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GESTÃO DA MANUTENÇÃO DE FORMA ESTRATÉGICA EM UMA EMPRESA METAL-MECÂNICA Giseli Goncalves (UNISAL) giseli.goncalves@yahoo.com.br Lucas Willian Nogueira Goncalves (UNISAL) lucaswillian07@hotmail.com Cleginaldo Pereira de Carvalho (UNISAL) cleginaldopcarvalho@hotmail.com O presente artigo visa apresentar técnicas para gestão estratégica da manutenção na indústria. O desenvolvimento dessas técnicas se deve não apenas a um estudo, mas à elaboração e aplicação da manutenção preditiva, onde este trabalho apresenta esta aplicação em uma linha de produção de uma empresa do setor metalúrgico do ramo de peças automotivas, organização a qual, possui algumas máquinas como: prensas, dobradeiras e tesouras hidráulicas. Nesse estudo apresentado, espera-se demonstrar o uso da ferramenta TPM (Manutenção Produtiva Total) em conjunto dos Cincos Porquês, onde aplicados a manutenção preditiva, pode gerar grande otimização de custos. Essa redução de custos pode ser evidenciada pela previsão antecipada das falhas, o que traz melhores resultados a organização e consequentemente aos setores que buscam por tal eficácia em seu processo. Palavras-chave: Gestão Estratégica, Ferramentas, Manutenção, Redução de custos XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 2 1. Introdução O presente artigo tem como cenário uma empresa metalúrgica do ramo automotivo, onde o custo de falhas é relativamente alto e o funcionamento do maquinário é elementar, ou seja, qualquer erro ou parada por quebra, significa um gasto desnecessário. Sabe-se que na atualidade com a globalização dos mercados, as empresas operam em ambientes cada vez mais competitivos, como tal, uma empresa para subsistir deve procurar novas formas de se diferenciar. Segundo Al-Najjar (2007) a eficácia interna de uma empresa é influenciada pelo papel da manutenção e seu impacto noutras áreas, nomeadamente, a produção e a qualidade. Vê-se que, as organizações que apresentam um eficaz planejamento e controle de seus processos tendem a alcançar melhores resultados em relação a diminuição de suas falhas, assim como às paradas por quebra. 2. Manutenção O conceito de manutenção já vem sido explorado a muito tempo, antes da 2ª Grande Guerra com uma indústria pouco mecanizada com equipamentos simples e superdimensionados, eram feitos nos mesmos, serviços de limpeza e lubrificação, os reparos eram feitos logo após a quebra, ou seja, mesmo não sendo sistematizada, já faziam o uso da manutenção corretiva. Segundo Carvalho & Cabral (2014), a função manutenção, independentemente do setor em que se encontre inserida, é um pilar fundamental, indispensável e incontornável para o seu bom desempenho técnico tendo com intuito de manter operacionais todos os seus bens no desempenho da sua função, bem como evitar avarias e imobilizações inesperadas garantindo a satisfação das necessidades dos seus clientes. Existem diferentes tipos de manutenção dos equipamentos, como presente na Figura 1. A manutenção planejada pressupõe uma pró atividade na otimização da disponibilidade das máquinas, enquanto a não planeada atua apenas quando a ocorrência de avarias ou falhas no processo. Figura 1 – Tipos de Manutenção em Fluxograma XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 3 Fonte: Adaptado pelos autores - Faria (2013) 2.1 Gestão da Manutenção O gerenciamento de produção e manutenção, segundo Márquez (2009), utiliza ferramentas específicas, que possibilitam melhor retorno, maior disponibilidade e desempenho do equipamento, possibilitando a análise do ciclo de vida dos ativos. Se antes o objetivo da manutenção era de restaurar as condições originais de um determinado equipamento ou sistema, segundo Kardec & Carvalho (2002), atualmente a manutenção garante a disponibilidade de funcionamento dos equipamentos e sistemas de maneira a atender o processo produtivo a um custo adequado, com segurança, confiabilidade