPS (Primeiro que entra, primeiro que sai) efetua as baixas do estoque pelo custo mais antigo, ou seja, o estoque é baixado pelo custo do primeiro lote (com saldo) que entrou no estoque. Caso esse lote não seja suficiente para atender a saída, o próximo lote será considerado também. • O critério UEPS (Último que entra, primeiro que sai) efetua as baixas do estoque pelo custo mais recente, ou seja, pelo custo que ocorreu por último. Esse critério não é aceito pelo Fisco brasileiro. Em países como Estados Unidos, Alemanha e Japão, ele é utilizado. • O critério Custo médio efetua as baixas pelo custo médio ponderado dos produtos que estão em estoque. O método prevê duas modalidades: Custo médio ponderado móvel e Custo médio ponderado fixo. • O Custo dos produtos vendidos é formado pelo total de custos incorridos pela empresa para fabricar os produtos que foram vendidos em um determinado período. Esse valor será lançado na DRE para a apuração do resultado do período. Aula 4 Tema 1: Sistema de Custeio por Absorção Os sistemas de custeio, ou métodos de custeio, referem-se às formas como os custos são calculados e aplicados aos produtos e serviços. Assim, a gestão de custos ganhou importância, nesse contexto, tornando-se um fator estratégico de competitividade. Os sistemas de custeio devem buscar, ao máximo, estabelecer padrões de cálculo que representem a realidade dos processos produtivos. O sistema aceito pela legislação brasileira é o Sistema de Custeio por Absorção, cuja definição é, segundo Martins (2010): “O método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos... Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados.”. Em Megliorini (2012), verificamos que “O método de custeio por absorção caracteriza-se por apropriar custos fixos e variáveis aos produtos. Desse modo, os produtos fabricados absorvem todos os custos incorridos de um período.”. O Sistema de Custeio por Absorção também é conhecido por “Custeio Integral” justamente porque os produtos fabricados incorporam todos os custos incorridos no processo de fabricação. No cálculo dos custos do produto, serão utilizados tanto os custos diretos, como os custos indiretos de fabricação, os custos variáveis e os custos fixos. O primeiro passo para se atribuir custo ao produto é separar todos os custos envolvidos na sua fabricação em “diretos” e “indiretos”, conforme segue: • Os custos diretos são facilmente atribuíveis ao produto pelo seu consumo (matéria-prima utilizada; horas gastas da mão-de-obra direta, etc). • Já os custos indiretos precisam ser rateados, pois não se consegue quantificar diretamente quanto cada produto absorve de custos. Por exemplo, o aluguel da fábrica, os salários dos supervisores, a manutenção das máquinas, a depreciação, entre outros. Nota: rateio significa dividir, através do critério estabelecido, o valor de um determinado custo para atribuir ao produto uma parte dessa divisão. Por exemplo, se o custo com o aluguel da fábrica foi de R$ 10.000,00 no mês e dentro desse período foram fabricadas 1.000 peças, cada uma incorporará R$ 10,00 do custo do aluguel. Tema 02: Custeio Variável O sistema de custeio variável é um método que aplica aos produtos somente os custos variáveis, tanto diretos como indiretos. Segundo Megliorini (2012): “De acordo com o custeio variável, os custos fixos não são apropriados aos produtos e vários motivos contribuem para isso, entre eles o fato de os custos fixos serem custos correspondentes aos recursos necessários para manter a estrutura da produção e não custos decorrentes dos recursos consumidos pelos produtos em fabricação”. Como os custos fixos não são considerados custos de fabricação, nesse método, eles serão lançados diretamente contra o resultado no período, como se fossem despesas. Em Megliorini (2012), encontramos uma argumentação que defende a utilização deste método: “De acordo com o custeio variável, os custos fixos não são apropriados aos produtos e vários motivos contribuem para isso, entre eles o fato de os custos fixos serem custos correspondentes aos recursos necessários para manter a estrutura da produção e não custos decorrentes dos recursos consumidos pelos produtos em fabricação. Um exemplo simples que ilustra o que estamos dizendo é o aluguel das instalações da fábrica. Tanto fará se a empresa fabricar 100 ou 120 unidades do produto X: o custo do aluguel será o mesmo, pois não está relacionadoà produção, e sim à manutenção da estrutura físicana qual