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4 - Processo Penal

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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
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Material de conceitos básicos. 
Apenas os conceitos constantes do título e os conceitos correlatos, o ótimo é inimigo do bom. 
Forma de montar os conceitos: sempre buscar um padrão/ORDEM de raciocínio que ajude a construí-
lo de forma espontânea; 
Prazo: 05/05/2019 + você DEVE ir postando as parciais 
Sumário 
PONTO 1 - PROCESSO PENAL EM GERAL. FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL. SISTEMAS 
PROCESSUAIS. ............................................................................................................................................................... 6 
1. O QUE É PRETENSÃO PUNITIVA? .................................................................................................................................................. 6 
2. QUAIS OS SISTEMAS PROCESSUAIS EXISTENTES? .............................................................................................................................. 6 
2.1. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO MODELO INQUISITORIAL? ............................................................................................................. 6 
2.2. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO MODELO ACUSATÓRIO? ............................................................................................................... 6 
2.2.1. COMO SE DÁ A GESTÃO DA PROVA NO MODELO ACUSATÓRIO? ................................................................................................... 6 
2.3. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO MODELO MISTO OU FRANCÊS? ...................................................................................................... 7 
3. QUAL O SISTEMA PROCESSUAL ADOTADO NO ORDENAMENTO BRASILEIRO? ........................................................................................ 7 
4. QUAIS AS FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL? ........................................................................................................................ 7 
4.1. EXPLIQUE AS FONTES DE PRODUÇÃO OU MATERIAIS. .................................................................................................................... 8 
4.2. EXPLIQUE AS FONTES DE COGNIÇÃO OU FORMAIS. ....................................................................................................................... 8 
5. QUAIS OS PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS PREVISTOS NA CF/88? .................................................................................................... 8 
6. QUAL O CONCEITO E PRINCIPAIS DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA? ......................................................... 8 
6.1. QUAL O LIMITE TEMPORAL DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA? ........................................................................................ 9 
7. QUAL O CONCEITO E PRINCIPAIS DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DO ‘NEMO TENETUR SE DETEGERE’? ................................................. 10 
8. QUAL O CONCEITO E PRINCIPAIS ELEMENTOS DO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO? .............................................................................. 10 
9. QUAL O CONCEITO E PRINCIPAIS DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA? ...................................................................... 11 
9.1. É PRECISO OBSERVAR A DEFESA TÉCNICA NO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR? ................................................................... 11 
9.2. E NA FASE DE EXECUÇÃO PENAL? ............................................................................................................................................ 11 
10. NO QUE CONSISTE O PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL E QUAIS OS SEUS PRINCIPAIS DESDOBRAMENTOS? ................................................... 12 
11. DISCORRA SOBRE O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE NO PROCESSO PENAL............................................................................................. 12 
12. ONDE ESTÁ PREVISTO O PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO À PROVA ILÍCITA E NO QUE CONSISTE TAL PRINCÍPIO? ................................................. 12 
12.1. O QUE É UMA PROVA ILÍCITA? .............................................................................................................................................. 12 
PONTO 2 - NORMA PROCESSUAL PENAL. INTERPRETAÇÃO, INTEGRAC ̧ÃO, APLICAÇÃO E EFICÁCIA TEMPORAL, ESPACIAL E 
SUBJETIVA DA LEI PROCESSUAL PENAL. ........................................................................................................................ 13 
13. PARA A DOUTRINA MAJORITÁRIA QUAL PRINCÍPIO GUIA A APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO?....................................... 13 
14. DISTINGA LEIS PENAIS PURAS DE LEIS PROCESSUAIS PENAIS PURAS. ................................................................................................ 13 
15. CONCEITUE LEIS PROCESSUAIS PENAIS MISTAS/ LEIS PENAIS PROCESSUAIS. ...................................................................................... 13 
16. QUAL PRINCÍPIO REGE A APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO? .................................................................................. 14 
17. NO QUE CONSISTEM AS NORMAS PROCESSUAIS HETEROTÓPICAS? ................................................................................................. 14 
 
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18. ACERCA DA INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL, CONCEITUE COSTUMES E PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO. .................................................. 14 
19. ACERCA DA INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL, CONCEITUE ANALOGIA. ................................................................................................ 14 
20. ACERCA DA INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL, DIFERENCIE ANALOGIA DE INTEPRETAÇÃO ANALÓGICA. ESTA ÚLTIMA É PERMITIDA NO DIREITO 
PROCESSUAL PENAL? ...................................................................................................................................................................... 15 
21. O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL PODE SER APLICADO NO PROCESSO PENAL? ............................................................................. 15 
22. CITE UM EXEMPLO DE PREVISÃO EXPRESSA DA APLICAÇÃO DO CPC AO CPP. ..................................................................................... 15 
23. A CONTAGEM DOS PRAZOS EM DIAS ÚTEIS COMO PREVISTA NO NCPC É APLICADA AO CPP? .............................................................. 15 
24. O NCPC NÃO TROUXE PREVISÃO DO PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. ELE CONTINUA SENDO APLICADO AO CPP? .................... 16 
25. E EM RELAÇÃO AOS EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE, QUE TAMBÉM FOI EXTINTO COM O NCPC? ........................................ 16 
PONTO 3 - INVESTIGAÇÃO CRIMINAL. SISTEMAS DE INVESTIGAÇÃO, PODERES, DEVERES, METODOLOGIAS E ATOS 
INVESTIGATÓRIOS. A POLÍCIA JUDICIÁRIA. O INQUÉRITO POLICIAL. .............................................................................. 16 
26. QUAIS OS TIPOS DE SISTEMA DE INVESTIGAÇÃO EXISTENTES E QUAL FOI O ADOTADO PELO BRASIL? ..................................................... 16 
27. O QUE É INVESTIGAÇÃO CRIMINAL?.......................................................................................................................................... 17 
28. O MP É DOTADO DE PODERES INVESTIGATÓRIOS CRIMINAIS NO ÂMBITO CONSTITUCIONAL? .............................................................. 17 
29. QUAL O CONCEITO E AS CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL? .............................................................................................. 17 
30. O QUE É INDICIAMENTO? ....................................................................................................................................................... 18 
31. O ARQUIVAMENTO DO IP PRODUZ COISA JULGADA MATERIAL? ..................................................................................................... 18 
PONTO 4 - AÇÃO PENAL. AC ̧ÃO CIVIL EX DELICTO.JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA. SUJEITOS PROCESSUAIS. ..................... 18 
32. QUAL O CONCEITO DE AÇÃO PENAL? ........................................................................................................................................ 18 
33. QUAL A CLASSIFICAÇÃO SUBJETIVA DA AÇÃO PENAL? ................................................................................................................... 19 
34. QUAIS OS PRINCÍPIOS REGEM A AÇÃO PENAL PÚBLICA? ................................................................................................................ 19 
35. QUAIS OS PRINCÍPIOS REGEM A AÇÃO PENAL PRIVADA? ............................................................................................................... 19 
36. EXISTE AÇÃO PENAL POPULAR? ................................................................................................................................................ 19 
37. QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL?.............................................................................................................................. 20 
38. O QUE É A DENÚNCIA E A QUEIXA, QUAL O SEU PRAZO E QUAIS OS SEUS REQUISITOS? ....................................................................... 20 
39. O QUE É A REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO? .............................................................................................................................. 21 
40. O QUE É AÇÃO CIVIL EX DELICTO?............................................................................................................................................. 21 
41. QUAIS SÃO OS SISTEMAS DE APURAÇÃO DE CULPA? .................................................................................................................... 22 
42. QUAL O CONCEITO DE COMPETÊNCIA E SUAS ESPÉCIES? ............................................................................................................... 22 
43. QUAIS SÃO AS REGRAS DE COMPETÊNCIA TERRITORIAL? ............................................................................................................... 23 
44. O QUE É PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA, CONEXÃO E CONTINÊNCIA? ......................................................................................... 24 
45. O QUE É FORO PREVALENTE E QUAIS SUAS REGRAS? .................................................................................................................... 24 
46. O QUE É PERPETUATIO JURISDITIONIS? ..................................................................................................................................... 24 
47. O QUE É AVOCAÇÃO? ............................................................................................................................................................ 24 
48. QUEM SÃO OS SUJEITOS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIOS DO PROCESSO PENAL? .................................................................................... 24 
49. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE CAUSAS DE IMPEDIMENTO E CAUSAS DE SUSPEIÇÃO? .......................................................................... 25 
PONTO 5 - MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS. PRISÃO. LIBERDADE PROVISÓRIA. AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA. MEDIDAS 
CAUTELARES REAIS. QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES. PRISÃO ESPECIAL. ............................................................... 25 
 
