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03 Aula Direito das Pessoas com Deficiência

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Direito das Pessoas com Deficiência 
Curso Regular 
Aula 03 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 108 
 
 
AULA 03 
RESOLUÇÃO CNJ 
230/2016 
LEIS ESPECÍFICAS 
Sumário 
Sumário ......................................................................................................................... 1 
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2 
2 – Resolução CNJ 230 .................................................................................................... 2 
2.1 - Introdução .......................................................................................................... 2 
2.2 - Preâmbulo ........................................................................................................... 4 
2.3 - Disposições relacionadas a todas as pessoas com deficiência ................................... 10 
2.4 - Disposições relacionadas aos servidores com deficiência ......................................... 17 
2.5 - Disposições relacionadas aos servidores que tenham cônjuge, filho ou dependente com 
deficiência ................................................................................................................. 23 
2.6 - Disposições Finais .............................................................................................. 24 
3 - Direitos no sistema de transporte coletivo ................................................................... 25 
3.1 - Lei 8.899/94 ...................................................................................................... 25 
4 - Símbolo de identificação de pessoas portadoras de deficiência auditiva ........................... 26 
5 - Normas de apoio às pessoas portadoras de deficiência e sua integração social ................. 27 
5.1 - Introdução ........................................................................................................ 27 
5.2 - Lei 7.853/1989 .................................................................................................. 27 
5.3 - Decreto 3.298/99 ............................................................................................... 35 
6 - Questões ................................................................................................................. 57 
6.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 57 
6.2 - Gabarito ........................................................................................................... 71 
6.3 - Questões com Comentários ................................................................................. 72 
7 - Resumo .................................................................................................................. 99 
8 - Considerações Finais .................................................................................................. 3 
 
 
Direito das Pessoas com Deficiência 
Curso Regular 
Aula 03 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
 
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RESOLUÇÃO CNJ 230/2016 E LEIS 
ESPECÍFICAS 
1 - Considerações Iniciais 
Para esse encontro vamos analisar a Resolução CNJ 230/2016, que é a norma 
infra legal que trouxe essa matéria para o nosso concurso. De toda forma, como 
você perceberá esse assunto acaba por reproduzir novas já estudadas no Estatuto 
das Pessoas com Deficiência. 
Importante destacar que não temos questões sobre o assunto, razão pela qual 
efetuamos algumas questões inéditas para simular como o tema pode ser 
cobrado em provas. 
Além disso veremos as seguintes legislações específicas exigidas em nosso edital: 
4 Direitos no sistema de transporte coletivo (Lei nº 8.899/1994 e Decreto 3.691/2000). 5 
Símbolo de identificação de pessoas portadoras de deficiência auditiva (Lei nº 8.160/1991). 
6 Normas de apoio às pessoas portadoras de deficiência e sua integração social (Lei nº 
7.853/1989 e Decreto 3.298/1999) 
Bons estudos! 
2 – Resolução CNJ 230 
2.1 - Introdução 
A Resolução CNJ 230 foi aprovada em junho de 2016 e tem por finalidade orientar 
a atuação do Poder Judiciário no que diz respeito à observância das normas 
nacionais e internacionais de proteção à pessoa com deficiência. 
Retomando brevemente assuntos já estudados por nós, a aprovação 
internacional e interna da Convenção Internacional sobre o Direito das Pessoas 
com Deficiência (Convenção de Nova Iorque) e o seu Protocolo Facultativo impôs 
ao Brasil uma série de deveres. 
Esse tratado internacional de Direitos Humanos foi internalizado em nosso 
ordenamento jurídico como norma com status de emenda constitucional, o que 
acabou por exigir a adoção de uma série de medidas legislativas e 
administrativas, especialmente com a adoção de políticas públicas. 
Foi editada a Lei 13.146/2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com 
Deficiência, que reforçou à proteção ao grupo vulnerável. 
O resultado dessa norma ordem legislativa reverberou no âmbito do Poder 
Judiciário. 
Primeiramente, foi adotada a Recomendação CNJ 27/2009 e, mais recentemente, 
o órgão adotou a Resolução CNJ 230/2016, que estudamos nesta aula. 
Antes de começar, uma observação relevante. A resolução constitui uma 
espécie de ato normativo de caráter secundário. É secundário porque ao Poder 
Legislativo é conferida a atribuição de editar leis em nosso ordenamento jurídico. 
 
Direito das Pessoas com Deficiência 
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Abordados os aspectos introdutórios e técnicos do posicionamento hierárquico da 
Resolução, vamos estudá-la! 
2.2 - Preâmbulo 
Em relação ao preâmbulo devemos ser objetivos. Em síntese essa parte da 
legislação tem por finalidade apresentar determinado texto, traçando os objetivos 
e as diretrizes que levam à elaboração da norma. 
Com a finalidade de tornar o mais objetivo possível o seu estudo, citamos o 
preâmbulo, o qual sugere-se rápida leitura, e, na sequência, vamos citar os 
pontos mais relevante que você deve ter em mente para a prova. 
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições, 
CONSIDERANDO que, conforme o art. 5º, caput, da Constituição de 1988, todos são 
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se a inviolabilidade 
do direito à igualdade; 
CONSIDERANDO os princípios gerais estabelecidos pelo art. 3º da aludida Convenção 
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, quais sejam: a) o 
respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade de fazer as 
próprias escolhas, e a independência das pessoas; b) a não discriminação; c) a plena e 
efetiva participação e inclusão na sociedade; d) o respeito pela diferença e pela aceitação 
das pessoas com deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade; e) a 
igualdade de oportunidades; f) a acessibilidade; g) a igualdade entre o homem e a mulher; 
e h) o respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e pelo 
direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade; 
CONSIDERANDO a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo 
Facultativo, adotada em 13 de dezembro de 2006, por meio da Resolução 61/106, durante 
a 61ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU); 
CONSIDERANDO a ratificação pelo Estado Brasileiro da Convenção sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo com equivalência de emenda 
constitucional, por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008, com a devida 
promulgação pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009; 
CONSIDERANDO que nos termos desse novo tratado dedireitos humanos a deficiência 
é um conceito em evolução, que resulta da interação entre pessoas com deficiência 
e as barreiras relativas às atitudes e ao ambiente que impedem a sua plena e efetiva 
participação na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas; 
CONSIDERANDO que a acessibilidade foi reconhecida na Convenção como princípio e 
como direito, sendo também considerada garantia para o pleno e efetivo exercício de 
demais direitos; 
CONSIDERANDO que a Convenção determina que os Estados Partes devem reafirmar que 
as pessoas com deficiência têm o direito de ser reconhecidas em qualquer lugar como 
pessoas perante a lei e que gozam de capacidade legal em igualdade de condições com as 
demais pessoas em todos os aspectos da vida, sendo que deverão ser tomadas medidas 
apropriadas para prover o acesso de pessoas com deficiência ao apoio que necessitarem no 
exercício de sua capacidade legal; 
CONSIDERANDO que os artigos 3º e 5º da Constituição Federal de 1988 têm a igualdade 
como princípio e a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, como um objetivo fundamental da 
República Federativa do Brasil, do que decorre a necessidade de promoção e proteção dos 
direitos humanos de todas as pessoas, com e sem deficiência, em igualdade de condições; 
 