está localizado o ambiente de produção. Ainda que a empresa resolva diversificar sua linha de produtos e passe a fabricar Y e Z no mesmo local, essa situação não se altera.” (MEGLIORINI, 2012). Um grande problema desse método é o tratamento dado aos custos híbridos, pois pode não ser tão simples separar a parcela de custo fixo e a de custo variável do custo semivariável. Para verificar a parcela de custo fixo e a de custo variável presentes no custo híbrido, pode ser preciso utilizar métodos estatísticos baseados nos dados históricos. Por outro lado, há algumas vantagens no método. Segundo Megliorini (2012): “Pelo método de custeio variável, obtém-se a margem de contribuição de cada produto, linha de produtos, clientes, etc, o que possibilita aos gestores utilizá-la como ferramenta auxiliar no processo decisório, que inclui ações como: • Identificar os produtos que mais contribuem para a lucratividade da empresa; • Determinar os produtos que podem ter a sua venda incentivada ou reduzidas e aqueles que podem ser excluídos da linha de produção; • Identificar os produtos que proporcionam maior rentabilidade quando existem fatores que limitam a produção (gargalos), permitindo o uso mais racional desses fatores; • Definir o preço do produto em condições especiais; • Decidir onde comprar e fabricar; • Determinar o nível mínimo de atividade para que o negócio passe a ser rentável; • Definir em uma negociação com o cliente, o limite de desconto permitido”. (MEGLIORINI, 2012). O custo apurado pelo método de custeio variável foi de R$ 50,00 para cada estante. Os custos fixos (R$ 50.000,00) não entraram na composição do custo do produto, pois receberam o mesmo tratamento dado às despesas, e foram lançados contra o resultado do período. Tema 03: Custeio ABC Segundo Oliveira (2007): “O custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing) é uma metodologia que surgiu como instrumento da análise estratégica de custos relacionados com as atividades que mais impactam o consumo de recursos de uma empresa”. O custeio baseado em atividades identifica, analisa e aloca os custos aos processos de uma determinada empresa, com o objetivo de melhorar a gestão da sua lucratividade. Em síntese, o custeio ABC faz, primeiro, um mapeamento das atividades envolvidas nos processos, depois atribui custos a essas atividades e, por último, verifica o quanto de cada atividade os produtos consomem, formando assim o seu custo final. No esquema a seguir, temos uma visão de como funciona, resumidamente, o custeio ABC: A estrutura do custeio ABC se utiliza de direcionadores para tratamento dos custos indiretos, sendo estes os “direcionadores de recursos” e os “direcionadores de atividades”. Segundo Megliorini (2012): - “Direcionadores de recursos: são aqueles que identificam como as atividades consomem recursos, considerando a relação entre eles e as atividades e permitindo custeá-las. - Direcionadores de atividades: são aqueles que identificam como os objetos de custeio consomem as atividades, permitindo custeá-los.” (MEGLIORINI, 2012). O sistema de custeio deve ser baseado em atividades, por ser estruturado em vários estágios conforme a complexidade dos processos e o nível de detalhamento requerido pela gestão de custos. Quando os custos dos recursos são atribuídos às atividades e depois os custos destas aos produtos, dizemos que a estrutura é de dois estágios. Na figura a seguir temos um exemplo de custeio ABC em dois estágios: A estruturação em dois estágios atende grande parte das necessidades das empresas, visto que a relação custo-benefício deve ser considerada no estabelecimento da estrutura. A implantação desse custeio tem uma complexidade relativa e gera gastos, que podem não justificar um detalhamento maior do sistema. Para isso, a gestão de custos deverá decidir, no momento do planejamento da implantação, a estrutura ótima do custeio, considerando os gastos gerados e os benefícios que ele trará. Vamos detalhar agora um exemplo de implantação desse custeio Etapa 1 - Identificação das atividades relevantes Nessa etapa se faz um mapeamento de todas as atividades das áreas da empresa (departamentos, setores, etc.), identificando as mais relevantes. Caso a empresa já esteja estruturada por centros de custos ou por centros de atividades, o trabalho ficará mais fácil, bastando identificar as atividades realizadas por esses centros. Etapa 2 - Atribuição de custos às atividades Nesse momento devemos identificar todos