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Auditoria 2

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Tema 01 
Aspectos Conceituais de Auditoria 
 
 
 
 
 
CONVITEÀLEITURA 
 
Neste tema você tomará conhecimento dos principais aspectos relacionados as atividades de auditoria, a origem 
da auditoria, seu conceito, seu objetivo, os requisitos para ser auditor, órgãos reguladores da profissão de auditoria no 
Brasil, tipos de auditoria, obrigatoriedade do uso da auditoria. Uma vez que você tomou conhecimento dos primeiros 
aspectos da auditoria, poderemos identificar as empresas que, por força de lei ou por realizarem atividades reguladas 
pelo governo ou por alguma agência, estão sujeitas à auditoria independente de suas atividades e das demonstrações 
contábeis. Assim, ao final deste tema você será capaz de conceituar auditoria, relacionar os requisitos para ser um au- 
ditor independente, elencar quais órgãos regulam a profissão de auditoria e quais empresas são obrigadas a realizar 
auditoria externa. 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
Aspectos Conceituais de Auditoria 
 
1. Origem e Evolução da Auditoria 
 
Para iniciar este estudo você deve tentar responder uma pergunta que, apesar de simples, pode causar confusão 
na grande maioria das pessoas: o que é auditoria? Busque nos seus conhecimentos e faça mentalmente uma descrição 
da origem e da evolução histórica dessa atividade. 
Você pode associar o surgimento da auditoria com a contabilidade e assim, retornar muito nas brumas do passado. Para 
o pesquisador brasileiro Sá (2010, p. 21), se tem notícias de que vestígios de auditoria foram encontrados na antiga 
Suméria, por volta do ano de 4.500 antes de cristo (a.C.). 
A pratica da auditoria atual, possivelmente, provém do final do século XVIII como ferramenta de controle da forte expansão 
econômica advinda da Revolução Industrial, a prática moderna da auditoria aponta que sua evolução se deu para 
atender necessidades decorrentes da evolução do sistema industrial e comercial, principalmente na Inglaterra onde este 
5 
 
 
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
fenômeno teve seu ápice. Decorre desse fator uma forte influência da escola britânica na economia e na prática contábil 
dos países por ela colonizados, inclusive os Estados Unidos da América (EUA). 
 
Segundo O’Reilly et al. (1990) apud Yoshitake (2009, p. 9), na Grã-Bretanha existiam dois tipos de auditoria: a) auditoria 
de cidades; b) auditoria de vilas. Sendo que em ambas auditorias um funcionário do governo local lia publicamente as 
contas para o enviado do rei, esses auditores anotavam as contas com frases como: “ouvida pelos auditores abaixo- 
assinados”. 
De acordo com Lins (2014), a palavra auditoria origina-se do latim audire, que significa ouvir, como podemos perceber 
na forma como os britânicos faziam. 
Se no início eram os detentores do poder que queriam saber de suas posses, dos reis sumérios, 4.500 a.C., passando 
pelos egípcios, 4.000 a.C., pelos chineses, 1.900 a.C., pelos babilônicos, 1.800 a.C., até os romanos, 1.400 d.C. Neste 
grande período, aproximadamente de 4.500 a.C. até 1.400 d.C., era um controle somente do crescimento do patrimônio, 
hoje temos um controle das contabilidades das empresas na busca de uma segurança maior para os investidores. 
Temos nos grandes descobrimentos, como por exemplo as américas, no século XV, em que as viagens que foram 
financiadas por reinos, igreja católica e terceiros, tais como pelos reinos de Portugal, Espanha e depois da Grã-Bretanha, 
e pela igreja católica e a classe burguesa, temos notícias que 1.602 foi fundada a primeira Sociedade por Ações com 
autofinanciamento das arriscadas, que se chamava Companhia Holandesas das Índias Orientais (COSTA, 2013). Na 
revolução industrial houve as mesmas necessidades de captar recursos financeiros de terceiros. Em outras palavras, para 
grandes investimentos, é necessário dinheiro e, na maioria das vezes, os investidores externos, tais como: agências 
financiadoras, bancos, credores, acionistas, etc., precisam aportar este capital. 
Pense agora que você ou um investidor estão colocando dinheiro num investimento. Como você ou qualquer investidor, 
podem ter certeza que os recursos vão voltar e lógico com os lucros esperados? Podemos afirmar que, com relação a 
geração de lucro não se pode ter certeza, somente existe uma expectativa de retorno em qualquer investimento. 
No entanto, é necessário um mecanismo como a auditoria, para que as prestações de contas sejam confiáveis e 
as informações do negócio sejam julgadas por alguém de fora da empresa, aumentado o grau de confiança dessas 
informações. 
No começo as empresas publicavam suas informações financeiras com base na contabilidade, mas como saber se as 
informações estavam corretas? Os investidores sentiram a necessidade de um controle externo e independente, talvez 
nesse momento tenha surgido a auditoria independente. 
 
4 
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
Para que você tenha uma ideia a respeito desse contexto podemos citar a grande crise de 1929 nos EUA e a criação da Security 
and Exchange Commission (SEC) em 1934 que a profissão de auditor assume importância, já que os EUA assumiram o posto 
de maior economia do mundo, uma vez que as empresas que transacionavam ações na Bolsa de Valores precisavam dar 
maior credibilidade em suas informações e assegurar a validade de suas demonstrações financeiras por meio da opinião 
de auditores. 
2. Conceito de Auditoria 
 
Como todo conceito cada autor de auditoria tem o seu, que traz ênfase diferenciada, porém, quase todos mantem 
uma similaridade entre eles. 
Para nossos estudos iniciais vamos utilizar o conceito trazido pela NBC TA – Estrutura Conceitual: 
 
“Trabalho de asseguração é o trabalho no qual o auditor independente visa obter evidências apropriadas e 
suficientes para expressar sua conclusão, de forma a aumentar o grau de confiança dos usuários previstos sobre 
o resultado da mensuração ou avaliação do objeto, de acordo com os critérios que sejam aplicáveis.”. (CFC, 
2015). 
 
Note que a NBC TA Estrutura Conceitual traz o conceito de trabalho de Asseguração que é o gênero, do qual a auditoria 
é uma espécie. 
Na lição de Yoshitake(2009) a American Accounting Association (AAA), em 1973, definiu auditoria como: 
 
“Auditoria é um processo sistemático de objetivamente obter e avaliar a evidência considerando as afirmações 
a respeito de ações e eventos econômicos para assegurar o grau de correspondência entre aquelas afirmações 
e estabelecidos critérios de comunicação de resultados para os usuários interessados.”. (AAA (1973) apud 
YOSHITAKE, 2009, p. 12). 
 
A International Federation of Accountants (IFAC) entende que a palavra “auditoria” deve transmitir aos usuários de 
demonstrações financeiras uma mensagem de que o auditor “obteve asseguração razoável de que as demonstrações 
financeiras como um todo estão livres de erros relevantes, independentemente do porte, complexidade ou tipo da 
entidade auditada”. (IFAC, 2012). 
Podemos resumir que auditoria é o uso de técnicas apropriadas aplicadas na revisão da contabilidade e das demonstrações 
contábeis que visam aumentar o grau de confiabilidade das informações. 
 
 
5 
 
 
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
3. Objetivos da Auditoria 
 
O objetivo da auditoria está traçado pela NBC TA 200/09 nos seguintes termos: 
 
“O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. 
Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis 
foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro 
aplicável.”. (CFC, 2009, item 3). 
 
Novamente chamamos a atenção do aluno que cada autor pode descrever o objetivo da auditoria de uma forma mais 
abrangente ou mais restritiva, por isso optamos pela descrição da NBC TA 200/09, que é fruto de um documento técnico 
da convergência com a contabilidade internacional. 
4. Requisitos Para Ser Um Auditor Independente 
 
A esta altura vocêdeve estar se perguntando o é um auditor? Como posso ser um auditor? O que se exige para 
ser um auditor? 
 
a) Registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) 
 
A NBC TA 200 utiliza o termo auditor como: “Auditor é usado em referência à pessoa ou pessoas que conduzem a 
auditoria, geralmente o sócio do trabalho ou outros integrantes da equipe do trabalho, ou, como aplicável, à firma.”. 
(CFC, 2009). Podemos verificar que existe uma preocupação de como termo auditor será usado internamente às 
normas. 
Para Perez Junior (2012, p. 2) “Auditor é o profissional que, possuindo competência legal como contador e conhecimentos 
em áreas correlatas à Contabilidade”, emitirá sua opinião a respeito das demonstrações contábeis. 
 
O aluno pode verificar no conceito que se exige competência legal como contador, ou seja, somente bacharéis em 
contabilidade podem se habilitar para ser auditor, conforme inciso I, do ar tigo 3° da Instrução CVM 308/98: “Art. 3°. 
Para fins de registro na categoria de Auditor Independente, pessoa física, deverá o interessado atender às seguintes 
condições: I – Estar registrado em CRC, na categoria de contador. ”. (CVM, 1998). 
Pode–se ler que não basta saber contabilidade ou auditoria, deve ser bacharel em contabilidade, passar pelo exame de 
suficiência e estar inscrito no CRC. Deve ainda comprovar o exercício da pratica de auditoria por cinco anos no mínimo 
e comprovar educação continuada. 
 
