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Agenda Internacional

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
Relações Internacionais 
Temas da Agenda Internacional e do Brasil 
 
 
 
 
 
Combate à fome e à pobreza 
Aula 1 
 
 
Prof. Caroline Cordeiro Viana e Silva 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa inicial 
Olá, caro aluno! Seja bem-vindo à disciplina Temas da Agenda 
Internacional e do Brasil! O primeiro tema a ser estudado – combate à fome e 
à pobreza, será analisado com foco na política externa das principais potências 
do sistema internacional. 
Começando pela visão brasileira do tema, passa-se ao estudo dos EUA, 
principal polo das relações internacionais. Em seguida, foca-se na visão da 
União Europeia (UE), moldada em grande medida pela Alemanha, França, Reino 
Unido e Itália. Em uma etapa seguinte, os parceiros do Brasil nos BRICS (Rússia, 
Índia, China e África do Sul) são abordados. O Japão aparece como último país 
estudado. Além disso, a posição da Organização das Nações Unidas para a 
Alimentação e a Agricultura (Food and Agriculture Organization - FAO) será 
objeto de estudo, uma vez que tal instituição internacional contribui de maneira 
fundamental para o entendimento do assunto. 
Vamos começar?! 
 
Para ficar por dentro do que será estudado nesta aula, assista ao vídeo 
que está disponível no material on-line! 
Contextualizando 
A fome e a pobreza são problemas que afetam negativamente e de forma 
acentuada o desenvolvimento mundial. Antes consideradas mazelas localizadas 
em certas regiões do mundo, com a globalização o seu combate ganhou escopo 
planetário. No Brasil, a preocupação, que já ocupava um grande espaço dos 
assuntos internos, passou a fazer parte da política externa, estimulando a 
cooperação internacional em torno do tema. A situação é tão alarmante que a 
redução da fome e da pobreza foi listada como o primeiro dos Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio da ONU (PNUD Brasil, disponível em: 
<http://www.pnud.org.br/odm1.aspx> Acesso em 11/04/2016). 
http://www.pnud.org.br/odm1.aspx
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
A relevância do tema para as relações internacionais também pode ser 
ilustrada pela existência da FAO (Organização das Nações Unidas para a 
Alimentação e a Agricultura). Criada em 1945, no contexto de reorganização 
internacional após a Segunda Guerra Mundial, a referida instituição tem sede em 
Roma, capital italiana, e tem como objetivo principal o combate à fome no 
mundo. Mais de 180 países do mundo são membros da organização, o que 
confirma a importância da questão. 
A seguir, um mapa com a situação da fome no mundo: 
 
Figura 1 – Mapa da fome no mundo em 2014 
 
 
Fonte: Tableau Public. Disponível em: 
<http://public.tableau.com/profile/ifpri.td7290#!/vizhome/2014GHI/2014GHI> Acesso em 
11/04/2016. 
 
Como pode ser visto, o tema afeta de maneiras diversas os diferentes 
países do mundo. Além disso, existem diferentes visões a respeito do combate 
à fome e à miséria. Desse modo, busca-se aqui trazer as principais posições 
sobre o assunto, na tentativa de ter uma imagem mais clara do problema, bem 
como de suas possíveis soluções. 
 
http://public.tableau.com/profile/ifpri.td7290#!/vizhome/2014GHI/2014GHI
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
Brasil 
Nosso estudo se inicia com a posição do Brasil a respeito do assunto. A 
preocupação brasileira com a redução da fome e da pobreza não é nova. Apesar 
disso, o combate a essas mazelas foi por muito tempo quase que exclusivamente 
uma preocupação interna. Porém, gradativamente, a política externa passou a 
ser invadida pelo tema, recebendo uma atenção substancial. A presente seção 
pretende detalhar esse processo historicamente, iniciando com a presidência de 
Fernando Collor de Mello, passando por Itamar Franco e Fernando Henrique 
Cardoso, até chegar a Luiz Inácio Lula da Silva. 
O governo de Fernando Collor de Mello assumiu contornos 
predominantemente neoliberais, tanto interna como externamente. O novo 
governante (o primeiro diretamente eleito após a redemocratização do país) 
trouxe um discurso de estabilização econômica, modernização do Estado e da 
economia. Com a ideia do Estado mínimo, houve uma brutal redução dos 
recursos financeiros para políticas sociais, com um esvaziamento dos programas 
de alimentação e nutrição. “Além disso, esses programas também se tornaram 
alvo dos desvios de verbas públicas, de licitações duvidosas e de outros 
mecanismos ilícitos” (VASCONCELOS, 2005, p. 447). 
Desse modo, o período foi marcado pela redução dos programas sociais 
e pela corrupção nos que permaneceram, chegando-se ao ponto de se criar a 
chamada “CPI da Fome” na Câmara dos Deputados, que apontou inúmeras 
irregularidades. O descaso com a fome e a pobreza na política interna refletiu-
se na política externa, que priorizou a abertura econômica e a aproximação com 
os países desenvolvidos, especialmente EUA, Japão e Europa. Assim, o modelo 
nacional-desenvolvimentista que predominava até então estava sendo 
substituído por um Estado mais liberal. Porém, com os escândalos de corrupção 
se avolumando e chegando à Presidência da República, Collor sofre um 
processo de impeachment que culmina com sua renúncia. 
O governo de Itamar Franco busca, logo no início, reverter a imagem 
negativa deixada pelo presidente anterior. Isso ocorre também no que se refere 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
ao combate à fome e à pobreza. Assim, o novo presidente assume o 
compromisso de implantar a Política Nacional de Segurança Alimentar, 
apresentada pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Em 1993, foram lançados o 
Plano de Combate à Fome e à Miséria e a proposta do Conselho Nacional de 
Segurança Alimentar (CONSEA). A contraposição a Collor também se reflete no 
âmbito externo, em que as políticas neoliberais dão lugar à priorização do 
desenvolvimento. 
Fernando Henrique Cardoso se elege como sucessor de Itamar Franco, 
tendo como uma de suas principais conquistas a estabilização econômica com 
o Plano Real, implementado quando era seu Ministro da Fazenda. No governo 
FHC, por sua vez, observou-se que os programas de alimentação e nutrição até 
então existentes continuaram sendo desenvolvidos. Com um enfoque mais 
liberal que Itamar Franco, FHC incentivou a participação da iniciativa privada e 
de ONGs nesses programas sociais, defendendo um Estado mínimo. Apesar 
disso, cumpre destacar a criação do Programa Bolsa Alimentação, que seria um 
precursor do Bolsa Família. A política externa do período, ao seu turno, esteve 
mais voltada para outros temas, como a defesa da democracia, a abertura ao 
exterior e a estabilidade econômica. Desse modo, o discurso do 
desenvolvimento deixa de ser prioridade da política externa brasileira do período, 
afastando os temas sociais para um segundo plano. 
O “Fome Zero”, um dos mais conhecidos programas de combate à fome 
do mundo, teria sido elaborado ao longo do ano de 2001, por simpatizantes da 
campanha de Luís Inácio Lula da Silva à presidência. O projeto acaba sendo 
uma das principais bandeiras da campanha presidencial vitoriosa do então 
candidato, dando origem ao “Programa Fome Zero” em 2003. No discurso de 
posse, Lula chega a afirmar que aquela seria a primeira campanha contra a fome 
no Brasil. Com isso, percebe-se uma retomada na priorização das políticas 
sociais no país, especialmente na área de segurança alimentar. 
Para implementar o “Fome Zero”, Lula nomeia o agrônomo José 
Graziano, um dos idealizadores do projeto, como Ministro Extraordinário de 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
Segurança Alimentar e Combate à Fome. O sucesso do programa foi tanto que 
Graziano foi eleito como Diretor-Geral da FAO em 2011. Além disso, a ONU 
chegou a declarar, em 2013, que o Brasil teria saído do mapa da fome.Com 
isso, muitos países têm se inspirado no modelo brasileiro para criar programas 
próprios de combate à fome. 
 
Figura 2 - Charge sobre a saída do Brasil do mapa da fome 
 
Fonte: Blog do Kayser. Disponível em: 
<http://blogdokayser.blogspot.com.br/2014/09/mapa.html> Acesso em 11/04/2016. 
 
