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2019 09 16 - Inv Ftal Continuo - Faz Lago Azul (1)

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Relatório
Inventário Florestal Contínuo 
EMPREENDIMENTO: Fazenda Lago Azul 
RESPONSÁVEL TÉCNICO: João Paulo Dantas Lima
ITIQUIRA - MT
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	3
2. OBJETIVO	4
3. METODOLOGIA	6
3.1. METODOLOGIA EMPREGADA	6
3.2. MODELOS DE EQUAÇÕES DE RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA	8
3.3. CUBAGEM RIGOROSA E ESTIMATIVA DO VOLUME	9
4. CARACTERIZAÇÃO DO PLANTIO 	12
4.1. TALHÕES 	12
4.2. FATORES NEGATIVOS IDENTIFICADOS	12
5. RESULTADOS	15
5.1. CRESCIMENTO E PRODUÇÃO FLORESTAL	17
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS	19
1. INTRODUÇÃO
O gênero Eucalyptus pertence à família Myrtaceae. São conhecidas mais de 700 espécies, quase todas originárias da Austrália, existindo apenas um pequeno número em territórios próximos como Nova Guiné e Indonésia. Adaptados praticamente a todas as condições climáticas, os eucaliptos caracterizam a paisagem da Oceania de uma forma que não é comparável a qualquer outra espécie, em qualquer outro continente. O Eucalipto é uma árvore bastante versátil, com várias aplicações industriais, entre elas, produção de celulose, carvão, lenha e madeira serrada.
De acordo com estimativas da cobertura florestal feita pela Indústria Brasileira de Árvores, em 2017, a área brasileira de plantios de Eucalyptus atingiu 5,7 milhões de hectares, representando, 72% da área total de plantios no Brasil (IBA, 2017).
Atualmente nos programas de melhoramento genético de eucalipto consegue-se um grande aumento da produtividade a partir de plantios clonais de indivíduos geneticamente superiores, de modo a obter talhões uniformes, de rápido crescimento e matéria-prima homogênea.
O inventário florestal consiste na avaliação das características qualitativas e quantitativas de plantações florestais, ou de florestas naturais, representando uma importante ferramenta para fornecer informações que incidem diretamente sobre o planejamento florestal.
A prática do inventário possibilita também a correta utilização dos recursos florestais, definir estratégias de manejo e da colheita florestal, a fiscalização dos recursos naturais, a instalação de polos industriais, a definição de áreas de preservação, parques e reservas, e a compra e venda de madeira. Além destas aplicações, o inventário fornece dados que auxiliam a realização adequada de práticas silviculturais, como correções de adubações e aplicações de desbastes. 
2. OBJETIVO
Determinar o estoque volumétrico de madeira, o Incremento Médio Anual (IMA) e o Incremento Corrente Anual (ICA) de povoamento de Eucalyptus clonais I-144, VM01, H-13 e GG100 com idade entre 2,7 anos e 6,6 anos, em uma área de 469,04 hectares, no município de Itiquira - MT.
Todos mapas gerados serão enviados em anexo no formato PDF para que possam ser observada as áreas dos respectivos talhões inventariados, assim como todas coordenadas geográficas e resultados de volume de madeira por talhão em formato PASTA DE ARQUIVO EXCEL.
Figura 1. Croqui disposição das parcelas nos talhões.
Figura 2. Croqui com informações gerais do plantio.
3. METODOLOGIA
3.1. METODOLOGIA EMPREGADA
O inventário foi realizado entre os dias 07 a 10 de setembro de 2019. Foram coletados dados de 56 parcelas circulares de 400 m² (Figura 1), em um total de 2544 árvores. As parcelas foram distribuídas sistematicamente nos talhões de reflorestamento da propriedade. Em cada parcela foram coletadas as alturas, de todas as árvores da linha central e das quatro árvores dominantes (4 maiores CAP’s) e as Circunferência a Altura do Peito (CAP’s) de todas as árvores da parcela. Os CAP’s foram coletados por meio da fita métrica (Figura 4), e as alturas medidas com um clinômetro digital (Figura 5)
Figura 3. Design tridimensional, exemplificando as parcelas de campo.
 