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CONSIDERANDO o disposto na Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, Decreto nº 3.298, 
de 21 de dezembro de 1999, Lei nº 10.048, de 08 de novembro de 2000, Lei nº 10.098, de 
19 de dezembro de 2000, e no Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, que 
estabelecem normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das 
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de 
obstáculos nas vias, espaços e serviços públicos, no mobiliário urbano, na construção e 
reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação, com prazos determinados 
para seu cumprimento e implementação; 
CONSIDERANDO que ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas com 
deficiência o pleno exercício de seus direitos, inclusive o direito ao trabalho, e de 
outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social 
e econômico, cabendo aos órgãos e entidades da administração direta e indireta dispensar, 
no âmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos objetos desta Resolução, 
tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, medidas 
que visem garantir o acesso aos serviços concernentes, o empenho quanto ao surgimento 
e à manutenção de empregos e a promoção de ações eficazes que propiciem a inclusão e a 
adequada ambientação, nos locais de trabalho, de pessoas com deficiência; 
CONSIDERANDO que a efetiva prestação de serviços públicos e de interesse público 
depende, no caso das pessoas com deficiência, da implementação de medidas que 
assegurem a ampla e irrestrita acessibilidade física, arquitetônica, comunicacional 
e atitudinal; 
CONSIDERANDO que a Administração Pública tem papel preponderante na criação de novos 
padrões de consumo e produção e na construção de uma sociedade mais inclusiva, razão 
pela qual detém a capacidade e o dever de potencializar, estimular e multiplicar a utilização 
de recursos e tecnologias assistivas com vistas à garantia plena da acessibilidade e a 
inclusão das pessoas com deficiência; 
CONSIDERANDO a necessidade de aperfeiçoamento da Recomendação CNJ 27/2009 pelo 
advento da Lei 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão); 
CONSIDERANDO a ratificação unânime da medida liminar concedida nos autos dos Pedidos 
de Providências 0004258-58.2015.2.00.0000 e 0004756-57.2015.2.00.0000, pelo Plenário 
do Conselho Nacional de Justiça; 
CONSIDERANDO a deliberação do Plenário do CNJ no Procedimento de Comissão 006029-
71.2015.2.00.0000, na 232ª Sessão Ordinária, realizada em 31 de maio de 2016; 
 Primeiramente, o preâmbulo faz referências as normas de estatura 
constitucional. 
 art. 5º, caput, da CF: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) 
 art. 3º da Convenção sobre as Pessoas com Deficiência: 
Artigo 3 
Princípios gerais 
Os princípios da presente Convenção são: 
a) O respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade de fazer 
as próprias escolhas, e a independência das pessoas; 
b) A não-discriminação; 
c) A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade; 
 
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desenvolver instrumentos que viabilizem o acesso à Justiça das pessoas com 
deficiência. Na dicção preambular, um serviço judiciário efetivo é aquele que 
propicia o acesso irrestrito aos jurisdicionados com deficiência. 
Feito isso, vamos às regras! 
Disposições Preliminares 
O art. 1º explicita o que vimos inicialmente, sobre os documentos internacionais 
que embasam a Resolução: 
Art. 1º Esta Resolução orienta a adequação das atividades dos órgãos do Poder Judiciário e 
de seus serviços auxiliares em relação às determinações exaradas pela Convenção 
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo 
(promulgada por meio do Decreto nº 6.949/2009) e pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa 
com Deficiência (Lei nº 13.146/2015). 
Parágrafo único. Para tanto, entre outras medidas, convola-se, em resolução, a 
Recomendação CNJ 27, de 16/12/2009, bem como institui-se as Comissões Permanentes 
de Acessibilidade e Inclusão. 
No art. 2º temos alguns conceitos importantes. Esses conceitos trazidos na 
Resolução, entretanto, reproduzem conceitos já estudados no Estatuto da Pessoa 
com Deficiência. 
Assim, com a finalidade de revisar a matéria vamos reanalisar os conceitos, 
agora, com outra didática. Veja, primeiramente o rol de conceitos: 
Art. 2º Para fins de aplicação desta Resolução, consideram-se: 
I - “discriminação por motivo de deficiência” significa qualquer diferenciação, exclusão ou 
restrição, por ação ou omissão, baseada em deficiência, com o propósito ou efeito de 
impedir ou impossibilitar o reconhecimento, o desfrute ou o exercício, em igualdade de 
oportunidades com as demais pessoas, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos 
âmbitos político, econômico, social, cultural, civil ou qualquer outro, incluindo a recusa de 
adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas; 
II - “acessibilidade” significa possibilidade e condição de alcance para utilização, com 
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, 
transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como 
de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso 
coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade 
reduzida; 
III - “barreiras” significa qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite 
ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus 
direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao 
acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros, 
classificadas em: 
a) “barreiras urbanísticas”: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos 
ao público ou de uso coletivo; 
b) “barreiras arquitetônicas”: as existentes nos edifícios públicos e privados;c) “barreiras nos transportes”: as existentes nos sistemas e meios de transportes; 
d) “barreiras nas comunicações e na informação”: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou 
comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens 
e de informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da 
informação; 
 
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transportes, nas comunicações e na informação, atitudinais ou tecnológicas, devendo-se 
garantir às pessoas com deficiência – servidores, serventuários extrajudiciais, terceirizados 
ou não – quantas adaptações razoáveis ou mesmo tecnologias assistivas sejam necessárias 
para assegurar acessibilidade plena, coibindo qualquer forma de discriminação por motivo 
de deficiência. 
Acessibilidade com Segurança e Autonomia 
A fim de garantir acessibilidade dentro do Poder Judiciário, o art. 4º prevê que 
devem ser promovidas três espécies de ações centrais: 
 desenvolvimento do atendimento ao público com deficiência; 
 adaptação arquitetônica; e 
 acesso facilitado ao transporte. 
Veja: 
Art. 4º Para promover a acessibilidade dos usuários do Poder Judiciário e dos seus serviços 
auxiliares que tenham deficiência, a qual não ocorre sem segurança ou sem autonomia, 
dever-se-á, entre outras atividades, promover: 
I - atendimento ao público – pessoal, por telefone ou por qualquer meio eletrônico – que 
seja adequado a esses usuários, inclusive aceitando e facilitando, em trâmites oficiais, o 
uso de línguas de sinais, braille, comunicação aumentativa e alternativa, e de todos os 
demais meios, modos e formatos acessíveis de comunicação, à escolha das pessoas com 
deficiência; 
II - adaptações arquitetônicas que permitam a livre e autônoma movimentação desses 
usuários, tais como rampas, elevadores e vagas de estacionamento próximas aos locais de 
atendimento; e 
III - acesso facilitado para a circulação de transporte público nos locais mais próximos 
possíveis aos postos de atendimento. 
 
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em todo o processo judicial, o 
poder público deve capacitar os membros, os servidores e terceirizados que atuam no Poder 
Judiciário quanto aos direitos da pessoa com deficiência. 
§ 2º Cada órgão do Poder Judiciário deverá dispor de, pelo menos, CINCO POR CENTO de 
servidores, funcionários e terceirizados capacitados para o uso e interpretação da 
Libras. 
§ 3º As edificações públicas já existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com 
deficiência em todas as suas dependências e serviços, tendo como referência as normas de 
acessibilidade vigentes. 
§ 4º A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de uso de edificações 
deverão ser executadas de modo a serem acessíveis. 
§ 5º A formulação, a implementação e a manutenção das ações de acessibilidade 
atenderão às seguintes premissas básicas: 
I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva de recursos para 
implementação das ações; e 
II - planejamento contínuo e articulado entre os setores envolvidos. 
§ 6º Para atender aos usuários externos que tenham deficiência, dever-se-á reservar, nas 
áreas de estacionamento abertas ao público, vagas próximas aos acessos de circulação 
de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas com 
 
