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02 5-treinamento-concorrente-e-taurina-melhoram-perfil-lipídico-em-mulheres-pós-menopausa

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121Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019
RESUMO
Introdução: A taurina desempenha um papel importante no metabolismo e pode influenciar positivamente 
a composição corporal, uma vez que, na concentração apropriada, este aminoácido pode diminuir a percepção 
de esforço e retardar o aparecimento da fadiga; entretanto, o efeito desse aminoácido combinado com o trei-
namento concorrente (TC) é desconhecido em mulheres pós-menopausa. Objetivo: Analisar os efeitos do TC 
(aeróbico+resistência) e da suplementação com taurina nesse perfil metabólico de mulheres pós menopausa. 
Métodos: Foram avaliadas 43 mulheres pós-menopausa que foram divididas randomicamente nos seguintes grupos: 
Controle (C [N = 13]), Taurina (T [N = 8]), Taurina+Exercício (TE [N = 13]) e Placebo+Exercício (E [N = 9]). Os grupos 
suplementados com taurina receberam cápsulas e consumiram 1,5 gramas/dia dessa substância. O TC aconteceu 
três vezes por semana (50 minutos de treinamento resistido e 30 minutos de treinamento aeróbico). A avaliação 
da composição corporal foi realizada por meio do DXA; além disso, foram analisados o perfil bioquímico com 
dosagem de triglicérides, colesterol total (CT), colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) e colesterol 
de lipoproteína de alta densidade (HDL-c). A intervenção teve duração de oito semanas. Resultados: O grupo TE 
apresentou redução percentual significativa da gordura corporal total (-4,1 ± 3,0) e gordura de tronco (-4,4 ± 3,9) 
e maiores ganhos da massa corporal magra (3,9 ± 2,5) em comparação ao grupo C (0,3 ± 3,7, p = 0,005; 0,8 ± 4,3, 
p = 0,024; -1,1 ± 3,1, p <0,001; respectivamente) e ao grupo T (1,2 ± 3,4, p = 0,004; 1,6 ± 5,4, p = 0,023; -1,2 ± 2,9; 
p = 0,002; respectivamente). O grupo TE apresentou maiores reduções do CT (-5,8 ± 7,1 mg/dl) em comparação 
ao grupo T (11,5 ± 19,1 mg/dl). O grupo TE apresentou significativa redução do LDL-c (-13,6 ± 9,2 mg/dl) em 
comparação ao grupo C (3,5 ± 13,9 mg/dl, p = 0,014) e ao grupo T (9,9 ± 24,3 mg/dl, p = 0,027). Conclusão: A as-
sociação TC e suplementação com taurina promoveu redução dos níveis de colesterol total e LDL-c em mulheres 
pós-menopausa. Nível de Evidência I; Tipo de Estudo: Estudo clínico randomizado. 
Descritores: Composição corporal; Treinamento de resistência; Metabolismo. 
ABSTRACT
Introduction: Taurine plays an important role in metabolism and can positively influence body composition, since it 
is believed that in appropriate concentrations this amino acid (AA) can reduce perceived exertion, thereby delaying the 
onset of fatigue; however, the effect of this AA combined with concurrent training in postmenopausal women is unknown. 
Objective: To analyze the effects of concurrent training (aerobic+resistance) and taurine supplementation on the meta-
bolic profile of postmenopausal women. Methods: Forty-three postmenopausal women were randomly divided into the 
following groups: Control (C [N=13]), Taurine (T [N = 8]), Taurine+Exercise (TE [N=13]), and Placebo+Exercise (E [N=9]). 
The supplemented groups received capsules corresponding to a daily taurine intake of 1.5 g. Concurrent training (CT) 
took place three times a week and consisted of 50 minutes of resistance training and 30 minutes of aerobic training. Body 
composition was assessed using DXA, in addition to biochemical profile analysis: triglycerides, total cholesterol, low-density 
lipoprotein cholesterol and high-density lipoprotein cholesterol. The intervention period lasted for eight weeks. Statistical 
significance was set at 5%. Results: The TE group presented a statistical reduction in terms of relative change in the percentage 
of total body fat (%) (-4.1±3.0) and trunk fat (%) (-4.4±3.9), with greater lean body mass (kg) gain (3.9±2.5) when compared 
to groups C (0.3±3.7, p=0.005; 0.8±4.3, p=0.024; -1.1±3.1, p<0.001; respectively) and T (1.2±3.4, p=0.004; 1.6±5.4, p=0.023; 
-1.2±2.9; p=0.002; respectively). The TE group presented a greater percentage reduction of total cholesterol (-5.8±7.1 mg/dl) 
when compared to group T (11.5±19.1 mg/dl). The TE group presented a significant decrease in LDL-c (-13.6±9.2 mg/dl) 
compared to groups C (3.5±13.9 mg/dl, p=0.014) and T (9.9±24.3 mg/dl, p=0.027). Conclusion: The combination of concur-
rent training and taurine supplementation promoted a reduction in total cholesterol and LDL-c levels in postmenopausal 
women. Level of Evidence I; Study type: Randomized clinical study.
