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sÉRIE PETRÓLEO E GÁs Exploração onshore E offshore sÉRIE PETRÓLEO E GÁs Exploração onshore E offshore CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI – Departamento Nacional Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor Geral Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações Exploração onshore E offshore sÉRIE PETRÓLEO E GÁs © 2014. SENAI – Departamento Nacional © 2014. SENAI – Departamento Regional do Rio de Janeiro Reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI. Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI do Rio de Janeiro, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI – Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI – Departamento Regional do Rio de Janeiro Núcleo de Educação a Distância – NUCED Ficha catalográFica Catalogação-na-Publicação (CIP) – Brasil Biblioteca Artes Gráficas – SENAI-RJ SENAI/DN. Exploração onshore e offshore / SENAI/DN [e] SENAI/RJ. – Brasília : SENAI/DN, 2014. 200 p. : il. ; 29,7 cm. – (Série Petróleo e Gás). ISBN 978-85-7519-699-1 1. Indústria petroquímica. 2. Petróleo. 3. Petróleo – exploração. I. SENAI/RJ. II. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. III. Título. IV. Série. CDD: 665.5 S491e Sede Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Lista de ilustrações Figura 1 – Plataforma em operação no Campo de Marlim – Bacia de Campos ..........................................15 Figura 2 – Exemplo de um reservatório de petróleo ............................................................................................19 Figura 3 – Campo de Urucu na Amazônia ................................................................................................................20 Figura 4 – Exemplo de uma sonda de perfuração a percussão ........................................................................23 Figura 5 – Demonstração do fosso de lama ...........................................................................................................23 Figura 6 – Esquema de uma sonda e os principais equipamentos .................................................................24 Figura 7 – Estaleiro na horizontal (plataforma terrestre) ....................................................................................25 Figura 8 – Estaleiro na vertical (plataforma marítima) .........................................................................................26 Figura 9 – Torre da plataforma autoelevatória P-3 operando no litoral da Bahia ......................................27 Figura 10 – Drill pipe – Tubo de perfuração..............................................................................................................28 Figura 11 – Tipos de reforços padronizados ............................................................................................................29 Figura 12 – Meio de conexão dos tubos de perfuração ......................................................................................30 Figura 13 – Substitutos ....................................................................................................................................................31 Figura 14 – Estabilizadores ............................................................................................................................................32 Figura 15 – Escareadores ................................................................................................................................................32 Figura 16 – Alargador (holeopener) .............................................................................................................................33 Figura 17 – Detalhe dos comandos simples e espiralado ..................................................................................33 Figura 18 – Tubos pesados – Drill pipe – HWDP ......................................................................................................34 Figura 19 – Chave flutuante ...........................................................................................................................................34 Figura 20 – Cunha para revestimento ........................................................................................................................35 Figura 22 – Colar de segurança para Drill collar ................................................................................................... 35 Figura 21 – Cunha para perfuração ............................................................................................................................35 Figura 23 – Swivel – Cabeça de injeção .....................................................................................................................35 Figura 24 – Mesa rotativa ...............................................................................................................................................36 Figura 25 – Tubo Kelly ......................................................................................................................................................37 Figura 26 – Bucha do Kelly ........................................................................................................................................... 37 Figura 27 – Top drive ...................................................................................................................................................... 38 Figura 28 – Motor de fundo tipo turbina ..................................................................................................................39 Figura 29 – Motor de fundo com sistema elastômeros .......................................................................................39 Figura 30 – Sistema de circulação de fluidos ..........................................................................................................39 Figura 31 – Bombas de lama .........................................................................................................................................40 Figura 32 – Peneira............................................................................................................................................................42 Figura 33 – Esquema do sistema de movimentação de cargas e seus equipamentos ............................................................................................................44 Figura 34 – Guincho .........................................................................................................................................................45 Figura 35 – Bloco de coroamento ...............................................................................................................................46 Figura 36 – Catarina, amortecedor e gancho ..........................................................................................................47 Figura 37 – Elevador para tubos de perfuração .....................................................................................................47 Figura 38 – Esquema do BOP ........................................................................................................................................48Figura 39 – Mecanismo do BOP ...................................................................................................................................49 Figura 40 – Arranjo de cabeça de revestimento ....................................................................................................50 Figura 41 – Broca sem partes móveis .........................................................................................................................52 Figura 42 – Broca com partes móveis ........................................................................................................................52 Figura 43 – Broca sem partes móveis (rabo de peixe) ..........................................................................................52 Figura 44 – Brocas de diamantes naturais ................................................................................................................53 Figura 45 – Exemplo do mecanismo de esmerilhamento da formação ........................................................54 Figura 46 – Broca PDC .....................................................................................................................................................54 Figura 47 – Mecanismo de cisalhamento .................................................................................................................55 Figura 48 – Brocas PDC com corpo de matriz .........................................................................................................55 Figura 49 – Broca impregnada e desgastada ..........................................................................................................56 Figura 50 – Broca de testemunho ...............................................................................................................................56 Figura 51 – Corpo de provas no compactador giratório Super Pave – do laboratório de asfalto 12028 ................................................................................57 Figura 52 – Componentes de uma broca tricônica ...............................................................................................57 Figura 53 – Broca tricônica com insertos de carboneto de tungstênio .........................................................58 Figura 54 – Broca tricônica com dentes de aço fresados ....................................................................................58 Figura 55 – Broca tricônica de dentes fresados ......................................................................................................58 Figura 56 – Lama de perfuração de um poço terrestre .......................................................................................59 Figura 57 – Fluxograma dos tipos de fluidos de perfuração .............................................................................62 Figura 58 – Exemplo de densidade .............................................................................................................................63 Figura 59 – Bentonita .......................................................................................................................................................66 Figura 60 – Riser de perfuração ....................................................................................................................................67 Figura 61 – Kick em um poço offshore ..................................................................................................................... 70 Figura 62 – Blowout em uma plataforma onshore ............................................................................................... 70 Figura 63 – Laboratório de Testemunhos do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de Mello (Cenpes) .......................................................72 Figura 64 – Poço offshore a partir da costa ...............................................................................................................74 Figura 65 – Poço onshore a partir do mar e em local inóspito ..........................................................................74 Figura 66 – Exploração em lugar inviabilizado por cidade ................................................................................75 Figura 67 – Exploração em área montanhosa .........................................................................................................75 Figura 68 – Poço horizontal é utilizado para aumentar a área de produção em reservatórios de baixa espessura ..........................................................76 Figura 69 – Tipos de poços direcionais ......................................................................................................................77 Figura 70 – Detalhe do bent sub e do motor de fundo ........................................................................................78 Figura 71 – Detalhe do MWD ........................................................................................................................................79 Figura 72 – Esquema de uma coluna de revestimento de um poço de petróleo ......................................80 Figura 73 – Ilustração de um poço com revestimento ........................................................................................86 Figura 74 – Ilustração clara de um poço revestido e cimentado .....................................................................86 Figura 75 – Ilustração de um poço revestido com falha na cimentação .......................................................87 Figura 76 – Imagem do equipamento cabeça de poço ......................................................................................90 Figura 77 – Equipamentos utilizados na cimentação ..........................................................................................90 Figura 78 – Sapata guia ...................................................................................................................................................91 Figura 79 – Sapata flutuante .........................................................................................................................................91 Figura 80 – Sapata diferencial .......................................................................................................................................91 Figura 81 – Três tipos principais de colares ..............................................................................................................92 Figura 82 – Tampões de fundo .....................................................................................................................................92 Figura 83 – Esquema de uma perfilagem .................................................................................................................97 Figura 84 – Registro de uma perfilagem ...................................................................................................................98 Figura 85 – Exemplo de perfil ultrassônico ..............................................................................................................98 Figura 86 – Operação de off-loading com o navio de produção FPSO P-34 e o navio Elka Vassiliki ............................................................... 