Figura 4. Coleta de dados de circunferência – CAP.
Figura 5. Aparelho medidor de altura. (CLINÔMETRO).
 3.2. MODELOS DE EQUAÇÕES DE RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA
Nos inventários florestais comerciais, coleta-se a altura de parte dos indivíduos amostrados no campo, incidindo diretamente sobre o tempo e custo do levantamento florestal. A relação hipsométrica entre a altura e o diâmetro dessas árvores possibilita o ajuste de modelos de equações, com os quais foi ajustado o modelo mais adequado para cada plantio a fim de estimar as alturas não medidas em campo. Foram testados 3.
Tabela 1. Modelos de equação de relação hipsométrica testados para ajuste de equação de altura em cada um dos plantios 
	Autor
	Modelo de equação
	Trorey
	
	---
	
	Curtis
	
d = diâmetro à altura do peito (cm); h = altura da árvore (m); b0, b1, b2 = coeficientes dos modelos.
Figura 6. Medição de altura. 
 3.3. CUBAGEM RIGOROSA E ESTIMATIVA DO VOLUME 
A cubagem (Figura 9) consiste na derrubada de árvores para obtenção do volume real de cada árvore abatida. No cálculo do volume real foi utilizado o método de Smalian, que consiste na secção da árvore abatida em toretes de comprimento pré-estabelecido, sendo calculado o volume com casca de cada seção, obtendo-se assim o volume real da árvore. 	Comment by Rheysprincys Rio Mariano: 
Figura 6. Esquema genérico para cubagem de uma seção da árvore por Smalian.
 As árvores-amostras foram pré-determinadas de acordo com a distribuição diamétrica (Figura 8) de toda a população amostrada. 
Posteriormente, a população amostrada foi dividida em três classes diamétricas, em que foram amostradas 60 árvores em 2018 e 14 em 2019. Estas árvores compuseram a base de dados para ajuste do modelo de Spurr (Eq.1).
A Equação 1 foi ajustada aos dados de cubagem rigorosa a fim de gerar as estimativas dos volumes das árvores nas parcelas de inventário florestal.
 (1)
.
Figura 8. Distribuição diamétrica da atual floresta de eucalipto da Faz. Lago Azul
Figura 9. Cubagem Rigorosa.
 4. CARACTERIZAÇÃO DO PLANTIO	
4.1. TALHÕES 
De acordo com os mapas o plantio está distribuído em 25 (vinte e cinco) talhões, com as áreas variando entre 4,25 e 37,03 hectares totalizando 469,04 hectares de área efetivamente produtiva. 
4.2. FATORES NEGATIVOS IDENTIFICADOS
 Ao alocar as unidades amostrais (parcelas) por todos talhões foram identificados diversos pontos que possam ser determinantes para a produtividade deste plantio não atingir o resultado esperado normalmente, são eles: 
· Formiga
Os insetos-praga mais comuns em plantios de eucalipto no Brasil são formigas cortadeiras e lagartas desfolhadoras. Durante a realização do inventário foi possível fazer registros fotográficos, identificando principalmente a existência de diversos formigueiros ao longo de vários talhões.
· Danos a copa
Foi possível observar com auxílio de imagem de satélite a presença de diversas áreas sem presença de Copa das árvores ao longo de alguns talhões, visto que a inexistência de copa aponta fatores como, déficit hídrico severo levando a perca da copa, árvores mortas, descargas elétricas, falhas mecânicas durante o plantio, replantio malsucedido entre outros. 
Ao analisar as imagens de satélite e calcular as áreas dessas “manchas” sem presença de copa nos talhões totalizaram 7,624 hectares. 
Figura 9. Registros fotográficos formigueiros.
 