Keywords: Body composition; Resistance training; Metabolism.
RESUMEN
Introducción: La taurina desempeña un papel importante en el metabolismo y puede influenciar positivamente 
la composición corporal, ya que en la concentración apropiada este aminoácido puede disminuir la percepción de 
esfuerzo y retrasar la aparición de la fatiga; sin embargo, el efecto de este aminoácido combinado con el entrenamiento 
TREINAMENTO CONCORRENTE E TAURINA MELHORAM 
PERFIL LIPÍDICO EM MULHERES PÓS MENOPAUSA
CONCURRENT TRAINING AND TAURINE IMPROVE LIPID PROFILE IN POSTMENOPAUSAL WOMEN
ENTRENAMIENTO CONCURRIDO JUNTO CON TAURINA MEJORA PERFIL LIPÍDICO EN MUJERES 
POSMENOPÁUSICAS
Camila Buonani1 
(Profissional de Educação Física)
Fabrício Eduardo Rossi2 
(Profissional de Educação Física)
Tiego Aparecido Diniz3 
(Profissional de Educação Física)
Ana Claúdia Fortaleza4 
(Fisioterapeuta)
Juliana Viezel1 
(Profissional de Educação Física)
Malena Ricci Picolo5 
(Nutricionista)
Rômulo A. Fernandes1 
(Profissional de Educação Física)
Ismael Forte Freitas Júnior1 
(Profissional de Educação Física)
1. Programa de Pós Graduação 
em Ciências da Motricidade, 
Departamento de Educação Física, 
Universidade Estadual Paulista 
(UNESP), Presidente Prudente,
São Paulo, Brasil
2. Universidade Federal do Piauí 
(UFPI), Departamento de Educação 
Física, Imunometabolismo do 
músculo esquelético e do Grupo 
de Pesquisa do Exercício, Teresina, 
PI, Brasil.
3. Departamento de Genética e 
Biologia Evolutiva , Instituto de 
Biociências, Universidade de São 
Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.
4. Fisioterapeuta, Universidade 
do Oeste Paulista (UNOESTE), 
Presidente Prudente, São Paulo, 
Brazil. 
5. Programa de Pós-Graduação em 
Fisioterapia, Universidade Estadual 
Paulista (UNESP), Presidente 
Prudente, São Paulo,
SP, Brasil.
Correspondence
Camila Buonani
Departamento de Educação Física, 
Universidade Estadual Paulista 
(UNESP). Rua Roberto Simonsen, 
305, Centro Educacional, Presidente 
Prudente, SP, Brasil. 19060-900.
camila.buonani@unesp.br
Artigo originAl
Original article
artículO Original
122 Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019
concurrente (EC) es desconocido en mujeres posmenopáusicas. Objetivo: Analizar los efectos del EC (aeróbico+resistencia) 
y de la suplementación con taurina en este perfil metabólico de mujeres posmenopáusicas. Métodos: Se evaluaron 
43 mujeres posmenopáusicas que se dividieron aleatoriamente en los siguientes grupos: Control (C [N = 13]), Taurina 
(T [N = 8]), Taurina+Ejercicio (TE [N = 13]), Placebo+Ejercicio (E [N = 9]). Los grupos suplementados con taurina reci-
bieron 1,5 gramos/día de esta sustancia. El EC ocurrió tres veces por semana (50 minutos de entrenamiento resistido 
y 30 minutos de entrenamiento aeróbico). La composición corporal fue realizada por medio del DXA; además, se 
analizaron el perfil bioquímico con dosificaciones de triglicéridos, colesterol total (CT), colesterol de lipoproteína de 
baja densidad (LDL-c) y colesterol de lipoproteína de alta densidad (HDL-c). La intervención tuvo duración de ocho 
semanas. Resultados: El grupo TE presentó reducción porcentual significativa de la grasa corporal total (-4,1 ± 3,0) 
y grasa del tronco (-4,4 ± 3,9) y mayores ganancias de masa corporal magra (3,9 ± 2,5) en comparación al Grupo 
C (0,3 ± 3,7, p = 0,005, 0,8 ± 4,3, p = 0,024, -1,1 ± 3,1, p <0,001, respectivamente) y al Grupo T (1,2 ± 3,4, p =0,004; 
,6 ± 5,4, p = 0,023; -1,2 ± 2,9; p = 0,002; respectivamente). El Grupo TE presentó mayores reducciones del CT (-5,8 ± 7,1 mg/dl) 
en comparación con el Grupo T (11,5 ± 19,1 mg/dl). El Grupo TE presentó una significativa reducción del LDL-c 
(-13,6 ± 9,2 mg/dl) en comparación con el Grupo C (3,5 ± 13,9 mg / dl, p = 0,014) y el Grupo T (9,9 ± 24,3 mg / dl, 
p = 0,027). Conclusión: La asociación de EC y suplementación con taurina promovió reducción de los niveles de colesterol 
total y LDL-c en mujeres posmenopáusicas. Nivel de evidencia I; Tipo de Estudio: Estudio clínico aleatorizado.