Cumpre destacar no período a criação do Fundo IBAS (Índia, Brasil, África 
do Sul) para o Alívio da Fome e da Pobreza, que financia desde 2004 projetos 
em países em desenvolvimento, com ênfase na África, Oriente Médio e Caribe. 
Entre as nações beneficiadas estão Cabo Verde, Serra Leoa, Camboja, Laos, 
Vietnã e Palestina. Para mais informações sobre o IBAS, consulte o site: 
http://www.scielosp.org/pdf/rbpi/v48n2/a03v48n2.pdf 
http://blogdokayser.blogspot.com.br/2014/09/mapa.html
http://www.scielosp.org/pdf/rbpi/v48n2/a03v48n2.pdf
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
Desse modo, constata-se que a política externa do governo Lula desde 
seu início teve como prioridade o desenvolvimento. Além disso, incorporou 
elementos internos, como o combate à fome, às suas posições no cenário 
internacional. 
Apesar desse sucesso, a imagem brasileira em relação ao tema não se 
mostra totalmente positiva na cena internacional. O uso dos biocombustíveis por 
parte do Brasil muitas vezes é alvo de críticas no âmbito internacional. Para os 
que compartilham dessa visão, os brasileiros estariam convertendo alimento em 
combustível, contribuindo para o aumento da fome no mundo. O governo 
brasileiro discorda dessa perspectiva, defendendo que pode haver uma 
convivência entre a agricultura para a produção de alimentos e energia, 
especialmente no Brasil. 
Para encerrarmos essa seção, cabem algumas análises a respeito do 
combate à fome por parte do Brasil nos últimos quatro governos e seus reflexos 
internacionais. Iniciando por Collor, percebe-se um descaso com o assunto, 
tanto no plano interno como externo. Itamar Franco, por sua vez, implementa 
políticas sociais de segurança alimentar e retoma o discurso desenvolvimentista 
do passado na política externa. FHC, seu sucessor, apesar de não abandonar o 
combate à fome, defende políticas neoliberais no campo internacional. Por fim, 
o governo Lula consegue conciliar políticas públicas de segurança alimentar, 
cujo maior expoente é o “Fome Zero”, com uma política externa que valoriza os 
temas sociais, exportando seu exemplo de sucesso para o mundo todo. 
 
Vamos nos aprofundar mais nesses conhecimentos? Então, acesse o 
material on-line e assista ao vídeo que a professora Caroline preparou 
para você! 
Estados Unidos 
Os EUA, como país mais rico do sistema internacional, colaboram para 
diversas ações de combate à fome e à pobreza. Apesar disso, a Estado também 
possui problemas internos, derivados especialmente de sua densidade 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
populacional e relativa desigualdade regional. Desse modo, se por um lado o 
país estabelece ações de cooperação com os países em desenvolvimento, por 
outro é visto como vilão, diante de políticas unilaterais egoístas que agravam o 
problema da fome no mundo. 
Os EUA são os maiores contribuintes da FAO e se preocupam 
especialmente com ações de emergência, conservação do solo, segurança 
alimentar e agricultura sustentável. As mudanças climáticas e seu impacto na 
fome são objeto de projetos visando a adaptação agrícola e resistência às 
variações do clima. Também financiam o fortalecimento de capacidades em 
áreas com monitoramento via satélite, agricultura de conservação e 
coordenação de atividades em relação a choques climáticos. 
Um exemplo de cooperação da USAID (Agência dos EUA para o 
Desenvolvimento Internacional) se dá com Bangladesh e seu Ministério do Meio 
Ambiente e Florestas, fortalecendo-o em suas capacidades para enfrentar 
desafios ambientais, florestais e climáticos. Outros órgãos do governo dos EUA 
também contribuem para o combate à fome em escala global, com projetos 
florestais, de recursos genéticos, segurança alimentar e nutricional, preparação 
e resposta a desastres, avaliação de riscos microbiológicos, doenças animais, 
gerenciamento de águas, controle alimentar, erradicação de pestes, inteligência 
em relação a doenças e alerta global. Além disso, apoia a conservação dos 
oceanos, pesca e aquicultura. 
Outro país que recebe contribuição dos EUA contra a fome é o Timor 
Leste, por meio do incentivo à agricultura sustentável. Na Etiópia, o reforço ao 
setor agrícola ocorre principalmente em relação a desastres e conservação do 
solo. O sul da África também recebe financiamentos direcionados à agricultura 
sustentável. Na Namíbia e na Angola, por exemplo, a prioridade é o apoio às 
comunidades agropastoris afetadas pela seca e outros desastres naturais. 
Outra crítica aos EUA no tema de combate à fome consiste nos subsídios 
agrícolas. O governo estadunidense oferece um pagamento aos agricultores do 
país para que seus produtos sejam competitivos com commodities importadas. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
Para os países em desenvolvimento, isso distorce os preços em âmbito global, 
encarecendo os alimentos e agravando o problema da fome e da miséria. 
Negociações globais na área comercial discutem o fim desse protecionismo, 
especialmente no âmbito da Organização Mundial do Comércio. Apesar disso, a 
bancada ruralista no Congresso dos EUA é bastante forte, fazendo com que seja 
muito difícil a derrubada desses subsídios. Desse modo, vê-se que problemas 
internos acabam afetando a política externa dos EUA, que acabam sendo vistos 
como um vilão mundial, especialmente quando o assunto é agricultura. 
Desse modo, percebe-se que há uma preocupação com a fome global na 
política externa dos EUA. Tal inquietação é canalizada principalmente por meio 
de cooperação bilateral ou pela FAO. Apesar disso, os EUA sofrem críticas por 
piorarem o flagelo da fome no mundo. Em primeiro lugar, por enfrentar seus 
problemas de segurança alimentar por meio de subsídios agrícolas, que 
prejudicam os países mais pobres, inviabilizando sua produção. Além disso, os 
EUA são considerados os grandes vilões do aquecimento global, que provoca 
secas e outros desastres naturais, agravando a fome, a desnutrição e a pobreza 
no mundo. 
Figura 3 - Gráfico com os subsídios agrícolas dos países ricos 
 
Fonte: Blog Geo Conceição. Disponível em: 
<http://geoconceicao.blogspot.com.br/2012/01/vestibular-2011-cefet-mg-questao-refere.html> 
Acesso em 11/04/2016. 
 
http://geoconceicao.blogspot.com.br/2012/01/vestibular-2011-cefet-mg-questao-refere.html
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
Apesar disso, numa tentativa de equilibrar a concorrência, atualmente os 
países emergentes também vêm oferecendo subsídios aos agricultores, 
especialmente China e Rússia. 
 
Figura 4 – Subsídios agrícolas 
 
Fonte: Economista de Avental. Disponível em: 
<http://economistadeavental.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html> Acesso em 
11/04/2016. 
 
Para tirar as dúvidas, assista ao vídeo que está disponível no material on-
line com as explicações da professora Caroline! 
Europa 
O estudo do papel da Europa no combate à fome passa também pela 
análise da posição da União Europeia e de seus principais membros. Desse 
modo, parte-se do entendimento da visão da Alemanha, França, Reino Unido e 
Itália, para depois construir uma imagem da atuação do bloco em relação ao 
tema proposto. 
A preocupação dos europeus com a fome e a pobreza, assim como em 
outras partes do mundo, inicialmente fez parte da política interna dos países. 
Externamente, ganhou ênfase no nível regional por meio do processo de 
integração, com a Política Agrícola Comum, para depois alcançar o nível global. 
http://economistadeavental.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico11 
Com a maior economia e população da UE, as principais áreas em que a 
Alemanha contribui são bioenergia, desenvolvimento de melhora na nutrição e 
regulação fundiária. Além disso, os alemães se preocupam com o impacto da 
seca, enchentes e desastres naturais em geral no aumento da fome no mundo. 
A Alemanha criou um fundo bilateral com a FAO em 2002, com o objetivo 
de melhorar a segurança alimentar de grupos vulneráveis em países menos 
desenvolvidos. Os principais beneficiários são o Afeganistão, Serra Leoa, 
Quênia, Tanzânia e a região da bacia do Congo. Os recursos destinam-se a tesar 
novas ideias para o combate à fome global e desnutrição por meio de 
investimentos em agricultura, em áreas como bioenergia, segurança alimentar, 
nutrição sustentável, desenvolvimento rural, direito à alimentação e governança 
responsável da posse da terra. 
Órgãos específicos do governo alemão apoiam, em especial, projetos 
vinculados às florestas, recursos genéticos, meio ambiente, emergências e 
desenvolvimento. Desse modo, tais ações visam a implementação do direito à 
alimentação adequada, reconhecido pela ONU e pelo ordenamento jurídico 
alemão. Nesse sentido, defende-se que toda pessoa no mundo tem o direito à 
comida suficiente. A Alemanha trabalha em conjunto com a FAO para que esse 
direito seja reconhecido na legislação interna e políticas públicas nacionais, 
monitorando o desenvolvimento e o crescimento econômico. Metas voluntárias 
foram estabelecidas em países como Tanzânia, Uganda e Serra Leoa. 
A política externa francesa no assunto, especialmente recentemente, tem 
se focado na agricultura familiar, agroecologia, mudanças climáticas e 
governança na área da segurança alimentar. A cooperação da França com a 
FAO inclui também o reforço de comunidades vulneráveis a desastres naturais, 
disseminação da pesquisa na área, além de compartilhamento de expertise e 
capacidades nacionais. 
A cooperação para o desenvolvimento é uma das principais formas 
encontradas pelos britânicos para combater a fome e a pobreza. Os focos mais 
relevantes são a nutrição de crianças e mães, a produtividade da agricultura e a 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
12 
cooperação com outros parceiros para a redução da fome e pobreza no mundo 
em desenvolvimento. 
Em parceria com a FAO, o Reino unido apoia a melhora na produtividade, 
nutrição e renda dos pequenos agricultores por meio de novas práticas, acesso 
a financiamento e mercados, além de produção e consumo de alimentos mais 
nutritivos e seguros. 
As principais áreas de ajuda britânica no combate à fome nas nações em 
desenvolvimento são a melhora na nutrição de mães e crianças, na 
produtividade (especialmente África e Ásia) e pesquisa com outros parceiros 
internacionais. Programas de transferência de renda destinados ao aumento da 
produção têm sido aplicados na África Subsaariana, em países como Etiópia, 
Gana, Quênia, Lesoto, Zâmbia e Zimbábue. 
O impacto de conflitos, desastres naturais, pestes e outras emergências 
devastadoras na agricultura também geram projetos apoiados pela Grã-
Bretanha. Exemplos dessa contribuição podem ser encontrados em relação à 
crise no Sudão do Sul, choques externos na Somália, furacões nas Filipinas e 
enchentes no Paquistão. Por fim, incentiva-se a melhora nas capacidades 
estatísticas para que políticas sejam traçadas de maneira mais efetiva. 
A Itália é um importante contribuinte para as atividades da FAO, sendo a 
sede da organização desde 1951. Além disso, configura-se como um dos 
maiores contribuintes voluntários para o seu orçamento, com foco em segurança 
alimentar e expertise. Além disso, é um dos países mais afetados pelo problema 
da migração no Mediterrâneo. Preocupados com a crise humanitária, os italianos 
têm apoiado a redução da pobreza em área rurais da Tunísia e Etiópia. Outros 
projetos de segurança alimentar priorizam regiões como o Oriente Médio, Norte 
e Oeste da África e região do Sahel. 
A Itália também figura como um dos principais doadores para o Tratado 
Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e Agricultura, 
assistindo agricultores na gestão, conservação e transferência de tecnologia de 
recursos fitogenéticos e apoiando a melhora na resistência de plantações. Por 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
fim, os italianos têm financiado projetos para desenvolver cadeias de valor, 
melhorar sistemas alimentares e reduzir perdas pós-colheita na América Central 
e África. 
A União Europeia em muitas situações atua conjuntamente nas relações 
internacionais. No âmbito da FAO, sua posição coesa foi reconhecida em 1991, 
quando o bloco foi admitido como membro da organização. Desde então, a UE 
vem apoiando os esforços de combate à fome por meio de cooperação em 
segurança alimentar, desenvolvimento rural sustentável, nutrição, resistência a 
desastres naturais, gênero, qualidade dos alimentos, mudanças climáticas, além 
de estatísticas e troca de informações. 
Uma das principais críticas à UE no âmbito do combate à fome parece ser 
a PAC (Política Agrícola Comum). Essa política tem como preocupação central 
garantir a segurança alimentar dos europeus, e tem como resultado o uso de 
subsídios aos agricultores, para que os preços praticados pelos produtores 
europeus de alimentos consigam competir com aqueles de outras partes do 
mundo. Segundo os críticos, tais subsídios provocam uma alta global dos preços, 
prejudicando os países mais pobres e agravando o problema da fome no mundo. 
 