107 Figura 87 – Sonda-terra SC-106 operando no Campo de Macau ................................................................. 108 Figura 88 – Plataforma autoelevatória P1. Ao lado, o esquema de uma plataforma autoelevatória ........................................................... 109 Figura 89 – Plataforma fixa de Garoupa operando na Bacia de Campos ................................................... 110 Figura 90 – Esquema de uma plataforma submersível .................................................................................... 111 Figura 91 – Plataforma semissubmersível SS-47 – Plataforma de perfuração operando no Campo deMarlim na Bacia de Campos ........................................ 112 Figura 92 – Navio-sonda P2 ........................................................................................................................................ 113 Figura 93 – Sonda do Navio-sonda NS-21 operando na Bacia de Campos ............................................... 114 Figura 94 – Unidade de destilação da Refinaria de Paulínia (REPLAN) ....................................................... 117 Figura 95 – Tubulação e válvula ............................................................................................................................... 121 Figura 96 – Guarda corpo (corrimão), exemplo de uma estrutura de tubos com costura longitudinal .............................................................................. 124 Figura 97 – Duto de refrigeração, exemplo da aplicação de tubos com costura espiral ...................... 124 Figura 98 – Guarda corpo (corrimão) é exemplo de uma estrutura com tubos de alumínio fabricado por extrusão ............................................. 126 Figura 99 – Tubo de polipropileno ........................................................................................................................... 127 Figura 100 – Tubos metálicos com revestimento interno ............................................................................... 128 Figura 101 – Tubos metálicos com revestimento externo............................................................................... 128 Figura 102 – Espessuras (Schedule) das séries para tubos de 1” .................................................................... 131 Figura 103 – Alguns dos principais acessórios .................................................................................................... 132 Figura 104 – Joelhos e curvas para solda de topo .............................................................................................. 132 Figura 105 – Acessórios para derivações com solda de topo ......................................................................... 133 Figura 106 – Reduções com solda de topo ........................................................................................................... 133 Figura 107 – Demonstração de um tampão e um bujão em uma tubulação .......................................... 134 Figura 108 – Acessórios para ligações entre tubos ............................................................................................ 134 Figura 109 – Acessório Tê para solda de encaixe ................................................................................................ 135 Figura 110 – Acessórios para solda de encaixe.................................................................................................... 135 Figura 111 – Acessório com rosca ............................................................................................................................ 136 Figura 112 – Conjunto de acessórios com rosca ................................................................................................. 136 Figura 113 – Flange de encaixe com solda ........................................................................................................... 137 Figura 114 – Acessórios flangeados ........................................................................................................................ 137 Figura 115 – Tipos de acessórios de ponta e bolsa ............................................................................................ 138 Figura 116 – Acessório de ponta e bolsa ............................................................................................................... 138 Figura 117 – Acessórios a compressão para pneumática e engate rápido ............................................... 139 Figura 118 – Acessório para ligação a compressão ............................................................................................ 139 Figura 119 – Preparação da curva com 4 gomos (A) e uma curva com 3 gomos e uma redução (B) .............................................................................. 140 Figura 120 – Exemplos de curvas em gomos ....................................................................................................... 140 Figura 121 – Derivações soldadas diretamente ................................................................................................. 141 Figura 122 – Derivação – Boca de lobo .................................................................................................................. 141 Figura 123 – Ilustração de uma figura 8 e uma raquete ................................................................................... 142 Figura 124 – Demonstração da utilização da raquete entre dois flanges com orifícios ....................... 142 Figura 125 – Válvulas de bloqueio e válvula de controle ................................................................................. 143 Figura 126 – Válvula de bloqueio comum ............................................................................................................. 144 Figura 127 – Partes da válvula de gaveta............................................................................................................... 145 Figura 128 – Válvula de gaveta .................................................................................................................................. 145 Figura 129 – Esquema de uma válvula macho .................................................................................................... 146 Figura 130 – Válvula de esfera .................................................................................................................................... 147 Figura 131 – Válvula globo .......................................................................................................................................... 