Descriptores: Composición corporal; Entrenamiento de resistencia; Metabolismo.
Artigo recebido em 29/04/2018 aprovado em 28/11/2018DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1517-869220192502196932 
INTRODUÇÃO
A menopausa é caracterizada pela redução da produção do estró-
geno e a interrupção do ciclo menstrual, resultando no final da função 
ovariana, e sendo reconhecida retrospectivamente, após um ano de 
amenorréia1. Em adição, além do impacto no sistema reprodutivo, a 
menopausa pode ser responsável também por mudanças significativas 
na composição corporal, uma vez que, após esse fenômeno, muitas 
mulheres apresentam aumento de peso e adiposidade corporal, prin-
cipalmente a central2, e, portanto, ficam mais propensas a desenvolver 
perfil lipídico aterogênico e doenças cardíacas3.
O treinamento concorrente (TC), que é a combinação do treinamento 
aeróbio com o resistido em uma mesma sessão, pode atenuar os efeitos 
da idade na composição corporal e no metabolismo. Isso decorre do 
aumento da massa magra e da redução da gordura corporal4, em adição o 
TC aumenta a sensibilidade a insulina e gasto energético, ambos durante 
e após o exercício5, melhorando o metabolismo da glicose e de lipídios6.
Alguns suplementos como os amino ácidos (AA), têm sido usados 
como estratégias adicionais para melhora de resultados em programas de 
exercícios para promoção de saúde e qualidade de vida. Entre esses AAs, 
destaca-se a taurina (ácido 2-aminoetanossulfónico) que em humanos 
é sintetizada no fígado e considerada como um AA semi-essencial. A 
quantidade produzida pelo organismo é baixa e por isso recomenda-se 
que seja consumida por meio da dieta, como carnes e frutos do mar7.
Estudos têm sugerido que a taurina apresenta papel importante no 
metabolismo8 e pode influenciar positivamente a composição corporal, 
uma vez que se acredita que em concentrações apropriadas esse AA pode 
diminuir o esforço percebido e, assim, retardar o início da fadiga9, presu-
mivelmente causando a um indivíduo uma maior tolerância a intensidade 
e volume de exercício, resultando em maiores ganhos. No entanto, não 
foram encontrados na literatura estudos que investigaram os efeitos da 
combinação da suplementação com taurina com o treinamento concor-
rente na composição corporal e perfil lipídico de mulheres pós menopausa.
A hipótese do presente estudo foi que a suplementação com taurina, 
associada ao treinamento concorrente, poderia promover ganho de 
massa corporal magra, redução da gordura corporal total e gordura de 
tronco, e melhora do perfil lipídico de mulheres pós menopausa. Nesse 
sentido, o objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos do treina-
mento concorrente e da suplementação com taurina na composição 
corporal e perfil lipídico de mulheres pós menopausa.
MÉTODOS
Desenho do Estudo
Este estudo duplo cego controlado foi realizado entre janeiro de 2012 
e agosto de 2014 no Departamento de Educação Física, da Faculdade 
de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista Campus 
Presidente Prudente. Avaliações foram realizadas antes do início e após 
oito semanas de treinamento e envolveram: triagem para inclusão no 
estudo; avaliação antropométrica, da composição corporal e perfil 
lipídico; e três dias não consecutivos de recordatório alimentar de 24h 
os quais foram conduzidos em dois momentos: uma semana antes do 
início da intervenção e na primeira semana após o final da intervenção.
Amostra
Para o cálculo do tamanho amostral a média da variável triglicérides 
obtida do estudo de Balducci, Zanuso10 foi considerada, juntamente com o 
desvio padrão (23.9mg/dL). Adotando um poder de 80% para um teste bicau-
dal e um erro máximo desejado de 5%, a equação indicou a necessidade de 
pelo menos seis indivíduos por grupo. Esperando possíveis perdas amostrais, 
cada grupo deveria iniciar o protocolo com pelo menos 12 participantes.
O convite para participação no estudo foi realizado por meio de 
divulgação em rádio, televisão e jornais locais. Para participar do estudo 
foram adotados os seguintes critérios de inclusão: 1) ser mulher pós 
menopausa (sem ciclo menstrual por pelo menos um ano e apresentar 
valores iguais ou superiores a 30 UI/l do hormônio folículo estimulante 
[FSH])11; 2) ter idade entre 50 e 79 anos na data da avaliação; 3) não 
apresentar limitações físicas ou algum problema de saúde que impedisse 
a realização das avaliações; 4) possuir atestado médico para participar 
do programa de treinamento; 5) realizar todas as avaliações; 6) assinar 
o termo de consentimento e esclarecimento formal para a participação 
no estudo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da 
Universidade Estadual Paulista, Campus de Presidente Prudente (Protocolo 
64/2011). Foram adotados como critérios de exclusão: acumular três 
faltas consecutivas ou quatro faltas não consecutivas durante um mês.