os recursos consumidos nas atividades, tais como: materiais utilizados, depreciações, salários e encargos, aluguel da área em questão, seguros, energia gasta, etc. Segundo Oliveira e Perez JR (2007), “a atribuição dos custos às atividades deve seguir a seguinte ordem de prioridade: Alocação direta; Rastreamento por meio dos direcionadores de custos; e Rateio”. Cabe salientar que o rateio só será utilizado nos casos em que é impossível se atribuir custos de forma direta e, mesmo assim, os critérios definidos devem ser muito bem discutidos entre os profissionais da gestão de custos e os profissionais das respectivas áreas Etapa 3 - Identificação e seleção dos direcionadores de custos: Essa etapa é fundamental para o sistema. Aqui se apresenta a principal diferença entre os sistemas de custeio existentes: a escolha e determinação dos direcionadores. Muitos especialistas na área consideram este estágio como a “espinha dorsal” do sistema. OBS. Depreciação - Redução do preço, do valor financeiro desvalorização da qualidade, da importância; desprezo, menosprezo, desqualificação. Etapa 4 - Atribuição de custos dos recursos às atividades Conhecidos todos os recursos consumidos pelas atividades, é preciso calcular os valores financeiros para cada uma delas. Etapa 5 - Atribuição dos custos das atividades aos produtos Atribuir valor de custo para o produto conforme a sua utilização dentro da atividade. Com cada atividade sendo valorada, a empresa sabe quanto gasta na sua execução, o que permite calcular e transferir para o produto os valores relativos a ele. Tema 04: Custeio-padrão O custeio-padrão é um método que atribui o valor de custo com base nos custos passados, ou seja, ele é predeterminado. Além disso, é adequado para empresas que produzem produtos padronizados em série, indicando para a gestão o custo a ser perseguido. Segundo Oliveira (2007), custo-padrão “é o custo normal de produção estabelecido a priori, ou seja, antes do início da produção...Refere-se, em síntese, ao custo de fabricação possível de ser alcançado, devendo ser encarado como expectativas gerenciais realistas e desafiadoras, gerando uma melhoria no nível de eficiência da empresa”. Segundo Dubois (2009), “O custeio padrão não é implantado e mantido com um fim em si mesmo. Deve servir a propósitos maiores. Dentre eles, está a identificação das diferenças entre o padrão e o real. A administração que utiliza o custo-padrão poderá servir-se dele para os seguintes fins: 1. Dispor de condições para a negociação de preços, especialmente em situações de encomendas, contratos, lotes, etc. 2. Dispor de bases para acompanhar os estoques de produtos acabados e em elaboração, quando se tem um nível adotado como o adequado sob os padrões estabelecidos. 3. Dispor de bases para o monitoramento das operações, avaliação de desempenho, identificação de gargalos ou pontos de ineficiência controláveis, através das diferenças apuradas entre o custo-padrão e o custo real. Estas diferenças serão objeto da ação corretiva por parte da administração (Administração por Exceção)” (DUBOIS, 2009). O seu uso pela contabilidade é permitido, desde que, periodicamente, seja feita uma comparação e ajuste com base no custeio por absorção. Na figura a seguir, podemos verificar o processo de custeioe ajustes realizados pela empresa quando se adota esse sistema: Conforme verificamos na figura, a contabilidade fará um confronto entre o custo determinado pelo custeio-padrão e o custo real apurado. Se o custo padrão for igual ao custo real, a empresa não terá nenhuma ação a tomar em termos de ajustes, mas, se no confronto for verificada uma diferença de valor, a empresa deverá proceder ao ajuste contábil necessário para ajustar os registros ao valor apurado no custeio integral (real). Outra questão a ser considerada é que, nesse momento, ações administrativas deverão ser tomadas no sentido de melhorar os processos para que estes atinjam o custopadrão. Assim, podemos elencar os principais propósitos desse sistema de custeio, que são: • Fixar um padrão de custos: as áreas envolvidas utilizam esses padrões como referência, promovendo ações para mantê-los dentro dos limites aceitáveis; • Reduzir custos: à medida que se tem a referência para seguir, a gestão tomará ações corretivas sempre que os valores se desviarem do padrão. • Auxiliar na formação do preço de venda: facilita a formação do preço, visto que os custos são predeterminados. Tema 05: Custeio em empresas