148 Figura 132 – Válvula de agulha .................................................................................................................................. 148 Figura 133 – Válvula borboleta ................................................................................................................................. 149 Figura 134 – Esquema da fixação da válvula borboleta ................................................................................... 149 Figura 135 – Válvula de diafragma ........................................................................................................................... 150 Figura 136 – Válvula de retenção por esfera ......................................................................................................... 151 Figura 137 – Válvula de retenção por levantamento ......................................................................................... 152 Figura 138 – Válvula de retenção por portinhola ............................................................................................... 153 Figura 139 – Válvula de pé .......................................................................................................................................... 154 Figura 140 – Válvula de controle de fluxo .............................................................................................................. 154 Figura 141 – Válvula de segurança acionada por mola .................................................................................... 155 Figura 142 – Purgador de vapor................................................................................................................................ 156 Figura 143 – Filtro provisório ..................................................................................................................................... 157 Figura 144 – Filtro permanente .................................................................................................................................157 Figura 145 – Juntas de expansão .............................................................................................................................. 158 Figura 146 – Vasos de pressão horizontal e vertical .......................................................................................... 159 Figura 147 – Tubulação na planta baixa ................................................................................................................. 163 Figura 148 – Desenho de escala real ....................................................................................................................... 164 Figura 149 – Desenho em escala de redução....................................................................................................... 164 Figura 150 – Desenho em escala de ampliação .................................................................................................. 165 Figura 151 – Demonstração de uma projeção ortogonal ou rebatimento de vistas ............................. 166 Figura 152 – Desenho de tubulação na planta baixa ........................................................................................ 166 Figura 153 – Desenho de fluxograma ..................................................................................................................... 167 Figura 154 – Isométrico de tubulação na planta baixa ..................................................................................... 168 Figura 155 – Eixos de orientação da tubulação no desenho isométrico.................................................... 168 Figura 156 – Trecho da tubulação com inclinação de 20° no plano horizontal e 30° no plano vertical ........................................................................ 169 Figura 157 – Trecho da tubulação com uma inclinação de 30° no plano vertical .................................. 169 Figura 158 – Trecho da tubulação com uma inclinação de 20° no plano horizontal ............................. 170 Figura 159 – Demonstração de alguns meios de ligação no isométrico ................................................... 170 Figura 160 – Demonstração da aplicação das simbologias em um desenho isométrico .................... 171 Figura 161 – Algumas simbologias mais utilizadas nos desenhos isométricos ....................................... 171 Figura 162 – Flanges em projeção ........................................................................................................................... 172 Figura 163 – Joelho em projeção 90° ...................................................................................................................... 173 Figura 164 – Joelho em projeção 45° ...................................................................................................................... 174 Figura 165 – Tê em projeção ...................................................................................................................................... 175 Figura 166 – Projeção de conexões em T .............................................................................................................. 175 Figura 167 – Projeção de conexões em Y – Peça em Y – Derivação a 45° ou lateral 45º ..................... 176 Figura 168 – Curvas em projeções ........................................................................................................................... 176 Figura 169 – Acessórios em projeção ...................................................................................................................... 177 Figura 170 – Mudanças de direção em projeções para cima ou para baixo a 90° ................................. 177 Figura 171 – Mudanças de direção em projeções para cima a 45°............................................................... 178 Figura 172 – Mudanças de direção em projeções para baixo a 45° ............................................................. 178 Figura 173 – Conexões em projeções ..................................................................................................................... 179 Figura 174 – Válvulas em projeções ......................................................................................................................... 181 Figura 175 – Suportes ................................................................................................................................................... 189 Figura 176 – Vasos, reatores, tambores e torres .................................................................................................. 190 Figura 177 – Absorvedor, abafador, drenagem, borrifador, exaustão de vapor e câmara de espuma ............................................................... 191 Figura 178 – Filtros, hidrantes, juntas, purgadores, separadores, silenciador, ventosa e visor de linha .................................................................... 