Nossos estudos não param por aqui! Veja o que a professora Caroline 
tem a dizer sobre o assunto no vídeo que está disponível no material on-
line! 
BRICS 
Os países do agrupamento BRICS têm como característica comum o fato 
de serem grandes países emergentes, representativos de sua região que, por 
serem países intermediários, tanto recebem como fornecem ajuda internacional 
para segurança alimentar. Além disso, são líderes da cooperação Sul-Sul, bem 
como tendem a ser os mais preocupados com a fome, dos países aqui 
estudados, por se identificarem como países em desenvolvimento. Como o 
Brasil já foi estudado no primeiro tema, agora foca-se nas posições da Rússia, 
Índia, China e África do Sul. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
A Federação Russa contribui com várias ações da FAO ao redor do 
mundo, como é o caso de programas de merenda escolar no Norte da África e 
na Ásia. No ano de 2014, os russos contribuíram com a Segunda Conferência 
Internacional sobre Nutrição. As áreas prioritárias de cooperação com a FAO 
incluem segurança alimentar, agricultura, florestas, pesca e rotulagem. Além 
disso, a Rússia é receptora de cooperação internacional para o combate à fome. 
As perspectivas futuras russas para a cooperação na área de segurança 
alimentar e nutricional são promissoras em relação aos países em 
desenvolvimento, com foco na Armênia, Quirguistão, Tadjiquistão, Etiópia e 
Tanzânia. O programa incluiria troca de informações e lições aprendidas, 
conectando esses países aos mecanismos de governança globais em termos de 
segurança alimentar. 
A cooperação recebida pela Rússia inclui ajuda na elaboração de 
legislação, como em relação aos recibos de depósitos de grãos, com a 
participação da FAO, do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento 
(BERD) e do Cazaquistão. Outra lei que vem sendo estudada em parceria com 
o BERD e a FAO se refere à Cédula de Produto Rural usada no Brasil, que 
permite o financiamento de plantações tendo como garantia colheitas futuras. 
Uma característica importante da Rússia diz respeito ao seu território, o 
maior do mundo. Um grande desafio é a regularização da posse de terra por 
meio do registro de propriedade no país, que vem avançando bastante por meio 
da cooperação com o Banco Mundial e a FAO. Para essas organizações, a 
melhora da governançafundiária no país contribuiria para a segurança alimentar. 
Dos países aqui estudados, a Índia é o que possui maiores problemas 
relativos à fome. A cooperação com a FAO leva em conta a complexidade do 
sistema agrícola indiano, a pecuária, gestão sustentável da água, do solo e 
recursos naturais em geral, grãos, gado, segurança alimentar e pesca. Enquanto 
que no início da cooperação os projetos eram focados no aumento da produção 
agrícola, hoje a FAO atua mais como um facilitador, parceiro de conhecimento e 
fonte de experiência. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
Entre as áreas prioritárias em que a Índia colabora com a FAO está a 
facilitação da cooperação técnica multilateral, incluindo doenças e pestes 
transfronteiriças, gestão pesqueira, segurança alimentar (food safety) e 
mudanças climáticas. A organização também apoia programas governamentais 
indianos para a redução da fome e da pobreza, por meio de assistência técnica. 
Projetos piloto para inovação agrícola e rural são incentivados, tendo tido 
sucesso com águas subterrâneas e irrigação, por exemplo. 
Como país em desenvolvimento e que sofre com a fome, a China 
configura-se como receptor de ajuda internacional. A cooperação com a FAO já 
gerou mais de 400 projetos voltados ao desenvolvimento agrícola com milhões 
de beneficiários. Vale ressaltar que a China alimenta 20% da população mundial 
com apenas 9% das terras aráveis e 6% da água doce. A parceria da China com 
a FAO é considerada promissora tanto para a erradicação da fome no mundo 
como para a perspectiva de desenvolvimento de capacidade. Além de 
colaboração em áreas técnicas com a FAO, a China destaca-se também na 
cooperação Sul-Sul. 
No âmbito da cooperação Sul-Sul, a China já colaborou com a FAO por 
meio de aproximadamente mil técnicos e especialistas enviados a muitas 
regiões, incluindo a África, Caribe, Ásia e Pacífico. As áreas técnicas cobriram 
temas como irrigação, agronomia, pecuária, pesca, produção de grãos, 
silvicultura, mecanização, processamento alimentar, entre outros. O governo 
chinês se comprometeu a continuar com o envio de especialistas a países em 
desenvolvimento para melhorar a produtividade de pequenos agricultores e 
pescadores. Além disso, a China contribui para um fundo destinado à melhora 
da produtividade agrícola em países em desenvolvimento. 
Quanto à África do Sul, cumpre destacar primeiramente sua posição como 
país africano e, em segundo lugar, como membro dos BRICS. A recepção da 
África do Sul no agrupamento dos BRICS contribuiu para reforçar sua posição 
de potência emergente, sendo o único representante africano no grupo que lidera 
as aspirações do mundo em desenvolvimento. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
16 
O continente africano figura como o maior receptor global de ajuda no 
combate à fome e à miséria. Isso se justifica pela situação em que se encontra, 
sendo a única região do mundo que ainda tem países com índices extremamente 
alarmantes. A África do Sul encontra-se na chamada África subsaariana, a área 
com dados mais críticos do continente. Apesar disso, sua situação é uma das 
melhores entre seus vizinhos, fazendo com que os sul-africanos, em sua política 
externa, tomem para si a liderança regional na luta por melhorias de vida e 
também na crítica aos países desenvolvidos por suas políticas que, para muitos, 
parecem perpetuar a fome, a miséria e a dependência. 
No âmbito das instituições regionais, os sul-africanos contribuem para o 
reforço do SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) por 
meio da capacitação de profissionais para a segurança alimentar. 
Com o estudo dos BRICS, constatam-se características comuns desses 
países no combate à fome e à miséria no mundo. Apesar de terem índices de 
fome diferentes, todas as nações do grupo são fornecedores e receptores de 
ajuda internacional, liderando os esforços mundiais na cooperação Sul-Sul. 
 