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50. QUAIS SÃO AS ESPÉCIES DE MEDIDAS CAUTELARES? .................................................................................................................... 25 
51. O QUE É A AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA? ........................................................................................................................................ 25 
52. O QUE É A PRISÃO E QUAIS SUAS MODALIDADES? ........................................................................................................................ 25 
53. QUAIS SÃO AS ESPÉCIES DE FLAGRANTE? ................................................................................................................................... 26 
54. QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA A DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA?...................................................................................... 26 
55. QUAIS SÃO OS PRESSUPOSTOS DA PRISÃO TEMPORÁRIA? ............................................................................................................. 27 
56. QUAL O CONCEITO DE LIBERDADE PROVISÓRIA E QUAIS AS SUAS MODALIDADES? ............................................................................. 27 
57. QUANDO É CABÍVEL A PRISÃO ESPECIAL? ................................................................................................................................... 28 
58. QUAIS SÃO AS MEDIDAS CAUTELARES REAIS? ............................................................................................................................. 28 
59. O QUE É QUESTÃO PREJUDICIAL? ............................................................................................................................................. 28 
60. O QUE SÃO OS PROCEDIMENTOS INCIDENTAIS? .......................................................................................................................... 29 
PONTO 6 - COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS. AS PROVAS NO DIREITO PROCESSUAL PENAL. PRAZOS 
PROCESSUAIS. DEFEITOS PROCESSUAIS. NULIDADES. .................................................................................................... 29 
61. QUAL O CONCEITO DE INTIMAÇÃO E DE CITAÇÃO E SUAS ESPÉCIES? ............................................................................................... 29 
62. QUAL O CONCEITO, A NATUREZA JURÍDICA E O OBJETO DA PROVA? ................................................................................................ 29 
63. QUAIS AS CLASSIFICAÇÕES DA PROVA? ...................................................................................................................................... 30 
64. QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS RELACIONADOS A ATIVIDADE PROBATÓRIA? ........................................................................................... 30 
65. QUAIS SÃO OS SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DE PROVAS? .................................................................................................................. 30 
66. O QUE É ÔNUS DA PROVA? ..................................................................................................................................................... 31 
67. O QUE É PROVA EMPRESTADA? ............................................................................................................................................... 31 
68. EM QUAIS HIPÓTESES AS PROVAS ILÍCITAS SÃO VÁLIDAS? ............................................................................................................. 31 
69. O QUE É SERENDIPIDADE? ...................................................................................................................................................... 32 
70. QUAL O CONCEITO DE PROVA PERICIAL? ................................................................................................................................... 32 
71. O QUE É O INTERROGATÓRIO E QUAL SUA NATUREZA? ................................................................................................................ 32 
72. QUAIS AS HIPÓTESES PARA QUE O INTERROGATÓRIO POSSA SER REALIZADO POR VIDEOCONFERÊNCIA? ................................................ 33 
73. O QUE É O DEPOIMENTO SEM DANO? ....................................................................................................................................... 33 
74. EM QUE CONSISTE O SISTEMA DO DIRECT EXAMINATION E DO CROSS EXAMINATION? ....................................................................... 33 
75. EM QUE CONSISTE A BUSCA E APREENSÃO? ...............................................................................................................................33 
76. O QUE SÃO NULIDADES? ........................................................................................................................................................ 33 
77. QUAL A DIFERENÇA ENTRE ATOS IRREGULARES, ATOS NULOS E ATOS INEXISTENTES? ......................................................................... 34 
78. QUAIS AS ESPÉCIES DE NULIDADE? ........................................................................................................................................... 34 
79. QUAIS OS PRINCÍPIOS REGENTES DAS NULIDADES? ...................................................................................................................... 34 
PONTO 7 - ATOS JURISDICIONAIS. DESPACHOS. DECISÕES. SENTENÇAS. ACÓRDÃOS. DECISÕES MONOCRÁTICAS. 
TRÂNSITO EM JULGADO. COISA JULGADA. ................................................................................................................... 35 
80. O QUE SÃO ATOS JURISDICIONAIS? ................................................................................................................................... 35 
81. COMO O CPP CLASSIFICA OS PROVIMENTOS JUDICIAIS? ................................................................................................................ 35 
82. O QUE SÃO DESPACHOS DE MERO EXPEDIENTE? ......................................................................................................................... 35 
83. O QUE SÃO DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS? COMO O CPP AS CLASSIFICA? ......................................................................................... 35 
 
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84. O QUE SÃO DECISÕES DEFINITIVAS? COMO SE SUBDIVIDEM? ........................................................................................................ 36 
85. O QUE SÃO SENTENÇAS, ACÓRDÃOS E ARESTOS? ......................................................................................................................... 36 
86. O QUE SÃO DECISÕES MONOCRÁTICAS? .................................................................................................................................... 36 
87. O QUE É EMENDATIO LIBELLI? .................................................................................................................................................. 36 
88. O QUE É MUTATIO LIBELLI? ..................................................................................................................................................... 36 
89. DIFERENCIE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS. .......................................................................................................................... 37 
90. O QUE SÃO TRÂNSITO EM JULGADO E COISA JULGADA? DIFERENCIE COISA JULGADA FORMAL E COISA JULGADA MATERIAL. ............... 37 
PONTO 8 - RECURSOS EM GERAL. REMÉDIOS AUTÔNOMOS. HABEAS CORPUS. REVISÃO CRIMINAL. MANDADO DE 
SEGURANÇA CRIMINAL. RECLAMAC ̧ÃO. CORREIÇÃO PARCIAL. ...................................................................................... 37 
91. DEFINA RECURSO. ................................................................................................................................................................. 37 
92. QUAL A NATUREZA JURÍDICA DOS RECUSOS? .............................................................................................................................. 38 
93. DO QUE SE TRATA O REEXAME NECESSÁRIO? .............................................................................................................................. 38 
94. O QUE É JUÍZO DE PRELIBAÇÃO? ............................................................................................................................................... 38 
95. QUAIS OS EFEITOS DOS RECURSOS E NO QUE CONSISTEM? ............................................................................................................ 38 
96. O QUE É RECURSO EM SENTIDO ESTRITO? .................................................................................................................................. 39 
97. NO QUE CONSISTE A APELAÇÃO? .............................................................................................................................................. 39 
98. O QUE SÃO EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE? ............................................................................................................... 39 
99. O QUE SÃO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO? ................................................................................................................................. 39 
100. O QUE É AGRAVO DE EXECUÇÃO? ........................................................................................................................................... 39 
101. DEFINA CARTA TESTEMUNHÁVEL. ........................................................................................................................................... 39 
102. O QUE SÃO REMÉDIOS AUTÔNOMOS? DIFERENCIE-OS DOS RECURSOS. ......................................................................................... 39 
103. NO QUE CONSISTE O HABEAS CORPUS? ................................................................................................................................... 40 
104. O QUE É REVISÃO CRIMINAL? ................................................................................................................................................ 40 
105. DIFERENCIE JUÍZO RESCINDENTE E JUÍZO RESCISÓRIO. ................................................................................................................ 40 
106. NO QUE CONSISTE O MANDADO DE SEGURANÇA? ..................................................................................................................... 40 
107. O QUE É RECLAMAÇÃO? ....................................................................................................................................................... 40 
108. O QUE É CORREIÇÃ PARCIAL? ................................................................................................................................................. 40 
109. QUAL A NATUREZA JURÍDICA DA CORREIÇÃO PARCIAL? ............................................................................................................... 41 
PONTO 9 - PROCESSOS E PROCEDIMENTOS EM ESPÉCIE, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS 
PENAIS DA CONSTITUIC ̧ÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO. ........................... 41 
110. DIFERENCIE PROCESSO E PROCEDIMENTO. ............................................................................................................................... 41 
111. INDIQUE A CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PENAIS E O CRITÉRIO DE APLICAÇÃO. .................................................................... 41 
112. COMO O PROCEDIMENTO COMUM SE SUBDIVIDE? QUAL O CRITÉRIO DE DEFINIÇÃO? ...................................................................... 42 
113. COMO AS SEGUINTES SITUAÇÕES INFLUENCIAM NA DEFINIÇÃO DO PROCEDIMENTO APLICÁVEL: CONCURSO DE CRIMES, QUALIFICADORAS, 
PRIVILÉGIOS, CAUSAS DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO, AGRAVANTES E ATENUANTES? ............................................................................... 42 
114. HAVENDO PERSECUÇÃO PENAL DE CRIMES CONEXOS E/OU CONTINENTES SUJEITOS A PROCEDIMENTOS DISTINTOS, QUAL APLICAR? ........ 42 
115. QUAL O MOMENTO DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DA PEÇA ACUSATÓRIA? ................................................................................... 42 
116. DISCORRA ACERCA DA REJEIÇÃO DA PEÇA ACUSATÓRIA. ............................................................................................................. 42 
 