192 sumário 1. Introdução .......................................................................................................................................................................15 2. Perfuração .......................................................................................................................................................................19 2.1 Base da sonda ...............................................................................................................................................20 2.2 Métodos de perfuração marítima e terrestre ....................................................................................20 2.2.1 Coluna de perfuração ..............................................................................................................26 2.2.2 Cabeça de Injeção (Swivel) .....................................................................................................35 2.2.3 Máquinas do sistema de rotação ........................................................................................36 2.2.4 Sistema de circulação ..............................................................................................................39 2.3 Fase de injeção .............................................................................................................................................40 2.3.1 Bombas e compressores .........................................................................................................40 2.4 Fase de tratamento .....................................................................................................................................42 2.4.1 Peneira – Peneiramento .........................................................................................................42 2.5 Movimentação de cargas .........................................................................................................................43 2.6 Sistema de segurança do poço ..............................................................................................................48 2.7 Cabeça de poço ...........................................................................................................................................50 2.8 Brocas ..............................................................................................................................................................52 2.8.1 Brocas sem partes móveis .....................................................................................................52 2.8.2 Brocas com partes móveis .....................................................................................................57 2.9 Fluido de perfuração ..................................................................................................................................59 2.9.1 Densidade dos fluidos de perfuração ...............................................................................63 2.9.2 Parâmetros reológicos ............................................................................................................632.9.3 Força gel .......................................................................................................................................64 2.9.4 pH (Potencial de hidrogênio)................................................................................................65 2.10 Riser de perfuração ...................................................................................................................................66 2.11 Operações rotineiras de perfuração de poços ...............................................................................68 2.12 Operações especiais de perfuração ...................................................................................................68 2.13 Controle da trajetória da perfuração .................................................................................................72 2.14 Perfuração direcional...............................................................................................................................73 2.15 Revestimento .............................................................................................................................................80 2.16 Cimentação .................................................................................................................................................86 2.17 Avaliação da cimentação .......................................................................................................................95 2.18 Classificação dos poços de petróleo ............................................................................................... 100 3. Plataformas e navios ................................................................................................................................................. 107 3.1 Plataforma terrestre ................................................................................................................................. 108 3.2 Plataforma autoelevatória ..................................................................................................................... 109 3.3 Plataforma fixa ........................................................................................................................................... 110 3.4 Plataforma submersível ......................................................................................................................... 111 3.5 Plataforma semissubmersível .............................................................................................................. 112 3.6 Navio-sonda ............................................................................................................................................... 113 4. Operações unitárias .................................................................................................................................................. 117 5. Tubulações e válvulas ............................................................................................................................................... 121 5.1 Tubulação .................................................................................................................................................... 121 5.1.1 Processos de fabricação de tubos .................................................................................... 122 5.1.2 Principais materiais utilizados na construção dos tubos ......................................... 125 5.1.3 Tubos revestidos ..................................................................................................................... 127 5.1.4 Diâmetros de tubos e normalização ............................................................................... 130 5.1.5 Acessórios ................................................................................................................................. 