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deficiência e com comprometimento de mobilidade, desde que devidamente identificados, 
em PERCENTUAL EQUIVALENTE A 2% (DOIS POR CENTO) DO TOTAL, GARANTIDA, 
NO MÍNIMO, 1 (UMA) VAGA. 
§ 7º Mesmo se todas as vagas disponíveis estiverem ocupadas, a Administração deverá agir 
com o máximo de empenho para, na medida do possível, facilitar o acesso do usuário com 
deficiência às suas dependências, ainda que, para tanto, seja necessário dar acesso a vaga 
destinada ao público interno do órgão. 
Para consecução dessas atividades faz-se necessário, segundo §§ do art. 4º, 
dispor de: 
 capacitação de servidores e terceirizados; 
 capacitação específica em Libras de, pelo menos, 5% dos servidores e 
terceirizados; 
 adaptação e construção de novos imóveis de acordo com padrões de 
acessibilidade; 
  viabilização de vagas específicas de estacionamento à razão de 2%, 
assegurando-se, ao menos, 1 vaga. 
O art. 5º trata da discriminação pelo custo em razão da oferta de serviço às 
pessoas com deficiência. O dispositivo, consentâneo com o Estatuto da Pessoa 
com Deficiência, é claro em explicitar que tais custos não podem ser 
diferenciados. Confira: 
Art. 5º É PROIBIDO ao Poder Judiciário e seus serviços auxiliares impor ao usuário com 
deficiência custo anormal, direto ou indireto, para o amplo acesso a serviço público 
oferecido. 
Para realização de obras e contratação de serviços, a Administração Pública 
Judiciária se vale do procedimento licitatório, previsto na Lei 8.666/1993. O art. 
6º impõe que as licitações sejam efetuadas com observância das normas relativas 
à proteção à pessoa com deficiência, especialmente com o uso do desenho 
universal como regra geral. Quando não for possível e construção ou o serviço 
nos padrões do desenho universal deve ser exigido das empresas contratadas a 
adaptação razoável. 
Confira: 
Art. 6º TODOS os procedimentos licitatórios do Poder Judiciário deverão se ater para 
produtos acessíveis às pessoas com deficiência, sejam servidores ou não. 
§ 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de caráter geral. 
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho universal não possa ser 
empreendido, deve ser adotada adaptação razoável. 
O art. 7º da Resolução toca em um ponto sensível dos tribunais brasileiros: a 
acessibilidade digital. Os tribunais cada vez mais têm adotado sistemas 
informatizados de tramitação dos processos. A informatização é defensável por 
vários aspectos, notadamente pela agilidade no trâmite processual e também 
pela questão ambiental. Contudo, há um grande desafio que vem imposto na 
Resolução como obrigação aos órgãos judiciários: a acessibilidade. 
Prevê o dispositivo que os órgãos do Poder Judiciário deverão, com urgência, 
providenciar a acessibilidade aos usuários do processo judicial eletrônico, seja ele 
 
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direitos. Não se admite mais a antiga classificação que atribuía a determinados 
direitos o caráter de meramente programáticos, a fim de que fossem 
implementados progressivamente. 
O entendimento atual é no sentido de que determinadas políticas e ações do 
Estados merecem tratamento destacado, de forma que, para se exigir e para 
proporcionar um acompanhamento mais próximo da execução dessas atividades, 
são criados órgãos fiscalizadoras. 
A Comissão da qual tratamos no art. 10 tem justamente essa finalidade: 
fiscalizar, planejar, elaborar e acompanhar projetos para a adoção das regras de 
acessibilidade. 
Essa comissão, segundo prevê o dispositivo abaixo, deverá ser instituído no prazo 
de 45 dias. Os incisos desse dispositivo prevê uma série de metas a serem 
adotadas, cuja leitura é o suficiente para fins da nossa prova. 
Vamos lá! 
Art. 10. Serão instituídas por cada Tribunal, no PRAZO MÁXIMO DE 45 (QUARENTA E 
CINCO) DIAS, Comissões Permanentes de Acessibilidade e Inclusão, com caráter 
multidisciplinar, com participação de magistrados e servidores, com e sem deficiência, 
objetivando que essas Comissões fiscalizem, planejem, elaborem e acompanhem os 
projetos arquitetônicos de acessibilidade e projetos “pedagógicos” de 
treinamentoe capacitação dos profissionais e funcionários que trabalhem com as 
pessoas com deficiência, com fixação de metas anuais, direcionados à promoção da 
acessibilidade para pessoas com deficiência, tais quais as descritas a seguir: 
I – construção e/ou reforma para garantir acessibilidade para pessoas com termos da 
normativa técnica em vigor (ABNT 9050), inclusive construção de rampas, adequação de 
sanitários, instalação de elevadores, reserva de vagas em estacionamento, instalação de 
piso tátil direcional e de alerta, sinalização sonora para pessoas com deficiência visual, bem 
como sinalizações visuais acessíveis a pessoas com deficiência auditiva, pessoas com baixa 
visão e pessoas com deficiência intelectual, adaptação de mobiliário (incluindo púlpitos), 
portas e corredores em todas as dependências e em toda a extensão (Tribunais, Fóruns, 
Juizados Especiais etc); 
II – locação de imóveis, aquisição ou construções novas somente deverão ser feitas se com 
acessibilidade; 
III – permissão de entrada e permanência de cães-guias em todas as dependências dos 
edifícios e sua extensão; 
IV – habilitação de servidores em cursos oficiais de Linguagem Brasileira de Sinais, 
custeados pela Administração, formados por professores oriundos de instituições 
oficialmente reconhecidas no ensino de Linguagem Brasileira de Sinais para ministrar os 
cursos internos, a fim de assegurar que as secretarias e cartórios das Varas e Tribunais 
disponibilizem pessoal capacitado a atender surdos, prestando-lhes informações em 
Linguagem Brasileira de Sinais; 
V – nomeação de tradutor e intérprete de Linguagem Brasileira de Sinais, sempre que 
figurar no processo pessoa com deficiência auditiva, escolhido dentre aqueles devidamente 
habilitados e aprovados em curso oficial de tradução e interpretação de Linguagem Brasileira 
de Sinais ou detentores do certificado de proficiência em Linguagem Brasileira de Sinais – 
PROLIBRAS, nos termos do art. 19 do Decreto 5.626/2005, o qual deverá prestar 
compromisso e, em qualquer hipótese, será custeado pela administração dos órgãos do 
Judiciário; 
VI – sendo a pessoa com deficiência auditiva partícipe do processo oralizado e se assim o 
preferir, o Juiz deverá com ela se comunicar por anotações escritas ou por meios eletrônicos, 
 
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o que inclui a legenda em tempo real, bem como adotar medidas que viabilizem a leitura 
labial; 
VII – nomeação ou permissão de utilização de guia-intérprete, sempre que figurar no 
processo pessoa com deficiência auditiva e visual, o qual deverá prestar compromisso e, 
em qualquer hipótese, será custeado pela administração dos órgãos do Judiciário; 
VIII – registro da audiência, caso o Juiz entenda necessário, por filmagem de todos os atos 
nela praticados, sempre que presente pessoa com deficiência auditiva; 
IX – aquisição de impressora em Braille, produção e manutenção do material de 
comunicação acessível, especialmente o website, que deverá ser compatível com a maioria 
dos softwares livres e gratuitos de leitura de tela das pessoas com deficiência visual; 
X – inclusão, em todos os editais de concursos públicos, da previsão constitucional de 
reserva de cargos para pessoas com deficiência, inclusive nos que tratam do ingresso na 
magistratura (CF, art. 37, VIII); 
XI – anotação na capa dos autos da prioridade concedida à tramitação de processos 
administrativos cuja parte seja uma pessoa com deficiência e de processos judiciais se tiver 
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, nos termos da 
Lei n. 12.008, de 06 de agosto de 2009; 
XII – realização de oficinas de conscientização de servidores e magistrados sobre os direitos 
das pessoas com deficiência; 
XIII – utilização de intérprete de Linguagem Brasileira de Sinais, legenda, audiodescrição e 
comunicação em linguagem acessível em todas as manifestações públicas, dentre elas 
propagandas, pronunciamentos oficiais, vídeos educativos, eventos e reuniões; 
XIV – disponibilização de equipamentos de autoatendimento para consulta processual 
acessíveis, com sistema de voz ou de leitura de tela para pessoas com deficiência visual, 
bem como, com altura compatível para usuários de cadeira de rodas. 
Na sequência, veja a redação do art. 11: 
Art. 11. Os órgãos do Poder Judiciário relacionados nos incisos II a VII do art. 92 da 
Constituição Federal de 1988 devem criar unidades administrativas específicas, 
diretamente vinculadas à Presidência de cada órgão, responsáveis pela 
implementação das ações da respectiva Comissão Permanente de Acessibilidade e 
Inclusão. 
Esse dispositivo trata da criação de unidade administrativas específicas, que 
estarão vinculadas à Presidência do órgão judiciário, para a implementação das 
ações da Comissão. 
O curioso desse dispositivo que ele não engloba os incs. I e I-A do art. 92 da CF. 
Veja: 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, 
de 2016) 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
 