comerciais e prestadoras de serviços Os sistemas de custeio utilizados nas empresas industriais podem também ser aplicados tanto nas prestadoras de serviços como nas empresas comerciais, bastando apenas que se façam as adequações pertinentes a cada negócio. Segundo Megliorini (2012), “Muitos dos conceitos e procedimentos desenvolvidos para as empresas industriais também se aplicam às comerciais e prestadoras de serviços; alguns deles são, inclusive, de aplicação geral. Para adotá-los, as empresas comerciais e prestadoras de serviços precisam apenas ajustá-los a seus sistemas físicos e operacionais, situação semelhante à verificada em diferentes empresas industriais, como as com produção sob encomenda e produção seriada.” (MEGLIORINI, 2012). Empresas comerciais Nas empresas comerciais, os gastos também podem ser classificados como investimento, custo e despesas. A principal diferença para a indústria é que nesse tipo de empresa não se fabrica o produto, não havendo nela, portanto, toda a estrutura e processos da produção. Sua atividade é de intermediar o produto entre o seu fabricante e o consumidor, sem alterar as suas características. Os custos se referem às mercadorias comercializadas, incluindo todos os gastos não recuperáveis que ocorreram na compra e entrega da mercadoria. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por exemplo, está inserido no preço da mercadoria comprada, com destaque na nota fiscal. Este imposto não será recuperado pela empresa comercial e deverá compor o valor de custo do produto a ser revendido. Já o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é passível de recuperação, sendo assim, não será considerado na formação do custo do produto. Quando a empresa compra os produtos para a revenda, ela poderá incorrer em outros gastos, tais como: frete, seguro, armazenagem, despesas aduaneiras (no caso de importação), entre outros. Nesse caso, todos esses gastos devem compor a formação de custo dos produtos. As despesas são os gastos que ocorrem por ocasião da comercialização e também os referentes aos departamentos de administração, financeiro e comercial. Segundo Megliorini (2012), no comércio as despesas podem ser classificadas em: • “Despesas diretas das mercadorias: são as que podem ser identificadas imediatamente com as mercadorias vendidas, como as comissões dos vendedores. • Despesas diretas dos departamentos: são as que podem ser identificadas com os respectivos departamentos em que ocorrem (como salários e encargos, depreciação e material de escritório) e são apropriadas de forma direta a eles. • Despesas indiretas dos departamentos: são as despesas comuns aos departamentos administrativos ou comerciais ou ambos, como aluguel e energia elétrica. São apropriadas aos departamentos por meio de rateio.” (MEGLIORINI, 2012). Empresas prestadoras de serviços Existem inúmeros tipos de serviços oferecidos por essas empresas: saúde (humana e animal), transporte de pessoas e mercadorias, atendimento jurídico e judicial, vigilância, manutenção, telecomunicações, tecnologia da informação, consultoria, assessoria, treinamentos, entre muitos outros. O setor de serviços cresceu tanto que muitos autores afirmam que vivemos na “Era dos Serviços”. Muito embora esse setor seja caracterizado por atividades bastante heterogêneas a “apuração dos custos nas empresas prestadoras de serviços se assemelha à apuração realizada nas empresas industriais. Há situações em que os serviços necessitam da aplicação de material; em outras, isso não ocorre” (MEGLIORINI, 2012). Os sistemas de custeio apresentados para o setor industrial ficam facilmente adaptáveis para serviços quando se consideram as atividades de “prestação de serviços” como sendo as “atividades de produção” da empresa. Ou seja, todos os gastos incorridos para executar a atividade-fim da empresa serão considerados custos e todos os incorridos nas atividades-meio serão considerados despesas. Desta forma, teremos procedimentos de classificação muito semelhantes entre prestação de serviços e fabricação de produtos, tanto no que se refere aos custos como às despesas. • O sistema de custeio por absorção consiste em apropriar todos os custos de produção aos bens elaborados, sejam eles diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Esse método é aceito pela legislação brasileira para apuração dos valores do estoque. • O sistema de custeio variável é um método que apropria aos produtos somente os custos