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117. É NECESSÁRIO FUNDAMENTAR O RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA? .......................................................................................43 
118. QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DO RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA? .......................................................................................... 43 
119. QUAL A DIFERENÇA ENTRE DEFESA PRELIMINAR E RESPOSTA À ACUSAÇÃO? ................................................................................... 43 
120. QUANDO SE DÁ A REVELIA NO PROCESSO PENAL? QUAIS AS SUAS CONSEQUÊNCIAS? ...................................................................... 43 
121. DISCORRA ACERCA DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA NO PROCEDIMENTO COMUM. ................................................................................. 44 
122. QUAL A DEFINIÇÃO DE ALEGAÇÕES ORAIS? .............................................................................................................................. 44 
123. O QUE É TRIBUNAL DO JÚRI? ................................................................................................................................................. 44 
124. NO QUE CONSISTE A PLENITUDE DE DEFESA? ............................................................................................................................ 44 
125. NO QUE CONSISTE A IMPRONÚNCIA? ...................................................................................................................................... 44 
126. O QUE É PROVA NOVA? ........................................................................................................................................................ 44 
127. O QUE É DESPRONÚNCIA? ..................................................................................................................................................... 45 
128. O QUE É DESCLASSIFICAÇÃO? ................................................................................................................................................ 45 
129. O QUE É DESQUALIFICAÇÃO? ................................................................................................................................................. 45 
130. O QUE É ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA NO ÂMBITO DO TRIBUNAL DO JÚRI? ............................................................................................ 45 
131. O QUE É PRONÚNCIA? .......................................................................................................................................................... 45 
132. O QUE É ELOQUÊNCIA ACUSATÓRIA? ...................................................................................................................................... 45 
133. O QUE É DESAFORAMENTO?.................................................................................................................................................. 45 
134. O QUE É REAFORAMENTO? ................................................................................................................................................... 46 
135. QUANDO SE DÁ O ESTOURO DE URNA? .................................................................................................................................... 46 
136. O QUE SÃO QUESITOS? ......................................................................................................................................................... 46 
 
 
 
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PONTO 1 - PROCESSO PENAL EM GERAL. FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL 
PENAL. SISTEMAS PROCESSUAIS. 
1. O QUE É PRETENSÃO PUNITIVA? 
O conceito de pretensão punitiva deve ser compreendido como um poder-dever do Estado, isto é, de 
sujeitar o autor do delito ao cumprimento daquela pena, seja ela pena privativa de liberdade, restritiva de direitos 
ou multa. 
 Assim, a pretensão punitiva consiste no poder do Estado de exigir de quem comete um delito a 
submissão à sanção penal, tornando efetivo o jus puniendi estatal. 
2. QUAIS OS SISTEMAS PROCESSUAIS EXISTENTES? 
A doutrina aponta dois modelos: o inquisitorial e o acusatório. Há, ainda, alguns doutrinadores que incluem 
o sistema misto ou francês. 
2.1. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO MODELO INQUISITORIAL? 
De acordo com esse modelo, as funções de acusar, defender e julgar encontram-se concentrados em única 
pessoa, que as vestes de um juiz acusador, chamado de juiz inquisidor. 
No mais, trata-se de um modelo em que: 
 Não há contraditório, ante a ausência de partes em posições antagônicas; 
 O juiz inquisidor é dotado de ampla iniciativa probatória, tendo liberdade para determinar de ofício 
a colheita de provas, seja no curso das investigações, seja no processo penal, independentemente 
de sua proposição pela acusação ou pelo acusado; 
 Trabalha-se com a ideia da verdade real e, não por outro motivo, admite-se a tortura, a utilização 
de provas ilícitas. O acusado não é sujeito de direitos, sendo tratado como mero objeto do 
processo, daí por que se admite, inclusive, a tortura como meio de se obter a verdade absoluta. 
 
2.2. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO MODELO ACUSATÓRIO? 
Caracteriza-se pela presença de partes distintas, contrapondo-se acusação e defesa em igualdade de 
condições, e a ambas se sobrepondo um juiz, de maneira equidistante e imparcial. Aqui, há uma separação das 
funções de acusar, defender e julgar. 
2.2.1. COMO SE DÁ A GESTÃO DA PROVA NO MODELO ACUSATÓRIO? 
A doutrina diverge nesse ponto. 
 
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Alguns doutrinadores, dentre eles, Geraldo Prado, afirmam que num sistema acusatório puro o juiz não 
pode produzir nenhuma prova de ofício, seja na fase investigatória, seja na fase processual. Outra vertente 
doutrinária, que acaba sendo a majoritária e acompanhada pela jurisprudência brasileira entende que o juiz pode 
produzir prova de ofício apenas fase processual. 
Nesses termos, prevalece que a gestão da prova recai precipuamente sobre as partes. Na fase 
investigatória, o juiz só deve intervir quando provocado e desde que haja necessidade de intervenção judicial. 
Durante a instrução processual, prevalece o entendimento de que o juiz tem certa iniciativa probatória, podendo 
determinar a produção de provas de ofício, desde que o faça de maneira subsidiária. 
2.3. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO MODELO MISTO OU FRANCÊS? 
Nesse modelo, o processo se desdobra em duas fases distintas: a primeira fase é tipicamente inquisitorial, 
com instrução escrita e secreta, sem acusação e, por isso, sem contraditório. Nesta, objetiva-se apurar a 
materialidade e a autoria do fato delituoso. Na segunda fase, de caráter acusatório, o órgão acusador apresenta a 
acusação, o réu se defende e o juiz julga, vigorando, em regra, a publicidade e a oralidade. 
 
3. QUAL O SISTEMA PROCESSUAL ADOTADO NO ORDENAMENTO BRASILEIRO? 
Nos termos do art. 129, inciso I, da Constituição Federal, tem-se que adotamos o sistema acusatório. 
 Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
Isto porque, a partir do exato momento em que Constituição Federal outorga ao Ministério Público a 
titularidade da ação penal pública, está dizendo que a função de acusar deve ser exercida nos casos de ação penal 
pública pelo MP. Então, claramente o juiz não pode exercer essa função. É também a posição majoritária da 
doutrina. 
Entretanto, quando o CPP entrou em vigor, prevalecia o entendimento de que o sistema nele previsto era 
misto. A fase inicial da persecução penal, caracterizada pelo inquérito policial, era inquisitorial. Porém, uma vez 
iniciado o processo, tínhamos uma fase acusatória. Todavia, com o advento da Constituição Federal, que prevê de 
maneira expressa a separação das funções de acusar, defender e julgar, estando assegurado o contraditório e a 
ampla defesa, além do princípio da presunção de não culpabilidade, certo que estamos diante de um sistema 
acusatório. 
 
4. QUAIS AS FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL? 
Estudar as fontes do Direitosignifica estudar a sua própria origem. No âmbito do Direito Processual Penal 
é possível apontar as fontes de produção ou materiais e as fontes de cognição ou formais. 
 
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4.1. EXPLIQUE AS FONTES DE PRODUÇÃO OU MATERIAIS. 
As fontes de produção ou materiais referem-se ao ente federativo responsável pela elaboração da norma. 
Nesses termos, o Direito Processual Penal é matéria que deve ser legislada privativamente pela União, na forma 
do art. 22, I da CRFB/88. De outro lado, a competência para legislar sobre direito penitenciário (organização e 
funcionamento dos estabelecimentos prisionais), custas e serviços forenses (preços de fotocópias e custas na ação 
penal privada), criação e funcionamento dos juizados especiais criminais e procedimentos é concorrente da União, 
dos Estados e do DF (art. 24, I, IV, X e XI da CRFB/88). Os Estados só excepcionalmente poderão criar leis que tratem 
de questões específicas de processo penal, desde haja autorização da União por meio de Lei Complementar, na 
forma do art. 22 p.ú. da CRFB/88. Por fim, ao Presidente é possível por meio de Decreto legislar sobre indulto (art. 
84, XII da CRFB/88), sendo vedada a edição de medidas provisórias sobre o Direito Processual Penal, na forma do 
art. 62 § 1º, I, ‘b’ da CRFB/88. 
4.2. EXPLIQUE AS FONTES DE COGNIÇÃO OU FORMAIS. 
As fontes de cognição ou formais referem-se ao meio pelo qual as normas jurídicas se revelam no 
ordenamento jurídico, sendo divididas em fontes primárias/imediatas e secundárias/mediatas. 
As fontes primárias são aquelas aplicadas imediatamente, quais sejam: a lei (art. 22, I da CRFB/88) e os 
tratados e convenções e regras do Direito Internacional (art. 1º, I do CPP e art. 5º p. 3º da CRFB/88). 
As fontes secundárias são aquelas aplicadas na ausência das fontes primárias, nos termos do art. 4º da 
LINDB, quais sejam: costumes, princípios gerais do direito e analogia. 
5. QUAIS OS PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS PREVISTOS NA CF/88? 
Vários são os princípios processuais penais previstos na Constituição Federal, dentre eles, pode-se citar 
como principais: 
 Presunção de inocência; 
 Nemo tenetur se detegere (ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo); 
 Contraditório; 
 Ampla Defesa; 
 Juiz natural; 
 Publicidade. 
6. QUAL O CONCEITO E PRINCIPAIS DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO 
DE INOCÊNCIA? 
Com previsão na CF/88 (art. 5º, LVII) e na Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 8º, §2º), consiste 
no direito de não ser declarado culpado senão após trânsito em julgado de sentença penal condenatória (ou, na 
visão do STF – HC 126.292 e ADC’s 43 e 44 e ARE 964.246 RG/SP - , após a prolação do acórdão condenatório por 
 