Muito interessante, não é? Para saber mais, assista ao vídeo que está 
disponível no material on-line! 
Japão e FAO 
No âmbito da FAO, a preocupação do Japão se dá especialmente em 
relação à África subsaariana, uma das regiões mais assoladas pela fome no 
mundo. O crescimento populacional, associado às mudanças climáticas, podem 
piorar ainda mais a situação. Com uma população predominantemente jovem e 
rural, o governo japonês acredita que o setor agrícola faz parte da solução para 
os problemas africanos. Desse modo, a ajuda à região concentra-se no aumento 
da produção e da produtividade agrícola, especialmente do arroz, além de 
promover a visão do agronegócio nos pequenos fazendeiros. 
Os japoneses também se preocupam com situações de emergência que 
possam provocar a fome, principalmente no continente asiático. No ano de 2014, 
 
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17 
por exemplo, o país contribuiu com ajuda às Filipinas, que foram assoladas por 
um furacão que destruiu milhões de coqueiros, deixando um milhão de 
fazendeiros sem fonte de renda. No mesmo ano apoiou a Palestina, debilitada 
pelo conflito constante, na reconstrução da infraestrutura agrícola e recuperação 
de atividades como pesca e pastoreio. 
No âmbito do ASEAN, o Japão contribui com treinamento de capacitação 
para implementação do chamado Codex Alimentarius, que institui padrões 
globais na área de alimentação, como rotulagem. Além disso, apoia a 
Convenção Internacional para a Proteção das Plantas, auxiliando países em 
desenvolvimento no controle de pestes em plantas. Com relação ao Tratado 
sobre Recursos Genéticos de Plantas para a Alimentação e a Agricultura, o 
governo japonês financia um projeto apoiando a sua ratificação e implementação 
em países asiáticos. O combate à gripe aviária e outras doenças animais 
transfronteiriças também é alvo de cooperação internacional por meio de partilha 
de informações com países da Ásia. O compartilhamento de informações 
também é incentivado na Tailândia e Filipinas, mais precisamente no âmbito do 
mercado agrícola. 
O reforço na implementação do Código de Conduta para a Pesca 
Responsável também recebe ajuda, com foco na pesca ilegal, não-reportada e 
não-regulada, bem como na sobrepesca e mudanças climáticas. Apesar dessa 
posição oficial do governo japonês, há acusações ao país em relação à pesca 
predatória das baleias. Após a Segunda Guerra Mundial, a carne da baleia teria 
se tornado popular diante da escassez de comida, mas com a recuperação 
econômica e uma campanha global (“Save the whales”- Salvem as baleias) a 
baleação teria sido suspensa e proibida. O Japão reconhece que retomou suas 
atividades pesqueiras em relação às baleias, mas apenas para fins científicos, o 
que seria permitido pelo direito internacional. 
Para mais informações, leia a reportagem da revista Veja: 
http://veja.abril.com.br/blog/duvidas-universais/por-que-os-japoneses-pescam-
baleias-mas-nao-comem-a-sua-carne/ 
http://veja.abril.com.br/blog/duvidas-universais/por-que-os-japoneses-pescam-baleias-mas-nao-comem-a-sua-carne/
http://veja.abril.com.br/blog/duvidas-universais/por-que-os-japoneses-pescam-baleias-mas-nao-comem-a-sua-carne/
 
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18 
Por fim, outros exemplos incluem um projeto de dois anos para a 
consolidação de informação sobre a função de conservação do solo e da água 
pelas florestas no México, Nepal e Vietnã. Com isso, constata-se que a política 
externa japonesa no combate à fome concentra-se na cooperação internacional 
com os seus vizinhos asiáticos em desenvolvimento. Apesar de ser um dos 
maiores contribuintes da FAO, o Japão sofre duras críticas por condutas 
relacionadas à pesca, como é o caso das baleias, e à agricultura, por conta dos 
subsídios. 
O último tópico de nosso estudo, porém não menos importante, trata-se 
da FAO. A instituição tem se destacado por sero mais importante fórum de 
discussão e implementação de políticas globais para a erradicação da fome no 
mundo. Apesar disso, sabe-se que suas orientações são dadas pelas principais 
potências do planeta, destacadas ao longo do presente estudo. Mais 
especificamente, a organização parece ser controlada por seus membros mais 
poderosos, especialmente os principais contribuintes, que acabam ditando para 
onde irão os recursos. 
Por meio das análises aqui realizadas, percebeu-se que alguns Estados, 
por investirem esforços na organização, conseguem influenciá-la de uma 
maneira mais próxima de seus interesses. Exemplo disso é o Brasil, que vem 
moldando a instituição e suas políticas de maneira excepcional. A eleição do 
brasileiro José Graziano, idealizador do “Programa Fome Zero”, para o cargo 
mais importante da organização, ilustra bem o poder do Brasil no âmbito da 
segurança alimentar. Com isso, o país vem servindo de modelo para as políticas 
de combate à fome no mundo, além de contar com um ex-funcionário do governo 
para liderar a sua execução. Também podemos apontar a Itália como membro 
com força diferencial, especialmente por servir de sede à organização, além de 
contribuir voluntariamente com recursos acima de seus compromissos. Líderes 
italianos costumam ser os principais convidados às conferências da instituição 
em Roma, dando o tom das decisões tomadas pelos diplomatas. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
19 
Por fim, a FAO tem pedido a seus membros que assumam obrigações 
para erradicar a fome no planeta. Exemplo disso foi a Cúpula Mundial sobre 
Segurança Alimentar, realizada em Roma em 1996. Entretanto, tal reunião 
resultou na adoção da Declaração de Roma sobre Segurança Alimentar, que 
não tem força mandatória de um tratado internacional. Desse modo, apesar de 
o direito à alimentação ser reconhecido como um direito humano, deveres 
precisam ser estabelecidos, portanto muito ainda pode e deve ser feito para que 
a fome seja eliminada da face da Terra. 
 
Figura 5 - Sede da FAO, em Roma 
 
Disponível em: Blog Sostenibilitalia. Disponível em: 
<http://emiliodalessio.blogspot.com.br/2015/10/70-anni-di-fao.html> Acesso em 11/04/2016. 
 
Assista ao discurso do brasileiro José Graziano, ex-coordenador do 
Programa Fome Zero e atual Diretor-Geral da FAO, sobre o combate à fome no 
mundo: 
https://www.youtube.com/watch?v=hidm-257VBo 
 
Para as explicações da professora Caroline, assista ao vídeo que está 
disponível no material on-line. 
http://emiliodalessio.blogspot.com.br/2015/10/70-anni-di-fao.html
https://www.youtube.com/watch?v=hidm-257VBo
 
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Trocando ideias 
Colabore com a Wikipédia e atualize o site em relação à FAO, destacando 
a posição das principais potências e fatos atuais como a reeleição de Graziano. 
Em seguida, acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem e poste sua 
contribuição no fórum desta disciplina. Dica: compare o site em inglês com o site 
em português: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C
3%B5es_Unidas_para_Alimenta%C3%A7%C3%A3o_e_Agricultura 
 
Na prática 
Atividade: simulação de preparação para uma Conferência da FAO para 
assinatura de um Tratado Global de Combate à Fome, com metas obrigatórias 
aos países: 
■ Passo 1: cada aluno deve escolher um país para representar na 
simulação; 
■ Passo 2: cada aluno deve redigir um documento de posição de uma 
página, esclarecendo a posição do seu país, podendo ser na forma 
de discurso. 
Mais informações em: 
https://14minionuacnur2020.wordpress.com/2013/09/15/documento-de-
posicao-oficial-dpo-como-fazer-pra-que/ 
Orientações 
1. Escolher de preferência um país estudado em aula; 
2. Resumir o que foi estudado sobre esse país; 
3. Pesquisar mais sobre o tema, especialmente a declaração já 
assinada e suas limitações: 
http://www.fao.org/docrep/003/w3613p/w3613p00.HTM 
4. Pesquisar a posição desse país em sites governamentais, 
especialmente no Ministério de Relações Exteriores. Ex: Brasil – 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas_para_Alimenta%C3%A7%C3%A3o_e_Agricultura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas_para_Alimenta%C3%A7%C3%A3o_e_Agricultura
https://14minionuacnur2020.wordpress.com/2013/09/15/documento-de-posicao-oficial-dpo-como-fazer-pra-que/
https://14minionuacnur2020.wordpress.com/2013/09/15/documento-de-posicao-oficial-dpo-como-fazer-pra-que/
http://www.fao.org/docrep/003/w3613p/w3613p00.HTM
 
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21 
www.mre.gov.br 
5. Redigir um documento com a posição oficial do país a respeito do 
combate à fome no mundo e sua obrigatoriedade. 
Síntese 
Na presente aula, pretendeu-se estudar o tema do combate à fome e à 
pobreza por meio da posição das principais potências do sistema internacional 
a respeito do tema. Apesar de consensos em torno do combate a essas mazelas, 
também há discordâncias. Uma das clivagens observadas foi entre os países 
desenvolvidos e os países em desenvolvimento. O uso de subsídios agrícolas 
por parte dos países ricos seria um dos vilões da fome global, inviabilizando a 
agricultura em países pobres. As mudanças climáticas, apesar de provocarem 
destruição e fome, ainda não foram enfrentadas da maneira devida. Além disso, 
apesar do progresso no combate à fome, ela está longe de ser erradicada, não 
existindo uma obrigação internacional aos países no sentido de combatê-la. 
Enquanto os Estados forem livres para buscar a segurança alimentar, os 
esforços dos países ricos serão insuficientes, e os recursos dos países pobres 
também. 
 