6 
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
b) Registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) 
 
Depois de estar registrado no CRC, o contador deve ser aprovado no Exame de Qualificação Técnica, regulado pela 
NBC PA 13(R2), a partir desse momento terá seu registro de forma automática no Cadastro Nacional dos Auditores 
Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a partir da data de publicação do resultado no 
Diário Oficial da União. 
Cumprido estas duas etapas o auditor poderá pleitear seu registro na CVM, Banco Central do Brasil, Conselho Nacional 
de Seguros Privados e outros órgãos específicos. 
5. Órgãos Reguladores da Profissão de Auditor no Brasil 
 
Você já está percebendo que a profissão de auditor é extremamente regulamentada, bem como o seu exercício, 
existe uma norma para quase tudo. Iremos agora elencar de forma rápida quais os principais órgãos que regulamenta 
esta profissão. 
No Brasil, os principais órgãos emissores de atos que regulamentam a profissão do auditor independente são: 
 
• Conselho Federal de Contabilidade (CFC) 
 
O CFC é o órgão máximo que regula o exercício da profissão do contabilista no Brasil, no caso específico da auditoria. 
 
• Comissão de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 
 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos 
das seguintes entidades: Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), Associação dos Analistas e 
Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC NACIONAL), Bolsa de Mercadoria e Futuros e Bolsa de 
Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA), Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Fundação Instituto de Pesquisas 
Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI) e Instituto dos Auditores independentes do Brasil (IBRACON). 
Tendo ainda como entidades convidadas: Banco Central do Brasil (BCB), Confederação Nacional da Industria (CNI), 
CVM, Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), Receita Federal do Brasil (RFB), Superintendência de Seguros 
Privados (SUSEP). 
Por meio da Comissão de Pronunciamentos Contábeis – CPC, expede-se Normas Brasileiras de Contabilidade, Técnica 
de Auditoria (NBC TA). 
 
⁄ 
 
 
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
• Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 
 
Conforme estabelece o art. 1° da Instrução CVM n° 308/1999, o auditor independente, para exercer atividade no âmbito 
do mercado de valores mobiliários, está sujeito ao registro na CVM. 
• Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) 
 
É o órgão de classe dos auditores, trabalha na defesa dos interesses dos auditores e na manutenção da qualidade da 
profissão. 
 
• Banco Central do Brasil (BCB); 
 
Expede normas específicas para auditoria nas instituições financeiras. 
 
• Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) Expede normas específicas para auditoria nas instituições de 
seguros. 
6. Tipos de Auditoria 
 
Basicamente há dois tipos de auditoria realizadas por auditores: auditoria interna e auditoria externa ou independente. 
 
Poderíamos até falar num terceiro tipo que é a auditoria Fiscal, realizada pelos agentes governamentais, mas esta 
atividade está mais no campo fiscalizatório e não no campo administrativo, razão pela qual não a abordaremos. 
 
A principal auditoria é a externa ou independente, que segue os métodos e procedimentos utilizados pela categoria 
profissional, totalmente regulamentada por normas emitidas pelos diversos órgãos contábeis e reguladores da profissão, 
não se afastando da aplicação da legislação de cada país. 
Já a auditoria interna, apesar de seguir os métodos e procedimentos da auditoria externa, tem objetivos distintos, tais 
como, revisar integralmente os registros contábeis, revisar os controles internos. 
 
Enquanto a auditoria externa se preocupa em aumentar o grau de confiança informações, a auditoria interna se preocupa 
com a eficiência, eficácia e segurança das operações internas da empresa. 
A auditoria externa é obrigatória por lei para determinadas empresas e a auditoria interna é facultativa, servindo como 
órgão de apoio a gestão, assegurando que os controles internos estão em funcionamento. 
 
8 
Adaptada de: Barreto e Graeu (2014). 
 
Em ambas as auditorias poderíamos dividir por área, seguimento, atividade, tais como: auditoria das demonstrações 
contábeis, auditoria de controle interno, auditoria operacional, auditoria de cumprimento da legislação ou compliance, 
auditoria de gestão, auditoria de sistema, auditoria tributária e fiscal, auditoria ambiental; ou seja, para qualquer atividade 
da empresa poderíamos realizar um procedimento de auditoria específico. 
9 
PORDENTRODOTEMA 
A auditoria externa ou independente é aquela executada por profissionais ou empresas que não possuem vínculo ou 
subordinação à empresa auditada, emite uma opinião independente sobre a entidade auditada, já a auditoria interna, por 
sua vez, é aquela executada pela própria organização, com empregados próprios ou com terceirizados, podendo até ser 
uma empresa, garante o atendimento dos objetivos institucionais. 
Enquanto os auditores independentes se dedicam ao exame das demonstrações contábeis, por amostragens e por um curto 
período de tempo, os auditores internos realizam um trabalho mais profundo, controlando toda a operação da empresa. 
 
Usaremos uma pequena tabela para resumir essas ideias. 
Tabela 1.1: Diferença entre auditoria interna e auditoria externa 
SO 
Adaptada de: Hoog (2001). 
PORDENTRODOTEMA 
a) Diferença entre Perícia e Auditoria 
 
Você não pode deixar de lado que existe dois ramos que partem da contabilidade que causam confusão nos estudantes 
iniciantes e leigos, que é a perícia e auditoria. De acordo com Hoog (2001) a perícia é a prova elucidativa dos fatos, 
abrange a totalidade dos fatos, analisando com um rigor muito grande a respeito do assunto tratado, repudia a amostragem 
utilizada pela auditoria. 
Já a auditoria é mais uma revisão, verificação, apesar de aumentar a confiabilidade das informações contábeis, tende a 
ser constantemente repetida de tempos em tempos, com menos rigores metodológicos pois utiliza-se da amostragem. 
 
Na tabela abaixo apresentaremos algumas comparações a respeito da perícia e da auditoria. 
Tabela 1.2 - Quadro Comparativo Entre Auditoria E Perícia Contábil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AUDITOR INTERNO AUDITOR EXTERNO 
Relação do a empresa É empregado da empresa ou terceirizado Não possui vínculo empregatício 
Grau de IndependênciaMenor Maior 
Finalidade Comunicar os trabalhos realizados, as 
conclusões e as recomendações a serem 
implementadas 
Emissão de uma opinião sobre a adequação 
das demonstrações contábeis 
Tipos de auditoria Contábil e operacional Contábil 
Público alvo Interno Interno e externo 
Duração Continua Pontual 
Volume de testes Maior Menor 
Quem exerce a atividade Contador registrado no CRC Contador registrado no CRC, CNAI, CVM 
Documento que produz Relatório Relatório 
Onde é realizada Qualquer empresa Qualquer empresa 
Obrigatoriedade Não SIM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P E R Í C I A A U D I T O R I A 
1- Executada somente por pessoa física. 1- Pode ser executada tanto por pessoa física quanto 
por jurídica. 
2- A perícia serve a uma época, questionamento ou 
objeto específico. 
2 – Repete-se no tempo. 
3 – A perícia se prende a uma resposta conclusiva 
ou não, com o objetivo de esclarecer controvérsias. 
3 – Auditoria se prende à asseguração razoável, sobre 
atos e fatos contábeis. 
4 – É restrita aos quesitos e pontos controvertidos, 
determinados pelo condutor judicial. 
4 – Pode ser específica ou não. 
5 – Sua análise é irrestrita e abrangente. 5 – Feita por amostragem. 
6 – Usuários do serviço: As partes e principalmente 
a justiça 
6 – Usuários do serviço: Sócios, investidores, 
administradores 
7 – As normas técnicas são: NBC PP. 7 – As normas técnicas são: NBC TA. 
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
7. Obrigatoriedade da Auditoria 
 
A importância da auditoria nos dias atuais fez com que os órgãos de controle e fiscalização das empresas, 
principalmente aquelas com ações negociadas nas Bolsas de Valores, tivessem que se submeter a auditoria externa. 
No Brasil já com a edição da primeira versão da Lei n° 6.404/76 houve a exigência legal da realização da auditoria, 
nos seguintes termos: Artigo 177, § 3° - As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, 
as normas expedidas pela CVM e serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela 
registrados. (BRASIL, 1976). 
Com o processo de convergência da contabilidade a alteração proporcionada pela Lei nº 11.638/07, incluiu artigo 177 o 
§ 5° - As normas expedidas pela CVM a que se refere o § 3o deste artigo deverão ser elaboradas em consonância com 
os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários. (BRASIL, 1976). 
Você pode perceber que existe a exigência da auditoria, e que seja realizada por auditor independente, registrado na 
CVM, e que faça as ligações necessárias para a regulação da auditoria, da profissão e da inscrição. Sem contar que 
existe a exigência de que devemos seguir os padrões internacionais de contabilidade, as normas de convergência. 
Outro elemento que temos atualmente, se refere a equiparação das empresas de grande porte às sociedades de capital 
fechado. Ou, seja, aquelas empresas que tem ativo total ou superior a R$ 240 milhões, ou receita bruta anual superior 
a R$ 300 milhões, não importando o tipo de organização societária, se S.A. ou Ltda, estão sujeitas as normas da Lei n° 
6.404/76, ou seja, a obrigatoriedade da auditoria externa. 
As entidades de fins filantrópicos também são obrigadas a se submeterem a auditoria externa por força do Decreto n° 
2.536/98, para fins de concessão do Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos. 
As instituições financeiras de modo geral também são obrigadas a realizar auditoria externa por força da Resolução 
n° 2.267/96 do Banco Central do Brasil (BACEN), além dos fundos de investimentos autorizados pelo BACEN e as 
administradoras de consórcios. 
Existe também a exigência pelo Conselho Nacional de Seguros Privados, que por meio da resolução CNSP n° 118/2004 
determina que as sociedades seguradoras, de capitalizações e entidades abertas de previdência complementar tenha 
auditoria externa, inclusive um Comitê de Auditoria. 
Por último temos as empresas submetidas a outros órgãos, tais como: 
 