Após a divulgação, 141 mulheres pós menopausa se inscreveram para 
participação no estudo, das quais 64 atenderam os critérios de inclusão/
exclusão e aceitaram participar da intervenção. As participantes foram 
divididas randomicamente nos seguintes grupos: Controle (C [N=16]); 
Taurina (T [N=16]); Taurina + Exercício (TE [N=16]); Placebo + Exercício 
(E [N=16]). A amostra final foi composta por 43 mulheres, as razões de 
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desistência foram: falta de tempo, dificuldades relacionadas à locomoção 
até o local da intervenção, e problemas pessoais. O fluxo e a amostra 
final do estudo estão apresentados na Figura 1.
Procedimentos
Antropometria e Composição Corporal 
A massa corporal foi mensurada usando uma balança eletrônica da 
marca Filizola. A estatura foi mensurada usando um estadiômetro fixo 
da marca Sanny. Os valores de massa corporal e estatura foram usados 
para calcular o índice de massa corporal (IMC [peso (kg) / estatura(m)2]). 
Todas as medidas antropométricas foram realizadas de acordo com os 
procedimentos descritos por Freitas Jr, Bueno.
Para a análise da composição corporal foi utilizado o aparelho de 
Absortiometria de Raios-X de Dupla Energia (DXA [General Electric Me-
dical Systems, Lunar DPX MD, Madison, WI, USA]), com software versão 
4.7. As seguintes variáveis da composição corporal foram estimadas: 
massa total, massa corporal magra, gordura corporal total e gordura 
de tronco, as quais foram expressas em valores absolutos e relativos.
Para o cálculo do erro técnico de medida do DXA foram realizadas duas 
avaliações de corpo inteiro, pelo mesmo avaliador, em dois dias consecuti-
vos em 12 sujeitos do sexo feminino. A partir dos resultados obtidos o erro 
foi estimado em: 1,48% para a gordura corporal total; 1,38% para gordura 
no tronco; e 2,06% para a massa magra corporal total. O teste-reteste do 
coeficiente de correlação intra-classe desses procedimentos mostrou-se 
confiável (CCI entre 0,91 a 0,99 para as variáveis utilizadas neste estudo).
Amostra de Sangue
Após jejum durante a noite (12h), amostras de sangue venoso foram 
coletadas para dosagem de FSH, colesterol total (CT), fração de colesterol 
de lipoproteína de densidade baixa (LDL-c) e fração de colesterol de lipopro-
teína de densidade alta (HDL-c), por técnica colorimétrica em química seca, 
em equipamento marca Johnson eJohnson, modelo Vitros 250. A fórmula 
de Friedewald, Levy14 foi usada para calcular as concentrações de LDL-c.
Procedimentos do Treinamento Aeróbio
A determinação da intensidade do treinamento aeróbio foi realizada 
utilizando o protocolo de velocidade crítica proposto por Wakayoshi, 
Yoshida13. O grupo estudado percorreu três distâncias (400, 800 e 1200 m) 
em uma pista de corrida em dias separados e não consecutivos. 
As participantes foram instruídas a cobrir a distância no menor tempo 
possível, o qual foi registrado usando um cronômetro digital (Polar). 
A relação entre a distância (m) e o tempo de exercício (s) foi linear-
mente ajustada e a velocidade crítica foi assumida como a inclinação 
desse modelo, que foi a intensidade do treinamento aeróbio. Após quatro 
semanas os procedimentos foram repetidos para ajustar as intensidades.
Procedimentos do Treinamento Resistido
Os exercícios utilizados no programa foram: leg press 45º, extensão 
de pernas, flexão de pernas, supino horizontal na barra, remada baixa, 
extensão de tríceps, elevação lateral com halteres, rosca direta na barra 
e exercícios abdominais. O programa de treinamento resistido está 
apresentado na Tabela 1. A carga de treinamento foi ajustada a cada 
quatro semanas para manter o número prescrito de repetições.
A intensidade do treinamento resistido foi controlada pela zona de 
repetição máxima. As séries foram executadas até exaustão momen-
tânea, se as participantes executassem mais que o máximo previsto, a 
carga foi aumentada para respeitar a zona de treinamento13. O teste de 
uma repetição máxima (1RM) foi realizado para os exercícios leg press 
e supino horizontal na barra, e consistiu de aquecimento seguido de 
uma série de 10 repetições de cada exercício sem sobrecarga. A carga foi 
gradualmente aumentada durante o teste até que as participantes não 
pudessem realizar todo o movimento, e três tentativas foram permitidas 
para atender a carga de 1RM correspondente. Para a recuperação, foi dado 
um intervalo de três a cinco minutos entre as tentativas. Após quatro 
semanas, os procedimentos foram repetidos para ajustar as intensidades.