variáveis, tanto os diretos como indiretos. Os custos fixos são lançados contra o resultado do período. • O custeio ABC é um sistema baseado em atividades, dentro das quais, para calcular o custo do produto ou serviço, primeiramente a empresa irá fazer um mapeamento das atividades envolvidas nos processos, depois atribuirá custos a essas elas e, por último, verificará quanto de cada atividade os produtos ou serviços consumiram. • O custeio-padrão é um método que atribui o valor de custo com base nos custos passados, no histórico da produção (ou prestação de serviços), ou seja, ele é predeterminado. Muito utilizado em empresas que produzem produtos padronizados em série. • As empresas prestadoras de serviços e as comerciais podem utilizar os mesmos sistemas de custeio da indústria, bastando apenas efetuar as adaptações para cada particularidade do negócio Aula 5 Tema 01: Relação custo/volume/lucro A relação custo/volume/lucro se constitui em uma ferramenta de análise gerencial, pela qual se busca entender a relação entre tais fatores. O estudo dessa relação gera informações para simular os resultados operacionais da empresa, visto que as variações de cada fator irão influenciar os demais. Conhecida como “Análise CVL”, ela é de relativa simplicidade e possibilita à gestão da empresa verificar as influências e interações entre os fatores. As informações obtidas serão utilizadas para gerar projeções que influenciarão no planejamento da produção. Segundo Crepaldi (2004), a análise de custo/volume/lucro é “Um instrumento gerencial utilizado para projetar o lucro que seria obtido em diversos níveis possíveis de produção e vendas, bem como para analisar o impacto sobre o lucro, modificações no preço de venda, nos custos (fixos ou variáveis), no nível de atividade desenvolvida e no lucro alcançado ou desejado.” Na análise a empresa poderá verificar as seguintes interações: • Se variar o custo, qual o impacto que gera no volume; • Se variar o custo, qual o impacto terá no lucro; • Se variar o volume, que impacto terá no custo; • Se variar o volume, que impacto terá no lucro; • Se variar o volume e o custo, que impacto terá no lucro. Segundo Dubois (2009), a análise tem os seguintes pressupostos: 1. “As variaçõesnos níveis de receitas e nos custos decorrem das oscilações nas quantidades de produtos ou serviços produzidos e vendidos. 2. Os custos e despesas devem ser segregados na parte fixa e na parte variável, considerando que esta última responde diretamente às alterações nas quantidades de produtos. 3. Os custos fixos não respondem aos diferentes níveis de produção em curto prazo. Graficamente são representados por uma reta paralela ao eixo das quantidades. 4. Os custos variáveis respondem proporcionalmente às quantidades. Em termos gráficos, o comportamento dos custos variáveis é de uma linha reta crescente em relação às quantidades. Este é um pressuposto válido dentro de intervalos relevantes. 5. O intervalo relevante é uma faixa de quantidade em que é desejável realizar o planejamento. Abaixo do limite mínimo a produção é inviável e acima do limite máximo é impossível. 6. A análise de CVL tradicional cobre apenas um produto ou assume que em determinado mix de produtos, as proporções dos custos fixos e variáveis e as quantidades vendidas permaneçam constantes.” (DUBOIS, 2009) A Análise Custo/Volume/Lucro abrange os conceitos de Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Margem de Segurança. Tema 02: Margem de contribuição Para iniciar nossos estudos sobre a margem de contribuição, vamos analisar para onde se destinam os fluxos financeiros em uma empresa. Genericamente, todo o dinheiro gerado em uma empresa irá para a cobertura dos seguintes itens: • Custos Fixos; • Despesas Fixas; • Custos Variáveis; • Despesas Variáveis; • Lucro. Lembre-se que, quando uma empresa fabrica e vende um produto, ela está gerando custos e despesas variáveis. Custo variável ao fabricar e despesa variável ao vender o produto. Os custos fixos e despesas fixas existirão independente da fabricação e venda. Então, o estudo da margem de contribuição se desenvolveu considerando a receita gerada pela venda do produto e os custos e despesas variáveis gerados na fabricação e venda. Dessa forma é possível medir o quanto cada produto contribui para a cobertura dos custos e despesas fixas e ainda, se possível, gerar lucro. Para entendermos melhor, vejamos como se calcula a margem de contribuição para cada produto: Então, a