SS 
 
Sł 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
 
É possível que outras exigências sejam feitas por instituições financeiras, por acionistas, por determinação estatutária ou 
social, ou por qualquer outro contrato particular que a empresa estabeleça, mas nestas hipóteses temos cláusulas particulares. 
Tabela 1.3 – Empresas obrigadas a fazer auditoria externa 
PORDENTRODOTEMA 
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) 
Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) 
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) 
Secretaria de Previdência Complementar (SPC) 
ACOMPANHE NA WEB 
 
 
 
S5 
Questão 3 
 
É uma característica da auditoria interna: 
 
a) manter independência total da empresa. 
 
b) ser sempre executada por profissional liberal. 
 
c) emitir parecer sobre as demonstrações financeiras. 
 
d) revisar integralmente os registros contábeis. 
 
e) existir em todas empresas de capital aberto. 
Questão 2 
 
Quais os passos para se obter o registro de auditor independente no Brasil? 
AGORAÉASUAVEZ 
Instruções: 
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla 
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido. 
Questão 1 
 
Comente a respeito da importância da revisão dos registros contábeis para assegurar o investimento do capital? 
S6 
Questão 5 
 
De acordo com a legislação vigente a auditoria externa é realizada: 
 
a) pelo diretor presidente da empresa auditada. 
 
b) por um (ou mais) funcionários da assessoria da empresa. 
 
c) pelo funcionário responsável pela caixa da empresa. 
 
d) por um (ou mais) diretores executivos da empresa, especialmente designados. 
 
e) por um (ou mais) profissionais independentes, habilitados, especificamente contratados pela empresa para tal. 
AGORAÉASUAVEZ 
Questão 4 
 
O objetivo da auditoria contábil é: 
 
a) a análise do sistema contábil e do sistema de controle interno. 
 
b) a execução do programa de auditoria. 
 
c) emissão de relatório sobre a adequação de parte das demonstrações contábeis. 
 
d) a aplicação das políticas de compliance. 
 
e) é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. 
 
 
 
 
 
 
FINALIZANDO 
 
Neste tema você tomou conhecimento de como a auditoria teve sua origem, os conceitos básicos de auditoria, 
seu objetivo, os requisitos para ser um auditor independente, as principais entidades que regula a profissão do auditor 
no Brasil, os dois tipos principais de auditoria, a diferença básica entre auditoria e perícia e por fim quais empresas são 
obrigadas a se submeter a auditoria externa. 
No próximo tema você tomará conhecimento das principais normas que regula o exercício da atividade de auditoria e suas 
implicações no dia-a-dia do profissional que faz auditoria independente. 
 
 
 
GLOSSÁRIO 
 
Revolução Industrial: foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal 
particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas, que 
proporcionou um avanço no comércio mundial, principalmente, pela Inglaterra. 
Investidores: são as “[...] pessoas físicas ou jurídicas que participam diretamente no mercado, seja comprando ou ven- 
dendo ações, por si próprios, assumindo sozinhos o risco” (PINHEIRO, 2001, p.90), ou seja, são pessoas como eu e 
você ou ainda empresas ou pessoas jurídicas que investem seu capital em empreendimentos de terceiros. 
Bolsa de Valores: As bolsas de valores são sociedades anônimas ou associações civis, com o objetivo de manter local 
ou sistema adequado ao encontro de seus membros e à realização entre eles de transações de compra e venda de tí- 
tulos e valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado por seus membros e pela 
CVM. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa(BRASIL, 2000). 
NBC TA: Sigla de Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Auditoria, onde estão definidas as regulamentações 
da profissão de auditor, fazem parte do processo de convergência da contabilidade. 
Compliance: O termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, 
uma instrução interna, um comando ou um pedido, ou seja, é estar em conformidade com leis e regulamentos externos 
e internos. 
 
 
łO 
Questão 1: 
 
Resposta: Sendo uma exigência a realização de auditoria para as empresas de capital aberto, as de grande porte, 
aquelas que operam no mercado financeiro e outras que por exigências de agências reguladoras ou de contrato entre os 
sócios. A auditoria é um importante instrumento de controle e transparência das informações contábeis, principalmente 
com a aprovação da lei anticorrupção, onde são penalizados os gestores. Dessa forma assegurar que a gestão da 
empresa está seguindo as Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação vigente no país aumenta o grau de 
confiabilidade do investidor. 
Questão 2: 
 
Resposta: Primeiro ser um bacharel em contabilidade, ser aprovado no Exame de Suficiência, após exercer a atividade 
de auditoria por cinco anos no mínimo, ser aprovado no Exame de Qualificação Técnica, do CNAI, por fim obter seu 
registro na CVM e outros órgãos de controle. 
Questão 3: 
 
Resposta: Alternativa D. 
 
Revisar integralmente os registros contábeis. 
 
Questão 4: 
 
Resposta: Alternativa E. 
 
É aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. 
 
Questão 5: 
 
Resposta: Alternativa E. 
 
Por um (ou mais) profissionais independentes, habilitados, especificamente contratados pela empresa para tal. 
GABARITO 
Tema 02 
Normas e Responsabilidade em Auditoria 
 
 
 
 
CONVITEÀLEITURA 
 
Neste tema você vai tomar conhecimento sobre as principais normas relacionadas ao trabalho dos auditores in - 
dependentes ou internos. Com destaque para o Código de Ética Profissional, as Normas Brasileiras de Contabilidade, 
Profissionais de Auditoria e por final as Normas Brasileiras de Contabilidade, Técnicas de Auditoria, devidamente con- 
vergentes as normas internacionais. Você ficará por dentro de vários conceitos trazidos pelo processo de convergência 
das normas de auditoria. Ao final você poderá identificar a importância do Código de Ética na profissão de auditor, sentir 
que as normas profissionais de auditoria trazem bastante exigências para o exercício da profissão, tais como a qualidade 
da firma, o exame de qualificação técnica, regras rígidas para que se mantenha a independência do auditor, a exigência 
da revisão dos trabalhos das firmas de auditoria, sua capacitação profissional. Após estudarmos as normas técnicas o 
aluno vai ser capaz de traçar o roteiro de um trabalho de auditoria. Por fim será capaz de explicar alguns conceitos tra- 
zidos pela convergência internacional. 
 
 
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
Normas e responsabilidade em auditoria 
 
A auditoria “contábil” por ser uma técnica praticada no mundo inteiro, é uma especialização contábil, por este fato 
torna-se necessário que exista um conjunto de regras básicas padronizadas. As normas de auditoria, tal qual as normas 
de contabilidade, foram adaptadas no Brasil, por força dos acordos de convergência internacional dos padrões contábeis. 
Decorre disso que a profissão de auditor é totalmente regulamentada por leis e normas. Assim as normas que 
estudaremos neste tema serão fundamentais para que o auditor possa exercer sua profissão com segurança, seguindo 
um roteiro preestabelecido, que representam um conjunto de técnicas, procedimentos e rotinas necessários para o 
5 
 
4 
Fonte: (LONGO, 2015, p. 7) 
PORDENTRODOTEMA 
adequado do exercício profissional de auditor das demonstrações financeiras, também conhecido como auditor externo 
ou independente. 
 
Quando pensamos nas Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) temos que partir do Código de Ética Profissional 
do Contabilista, das Normas de Contabilidade, das Normas de Auditoria Independente e de Asseguração, Normas de 
Auditoria Interna e Normas de Perícia. 
Interpretando o artigo 7º da Resolução CFC nº 1.328, de 18 de março de 2011, nós temos a forma de se ler as abreviaturas 
das NBC, seguido da abreviatura das normas técnicas, com o seu número. Exemplo: NBC, Técnica Auditoria (NBC TA), 
NBC, Profissional de Auditoria (NBC PA), como apresentado na Tabela 2.1. 
Assim temos na tabela 2.1, normas técnicas, conforme artigo 4º da Resolução CFC 1.328/11, que levando em consideração 
o processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais, utilizando os mesmos 
padrões das normas internacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e pelo International 
Federation of Accountants (IFAC), apresentou as seguintes nomenclaturas: 
Nos ensinamentos de Longo (2015, p. 7) podemos resumir as normas profissionais e técnicas da seguinte forma: 
Tabela 2.1 Resumo das normas profissionais e técnicas. 
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
I - Geral - NBC TG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade convergentes com as normas internacionais [...]. 
 
II - Do Setor Público - NBC TSP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público, convergentes 
com as Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público, [...]. 
III - De Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica - NBC TA - são as Normas Brasileiras de Contabilidade 
aplicadas à Auditoria [...]. 
IV - De Revisão de Informação Contábil Histórica - NBC TR - são as Normas Brasileiras de Contabilidade [...]. 
 
V - De Asseguração de Informação Não Histórica - NBC TO - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à 
Asseguração [...]. 
VI - De Serviço Correlato - NBC TSC - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas aos Serviços Correlatos [...]. 
VII - de Auditoria Interna - NBC TI - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Auditoria 
Interna. 
 
VIII - de Perícia - NBC TP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Perícia. 
 