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Tribunal de Segunda Instância), ao término do devido processo legal, em que o acusado tenha se utilizado de 
todos os meios de prova pertinentes para sua defesa (ampla defesa) e para a destruição da credibilidade das provas 
apresentadas pela acusação (contraditório). 
Tal princípio atua em duas dimensões: 
a) Dimensão interna ao processo: 
1) Regra Probatória (In dubio pro reo) 
Recai sobre a acusação o ônus de comprovar a culpabilidade do acusado, além de qualquer dúvida 
razoável, e não deste de provar sua inocência. 
2) Regra de tratamento 
A regra é que o acusado permaneça em liberdade durante o processo; a imposição de medidas cautelares 
pessoais (v.g., prisão preventiva ou cautelares diversas da prisão) é a exceção. 
b) Dimensão externa ao processo: 
A divulgação de uma informação pela imprensa deve ter o cuidado para respeitar o tal princípio. 
Assim, o princípio da presunção da inocência e as garantias constitucionais da imagem, dignidade e 
privacidade demandam uma proteção contra a publicidade abusiva e a estigmatização do acusado, funcionando 
como limite democrático à abusiva exploração midiática em torno do fato criminoso e do próprio processo 
judicial. (Pode-se citar a Operação Lava Jato) 
6.1. QUAL O LIMITE TEMPORAL DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA? 
Tema bastante em voga. 
O STF entendeu que a partir do momento em que um acórdão for proferido por um tribunal de segunda 
instância a pena já pode ser executada. Essa pena executada não é uma prisão cautelar ou preventiva ou 
processual, mas sim uma prisão penal (HC 126.292). 
Fundamentos do Relator: 
1) Deve ser buscado o necessário equilíbrio entre o princípio da presunção da inocência e a efetividade da função 
jurisdicional penal, que deve atender a valores caros não apenas aos acusados, mas também à sociedade. 
2) É no âmbito das instâncias ordinárias que se exaure a possibilidade de exame de fatos e provas e, sob esse 
aspecto, a própria fixação da responsabilidade criminal do acusado. É dizer, os recursos de natureza 
extraordinária não configuram desdobramentos do duplo grau de jurisdição, porquanto não são recurso de 
ampla devolutividade, já que não se prestam ao debate da matéria fática probatória. 
3) Se houve, em segundo grau, um juízo de incriminação do acusado, fundado em fatos e provas insuscetíveis de 
reexame pela instância extraordinária, parece inteiramente justificável a relativização e até mesmo a própria 
inversão, para o caso concreto, do princípio da presunção de inocência até então observado. 
 
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4) A Lei da Ficha Limpa (LC 135/10) expressamente consagra como causa de inelegibilidade a existência de 
sentença condenatória por crimes nela relacionados quando proferidas por órgão colegiado. 
5) Em nenhum país do mundo, depois de observado o duplo grau de jurisdição, a execução de uma condenação 
fica suspensa, aguardando referendo da Corte Suprema. 
6) A jurisprudência que assegurava a presunção de inocência até o trânsito em julgado da sentença condenatória 
vinha permitindo a indevida e excessiva interposição de recursos da mais variada espécie, com indisfarçados 
propósitos protelatórios, visando, não raro, à configuração da prescrição da pretensão punitiva ou executória, 
já que o último marco interruptivo do prazo prescricional antes do início do cumprimento da pena é a 
publicação da sentença ou do acórdão recorríveis (art. 117, IV, CP). 
7. QUAL O CONCEITO E PRINCIPAIS DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DO ‘NEMO 
TENETUR SE DETEGERE’? 
Está previsto na CF/88, em seu art. 5º, inciso LVIII, e traduz a ideia de que ninguém é obrigado a produzir 
prova contra a si mesmo. 
Tem como principais desdobramentos: 
 Direito a não autoincriminação; 
 Advertência quanto ao direito de não produzir prova contra si mesmo (Aviso de Miranda); 
Aprofundamento! O Miranda rights ou Miranda warnings têm origem no famoso julgamento Miranda 
versus Arizona (1966), em que a Suprema Corte americana firmou o entendimento de que nenhuma 
validade pode ser conferida às declarações feitas pela pessoa à polícia, a não ser que antes ela tenha 
sido claramente informada de: 1) que tem o direito de não responder; 2) que tudo o que disser pode 
vir a ser utilizado contra ele; 3) que tem o direito à assistência de defensor escolhido ou nomeado. 
 Direito ao silêncio ou de permanecer calado; 
 Direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa incriminá-lo; 
 Direito de não permitir a prática de prova invasiva. 
8. QUAL O CONCEITO E PRINCIPAIS ELEMENTOS DO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO? 
O princípio do contraditório está previsto na CF/88, art. 5º, inciso LV. 
De acordo com corrente clássica, o contraditório é a ciência dos atos processuais e a possibilidade contrariá-
los (Direito à ciência + Possibilidade de Reação). 
Tem como principais elementos: 
 Direito de informação; e 
 Direito de Participação. 
A doutrina moderna traz a ideia de contraditório efetivo e equilibrado, enfatizando que o direito à reação 
deve ser concreto e efetivo, isto é, substancial (paridade de armas). Assim,atualmente, com base no princípio da 
 
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isonomia, prevalece a ideia de que a isonomia não é apenas formal, mas também substancial; o contraditório deve 
ser efetivo. Por isso que ele deve ser exigido por parte do magistrado caso não seja respeitado. 
9. QUAL O CONCEITO E PRINCIPAIS DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA AMPLA 
DEFESA? 
Em verdade, o princípio da ampla defesa é decorrência do princípio do contraditório. 
Previsto no art. 5º, inciso LV, da CF/88, de acordo com a ampla defesa às partes deve ser dado o direito 
tanto à autodefesa (material ou genérica) quanto à defesa técnica (processual ou específica). 
Defesa técnica é aquela exercida por um profissional da advocacia, dotado de capacidade postulatória, 
seja ele advogado constituído, nomeado, ou defensor público. 
Súmula 523 do STF: “No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas 
a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu”. 
Autodefesa é aquela exercida pelo próprio acusado, em momentos cruciais do processo. 
Diferencia-se da defesa técnica porque, embora não possa ser desprezada pelo juiz, é renunciável e 
disponível, já que não há como se compelir o acusado a exercer seu direito ao interrogatório nem tampouco a 
acompanhar os atos da instrução processual. 
A autodefesa se manifesta no processo penal se desdobra em três: 
a) direito de audiência (direito que o acusado tem de apresentar ao juiz da causa a sua defesa, 
pessoalmente, que se materializa com o interrogatório); 
b) direito de presença (direito que o acusado possui de acompanhar os atos da instrução probatória); 
c) capacidade postulatória autônoma (em determinados atos, o acusado pode agir independentemente do 
seu advogado, tais como: acusado pode interpor recursos (CPP, art. 577, caput), impetrar habeas corpus (CPP, art. 
654, caput), ajuizar revisão criminal (CPP, art. 623), assim como provocar incidentes relativos à execução da pena 
(LEP, art. 195, caput)). 
9.1. É PRECISO OBSERVAR A DEFESA TÉCNICA NO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR? 
De acordo com o STF, não. É o teor da súmula vinculante nº 5: “A falta de defesa técnica por advogado no 
processo administrativo disciplinar não ofende a constituição”. 
9.2. E NA FASE DE EXECUÇÃO PENAL? 
Para o STJ, faz-se necessária a defesa técnica, nos moldes da súmula 533: “Para o reconhecimento da 
prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento 
 