Protocolo de Treinamento Concorrente
As mulheres que foram submetidas ao treinamento concorrente 
realizaram o protocolo três vezes por semana em dias não consecutivos 
por oito semanas. Inicialmente, as participantes tiveram um período de 
duas semanas de familiarização. Somente após a familiarização, foram 
realizados os testes para determinação da carga de treinamento. O pro-
grama de treinamento concorrente durou 80 minutos por sessão, com 50 
minutos de treinamento resistido e 30 minutos de treinamento aeróbio.
Para garantir que as intensidades e a rotina de treinamento fossem 
adequadas, todas as atividades foram acompanhadas por monitores pre-
viamente treinados e pelos pesquisadores responsáveis pelo projeto. No 
início de cada sessão de treinamento, a pressão arterial era monitorada e, 
ao final, eram realizados 10 minutos de alongamento para volta à calma.
Protocolo de Suplementação
Foram conduzidos recordatórios alimentares de 24h em três dias 
não consecutivos (um dia no final de semana e dois dias da semana)14. 
As participantes foram orientadas por nutricionista. Os dados foram ana-
lisados pela mesma nutricionista utilizando o software NutWin, versão 1.5 
(Programa de Apoio à Nutrição, Universidade Federal de São Paulo, 2002).
Os grupos T e TE consumiram oralmente 1.5 g de taurina/dia, os 
grupos E e C receberam cápsulas contendo amido de batata. As par-
ticipantes receberam três doses diárias de taurina, 500 mg ao acordar, 
500 mg no almoço e 500 mg à noite. Essa dose de taurina não causa 
efeitos colaterais, mesmo em longo prazo.
Análise Estatística
Inicialmente, o teste de Levene identificou que havia homogeneida-
de de variância para todas as variáveis numéricas, exceto as alterações Figura 1. Fluxo de participantes durante o estudo.
Excluídas N = 77
Não atenderam os critérios de inclusão N = 52
Não atenderam as ligações para avaliação 
inicial N = 25
Excluídas N = 21
Faltas acima do permitido N = 9
Desistência por razões pessoais ou não 
especificadas N = 12
Avaliadas após a intervenção N = 43 
Grupo Controle N = 13 
Grupo Taurina N = 8
Grupo Taurina + Treino N = 13
Grupo Placebo + Treino N = 9
Mulheres avaliadas para 
elegibilidade
N = 141
Mulheres randomizadas N = 64
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relativas de HDL-c. Assim, os valores de HDL-c foram transformados em 
log. A estatística descritiva foi composta por média e desvio-padrão.
As comparações dos valores inicial e final dos recordatórios alimen-
tares foram realizadas pelo teste de Wilcoxon, devido à distribuição não 
paramétrica, mesmo após a transformação em log (portanto, apresentada 
como mediana e intervalo interquartil). As variações relativas foram 
calculadas se considerando os valores obtidos nos momentos inicial e 
final do estudo ([Momento Final - Momento inicial] / Momento inicial * 
100). As comparações de valores relativos entre os grupos experimentais 
foram realizadas por análise de variância e o teste Post Hoc de Tukey foi 
aplicado quando necessário. Todas as análises foram realizadas utilizando 
o programa SPSS, versão 17.0 (SP.SS Inc, Chicago, IL) e a significância 
estatística estabelecida em 5%. As análises estatísticas foram realizadas 
de acordo com os procedimentos descritos por Vincent & Weir 23.
 RESULTADOS
O estudo consistiu em 43 mulheres pós menopausa (FSH = 69.4 ± 
26.2 mUI/ml), com idade entre 50.7 e 77 (60.5 ± 6.5) anos. Os valores 
apresentados na Tabela 1 e Tabela 2 referem-se as comparações dos 
valores iniciais de composição corporal e perfil bioquímico dos grupos 
analisados no presente do estudo. Quando comparados os valores 
obtidos nos recordatório alimentar, não foram encontradas diferenças 
significativas nos grupos estudados (Tabela 3).
A Figura 2 refere-se às alterações percentuais na composição corporal que 
mostraram diferenças significativas entre os períodos pré e pós-intervenção.
Observou-se que o grupo TE apresentou reduções do percentual 
de gordura corporal total (p = 0.005, p = 0.004) e gordura de tronco 
(p = 0.024, p = 0.023), e maiores ganhos de massa magra (p <0.000, 
p = 0,002), quando comparado aos grupos C e T, respectivamente. O grupo 
E apresentou aumento da massa magra (p = 0,001, p = 0,004) e redução de 
porcentagem de gordura no tronco (p = 0,042, p = 0,035), quando com-
parado aos grupos C e T, respectivamente. O grupo E também apresentou 
maior massa corporal total (p = 0,011), quando comparado ao grupo C.
A Figura 3 mostra os valores percentuais das alterações do CT e 
do LDL-c.