IX - De Auditoria Governamental - NBC TAG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria 
Governamental [...]. 
1. O Código de Ética Profissional 
 
A tabela 1.1 indica que o Código de Ética perpassa por toda a profissão de contabilidade, com o estabelecimento 
da contabilidade como uma profissão não poderia deixar de ter o seu código de conduta, por meio da Resolução do 
Conselho Federal de Contabilidade No. 803/96, de 10 de outubro de 1996, apresentou o Código de Ética Profissional do 
Contabilista (CEPC), que teve sua atualização para ficar em sintonia com as normas internacionais em 2010, por meio 
da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010. 
Para a atividade de auditoria o artigo 5° do CEPC traz uma série de regulamentações para o exercício da profissão, tais 
como: recusar prestar serviços quando reconheça não ter as qualificações técnicas necessárias. Ex: Ser convidado para 
prestar auditoria em uma holding que tenha bancos, e você não ter conhecimentos da contabilidade bancária; Não ser 
tendencioso em suas interpretações. Ex: Querer agradar seu contratante e informar mais qualidades do que realmente 
existe; mantendo sempre a sua independência na elaboração de relatórios. Ex: Deixar se lavar pelos honorários e ficar 
 
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PORDENTRODOTEMA 
 
dependente do seu contratante para fechar novos contratos; não declarar suas convicções pessoais, mantando fiel 
aos quesitos ou aos fatos encontrados, manter sua imparcialidade na emissão de seus relatórios, destacar fatos que 
possa comprometer seu trabalho, somente emitir opinião a respeito de fatos se existir documentos que os comprovem, 
destacar equívocos ou divergências na aplicação da NBC e dos Princípios de Contabilidade, declarar-se impedido 
sempre quehouver incompatibilidade com as restrições das NBCs e atender à fiscalização do CRC e CFC, quando 
solicitado apresentar os documentos das auditorias realizadas. Ex: Existe uma demanda entre a empresa e acionistas 
que alegam que seu relatório influenciou em decisões erradas e existe uma solicitação judicial para apresentação dos 
documentos de auditoria. 
Estes mesmos conceitos você irá rever quando estudarmos parte das NBC TA e PA, que são reafirmados nas normas 
internacionais. 
2. As Normas Brasileiras de Contabilidade 
 
Novamente a tabela 1.1 nos auxilia a entender que o auditor deverá conhecer as NBC aplicadas à contabilidade, 
ou seja, para ser um auditor o profissional deverá conhecer profundamente os Princípios de Contabilidade, os CPCs, 
na atualidade temos 48 CPCs, conforme podemos pesquisar no site do Comitê de Pronunciamento Contábeis (CPC). 
(CPC, 2013). 
Esses pronunciamentos estarão na atividade do auditor contábil dia-a-dia, durante toda a realização dos trabalhos, 
porque o que se busca é aumentar o grau de confiança das Demonstrações Contábeis. 
 
Você pode imaginar que a cada vez que o auditor for aplicar um procedimento de auditoria num item do balanço, por 
exemplo estoques, este procedimento deverá ter uma conexão com o CPC correspondente que trata do estoque, que 
é o CPC 16, e assim para todos os grupos de contas. O estudo dos CPCs é uma fonte primordial para o exercício da 
contabilidade e da auditoria. 
3. Normas Brasileiras de Contabilidade de Auditoria 
 
No Brasil após a convergência internacional, temos dois grupos de normas, o primeiro são as NBC PA, como o 
aluno deve ter percebido na tabela 1.1, são Normas Brasileiras de Contabilidade, Profissionais de Auditoria e o segundo, 
são as NBC TA, Normas Brasileiras de Contabilidade, Técnica de Auditoria. 
 
 
 
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Elaborado pelo autor. 
 
b) Normas Brasileiras de Contabilidade, Técnica de Auditoria 
 
As NBC TA, são as Técnicas de Auditoria e Asseguração, que são as normas internacionais: International Standards on 
Auditing (ISAs), emitidas pela International Auditing and Assurance Standards Bord (IAASB) um órgão ligado ao IFAC, 
que sua introdução no Brasil e nos países que aderiram à convergência se deu por meio de tradução literal e inclusive 
mantendo os mesmos números das ISAs, para melhor comparação e aplicação. 
São normas técnicas que estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos aplicados a auditoria, atualmente, 
possuem um número de 37 NBC TAs divididas em várias seções, como veremos a seguir. 
PORDENTRODOTEMA 
Na tabela abaixo podemos resumir as NBC PAs comentadas de forma resumida. 
Tabela 2.2 – Normas Brasileiras de Contabilidade, Profissionais de Auditoria 
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
a) Normas Brasileiras de Contabilidade, Profissionais de Auditoria 
 
São as normas que estabelecem regras de exercício profissional do auditor independente ou da firma de auditoria. São 
várias NBC PA mas para nossos propósitos trabalharemos somente com cinco normas que são: 
 
I. A NBC PA 01 trata do Controle de Qualidade para Firmas e de Auditores Independentes, você deve notar que 
o controle de qualidade se dá em nível de firma ou do profissional liberal. Esta norma tem sua equivalente na NBC 
TA 220 que trata da qualidade dos trabalhos de auditoria e dos serviços prestados nas auditorias. Ex: Qualidade na 
empresa: a empresa deve ter o mínimo de qualidade nos serviços, tais como: manual de procedimentos, arquivamento 
seguindo normas de arquivologia, ter um serviço de atendimento ao cliente, canal de comunicação, treinamentos 
de colaboradores e de sócios, etc. Qualidade do serviço: Manter uma lógica, reuniões com pauta e atas precisas, 
documentação livres de rasuras, equipe treinada para o serviço, plano de auditoria seguido com rigor, relatórios e 
memorandos concisos e pontuais, etc. 
II. Para a NBC TA 290 (R1) a Independência dos trabalhos de auditoria e revisão é fundamental para a profissão. Os 
auditores independentes devem exercer seu ofício com total independência da empresa auditada, não podendo sofrer 
influência na elaboração de suas conclusões. Existe muitos impedimentos que o auditor deve estar atento para não 
invalidar seus trabalhos, tais como: ter tido vínculo trabalhista com a empresa auditada, ter parentes na sociedade ou 
na administração da empresa, não ter interesse financeiro na empresa, etc. Na NBC PA 200 temos várias orientações 
a respeito da independência do auditor. (LINS, 2014). Caso o auditor note que está perdendo a independência deverá 
criar mecanismos de proteção para que isto não ocorra; se persistir ou não conseguir minimizar o risco de perda de 
independência deverá comunicar a empresa e deve deixar os serviços. 
III. Para a NBC TA 11 as empresas de auditoria e os auditores independentes deverão se submeter a cada quatro 
anos a uma auditoria externa, para revisar os trabalhos realizados. 
 
IV. A NBC TA 12 prevê que o auditor independente ou qualquer contador que trabalhe em empresas de auditoria deve 
comprovar a realização de no mínimo 40 horas de Educação Profissional Continuada. As horas realizadas devem ser 
divididas em áreas de conhecimentos específicas, estabelecida na própria norma. (JUNIOR, 2012). 
V. A NBC PA 13 trata do Exame de Qualificação de Auditoria para inscrição no Cadastro Nacional de Auditores 
Independentes (CNAI), que tem como objetivo medir a qualificação dos candidatos a realização de auditoria. 
 
 
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Nomenclatura Descrição da norma 
NBC PA 01 Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de 
Auditores Independentes. 
NBC PA 290(R1) Independência – trabalhos de auditoria e revisão. 
NBC PA 11 Revisão Externa de Qualidade pelos Pares. 
NBC PA 12 Educação Profissional Continuada. 
NBC PA 13 Exame de qualificação de auditoria. 
 
 
 
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Tabela 2.3 – Resumo das NBC TAs 
 
 S eções das N BC TA 
01 200 300 402 500 600 700 800 
 210 315 450 501 610 705 805 
 220 320 505 620 706 810 
 230 330 510 710 
 240 520 720 
 250 530 
 260 540 
 265 550 
 560 
 570 
 580 
Elaborado pelo autor. 
 
A primeira seção de norma é a NBC TA 01, composta somente por uma norma, que trata da estrutura conceitual 
dos trabalhos de asseguração, detalha de maneira geral a respeito de todo os trabalhos de asseguração. O termo 
asseguração é o gênero e diz respeito à segurança que os trabalhos de auditoria, que é uma espécie de asseguração, 
devem passar para os relatórios de auditoria. 
A segunda seção de NBC TA que inicia como o n° 200 e vai até o n° 265, este conjunto é composto por oito normas, que 
trata da base inicial dos trabalhos, que faremos um breve resumo de cada uma: 
 
I. NBC TA 200 que trata dos objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade 
com normas de auditoria, também chamada de mãe de todas as normas, porque as demais normas devem ser lidas 
tendo como base esta norma. 
II. NBC TA 210 que trata da contratação dos serviços de auditoria, firmado por uma carta de contratação ou por outro 
meio que se comprove a contratação, é o estabelecimento do “campo de trabalho” que as partes irão observar. 
III. NBC TA 220 trata do controle de qualidade dos trabalhos de auditoria, já que a qualidade da empresa ou do auditor 
independente é tratada na NBC PA 01. 
 