Para encerrar seus estudos, assista ao vídeo que está disponível no 
material on-line. 
Referências 
ALMEIDA, P. R. de. Uma política externa engajada: a diplomacia do governo 
Lula. Revista brasileira de política internacional. Brasília , v. 47, n. 1, p. 162-
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governo Collor, vinte anos depois. Tese de Doutorado em Ciência Política - 
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http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292002000100001&script=sci_arttext
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http://www.socialwatch.org/sites/default/files/pdf/en/panorbrasileirog2003_bra.pdf
http://www.socialwatch.org/sites/default/files/pdf/en/panorbrasileirog2003_bra.pdf
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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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2015/12/12. 
PECEQUILO, C. S. A política externa do Brasil no século XXI: os eixos 
combinados de cooperação horizontal e vertical. Revista Brasileira de Política 
Internacional. Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, v. 51, n. 2, p. 136-
156, 2008. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/29305> Acesso em: 
2015/12/12. 
PINHEIRO, L. Traídos pelo desejo: um ensaio sobre a teoria e a prática da 
política externa brasileira contemporânea. Contexto internacional, v. 22, n. 2, 
p. 305, 2000. 
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em: -
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e o objetivo I do milênio: um estudo comparativo entre os programas de 
segurança alimentar do Brasil e da Índia para atingir a meta de reduzir pela 
metade a fome numa perspectiva da seguridade alimentar como direito humano. 
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http://hdl.handle.net/11449/29305
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/14743/000665956.pdf?sequence=1
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http://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/1962/arquivo707_1.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.scielo.br/pdf/rn/v18n4/25843.pdf
 
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24 
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http://www.scielo.br/pdf/cint/v29n2/v29n2a02.pdf
 
 
 
 
 
 
 
Relações Internacionais 
 
Temas da Agenda Internacional e do Brasil 
Aula 2: Desenvolvimento 
 
 
Professora Caroline Cordeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Oi, seja bem-vindo(a). Estamos na Aula 2 de Temas da Agenda Internacional e 
do Brasil, e vamos estudar o Desenvolvimento, sob a perspectiva das principais 
potências do sistema internacional: Brasil; EUA, principal polo das relações 
internacionais; e União Europeia (UE), moldada em grande medida pela 
Alemanha, França e Reino Unido. Em seguida, trataremos dos parceiros do 
Brasil (BRICS – Rússia, Índia, China e África do Sul) e, por último, estudaremos 
o Japão. 
Desse modo, pretende-se cobrir a maior parte dos Estados que lideram a 
formulação da política internacional, envolvendo tanto países desenvolvidos 
como nações em desenvolvimento. 
Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo com a fala inicial da professora 
Caroline Cordeiro. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
O desenvolvimento é um dos principais objetivos dos países, afetando tanto a 
política interna como a política externa dos Estados. O Índice de 
Desenvolvimento Humano (IDH) é uma das mais reconhecidas formas de se 
mensurar o grau de riqueza dos países (embora não o único), permitindo que os 
países sejam comparados em relação a esse quesito, auxiliando na melhora dos 
números em nível global. No Brasil, a preocupação com o desenvolvimento, que 
sempre ocupou grande espaço dos assuntos internos, passou a fazer parte da 
política externa, estimulando a cooperação internacional em torno do tema. 
 
 
 
O índice envolve três temas: saúde, educação e renda. Desse modo, tornou-se 
possível padronizar métodos para que fossem possíveis medidas globais de 
promoção do desenvolvimento. Cada país adota medidas próprias e mais 
adequadas à sua realidade para alcançar seus objetivos, e a cooperação 
internacional é um desses instrumentos. Nesse âmbito, destaca-se o papel da 
ONU (Organização das Nações Unidas) e do PNUD (Programa das Nações 
Unidas para o Desenvolvimento), auxiliando as nações a medirem o 
desenvolvimento e melhorarem suas condições. 
O tema em questão afeta de diversas maneiras os diferentes países do mundo. 
Além disso, existem também diferentes visões a respeito da luta pelo 
desenvolvimento. Desse modo, busca-se, aqui, trazer as principais posições 
sobre o assunto, na tentativa de ter uma imagem mais clara do problema, bem 
como de suas possíveis soluções. 
Para saber um pouco mais sobre o assunto, acesse aqui os Relatórios Globais 
sobre Desenvolvimento Humano: 
http://www.pnud.org.br/HDR/Relatorios-Desenvolvimento-Humano-
Globais.aspx?indiceAccordion=2&li=li_RDHGlobais 
Conheça também os Relatórios de Desenvolvimento Humano do Brasil. Acesse: 
http://www.pnud.org.br/HDR/Relatorios-Desenvolvimento-Humano-
Brasil.aspx?indiceAccordion=2&li=li_RDHBrasil 
 
Tema 1: Brasil 
Nosso estudo se inicia com a posição do Brasil a respeito do assunto. A 
preocupação brasileira com o desenvolvimento é bastante antiga. Desde a 
época da colonização, desenvolver o Brasil foi motivo de discussões, uma vez 
que o pacto colonial impedia políticas desenvolvimentistas, garantindo que a 
colônia permanecesse dependente da metrópole. 
http://www.pnud.org.br/HDR/Relatorios-Desenvolvimento-Humano-Globais.aspx?indiceAccordion=2&li=li_RDHGlobais
http://www.pnud.org.br/HDR/Relatorios-Desenvolvimento-Humano-Globais.aspx?indiceAccordion=2&li=li_RDHGlobais
http://www.pnud.org.br/HDR/Relatorios-Desenvolvimento-Humano-Brasil.aspx?indiceAccordion=2&li=li_RDHBrasil
http://www.pnud.org.br/HDR/Relatorios-Desenvolvimento-Humano-Brasil.aspx?indiceAccordion=2&li=li_RDHBrasil
 
 
Caso tenha interesse, saiba mais sobre como funcionou o pacto colonial entre 
Brasil e Portugal: 
http://www.estudopratico.com.br/pacto-colonial/ 
 
Após a independência, governos sucessivamente deram mais ênfase ao tema. 
A diferença no tratamento desses temas se deu, principalmente, em relação ao 
maior ou menor intervencionismo estatal na economia. Vamos, aqui, detalhar 
esse processo historicamente, iniciando com a presidência de Fernando Collor 
de Mello, passando por Itamar Francoe Fernando Henrique Cardoso até chegar 
a Luiz Inácio Lula da Silva. 
O governo de Fernando Collor de Mello, como já destacado anteriormente, 
assumiu contornos predominantemente neoliberais, tanto interna como 
externamente. O novo governante, primeiro diretamente eleito após a 
redemocratização do país, trouxe um discurso de estabilização econômica, 
modernização do Estado e da economia. Com a ideia do Estado mínimo, houve 
grande redução dos recursos financeiros para políticas sociais, o que afetou 
setores importantes para o desenvolvimento, como saúde e educação. Desse 
modo, o período foi marcado pela redução dos programas sociais e pela 
corrupção nos que permaneceram. 
O descaso com o desenvolvimento também afetou a política externa, que 
priorizou a abertura econômica e a aproximação com os países desenvolvidos, 
especialmente EUA, Japão e Europa. 
Assim, o modelo nacional-desenvolvimentista que predominava até então estava 
sendo substituído por um Estado mais liberal. 
O governo de Itamar Franco busca, logo no início, reverter a imagem negativa 
do governo anterior, adotando políticas desenvolvimentistas. A contraposição a 
Collor também se reflete no âmbito externo, em que as políticas neoliberais dão 
lugar à priorização do desenvolvimento nacional. 
http://www.estudopratico.com.br/pacto-colonial/
 
 
Fernando Henrique Cardoso se elege como sucessor de Itamar Franco, tendo 
como uma de suas principais conquistas a estabilização econômica com o Plano 
Real, implementado quando era seu Ministro da Fazenda. Com enfoque mais 
liberal que Itamar Franco, FHC incentivou a participação da iniciativa privada e 
de ONGs nos programas sociais, defendendo um Estado mínimo. A política 
externa do período, ao seu turno, esteve mais voltada para outros temas, como 
a defesa da democracia, a abertura ao exterior e a estabilidade econômica. 
Desse modo, o discurso do desenvolvimento deixa de ser prioridade da política 
externa brasileira do período, afastando os temas sociais para um segundo 
plano. 
No governo de Lula, percebe-se uma retomada na priorização das políticas 
sociais no país, priorizando, portanto, o desenvolvimento. Para encerrarmos 
essa seção, cabem algumas análises a respeito do desenvolvimento por parte 
do Brasil nos últimos quatro governos e seus reflexos internacionais. 
Acompanhe! 
 Collor: nota-se descaso com o assunto, tanto no plano interno como 
externo 
 Itamar: implementa um número maior de políticas sociais e retoma o 
discurso desenvolvimentista do passado na política externa 
 FHC: apesar de não abandonar o desenvolvimento, defende políticas 
neoliberais no campo internacional 
 Lula: consegue conciliar políticas públicas desenvolvimentistas com uma 
política externa que valoriza os temas sociais 
Para que uma padronização seja possível, adota-se como base os relatórios do 
PNUD de 2015 sobre o desenvolvimento humano: 
http://hdr.undp.org/en/countries/profiles 
 
http://hdr.undp.org/en/countries/profiles
 
 
O referido relatório leva em conta três indicadores para mensurar o IDH: 
1. Uma vida longa e saudável – correlaciona-se com a expectativa de vida 
ao nascer 
2. Acesso ao conhecimento – relaciona-se com os anos de educação da 
população adulta; esse fator é composto por dois indicadores: i. 
expectativa de anos escolaridade; ii. principais anos de escolaridade, que 
diz respeito à escolaridade da população acima de 25 anos. 
3. Padrão de vida decente – é medido pelo PNB per capita. De acordo com 
o relatório de 2015, entre 1980 e 2014, o Brasil melhorou muito o seu IDH, 
sendo, hoje, considerado um país de alto índice de desenvolvimento. 
IDH 
Decompondo entre os três fatores que compõem o IDH, o indicador que mais 
melhorou foi a expectativa de vida, que, inclusive, superou o PNB per capita, que 
se manteve mais ou menos estável durante o período, tendo pequena melhora. 
A educação manteve-se como o pior dos indicadores, porém sofreu uma 
expectativa melhora. 
A partir de 2014, um novo índice foi criado: o Índice de Desenvolvimento de 
Gênero (IDG). Nesse caso, o Brasil possui altos índices, em pé de igualdade 
com a Colômbia e superando o México e a América Latina e Caribe. Tal índice 
comporta três dimensões: 
 Saúde reprodutiva – é medida pela mortalidade materna e taxas de 
partos de adolescentes 
 Empoderamento – refere-se aos assentos parlamentares ocupados por 
mulheres, bem como registro escolar de educação secundária e superior 
de homens e mulheres 
 Atividade econômica – tem relação com a participação no mercado de 
trabalho 
 