Tabela 1. Características gerais de composição corporal e comparação entre os grupos 
no início da intervenção, valores expressos em média e desvio padrão.
Grupos ControleN = 13
Taurina
N = 8
Taurina + 
Exercício
N = 13
Exercício
N = 9 p
Idade (anos) 63,3 ±6,6 58,6 ±8,1 59,1 ±5,3 59,7 ±6,0 0,220
Massa corporal (kg) 62,8 ±13,9 64,7 ±8,9 63,3 ±7,8 59,2 ±10,1 0,739
IMC (kg/m²) 26,4 ±5,0 26,0 ±3,3 24,4 ±2,5 24,5 ±3,2 0,436
Massa magra (kg) 34,1 ±7,0 34,5 ±3,1 34,3 ±4,7 32,1 ±3,8 0,718
Gordura corporal (%) 41,7 ±5,3 43,0 ±4,8 41,8 ±5,5 41,7 ±4,5 0,942
Gordura corporal (kg) 26,5 ±7,8 28,1 ±6,6 26,6 ±5,5 25,1 ±6,5 0,821
Gordura no tronco (%) 44,6 ±5,4 46,7 ±4,9 44,8 ±5,8 45,4 ±5,4 0,844
Gordura no tronco (kg) 14,0 ±3,9 15,0 ±3,6 13,6 ±3,1 13,3 ±3,4 0,779
IMC= índice de massa corporal. Teste Estatísitco = Anova One-way; Post Hoc de Tukey; p<0.05.
Tabela 3. Consumo total de energia e macronutrientes, expressos em mediana e 
intervalo interquartil.
Energia
(Kcal)
Carboidrato
(g)
Proteína
(g)
Gordura
(g)
Controle
Pré
1513,0
(1079,3–2233,8)
212,2
(133,7–295,7)
65,3
(33,2 – 95,4)
42,8
(28,3–99,3)Pós
1621,0
(1051,4–1933,3)
213,2
(136,8–259,8)
65,5
(49,6–105,1)
52,4
(36,5–91,0)
p 0,507 0,753 0,382 0,507
Taurina
Pré
2050,5
(1415,7–2549,5)
246,0
(110,9–259,5)
100,5
(40,5–117,2)
79,0
(29,6–123,8)
Pós
1997,5
(1523,5–2730,7)
249,0
(117,9–296,2)
105,5
(45,8–112,3)
79,5
(32,3–132,8)
p 0,173 0,249 0,225 0,138
Taurina + 
Exercício
Pré
1750,0
(1022,1–2427,3)
203,3
(121,8–356,6)
84,0
(51,6–113,2)
58,0
(33,4–100,0)
Pós
1669,5
(1207,2–2394,3)
189,4
(156,1–322,5)
81,4
(65,6–119,1)
61,9
(34,4–95,2)
p 0,583 0,209 0,937 0,346
Exercício
Pré
1718,5
(1341,3–2315,2)
231,7
(185,6–293,5)
72,3
(45,3–115,6)
68,2
(45,3–185,6)
Pós
1568,5
(1412,3–2227,1)
241,6
(193,6–289,3)
75,7
(49,1–117,2)
54,5
(39,5–85,8)
p 0,285 0,721 0,959 0,139
Teste estatístico = Wilcoxon; p <0,05.
Tabela 2. Perfil bioquímico e comparação entre os grupos no início da intervenção, 
valores expressos em média e desvio padrão.
Controle
N = 13
Taurina
N = 8
Taurina + 
Exercício
N = 13
Exercício
N = 9 p
TG (mg/dL) 145,9 ±56,0 98,3 ±57,8 117,6 ±58,4 120,1 ±75,2 0,375
CT (mg/dL) 200,5 ±34,1 179,8 ±26,2 207,4 ±36,3 194,8 ±38,0 0,354
HDL-c (mg/dL) 50,3 ±8,2 56,4 ±10,5 55,2 ±10,9 58,4 ±19,4 0,468
LDL-c (mg/dL) 121 ±26,1 104,8 ±20,3 128,6 ±32,8 112,8 ±20,3 0,212
FSH (mUI/ml) 70,7 ±17,8 65,7 ±23,5 67,9 ±22,1 72,7 ±37,6 0,957
TG = Triglicérides; CT = colesterol total; HDL-c = fração de colesterol de lipoproteína de alta densidade; LDL-c = 
fração de colesterol de lipoproteína de baixa densidade; FSH = hormônio folículo estimulante. Teste estatístico = 
Anova One-way; Post Hoc de Tukey; p <0,05.
Figura 2. Alterações percentuais médias na composição corporal total após oito 
semanas de intervenção, expressas em média e desvio padrão.
Teste estatístico = Anova One-way; Post Hoc de Tukey; p<0,05; a = diferença significativa do grupo Controle; 
b = diferença significativa do grupo Taurina.