IV. NBC TA 230 é a norma que trata da documentação da auditoria. São todos os registros de um trabalho de auditoria, 
que se inicia na primeira reunião para contratação e passa por cada documento examinado e papéis de trabalho 
realizado, pode ser em forma de papel ou em forma digital. Após os trabalhos concluídos e apresentação do relatório 
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PORDENTRODOTEMA 
o auditor tem 60 dias para finalizar a documentação e tem a responsabilidade de guardar por no mínimo cinco anos. 
Somente pode dar conhecimento dos dados ao cliente, se solicitado por juiz,ou em procedimentos do CFC ou CRC 
na forma da lei. 
V. NBC TA 240 é a responsabilidade do auditor em relação à fraude, no contexto da auditoria de demonstrações 
contábeis. Não é prioridade localizar uma fraude, mas pelas novas normas, o auditor sabe que fraudes podem existir e 
ele deve seguir esta norma para produzir evidências, relatar sua ocorrência e sugerir mecanismos para sua, possível, 
eliminação. 
VI. NBC TA 250 são as considerações de leis e regulamentos na auditoria das demonstrações contábeis, é a forma 
que o auditor dever verificar se as leis e regulamentos, tanto legal como da empresa, estão sendo cumpridos. 
VII. NBC TA 260 trata do canal de comunicação com os responsáveis pela governança, é a forma que o auditor deve 
se comunicar com os responsáveis pela empresa, para boa condução dos trabalhos e para dar respostas aos riscos 
e distorções encontrada. 
VIII. NBC TA 265 trata da comunicação de deficiências do controle interno, significa que durante os trabalhos podem 
surgir distorções nos controles internos que comprometem os serviços de auditoria de devem ser reportadas para os 
responsáveis pela empresa. 
Na terceira seção de normas temos quatro normas, que são: 
 
I. NBC TA 300 que trata do planejamento da auditoria de demonstrações contábeis, é uma norma de suma importância 
para a auditoria, pois é neste passo que todo o trabalho de auditoria vai ser desenhado e o auditor vai estabelecer os 
planos de auditoria para cada empresa. Dedicaremos uma aula somente para estudar isto. 
II. NBC TA 315 é o momento de identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante por meio do entendimento 
da entidade e de seu ambiente. Juntamente com o planejamento o auditor vai conhecer a empresa e seu ambiente, ou 
seja, conhecer o negócio de seu cliente, para tentar delinear os riscos e as distorções relevantes para os procedimentos 
de auditoria. 
III. NBC TA 320 trata da materialidade no planejamento e na execução da auditoria. É identificar os possíveis números 
padrões da empresa, do setor, com as informações do negócio da empresa é possível estabelecer como deveria ser 
os parâmetros da empresa auditada, qualquer distorção é motivo para chamar a atenção do auditor. 
 
SO 
 
 
 
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IV. NBC TA 330 é a resposta do auditor aos riscos avaliados. Iniciando no planejamento, conhecendo o negócio 
da empresa e definindo a materialidade poderá surgir riscos de distorção relevante é o momento que o auditor vai 
estabelecer procedimentos de auditoria em respostas as distorções relevantes ou aos riscos encontrados. 
No conjunto da seção quatro temos somente duas normas: 
 
I. NBC TA 402 que trata das considerações de auditoria para entidade que utiliza organização prestadora de serviços. 
São os serviços de contabilidade realizados fora da empresa, que se existir, o prestador de serviços também deverá 
ser auditado. 
II. NBC TA 450 é a avaliação das distorções identificadas durante a auditoria que leva o auditor a medir o grau 
de comprometimento de seu relatório, se os dados encontrados podem alterar as informações das demonstrações 
contábeis, ou se as distorções não foram corrigidas pela administração. O auditor vai avaliar se isto compromete ou 
não seu relatório. 
Na seção cinco temos onze normas, que trata do chamado núcleo central da auditoria, são as normas da parte operacional 
da realização da coleta de evidências, procedimentos a serem aplicados, amostras, como veremos nas descrições: 
I. NBC TA 500 elenca as diversas formas como o auditor evidencia o seu trabalho, utilizando de meios, tais como: 
indagação, recálculo, reexecução, observação, aplicação de procedimentos analíticos e confirmações com fontes 
externas. As evidências de auditoria deverão ser apropriadas e suficientes. 
II. NBC TA 501 nesta norma a evidência de auditoria são das considerações específicas para itens selecionados, 
como certos aspectos da conta “Estoque” do ativo (CPC 26), assim como os litígios e reclamações, envolvendo a 
entidade, e informações por segmentos (CPC 22) na auditoria das demonstrações contábeis. Neste caso precisa 
estar em conformidade com a NBC TA 330, NBC TA 500 e outras normas relevantes. 
III. NBC TA 505 são as confirmações externas, realizadas por meio principalmente das inspeções e da circularização. 
 
IV. NBC TA 510 trata dos saldos iniciais, na primeira auditoria, neste caso o auditor tem que emitir sua opinião a 
respeito dos saldos existentes no ano anterior, inclusive devendo se manifestar se as auditorias anteriores foram 
realizadas em cumprimento as normas de auditoria. 
V. NBC TA 520 os procedimentos analíticos, chamado também de procedimentos substantivos, são aplicados 
durante todo o processo de auditoria, pode iniciar no planejamento e ir até a formulação da opinião no relatório 
final de auditoria. 
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VI. NBC TA 530 esta norma trata da amostragem da auditoria. É ideal que o auditor se utilize de modelos estatísticos 
para definir suas amostras, com isso pode se evitar distorções relevantes nos dados. 
VII. NBC TA 540 trata da auditoria de estimativas contábeis, inclusive do valor justo, e divulgações relacionadas. Sabe- 
se que as estimativas, cálculo do valor justo são julgamentos que os contadores fazem para contabilização de alguns 
valores, são muitos CPCs, tais como: CPC 1, 13, 16, 25, 38 e 40. É fundamental que o auditor aplique esta norma em 
conjunto com o CPC específico a cada caso. 
VIII. NBC TA550 trata das partes relacionadas, área de bastante risco para a auditoria, pelas próprias características 
das relações comerciais entre partes relacionadas conforme o CPC 5. São muitos itens a serem testados pelo auditor 
neste caso. 
IX. NBC TA 560 os eventos subsequentes, são fatos que o auditor somente vai tomar conhecimento após a entrega 
do relatório final de auditoria que vão influenciar as demonstrações contábeis ou a continuidade da empresa auditada, 
assim vão impactar as considerações e as responsabilidades do auditor. Aplica as regras dessa norma para fazer 
ressalvas ou dar explicações aos usuários das informações das demonstrações contábeis. Deve-se aplicar esta 
norma com o complementa do CPC 24. 
X. NBC TA 570 trata da continuidade da empresa. Aaplicação do pressuposto da continuidade é basilar da contabilidade, 
as empresas são constituídas para trabalhar por tempo indeterminado, o item 25, do CPC 26, estabelece normas para 
a situação contrária, ou seja, a descontinuidade e encerramento da empresa. Esta norma além da NBC TA 200, item 
23, devemos aplicar paralelamente com a NBC TA 315. 
XI. NBC TA 580 são as regras das representações formais. É o momento que o auditor busca documentar que as 
distorções relevantes são de responsabilidade do administrador da empresa, assim faz com que o administrador 
declare estar ciente de que tudo tem que ser informado para auditoria. 
Na seção seis temos três normas, que tratam da auditoria de grupos econômicos e usos de trabalhos de terceiros, como 
veremos: 
I. NBC TA 600 são as considerações especiais a respeito de auditorias de demonstrações contábeis de grupos, 
incluindo o trabalho dos auditores dos componentes. Essa norma traz como novidade a responsabilidade do 
auditor do grupo por toda auditoria realizada nas empresas conexas (componentes) independente se foi realizado 
por ele ou não. 
 
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PORDENTRODOTEMA 
 
II. NBC TA 610 trata da utilização do trabalho da auditoria interna, traz as regras para se usar os trabalhos já realizados 
pelo auditor interno, tal qual a responsabilidade da NBC TA 600, o auditor assume a responsabilidade pelas informações 
utilizadas. 
III. NBC TA 620 trata da utilização do trabalho de especialistas. O auditor não é um sabe tudo e às vezes é 
necessário contratar um especialista para realizar alguns procedimentos de auditoria, são as regras e quando se 
pode utilizar relatórios de especialistas nos trabalhos, mesmo assimo auditor assume total responsabilidade pelos 
julgamentos realizados com base neste trabalho. 
Na seção sete temos cinco normas que tratam do relatório final da auditoria, é o momento em que o auditor vai emitir sua 
opinião por meio de relatório que pode ser limpo, ou sem ressalvas, com ressalvas, de opinião adversa, de abstenção 
de opinião ou de um parágrafo com ênfase, como veremos: 
I. NBC TA 700 trata da formação da opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre as demonstrações 
contábeis, essa norma trata da emissão de um relatório limpo, sem qualquer ressalva. São as regras para o auditor 
formar sua opinião a respeito das demonstrações contábeis com base nas evidências obtidas nos procedimentos de 
auditoria. 
II. NBC TA 705 trata das modificações na opinião do auditor independente, entendendo modificação como a opinião 
que não é pela aprovação completa, ou seja, “relatório limpo”. Esta norma trata das ressalvas, das abstenções na 
opinião do auditor. 
III. NBC TA 706 nesta norma o auditor vai emitir seu relatório com parágrafos de ênfase e parágrafos de outros 
assuntos, que tem como objetivo chamar a atenção para algum assunto relevante, são comunicações adicionais que 
o auditor considerar necessárias. 
IV. NBC TA 710 trata das responsabilidades do auditor independente relacionadas às informações comparativas na 
auditoria de demonstrações contábeis, regula a forma de manifestar opinião requerida na NBC TA 510, ou seja, as 
auditorias anteriores foram executadas por outro auditor e precisam necessariamente serem auditadas pelo auditor 
ou as demonstrações comparativas nunca foram auditadas e também precisam da opinião do auditor. 
V. NBC TA 720 trata da responsabilidade do auditor em relação a outras informações incluídas em documentos que 
contenham demonstrações contábeis auditadas, esta norma deve ser lida com a NBC TA 200, para assegurar as 
informações que o auditor teve conhecimento e que não fazem parte das demonstrações financeiras. 
 