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administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por 
advogado constituído ou defensor público nomeado”. 
10. NO QUE CONSISTE O PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL E QUAIS OS SEUS PRINCIPAIS 
DESDOBRAMENTOS? 
Consiste no direito que cada cidadão possui de conhecer antecipadamente a autoridade jurisdicional que 
irá processar e julgá-lo caso venha a praticar um fato delituoso. É uma ideia ligada à imparcialidade. 
Pode ser extraído, segundo a doutrina, do art. 5º, incisos XXXVII (não haverá juízo ou tribunal de exceção) 
e LIII (ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente), da CF. 
Assim, como principais desdobramentos do princípio do juiz natural, tem-se que: 
 Só podem exercer jurisdição os órgãos instituídos pela Constituição; 
 Ninguém pode ser julgado por órgão instituído após o fato; 
 Entre os Juízos pré-constituídos vigora uma ordem taxativa de competências que exclui qualquer 
alternativa deferida à discricionariedade de quem quer que seja: A distribuição da competência 
deve ser dada com base em critérios objetivos. 
11. DISCORRA SOBRE O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE NO PROCESSO PENAL. 
É um princípio relacionado ao caráter democrático. A ideia-base é que ela vai proporcionar o controle da 
sociedade (controle externo) sobre a atividade jurisdicional. Tem previsão constitucional no art. 93, inciso IX. 
Segundo Luigi Ferrajoli, cuida-se de garantia de segundo grau, ou garantia de garantia. Isso porque, 
segundo o autor, para que seja possível o controle da observância das garantias primárias da contestação da 
acusação, da motivação das decisões judiciais, do ônus da prova e do contraditório com a defesa, é indispensável 
que o processo se desenvolva em público. 
A publicidade pode ser ampla, geral ou irrestrita (regra) ou restrita, de forma excepcional (como nos casos 
de segredo de justiça). 
A publicidade pode sofrer limitação de seu controle externo (do controle interno nunca), para: a) 
preservação da intimidade; b) preservação do interesse social do sigilo, desde que não prejudique o interesse 
público à informação. 
12. ONDE ESTÁ PREVISTO O PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO À PROVA ILÍCITA E NO QUE 
CONSISTE TAL PRINCÍPIO? 
 Trata-se de uma limitação de natureza constitucional (art. 5º, inciso LVI) ao sistema do livre consentimento 
estabelecido no art. 155 do CPP, segundo o qual o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova 
produzida em contraditório judicial. 
12.1. O QUE É UMA PROVA ILÍCITA? 
 
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Nos termos do art. 157 do CPP, provas ilícitas podem ser definidas como aquelas obtidas mediante violação 
a normas constitucionais ou legais. 
A doutrina diferencia prova ilícita da prova ilegítima. A primeira diz respeito àquelas realizadas com afronta 
ao texto constitucional, enquanto a prova ilegítima é aquela que viola as normas legais. Contudo, o art. 157 do CPP 
não trouxe tal distinção. 
 
PONTO 2 - NORMA PROCESSUAL PENAL. INTERPRETAÇÃO, INTEGRAÇÃO, APLICAÇÃO E 
EFICÁCIA TEMPORAL, ESPACIAL E SUBJETIVA DA LEI PROCESSUAL PENAL. 
13. PARA A DOUTRINA MAJORITÁRIA QUAL PRINCÍPIO GUIA A APLICAÇÃO DA LEI 
PROCESSUAL PENAL NO TEMPO? 
Ensina a doutrina tradicional que o processo penal é guiado pelo princípio da imediatidade (art. 2º do CPP), 
de modo que as normas processuais penais teriam aplicação imediata, independentemente de serem benéficas 
ou prejudiciais ao réu, tão logo passasse a vacatio legis sem prejudicar, contudo, os atos já praticados, eis que não 
retroagiriam jamais. 
14. DISTINGA LEIS PENAIS PURAS DE LEIS PROCESSUAIS PENAIS PURAS. 
A lei penal pura é aquela que disciplina o poder punitivo estatal, dispondo sobre o conteúdo material do 
processo, isto é, o Direito Penal. Diz respeito à tipificação de delitos, pena máxima e mínima, regime de 
cumprimento, etc. Para elas, valem as regras do Direito Penal: retroatividade da lei penal mais benigna e 
irretroatividade da lei mais gravosa. 
A lei processual penal pura regula o inicio, desenvolvimento ou fim do processo e os diferentes institutos 
processuais. Ex. perícias, rol de testemunhas, forma de realizar atos processuais, ritos, etc. Nestas, valem o 
principio da imediatidade, onde a lei será aplicada a partir dali, sem efeito retroativo e sem que se questione se 
mais gravosa ou não ao réu. 
15. CONCEITUE LEIS PROCESSUAIS PENAIS MISTAS/ LEIS PENAIS PROCESSUAIS. 
As leis mistas (leis penais processuais) são aquelas que possuem caracteres penais e processuais. Para estas 
aplica-se a regra de direito penal, ou seja, a lei mais benigna é retroativa e a mais gravosa não. Ex. normas que 
regulam a representação, a ação penal, a queixa-crime, perdão, renúncia, perempção. Assim, se alguém comete 
um delito hoje, em que a ação penal é pública incondicionada e, posteriormente passa a ser condicionada à 
representação, o juiz deverá abrir prazo para a vítima, em querendo, represente, sob pena de extinção da 
punibilidade. 
Foi o que aconteceu com a Lei 9099/95 e a representação nos delitos de lesões leves e culposas. Os 
processos que não tinham transitado em julgado baixaram para a vítima representar, sob pena de extinção da 
punibilidade. De outro lado, se quando o crime é cometido exista lei dizendo que a ação penal é privada e,Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
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posteriormente, seja publicada outra lei dizendo que a ação penal é publica incondicionada, a ação continuará 
sendo privada porque isso é melhor para o réu (ultra-atividade da lei mais benigna). 
16. QUAL PRINCÍPIO REGE A APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO? 
Ao contrário do que ocorre no Direito Penal em que se travam discussões acaloradas sobre a 
extraterritorialidade da lei penal, no processo penal vige o princípio da territorialidade. As normas processuais 
penais brasileiras só se aplicam no território nacional, não tendo qualquer possibilidade de eficácia extraterritorial. 
Relaciona-se ao fato de a jurisdição constituir um exercício de poder, de modo que o poder jurisdicional brasileiro 
somente pode ser exercido no território nacional. 
17. NO QUE CONSISTEM AS NORMAS PROCESSUAIS HETEROTÓPICAS? 
Há determinadas regras que, não obstante previstas em diplomas processuais penais, possuem conteúdo 
material, devendo, pois, retroagir para beneficiar o acusado. Outras, no entanto, inseridas em leis materiais, são 
dotadas de conteúdo processual, a elas sendo aplicável o critério da aplicação imediata (tempus regit actum). É aí 
que surge o fenômeno denominado de heterotopia, ou seja, situação em que, apesar de o conteúdo da norma 
conferir-lhe uma determinada natureza, encontra-se ela prevista em diploma de natureza distinta. 
Tais normas não se confundem com as normas processuais materiais. Enquanto a heterotópica possui uma 
determinada natureza (material ou processual), em que pese estar incorporada a diploma de caráter distinto, a 
norma processual mista ou híbrida apresenta dupla natureza, vale dizer, material em uma determinada parte e 
processual em outra. 
18. ACERCA DA INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL, CONCEITUE COSTUMES E PRINCÍPIOS 
GERAIS DO DIREITO. 
Costumes são regras de conduta praticadas de modo geral, constante e uniforme (elemento interno) com 
consciência de sua obrigatoriedade (elemento externo). Ressalte-se que não tem o condão de revogar dispositivos 
legais. 
Os princípios gerais do direito são premissas éticas extraídas da legislação e do ordenamento jurídico em 
geral, sendo sua aplicação permitida expressamente pelo art. 3º do CPP. 
19. ACERCA DA INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL, CONCEITUE ANALOGIA. 
A analogia é uma forma de autointegração da lei. Na lacuna involuntária desta, aplica-se ao fato não 
regulado expressamente um dispositivo que disciplina hipótese semelhante. A sua aplicação no Processo Penal 
também é permitida pelo art. 3º do CPP, devendo-se registrar que este dispositivo legal se refere à aplicação 
analógica como sinônimo de analogia e não de intepretação analógica. 
A analogia se subdivide em: a) analogia legis: apela-se a uma situação prevista em lei; b) analogia iuris: 
apela-se a uma situação prevista pelos princípios jurídicos extraídos do ordenamento. Menciona-se que a analogia 
pode ser feita ainda in bonam partem (em beneficio do agente) ou in malam partem (em prejuízo do agente). No 
 
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Direito Penal, somente é admitida a analogia in bonam partem, mas para a doutrina processual penal majoritária, 
ambas poderão ser realizadas no âmbito processual. 
20. ACERCA DA INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL, DIFERENCIE ANALOGIA DE 
INTEPRETAÇÃO ANALÓGICA. ESTA ÚLTIMA É PERMITIDA NO DIREITO PROCESSUAL 
PENAL? 
Na intepretação analógica a própria lei autoriza o seu complemento, já prevendo hipótese de 
preenchimento, geralmente por meio de uma intepretação genérica, que resume situações casuísticas 
precedentes. Diferentemente da analogia que é uma forma de autointegração do direito, a intepretação analógica 
é meio de intepretação da norma processual penal e a doutrina majoritária admite a sua utilização. 
 