Figura 10. Registro fotográfico árvores sem copa.
BRAFOR – PROJETOS AMBIENTAIS E FLORESTAIS
R. Estevão De Mendonça, 308, Popular, Cuiabá-MT, 78045-420
Tel. (65) 2136-7142
contato@brafor.com.br
www.brafor.com.br
15
BRAFOR – PROJETOS AMBIENTAIS E FLORESTAIS
R. Estevão De Mendonça, 308, Popular, Cuiabá-MT, 78045-420
Tel. (65) 2136-7142
contato@brafor.com.br
www.brafor.com.br
2
 5. RESULTADOS	
O resultado do processamento do inventário florestal do ano de 2019 está representado na Tabela 2.
Tabela 2. Resultados por talhão
	TALHÃO
	ÁREA
	M. GEN.
	IDADE
	DAP Médio
	HT Média
	ÁREA B. Média
	VTCC Médio
	H DOM Média
	% FALHAS
	% MORTAS
	% BIF
	Nº FUSTE
	IMAVOL
	2
	25,4
	I-144
	2,7
	12,4
	17,4
	12,9695
	112,3462
	19,0
	0,00
	0,00
	4,18
	1045
	41,6
	5
	24,509
	VM01
	6,6
	16,9
	23,8
	24,5440
	274,1983
	25,5
	1,51
	0,00
	10,05
	1066
	41,5
	7
	22,714VM01
	6,6
	15,9
	23,9
	24,5953
	277,8678
	26,2
	1,31
	0,00
	13,18
	1179
	42,1
	8
	5,449
	VM01
	6,6
	16,3
	24,7
	24,1885
	275,9600
	25,9
	1,29
	0,00
	8,95
	1116
	41,8
	10
	24,367
	VM01
	6,6
	17,1
	24,3
	26,2792
	300,3788
	27,5
	1,38
	1,10
	6,05
	1091
	45,5
	11
	24,008
	I-144
	6,6
	17,3
	28,9
	25,9980
	344,1266
	31,5
	1,35
	3,30
	1,99
	1079
	52,1
	12
	21,63
	VM01
	6,6
	16,8
	20,6
	24,2196
	241,1210
	24,2
	2,58
	3,16
	5,96
	1054
	36,5
	13
	21,449
	VM01
	6,6
	16,3
	21,4
	25,9066
	266,5731
	24,1
	2,58
	0,00
	7,30
	1192
	40,4
	15
	25,406
	GG100
	5,6
	15,3
	25,7
	21,3401
	252,3802
	27,1
	0,88
	4,69
	0,00
	1146
	45,1
	16
	35,591
	H13
	5,6
	15,4
	25
	19,8507
	230,8354
	26,6
	1,97
	7,64
	0,98
	1047
	41,2
	17
	8,353
	GG100
	5,6
	15,9
	26,7
	22,2029
	271,1599
	27,9
	3,98
	0,00
	0,00
	1116
	48,4
	18
	14,836
	I-144
	5,6
	16,5
	25,8
	23,8588
	284,6709
	27,6
	13,33
	0,99
	3,59
	1104
	50,8
	19
	24,0746
	H13
	5,7
	15,5
	25,1
	21,4636
	249,1126
	26,8
	0,00
	1,10
	0,00
	1129
	43,7
	19.2
	3,941
	I-144
	5,7
	16,4
	25,7
	23,6398
	277,4926
	27,0
	9,57
	3,92
	0,00
	1116
	48,7
	20
	18,552
	I-144
	5,6
	16,3
	24,9
	23,1977
	267,5980
	26,5
	2,61
	4,12
	2,99
	1091
	47,8
	21
	15,527
	GG100
	5,6
	15,9
	26
	22,8830
	273,0262
	27,5
	1,26
	5,94
	3,67
	1142
	48,8
	22
	17,114
	H13
	5,7
	15,2
	25,6
	22,4669
	267,0138
	27,1
	1,26
	0,97
	4,40
	1217
	46,8
	23
	29,626
	I-144
	5,7
	16,4
	26,6
	23,4908
	286,4597
	28,0
	0,75
	1,42
	0,73
	1112
	50,3
	24
	23,3
	I-144
	5,7
	15,7
	25,8
	20,9153
	251,0599
	27,9
	1,31
	0,00
	3,90
	1054
	44,0
	25
	13,985
	H13
	5,7
	17,9
	30,3
	24,5795
	342,2306
	32,6
	3,11
	0,00
	0,00
	953
	60,0
	26
	7,587
	H13
	5,8
	17,7
	29,2
	26,7996
	356,7334
	30,7
	2,74
	1,21
	0,93
	1079
	61,5
	27
	12,412
	I-144
	5,8
	16,7
	29,2
	28,0370
	378,1963
	32,6
	2,53
	0,00
	2,54
	1242
	65,2
	28
	8,941
	I-144
	5,8
	17
	28,9
	27,9704
	376,2195
	33,3
	4,80
	1,94
	1,80
	1204
	64,9
	29
	14,883
	I-144
	5,8
	17,5
	29,3
	28,7571
	389,9722
	32,6
	1,26
	1,05
	3,80
	1167
	67,2
	30
	6,112
	H13
	5,8
	17,4
	29,3
	27,9441
	376,0521
	32,1
	2,58
	1,10
	2,75
	1142
	64,8
Legendas Tabela 2: 
M. GEN – Material Genético (Clone);
DAP – DIAMETRO À ALTURA DO PEITO (1,3m do solo) em centímetros (cm);
HT – Altura Total em metros (m);
Área B. – Área Basal em metros quadrados (m²/ha);
VTCC – Volume total com casca em metros cúbicos (m³/ha);
H DOM – Altura dominante em metros (m);
IMAV – Incremento médio Anual do Volume em metros cúbicos (m³/ha/ano).
Análise desconsiderando o talhão 2 por apresentar uma diferença significativa de idade para os demais.
Média do volume total com casca
- 296,26 m³/ha
Estoque volumétrico estimado
- 125.726,37 m³
Utilizando-se o fator de conversão (1,40) de metro cúbico para metro estéreo, o plantio possui 176.016,91 metros estéres (st).