 
De acordo com o PNUD, esse índice pode ser interpretado como a perda para o 
desenvolvimento causada pela desigualdade entre homens e mulheres. 
Relatório de 2015 do PNUD aponta que o Brasil está pior colocado que Colômbia 
e México nesse quesito, tendo um índice inferior à média latino-americana. 
O Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), criado em 2010, é utilizado para 
medir a pobreza em três dimensões: Educação, Saúde e Padrão de vida. Com 
isso, foi criada uma pontuação de privação: caso se atinja 33,3% ou mais da 
pontuação máxima, o país é considerado pobre; entre 20 e 33,3% se é 
considerado próximo de ser multidmensionalmente pobres; se é igual ou maior 
que 50%, o país pode ser considerado severamente pobre. Segundo as Nações 
Unidas, “O IPM é um indicador complementar de acompanhamento do 
desenvolvimento humano e tem como objetivo acompanhar a pobreza que vai 
além da pobreza de renda, medida pelo percentual da população que vive abaixo 
de PPP US$1,25 por dia. Ela mostra que a pobreza de renda relata apenas uma 
parte da história”. 
Se somente o IDH fosse considerado, hoje, o Brasil poderia ser considerado uma 
nação desenvolvida. Apesar disso, a desigualdade ainda é muito grande no país 
e outros índices demonstram que temos um longo caminho ainda a percorrer. 
Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo da professora Caroline 
tratando deste tema que estamos estudando e conheça mais sobre o assunto. 
 
 
 
 
 
 
Tema 2: EUA 
Os EUA, como um dos países mais ricos do sistema internacional, colaboram 
para diversas ações desenvolvimentistas no mundo. Apesar disso, o Estado 
também possui problemas internos, derivados especialmente de sua densidade 
populacional e relativa desigualdade social e regional. Desse modo, se por um 
lado o país estabelece ações de cooperação com os países em 
desenvolvimento, por outro é visto como vilão, diante de políticas unilaterais 
egoístas que perpetuam a dependência e retardam o desenvolvimento do resto 
do mundo. 
O alto desenvolvimento dos EUA faz com que o país assuma a liderança dos 
países ricos no sistema internacional. Quando o assunto é desenvolvimento 
econômico, os estadunidenses defendem políticas que acabam sendo bastante 
diferentes das defendidas pelos países emergentes. As principais instituições 
financeiras internacionais, FMI e Banco Mundial, acabam sendo controladas 
pelos países ricos, pois são os seus maiores contribuintes. Desse modo, os EUA 
são acusados de imporem condições muito duras para que os demais países 
consigam empréstimos junto a essas instituições. 
Tais regras ficaram conhecidas como Consenso de Washington (sede dessas 
instituições e capital dos EUA), impondo condições com políticas liberais, 
abertura financeira e comercial (econômica), alta dos juros, corte de gastos, 
privatizações, Estado mínimo, entre outras. Os países emergentes, liderados 
pelos BRICS, têm defendido políticas desenvolvimentistas contrárias, como: 
 Protecionismo em algumas áreas 
 Baixa dos juros 
 Gastos sociais 
 Propriedade do estado em bens essenciais 
 Welfare State 
 
 
 
Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo da professora Caroline 
tratando deste tema que estamos estudando e conheça mais. 
 
 
Tema 3: Europa 
O estudo do papel da Europa no desenvolvimento globalpassa também pela 
análise da posição da União Europeia e de seus principais membros. Desse 
modo, parte-se do entendimento da visão da Alemanha, França e do Reino 
Unido, para depois construir uma imagem da atuação do bloco em relação ao 
tema proposto. A Alemanha, além de contar com a maior economia e população 
da UE, também possui IDH bastante elevado. Os relatórios passados apontam 
um contínuo aumento do IDH alemão desde 1980. Em saúde e educação, as 
melhoras têm sido crescentes. Já em relação ao PNB per capita, após o ápice, 
em 2012, houve queda nos anos seguintes, impedindo o aumento do IDH. 
Em comparação com as outras duas maiores economias da UE, a Alemanha 
está em melhor situação, possuindo IDH acima da França e do Reino Unido, 
especialmente por conta de um elevado PNB per capita. O índice de 
desigualdade alemão também é o menor entre os três países. Além disso, está 
em melhor situação que a média da OCDE e dos países com IDH muito elevado. 
Entretanto, tem menores índices que França e Reino Unido no desenvolvimento 
das mulheres, porém melhores que OCDE e países com IDH muito elevado. 
Com relação aos indicadores trabalhistas, a Alemanha possui, em geral, índices 
melhores que a média da OCDE e dos países com IDH muito elevado. Exemplos 
disso são: 
 
 
 Baixo emprego na agricultura 
 Baixo desemprego total, de longa duração e de jovens 
 Alta produtividade 
 Baixa taxa de trabalhadores domésticos 
 Alta taxa de recipientes de seguro desemprego, de aposentadoria, de 
usuários de internet e telefone celular 
Apesar disso, não apresenta bons números em quesitos como emprego no setor 
de serviços, empregados com Ensino Superior e licença maternidade. A França, 
por sua vez, possui índices um pouco abaixo em relação aos da Alemanha. A 
expectativa de vida tem sido o melhor indicador e também o que mais melhorou 
entre 1990 e 2014. A educação, apesar de ter melhorado bastante, ainda é o 
mais problemático dos componentes do IDH. O IDH francês é menor que a média 
dos países com IDH muito elevado, porém maior que a média da OCDE. 
A expectativa de vida francesa é maior que a de países como Alemanha e Reino 
Unido, porém, em termos educacionais e de renda per capita, não tem 
desempenho tão bom. Acaba ficando para trás em todos os quesitos, inclusive 
em relação à média dos países com IDH muito elevado e da OCDE, exceto o 
PIB per capita em relação aos últimos. Já o coeficiente de desigualdade é maior 
que o britânico e o alemão, porém menor que a média da OCDE e dos países 
com IDH muito elevado. A desigualdade de renda francesa, por sua vez, é a 
menor entre todos os países citados. O Índice de Desenvolvimento de Gênero 
também é apontando como o melhor deles. 
Por fim, em relação aos indicadores trabalhistas, a França possui melhores 
números que a média dos países com IDH muito elevado e da OCDE, em vários 
quesitos. Exemplos disso são: 
 Baixa ocupação na agricultura 
 Alta nos serviços 
 População com educação terciária 
 Poucos trabalhadores informais 
 
 
 Alta produtividade 
 Alta taxa de recipientes de seguro desemprego e aposentadoria 
 Alta taxa de usuários de internet 
O relatório de 2015 colocou o Reino Unido em boa posição no ranking, entre os 
países com IDH muito elevado. Entre 1980 e 2014, o IDH britânico sofreu 
evolução praticamente constante. O melhor dos índices sempre foi a expectativa 
de vida. Educação, por outro lado, era o pior dos indicadores e sofreu evolução 
considerável. O PNB per capita manteve-se como fator intermediário. Em 
comparação com a Finlândia e a Áustria, o IDH britânico ultrapassou esses dois 
países na década de 1990, estando hoje em melhor situação. 
A situação das mulheres chama a atenção no Reino Unido, especialmente se 
comparada a França e Alemanha, pois possui o menor número de mulheres 
parlamentares e a maior taxa de partos de adolescentes, com números piores 
que a média da OCDE e dos países com IDH muito elevado. Por outro lado, 
possui o maior número de mulheres com Ensino Superior completo e no mercado 
de trabalho. Com relação aos dados trabalhistas, possui, em geral, números 
melhores que a média da OCDE e dos países com IDH muito elevado. Exemplos 
disso são: 
 Baixa empregabilidade na agricultura e alta nos serviços 
 Alta taxa de trabalhadores com ensino superior 
 Poucos trabalhadores informais 
 Pouco desemprego total e de longo prazo 
 Alta produtividade 
 Recipientes de seguro desemprego 
 Licença maternidade paga 
 Alta taxa de aposentados 
 Usuários de internet e telefone celular 
 
 
 
 
 
Indicadores de IDH de 2014 europeus comparados. 
 