21. O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL PODE SER APLICADO NO PROCESSO PENAL? 
Sim. Em que pese o art. 15 do NCPC não mencionar expressamente o CPP, entende-se que as normas que 
regem o processo civil podem ser aplicadas de forma subsidiária e supletiva ao processo penal. Isto porque, de 
acordo com a doutrina, o art. 15 do NCPC disse menos do que deveria. 
Não obstante, o art. 3º do CPP permite a utilização de aplicação analógica, pelo que é possível se utilizar 
das regras processuais civis analogicamente. 
 
Art. 3o do CPP - A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação 
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
 
Contudo, para a aplicação do NCPC ao CPP tem-se que partir de duas premissas: 
Premissa 01: verificar o silêncio por parte da legislação processual penal. 
Premissa 02: havendo disposição expressa sobre o tema no CPP não é permitida a utilização do NCPC. 
 
22. CITE UM EXEMPLO DE PREVISÃO EXPRESSA DA APLICAÇÃO DO CPC AO CPP. 
O art. 362 do CPP, que trata da citação por hora certa. 
 
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará 
a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 
229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil (arts. 252 a 254 
NCPC) (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-
lhe-á nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
23. A CONTAGEM DOS PRAZOS EM DIAS ÚTEIS COMO PREVISTA NO NCPC É APLICADA AO 
CPP? 
 
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Não, uma vez que o CPP traz previsão expressa acerca da contagem do prazo no processo penal, verbis: 
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se 
interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. 
§ 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, 
considerado findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia 
em que começou a correr. 
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o 
dia útil imediato. 
§ 4o Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo 
judicial oposto pela parte contrária. 
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão: 
a) da intimação; 
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte; 
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho. 
 
24. O NCPC NÃO TROUXE PREVISÃO DO PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. ELE 
CONTINUA SENDO APLICADO AO CPP? 
Sim, porquanto o art. 399, §2º do CPP prevê expressamente tal princípio. 
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, 
ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, 
do querelante e do assistente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
§ 1o O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o 
poder público providenciar sua apresentação. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
 
25. E EM RELAÇÃO AOS EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE, QUE TAMBÉM FOI 
EXTINTO COM O NCPC? 
Os embargos infringentes e de nulidade, da mesma forma que o princípio da identidade física do juiz, 
possuem previsão expressa no CPP e, sendo assim, devem ser aplicados normalmente no processo penal. 
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, 
câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de 
organização judiciária. (Redação dada pela Lei nº 1.720-B, de 3.11.1952) 
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao 
réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade,que poderão ser opostos dentro 
de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo 
for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. (Incluído pela Lei 
nº 1.720-B, de 3.11.1952) 
 
PONTO 3 - INVESTIGAÇÃO CRIMINAL. SISTEMAS DE INVESTIGAÇÃO, PODERES, DEVERES, 
METODOLOGIAS E ATOS INVESTIGATÓRIOS. A POLÍCIA JUDICIÁRIA. O INQUÉRITO POLICIAL. 
26. QUAIS OS TIPOS DE SISTEMA DE INVESTIGAÇÃO EXISTENTES E QUAL FOI O ADOTADO 
PELO BRASIL? 
 
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Os sistemas de investigação são o inquisitivo, o acusatório e o misto. No sistema inquisitivo há a 
concentração dos poderes de acusar e de julgar nas mãos de um único órgão do Estado. No sistema acusatório há 
nítida separação entre o acusador e o julgador, que é imparcial. No sistema misto há uma fase de instrução 
preliminar com elementos do sistema inquisitivo (procedimento secreto, escrito e sem contraditório) e a fase de 
julgamento com predominância do sistema acusatório (oralidade, publicidade, contraditório, livre apreciação das 
provas). Doutrina majoritária entende que o Brasil adotou o sistema acusatório com base nos princípios 
constitucionais e legais, apesar de haver inúmeros dispositivos do CPP de índole inquisitiva tendo em vista que o 
mesmo é de 1941. Nucci entende que o Brasil adotou o sistema misto. 
27. O QUE É INVESTIGAÇÃO CRIMINAL? 
Investigação criminal é a atividade de caráter persecutório desenvolvida por órgãos do Estado com o 
objetivo de apurar autoria e materialidade de infrações penais. É dividida em dois grupos, a investigação penal 
originária (vocacionada a apurar infrações penais como o inquérito policial, o termo circunstanciado e o 
procedimento investigatório criminal) e a investigação penal incidental (tem outra finalidade mas pode trazer 
subsídio para a ação penal, como a sindicância e o processo administrativo). A polícia judiciária é aquela voltada 
para a investigação criminal, com caráter repressivo, pois atua após a prática da infração penal, apurando autoria 
e materialidade. No âmbito estadual é a polícia civil e no âmbito federal a Polícia Federal. É o órgão responsável 
pela presidência do IP, com acompanhamento do MP no exercício do controle externo da atividade policial. Ela 
pode atuar de forma atípica no controle preventivo, como ocorre com a Polícia Federal nos aeroportos. 
28. O MP É DOTADO DE PODERES INVESTIGATÓRIOS CRIMINAIS NO ÂMBITO 
CONSTITUCIONAL? 
Há duas correntes. A primeira entende que não pois o art. 144 da CF atribui à polícia, com exclusividade a 
tarefa de realizar investigação penal. A segunda entende que este artigo trata de polícia judiciária, que é espécie, 
e não de investigação penal, que é gênero. Além disso, há a Teoria dos Poderes implícitos (quem atribui o fim dá 
os meios),sim, se a CF atribui ao MP o exercício da ação penal (fim), lhe conferiu implicitamente o poder de realizar 
investigações (meios). O STF (plenário) entende que o MP possui poderes investigatórios criminais, com limitações 
formais apenas (sem limitações materiais, como, por exemplo, apenas para investigar policiais, MP ou os casos em 
que a polícia não tomou providência): procedimento com regras análogas ao IP (hoje é o procedimento 
investigatório criminal – PIC – regulamentado pela Res 13/2006 CNMP), supervisão do PJ, respeito aos direitos 
fundamentais do investigado (SV 14 acesso às provas documentadas), respeito às prerrogativas dos advogados. 
29. QUAL O CONCEITO E AS CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL? 
O inquérito policial é um procedimento administrativo, instaurado e presidido pela autoridade policial, com 
a finalidade de apurar materialidade e autoria de infrações penais de médio e maior potencial ofensivo. Também 
tem objetivo de embasar prisões provisórias. O prazo geral para sua conclusão é de 30 dias se indiciado solto e 10 
 
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dias se indiciado preso. Na lei de drogas o prazo é de 90 e 30 dias respectivamente. Se houver prisão temporária 
tem que ser concluído no prazo da prisão. O delegado não pode instaurar IP contra Juiz e promotor, devendo 
remeter ao PGJ ou PGR no caso de promotor, ou ao Tribunal, no caso de juiz. A denúncia anônima apenas pode 
embasar a instauração de IP se acompanhada de outros indícios. 
As características do IP são: inquisitoriedade (não há contraditório, este é diferido), obrigatoriedade 
(presentes os requisitos legais a autoridade policial é obrigada a instaurar), indisponibilidade (vedado a autoridade 
policial arquivar IP), dispensabilidade (havendo prova da materialidade e indícios de autoria), oficialidade (só por 
delegado de polícia bacharel em direito e aprovado em concurso público), predomínio da forma escrita, sigiloso 
(para preservar as pessoas envolvidas). 
30. O QUE É INDICIAMENTO? 
É o ato privativo da autoridade policial em que se reconhece que os indícios de autoria recaem sobre 
determinado suspeito. Deve ser fundamentado. As providências no indiciamento são a identificação (como regra 
o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal), o interrogatório e o pregressamento. 
Algumas pessoas não podem ser indiciadas como Presidente da República, portador de imunidade diplomática, 
juiz, promotor e menores de 18 anos. 
31. O ARQUIVAMENTO DO IP PRODUZ COISA JULGADA MATERIAL? 
O arquivamento é ato complexo que envolve o requerimento do MP e posterior decisão do juízo, que não 
concordando com o MP enviará ao PGJ que decidirá pelo arquivamento ou pelo oferecimento da denúncia por 
outro membro do MP (longa manus do PGJ) ou por ele próprio. Arquivamento implícito ocorre quando o MP deixa 
de incluir na denúncia algum fato ou suspeito, sem justificação. Arquivamento indireto ocorre quando o MP não 
oferece denúncia por considerar o juízo incompetente. Em regra, o arquivamento não produz coisa julgada 
material, podendo ser reaberto caso surjam provas novas, que são as substancialmente inovadoras. 
Excepcionalmente produzirá coisa julgada material no caso de atipicidade e inexistência material do fato e ainda 
no caso de causa excludente de ilicitude (para o STJ, pois STF entendeu em um caso que pode desarquivar nesse 
caso). 
 