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PORDENTRODOTEMA 
 
Na última seção temos três normas, bem técnicas, a respeito das demonstrações financeiras, que são: 
 
I. NBC TA 800 – Considerações Especiais – Auditorias de Demonstrações Contábeis Elaboradas de Acordo com 
Estruturas de Contabilidade para Propósitos Especiais. É uma forma especial de apresentar as demonstrações 
financeiras, tais como: um balanço convertido para moeda de um investidor, mudar o critério a base de caixa, pode ser 
solicitado um balanço gerencial por força de contrato, um balanço fiscal que acompanha a declaração do imposto de 
renda, ou um balanço exigido por uma agência reguladora. As demais normas devem ser adaptadas para esta norma. 
II. NBC TA 805 – Considerações Especiais – Auditoria de Quadros Isolados das Demonstrações Contábeis e de 
Elementos, Contas ou Itens Específicos das Demonstrações Contábeis. São todos os quadros apresentados no 
relatório da administração ou outros anexos presentes nas Demonstrações Financeiras publicadas. 
III. NBC TA 810 - Trabalhos para a Emissão de Relatório sobre Demonstrações Contábeis Condensadas. 
Entendendo Demonstrações Contábeis Condensadas aquelas derivadas da união de duas ou mais demonstrações 
completas, porém com menor detalhamento, devem ser auditadas pelo auditor. 
Concluída a apresentação, resumida, das NBC TA você deve ter notado que a máxima é verdadeira: “existe uma norma 
para quase tudo em contabilidade ou auditoria”. Por isso recomendo fortemente o estudo das Normas Brasileiras de 
Contabilidade, os CPCs para a contabilidade e as NBC TAs para auditoria, que estão disponíveis nos sites, do CPC 
(http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos) (CPC, 2013) e NBC TA (http://www1.cfc.org.br/ 
sisweb/sre/) (CRCRS, 2015), além das normas existe quadros e exemplos, muito prático. 
4. Termos Essenciais Para o Trabalho de Auditoria 
 
Com as mudanças introduzidas pela convergência às normas internacionais de auditoria, foram introduzidos, ainda, 
termos técnicos que não existiam nas normas anteriores e que o estudante inicial ou o profissional que está retomando 
seus estudos precisa conhecer, para melhor entendimento das NBC TA e outras normas convergidas. 
a. Asseguração 
 
O termo asseguração, segundo o professor Longo (2015), vem do inglês assurance, que é o mesmo que pledge, que 
significa dar garantia, confiança. 
 
Para as ISAs e o CFC asseguração passa a ser a garantia, a confiança de que as demonstrações financeiras seguiram 
as normas brasileiras de contabilidade, é o gênero, do qual auditoria é uma espécie. Na NBC TA 01, existe a definição 
de duas subespécies de asseguração: a razoável e a limitada. 
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http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos)
http://www1.cfc.org.br/
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
O termo asseguração razoável é utilizado para demonstrar que não é possível uma asseguração absoluta nos trabalhos 
do auditor, sempre pode existir algum tipo de distorção. 
 
I. Asseguração Razoável 
 
Para a NBC TA 01 quando estamos falando de um trabalho de asseguração razoável realizado numa série histórica de 
informações contábeis, estamos nos referindo ao trabalho de auditoria. 
 
Afirmando, ainda, que o objetivo do trabalho de asseguração razoável, portanto da auditoria, é reduzir o risco do trabalho 
de asseguração a um nível aceitavelmente baixo, elevando por consequência a confiança nas demonstrações financeiras 
auditadas. Decorre disso que o relatório de auditoria vai expressar uma opinião positiva nas conclusões do auditor. 
II. Asseguração Limitada 
 
De forma diferente para a NBC TA 01 quando estamos falando de um trabalho de asseguração limitada realizado numa 
série histórica de informações contábeis, estamos nos referindo ao trabalho de revisão, e não de auditoria. 
 
Afirmando, ainda, que o objetivo do trabalho de asseguração limitada, portanto da auditoria, é reduzir o risco do trabalho 
de asseguração a um nível aceitável, mas que o risco seja maior que no trabalho de asseguração razoável. Decorre 
disso que o relatório de auditoria vai expressar uma opinião de forma negativa nas conclusões do auditor. 
b. Estrutura de relatórios financeiros aplicáveis 
Este termo indica que as Demonstrações Financeiras forma elaboradas seguindo todas NBCs, com ética, CPCs, seguiu 
a legislação própria, o conjunto de relatórios foram apresentados de forma completa e corretos ao auditor. 
Você já deve ter conhecimento que no Brasil, a Lei n° 6.404 exige as seguintes demonstrações: Balanço Patrimonial, 
Demonstração do Resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa, e ainda, para as companhias 
abertas e de grande porte se exige a demonstração de valor adicionado, todas acompanhadas de notas explicativas. 
c. Materialidade 
O valor da materialidade é estabelecido com base nos valores e índices informados nas demonstrações financeiras, são 
parâmetros de dados do passado para que o auditor possa no planejamento da auditoria definir o que se pode esperar 
das informações atuais a serem levantadas na auditoria. É, em parte, uma aplicação do desvio padrão dos dados, ou 
seja, são limites que o auditor pode aceitar como válidos, e tudo que fugir a esses limites estarão fora e apresentarão as 
chamadas distorções relevantes. 
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PORDENTRODOTEMA 
 
Exemplo: Vamos imaginar o retorno sobre os ativos totais, que é a divisão do lucro líquido pelo ativo total, a média dos 
últimos cinco anos foi de 4%, e o desvio padrão aceitável é 0,5% para cima ou para baixo, ou seja, mínimo de 3,5% ou 
máximo de 4,5%. No momento da auditoria é encontrado 1,5%, é exagero, isso causa uma distorção relevante para 
investigação do auditor. 
A materialidade calculada na fase de planejamento pode sofrer ajustes no decorrer da auditoria, pois o cenário econômico 
pode mudar, outros elementos que levaram ao convencimento na época podem ser justificados pela administração, 
correções em fatores de riscos,etc. 
Tanto os parâmetros e cálculos para a determinação da materialidade devem ser registrados e documentados, fazendo 
parte da documentação da auditoria. O mesmo vale para eventuais mudanças na determinação da materialidade no 
decorrer da auditoria. 
d. Distorções relevantes 
 
As distorções relevantes podem ser decorrentes de erros ou fraudes detectadas nas demonstrações financeiras, que 
se fossem conhecidas poderiam levar os usuários das informações financeiras a mudar sua opinião a respeito de suas 
posições em relação ao(s) investimento(s) realizado(s) na empresa. (STUART, 2014). 
Assim a medida que o auditor vai encontrando as distorções que em sua opinião são relevantes, entendendo este 
termo como as variações nos valores, comportamentos destoantes dos esperados, procedimentos equivocados, 
descumprimento de legislação, etc., encontrados nas demonstrações financeiras, o auditor vai anotando em um formulário 
próprio, que servirá como um check list para efetuar as comunicações para os responsáveis pela empresa, para que 
corrija, iniba a ameaça ou diminua o risco. 
Na lição do professor Longo (2015) as distorções têm natureza que podem ser classificadas em três tipos: 
 
I. Factuais: que decorrem de erros de cálculo ou imprecisão na coleta ou processamento de informações, uma vez 
identificadas podem ser corrigidas facilmente. 
 
II. Decorrentes de julgamento: são as estimativas contábeis incorretas, que surgem ou por interpretação errada dos 
fatos, da legislação, ou outra interpretação que leve a um julgamento equivocado. Esse é um tipo de distorção que 
pode gerar conflitos entre auditor e administração, pois está no campo da interpretação ou julgamento pessoal. 
 
 
 
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
III. Projeção de distorções: é a aplicação do item A-23 da NBC TA 530, que se refere as amostragens em auditoria, 
traz orientações claras de como o auditor deve proceder quando as amostras não apresentam bases seguras para 
sua conclusão. 
e. Erros e Fraudes 
 
Quando estamos diante dos termos erro ou fraude, é necessário nos socorrermos da NBC TA 240, que nos aponta a 
características da fraude nos seguintes dizeres: “O fator distintivo entre fraude e erro está no fato de ser intencional ou 
não intencional a ação subjacente que resulta em distorção nas demonstrações contábeis.”. (CRCRS, 2015, p. 177). 
Para o erro é comum dizermos que houve um fato sem a intenção de prejudicar, no caso da fraude, sendo um conceito 
jurídico bem mais abrangente, se diz que é um fato cometido com dolo, ou seja, ação intencional de prejudicar, iludir, ter 
vantagem, maquiar. 
A literatura especializada em auditoria aponta que existe um tripé que aumenta as chances de ocorrer a fraude ou o erro, 
i) pela pressão, ii) pela oportunidade, iii) pela racionalização. 
 
I. Na pressão a administração ou os funcionários podem se sentir pressionados para atingir uma meta, realizar um 
trabalho com sobrecarga, apresentar um resultado melhor. Surge então o uso de mecanismo para tentar burlar o 
sistema levando a erros ou nos casos mais graves lançam mão do recurso de fraudes. 
II. A oportunidade é quando administradores ou colaboradores percebem que os sistemas de controles são falhos 
e possibilitam trabalhos imperfeitos ou o cometimento de fraudes, subtrações de valores e coisas, uso de segredos 
empresariais, uso indevido de ativos. 
III. Para a racionalização os autores se envolvem em atividades que podem levar a fraudes ou ao cometimento de 
erros por acreditarem que os fins justificam os meios, ou seja, vale a pena correr o risco. Ainda quando comete os 
atos por vingança aos tratamentos recebidos da administração. (STUART, 2014). 
Na ocorrência de fraude ou de erros o principal responsável pelo controle é a administração da empresa, que já na carta 
de contração de auditoria (NBC TA 210), declara estar ciente que é sua responsabilidade a respeito de erros e fraudes. 
 