e preservação do meio ambiente. Segundo Sellitto e Fachini (2013) a gestão da manutenção é definida pelas ações tomadas no gerenciamento da parte técnica e do relacionamento na empresa. Ela é estabelecida por meio da condução das atividades de rotina dos serviços e da implementação de melhorias. Segundo Slack (2010) é de fundamental importância o monitoramento de todas as atividades envolvidas na manutenção, pois à medida que as atividades de um projeto crescem, as formas pelas quais elas podem causar impacto entre si crescem exponencialmente. De acordo com Silva (2015), a manutenção passou por quatro gerações industriais devido aos seus contextos históricos, que forçou o desenvolvimento de cada geração para a próxima. Abaixo apresenta-se um resumo dessas gerações relatas: XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 4 Primeira Geração: No período anterior a segunda guerra mundial as organizações aceitavam os desgastes dos equipamentos e os reparavam quando ocorriam falhas. Segunda Geração: Entre as décadas de 50 e 70, surgem os conhecimentos sobre confiabilidade e disponibilidade. Surge a manutenção preventiva, tentando reduzir as ocorrências de falhas. Terceira Geração: Com o surgimento do Just in Time de produção e estocagens enxutas na década de 70. O mercado passou a exigir técnicas mais evoluídas de manutenção. Quarta Geração: Com mercados mais competitivos, as empresas estão mudando sua visão reativa as falhas, para um modelo proativo. Surge o começo de acompanhamentos específicos como as Ordens de Serviços, modelos como a Manutenção Preventiva Total, e ferramentas como o Six Sigma. 2.2 Manutenção Estratégica Segundo Nunes (2001) os custos de manutenção transformaram as áreas de manutenção em um segmento estratégico para o sucesso empresarial. Decorrendo desta afirmação, pode-se então afirmar que a redução de custos proporciona vantagem competitiva. Já Tavares (1999) sustenta que a manutenção estratégica é uma mudança de conceito, pois engloba as atividades em um todo, em um sistema, e não cada equipamento separadamente. Nascif & Dorigo (2010) apoiam esse conceito, apresentando a razão de ser da manutenção como atendimento das diretrizes estabelecidas pela alta direção buscando o alcance dos resultados empresariais. Kardec & Nascif (2006) esclarecem que para obter o sucesso almejado com os negócios, a manutenção é importante pois tem a capacidade de interferir na produtividade através da disponibilidade dos ativos, interferir nos lucros pois afeta diretamente os custos, interferir na segurança interna e do meio ambiente e interferir na qualidade percebido pelos clientes. Segundo Filho (2008) as consequências das ações preditivas se limitam a três: Ou não é necessário fazer nada, pois a máquina está em bom estado; ou se fará uma manutenção preventiva, antes da falha, ou finalmente, se fará uma manutenção corretiva, caso a máquina seja encontrada já em estado de pane, ou seja: Esteja em falha. 2.2.1A Ferramenta 5S Segundo Marcorin (2003), o 5S é por si só, técnica suficiente para baixar os custos da manutenção e da indisponibilidade, consistindo em ferramenta preventiva. O 5S vem das XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 5 iniciais das cinco palavras japonesas seiri, seiton, seiso, seiketsu e shitsuke, que correspondem aos cinco processos de transformação capazes de elevar a eficiência de uma fábrica ao nível de primeira classe, sendo esses processos: Organização, Ordem, Limpeza, Asseio e Disciplina. De acordo com Jafari et al. (2014) e Shaikh (2015) a implementação do 5S é a base para que haja aumento na eficiência produtiva, na padronização de práticas, na melhoria da segurança, na redução do tempo de ciclo, na satisfação do cliente e na flexibilidade pessoal, no alto espírito e na motivação. Para Hidalgo (2016) conceito 5S foi desenvolvido originalmente em 1980. Afirma-se que um quadro da aplicação dos 5S dentro de uma empresa foi formalizado pela primeira vez por Takashi Osada. Segundo o autor Osada (2010) é importante que todas as organizações que anseiam por melhoria de qualidade busquem a princípio por atender as necessidades básicas, dessa maneira entende-se que os 5S’s são pontos primordiais para aperfeiçoar processos, melhorar as condições do ambiente e ainda melhorar a qualidade. 