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Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Simpósio Pediatria Luana Mascarenhas Couto- EBMSP Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Aula 1: Exterogestação e apego: Teoria do apego: - Estampagem: observação do patinho, a primeira figura que ele enxergava ele considerava como mãe. - Ansiedade da separação de Freud. Experiência de Harlow: não é uma questão de alimentação, é uma questão de apego, muito além da alimentação. - Ansiedade da separação; - Estágio do desespero; - Estágio do desapego. OBS: Quando a criança passa por esses 3 estágios, geralmente a criança fica no desapego. Modelos de apego: - No apego seguro, as reações são proporcionais e coerentes e consistentes com as ações da criança. Cria-se um vínculo genuíno. - Ansioso: É superprotetor e não permite que a criança vivencie riscos, dificultando um desenvolvimento mais autônomo. - Ambivalente: os pais têm respostas inconsistentes, pois há momento que responde a necessidade da criança e há momentos que é negligente. - Evitativo: dá pouco ou nenhuma atenção às necessidades afetivas da criança, sendo do tipo que age com “para de chorar”. - Desorganizado: o papel do cuidador tende a se dar de forma desorganizada. Princípios da criação para um apego seguro: - Contato físico está diretamente relacionado com a saúde mental futura e representa uma necessidade básica; - O primeiro ano de vida tem fator definitivo; - É necessário um cuidador direto para os cuidados do bebê; - As futuras relações serão espelho dessa primeira relação, com esse primeiro cuidador. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP - Dependendo dos traumas que esse bebe enfrentar nessa fase, poderão acontecer o estresse tóxico que pode causar doenças físicas e emocionais permanentes; - A principal causa para as consequências mais graves está relacionado com a saúde mental dos pais, que podem variar entre uma simples depressão, agressividade, infelicidades internas e transtornos mentais graves; - A saúde mental dos pais está diretamente relacionada com o que esses pais receberem de seus próprios pais quando eram crianças vira um ciclo. - Os efeitos de privação, especialmente quando físicos podem ser irreversíveis; - Dentro do contexto psicológico pode ser feito um trabalho emocional para resgatar as crianças; - A família é base para evitar e reverter processos traumáticos e relações de apego inseguro; - Trabalho de autoconhecimento e fortalecimento parental é a grande chave para todo o processo. OBS: O apego é ativado para que o bebê consiga regular seu aparelho psíquico que está prestes a ser bombardeado de cortisol. É como se o apego fosse nosso impulso para que nos leve ao colo do cuidador. OBS1: O apego seguro não quer dizer que seu filho não irá sofrer mais, que não irá chorar, que não vivenciará frustações. Quer dizer que, independentemente, do que seu filho vivenciar, ele tem uma base segura, ele suportará e terá mecanismos de superar, porque sua base é forte. Apego x dependência? - Não existe relação entre esses dois pontos. O apego tende a aumentar durante a vida do sujeito, enquanto a dependência tende a diminuir quando ele começa a se tornar independente. Exterogestação: - Diz: que a gravidez não dura apenas 9 meses e sim 12- ainda que último trimestre aconteça fora da barriga da mãe. - Recursos: Sling: enrolar o bebê; Banho de ofuro; Shantala: massagem; 5 S: Swadoling (enrolar o bebê), side stomach position (posição lateral esquerda), sushing (barulho), swinging (balanço), sucking (sucção). “NÃO HÁ SUBSTITUO PARA O TEMPO E ATENÇÃO QUE OS PAIS DEVEM DISPOR A UMA CRIANÇA” Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Aula 2: COVID em paciente pediátricos Coronavírus, Sars-COV2. - É um vírus de RNA, da família coronavirade, possui uma glicoproteína (spike- proteína S- causa a infecção). - É uma grande família de vírus, pois infecta também animais. - Os tipos alfa e beta: infecta os mamíferos; enquanto os deltas e gamas: pássaros. - SARVS-COV 1: não se tem tantas mortes de crianças. Transmissão: Patogênese: - Proteína molecular responsável pela entrada de SARS-COV 2 nas células humanas é o receptor enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) encontrada em diferentes órgãos. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP OBS: As crianças não possuem tantos receptores sistema respiratório pouco desenvolvido sinais e sintomas mais brandos. - Promove uma tempestade de citocinas pró-inflamatórias, altera as vias de coagulação e aumento das proteinas inflamatórias. Sinais e sintomas: - Em crianças são sintomas bem inespecíficos, parecendo inclusive uma gripe. Febre baixa ou afebril Tosse seca Rinite Fadiga Cefaleia Diarreia Dispneia Cianose Anorexia OBS: Diagnóstico: ausência de outro patógeno identificado que possa explicar o quadro clínico importante de uma boa história clínica e um bom exame físico. Achados laboratoriais: Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP - Inicial: leucócitos diminuídos; - Aumento de enzimas hepáticas, mioglobina; - PCR/VHS: Aumentados; - Procalcalcitonina normal; - Pacientes graves: troponina aumentada, ferritina e interleucinas aumentadas. OBS: Ou seja, em crianças os achados laboratoriais são bem parecidos com os adultos. Quadro clínico: - 4% assintomáticos; - 50,9% leve: IVAS, congestão da faringe, ausculta normal; - 38,8% moderado: Pneumonia, febre, tosse seca, seguida de tosse produtiva, chiado no peito. TC com lesões pulmonares subclínicas. -5,2% graves: sintomas respiratórios precoces, progride rapidamente, saturação <92%; - 0,6% Críticos: SRAG choque, encefalopatia, lesão miocárdica, disfunção da coagulação e lesão renal aguda. OBS: Tal pesquisa demonstra que o SARS-COV 2 acomete principalmente lactentes. OBS1: Em crianças, o COVID: Óbitos raros, doença menos grave do que em adultos, marcadores inflamatórios menos alterados, linfopenia rara. Uso de tratamento sintomático. Achados radiológicos em crianças: - Pouco alterada; - 59% vidro fosco periférico; - Infiltrados intersticiais. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP (Padrão em vidro fosco). Diagnóstico: - RT-PCR padrão ouro, detecta o RNA do vírus. Raspado de nasofaringe. - Sorologia: papel restrito. Detecta anticorpos IgA, IgM e IgG. - Teste rápido: Teste rápido de antígeno detectam proteinas do vírus na fase de atividade da doença; Teste rápido de anticorpos (IgG + IgM) que identificam a resposta imunológico fica difícil avaliar qual o momento do paciente, já que é o somatório dos dois anticorpos. OBS: A partir do 5º dia, o teste de antígeno pode ser detectado. A carga viral vai caindo, mas vai aparecendo os anticorpos, sendo que o IgG é mantido. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Crianças com alto risco de doença severa: - Cardiopatias congênitas, doenças pulmonares, doenças renais, pacientes desnutrido, diabéticos, imunodeficiências, doenças metabólicas. OBS: A asma é de certa forma um padrão protetor por conta dos broncodilatadores e corticoides. - Lactentes menores de 3 meses. - Sinais de alerta: aumento da frequência respiratória, febre persistente 3-5 dias, mais de 1 semana de doença sem melhora ou exacerbação de sintomas + letardia, rebaixamento do sensório, redução do número de linfócitos, aumento de enzimas miocárdicas, acidose metabólica inexplicada, aumento D dímero, aumento da IL6, IL10, ferritina, saturação <95% em repouso, complicações extrapulmonares. Tratamento: - Sintomáticos - Oxigênio evitando CPAP e VNI (ventilações abertas gera contaminação);- Antivirais: alfa interferon - Não está recomendado: Lopinavir/ritonavir Ribavirina Fosfato de cloroquina Manifestações atípicas: - Manifestações cutâneas: lesões dolorosas localizadas nos dedos das mãos e dos pés, iniciaram como manchas arroxeadas, evoluíram com bolhas ou crostas; - Síndrome inflamatória multissistemica em crianças e adolescentes: Elevação de proteína C reativa, ferritina, D-dímero; Imunoglobulina endovenosa, antibioticoterapia e ácido acetil salicílico em dose anti-inflamatória; Febre alta e persistente; Exantemas de apresentações variadas; Conjuntive não purulenta; Edema de mãos e pés; Dor abdominal, vômitos e diarreia; Choque (com hipotensão arterial