Massa corporal (kg) Gordura corporal (%) Massa magra (kg) Gordura tronco (%)
Controle Taurina Taurina + Exercício Exercício
p = 0,010
10
5
0
-5
-10
p = 0,001
p = 0,001 p = 0,003
a
a
b
a
b
a
b a
b a
b
Al
te
ra
çõ
es
 re
la
tiv
as
 %
Figura 3. Mudanças percentuais no perfil lipídico, expressas em média e desvio 
padrão.
CT = colesterol total; HDL-c = fração de colesterol de lipoproteína de alta densidade; LDL-c = fração de co-
lesterol de lipoproteína de baixa densidade. Teste estatístico = Anova One-way; Post Hoc de Tukey; p <0,05; 
a = diferença significativa do grupo controle; b = diferença significativa do grupo Taurina.
 Triclicérides(mg/dL) CT(mg/dL) HDL-c(mg/dL)Log LDL-c(mg/dL)
Controle Taurina Taurina + Exercício Exercício
a
b
b
p = 0,529
p = 0,027
p = 0,462
p = 0,006
70
60
50
40
30
20
10
0
-10
-20
-30
-40
-50
-60
-70
Al
te
ra
çõ
es
 re
la
tiv
as
 %
125Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019
Após a análise das alterações relativas do CT, observaram-se maiores 
reduções no grupo TE, quando comparado ao grupo T (p = 0,020). Em 
relação ao LDL-c, o grupo que realizou o treinamento concorrente e 
foi suplementado com taurina apresentou maiores reduções, quando 
comparado aos grupos C (p = 0,014) e T (p = 0,027).
DISCUSSÃO
Entre os principais achados do presente estudo, vale destacar que 
após oito semanas de suplementação com taurina isolada e associada 
ao treinamento concorrente, houve redução da gordura corporal total e 
central e aumento da massa magra em ambos os grupos que receberam 
treinamento concorrente. Em relação ao perfil lipídico, houve redução 
significativa do colesterol total e do LDL-c apenas no grupo TE.
Rutherford, Spriet15 verificaram o efeito agudo da suplementação de 
1,66 gramas de taurina em ciclistas, e encontraram aumento da oxidação 
de gordura após a suplementação, sugerindo que a taurina pode ter efeito 
na composição corporal, ajudando a reduzir a gordura corporal. Tem sido 
sugerido que a taurina aumenta a contração do músculo esquelético e 
cardíaco, pois participa da regulação do cálcio intracelular e aumenta a 
disponibilidade de cálcio para a contração16. Em estudo realizado por Baum e 
Weiss observou-se que atletas treinados que consumiam bebidas contendo 
taurina apresentaram aumento da força de ejeção do coração após esforço.
Beyranvand, Khalafi17 observaram que indivíduos com insuficiência 
cardíaca que tomaram 0,5 gramas de taurina, três vezes ao dia por duas 
semanas, apresentaram melhora do desempenho no teste em esteira, com 
aumento do tempo de exercício e distância percorrida, quando compa-
rados ao grupo placebo. Esses achados corroboram o estudo de Alford, 
Cox18, no qual eles usaram uma bebida energética contendo taurina em 
indivíduos treinados e observaram aumento de 9% na resistência aeróbia.
Os grupos que realizaram treinamento concorrente (TE e E) apresentaram 
redução do percentual de gordura corporal, percentual de gordura na parte 
superior do corpo e aumento da massa corporal magra (Figura 2), quando 
comparados aos grupos que não treinaram. Portanto, os resultados deste 
estudo indicam que a suplementação isolada de 1,5 gramas / dia de taurina 
por oito semanas parece não influenciar a composição corporal, mesmo 
quando associada ao treinamento concorrente em mulheres pós menopausa.
Esses achados corroboram com os resultados obtidos por Lixan-
drão, Bonganha19, que constataram que a realização de treinamento 
concorrente por 16 semanas realizado por mulheres pós menopausa, 
promoveu aumento da massa e força muscular. Em um estudo realizado 
por Rossato, Binotto20 com mulheres na perimenopausa, verificou-se 
que após 20 semanas de treinamento concorrente não houve redução 
na gordura corporal ou aumento da massa magra, diferentemente dos 
nossos achados. Vale ressaltar que as alterações na composição corporal 
no presente estudo foram obtidas em apenas oito semanas.
Após a menopausa há um aumento na concentração de lipídios plas-
máticos, fato que contribui para um aumento da incidência de eventos car-
diovasculares em mulheres21. Alterações no metabolismo lipídico parecem 
estar relacionadas a quantidades diminuídas do hormônio estradiol, e essa 
condição é acompanhada por níveis aumentados de triglicérides, CT, LDL-c 
e níveis reduzidos de HDL-c22. Dado que valores anormais de CT, especial-
mente aumento do LDL-c e diminuição do HDL-c, são importantes fatores 
de risco para a ocorrência de doenças cardíacas e do sistema circulatório.