Fonte: adaptado de <http://hdr.undp.org/en/countries/profiles>. 
Os europeus, apesar de, juntamente com os EUA, controlarem as instituições 
financeiras internacionais, também têm precisado de seus recursos, diante da 
crise que se abateu no continente. Desse modo, se de um lado temos a 
Alemanha, que se alinha aos EUA com suas políticas de austeridade nos termos 
do Consenso de Washington, de outro temos países como a Grécia, que 
discordam disso. 
Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo da professora Caroline 
tratando deste tema que estamos estudando e conheça mais. 
 
Tema 4: BRICS 
Os países do agrupamento BRICS têm como característica comum o fato de 
serem grandes países emergentes, representativos de sua região que, por 
serem países intermediários, tanto recebem como fornecem ajuda internacional 
para o desenvolvimento. Além disso, são líderes da cooperação Sul-Sul, bem 
como tendem a ser os mais preocupados com o desenvolvimento, dos países 
aqui estudados, por se identificarem como emergentes. 
http://hdr.undp.org/en/countries/profiles
 
 
Como o Brasil já foi estudado no primeiro tema, agora foca-se nas posições da 
Rússia, Índia, China e África do Sul. 
A Federação Russa ocupa lugar no ranking do PNUD entre as nações de IDH 
elevado. Apesar de ter sofrido queda na década de 1990, os indicadores russos 
já superaram os números de 1980, permanecendo o PNB per capita o melhor 
dos indicadores. A maior melhora de 1980 a 2014, porém, ficou por conta da 
educação. A expectativa de vida, que sofreu quedas sucessivas em toda a 
década de 1990, vem melhorando desde os anos 2000. Em comparação com 
Sérvia e Ucrânia, os três países sofreram revés no relatório de 1995, mas a 
Rússia continua liderando o ranking do IDH. Também supera o IDH do 
Casaquistão, dos países da Europa e Ásia Central, além da média dos países 
com alto IDH. 
O quesito que mais contribui para o êxito russo é o PNB per capita. Ao mesmo 
tempo, a desigualdade de renda é bastante elevada na Rússia, havendo maior 
equilíbrio em relação à educação e expectativa de vida. A desigualdade de 
gênero é bastante parecida nesses países, não havendo grandes diferenças a 
serem destacadas. Por fim, em relação aos indicadores trabalhistas, a Rússia 
apresenta-se mais bem colocada na maior parte deles em relação aos países 
com IDH elevado e da região (Europa e Ásia Central). Exemplo disso são: 
 Baixa taxa de trabalhadores agrícolas 
 Alta nos serviços 
 Poucos trabalhadores informais 
 Baixa taxa de jovens desempregados 
 Alta taxa de recipientes de seguro desemprego e aposentadoria 
 Muitos usuários de internet e telefone celular 
A Índia por sua vez, tem sérios problemas de desenvolvimento. A expectativa de 
vida dos indianos ainda deixa a desejar, mas, de 1980 a 2014, vem ajudando a 
melhorar o IDH. 
 
 
O PNB per capita não influencia tanto, no caso da Índia, e a educação, apesar 
de ter melhorado, ainda se apresenta como o pior dos quesitos. Em comparação 
com os vizinhos Paquistão e Bangladesh, a Índia ainda apresenta IDH superior, 
especialmente por conta da educação e do PNB per capita. A desigualdade de 
gênero afeta negativamente o país em relação à região, principalmente em 
indicadores como alta mortalidade materna e poucasmulheres parlamentares, 
com números piores que Paquistão, Bangladesh, a média do sul da Ásia e das 
nações com IDH médio. 
Por fim, em relação aos indicadores trabalhistas, a Índia também não apresenta 
bons indicadores, especialmente se comparada a Paquistão e Bangladesh, a 
média do sul da Ásia e dos países com IDH médio. Isso ocorre em quesitos como 
alta participação dos trabalhadores na agricultura, baixa nos serviços, muitos 
trabalhadores informais, pobres trabalhando, poucos recebendo seguro-
desemprego, poucos dias de licença-maternidade e poucos usuários de celular. 
Por outro lado, tem bons números como baixa taxa de desemprego total e de 
jovens. 
A China, por sua vez, está colocada entre as nações com IDH elevado. Entre 
1980 e 2014, os componentes do IDH chinês sofreram evolução, porém com 
certa desigualdade. O PNB per capita foi o que mais evoluiu, porém ainda está 
atrás da expectativa de vida. A educação, apesar de ter melhorado, ficou para 
trás e, hoje, é o pior dos indicadores. Em comparação com Vietnã e Indonésia, 
a China ultrapassou o IDH de ambos entre 1980 e 2014, superando o Vietnã na 
década de 1980 e a Indonésia nos anos 2000. 
Em 2014, os chineses tiveram melhor expectativa de vida em relação à 
Indonésia, à média do Leste Asiático e Pacífico e dos países com IDH elevado, 
empatados com o Vietnã. O PNB per capita também é relativamente elevado, 
porém perdendo para a média das nações com IDH elevado. Já em relação à 
desigualdade de gênero, possui números, em geral, melhores que os países 
mencionados, especialmente à mortalidade materna e adolescentes grávidas. 
 
 
Por fim, com relação aos indicadores trabalhistas, apresenta números 
relativamente bons, quando disponíveis, especialmente em relação ao 
desemprego total, recipientes de seguro desemprego e aposentadoria, em uma 
comparação realizada com a região do Leste Asiático e Pacífico, países em 
desenvolvimento e com IDH elevado. 
Na África do Sul, por sua vez, no período de 1990 a 2014, o IDH do país sofreu 
evolução, impulsionada especialmente pela melhora nos indicadores relativos à 
educação, que ainda perde para o PNB per capita. A expectativa de vida, por 
sua vez, sofreu forte queda até 2005 e vem se recuperando desde então, mas 
não chegou aos níveis de 1990. Em comparação com o Gabão e as Ilhas 
Maurício, que estavam praticamente no mesmo nível de IDH em 1990, a África 
do Sul foi ultrapassada e, hoje, possui índice menor. Já em comparação com 
Congo e Namíbia, os sul-africanos estão em vantagem no IDH, especialmente 
por conta de fatores como educação e PNB per capita, superando inclusive os 
países da região (África sub-saariana) e de IDH médio. 
Em compensação, perde para todos esses países em expectativa de vida. Com 
relação à desigualdade, possui números que se aproximam dos demais, levando 
vantagem em educação. Já em questões de gênero, leva vantagem em algumas 
questões, principalmente no número de parlamentares mulheres, maior que 
todos os demais. 
Por fim, em relação aos indicadores trabalhistas, a África do Sul possui números, 
em geral, melhores que os regionais (África sub-saariana), dos países com IDH 
médio e em desenvolvimento, como baixa empregabilidade na agricultura, alta 
nos serviços, poucos trabalhadores informais, poucos pobres trabalhando, alta 
taxa de recipientes de seguro desemprego e aposentadoria, muitos dias de 
licença maternidade, usuários de internet e telefone celular. Apesar disso, 
apresenta números relativamente negativos em relação ao desemprego, tanto 
total como entre os jovens. 
 
 
 
Comparativa do IDH dos BRICS para 2014. 
 
Fonte: adaptado de <http://hdr.undp.org/en/countries/profiles>. 
Com o estudo dos BRICS, constatam-se características comuns desses países 
em relação ao desenvolvimento mundial. Apesar de terem índices de 
desenvolvimento diferentes, todos as nações do grupo são fornecedores e 
receptores de ajuda internacional, liderando os esforços mundiais na cooperação 
Sul-Sul. A criação do Banco dos BRICS parece ser a ação mais contundente do 
grupo para enfrentar a posição dos países ricos em relação ao desenvolvimento 
global, rejeitando as políticas de austeridade do FMI e Banco Mundial, principais 
organizações financeiras internacionais. 
Assista ao vídeo da professora Caroline tratando deste tema que estamos 
estudando e conheça mais. 
 
Tema 5: Japão 
O Japão é considerado uma das maiores economias do mundo, membro do G-
7 e o segundo maior contribuinte da ONU. Apesar disso, não está tão bem 
colocado em relação ao IDH, embora encontre-se entre os países com IDH muito 
elevado. 
 
 
A expectativa de vida do Japão é o componente que mais eleva o índice, e sofreu 
substancial evolução ao longo do período 1980-2014. O PNB per capita foi o que 
menos cresceu no intervalo de tempo. Para compensar, a educação sofreu forte 
aumento, influenciando bastante o IDH, apesar de permanecer como o pior dos 
quesitos japoneses. Em comparação com Dinamarca e Islândia, em 1980, o 
Japão tinha IDH maior que os dois países, sendo ultrapassado por ambos na 
década de 1990. 
Outros países com os quais o Japão é comparado são EUA e Coreia do Sul, 8º 
e 17º no ranking do IDH, respectivamente. Apesar de estarem atrás no ranking, 
os japoneses se destacam pela expectativa de vida em relação a esses países, 
superando também a média da OCDE e das nações com IDH muito elevado. Por 
outro lado, eEducação é a área em que o Japão possui os piores índices 
comparativos. O relatório do PNUD de 2015 também constata que a 
desigualdade social no Japão é bastante baixa, menor que os dois países citados 
e que a média da OCDE, porém superando por pouco as nações com IDH muito 
elevado. 
Mais uma vez, a educação é o problema, onde a desigualdade é mais acentuada 
e superior a todos os números comparados. Em compensação, o Japão é o 
menos desigual em expectativa de vida e renda. Com relação à desigualdade de 
gênero, o Japão coloca-se na média dos países comparados, destacando-se 
pela baixa mortalidade materna. Por outro lado, possui o menor número de 
mulheres parlamentares. Por fim, em relação aos indicadores trabalhistas, o 
Japão apresenta: 
 Bons números de trabalhadores com Ensino Superior completo 
 Poucos trabalhadores informais 
 Baixo desemprego total, de longo prazo e entre jovens 
 Poucos jovens sem escola e trabalho simultaneamente 
 Alta produtividade dos trabalhadores 
 Poucos trabalhadores domésticos 
 
 
 Muito usuários de internet e telefone celular 
Por outro lado, apresenta os piores números em relação a seguro desemprego, 
aposentadoria e licença maternidade, se comparado à média dos países da 
OCDE e com IDH muito elevado. 
IDH do Japão de 2014 e comparação. 
 
Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo da professora Caroline 
tratando deste tema que estamos estudando e conheça mais. 
 
TROCANDO IDEIAS 
Debata com seus colegas sobre as três variáveis componentes do IDH com base 
no site do PNUD: 
http://www.pnud.org.br/IDH/IDH.aspx?indiceAccordion=0&li=li_IDH 
 
http://www.pnud.org.br/IDH/IDH.aspx?indiceAccordion=0&li=li_IDH
 
 
NA PRÁTICA 
A reflexão prática desta aula é simularmos a preparação para uma Conferência 
Internacional para a reforma do FMI e do Banco Mundial. Para tanto, deve-se 
seguir estes dois passos: 
1. Escolha um país para representar na simulação 
2. Escreva um documento de uma página e posicione-se esclarecendo a 
posição do seu país (pode ser na forma de discurso) 
Você pode obter mais informações sobre como elaborar um Documento de 
Posição Oficial (DPO), acessando o site a seguir: 
https://14minionuacnur2020.wordpress.com/2013/09/15/documento-de-
posicao-oficial-dpo-como-fazer-pra-que/ 
De forma geral, atente para estes pontos na execução da atividade prática: 
 Escolha, de preferência, um país estudado em aula 
 Resuma o que foi estudado sobre esse país; 
 Pesquisemais sobre o tema, especialmente a reforma já realizada e suas 
limitações 
 Pesquise a posição desse país em sites governamentais, especialmente 
ministério de relações exteriores (ex.: <www.mre.gov.br>, no caso do 
brasil) 
 Redija um DPO do país escolhido a respeito da reforma do FMI e banco 
mundial 
 
SÍNTESE 
Nesta aula, pretendeu-se estudar o tema do desenvolvimento por meio da 
posição das principais potências do sistema internacional. Apesar de consensos, 
também há discordâncias. 
https://14minionuacnur2020.wordpress.com/2013/09/15/documento-de-posicao-oficial-dpo-como-fazer-pra-que/
https://14minionuacnur2020.wordpress.com/2013/09/15/documento-de-posicao-oficial-dpo-como-fazer-pra-que/
 
 
Uma das clivagens observadas foi entre os países desenvolvidos e os países em 
desenvolvimento. De um lado, observou-se a dominação das instituições 
financeiras internacionais por parte dos países desenvolvidos. De outro, 
observou-se a criação dos BRICS como forma de enfrentar esse domínio e as 
políticas impostas pelo chamado Consenso de Washington. 
Acesse a versão online da aula e assista à fala final da professora Caroline. 
 
 
Referências 
ALMEIDA, Paulo Roberto de. Uma política externa engajada: a diplomacia do 
governo Lula. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 47, n. 1, p. 162-
184. Jun. 2004. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
73292004000100008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 12 dez. 2015. 
ALVES, Giovanni. A crise europeia e o “moinho satânico” do capitalismo 
global. Economia, v. 9, p. 06, 2011. 
BATISTA, Paulo Nogueira. O consenso de Washington. A visão neoliberal dos, 
1994. 
CASARÕES, Guilherme Stolle Paixão e. O tempo é o senhor da razão? a 
política externa do governo Collor, vinte anos depois. 2014. Tese (Doutorado em 
Ciência Política). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 
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<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-13052015-113251/>. 
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CERVO, Amado Luiz. Relações internacionais do Brasil: um balanço da era 
Cardoso. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 45, n. 1, p. 5-35, 2002. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-
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DE LIMA, Maria R. S. Na trilha de uma política externa afirmativa. p. 94-100. 
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<http://www.socialwatch.org/sites/default/files/pdf/en/panorbrasileirog2003_bra.
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DE OLIVEIRA, Henrique A. Japão como País Normal e Ator Internacional. 
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DE OLIVEIRA, Henrique A. Política externa brasileira. Saraiva, 2005. 
MOREIRA JR., Hermes; FIGUEIRA, Mauro S. O Banco dos BRICS e os 
cenários de recomposição da ordem internacional. Boletim Meridiano 47, v. 
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PECEQUILO, Cristina S. A política externa do Brasil no século XXI: os eixos 
combinados de cooperação horizontal e vertical. Revista Brasileira de Política 
Internacional. Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, v. 51, n. 2, p. 136-
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PINHEIRO, Letícia. Traídos pelo desejo: um ensaio sobre a teoria e a prática 
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TEIXEIRA, Rodrigo A.; PINTO, Eduardo C. A economia política dos governos 
FHC, Lula e Dilma: dominância financeira, bloco no poder e desenvolvimento 
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VASCONCELOS, Francisco de A. G. de. Combate à fome no Brasil: uma 
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Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v18n4/25843.pdf>. Acesso em: 18 
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VIGEVANI, Tullo; CEPALUNI, Gabriel. A política externa de Lula da Silva: a 
estratégia da autonomia pela diversificação. Contexto internacional, v. 29, n. 2, 
p. 273-335, 2007. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/cint/v29n2/v29n2a02.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2016. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
Relações Internacionais 
Temas da Agenda Internacional e do Brasil 
 
 
 
 
 
 
Desenvolvimento 
Aula 3 
 
 
 
Prof. Caroline Cordeiro Viana e Silva 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa inicial 
Olá! Seja bem-vindo à disciplina de Temas da Agenda Internacional e do 
Brasil. Vamos dar início à nossa terceira aula? O tema a ser estudado hoje – a 
segurança internacional –, será analisado com foco na posição das principais 
potências do sistema internacional. Começando pela perspectiva do Brasil, 
passa-se ao estudo dos EUA, principal polo das relações internacionais. Em 
seguida, foca-se na visão da União Europeia (UE), moldada em grande medida 
pela Alemanha, França, Reino Unido e Itália. Em uma etapa seguinte, os 
parceiros do Brasil nos BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul) são 
abordados. O Japão aparece como último país estudado. Desse modo, 
pretende-se cobrir a maior parte dos Estados que lideram a formulação da 
política internacional, envolvendo tanto países desenvolvidos como nações em 
desenvolvimento. 
 
No vídeo que está disponível no material on-line, a professora Caroline 
fala mais sobre o que será estudado na aula de hoje. 
Contextualizando 
O atual regime de segurança global foi moldado majoritariamente pelo 
último conflito internacional de grandes proporções: a Segunda Guerra Mundial. 
Por tal motivo, beneficiou os vencedores do referido embate. 
Atualmente, mais de 70 anos após esse marco das relações 
internacionais, as regras de segurança internacional permanecem, embora 
pareçam em parte anacrônicas, uma vez que a realidade mundial passou por 
várias transformações. Por isso, passamos ao estudo das referidas regras, com 
foco nas armas nucleares e no desarmamento, apontando a posição das 
principais potências internacionais a respeito do tema. 
Com base no Tratado de Não-Proliferação Nuclear, amplamente 
reconhecido como um dos principais pilares do regime internacional de 
segurança, os únicos países autorizados pelo tratado a possuir armas nucleares 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
no mundo são EUA, Rússia, Reino Unido, França e China. No entanto, na 
realidade, outros países também as possuem. 
Figura 1 – Mapa com as armas nucleares no mundo 
 
Fonte: Geografando. Disponível em: <http://f1colombo-
geografando.blogspot.com.au/2013/03/tratado-de-nao-proliferacao-de-
armas_22.html > Acesso em 03/05/2016. 
Desse modo, esses países podem ser considerados os países mais importantes 
do mundo na área de segurança internacional. Veja aqui uma lista atualizada 
dos países que possuem ogivas nucleares: 
 
http://f1colombo-geografando.blogspot.com.au/2013/03/tratado-de-nao-proliferacao-de-armas_22.html
http://f1colombo-geografando.blogspot.com.au/2013/03/tratado-de-nao-proliferacao-de-armas_22.html
http://f1colombo-geografando.blogspot.com.au/2013/03/tratado-de-nao-proliferacao-de-armas_22.html
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
Brasil 
Nosso estudo se inicia com a posição do Brasil a respeito do assunto. A 
presente seção pretende detalhar esse processo historicamente, iniciando com 
a presidência de Fernando Collor de Mello, passando por Itamar Franco e 
Fernando Henrique Cardoso até chegar a Luiz Inácio Lula da Silva. 
O governo de Fernando Collor de Mello, primeiro civil eleito após o regime 
militar, deu seguimento ao processo de desmilitarização do país. Segundo 
Jesus, nessa época, o presidente

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