PONTO 4 - AC ̧ÃO PENAL. AC ̧ÃO CIVIL EX DELICTO. JURISDIÇÃO E COMPETE ̂NCIA. SUJEITOS 
PROCESSUAIS. 
32. QUAL O CONCEITO DE AÇÃO PENAL? 
A ação penal consiste no direito público subjetivo de exigir do Estado-Juiz a aplicação do direito penal 
objetivo a um fato concreto. Ele tem fundamento constitucional, constituindo-se em direito fundamental, pois o 
 
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art. 5º, inciso XXXV estatui que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”, o 
que consagra o princípio da inafastabilidade da jurisdição e esta deve ser provocada pelo direito de ação. 
33. QUAL A CLASSIFICAÇÃO SUBJETIVA DA AÇÃO PENAL? 
O critério utilizado é quanto a titularidade da ação penal. A ação penal divide-se em pública (titular da ação 
penal é o MP em caráter privativo) e privada (titular da ação penal é o ofendido ou seu representante legal e na 
sua falta o CADI. Há legitimação extraordinária por substituição processual, a vítima tem titularidade do direito de 
ação, mas o direito material não lhe pertence pois o direito de punir pertence ao Estado). No silêncio da lei ou 
quando o crime for contra a União, Estados DF ou Municípios a ação penal será incondicionada. A ação penal 
pública se subdivide em incondicionada (não depende de autorização de um terceiro) ou condicionada a 
representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça. A ação penal privada se subdivide em 
exclusivamente privada, personalíssima (apenas pode ser ajuizada pelo ofendido, art. 236 CP) ou subsidiária da 
pública (no caso da inércia do MP). 
34. QUAIS OS PRINCÍPIOS REGEMA AÇÃO PENAL PÚBLICA? 
A ação penal pública é regida pelos seguintes princípios: obrigatoriedade (com exceção da lei 9.099/95 no 
caso da transação penal e da lei 12850/13 no caso da colaboração premiada onde o MP pode deixar de oferecer 
denúncia, se aplicando a oportunidade regrada), indisponibilidade ou indesistibilidade, pois o MP não pode desistir 
da ação penal e nem do recurso interposto (com exceção da Lei 9.99/95 no caso da suspensão condicional do 
processo), oficialidade (órgão encarregado de exercer a ação penal pertence aos quadros do Estado, é um órgão 
oficial), intranscendência (a ação penal só pode ser ajuizada em face dos supostos sujeitos ativos da infração, nunca 
contra os seus sucessores, pelo princípio da personalidade da pena) e indivisibilidade (o MP não pode escolher 
quem vai processar, havendo indícios em face de todos os suspeitos, todos deverão ser denunciados). STF E STJ 
FALAM EM PRINCÍPIO DA DIVISIBILIDADE, MAS O RACIOCÍNIO É O MESMO. 
35. QUAIS OS PRINCÍPIOS REGEM A AÇÃO PENAL PRIVADA? 
A ação penal privada é regida pelos seguintes princípios: oportunidade (o querelante tem a faculdade de 
propor a queixa), disponibilidade (o querelante pode a qualquer tempo desistir da ação ajuizada ou do recurso 
interposto), intranscendência (a ação penal só pode ser ajuizada em face dos supostos sujeitos ativos da infração, 
nunca contra os seus sucessores, pelo princípio da personalidade da pena), indivisibilidade (o querelante é 
obrigado a propor a queixa em face de todos os agentes conhecidos. A renúncia em face de um estende-se a todos 
e o MP deve zelar por este princípio, mas ele não pode aditar a queixa para incluir outras pessoas no polo passivo, 
apenas pode requerer a notificação do querelante para incluir dentro do prazo decadencial, sob pena de renúncia 
e consequente extinção da punibilidade). 
36. EXISTE AÇÃO PENAL POPULAR? 
 
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E a ação penal que pode ser ajuizada por qualquer cidadão. Na lei 1079/50 tem o processo por crime de 
responsabilidade ou impeachment, a ser deflagrado por qualquer cidadão. Assim, parcela minoritária da doutrina 
entende que essa seria uma ação penal popular. Entretanto, majoritariamente, esse não é um exemplo de ação 
penal popular tendo em vista que os ilícitos dessa lei não se tratam de infração penal, mas infração político-
administrativa. Assim, a única ação penal popular, porém sem natureza condenatória, seria o habeas corpus, em 
razão de sua ampla legitimidade. 
37. QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL? 
Estão previstos no art. 395 do CPP, sendo os requisitos mínimos indispensáveis ao julgamento do mérito 
da causa. Pela teoria da asserção, a análise das condições da ação deve ser feita de acordo com o que foi narrado 
na peça inicial, na admissibilidade da inicial. As condições da ação podem ser genéricas ou específicas. As condições 
da ação genéricas são: possibilidade jurídica do pedido (o fato narrado na denúncia seja considerado infração 
penal), interesse de agir (necessidade, que é sempre presumida, pois não há aplicação da pena sem o devido 
processo legal; adequação, a ação deve ser promovida pelo procedimento do CPP com base em prova pré-
constituída; utilidade, a ação deve ser útil para a realização da pretensão punitiva, por isso entendendo a doutrina 
que no caso de prescrição virtual ou antecipada não há utilidade da ação, devendo ser extinta a punibilidade do 
réu, o que não é aceito pelos STF e STJ), legitimidade de parte e justa causa (envolve o suporte probatório mínimo, 
o somatório de indícios suficientes de autoria com a prova da materialidade do delito. Justa causa duplicada é no 
caso da ação penal no crime de lavagem de capitais, onde o MP deve demonstrar o suporte probatório mínimo 
em relação ao crime de lavagem em sim e também em relação ao crime antecedente). As condições da ação 
específicas são as condições de procedibilidade, que vinculam o exercício da ação penal, a representação do 
ofendido e a requisição do Ministro da Justiça, nos crimes de ação pública condicionada. Há ainda as condições 
objetivas de punibilidade, que estão no plano do direito material, que são exteriores ao crime , não integrantes do 
tipo, de acontecimento futuro e incerto, como a sentença que dcreta a falência nos crimes falimentares ou a 
sentença anulatória do casamento, no crime do art. 236 CP. 
38. O QUE É A DENÚNCIA E A QUEIXA, QUAL O SEU PRAZO E QUAIS OS SEUS REQUISITOS? 
A denúncia é a petição inicial dos crimes de ação pública, é peça privativa do MP. O prazo geral para 
indiciado solto é de 15 dias e de indiciado prezo de 5 dias. Na lei de drogas e no caso de crimes eleitorais o prazo 
é de 10 dias. Se o prazo não for observado haverá relaxamento da prisão, com início do prazo para a queixa 
subsidiária e caracterização de falta funcional se o atraso for injustificado. A queixa é a petição inicial no caso dos 
crimes de ação privada. O prazo para o oferecimento da queixa é de 6 meses, contados a partir do conhecimento 
da autoria, não se interrompendo, suspendendo ou prorrogando. No crime continuado conta-se esse prazo 
individualmente para cada crime. Os requisitos da denúncia e da queixa são os mesmos, estão previstos no art. 41 
CPP e no art. 282 CPC e são: 1) exposição do fato criminoso e suas circunstâncias (a acusação deve ser clara, 
 