Pesquisas relacionadas à taurina têm sido amplamente realizadas 
em modelos animais, com o objetivo de melhor compreender o efeito 
desse AA no metabolismo lipídico. A partir desses estudos ficou evidente 
que a suplementação com taurina pode reduzir as concentrações de 
colesterol plasmático e hepático, especialmente a lipoproteína de muito 
baixa densidade e o LDL-c em situações de hipercolesterolemia induzida 
por dieta, bem como aumentar os níveis de HDL-c23.
Acredita-se que a taurina aumente a atividade do CYP7A113, enzima que 
estimula a síntese dos ácidos biliares, considerada a principal via reguladora 
da homeostase do colesterol no organismo24. Portanto, se houver aumento 
na quantidade de ácidos biliares, consequentemente, uma quantidade 
maior de colesterol é retirada da circulação. Além disso, acredita-se que a 
taurina atue sobre a proteína LDLR, a qual é responsável pela depuração 
de cerca de dois terços do LDL-c da circulação25, portanto, é extremamente 
importante manter o equilíbrio dessa lipoproteína no organismo.
Com base na literatura, a suplementação com taurina parece ser 
interessante no auxílio ao tratamento de indivíduos com diagnóstico de 
algum tipo de distúrbio metabólico,como diabetes ou hipertensão arterial. 
Esse AA além de atuar diretamente no metabolismo lipídico, também 
apresenta um potencial papel antioxidante e anti-inflamatório, além de 
promover melhora da função endotelial por estimular o aumento do óxido 
nítrico, contribuindo para o perfil metabólico de indivíduos cardiopatas26.
Os resultados do presente estudo sugerem que a associação de treina-
mento concorrente com suplementação com taurina parece ser benéfica 
para a redução de CT e LDL-c. Em estudo realizado por Shaw, Shaw27, 
adultos sedentários foram submetidos a 16 semanas de treinamento 
concorrente e treinamento aeróbio isolado e se observou que ambas as 
intervenções reduziram o CT e aumentaram o HDL-c. Seo, So28 analisaram 
os efeitos de 12 semanas de treinamento concorrente em mulheres de 
meia-idade e encontraram aumento significativo do HDL-c e redução das 
concentrações de triglicérides e percentual de gordura corporal.
Sabe-se que a dieta é uma fonte importante para a obtenção de 
taurina exógena, que é encontrada principalmente em frutos do mar, 
carnes escuras de aves7 e carnes bovinas29. A dieta brasileira foi analisada 
em um estudo de nível populacional de Souza et al30. Cerca de metade das 
mulheres brasileiras (51,6%) consomem carne bovina e 27,4% consomem 
carne de frango. Embora o peixe contenha a maior fonte de taurina, ele não 
é um produto comumente consumido nessa população, principalmente 
por mulheres que vivem nessa região. Portanto, embora as mulheres brasi-
leiras obtenham taurina de sua dieta, elas provavelmente não consomem 
quantidades adequadas deste AA, sugerindo que a suplementação pode 
ser recomendada, particularmente entre os indivíduos dislipidêmicos.
Os dados deste estudo são importantes para esclarecer os efeitos 
do treinamento concorrente isoladamente e em associação com a 
suplementação com taurina no que se refere à composição corporal e 
perfil metabólico de mulheres pós menopausa. No entanto, é necessário 
mencionar como limitação o pequeno tamanho da amostra, a falta de 
controle do tempo em que ocorreu a menopausa e a quantidade de 
taurina ingerida da dieta, indicando que é preciso cautela ao generalizar 
as conclusões aqui encontradas. Contudo, os resultados deste estudo são 
promissores e indicam que taurina e exercício são eficazes na melhora 
do perfil lipídico. Além disso, devido ao número limitado de ensaios 
clínicos que examinam a taurina como um agente preventivo para a 
dislipidemia, mais estudos precisam ser desenvolvidos antes que as 
recomendações para a suplementação com taurina devam ser realizadas.
CONCLUSÃO
Em resumo, não há efeito adicional de suplementação de taurina com 
treinamento concorrente sobre a composição corporal de mulheres pós me-
nopausa após oito semanas de intervenção. No entanto, a combinação desse 
AA com treinamento concorrente ajudou a reduzir CT e LDL-c nessa população.
AGRADECIMENTOS
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 
Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito 
de interesses referente a este artigo.
126 Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019
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CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES: Cada autor fez contribuições individuais significativas para este original. CB (0000-0001-9717-0433)*, FER (0000-0002-0594-2529)*, TAD (0000-0002-
2655-9588)*, ACF (0000-0003-3302-663X), JV (0000-0003-0282-8920)* e MRP (0000-0002-7602-3191)* realizaram as intervenções e colaboraram para a coleta, tabulação e interpretação 
dos dados. RAF (0000-0003-1576-8090)* e IFFJ (0000-0002-5071-0428)* fizeram os devidos ajustes no texto e discutiram a pesquisa. *ORCID (Open Researcher and Contributor ID).

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