e taquicardia); Elevação de enzimas miocárdicas; Derrame pleural e pericárdico sugere comprometimento sistêmico de serosas. AVC. OBS: COVID na sala de parto: não foi identificado na placenta, no leite materno, líquido amniótico transmissão vertical não comprovada. OBS1: Aleitamento materno: deve ser mantida, com: lavagem das mãos, uso de mascara durante as mamadas, troca de fraldas com luvas descartáveis é recomendado (Presença do vírus na fezes). (O leite materno tem anticorpos, o que é benéfico para o bebe), os cuidados com o bebe devem ser realizados por outra pessoa sem suspeita de COVID 19. Esperanças para a vacina: Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP - Uso do adenovírus que perde a capacidade infectante. A partir daí coloca um pedaço do vírus do COVID e a partir daí desenvolve um processo imunológico contra a proteína S. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Aula 3: Bronquiolite viral aguda na infância Doença frequente na prática clínica pediátrica, sendo a principal causa de internação no 1º ano de vida. - Existem diferentes condutas terapêuticas. Doença viral que acomete as VA inferiores- bronquíolos. - Replicação viral inflamação, edema, descamação epitelial e secreção de muco com obstrução das pequenas VA por plugs de secreção e estreitamento da luz bronquiolar. - Crianças < 2 anos (pico entre 3 e 6 meses de vida). Diagnóstico: - Quadro clínico característico + exame físico; - Período de incubação de 4-6 dias; - Rinorreia, congestão nasal e tosse VA superiores; OBS: Febre em 50% dos casos. - Sibilância e crepitantes na ausculta chegada nas VA inferiores - Apneia - Duração: 1-2 semanas. - Diferencial: Malformações congênitas de VA; Anel vascular; Laringotraqueomalácea; Aspiração de CE; Doença cardíaca congênita; Pneumonia; Coqueluche; Fibrose cística. Fatores de risco: - Idade (1- 3 meses); - Prematuridade; Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP - Cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica; - Imunodeficiências; - Doenças neuromusculares, trissomia 21, baixo peso; - Sexo masculino (maior prevalência); - Exposição à fumaça de cigarro. Patógenos: - VSR (vírus sincicial respiratório) principal; transmissão por contato direto de secreção contaminada com olhos, mucosa oral ou nasal, inalação de gotículas. - Rinovírus; - Influenza; - Adenovírus - Detecção de antígenos virais: Imunoflorescência direta e testes rápidos ou testes moleculares (não auxiliam no manejo da doença, rápidos, específicos). Palivizumabe: - Anticorpo monoclonal; - 5 doses mensais; - Crianças prematuras nascidas com idade gestacional < ou igual a 28 semanas. Monitorização: - Reavaliações clínicas frequentes condição muda muito rápido; - O2 suplementar deve ser fornecido para pacientes com saturação <90%; - Oximetria contínua apenas para aquelas pacientes internados com saturação <90%; Exames complementares: - RX tórax: Hiperinsuflação, infiltrados, possíveis atelectasias, não tem correlação com a gravidade da doença, não auxilia no manejo. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP OBS: Reservado aos casos mais graves. Internação: - Sinais de desconforto respiratório, necessidades de o2 suplementar, desidratação, cianose, fatores de risco para doença severa. Manejo: - Hidratação; - Oxigenioterapia; - Sucção nasal; - Fisioterapia respiratória controverso. Broncodilatores e corticoides: - Ainda não evidenciam nenhum benefício, inclusive da adrenalina nebulizada. - Altos custos e efeitos adversos. Solução salina hipertônica (NACL A 3%): - Possível benefício quando tempo de internação hospitalar > 72 horas. - Diferentes recomendações nos guidelines. O2 de alto fluxo (hi flow): - Modalidade de tratamento segura e bem tolerada; - Monitorização frequência respiratório, cardíaca e saturação; - Ajuste da FIO2; - Fornece PEEP baixa. PILARES DO MANEJO Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP VNI (ventilação não invasiva): - CPAP/BIPAP; -PEEP (recrutamento alveolar, melhora CRF, relação V/Q); - Monitorização frequente FC, FR, SPO2, desconforto respiratório, PA, gases sanguíneos. Antibióticos: - Macrolídeos: não recomendados; - Ocorrência de infecção bacteriana secundária é baixa. Recomendações: - Tratamento suporte; - Não existem evidências que suportem o uso de nebulização com salbutamonol, fenoterol ou adrenalina. - Controvérsias quanto ao uso de nebulização com solução salina hipertônica; - O2 de alto fluxo parece ser uma alternativa segura e bem tolerada monitorização firme; - VNI: é recomendada para pacientes que necessitam de suporte ventilatório antes do uso da ventilação; - Não é recomendado o suo de Macrolídeos. OBS: Bronquiolite x pneumonia: - Bronquiolite: crepitação, sibilância, VA superior; - Pneumonia: febre alta e persistente, estado geral ruim, ausculta diferente (creptos mais localizados). Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Aula 4: Urgência e emergência em urologia pediátrica - Tópicos: Complicações da fimose Escroto agudo Fimose: É uma incapacidade de expor a glande, onde o prepúcio fica sem elasticidade. É um processo fisiológico. - Complicações: Balanopostite: (balanite= inflamação da glande; postite= inflamação do prepúcio). Ocorrem em meninos com prepúcio, principalmente em casos de fimose, visto que promove um ambiente úmido e de má circulação, o que gera uma irritação local. O diagnóstico é feito pelo exame clínico (anamnese e exame físico). Seus principais sinais e sintomas: hiperemia, descarga purulenta, edema, dor (no momento de micção) e retenção urinária. OBS: Sempre inflamação bacteriana? Não, pode ser também por um processo alérgico, devido residuos da urina. OBS1: O edema pode se estender até a base do pênis. OBS: Conduta: AINES, banho de assento com água morna, antibiótico tópico, antibiótico sistêmico (reservado para situações de febre e pus ou pós 48 horas sem melhora do quadro), postectomia eletiva (circuncisão). Parafimose: representa o estrangulamento da glande pelo prepúcio retraído. Geralmente é precedido de fimose. O diagnóstico é feito pelo exame físico. Os sinais e sintomas dessa situação são: edema na glande, edema prepucial distal, dor, necrose, formato de cogumelo prejuízo do sistema linfático e isso gera o edema. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP OBS: A conduta da Parafimose é: analgesia e anestesia para poder manipular o pênis. Faz-se uma redução manual necessidade de reduzir o edema primeiramente (compressão do pênis por 5 minutos ou cobri a glande numa solução hipertônica). Pode ainda fazer postoplastia (incisão no anel fimótico) e postectomia eletiva. (Redução manual) (Postoplastia ajuda a reduzir o edema) (Postectomia eletiva) Escroto agudo: É uma dor de início súbito em região escrotal. Pode ser acompanhado por edema e febre. Causas: - Orquiepididimite; - Torção testicular; - Torção do apêndice testicular; - Hérnias; - Hidrocele; - Neoplasia testicular; - Litíase ureter distal. Luana MascarenhasCouto 18.2- EBMSP - Complicações: Orquiepididimite: é uma inflamação do testículo. Pode ser causada por vírus e bactérias, no caso pediátrico a causa viral é a principal causa. OBS: Vírus: caxumba, enteroviroses, germes causadores de infecções urinárias (E.coli, por exemplo). Torção testicular e torção apêndice testicular: pode ser do testículo ou do apêndice testicular. Isso causa obstrução do fluxo sanguíneo do funículo espermático gera isquemia. (Sinal semiológico de torção de apêndice testicular). OBS: A torção testicular é uma das principais causas de escroto agudo. OBS1: Investigação do escroto agudo: anamnese e exame físico + exames de imagem. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Anamnese: características da dor, tempo de início dos sintomas, febre, sintomas urinários associados e histórico médico. Exame físico: sinais inflamatórios, massa palpável, retração testicular (torção de testículo), Sinal de Prehn (melhora da dor ao elevar o testículo acometido causas inflamatórias, pois o funículo espermático fica sensibilizado) e reflexo cremastérico (fricção na face medial da coxa que promove a contração do escroto ipsilateral). Exame de imagem: ecografia com doppler ausência de fluxo sanguíneo (torção de testículo) ou aumento do fluxo sanguíneo (Orquiepididimite inflamação, aumenta o fluxo). (Ausência de fluxo). (Aumento de fluxo). OBS2: Conduta para escroto agudo: analgesia e ir atrás da causa, pois cada causa tem um tratamento. Se indisponível o exame de imagem: exploração cirúrgica (padrão ouro) e TWIST score. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP OBS3: Conduta da torção testicular: redução manual (não é definitivo), cirurgia de urgência e fixação contralateral (evitar a torção do outro testículo). (Como existe maior probabilidade de torção medial, vamos girar para a lateral). OBS1: Conduta da orquiepididime: AINES + suporte escrotal (evitar balançar o escroto). O antibiótico é usado em casos de febre, alterações anatômicas urinárias, EQU com leucocitose e urocultura positiva. OBS2: Conduta da torção do apêndice testicular: uso anti-inflamatórios. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Aula 5: Cetoacidose diabética na infância Diabetes mellitus tipo I: Ilhota pancreática possui células Beta produtoras de insulina. A imunidade celular e humoral gera destruição seletiva dessas células. Representa um processo auto-imune. - O diagnóstico se faz em torno de 6 a 15 anos. - Como é uma doença bastante prevalente no Brasil precisamos de conhecimentos sobre tal tema. Cetoacidose diabética: - Ocorre em 1/3 das crianças com diagnóstico de DM tipo 1. - É a causa mais comum de internações, mortalidade e morbidade em crianças e adolescentes com DM tipo 1. - Pacientes mais vulneráveis no diagnóstico: Crianças pequenas (< 5 anos); Baixas condições socioeconômicas; Minorias étnicas; Diagnóstico tardio de DM tipo 1; Países com baixa prevalência de DM 1. - Fatores de risco para pacientes com DM1 já conhecido: Controle glicêmico cronicamente ruim; Doenças agudas; Puberdade hormônios sexuais; Desordens psiquiátricas; Medicamentos; Álcool e drogas; Omissão de doses intencionalmente má adesão à terapia. - Fisiopatologia: Deficiência de insulina gera lipólise (cetogênese hepática cetoacidose) e diminui o consumo de glicose (baixo suprimento de glicose para tecidos insulinodependentes aumento de glucagon, catecolaminas, cortisol e GH lipólise, proteólise e gliceoneogênese hepática hiperglicemia). Essas condições geram uma diurese osmótica e hiperventilação desidratação. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP - Sinais e sintomas: Poliúria; Polisipsia; Fadiga; Perda de peso; Enurese/noctúria; Irritabilidade; Diminuição de energia; Anorexia; Náuseas e vômitos; Dor abdominal; Hálito cetônico; Sinais de desidratação. OBS: Tais condições são consequências da hiperglicemia e do catabolismo. OBS1: Respiração de Kussmaul: é uma respiração característica de cetoacidose diabética. - Diagnóstico: Hiperglicemia >200 mg/dl Acidose metabólica: <7,3 ou bicarbonato <15 meq/L; Cetose na urina ou sangue. - Avaliação inicial: Eletrólitos; Ureia e creatinina; Hemograma; Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Osmolaridade; Fatores desencadeantes. OBS: É importante considerar que um paciente está desidratado para poder tomar as condutas corretas. OBS1: Importante avaliar a escala de Glasgow: devido a complicação de edema cerebral. - Monitorização: Sinais vitais e estado neurológico: de hora em hora; Glicemia capilar: 2 em 2 horas; Gasometria venosa: 4 em 4 horas; Eletrólitos: de 4 em 4 horas (Perda de potássio em grande quantidade, importante avalia-lo). - Objetivos: Restaurar perfusão: reverter acidose, aumentar captação de glicose e aumentar a filtração glomerular; Interromper a cetogênese: reverter à proteólise e lipólise, aumentar a captação de glicose; Restaurar eletrólitos: recuperar as perdas; Prevenir as complicações. - Manejo: OBS: O manejo depende da gravidade: - Grave: UTI; - Moderado e leve: emergência com capacidade de monitorização. OBS1: Ânion Gap: sódio – (cloro + bicarbonato) VR: 10-14. AG <3: sepse, acidose láctica, CAD severa. - Terapia: Insulina em infusão contínua rápida e regular moderado e grave; Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Insulina subcutânea leve. - Processo de tratamento: Hidratação; Insulinização: reverter à lipólise e proteólise; OBS: Glicemia tolerável: 100-150 (crianças maiores); 150-180 (crianças menores) evitar hipotensão. Reposição de eletrólitos: NUNCA SUSPENDER A INSULINA ANTES DE RESOLVER A ACIDOSE. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP - Transição: sair da cetoacidose Ânion Gap normal; Ph venoso >7,3 e bicarbonato >15 meq/L; Glicemia <200 mg/dl; Aceitando dieta por via oral. OBS: Aplicar a insulina subcutânea antes de suspender a infusão contínua. - Complicações: Edema cerebral principal. Déficit cognitivo; Trombose venosa; Arritmias alteração do K; Edema pulmonar; Pancreatite aguda. RESUMINDO: Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Aula 6: Choque séptico em pediatria: Representa uma falência múltipla de órgãos potencialmente fatal devido à resposta desregulada do corpo a um processo infeccioso. Envolve mecanismos fisiopatológicos complexos, com apresentações clínicas variadas e inespecíficas, afetando um grupo heterogêneo de pessoas. Sepse grave: - Paciente definido como tendo sepse de acordo com os critérios acima: apresentando disfunção orgânica (respiratória ou cardiocirculatória) ou duas outras disfunções. Choque séptico: - Sepse + insuficiência circulatória aguda, caracterizada por hipotensão persistente, apesar da ressuscitação volumétrica adequada e inexplicável. Diagnóstico: - Clínico sinais; - Protocolo local com culturais; - Marcadores inflamatórios; - Exames laboratoriais. OBS: Em crianças, a sepse é mais comumente causada por bactérias gram-negativas ou gram-positivas. Tratamento: - Importante do Golden Hour. - Ressuscitação rápida e agressiva com volume nos primeiros 5 minutos, administração de antibióticos e agentes vasoativos precoces. - Rápida identificação + correta ressuscitação base para aperfeiçoar os resultados. - Estabilizar as VA e respiração adequada com suplemento extra de oxigênio, reposição volumétrica agressiva para restaurar o volume circulante, correção de fatores pressóricos negativos + aumentando a contratilidade cardíaca e diminuindo a resistência vascular periférica. Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Objetivos do tratamento: - Manter a oxigenação,ventilação, circulação e frequência cardíaca dentro dos limites normais; - Restaurar a condição clinica do paciente; - Aumentar o débito urinário >1 ml/lg/h; - Estado mental adequado e PA normal para idade; - As decisões para intubar e ventilar são clínicas: insuficiência respiratória, hipoventilação, estado alterado de consciência ou morte iminente; - Para a ressuscitação volumétrica e inicio da terapia: o acesso vascular deve ser obtido imediatamente. Tipos de choque séptico: - Quente: rubor nas extremidades, enchimento capilar rápido, pulsos cheios ou oscilantes, mas também diminuição da produção de urina hospitalar. - Frio: extremidades frias, má perfusão periférica com enchimento capilar lento, pulsos periféricos fracos e diminuição do débito urinário de comunidade. Choque refratário: - Quando o choque persiste, apesar do uso de agentes inotrópicos, vasopressores, vasodilatadores e manutenção de fatores inotrópicos negativos. - Deve-se suspeitar de um problema desconhecido, como derrame pericardiaco, pneumotórax, por exemplo. Alvos em choque séptico: - Restabelecimento da homeostase, manter perfusão, sinais vitais estáveis o mais breve possível. Uso de marcadores inflamatórios: - Proteína C reativa se cair no quarto dia tratamento adequado. - Ferritina sérica: é uma proteína de fase aguda que aumenta na presença de citocinas inflamatórias. - Procalcitonina: tem maior poder diagnóstico de sepse bacteriana. Tem um alto custo, apesar da alta especificidade. OBS: Lactato tem valor prognóstico. Escolha da antibioticoterapia: - Não deve ser atrasado à espera da cultura uso de um antibiótico de amplo espectro. - Depende do local e do protocolo, epidemiologia local, de acordo com o foco de infecção. OBS: A associação de antibióticos parece não ter nenhum benefício. - Quando o patógeno e as sensibilidades estiverem disponíveis: recomenda-se o estreitamento da cobertura da terapia antimicrobiana empírica.
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