A atual floresta possui um incremento médio anual de 47,79 m³/ha/ano. 
Ao considerar falhas e mortalidades como indicadores de danos no povoamento florestal, verifica-se que os talhões 18 e 19.2 já apresenta valores superiores a 10%, o que não é desejável para plantações destinadas a produção de biomassa.
5.1. CRESCIMENTO E PRODUÇÃO FLORESTAL
O Quadro 1 tem por objetivo apresentar uma análise do incremento médio anual (IMA) dos talhões monitorados desde 2015. Por definição, o momento ideal de corte é quando o IMA decresce em sucessivas medições.
Quadro 1. Resultados por talhão
	Talhão
	Área
	Mat. Genético
	IMA2015
	IMA2016
	IMA2018
	IMA2019
	2
	25,4
	I-144
	0
	0
	0
	41,6
	5
	24,509
	VM01
	29,6
	31,2
	41,2
	41,5
	7
	22,714
	VM01
	31,16
	30,67
	42,3
	42,1
	8
	5,449
	VM01
	30,29
	27,1
	40,6
	41,8
	10
	24,367
	VM01
	33,45
	31,19
	43,6
	45,5
	11
	24,008
	I-144
	41,85
	40
	54,7
	52,1
	12
	21,63
	VM01
	26,42
	27,21
	38,9
	36,5
	13
	21,449
	VM01
	28,57
	28,87
	43,6
	40,4
	15
	25,406
	GG100
	22,24
	34,25
	47,1
	45,1
	16
	35,591
	H13
	13,74
	29,12
	44,6
	41,2
	17
	8,353
	GG100
	23,37
	34,11
	46,4
	48,4
	18
	14,836
	I-144
	26,15
	37,43
	53,2
	50,8
	19
	24,0746
	I-144
	18,91
	37,79
	43,1
	43,7
	19,2
	3,941
	H13
	23,78
	30,22
	48,4
	48,7
	20
	18,552
	I-144
	27,16
	38,15
	47,7
	47,8
	21
	15,527
	GG100
	21,48
	35,09
	49,4
	48,8
	22
	17,114
	H13
	40,24
	41,77
	47,7
	46,8
	23
	29,626
	I-144
	30,57
	36,38
	50
	50,3
	24
	23,3
	I-144
	28,52
	42,35
	44,2
	44
	25
	13,985
	H13
	19,52
	47,24
	60,4
	60
	26
	7,587
	H13
	25,17
	43,62
	57,2
	61,5
	27
	12,412
	I-144
	36,76
	48,36
	68,7
	65,2
	28
	8,941
	I-144
	37,61
	48,47
	66,2
	64,9
	29
	14,883
	I-144
	43
	47,95
	67,9
	67,2
	30
	6,112
	H13
	26,59
	41,23
	61,9
	64,8
Os talhões marcados no quadro 1 são aqueles que apresentaram Incremento médio anual (IMA) do volume decrescente entre as medições de 2018 e 2019. 
Verifica-se, portanto, que nestes talhões já há uma taxa de crescimento negativa, o que indica, que a idade técnica de corte deveria ser o ano de 2019. Porém, sugere-se uma avaliação econômica do projeto florestal como um todo a fim de indicar a idade de rotação econômica dos povoamentos inventariados.
 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS	
Um dos fatores que diminuiu a produtividade no período 2018 a 2019 foi a presença de formigueiros ao longo de diversos talhões, a fim obter melhores resultados no próximo ano, uma das medidas a serem tomadas é o controle de formiga no término do período chuvoso realizando um combate sistemático em área total, não deixando ultrapassar trinta dias após o final das chuvas. E por volta do mês de agosto realizar um “repasse” a fim de eliminar algum olheiro/formigueiro que esteja ativo. 	Comment by Rheysprincys Rio Mariano: João pediu pra inserir essa parte na conclusão, são palavras dele. Eu adicionei
Diante dos resultados encontrados com o inventário de 2019 pôde-se concluir que os povoamentos apresentaram em geral um bom desempenho no incremento volumétrico, em que o IMA de 47,79 m³/ha/ano foi muito superior (32%) à média brasileira que é de 36 m³/ha/ano.
O clone I-144 foi o material genético que apresentou o melhor desempenho em crescimento volumétrico, atingindo IMA de 51,85 m³/ha/ano, seguido do H13 (49,34 m³/ha/ano), GG100 (46,82 m³/ha/ano), VM01 (41,34 m³/ha/ano).
O volume total dos 25 talhões inventariados, em um total aproximado de 450 hectares, excluído o talhão 2, foi de 125.726,37 m³ e/ou 176.016,91 metros estéres (st).
	
Resp. Técnico: João Paulo Dantas Lima
ENGENHEIRO FLORESTAL: Crea: MT026075

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