2.2.2 Manutenção Produtiva (TPM) Para uma abordagem ainda mais abrangente da manutenção focada na produção, aplica-se um sistema chamado TPM (Total Productive Maintenance), desenvolvido no Japão que significa, Manutenção Produtiva Total, tendo como fim, eliminar perdas, reduzir paradas, garantir a qualidade e diminuir custos nas empresas com processos contínuos. Segundo o JIMP (2000), a TPM se apresenta em três fases: A primeira fase foi iniciada no Japão, onde foi caracterizada pela ideia de quebra zero, sendo desenvolvida a partir de cinco pilares, sendo eles, Eficiência, Auto-Reparo, Planejamento, Treinamento e Ciclo de Vida. A segunda fase que foi desenvolvida em 1989, foi um aprimoramento da ideia anterior, conhecida como TPM 2ª geração, aplicava sua visão à toda empresa, sendo sustentada por oito pilares, buscava chegar à perda zero. A terceira, desenvolvida em 1997 e conhecida como 3ª geração do TPM, trabalhava a ideia de satisfação global, com base em rendimentos a partir da redução de custos, e também era desenvolvida em 8 pilares conforme Figura 2 abaixo. Figura 2 – Total Productive Maintenance - Manutenção apoiada em oito pilares XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 6 Fonte: Adaptado pelos autores de Kardec (2013) A redução das perdas, segundo a filosofia da TPM, passa por quatro atividades básicas (Wireman, 1998: 143): 1. Melhoria da eficiência e eficácia da manutenção. 2. Foco no gerenciamento dos equipamentos e prevenção. 3. Treinamento para melhorar as habilidades de todo o pessoal envolvido. 4. Envolvimento dos operadores em algumas atividades diárias de manutenção em seus equipamentos. A partir do estudo e da TPM, Yamaguchi (2005) concluiu-se que a metodologia TPM busca a melhor taxa de utilização dos equipamentos, a avaliação dos custos totais dos equipamentos em função do tempo e da incidência das intervenções no custo de seus ciclos de vida, a extensão de intervenções a outras áreas e a participação de todas as áreas na busca de melhorias de produtividade, sendo assim envolve mudanças de comportamento e gera um ambiente mais atrativo para trabalhar onde cada integrante tem papel fundamental no copo da empresa. 2.2.3 Custos da Falta de Manutenção Segundo Mirshawa & Olmedo (1993), os custos gerados pela função manutenção são apenas a ponta de um iceberg. Essa ponta visível corresponde aos custos com mão de obra, ferramentas e instrumentos, material aplicado nos reparos, custo com subcontratação e outros referentes à instalação ocupada pela equipe de manutenção. Abaixo dessa parte visível do iceberg, estão os maiores custos, invisíveis, que são os decorrentes da indisponibilidade do equipamento. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 7 Segundo Mirshawka & Olmedo (1993) o custo da indisponibilidade concentra-se naqueles decorrentes da perda de produção, da não qualidade dos produtos, da recomposição da produção e das penalidades comerciais, com possíveis consequências sobre a imagem da empresa. Essa relação entre custo de manutenção, custo da indisponibilidade e produtividade foi estudada em modelo matemático apresentado por Chiu & Huang (1996), cuja conclusão aponta para uma melhor relação custo-benefício quando a manutenção é tratada de forma preventiva, em vez de situações de descontrole do processo produtivo pela falta de manutenção. Tomando a manutenção como premissa para a redução dos custos da produção, deve-se definir a melhor política a ser adotada para a otimização dos custos. 