132 5.2 Válvulas ........................................................................................................................................................ 143 5.3 Vasos de pressão ....................................................................................................................................... 159 6. Leitura e interpretação de desenho de tubulação ........................................................................................ 163 6.1 Escala ............................................................................................................................................................ 163 6.2 Representação de vistas (Projeção ortogonal) ............................................................................. 165 6.3 Tipos de desenhos ................................................................................................................................... 166 6.4 Simbologia .................................................................................................................................................. 171 Referências ........................................................................................................................................................................ 195 Introdução Cl eb er M ag no Figura 1 – Plataforma em operação no Campo de Marlim – Bacia de Campos 1 As indústrias do segmento de petróleo e gás estão avançando tecnologicamente a cada dia. Com isso, houve uma necessidade de divisões de atividades dentro do segmento, realizando tra- balhos em equipes, onde empresas desenvolvem em parceria atividades distintas com os mes- mos propósitos. Desta forma, cada empresa se especializa intensamente em suas atividades, buscando eficiência e investindo cada vez mais em novas tecnologias. Esse livro didático de exploração OnshOre e OffshOre faz parte do Módulo Específico formado por unidades curriculares que permitem desenvolver as competências específicas e de gestão necessárias à sua formação de Técnico em Petróleo e Gás. Segue a matriz curricular do curso para facilitar seu entendimento sobre o percurso que terá que realizar. 16 Exploração onshore E offshore Exploração Onshore e Offshore COMPONENTES CURRICULARES CARGA HORáRIA Módulo Básico Módulo Específico Profissional (1ª Etapa) Módulo Específico Profissional (2ª Etapa) CARGA HORáRIA TOTAL – TéCNICO EM PETRóLEO E GáS: 1.200H Fundamentos Técnicos e Científicos de Petróleo e Gás Comunicação e Informática – 32h Fundamentos da Indústria de Petróleo e Gás – 60h QSMS – Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança Aplicados a Petróleo e Gás – 24h Metrologia e Instrumentação Aplicadas a Petróleo e Gás – 80h Química Aplicada a Petróleo e Gás – 80h Física e Matemática Aplicadas a Petróleo e Gás – 80h Operação de Sistema Produtivo na Cadeia de Petróleo e Gás Exploração Onshore e Offshore – 160h Tecnologias do Sistema Produtivo Onshore e Offshore – 160h Processamento do Petróleo e Gás – 100h Logística e Manutenção da Cadeia de Petróleo e Gás – 64h Planejamento e Atividade na Cadeia de Petróleo e Gás Gestão de Pessoas – 40h Gestão da Produção – 80h Controle da Qualidade de Insumos, Produtos e Processos na Cadeia de Petróleo e Gás Ensaios Analíticos na Cadeia de Petróleo e Gás – 80h Avaliação de Desempenho de Insumos, Produtos e Processos – 60h Manutenção em Sistemas Produtivos na Cadeia de Petróleo e Gás Manutenção Industrial – 100h 356h 484h 360h 17 Anotações: 1 Introdução O petróleo é encontrado na natureza ocupando os poros das rochas (rocha-reservatório). O po- ço de petróleo é a ligação entre a rocha-reservatório (jazida de petróleo) no subsolo e a super- fície. Antes de se perfurar um poço de petróleo, vários processos devem ser executados. Como já vimos inicialmente, um estudo sísmico é efetuado visando pesquisar entre as formações do subsolo as rochas com potencial para armazenar petróleo. Além disso, esta rocha deve estar en- volta em uma formação impermeável como, por exemplo, umfolhelho (formando uma trapa), garantindo o aprisionamento do petróleo na rocha-reservatório, como mostra a Figura 2. Finalizando as fases de estudos, pesquisas e definidos os prováveis pontos a serem explora- dos, deve ser feita uma análise de campo, verificando a viabilidade da perfuração, em função das condições para se instalarem os equipamentos de superfície, evitando locais como: Montanhas Matas de preservação ambiental Rios Construções etc. Perfuração 2 Figura 2 – Exemplo de um reservatório de petróleo In -F ól io /C ris M ar ce la Óleo Rocha capeadora Água Gás 20 Exploração onshore E offshore Só então, inicia-se a elaboração do projeto do poço, projeto este que poderá ser definido para um poço vertical, quando o objetivo está exatamente na linha vertical do ponto escolhido na superfície, ou direcional, quando o ponto na superfície deve ser deslocado do ponto ideal em função de algum acidente natural ou não natural. Cumpridas estas etapas, podemos definir o local exato da perfuração, selecionar os equipamentos que deverão ser utilizados com o objetivo de alcançar a rocha-reserva- tório em função da profundidade do poço e dar início à construção da base da sonda. 2.1 BasE da sOnda O local para a construção da base onde será instalada a sonda de perfuração de- verá ser definido de forma a tornar mínimos os danos ambientais e atender as condi- ções técnicas de modo que seja possível atingir a provável jazida de petróleo. O apla- namento da superfície é necessário para a instalação da sonda atingindo uma área de aproximadamente 8.000m2 para sondas de grande porte. Desta forma, teremos que remover uma parte da vegetação, que deverá ser realizada de forma ordenada para não causar danos significativos à natureza, como mostrado na Figura 3. Figura 3 – Campo de Urucu na Amazônia 2.2 MÉTOdOs dE PERfuRaçãO MaRíTIMa E TERREsTRE Existem dois métodos de perfuração de poços de petróleo: Método de perfuração a percussão Método de perfuração a rotação Estes métodos não são exclusivos, podendo ser combinados entre si. Fo to w w w .p et ro qu im ic a. co m .b r 2 PERFURAÇÃO 21 Método de perfuração a percussão O método por percussão, também método a cabo, foi o primeiro método de per- furação de poços de petróleo utilizado, seguindo o mesmo princípio empregado pa- ra perfurar poços de água. Neste método, a perfuração é realizada por impacto, gol- peando a rocha com uma broca e causando a sua fragmentação por esmagamento. Método de perfuração por rotação No método por rotação, a perfuração é realizada através do movimento de ro- tação de uma broca e empurrada pelo peso da coluna de perfuração, comprimin- do a rocha na extremidade da coluna e causando o seu trituramento. O peso da coluna de perfuração também contribui para isto. Vantagens e desvantagens do método por percussão A perfuração por percussão não é utilizada em poços de petróleo no Brasil, mas continua sendo utilizada na perfuração de poços de água. Sua utilização apresen- ta vantagens e desvantagens. Veja a seguir. VANTAGENS A simplicidade do processo. Baixos custos com