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pessoa viola sua integridade. Tal direito é também assegurado à pessoa com 
deficiência em condições de igualdade com as demais pessoas. 
É justamente isso que estabelece o art. 15 da Resolução: 
Art. 15. Toda pessoa com deficiência – servidor, serventuário extrajudicial, terceirizado ou 
não – tem o direito a que sua integridade física e mental seja respeitada, em 
igualdade de condições com as demais pessoas. 
Para a defesa da integridade física e psíquica da pessoa com deficiência em 
igualdade de condições, a Resolução cria uma condição discriminatória positiva, 
ou seja, tratamento diferenciado. Esse tratamento releva-se por intermédio do 
atendimento diferenciados, que abrange vários aspectos: 
 prioridade em atendimentos de proteção e socorro; 
 prioridade em atendimentos em serviços públicos em geral; 
 prioridade na disponibilização de recursos para promoção de políticas 
voltadas aos deficientes; 
 prioridade para acesso à informação por intermédio de recursos 
acessíveis; 
 prioridade na tramitação em relação aos procedimentos judiciais. 
Veja: 
Art. 16. A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, 
sobretudo com a finalidade de: 
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; 
II - atendimento em todos os serviços de atendimento ao público; 
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam 
atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas; 
IV - acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis; 
V - tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou 
interessada, em todos os atos e diligências. 
Parágrafo único. Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante da 
pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao disposto no inciso V 
deste artigo. 
Essas são, portanto, as regras gerais, protetivas de todos os que forem 
deficientes no contato com o Poder Judiciário. Na sequência vamos analisar a 
questão dos servidores públicos com deficiência e, na sequência, dos familiares 
e cônjuges com deficiência do servidor. 
2.4 - Disposições relacionadas aos servidores com 
deficiência 
Aplicabilidade dos Capítulos Anteriores 
 Primeiramente, não obstantea lógica, o art. 17 a Resolução, afirma que as 
regras gerais que estudamos acima aplicam-se aos servidores públicos com 
deficiência. Veja: 
 
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Art. 20. Imediatamente após a posse de servidor, serventuário extrajudicial ou contratação 
de terceirizado com deficiência, dever-se-á informar a ele de forma detalhada sobre 
seus direitos e sobre a existência desta Resolução. 
O art. 21, por seu turno, estabelece a obrigatoriedade de criação de um cadastro 
de servidores (efetivos, serventuários e terceirizados) com deficiência. A 
finalidade desse cadastro é especificar as limitações e necessidades decorrentes 
a ser atualizado anualmente. 
Art. 21. Cada órgão do Poder Judiciário deverá manter um cadastro dos servidores, 
serventuários extrajudiciais e terceirizados com deficiência que trabalham no seu 
quadro. 
§ 1º Esse cadastro deve especificar as deficiências e as necessidades particulares de 
cada servidor, terceirizado ou serventuário extrajudicial. 
§ 2º A atualização do cadastro deve ser permanente, devendo ocorrer uma revisão 
detalhada uma vez por ano. 
§ 3º Na revisão anual, cada um dos servidores, serventuários extrajudiciais ou terceirizado 
com deficiência deverá ser pessoalmente questionado sobre a existência de possíveis 
sugestões ou adaptações referentes à sua plena inclusão no ambiente de trabalho. 
§ 4º Para cada sugestão dada, deverá haver uma resposta formal do Poder Judiciário em 
prazo razoável. 
Além disso, é importante destacar que na referida revisão anual, aqueles que 
trabalham para o Poder Judiciário devem ser questionados quanto a eventuais 
necessidades, sugestões e adaptações necessárias a fim de propiciar plena 
inclusão social. 
Ainda sobre a inclusão da pessoa com deficiente em funções perante o Poder 
Judiciário envolve o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a 
adaptação do razoável no ambiente de trabalho. Confira: 
Art. 22. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação 
competitiva, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da 
legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de 
acessibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a adaptação 
razoável no ambiente de trabalho. 
No parágrafo único temos uma regra específica importante: o trabalho com apoio. 
Esse instituto tem como finalidade criar uma série de condições e prerrogativas 
favoráveis ao exercício de trabalho pelas pessoas com deficiência no âmbito dos 
tribunais brasileiros. Para isso, a Resolução listou uma série de diretrizes a serem 
adotadas. Vamos analisá-las: 
 prioridade de atendimento. 
Quando for verificado na prática que algum servidor tem dificuldade de 
inclusão no campo de trabalho, o órgão deve despender esforços, em 
caráter prioritário, a fim de adaptá-lo a atividades que seja compatível com 
a limitação em vista dos instrumentos de acessibilidade de que o órgão 
dispõe. 
 utilização de recursos de tecnologia assistiva, e agente facilitador e apoio 
no ambiente de trabalho, para atendimento individual à pessoa com 
deficiência. 
 
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 aconselhamento e apoio para definição de estratégias com vista à 
superação das barreiras e inclusão nas atividades judiciárias. 
 realização de avaliações periódicas. 
O sistema de avaliação tem por finalidade o controle a análise dos avanços 
empreendidos, constituído peça fundamental para a efetiva proteção às 
pessoas com deficiência. 
 articulação entre setores diversos do Poder Judiciário para o 
desenvolvimento de políticas públicas voltadas à defesa dos direitos das 
pessoas com deficiência que atuam no Poder Judiciário. 
 admissão de entidade civil nas atividades voltadas inclusão social de 
servidores com deficiência. 
Confira: 
Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com deficiência pode ocorrer por meio 
de trabalho com apoio, observadas as seguintes diretrizes: 
I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com maior dificuldade de inserção 
no campo de trabalho; 
II - provisão de suportes individualizados que atendam a necessidades específicas da pessoa 
com deficiência, inclusive a disponibilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente 
facilitador e de apoio no ambiente de trabalho; 
III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com deficiência apoiada; 
IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com vistas à definição de 
estratégias de inclusão e de superação de barreiras, inclusive atitudinais; 
V - realização de avaliações periódicas; 
VI - articulação intersetorial das políticas públicas; e 
VII - possibilidade de participação de organizações da sociedade civil. 
 
Art. 23. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e 
aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as 
demais pessoas. 
§ 1º Os órgãos do Poder Judiciário SÃO OBRIGADOS a garantir ambientes de trabalho 
acessíveis e inclusivos. 
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais 
pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por 
trabalho de igual valor. 
§ 3º É VEDADA restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação 
em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, 
admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional 
e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena. 
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos, treinamentos, 
educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais 
oferecidos pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais empregados. 
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cursos de formação e 
de capacitação. 
 
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Esse dispositivo é muito semelhante ao art. 34 do Estatuto das Pessoas com 
deficiência. Ele prevê uma série de condições a fim de que a pessoa com 
deficiência que trabalhe no Poder Judiciário não seja discriminada. 
Destaca-se: 
 As pessoas com deficiência possuem liberdade de escolha em relação à 
função a desempenhas devendo o Poder Público lhes garantir ambiente de 
trabalho acessível e com iguais condições salariais. 
 É vedada a restrição ao trabalho da pessoa com deficiência, inclusive nas 
etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, permanência no 
emprego, ascensão profissional e reabilitação. 
 A pessoa com deficiência terá direito, em igualdade com os colegas, de 
participar de cursos, treinamentos, educação continuada, planos de 
carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais. 
 É garantida a participação da pessoa com deficiência em cursos de 
formação e capacitação. 
O art. 24, na sequência, tão somente assegura o fornecimento de tecnologia 
assistiva: 
Art. 24. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, 
práticas, processos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua 
autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida. 
O art. 25 traz uma regra de fundamental importância. Vimos acima que os 
estacionamentos devem reservar um percentual mínimo de 2% às vagas de 
estacionamento para acesso às pessoas com deficiência nas instalações do Poder 
Judiciário.Essa regra não se aplica ao estacionamento interno! 
Em relação aos estacionamentos internos o atendimento deverá ser 
individualizado, vale dizer, será efetuado, pessoa a pessoa. Cada servidor que 
tiver deficiência terá, necessariamente, vaga de estacionamento em local 
próximo, se tiver a mobilidade comprometida. 
Art. 25. Se houver qualquer tipo de estacionamento interno, será garantido ao servidor 
com deficiência que possua comprometimento de mobilidade vaga no local mais próximo ao 
seu local de trabalho. 
§ 1º O percentual aplicável aos estacionamentos externos a que se referem o art. 4º, § 
6º, desta Resolução e o art. 47 da Lei 13.146/2015 NÃO É APLICÁVEL AO 
ESTACIONAMENTO INTERNO DO ÓRGÃO, DEVENDO-SE GARANTIR VAGA NO 
ESTACIONAMENTO INTERNO A CADA SERVIDOR COM MOBILIDADE 
COMPROMETIDA. 
§ 2º O caminho existente entre a vaga do estacionamento interno e o local de trabalho do 
servidor com mobilidade comprometida não deve conter qualquer tipo de barreira que 
impossibilite ou mesmo dificulte o seu acesso. 
Outra regra relevante é do art. 26. Como sabemos, com a informatização do 
processo judicial o trabalho realizado remotamente tem se tornado frequente. 
Pelo “home office” o servidor consegue desempenhar suas atividades de casa. Se 
essa tecnologia estiver implantada no órgão judiciário, prevê a regra abaixo que 
deverá ser concedido preferência aos servidores com mobilidade reduzida. 
 