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compreensível e objetiva, devendo expor todas as elementares e circunstâncias que interferem no agravamento 
da pena – com exceção da tentativa. Só haverá inépcia se não possibilitar o direito de defesa. No crime tentado a 
inicial de ve descrever todos os requisitos da tentativa, em especial as circunstâncias alheias a vontade do agente 
que impediram a consumação do crime. No crime culposo a inicial deve descrever a modalidade de culpa. No 
concurso de pessoas a inicial deve narrar a conduta de cada envolvido, não cabendo, como regra, a denúncia 
genérica, com exceção dos crimes societários e multitudinários, devendo ser provada a conduta de cada um no 
curso da ação penal. A denúncia alternativa ou imputação alternativa na denúncia não é admitida para uma 
primeira corrente (Ada Grinover) pois ela inviabiliza o direito de defesa por ser acusação incerta. Uma segunda 
corrente entende que é válida pois apenas torna mais complexo o direito de defesa, mas não inviabiliza (Afrânio 
Silva Jardim); 2) identificação do acusado (pode ser identificado por características físicas, os dados qualificativos 
podem ser corrigidos a qualquer momento, quando não há dúvida sobre a qualidade física do acusado. No caso de 
nome falso o acusado comete crime e o MP pode denunciar nos próprios autos ou em autos apartados); 3) 
classificação jurídica do fato (se o Mp erra na tipificação legal não gera inépcia se narra corretamente o fato) e 4) 
Rol de testemunhas, se houver (não poderá arrolar depois, mas pode requerer que o juiz ouça como testemunha 
do juízo. 
39. O QUE É A REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO? 
É a manifestação de vontade do ofendido ou representante legal, ou ainda do CADI no caso de morte do 
ofendido, no sentido de ver o agente processado, nos casos de crime de ação pública condicionada a 
representação. Não é necessário rigor formal (para o STJ se a vítima comparecer espontaneamente na delegacia 
para comunicar um fato já pode ser considerada representação). Se houver conflito de interesses entre o menor 
e seu representante legal deverá ser nomeado um curador especial. A representação pode ser feita por escrita ou 
verbal, devendo ser reduzida a termo, ou ainda através de procurador com poderes especiais. O ofendido pode se 
retratar até o oferecimento da denúncia (Na lei Maria da Penha é em audiência realizada até o recebimento da 
denúncia). O prazo para a representação é de até 6 meses contados do conhecimento da autoria delitiva, não se 
suspende nem se interrompe.Há eficácia objetiva da representação, assim, o oferecimento de representação 
contra um agente autoriza o MP a oferecer denúncia contra todos pelo princípio da indivisibilidade. 
40. O QUE É AÇÃO CIVIL EX DELICTO? 
É a ação ajuizada pelo ofendido na esfera cível para obter indenização pelo dano causado pelo crime, 
quando existente. Ela envolve a execução da sentença penal condenatória no juízo cível (a legitimidade é do 
ofendido ou do CADI e apenas em face do réu) e a ação civil de conhecimento para ressarcimento do dano (essa 
será em face do réu ou do responsável legal). O MP tem legitimidade expressa no caso de desassistido pobre, mas 
segundo o STF a legitimidade do MP padece de inconstitucionalidade progressiva, assim o MP perde a legitimidade 
 
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na medida em que a DP for se estruturando. O dano pode ser material e/ou moral e quanto aos danos materiais a 
parte pode pleitear danos emergentes, lucros cessantes ou, ainda, solicitar a restituição de coisas. 
41. QUAIS SÃO OS SISTEMAS DE APURAÇÃO DE CULPA? 
 sistema da confusão: uma ação proposta no juízo criminal com duas pretensões, uma penal e uma 
civil. Para alguns o Brasil passou a adotar esse sistema após a reforma de 2008. Para outros não, o 
juiz criminal pode fixar valor mínimo de indenização a título de antecipação, mas não está decidindo 
a área civil. O juiz criminal só poderá fixar indenização se houver pedido, segundo o STF e STJ. 
 sistema da solidariedade: duas ações, uma penal e uma cível decidida por um só juízo. Não foi 
adotado. 
 sistema da livre opção: a vítima expressa sua vontade para que a ação civil de reparação de dano 
tramite junto com a ação penal. Não foi adotado. 
 sistema da independência absoluta: o penal decide no juízo penal e o civil decide no juízo cível. Não 
foi adotado. 
 sistema da separação relativa: a área penal é independente da cível, mas determinadas sentenças 
criminais farão coisa julgada no cível e a culpa não poderá ser mais discutida. Foi o sistema adotado. 
A decisão do juiz que homologa o arquivamento do IP por falta de provas, por atipicidade, no caso 
do investigado estar amparado por alguma causa que exclui o crime não impedem a propositura de 
ação civil. 
No caso de sentença condenatória com trânsito em julgado com posterior prescrição da pretensão 
executória ou com posterior abolitio criminis o efeito civil permanece intacto. No caso de sentença concessiva de 
perdão judicial, o STJ entende que não subsiste qualquer efeito penal ou civil e o STF entende que pode executar 
no cível, sendo título. 
No caso de sentença absolutória por inexistência material do fato ou por estar provado que o réu não 
participou do crime faz coisa julgada no cível. 
No caso da sentença absolutória por falta de prova da existência material do fato, por falta de prova a 
participação do réu, em razão do fato não constituir infração penal, porque o isenta de pena ou por insuficiência 
de provas, não faz coisa julgada no cível. 
No caso de haver sentença absolutória por estar o réu amparado por uma causa que exclui o crime faz coisa 
julgada, não se discute mais culpa, com exceção do caso de atingir terceiro por erro de execução no exercício de 
uma causa de ilicitude e ainda no caso de estado de necessidade agressivo, quando causa dano a terceiro. 
42. QUAL O CONCEITO DE COMPETÊNCIA E SUAS ESPÉCIES? 
Competência é a quantidade de jurisdição cujo exercício é atribuído por lei a cada órgão ou grupos de órgão 
jurisdicionais. É a medida da jurisdição. 
 
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A competência pode ser absoluta ou relativa. A competência absoluta é aquela que não permite 
prorrogação, por envolver interesse público, podendo ser arguida a qualquer tempo e em qualquer grau de 
jurisdição, inclusive de ofício, sob pena de nulidade absoluta de todos os atos praticados no feito (decisórios ou 
instrutórios), segundo posicionamento doutrinário mais abalizado. Há 3 hipóteses de competência absoluta: em 
razão da matéria (leva em conta a natureza da infração a ser julgada), por prerrogativa de função (leva em conta 
o cargo ocupado pela pessoa que cometeu a infração penal. O STF definiu, que o foro por prerrogativa de função 
aplica-se, como regra, apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções 
desempenhadas. Além disso, decidiu também que após o final da instrução processual com a publicação do 
despacho de intimação para apresentação de alegações finais a competência para processar e julgar ações penais 
não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, 
qualquer que seja o motivo) e funcional (tem como parâmetro a distribuição de tarefas dentro dos órgãos 
responsáveis pela persecução penal). 
A competência relativa permite prorrogação, caso não seja arguida a tempo a incompetência do foro, afinal 
de contas, ela interessa, sobretudo, às partes. O desrespeito às normas de competência relativa, segundo 
posicionamento doutrinário prevalente, leva apenas à nulidade relativa dos atos decisórios (não são anulados os 
atos instrutórios, conforme melhor interpretação conferida ao art. 567, do CPP). No Processo Penal, é hipótese de 
competência relativa a competência territorial. Ressalte-se, porém, que no Processo Penal, a competência 
territorial pode ser reconhecida de ofício pelo juiz até o início da instrução criminal. 
43. QUAIS SÃO AS REGRAS DE COMPETÊNCIA TERRITORIAL? 
No caso de crimes plurilocais (conduta e resultado em foros distintos), a fixação do foro é o local da 
consumação, como regra. No caso de consumação em local incerto, na divisa entre dois foros, adota-se a 
prevenção. No caso de tentativa é o local do último ato executório. No caso de crimes à distância é o local do 
último ato executório em território nacional. No caso de crime permanente ou continuado adota-se a prevenção. 
No caso de crime cometido no exterior é a capital do Estado de último domicílio do réu ou a capital federal se 
nunca teve domicílio no Brasil. No caso de crime a bordo de embarcação é o local do primeiro porto que a 
embarcação tocar após o crime ou o último porto antes do crime, se for rumo ao exterior. No caso de crime a 
bordo de aeronave é o local do pouso após o crime, ou da decolagem antes do crime (sempre competência 
Federal). Como exceção, a competência ser firmada em razão da conduta no caso de infração de menor potencial 
ofensivo, no caso de crime doloso contra a vida e no caso de homicídio culposo. 
No caso de ação penal pública ou privada subsidiária da pública, o critério de domicílio ou residência do réu 
será subsidiário, quando não for conhecido o local da infração. Se de ação privada esse critério é optativo. Se 
houver mais de um domicílio ou residência utiliza-se a prevenção. Se desconhecido o domicílio ou residência, 
utiliza-se o local em que o fato se tornou oficialmente conhecido. 
 
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44. O QUE É PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA, CONEXÃO E CONTINÊNCIA? 
Se o vício de incompetência relativa não for arguido oportunamente ocorre a prorrogação de competência. 
A conexão e continência são institutos de deslocamento de competência que permitem reunião de processos para 
julgamento conjunto, como regra, para economia dos atos e para evitar decisões contraditórias. Há casos que 
mesmo havendo conexão não haverá a reunião de processos (casos de separação obrigatória, art 79). Na conexão 
há pluralidade de fatos e na continência há unidade de fato. A conexão se classifica em: intersubjetiva (por 
simultaneidade, por concurso ou por reciprocidade), objetiva ou material ( teleológica ou consequencial) e 
instrumental, processual ou probatória. A continência se classifica em : por cumulação subjetiva (art. 29) ou por 
cumulação objetiva ( art. 70, 73 2ª parte

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