No entanto, você já deve ter tomado ciência, de que para a auditoria convergente, o auditor também tem suas 
responsabilidades, assim diante da evidência de erros ou de fraudes, deve documentar tudo, comunicar a administração 
para que ela faça o seu papel, corrija, proponha as ações necessárias, quer sejam administrativas ou jurídicas. Até 
 
S⁄ 
 
 
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
porque erros e fraudes existem e no segundo caso, pode ser muito sofisticado, inclusive com a participação de sócios, 
diretores, gerentes. 
 
f. Características pessoais do auditor 
 
Como você já deve ter notado existe os princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o auditor quando da 
condução de auditoria de demonstrações contábeis e que estão implícitos no Código de Ética Profissional do Contabilista 
e na NBC PA 01, quando tratamos do controle de qualidade. Esses marcadores éticos estão em linha com os princípios 
do Código de Ética do IFAC, nas normas de convergência, cujo cumprimento é exigido dos auditores. 
Nós temos a integridade, que trata da ética, do agir com ética, o auditor no desempenho de suas atividades deve manter 
a sua postura profissional e trabalhar com retidão. Com relação a objetividade do auditor é o trabalho coerente, rápido, 
até porque os auditores não disporão de tempo para emitir seus relatórios. 
Competência e zelo profissional é uma busca interminável, até pela imposição da capacitação continua obrigatória do 
auditor, o desenvolvimento da profissão depende da competência, do trabalho correto. É deve profissional do auditor 
manter a confidencialidade, o sigilo a respeito das informações obtidas durante os trabalhos de auditoria, somente em 
situações especiais o auditor deverá revelar suas informações, conforme prevê o Código de Ética. 
O auditor deve ter um comportamento (ou conduta) profissional irrepreensível, mantendo seus relacionamentos no mais 
alto nível de profissionalismo, urbanidade. Por fim o auditor deve observar às normas técnicas e profissionais, bem como 
todas as legislações inerentes a profissão. 
g. Ceticismo 
 
O ceticismo exigido para a profissão de auditoria é necessário para o desempenho de sua profissão. Este ceticismo não 
é um descrente qualquer, por tudo, é antes uma atitude que inclui uma mente questionadora, alerta para condições que 
podem indicar possíveis distorções em virtude de fraudes ou erros e que consegue avaliar criticamente as evidências da 
auditoria. (STUART, 2014). 
É um ceticismo cartesiano, duvidar de tudo que pode ser tido como possível de ser alterado, considera-se tudo falso ou 
errado, e vai a coleta de evidências de são verdadeiros, ou seja, duvida de tudo e tenta provar que são verdadeiros, se 
as evidências apontarem para a verdade, não existe distorção e os fatos, documentos, sistemas podem ser aceitos. 
É uma atitude de produção de evidências que levam a confiabilidade das demonstrações financeiras da empresa e não 
ao contrário, a tentativa de provar que tudo é falso ou de que todos os empregados são culpados. 
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Questão 4 
 
Em relação a fraude e erros podemos afirmar com base nas NBC TAs que elas possuem os seguintes conceitos: 
 
a) Fraude é um artifício que pode gerar benefícios para o empregado sem intenção do agente e erro é a ocorrência de uma 
interpretação errônea da lei. 
b) Fraude é um ato intencional de produzir mais e erro é uma maneira de matar o serviço. 
 
c) Fraude apesar de intencional não causa vantagem a ninguém e erro pode até ser sem intenção e também não traz vantagens. 
 
d) Fraude é não intencional e está somente no âmbito dos registros contábeis e erro é aquele que envolve o desvio de patrimônio. 
e) Fraude é um ato intencional de levar benefícios contrários a lei e erro é um ato não intencional que pode causar um registro 
contábil indevido. 
AGORAÉASUAVEZ 
Questão 3 
 
O auditor externo deve manter sua independência na realização dos trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis. Neste 
contexto, causa a perda de independência:a) possuir participação no capital da empresa auditada. 
 
b) for independente em relação à entidade auditada. 
 
c) tiver conhecimento técnico da atividade da entidade auditada. 
 
d) identificar e compreender o ramo de negócios da empresa. 
 
e) estiver capacitado para exercer o trabalho. 
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Questão 2 
 
Sabendo que a qualidade nos trabalhos da auditoria independente é de fundamental importância para a boa condução dos trabalhos 
e para emissão do relatório de opinião. Conforme determinação da NBC PA 01, item 6, os auditores independentes devem se sub- 
meter à revisão dos controles de qualidade internos da firma ou do auditor independente, por outros auditores independentes com 
estrutura compatível. Qual o prazo mínimo de realização dessa auditoria? 
a) 5 anos 
 
b) 2 anos 
 
c) 4 anos 
 
d) 3 anos 
 
e) 1 ano 
AGORAÉASUAVEZ 
Instruções: 
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla 
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido. 
Questão 1 
Em sua opinião a relação necessidade do serviço por parte do auditor x independência exigida do auditor pode interferir na inde- 
pendência requerida para a realização da auditoria? 
 
GLOSSÁRIO 
 
Tendencioso: é tudo aquilo que demanda um valor negativo, que se inclina para incompletude de uma informação ou 
distorção da informação no sentido de beneficiar, prejudicar algo ou alguém. 
 
Controle de qualidade: é uma medida adotada por entidades de setores e seguimentos diferentes para definir padrões 
em procedimentos, políticas e ações, de maneira uniforme. É um sistema que leva em conta o grau de satisfação dos 
usuários da informação ou produto, como um todo. 
Carta de contratação: para auditoria a carta de contratação deve ser entendida como um acordo de vontades (contrato) 
entre quem contrata (empresa) e o contratado (auditor independente ou firma). 
 
Planejamento: pode ser resumido num processo que identifica as metas e os objetivos que se quer alcançar, produzin- 
do planos operacionais para a realização do planejado. 
Circularização: é o envio de correspondências para pessoas e empresas fora da organização no intuito de se obter 
confirmações a respeitos de fatos ou valores registrados na contabilidade. 
 
Componentes: para auditoria componentes são as empresas satélites de um grupo de empresas, que tem entre si re- 
lacionamentos relevantes para produzir uma demonstração financeira consolidada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FINALIZANDO 
Neste tema você tomou conhecimento das principais normas que regulam o trabalho do auditor. Inteirou-se do Código 
de Ética Profissional de auditoria, estudou a respeito das Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas a auditoria, nas 
suas versões profissional e técnica; compreendeu que a profissão de auditoria está totalmente regulamenta, para um 
melhor desenvolvimento dos trabalhos e da profissão. O aluno deverá ter percebido que a leitura e estudos das NBC 
PA e TA, além dos CPCs e da legislação aplicável ao setor empresarial é de fundamental importância para o exercício 
profissional de contabilidade e de auditoria. 
AGORAÉASUAVEZ 
Questão 5 
 
O auditor independente deve coservar em boa guarda toda documentação produzida nos procedimentos de auditoria, que vai da 
primeira reunião com a empresa até o relatório final, que pode ser em papel ou em mídias, pelo prazo de: 
 
a) 3 anos a partir da data da emissão de seu relatório. 
 
b) 3 anos a partir da publicação de seu relatório. 
 
c) 5 anos a partir da data emissão de seu relatório. 
 
d) 5 anos a partir da data da publicação de seu relatório. 
e) 3 anos em relação aos relatórios adversos ou com abstenção de opinião e de 5 anos em relação aos relatórios sem ressalva 
ou com ressalva, contados a partir da data da emissão de seu relatório. 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
Questão 1: 
 
Resposta: Atualmente os auditores independentes estão cientes de sua situação profissional e das exigências das 
entidades fiscalizadores e não se deixam levar pela tentação de fazer as vontades das empresas contratantes. Existe 
também uma elevação na demanda de serviços profissionais de auditoria na atualidade o que faz com que os profissionais 
existentes tenham uma demanda razoável de serviços, assim é possível dispensar aqueles serviços que fique evidente 
a perda de independência. 
Questão 2: 
 
Resposta: Alternativa C. 
 
A NBC PA 01 exige que a cada ciclo de quatro anos a empresa ou o auditor independente seja submetido a uma auditoria 
por outra firma ou auditor independente do mesmo nível técnico, para garantir que os procedimentos aplicáveis foram 
ideias e que se pautaram pela qualidade esperada para os trabalhos realizados. 
Questão 3: 
 
Resposta: Alternativa A. 
 
A perda de independência é causada pelo rol exemplificativo da NBC PA 290 (R1) e dentre elas “possuir participação no 
capital da empresa auditada”” é causa de perda de independência. 
 
Questão 4: 
 
Resposta: Alternativa E. 
 
A NBC TA 240, no seu item 2 e 3, trazem a distinção entre erro e fraude nos seguinte termos: 2. As distorções nas 
demonstrações contábeis podem originar-se de fraude ou erro. O fator distintivo entre fraude e erro está no fato de ser 
intencional ou não intencional a ação subjacente que resulta em distorção nas demonstrações contábeis. 
3. Embora a fraude constitua um conceito jurídico amplo, para efeitos das normas de auditoria, o auditor está preocupado 
com a fraude que causa distorção relevante nas demonstrações contábeis. 
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Questão 5: 
 
Resposta: Alternativa C. 
 
A NBC PA 01, no seu A61, traz a regra de guarda de documentos: “No caso específico de trabalho de auditoria, o período 
de retenção seria normalmente de pelo menos cinco anos, a partir da data do relatório do auditor independente ou, se 
superior, da data do relatório do auditor independente do grupo.” 
 