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Atenção. O art. 26 fala em “prioridade”. Isso não significa “obrigatoriedade”. 
Quem decide por exercer ou não as funções em “home office” é o servidor com 
deficiência, independentemente dos custos que a Administração Pública tenha 
que despender para proporcionar a locomoção até o trabalho. 
De todo modo ofertado o serviço, os servidores com deficiência tem preferência. 
Art. 26. Se o órgão possibilitar aos seus servidores a realização de trabalho por meio do 
sistema “home office”, dever-se-á dar prioridade aos servidores com mobilidade 
comprometida que manifestem interesse na utilização desse sistema. 
§ 1º A Administração NÃO poderá obrigar o servidor com mobilidade comprometida 
a utilizar o sistema “home office”, mesmo diante da existência de muitos custos para a 
promoção da acessibilidade do servidor em seu local de trabalho. 
§ 2º Os custos inerentes à adaptação do servidor com deficiência ao sistema “home office” 
deverão ser suportados exclusivamente pela Administração. 
O art. 27 assegura aos servidores com deficiência o trabalho em condições de 
ergonomia. A ergonomia constitui uma ciência que tem por finalidade organizar 
o trabalho a fim de proporcione a melhor adaptação possível para o exercício do 
trabalho humano, evitando lesões decorrentes do trabalho. 
Art. 27. Ao servidor ou terceirizado com deficiência é garantida adaptação ergonômica 
da sua estação de trabalho. 
Por fim, o art. 28 prevê preferência no atendimento à saúde das pessoas com 
deficiência. 
Art. 28. Se houver serviço de saúde no órgão, aos servidores com deficiência será garantido 
atendimento compatível com as suas deficiências. 
Horário Especial 
Para encerrar as regras relativas à proteção dos servidores públicos com 
deficiência, vamos tratar de uma regra específica referente ao horário de 
trabalho. 
O art. 98 do Estatuto dos Servidores Público Federais disciplina que o servidor 
com deficiência terá direito a horário especial, sem necessidade de compensação 
de jornada. Nesse contexto o art. 29 estabelece algumas regras: 
 Não será admitida discriminação em relação aos demais servidores pelo 
fato de exercer trabalho em horário especial. 
 Se o órgão contiver sistema de banco de horas, ele poderá ser utilizado 
pelos servidores com deficiência. 
 O servidor com deficiência não poderá ser obrigado a prestar horas extras 
se essa atividade extraordinária for prejudicial à saúde do servidor. 
Confira: 
Art. 29. A concessão de horário especial conforme o art. 98, § 2º, da Lei 8.112/1990 a 
servidor com deficiência não justifica qualquer atitude discriminatória. 
§ 1º Admitindo-se a possibilidade de acumulação de banco de horas pelos demais servidores 
do órgão, também deverá ser admitida a mesma possibilidade em relação ao servidor com 
horário especial, mas de modo proporcional. 
 
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§ 2º Ao servidor a quem se tenha concedido horário especial não poderá ser negado ou 
dificultado, colocando-o em situação de desigualdade com os demais servidores, o exercício 
de função de confiança ou de cargo em comissão. 
§ 3º O servidor com horário especial não será obrigado a realizar, conforme o interesse da 
Administração, horas extras, se essa extensão da sua jornada de trabalho puder ocasionar 
qualquer dano à sua saúde. 
§ 4º Se o órgão, por sua liberalidade, determinar a diminuição da jornada de trabalho dos 
seus servidores, ainda que por curto período, esse mesmo benefício deverá ser aproveitado 
de forma proporcional pelo servidor a quem tenha sido concedido horário especial. 
2.5 - Disposições relacionadas aos servidores que 
tenham cônjuge, filho ou dependente com deficiência 
Vimos até o presente regras que se aplicam às pessoas em geral que 
necessitarem do Poder Judiciário e, neste último capítulo, regras aplicáveis os 
servidores deficientes. Neste capítulo vamos analisar duas regras aplicáveis aos 
servidores que tiverem cônjuges ou dependentes com deficiência. 
Facilitação dos Cuidados 
Os arts. 30 e 31 estabelecem duas regras: 
 A primeira delas confere preferência ao servidor que tenha cônjuge ou 
dependentes com deficiência para o desempenho das funções em “home 
office”. 
 O segundo informa que, se o órgão fornecer serviço de saúde próprio, 
deverá oferece-lo ao familiar deficiente do servidor público de forma 
compatível com a necessidade de atendimento. 
Veja: 
Art. 30. Se o órgão possibilitar aos seus servidores a realização de trabalho por meio do 
sistema “home office”, dever-se-á dar prioridade aos servidores que tenham cônjuge, filho 
ou dependente com deficiência e que manifestem interesse na utilização desse sistema. 
Art. 31. Se houver serviço de saúde no órgão, ao cônjuge, filho ou dependente com 
deficiência de servidor será garantido atendimento compatível com as suas deficiências. 
Horário Especial 
Outra prerrogativa assegurada aos servidores que possuem familiares com 
deficiência é a concessão de horário especial tal como estudamos em relação aos 
servidores com deficiência. A diferença entre um e outro é simples! 
Se o servidor for deficiente ele terá direito ao horário especial, sem necessidade 
de compensação. 
Se for cônjuge ou dependente forem deficientes será concedido horário especial, 
contudo será necessária a compensação até o mês subsequência, conforme 
estabelecido pela chefia imediata. 
Fora essas regras, que constam da Lei 8.112/1990, confira o art. 32 da 
Resolução: 
 
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Art. 32. A concessão de horário especial conforme o art. 98, § 3º, da Lei 8.112/1990 a 
servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência não justifica qualquer 
atitude discriminatória. 
§ 1º Admitindo-se a possibilidade de acumulação de banco de horas pelos demais 
servidores do órgão, também deverá ser admitida a mesma possibilidade em relação 
ao servidor com horário especial, em igualdade de condições com os demais. 
§ 2º Ao servidor a quem se tenha concedido horário especial NÃO poderá ser negado ou 
dificultado, colocando-oem situação de desigualdade com os demais servidores, o exercício 
de função de confiança ou de cargo em comissão. 
§ 3º O servidor com horário especial NÃO será obrigado a realizar, conforme o interesse 
da Administração, horas extras, se essa extensão da sua jornada de trabalho puder 
ocasionar qualquer dano relacionado ao seu cônjuge, filho ou dependente com deficiência. 
§ 4º Se o órgão, por sua liberalidade, determinar a diminuição da jornada de trabalho dos 
seus servidores, ainda que por curto período, esse mesmo benefício deverá ser aproveitado 
pelo servidor a quem tenha sido concedido horário especial. 
Note que são as mesmas regras que vimos no art. 29: 
 Não será admitida discriminação em relação aos demais servidores pelo 
fato de exercer trabalho em horário especial. 
 Se o órgão contiver sistema de banco de horas, ele poderá ser utilizado 
pelos servidores com deficiência. 
 O servidor com deficiência não poderá ser obrigado a prestar horas extras 
se essa atividade extraordinária for prejudicial à saúde do servidor. 
2.6 - Disposições Finais 
Nos dispositivos finais, temos o art. 33, que estabelece sanção de advertência 
àquele que, de algum modo, estiver vinculado ao cumprimento das normas 
destinadas à proteção das pessoas com deficiência. 
São as seguintes condutas tipificadas com penas de advertência: 
 não se empenhar na supressão e prevenção de barreiras que levem à 
configuração de situações de deficiência; 
 não se empenhar na criação de condições de acessibilidade; 
 atuar de forma discriminatória em relação às pessoas com deficiência; e 
 não comunicar a autoridade competente caso tenha ciência da prática de 
ato ilícito contra direitos das pessoas com deficiência. 
Veja: 
Art. 33. Incorre em pena de advertência o servidor, terceirizado ou o serventuário 
extrajudicial que: 
I - conquanto possua atribuições relacionadas a possível eliminação e prevenção de 
quaisquer barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, nas comunicações e na 
informação, atitudinais ou tecnológicas, não se empenhe, com a máxima celeridade 
possível, para a supressão e prevenção dessas barreiras; 
II - embora possua atribuições relacionadas à promoção de adaptações razoáveis ou ao 
oferecimento de tecnologias assistivas necessárias à acessibilidade de pessoa com 
 