equipamentos e operação. �Baixos custos com DTM (desmontagem, transporte e montagem) e locação da base da torre de perfuração. Além de baixo risco de dano à formação geológica da zona produtora. DESVANTAGENS �Baixa taxa de penetração se considerarmos o método rotativo que, utilizan- do brocas e bombas mais modernas, permitem, sob certas condições, per- furar até mil metros num só dia. �O método de percussão vai se tornando cada vez mais demorado à medida que a profundidade da perfuração aumenta. �Dificuldade de se obter amostra suficientemente grande para análise de po- rosidade, permeabilidade e fluidos contidos nos poros. �Dificuldade de controlar o influxo de fluidos das formações para os poços, o que provoca o blow-out com perdas totais do equipamento e do poço. Nas operações de perfusão é comum a broca atingir forma- ções com algum tipo de fluido pressurizado, causando uma pressão no fundo do poço que poderá causar um acidente que denominamos blow-out. Fique alerta 22 Exploração onshore E offshore Vantagens e desvantagens do método por rotação A perfuração por rotação é o método de perfuração de poços de petróleo uti- lizado no Brasil. Sua utilização também apresenta vantagens e desvantagens. Acompanhe a seguir. VANTAGENS Alcance com altas taxas de penetração. Retirada contínua do cascalho gerado pela fragmentação da rocha. Maior facilidade na prevenção e no controle de influxos de fluidos da formação. DESVANTAGENS Alto custo da locação da sonda de perfuração e dos processos de DTM. Necessidade de suporte marítimo, o que eleva ainda mais os custos envolvidos. Atividades realizadas na perfuração a percussão As atividades realizadas durante a operação das sondas de perfuração a per- cussão são simples e procuram seguir a seguinte sequência: 1. Perfuração de aproximadamente 2,5m. 2. Retirada da coluna de perfuração. �3. Descida de uma caçamba vazia, para retirada de material. �4. Retirada da caçamba com o material cortado. �5. São repetidos os itens 3 e 4 até a limpeza do poço. �6. Descida da caçamba com água limpa para manter os cascalhos em suspensão. �7. E assim sucessivamente de 2,5 em 2,5m. A Figura 4 ilustra os principais equipamentos deste tipo de perfuração. Atividades realizadas na perfuração rotativa Após a liberação por parte dos órgãos competentes que fiscalizam o meio ambien- te e autorizam a perfuração, começam então as atividades de preparação do local. Uma equipe escava um fosso de reserva e o reveste com plástico para evitar a contaminação do meio ambiente como mostra a Figura 5, este fosso será usado para descartar os cascalhos e a lama de perfuração extraída durante o processo. Em casos de locais ecologicamente sensíveis como: Mangues Pântanos Lagos Regiões selvagens etc. Os descartes deverão ser realizados em local autorizado. 2 PERFURAÇÃO 23 In -F ól io /C ris M ar ce la Figura 4 – Exemplo de uma sonda de perfuração a percussão Figura 5 – Demonstração do fosso de lama Cl eb er M ag no Fonte de energia Roda motora Caçamba Cabo de perfuração Haste de aço Broca Balancim 24 Exploração onshore E offshore A perfuração em terra se realiza através de uma sonda de perfuração, que é composta de uma torre ou mastro constituído por uma estrutura metálica com aproximadamente 45 metros de altura e de equipamentos especiais (Figura 6). A torre sustenta uma coluna de tubos com uma broca na extremidade inferior de- nominada coluna de perfuração. Figura 6 – Esquema de uma sonda e os principais equipamentos Se na i-R J 1. Tanque de lama 2. Agitadores de argila 3. Linha de sucção de lama 4. Bomba do sistema de lama 5. Motor 6. Mangueira vibratória 7. Draw-works (guincho) 8. Standpipe 9. Mangueira da Kelly 10. Goose-neck (Pescoço de ganso) 11. Travelingblock (Catarina) 12. Linha de perfuração (cabo) 13. Crown block (Bloco de coroamento) 14. Derrick (torre) 15. Monkeyboard (Plataforma do torrista) 16. Stand do duto de perfuração 17. Pipe rack 18. Swivel Torre de perfuração e componenTes 19. Tubo Kelly 20. Mesa rotatória 21. Superfície de perfuração 22. Bell nipple 23. Ânuládo BOP 24. Dutos do BOP 25. Linha ou coluna de perfuração 26. Broca de perfuração 27. Cabeça do Casing 28. Duto de retorno da lama 13 12 11 10 9 8 26 25 24 23 27 20 21 17 19 18 16 15 14 22 5 6728 4 3 2 1 2 PERFURAÇÃO 25 Subestruturas A subestrutura é construída de vigas de aço montadas sobre a fundação ou ba- se da sonda, com o intuito de criar um espaço para os operadores trabalharem sob a plataforma e onde são instalados os equipamentos de segurança do poço. In -F ól io /P au la M ou ra As fundações ou bases de sonda são estruturas em concreto ou aço, que apoiadas sobre o solo suportam com segurança o peso, vibrações e deslocamentos provocados pela sonda. Figura 7– Estaleiro na horizontal (plataforma terrestre) Fu nd am en to s da e ng en ha ria d e P G – T ho m as Quanto maior a torre, menor será o tempo de manobra, devido à possibilidade de se desmontar e montar a coluna de perfuração em seções de três em três tubos. VOCÊ SaBia? Estaleiros O estaleiro horizontal (Figura 7) é uma estrutura metálica apoiada acima do so- lo, onde estão à disposição todas as tubulações (comandos, tubos de perfuração, revestimentos etc.) e uma passarela para facilitar o manuseio e transporte. 26 Exploração onshore E offshore Figura 8 – Estaleiro na vertical (plataforma marítima) 2.2.1 COLuna dE PERfuRaçãO A coluna de perfuração é o principal elemento de uma sonda de perfuração, os outros equipamentos são projetados para dar suporte para a coluna e consequen- temente à perfuração de um poço, através de uma broca fixa na extremidade da coluna. Uma coluna de perfuração é composta pela união de vários tubos, com as seguintes funções: Aplicar peso sobre a broca Transmitir rotação para a broca Conduzir o fluido de perfuração até a broca Fu nd am en to s da e ng en ha ria d e P G – T ho m as O estaleiro é conectado no interior da torre para facilitar a manobra. Assim, essa operação permite o acesso dos tubos para que a conexão com a coluna de perfuração economize espaço e tempo (Figura 8). 