3. Metodologia Segundo Miguel (2007) a utilização do método de estudo de caso é de fundamental importância pois permite trazer um problema cotidiano e analisá-lo em um contexto científico, podendo o mesmo ser de grande valor para futuros estudos. O estudo de caso do presente artigo foi elaborado em uma empresa multinacional do setor metalúrgico que atua no ramo de autopeças. O estudo se desenvolveu na parte de manutenção de máquinas industriais da própria empresa, focando apenas em uma das áreas que a mesma atende que no caso é uma área que executa trabalhos como corte, conformação e estampagem de materiais, para a execução dos mesmos a empresa possui máquinas como tesouras, dobradeiras e prensas industriais. 4. Estudo de Caso Uma das ferramentas de maior importância que a área de manutenção da empresa estudada começou a implementar no ano de 2015 é a (TPM) conforme já mencionado. Juntamente com uma lista de manutenção preventiva a ser realizada, esperava-se garantir o funcionamento XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 8 adequado, a confiabilidade e a qualidade em manutenção de máquinas e equipamentos industriais. 4.1 Indisponibilidade de Máquinas Há alguns anos a empresa já havia realizado um estudo, e concluiu que seria necessário estabelecer um valor máximo aceitável de indisponibilidade de máquinas no qual não causaria grandes impactos em sua linha produção. O resultado deste estudo apontou que para esta área que estamos tratando no estudo de caso a indisponibilidade de máquinas é de até 6% com relação ao número de horas trabalhadas. No ano de 2014 a média da indisponibilidade de máquinas nessa área chegou a um número assustador de 25,88% de indisponibilidade com relação ao número de horas trabalhadas, ou seja, 19,88% a mais do que o considerado aceitável. Por isso foi necessária uma alteração no modo como o setor de manutenção vinha atuando nesta empresa. A área de manutenção se postou de maneira estratégica frente a esta situação, ao final do ano de 2014 e realizou diversos estudos sobre como tratar este problema. A partirdaí foram feitas várias análises de falhas. As principais falhas identificadas foram: trinca em mancais, quebras de dentes de engrenagem e quebra do eixo principal da prensa hidráulica. Segundo Silva & Oliveira (2015) o método utilizado para identificar a causa das falhas foi o método dos cinco porquês. Com este método foram obtidos resultados que foram analisados e a partir das análises e conclusões foram realizadas modificações nos equipamentos e conduta dos envolvidos. As principais mudanças foram: - Modificação do sistema de segurança hidráulico; - Conscientização dos envolvidos; - Reavaliação da capacidade requerida pelos estampos; - Recalibração do sistema de segurança hidráulico. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 9 Dentre todas as mudanças a que trouxe resultados mais imediatos foi a de modificação do sistema de segurança hidráulico, juntamente com um manômetro com ponteiro de arraste, tal que, indicava o maior valor de pressão que a máquina trabalhou, onde o mesmo impede que a máquina trabalhe com uma pressão acima de sua capacidade, e com isso, impede quebras por calibragem irregular da máquina. A partir do início do ano de 2015 várias mudanças foram sendo implementadas, e mês a mês, foram sendo realizados ajustes e coletas de dados sobre a indisponibilidade de máquinas, como apresentado nos gráficos a seguir: Gráfico 1 – Indisponibilidade de Máquinas Fonte: Elaborado pelos autores - Excel 2013 Lendo o gráfico no ano de 2015 nota-se que a meta limite ainda não foi atingida na maior parte do ano, ou seja, ainda havia necessidade de adequação aos parâmetros estabelecidos. Porém vale ressaltar que a média de indisponibilidade de máquinas ao final do ano de 2015 foi de 10,14%, ou seja, houve uma queda significativa de indisponibilidade de máquinas no percentual de 15,74% em relação ao ano anterior. É possível observar porém, que a partir de 2016 houve uma melhora significativa com relação ao ano de 2015, onde apenas no exercício do mês de Janeiro a indisponibilidade de máquinas ficou além do limite desejável, porém nada tão grave quanto no ano de 2014 ou 2015. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 10 A média final do ano de 2016 foi de 4,88% de indisponibilidade, 5,26% a menos com relação ao ano de 2015 e 1,12% abaixo do limite desejável. Com um bom resultado final, isso acabou motivando ainda mais a área de manutenção, gerando o indicador de que o modo como o setor vinha utilizando a TPM e a análise dos Cinco Porquês contribuiu para identificar a causa raiz do problema. Este comportamento também se prolongou para o ano de 2017, que ainda não chegou ao final de seu exercício, porém com base nos indicadores aqui apresentados, e nos dados obtidos do primeiro semestre pode-se deduzir que há uma tendência de que o mesmo será ainda melhor do que o ano de 2016. Como a mudança na forma como a manutenção era conduzida trouxe resultados tão bons e cada vez melhores, a atuação da mesma pode ser comparada a um sistema de melhoria contínua, onde busca sempre resultados cada vez mais vantajosos. 4.2 Redução de Gastos com Manutenção Devido aos altos custos da manutenção, é necessário evidenciar a importância de se seguir uma política econômica eficiente nas organizações. E através da redução da indisponibilidade das máquinas, verificou-se também que houve uma redução significativa nos gastos com manutenção, onde pode-se entender que uma estratégia eficaz para com o setor de manutenção tende a otimizar os custos no setor e maximizar os lucros na organização. Em geral são nos momentos de crise quando as empresas apresentam um quadro econômico alarmante, onde surgem as necessidades e as conscientizações sobre a mudança da conduta econômica. A partir disso, observa-se a seguir no Gráfico 2, como os gastos com manutenção foram reduzidos pela simples aplicação de duas ferramentas básicas, porém muito efetivas quando aplicadas. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 11 Gráfico 2 – Apontamentos de Gastos com Manutenção Fonte: Elaborado pelos autores - Excel 2013 Por meio da análise do Gráfico 2, verifica-se que, quando o setor de Manutenção é conduzido de forma estratégica, o mesmo exerce grande influência nos resultados da empresa. 5. Considerações Finais Mediante a economia global em que vivemos, cada vez mais a inovação e criação tem se valorizado, a partir disso produzimos mais, consumimos mais, buscamos crescer e criar cada vez mais. Por conta da grande e bem explorada habilidade de criação, necessitamos de ferramentas para poder explora-la melhor, sendo essas ferramentas, organizacionais, gestoras ou preventivas. Com isso, têm-se que a área de manutenção pode ser descrita como uma das partes fundamentais de uma empresa. É a parte do processo que deve garantir que um maquinário funcione em condições perfeitas. É de suma importância que as máquinas produzam peças dentro dos parâmetros de qualidade e no tempo ideal, dessa forma, verificando-se o atingimento dos objetivos preestabelecidos, e o auxílio significativo na redução de gastos. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 12 Referências AL-NAJJAR, B. “The lack of maintenance and not maintenance which costs: A model to describe and quantify the impact of vibration-based maintenance on company’s business.,” International Journal of Production Economics., vol. 107, no. 1, pp. 260–273, 2007. ALVES, DAGOBERTO et al. Gestão do Conhecimento na análise de falhas: mapeamento de falhas através de sistema de informação. Revista Produção, v. 16, n. 1, p. 171-188, 2006. BRANCO F. G. A Organização, o planejamento eo controle da manutenção. Ciência Moderna, 2008. CARVALHO, A, Cabral, J., “Metodologia de Sistematização Técnica para a Gestão de Ativos”, 2014. CARRIJO, José Ricardo Scareli; LIMA, Carlos Roberto Camello. 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