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deficiência – servidor, serventuário extrajudicial ou não –, não se empenhe, com a 
máxima celeridade possível, para estabelecer a condição de acessibilidade; 
III - no exercício das suas atribuições, tenha qualquer outra espécie de atitude 
discriminatória por motivo de deficiência ou descumpra qualquer dos termos desta 
Resolução. 
§ 1º Também incorrerá em pena de advertência o servidor ou o serventuário extrajudicial 
que, tendo conhecimento do descumprimento de um dos incisos do caput deste 
artigo, deixar de comunicá-lo à autoridade competente, para que esta promova a 
apuração do fato. 
§ 2º O fato de a conduta ter ocorrido em face de usuário ou contra servidor do mesmo 
quadro, terceirizado ou serventuário extrajudicial é indiferente para fins de aplicação da 
advertência. 
§ 3º Em razão da prioridade na tramitação dos processos administrativos destinados 
à inclusão e à não discriminação de pessoa com deficiência, a grande quantidade de 
processos a serem concluídos não justifica o afastamento de advertência pelo 
descumprimento dos deveres descritos neste artigo. 
§ 4º As práticas anteriores da Administração Pública não justificam o afastamento de 
advertência pelo descumprimento dos deveres descritos neste artigo. 
Por fim, veja o art. 34: 
Art. 34. Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação. 
3 - Direitos no sistema de transporte coletivo 
3.1 - Lei 8.899/94 
A Lei 8.899/1994 é um diploma curto, que foi criado para conceder passe livre às 
pessoas com deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual. Ou 
seja, é válida para transporte realizado entre estados. 
Essa norma contém quatro dispositivos, dos quais dois interessam: 
Art. 1º É concedido passe livre às pessoas portadoras de deficiência, 
comprovadamente carentes, no sistema de transporte coletivo interestadual. 
Art. 2º O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de noventa dias a contar de 
sua publicação. 
Portanto, ao criar os benefícios aos deficientes hipossuficientes, a legislação 
federal conferiu ao Poder Executivo o dever de regulamentar esse direito, que foi 
posteriormente normatizado pelo Decreto 3.691/2000, que será estudado na 
sequência. 
O referido decreto, de forma direita e objetiva (em três artigos), define que as 
empresas permissionárias e autorizatárias de transporte interestadual de 
passageiros reservarão dois assentos de cada veículo, destinado a serviço 
convencional, para ocupação das pessoas com deficiência, conforme disciplina e 
fiscalização a ser empreendida pelo Ministério dos Transportes. 
Desses pontos, para a prova, é relevante: 
 
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Estabelece, ainda, o §5º do art. 3º que se a ação for proposta por um dos 
legitimados, os demais podem se habilitar no processo como legitimados ativos 
nas ações coletivas. 
§ 5º Fica facultado aos demais legitimados ativos habilitarem-se como litisconsortes nas 
ações propostas por qualquer deles. 
O §6º, por sua vez, estabelece que caso algum dos legitimados acima desistir da 
ação, os demais podem assumir a titularidade ativa da ação. Confira: 
§ 6º Em caso de desistência ou abandono da ação, qualquer dos co-legitimados pode 
assumir a titularidade ativa. 
Os demais §§ do art. 3º tratam da requisição de documentos de órgãos e 
autoridades. Leia com atenção: 
§ 1º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as 
certidões e informações que julgar necessárias. 
§ 2º As certidões e informações a que se refere o parágrafo anterior deverão ser fornecidas 
dentro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos respectivos requerimentos, e só 
poderão se utilizadas para a instrução da ação civil. 
§ 3º SOMENTE nos casos em que o interesse público, devidamente justificado, impuser 
sigilo, poderá ser NEGADA certidão ou informação. 
§ 4º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá ser proposta 
desacompanhada das certidões ou informações negadas, cabendo ao juiz, após apreciar 
os motivos do indeferimento, e, salvo quando se tratar de razão de segurança nacional, 
requisitar umas e outras; feita a requisição, o processo correrá em segredo de justiça, 
que cessará com o trânsito em julgado da sentença. 
Esses dispositivos estabelecem duas regras: 
1º - requisição das informações pelo próprio legitimado, com prazo de 15 
dias para entrega da informação. 
2º - caso haja negativa de fornecimento da informação requisitada por 
razões de interesse público, a ação deve ser proposta sem os documentos 
e conter o requerimento para que o juiz aprecie a requisição de 
documentos. Com base nisso, decidirá: 
a) se envolver documentos de segurança nacional, o juiz negará 
indeferimento de requisição dos documentos; 
b) caso envolva outra hipótese de interesse público, defere-se o 
requerimento e com a juntada dos documentos, o processo passará 
a tramitar em segredo de justiça. 
Sigamos! 
O art. 4º trata dos efeitos da sentença coletiva voltada para a proteção de direitos 
das pessoas com deficiência. Em regra, a sentença é erga omnes a não ser que 
a seja julgada improcedente a ação por deficiência probatória, hipótese em que 
nova ação poderá ser ajuizada caso haja novas provas. 
Art. 4º A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes,EXCETO no caso 
de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova, hipótese em que 
qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de 
nova prova. 
 