margem de contribuição é o valor que sobra da receita depois de subtrair os gastos variáveis (custos e despesas). E a Margem de Contribuição Unitária (MCU) é o valor que sobra do preço de venda de um produto ou serviço depois de subtrair os gastos variáveis unitários. Vamos a um exemplo prático. Considere que uma empresa de celulares tem a seguinte estrutura de gastos: Pergunta: se a empresa vender o celular por R$ 700,00, qual será a MCU? Cada aparelho está “contribuindo” para a cobertura de R$ 400,00 de custos e despesas fixas. Veja na imagem a seguir como ficará a utilização dos R$ 700,00 após a venda: Perceba que na parcela de R$ 400,00, ou seja, na parcela da MCU, existe uma condição de uso do recurso. Essa condição está ligada ao chamado “ponto de equilíbrio” da empresa, que será tratado no próximo tema. Abaixo temos um fluxo que explicará melhor a condição que comentamos acima: Tema 03: Pontos de equilíbrio: contábil, econômico e financeiro Toda empresa tem uma estrutura de gastos fixos e constantes que precisa pagar mensalmente. Os recursos para pagar esses compromissos devem vir da venda dos seus produtos ou serviços, ou seja, caso ela não tenha uma reserva, obrigatoriamente terá que gerar os recursos com suas atividades para não incorrer em empréstimos. Do ponto de vista do resultado do negócio, lembramos que o lucro é obtido quando as receitas auferidas no período superam os custos e as despesas incorridas nesse mesmo período. Observe o gráfico a seguir: Considere que estamos analisando o resultado da empresa no período de um mês. Quando ela começa suas atividades, no primeiro dia do mês, as vendas e, consequentemente, a receita do mês, estão se iniciando também. Ocorre que ela já tem gastos fixos para o período, e tal fato nos faz concluir que ela começa o mês no prejuízo e assim continua até que as vendas sejam suficientes para cobrir os gastos. A partir do momento em que ela cobre os gastos do período, começa a formar o seu lucro. Dessa observação, conseguimos extrair o conceito de ponto de equilíbrio, ou seja, o momento em que a empresa consegue cobrir todos os seus gastos. De maneira geral, o ponto de equilíbrio (break-even-point) significa a quantidade de produtos que devem ser vendidos para que a empresa consiga pagar todos os seus custos e despesas, fazendo com que o seu lucro seja igual a zero, conforme apresentado no gráfico a seguir: Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) O PEC indica a quantidade mínima que uma empresa precisa produzir e vender para cobrir todos os seus gastos, não obtendo lucro. Seu cálculo é obtido pela seguinte fórmula: Vamos a um exemplo prático. Uma pequena empresa que fabrica pasta de amendoim em potes de 1kg tem a seguinte estrutura de gastos: • CF = R$ 15.000,00 • DF = R$ 3.000,00 • CVU = R$ 12,00 • DVU = R$ 4,00 Pergunta: se a empresa vender o pote de pasta de amendoim por R$ 32,00, quantas unidades terá que vender para atingir o PEC? A empresa terá que produzir 1.125 unidades da pasta de amendoim e vendê-las para estar no ponto de equilíbrio. A partir desse momento cada unidade vendida irá gerar lucro. Vamos imaginar que a empresa produziu e vendeu uma unidade da pasta de amendoim depois que ela atingiu o ponto de equilíbrio contábil: Então, do preço de venda, R$ 16,00 irão para o lucro, ou seja, a própria Margem de Contribuição Unitária. Assim, podemos concluir que, após o ponto de equilíbrio, toda MCU vai para o lucro, pois ela é obtida subtraindo-se do preço de venda os custos e despesas variáveis. Perceba que, para se determinar qual será o lucro da empresa no período, basta verificar a quantidade de unidades que excederam o ponto de equilíbrio e multiplicar pela MCU. Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) O PEE considera que, para uma empresa estar em seu ponto de equilíbrio, ela deverá produzir e vender o suficiente para cobrir: • Custos Fixos; • Despesas Fixas; • Custos Variáveis; • Despesas Variáveis; • Custo de Oportunidade. Custo de oportunidade (EX) • “O sacrifício das alternativas renunciadas, ao se produzir uma mercadoria ou serviço.” (SELDON e PENANCE, 1983). • “O custo de oportunidade de uma ação é dado pelo valor da melhor alternativa de alocação dos recursos empregado em tal ação.” (KUPFER e HASENCLEVER, 2002). Vamos verificar na prática como ficaria o cálculo do PEE, considerando a mesma empresa produtora de pastas de amendoim. Considerando as informações a seguir, relativas à empresa que