 Tema 03 
Planejamento de Auditoria e Seus Riscos 
 
4 
Fonte: Longo, 2015, p. 26. 
PORDENTRODOTEMA 
Planejamento de Auditoria e Seus Riscos 
 
Nos ensinamentos de Longo (2015) podemos traçar o roteiro para efetuar um trabalho de auditoria da seguinte 
forma: 
Tabela 3.1 Roteiro para efetuar um trabalho de auditoria 
 
 
 
PORDENTRODOTEMA 
 
Como você deve ter percebido é o momento de exteriorizarmos a aplicação de todas as normas estudadas no tema 2. 
No item A temos o Código de Ética, NBC TA 01 que regula o controle de qualidade no âmbito da empresa de auditoria 
e a NBC Estrutura Conceitual para Trabalhos de Asseguração, e no item F são as NBC TA 200 (objetivos gerais e 
normas para conduzir uma auditoria), 220 (versa sobre o controle de qualidade dos trabalhos de auditoria), 230 (aborda 
a documentação de auditoria) e na 520 (discute os procedimentos analíticos) que são aplicáveis a todo o processo de 
auditoria e também ao profissional de auditoria. 
Um trabalho de auditoria é basicamente constituído de três partes: 1) planejamento de auditoria; 2) aplicação de 
procedimentos ou testes; 3) as decisões. Neste tema explicaremos a fase de planejamento, que se inicia com: a 
contratação da auditoria, o conhecimento do negócio, a materialidade, a avaliação dos controles internos, as definições 
dos riscos relevantes e o planejamento da auditoria (LINS, 2014). 
1. Contratação da Auditoria 
 
No item B teremos a contratação dos serviços de auditoria, com observância da NBC TA 210, principalmente a carta 
de contratação. Este é o primeiro ato da auditoria: o auditor precisa ser contratado pela empresa a ser auditada. 
No entanto, o processo de contratação é bem definido pela NBC TA 210 (CRCRS, 2015), que envolve a análise da 
existência das precondições de uma auditoria, divididas em: 
 
a. O auditor deve decidir se a estrutura de relatório financeiro que o possível cliente usou para elaborar as demonstrações 
financeiras é aceitável. 
b. Se a administraçãoda empresa reconhece e compreende sua responsabilidade por preparar as demonstrações 
financeiras em conformidade com a estrutura de relatório financeiro. 
 
c. Se a administração compreende sua responsabilidade primária por estabelecer e manter controles internos de 
modo que as demonstrações financeiras não apresentem distorções relevantes. 
 
d. Se a administração concorda em fornecer ao auditor todas as informações de que os gerentes estiverem cientes 
e que possam ser relevantes para a preparação das demonstrações financeiras, facilitando o acesso a todas as 
informações e os lugares da empresa. 
Essas precondições são a base da carta de contratação, prevista na NBC TA 210, que é o acordo de vontade, um contrato, 
entre firma de auditoria e empresa contratante do serviço, que deve apresentar como requisitos mínimos: objetivo e o 
 
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PORDENTRODOTEMA 
 
alcance da auditoria das demonstrações contábeis; responsabilidades do auditor; responsabilidades da administração; 
identificação da estrutura de relatório financeiro aplicável para a elaboração das demonstrações contábeis; referência 
à forma e ao conteúdo esperados de quaisquer relatórios a serem emitidos pelo auditor; declaração de que existem 
circunstâncias em que um relatório pode ter forma e conteúdo diferentes do esperado. 
Se as precondições não estiverem presentes ou o auditor não se sentir seguro de sua existência, ele não deve aceitar 
o trabalho de auditoria, porque as NBC exigem que o auditor obtenha evidências de auditoria suficientes e apropriadas 
para reduzir os riscos de auditoria a um nível aceitável e se o auditor considerar que não pode cumprir as normas em 
virtude da ausência das precondições que elevam os riscos de auditoria, ele deve recusar o serviço. 
2. Conhecimento do Negócio 
 
Superada a fase da contratação, é de fundamental importância que o auditor obtenha o entendimento da entidade 
e do ambiente de negócios onde a empresa está inserida. Faz parte desse conhecimento: 
 
a. Entrevistar os proprietários, administradores, gerentes e colaboradores. 
 
b. Buscar informações públicas a respeito da empresa, tais como relatórios financeiros já publicados, documentação 
de auditorias anteriores, revistas ou quaisquer informações especializadas do setor. 
 
c. Conhecer o ramo de atividade da entidade, se existir fatores regulatórios relevantes. 
 
d. Conhecer as operações da entidade, sua estrutura patrimonial, de governança, seus investimentos relevantes em 
outras sociedades, estruturas de financiamentos, se houver. 
e. Conhecer os procedimentos contábeis, inclusive se tiver havido qualquer mudança nos critérios ou nas políticas da 
empresa. 
 
f. Buscar entender os objetivos e as estratégias da entidade, saber se existem riscos relevantes de descontinuidade 
operacional, riscos de mercado. 
g. Finalmente, conhecer os métodos que a empresa utiliza para avaliar o seu desempenho operacional e financeiro. 
Você já deve ter percebido que é elementar que o auditor se cerque de informações para reduzir ao mínimo possível os 
riscos de auditoria, por isso conhecer o ramo de negócio, a atividade e os canais de comunicação dentro da empresa, 
faz parte do planejamento da auditoria. 
 
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PORDENTRODOTEMA 
 
Existe um aspecto muito importante que faz parte do ambiente do cliente, que são os controles internos da entidade, o 
auditor busca conhecê-los por meio de visitas preliminares, procedendo entrevistas junto aos funcionários, estudando os 
manuais da empresa e, se existir, a aplicação de procedimentos de auditoria em processos operacionais. 
Estes conhecimentos são importantes para que o auditor diminua os riscos de distorções relevantes nas informações 
constantes das demonstrações financeiras e na emissão de opinião pelo auditor. 
3. Materialidade 
 
O item E da tabela 3.1 trata da materialidade em que se definem os parâmetros para utilização no planejamento o 
julgamento do auditor. Isso é fundamental, pois passa pelo uso de técnicas estatísticas, contábeis e pela experiência do 
profissional, juntamente com sua equipe de auditoria. 
A NBC TA 320 (CRCRS, 2015) em seu texto estabelece padrões sobre os quais o auditor tem de se balizar; isto nos 
dá a ideia de que o auditor deve estabelecer um nível máximo e um nível mínimo para os valores encontrados nas 
demonstrações financeiras do passado e pelos parâmetros das demonstrações financeiras do setor na qual a empresa 
está inserida. Você pode observar que a aplicação de ferramentas de estatística para determinar parâmetros de análise 
de dados é de grande utilidade, como o caso do desvio-padrão da média; trata-se de percentuais que o auditor acredita 
que não vão causar distorções relevantes se ficarem na faixa de aceitação. 
Para a definição da materialidade não existe um padrão de documentação a ser feito; durante a prática, o auditor utiliza 
os mesmos documentos usados no planejamento e os quais se exteriorizam no plano de auditoria. 
Uma vez que se defina a materialidade em conformidade com a NBC TA 320, o auditor passa para sua aplicação nos 
trabalhos; pode haver a necessidade de ajustes ao caso concreto, porque ao longo de um trabalho de auditoria ocorrem 
inúmeras situações não previstas na fase planejamento, então é possível rever os parâmetros de materialidade sempre 
que houver justificativa, esta alteração assim como todos os demais acontecimentos deve ser documentada. 
4. Avaliação dos Controles Internos 
 
Como parte da fase de planejamento, o auditor deverá conhecer o negócio da empresa auditada, e como parte 
desse conhecimento está o conhecimento dos controles internos da entidade. Tais controles – sistemas de informações 
e trâmites de papéis e itens dentro da organização – são elaborados pela administração para se assegurar que as 
ordens e os objetivos da empresa são seguidos para prevenir ou detectar distorções nas demonstrações financeiras; o 
auditor, como um trabalho preliminar de auditoria, irá revisar e avaliar se estes controles são eficientes. Podemos citar 
 
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PORDENTRODOTEMA 
 
como exemplo a emissão de um cheque: 1° a pessoa do financeiro recebe, de alguém com poderes, a solicitação para 
pagar algo; 2° emite o cheque; 3° leva o cheque e a cópia de cheque para seu superior conferir, autorizar e assinar o 
cheque; 4 leva em seguida para uma segunda assinatura. Esse procedimento evita que a emissão de cheques seja 
efetuada por uma pessoa sozinha. 
Você já viu que o sistema de controle interno, que se divide basicamente em dois: o operacional e o de governança, é 
de responsabilidade da administração da empresa. O operacional demonstra a eficiência e eficácia das operações da 
empresa, protege o seu patrimônio, faz as amarrações das informações para controlar bens e pessoas, no sentido de 
controlar o horário de trabalho e as atividades desempenhadas. Já o de governança consiste em regras de conduta ética 
e legal, verifica e incentiva a todos se portarem com ética nos negócios e seguir todas as leis. A aplicação correta desses 
dois controles deve dar uma segurança razoável às informações contidas nos relatórios financeiros, para que estejam 
em conformidade com a estrutura de relatórios financeiros aceitáveis. 
Para Crepaldi (2013), o auditor deverá avaliar os controles internos seguindo, pelo menos, quatro passos: 
 
a. Levantar os controles internos com procedimento específicos: para tomar conhecimento de sua existência na 
entidade. Esta etapa se dá por meio da leitura dos manuais de controle interno, outros documentos da empresa, 
conversas ou entrevistas com funcionários e a administração da empresa etc. 
b. Executar avaliação de conformidade dos procedimentos: o auditor julga se os procedimentos levantados são 
aqueles previstos pela empresa, ou seja, se na prática o que se está fazendo na empresa é aquilo que foi idealizado 
como controle interno; essa avaliação pode ser feita por meio do acompanhamento de algum

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