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§ 1º A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação fica sujeita 
ao duplo grau de jurisdição, NÃO produzindo efeito senão depois de confirmada pelo 
tribunal. 
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, 
poderá recorrer qualquer legitimado ativo, inclusive o Ministério Público. 
Em relação aos §§ acima citado, uma informação é relevante. As ações coletivas 
voltadas para a proteção de pessoas com deficiência estão sujeitas ao duplo 
grau de jurisdição obrigatório. Desse modo, a ação somente produzirá efeitos 
após reanálise pelo tribunal (órgão ad quem). 
O art. 5º prevê que o Ministério Público deve intervir obrigatoriamente nas ações, 
públicas, coletivas ou individuais que envolva a tutela de direitos de pessoas com 
deficiência. Assim, quando não for parte na demanda, o MP deverá atuar como 
fiscal da ordem jurídica. 
Art. 5º O Ministério Público intervirá obrigatoriamente nas ações públicas, coletivas 
ou individuais, em que se discutam interesses relacionados à deficiência das pessoas. 
Os arts. 6º e 7º disciplinam a ação civil pública. A ação civil pública observa a 
Lei 7.347/1985. O procedimento antecedente à ação civil pública é o inquérito 
civil. Assim, primeiramente o MP instaura um inquérito civil que tem por 
finalidade averiguar administrativamente fatos e fim de convencer o órgão a 
ajuizar ou não a ação civil pública. 
Desse modo, se ao final do procedimento do inquérito o órgão do MP concluir que 
existem elementos suficientes ajuizará a ação civil pública, caso contrário 
arquivará o procedimento. 
Art. 6º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou 
requisitar, de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou particular, certidões, 
informações, exame ou perícias, no prazo que assinalar, não inferior a 10 (dez) dias úteis. 
§ 1º Esgotadas as diligências, caso se convença o órgão do Ministério Público da 
inexistência de elementos para a propositura de ação civil, promoverá 
fundamentadamente o arquivamento do inquérito civil, ou das peças informativas. Neste 
caso, deverá remeter a reexame os autos ou as respectivas peças, em 3 (três) dias, ao 
Conselho Superior do Ministério Público, que os examinará, deliberando a respeito, 
conforme dispuser seu Regimento. 
§ 2º Se a promoção do arquivamento for reformada, o Conselho Superior do Ministério 
Público designará desde logo outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação. 
Art. 7º Aplicam-se à ação civil pública prevista nesta Lei, no que couber, os dispositivos 
da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. 
Sigamos para o artigo 8º que prevê as hipóteses tipificadas penalmente: 
Art. 8o Constitui CRIME punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e 
multa: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar 
inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou 
privado, em razão de sua deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer cargo ou emprego 
público, em razão de sua deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão de sua 
deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
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A partir do art. 9º, temos regras referentes às políticas públicas praticadas pela 
Administração Pública Federal para promover a defesa dos direitos das pessoas 
com deficiência. 
Art. 9º A Administração Pública Federal conferirá aos assuntos relativos às pessoas 
portadoras de deficiência tratamento prioritário e apropriado, para que lhes seja 
efetivamente ensejado o pleno exercício de seus direitos individuais e sociais, bem como 
sua completa integração social. 
§ 1º Os assuntos a que alude este artigo serão objeto de ação, coordenada e integrada, dos 
órgãos da Administração Pública Federal, e incluir-se-ão em Política Nacional para 
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, na qual estejam compreendidos planos, 
programas e projetos sujeitos a prazos e objetivos determinados. 
§ 2º Ter-se-ão como integrantes da Administração Pública Federal, para os fins desta Lei, 
além dos órgãos públicos, das autarquias, das empresas públicas e sociedades de economia 
mista, as respectivas subsidiárias e as fundações públicas. 
O art. 10 trata da criação do CORDE, órgão voltado para coordenar ações 
governamentais e medidas referentes às pessoas com deficiência. No art. 11 
temos o rol de competências descritas do CORDE, cuja leitura é o suficiente para 
fins da nossa prova. 
Art. 10. A coordenação superior dos assuntos, ações governamentais e medidas referentes 
a pessoas portadoras de deficiência caberá à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República. (Redação dada pela Lei nº 11.958, de 2009) 
Parágrafo único. Ao órgão a que se refere este artigo caberá formular a Política Nacional 
para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, seus planos, programas e projetos e 
cumprir as instruções superiores que lhes digam respeito, com a cooperação dos demais 
órgãos públicos. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) 
Art. 11. (Revogado pela Lei nº 8.028, de 1990) 
Art. 12. Compete à Corde: 
I - coordenar as ações governamentais e medidas que se refiram às pessoas portadoras de 
deficiência; 
II - elaborar os planos, programas e projetos subsumidos na Política Nacional para a 
Integração de Pessoa Portadora de Deficiência, bem como propor as providências 
necessárias a sua completa implantação e seu adequado desenvolvimento, inclusive as 
pertinentes a recursos e as de caráter legislativo; 
III - acompanhar e orientar a execução, pela Administração Pública Federal, dos planos, 
programas e projetos mencionados no inciso anterior; 
IV - manifestar-se sobre a adequação à Política Nacional para a Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência dos projetos federais a ela conexos, antes da liberação dos recursos 
respectivos; 
V - manter, com os Estados, Municípios, Territórios, o Distrito Federal, e o Ministério Público, 
estreito relacionamento, objetivando a concorrência de ações destinadas à integração social 
das pessoas portadoras de deficiência; 
VI - provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que 
constituam objeto da ação civil de que esta Lei, e indicando-lhe os elementos de convicção; 
VII - emitir opinião sobre os acordos, contratos ou convênios firmados pelos demais órgãos 
da Administração Pública Federal, no âmbito da Política Nacional para a Integração da 
Pessoa Portadora de Deficiência; 
VIII - promover e incentivar a divulgação e o debate das questões concernentes à pessoa 
portadora de deficiência, visando à conscientização da sociedade. 
 
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Parágrafo único. Na elaboração dos planos, programas e projetos a seu cargo, deverá a 
Corde recolher, sempre que possível, a opinião das pessoas e entidades interessadas, bem 
como considerar a necessidade de efetivo apoio aos entes particulares voltados para a 
integração socialdas pessoas portadoras de deficiência. 
O art. 15, na sequência, prevê a criação de uma Secretaria específica, que integra 
o Ministério da Educação, Ministério da Saúde e Ministério da Previdência Social 
que atuará como coordenador setorial referente à promoção dos direitos das 
pessoas com deficiência. 
Art. 13. (Revogado). 
Art. 14. (Vetado). 
Art. 15. Para atendimento e fiel cumprimento do que dispõe esta Lei, será reestruturada a 
Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, e serão instituídos, no Ministério 
do Trabalho, no Ministério da Saúde e no Ministério da Previdência e Assistência Social, 
órgão encarregados da coordenação setorial dos assuntos concernentes às pessoas 
portadoras de deficiência. 
Para encerrar a parte teórica, confira os dispositivos finais da Lei 7.853/1989, 
cuja leitura é suficiente para fins prova. 
Art. 16. O Poder Executivo adotará, nos 60 (sessenta) dias posteriores à vigência desta Lei, 
as providências necessárias à reestruturação e ao regular funcionamento da Corde, como 
aquelas decorrentes do artigo anterior. 
Art. 17. Serão incluídas no censo demográfico de 1990, e nos subseqüentes, questões 
concernentes à problemática da pessoa portadora de deficiência, objetivando o 
conhecimento atualizado do número de pessoas portadoras de deficiência no País. 
Art. 18. Os órgãos federais desenvolverão, no prazo de 12 (doze) meses contado da 
publicação desta Lei, as ações necessárias à efetiva implantação das medidas indicadas no 
art. 2º desta Lei. 
Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 20. Revogam-se as disposições em contrário. 
5.3 - Decreto 3.298/99 
O Decreto dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora 
de Deficiência. A Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de 
Deficiência representa uma série de normas que objetivam assegurar o exercício 
dos direitos das pessoas portadoras de deficiência. 
O decreto estabelece os princípios, as diretrizes e os objetivos da Política 
Nacional, que devem ser seguidos pela União, pelos Estados e pelos Municípios. 
Trata-se de um documento extenso e detalhado. Assim, a fim de dinamizar nosso 
estudo, não comentaremos todos os dispositivos, mas procuraremos sistematizar 
e explicar os mais importantes e citar aqueles que merecem uma rápida leitura. 
Disposições Gerais 
O Decreto inicia explicando que a Política Nacional tem por objetivo garantir o 
pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas com deficiência. 
 
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Art. 4º É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes 
categorias: 
I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo 
humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma 
de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, 
triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia 
cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as 
deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções; 
Observe que a deficiência será física quando houver uma alteração em uma parte 
do corpo, que acarrete o comprometimento da função física. Em sequência a esse 
conceito geral, o inciso traz exemplos de deficiência física. 
II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis 
(dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 
3.000Hz; 
Note que a deficiência auditiva é verificada quando houver perda de audição, 
parcial ou total, em ambos os ouvidos. Além disso, há menção de um montante 
específico de perda auditiva: 41 decibéis. 
III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no 
melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual 
entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a 
somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou 
a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores; 
A deficiência visual também é aferida por padrões estabelecidos: 
 Cegueira - acuidade visual é igual ou menor que 0,05; 
 Baixa visão - acuidade visual entre 0,3 e 0,05; 
 Casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos 
for igual ou menor que 60º; 
 ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores. 
IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente inferior à média, 
com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de 
habilidades adaptativas, tais como: 
a) comunicação; 
b) cuidado pessoal; 
c) habilidades sociais; 
d) utilização dos recursos da comunidade; 
e) saúde e segurança; 
f) habilidades acadêmicas; 
g) lazer; e 
h) trabalho; 
Observe que o conceito de deficiência mental é vago ao utilizar o termo 
“funcionamento intelectual significativamente inferior à média”. Assim, a pessoa, 
para ser considerada com deficiência mental, deverá possuir limitações em duas 
ou mais áreas citadas nas alíneas. 
V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências. 
 