fabrica pasta de amendoim em potes de 1kg, calcule o PEE: • CF = R$ 15.000,00 • DF = R$ 3.000,00 • CVU = R$ 12,00 • DVU = R$ 4,00 • Preço de Venda = R$ 32,00 • Patrimônio Líquido = R$ 30.400,00 • Retorno sobre o PL desejado = 1% ao mês Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) O cálculo do PEF considera somente o resultado financeiro, ou seja, sem considerar as parcelas da depreciação existentes nos custos fixos e despesas fixas, pois a depreciação não gera saída de caixa. Outra informação financeira importante é a possibilidade de a empresa ter empréstimos para amortizar. O valor da amortização não está presente nos custos e nem nas despesas, dessa forma, para que a empresa não incorra na impossibilidade de amortizar suas dívidas, será preciso incluí-la no cálculo do PEF. Assim, a fórmula será a seguinte: Considerando as informações a seguir, relativas à empresa que fabrica pasta de amendoim em potes de 1kg, calcule o PEF: • CF = R$ 15.000,00 • DF = R$ 3.000,00 •CVU = R$ 12,00 • DVU = R$ 4,00 • Preço de Venda = R$ 32,00 • Depreciação = R$ 796,00 • Amortizaçãode Financiamentos = R$ 1.500,00 Uma empresa que trabalha no seu ponto de equilíbrio está sujeita ao risco de prejuízo caso a demanda pelos seus produtos seja alterada por algum fator exógeno e inesperado. Assim, trabalhar com uma margem de segurança é uma decisão importante a se tomar no estabelecimento do planejamento. A Margem de Segurança (MS) representa o quanto as vendas poderão diminuir sem que a empresa entre no prejuízo. Exemplo: suponha que uma empresa trabalhe com uma MS de 20% e que o seu ponto de equilíbrio seja de 2.000 unidades. Quantas unidades ela deverá vender considerando a MS? Então, se ela vender 2.500 unidades e as vendas diminuírem 20%, ou seja, 500 unidades (2.500 x 0,20), ela ainda estará no ponto de equilíbrio. Tema 04: Estrutura de custos Empresas fabricantes de produtos similares ou idênticos podem possuir estruturas totalmente diferentes. A tecnologia é um fator que faz com que os processos produtivos se tornem bem diferentes – outro fator é a própria administração. O estudo da estrutura de custos analisa a proporção dos custos fixos e variáveis no custo total da empresa. Analise a imagem abaixo de duas empresas que fabricam o mesmo produto: Que conclusões poderíamos tirar? • As duas empresas possuem o mesmo Custo Total; • A empresa “A” provavelmente tem os seus processos menos automatizados, fazendo uso de mais mão-de-obra que a “B”; • A empresa “B” possui uma estrutura física mais robusta que a “A”, visto que os seus Custos Fixos são maiores; • Se as duas empresas deixarem de produzir, a empresa “B” incorreria em custos maiores que a “A”, portanto tem um risco operacional maior. Para analisarmos os diferentes impactos no ponto de equilíbrio e nos lucros das empresas, vamos incluir as despesas na estrutura, através de um exemplo prático: duas empresas – a “Alfa” e a “Beta” – fabricam o mesmo produto e possuem as estruturas de gastos informadas abaixo. Considerando que as duas vendem os seus produtos por R$ 100,00 a unidade, calcule o Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) de cada uma: Vamos considerar que cada empresa vendeu 1.000 unidades e verificar o lucro de cada uma: Agora, vamos considerar que cada empresa vendeu 2.000 unidades e verificar o lucro de cada uma: Observe que os custos e despesas fixos não mudam, pois as duas empresas já ultrapassaram os seus pontos de equilíbrio. Apenas os custos e despesas variáveis mudarão, pois agora as vendas passaram para 2.000 unidades. Conclusão: observamos que quando as duas empresas venderam 1.000 unidades, o lucro foi igual nas duas. Mas quando as vendas atingiram 2.000 unidades, as duas se diferenciaram. A Empresa Alfa tem uma estrutura de custos que proporciona uma margem de contribuição menor e, com isso, tem um incremento menor no seu lucro à medida que as vendas aumentam. A sua estrutura é mais conservadora. Já a Empresa Beta possui uma estrutura de custos que proporciona uma margem de contribuição maior, gerando um lucro também maior. No entanto, com a estrutura de custos fixos maior, ela acaba possuindo um risco operacional também maior. Tema 05: Alavancagem operacional Grau de Alavancagem Operacional (GAO) A alavancagem operacional está fortemente ligada à diluição dos custos fixos, à medida que as vendas aumentam. Assim, um crescimento nas vendas irá gerar um crescimento maior no lucro em termos percentuais. Ou seja, o