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O CONADE é um órgão de deliberação colegiada que foi criado com o objetivo de 
acompanhar e avaliar o desenvolvimento da Política de Integração e das políticas 
setoriais dirigidas às pessoas com deficiência. O CONADE faz parte da estrutura 
da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR). 
O art. 11 prescreve as competências do CONADE. Esse dispositivo é importante, 
por isso leia com atenção. 
Art. 11. Ao CONADE, criado no âmbito do Ministério da Justiça como órgão superior de 
deliberação colegiada, compete: 
I - zelar pela efetiva implantação da Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora 
de Deficiência; 
II - acompanhar o planejamento e avaliar a execução das políticas setoriais de educação, 
saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, desporto, lazer, política 
urbana e outras relativas à pessoa portadora de deficiência; 
III - acompanhar a elaboração e a execução da proposta orçamentária do Ministério da 
Justiça, sugerindo as modificações necessárias à consecução da Política Nacional para 
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; 
IV - zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de defesa dos direitos 
da pessoa portadora de deficiência; 
V - acompanhar e apoiar as políticas e as ações do Conselho dos Direitos da Pessoa 
Portadora de Deficiência no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
VI - propor a elaboração de estudos e pesquisas que objetivem a melhoria da qualidade de 
vida da pessoa portadora de deficiência; 
VII - propor e incentivar a realização de campanhas visando à prevenção de deficiências e 
à promoção dos direitos da pessoa portadora de deficiência; 
VIII - aprovar o plano de ação anual da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência - CORDE; 
IX - acompanhar, mediante relatórios de gestão, o desempenho dos programas e projetos 
da Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; e 
X - elaborar o seu regimento interno. 
Note que as competências do CONADE se relacionam com a implementação e 
fiscalização da aplicação da Política Nacional de Integração da pessoa com 
deficiência. 
O art. 12 trata da constituição do órgão. O CONADE será composto por 
representantes do governoe da sociedade civil de forma paritária. 
Art. 12. O CONADE será constituído, paritariamente, por representantes de 
instituições governamentais e da sociedade civil, sendo a sua composição e o seu 
funcionamento disciplinados em ato do Ministro de Estado da Justiça. 
Parágrafo único. Na composição do CONADE, o Ministro de Estado da Justiça disporá sobre 
os critérios de escolha dos representantes a que se refere este artigo, observando, entre 
outros, a representatividade e a efetiva atuação, em nível nacional, relativamente à defesa 
dos direitos da pessoa portadora de deficiência. 
O artigo 13 permite que sejam criados órgãos deliberativos, tais como o CONADE, 
nos Estados, DF e Municípios, como forma de descentralizar o sistema de defesa. 
 
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Art. 13. Poderão ser instituídas outras instâncias deliberativas pelos Estados, pelo Distrito 
Federal e pelos Municípios, que integrarão sistema descentralizado de defesa dos direitos 
da pessoa portadora de deficiência. 
O art. 14 traz as competências do Ministério da Justiça e da Secretaria de Direitos 
Humanos. Leia com atenção. 
Art. 14. Incumbe ao Ministério da Justiça, por intermédio da Secretaria de Estado dos 
Direitos Humanos, a coordenação superior, na Administração Pública Federal, dos 
assuntos, das atividades e das medidas que se refiram às pessoas portadoras de deficiência. 
§ 1º No âmbito da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, compete à CORDE: 
I - exercer a coordenação superior dos assuntos, das ações governamentais e das medidas 
referentes à pessoa portadora de deficiência; 
II - elaborar os planos, programas e projetos da Política Nacional para Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência, bem como propor as providências necessárias à sua completa 
implantação e ao seu adequado desenvolvimento, inclusive as pertinentes a recursos 
financeiros e as de caráter legislativo; 
III - acompanhar e orientar a execução pela Administração Pública Federal dos planos, 
programas e projetos mencionados no inciso anterior; 
IV - manifestar-se sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de 
Deficiência, dos projetos federais a ela conexos, antes da liberação dos recursos 
respectivos; 
V - manter com os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e o Ministério Público, estreito 
relacionamento, objetivando a concorrência de ações destinadas à integração das pessoas 
portadoras de deficiência; 
VI - provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que 
constituam objeto da ação civil de que trata a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, e 
indicando-lhe os elementos de convicção; 
VII - emitir opinião sobre os acordos, contratos ou convênios firmados pelos demais órgãos 
da Administração Pública Federal, no âmbito da Política Nacional para a Integração da 
Pessoa Portadora de Deficiência; e 
VIII - promover e incentivar a divulgação e o debate das questões concernentes à pessoa 
portadora de deficiência, visando à conscientização da sociedade. 
§ 2º Na elaboração dos planos e programas a seu cargo, a CORDE deverá: 
I - recolher, sempre que possível, a opinião das pessoas e entidades interessadas; e 
II - considerar a necessidade de ser oferecido efetivo apoio às entidades privadas voltadas 
à integração social da pessoa portadora de deficiência. 
Equiparação de Oportunidade 
Esso capítulo do Decreto trata da equiparação, ou seja, da possibilidade de 
igualdade de oportunidades oferecidas às pessoas com deficiência. Como 
sabemos, na convivência em sociedade são oferecidas oportunidades que as 
pessoas com deficiência não têm acesso, assim, é necessário promover ações 
positivas que garantam o pleno exercício dos direitos e a equiparação e 
oportunidades para as pessoas com deficiência. 
Iniciamos pelo art. 15 que dispõe quais os serviços devem ser prestados pela 
Administração às pessoas com deficiência. 
 
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Art. 15. Os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal prestarão direta ou 
indiretamente à pessoa portadora de deficiência os seguintes serviços: 
I - reabilitação integral, entendida como o desenvolvimento das potencialidades da 
pessoa portadora de deficiência, destinada a facilitar sua atividade laboral, educativa e 
social; 
II - formação profissional e qualificação para o trabalho; 
III - escolarização em estabelecimentos de ensino regular com a provisão dos apoios 
necessários, ou em estabelecimentos de ensino especial; e 
IV - orientação e promoção individual, familiar e social. 
 Saúde: 
Art. 16. Os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal direta e indireta 
responsáveis pela saúde devem dispensar aos assuntos objeto deste Decreto tratamento 
prioritário e adequado, viabilizando, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas: 
I - a promoção de ações preventivas, como as referentes ao planejamento familiar, ao 
aconselhamento genético, ao acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, à 
nutrição da mulher e da criança, à identificação e ao controle da gestante e do feto de alto 
risco, à imunização, às doenças do metabolismo e seu diagnóstico, ao encaminhamento 
precoce de outras doenças causadoras de deficiência, e à detecção precoce das doenças 
crônico-degenerativas e a outras potencialmente incapacitantes; 
II - o desenvolvimento de programas especiais de prevenção de acidentes 
domésticos, de trabalho, de trânsito e outros, bem como o desenvolvimento de programa 
para tratamento adequado a suas vítimas; 
III - a criação de rede de serviços regionalizados, descentralizados e hierarquizados em 
crescentes níveis de complexidade, voltada ao atendimento à saúde e reabilitação da 
pessoa portadora de deficiência, articulada com os serviços sociais, educacionais e com 
o trabalho; 
IV - a garantia de acesso da pessoa portadora de deficiência aos estabelecimentos 
de saúde públicos e privados e de seu adequado tratamento sob normas técnicas e padrões 
de conduta apropriados; 
V - a garantia de atendimento domiciliar de saúde ao portador de deficiência grave 
não internado; 
VI - o desenvolvimento de programas de saúde voltados para a pessoa portadora de 
deficiência, desenvolvidos com a participação da sociedade e que lhes ensejem a inclusão 
social; e 
VII - o papel estratégico da atuação dos agentes comunitários de saúde e das 
equipes de saúde da família na disseminação das práticas e estratégias de 
reabilitação baseada na comunidade. 
Vamos resumir e sistematizar essas medidas: 
 
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§ 2º Para efeito do disposto neste artigo, toda pessoa que apresente redução funcional 
devidamente diagnosticada por equipe multiprofissional terá direito a beneficiar-
se dos processos de reabilitação necessários para corrigir ou modificar seu estado físico, 
mental ou sensorial, quando este constitua obstáculo para sua integração educativa, laboral 
e social. 
O art. 18 prevê que o fornecimento de próteses de demais matérias auxiliares é 
considerado como assistência à saúde e à reabilitação a pessoa com deficiência. 
Art. 18. Incluem-se na assistência integral à saúde e reabilitação da pessoa portadora de 
deficiência a concessão de órteses, próteses, bolsas coletoras e materiais auxiliares, 
dado que tais equipamentos complementam o atendimento, aumentando as possibilidades 
de independência e inclusão da pessoa portadora de deficiência. 
O art. 19 traz o conceito de “ajudas técnicas”

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