efeito denominado “alavancagem” acontece porque os custos fixos são distribuídos por um volume maior da produção, de tal forma que o custo unitário do produto diminua. Conforme Megliorini (2012): “A alavancagem operacional é maior em empresas que possuem proporções mais elevadas de custos e despesas fixos em sua estrutura comparativamente a empresas que possuem proporções menores”. Para medir o efeito provocado nos lucros através das variações das vendas, existe um indicador chamado Grau de Alavancagem Operacional (GAO), cuja fórmula é apresentada a seguir: Exemplo prático para melhor entendimento do assunto: A Empresa Gama produz motor elétrico para máquinas de lavar roupa. O preço de venda de cada motor é de R$ 400,00. Ela possui gastos variáveis unitários (CVU + DVU) de R$ 200,00 e gastos fixos (CF + DF) de R$ 100.000,00. Considerando que as suas vendas no mês anterior foram de 800 motores e no presente mês foi de 1.000, calcule o GAO da empresa. O GAO é de 2,67, ou seja, o lucro operacional aumentou 2,67 vezes mais que o aumento da receita. Cabe salientar que uma empresa com maior grau de alavancagem operacional possui, também, um maior risco operacional, já que a sua estrutura de gastos fixos é maior. Segundo Megliorini (2012), “O risco operacional está associado à instabilidade no lucro operacional decorrente de variações na receita de vendas dada uma estrutura de custos e despesas fixos. A instabilidade, nesse contexto, diz respeito a aumentos ou reduções do lucro operacional. Assim, uma empresa que apresenta estrutura de custos e despesas fixos em proporções maiores com relação à outra, caso as vendas aumentem, terá um impacto positivo no lucro. No entanto, a empresa que apresenta estrutura de custos e despesas fixos menor, caso as vendas diminuam, terá um menor impacto no lucro.” (MEGLIORINI, 2012). • A análise de custo/volume/lucro permite verificar as influências que os fatores têm entre si, no tocante às suas variações. • A margem de contribuição é o valor que sobra da receita depois de subtrair os gastos variáveis (custos e despesas). • O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) é o momento em que a empresa consegue cobrir todos os seus gastos. O Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) é o momento em que a empresa consegue cobrir todos os seus gastos e o valor correspondente ao seu custo de oportunidade. O Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) é o momento em que a empresa consegue cobrir todos os seus gastos desembolsáveis e amortizar seus empréstimos e financiamentos. • O estudo da estrutura de custos analisa a proporção dos custos fixos e variáveis no custo total da empresa. • A alavancagem operacional possibilita à empresa auferir variações percentuais maiores no lucro do que as variações percentuais ocorridas em sua receita. O indicador que mede essa variação é chamado de Grau de Alavancagem Operacional (GAO). EXPLICAÇÕES: Valeska (Para resolução dos exercícios discursivos) 1. custo é tudo aquilo que está ligado à produção indireto é quando você não pode distribuir o custo todo à um produto específico (energia elétrica da produção) variável é quando você está produzindo e necessita de quantidades variadas para formar um produto (matéria prima, horas de mão de obra...) Despesa é quando está ligada ao setor administrativo (aluguel da parte adm, manutenção como pintura...) 2. Margem de Contribuição = Preço de Venda – ( Custos Variáveis + Despesas Variáveis) Ponto de equilíbrio = gastos fixos / margem de contribuição Ponto de equilíbrio econômico = (gastos fixos + margem lucro) /margem de contribuição 3. Cálculo do custo de estoque por média ponderada = soma dos estoques dividido pelo número deles, no entanto devem ser consideradas as saídas de estoque 4. Gráfico 5. Custeio por absorção Precisa saber discernir o que é custo direto do custo indireto Como custo direto tem a matéria prima + a mão de obra direta (MOD) = R$15 Os custos indiretos o exercício disse que eram 30mil. Aula 6 Tema 01: Formação do preço de venda - variáveis de influência determinam o seu valor. Existem variáveis que influenciam fortemente a definição do preço de venda. Uma questão essencial a se considerar é o binômio “preço” e “valor”. Sabemos que preço é diferente de valor, mas eles andam em sintonia de tal forma que o preço é muito influenciado pelo valor. Para esclarecer, vamos diferenciar um do outro:
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