2 PERFURAÇÃO 27 Elementos constituintes Os principais elementos constituintes da coluna de perfuração são: Tubos de perfuração (Drill pipes). Comandos (Drill collars). Tubos de perfuração pesados (Heavy weight drill pipes). Kelly (Em casos de mesa rotativa). A Figura 9 mostra o interior de uma torre de perfuração e alguns equipamen- tos, visto de baixo para cima. Figura 9 – Torre da plataforma autoelevatória P-3 operando no litoral da Bahia Catarina Swivel Coluna de perfuração Elevador Br un o Ve ig a/ Ba nc o de Im ag en s Pe tr ob ra s 28 Exploração onshore E offshore Tubos de perfuração (Drill pipes) São tubos de aço sem costura, com uma união cônica externa em uma de su- as extremidades denominada de pino, e uma conexão fêmea na outra extremida- de denominada caixa, como ilustrado na Figura 10. Estes tubos levam um trata- mento à base de resina em seu interior, com a finalidade de se evitar o desgaste e a corrosão. Caixa Pino In -F ól io /C ris M ar ce la Figura 10 – Drill pipe – Tubo de perfuração DIâMETRO ExTERNO Varia de 2 3/8” (6,3cm) a 6 5/8” (16,8cm), sendo mais usados de 4 1/2” (11,4cm) e 5” (12,7cm). PESO NOMINAL (lb/ft) É um valor de referência. Os valores reais do peso linear de tubo, incluindo as uniões, estão tabeladas na API RP7G. Diâmetro de 2 3/8” pesa 4,85 lb/ft (7,22kg/m) Diâmetro de 5” pesa 19 1/2 lb/ft (29,11kg/m) Diâmetro de 6 5/8 pesa 27,70 lb/fl (41,21kg/m) Na especificação de um tubo de perfuração é extremamente importante considerar as seguintes características: Diâmetro externo Peso Reforço Grau do aço Range (comprimento) Uniões cônicas 2 PERFURAÇÃO 29 REFORÇO (ou upset) A resistência da seção transversal do tubo com as conexões, você encontra na Figura 11. Veja quais são: IU (Internal Upset) EU (External Upset) IEU (Internal-External Upset) In -F ól io /C ris M ar ce la Figura 11 – Tipos de reforços padronizados GRAU DO AÇO Está relacionado ao coeficiente de dilatação do aço do tubo, definido como a tensão correspondente ao alongamento total de 0,5% no teste de tração. Os graus de aço para tubos de perfuração seguem a normalização American PetroIeum Ins- titute (API): GRAU DO AÇO TENSÃO DE ESCOAMENTO (PSI) D 55.000 E 75.000 X 95.000 G (Mais usado) 105.000 S 135.000 Internal Upset External Upset Internal- External Upset 30 Exploração onshore E offshore Range É a faixa de comprimento nominal dos tubos. Range VARIAÇÃO DE TAMANHO (ft) E (METRO) 1 18 a 22 – 5,5 a 6,7 2 (Mais usado) 27 a 30 – 8,2 a 9,1 3 38 a 45 – 11,6 a 13,7 UNIõES CôNICAS São elementos roscados mais rígidos que o corpo do tubo, e geralmente fixa- dos por meio de solda (Figura 12), permitindo montar e desmontar a coluna de perfuração através de tubos, sendo conhecidas como tool joints. Caixa Conexão Caixa PinoPino In -F ól io /C ris M ar ce la Figura 12 – Meio de conexão dos tubos de perfuração Uma das propriedades do aço também muito importante para os tubos de perfuração é a tenacidade. Tenacidade é a capacidade de o aço se deformar quando o mesmo está submetido a uma determinada força. Quando esta força é cessada e o aço volta para o seu estado inicial, dizemos que esta força aplicada submeteu este aço a uma zona elástica. E quando este aço permanece com alguma deformação após este esforço, dizemos que o mesmo atingiu a zona plástica, que é muito ruim para os tubos de perfuração. Fique alerta In -F ól io /P au la M ou ra Fique ligado! As roscas são padronizadas pelo American PetroIeum Institute (API). 2 PERFURAÇÃO 31 Acessórios e equipamentos ACESSóRIOS DE UMA COLUNA DE PERFURAÇÃO São elementos ou acessórios de muita utilidade que auxiliam nas operações de perfuração, e são eles: Substitutos Estabilizadores Escareadores Alargadores Amortecedores de choque Substitutos É um tipo de conexão (Figura 13) e normalmente são utilizados três tipos principais: Substituto de broca É utilizado para fixar a broca junto à coluna de perfuração, em situações em que o elemento de fixação é pino e o tubo na extremidade da coluna também for pino. Substituto de içamento Possui diâmetro semelhante ao da coluna, e é utilizado para içar o tubo de co- mando pelo elevador nas operações de manobras. Substituto de cruzamento São utilizados para conectar tubos de diâmetros e roscas diferentes. Cl eb er M ag no Figura 13 – Substitutos 32 Exploração onshore E offshore ESTABILIZADORES São ferramentas fixadas na coluna de perfuração (Figura 14), próximo aos co- mandos, com a finalidade de manter o diâmetro do poço, evitar que os comandos sofram desgastes causados por atritos na parede do poço e ajudar no controle da trajetória da broca em casos de poços direcionais. ESCAREADOR (ReameR) Também é uma ferramenta estabilizadora (Figura 15), sendo mais usada em ca- sos em que perfure rochas duras. Os pontos de contato com as paredes do poço são os roletes; havendo tendência de desgaste do calibre da broca, o escareador tende a manter o diâmetro do poço. Figura 14 – Estabilizadores Figura 15 – Escareadores In -F ól io /C ris M ar ce la Fu nd am en to s da e ng en ha ria d e P G – T ho m as 2 PERFURAÇÃO 33 ALARGADORES São ferramentas utilizadas para aumentar o diâmetro do poço (Figura 16), em um espaço já perfurado. São necessários em duas situações: Quando se deseja alargar o poço a partir da superfície: a ferramenta a ser usada é o holeopener, que é utilizado para alargar, por exemplo, o poço de 26” para 36”. Quando se deseja alargar um trecho do poço a partir de um ponto abaixo da superfície; neste caso deve-se usar um alargador com braços extensíveis, o under reamer. Cl eb er M ag no AMORTECEDORES DE VIBRAÇÃO OU CHOQUE São ferramentas utilizadas com intuito de absorverem as vibrações da coluna de perfuração geradas pela broca, principalmente em casos de rochas duras e zo- nas com mudanças de durezas. Comandos (Drill collars) Os comandos são tubos de aço de parede espessa, colocados logo acima da broca para fornecer peso (Figura 17). Os comandos não possuem conexões solda- das (tool joints), as roscas são fabricadas junto com o tubo. Existe uma intenção de se utilizarem comandos espiralados, com intuito de diminuir o atrito na parede do poço evitando perda de torque da coluna e prisão por diferencial de pressões. Comando simples Comando espiralado Figura 16 – Alargador (holeopener) Figura 17 – Detalhe dos comandos simples e espiralado In -F ól io /C ris M ar ce la 34 Exploração onshore E offshore Figura 19 – Chaveflutuante As chaves flutuantes, como mostrado na Figura 19, são mantidas suspensas na plataforma através de um cabo de aço, por isso o nome. São duas chaves que permitem dar o torque de aperto ou desaperto na união dos elementos tubulares da coluna de perfuração. Tubos pesados (Heavy Weight Drill pipes – HWDP) Os HWDP são tubos de peso intermediário entre os tubos de perfuração e os co- mandos (Figura 18). São fabricados em aço forjado e usinado, colocados acima dos co- mandos permitindo uma mudança mais gradual na rigidez da coluna, diminuindo a possibilidade de falhas causadas por atritos. Sua forma é idêntica à dos tubos de per- furação, diferenciando no tamanho das conexões (que são maiores e revestidas com metal duro), maior espessura das paredes e reforço do corpo central do tubo revesti- do com metal duro. São bastante empregados em poços direcionais como elementos auxiliares no fornecimento de peso sobre a broca, substituindo partes dos comandos. Os comandos são mais pesados e largos, provocando mais torques e arrastes (drag) durante a circulação da coluna em trechos inclinados. VOCÊ SaBia? Ferramentas especiais Para que se possa montar e desmontar a coluna de perfuração com todos es- tes elementos que a constituem, se faz necessária a utilização de ferramentas es- peciais. As principais ferramentas de manuseio da coluna são: Chave flutuante Cunhas Colar de segurança Figura 18 – Tubos pesados – Drill pipe – HWDP In -F ól io /C ris M ar ce la In -F ól io /C ris M ar ce la In -F ól io /P au la M ou ra 2 PERFURAÇÃO 35 2.2.2 CaBEça dE InjEçãO (Swivel) A cabeça de injeção ou Swivel mostrada na Figura 23 é o equipamento que se- para os elementos rotativos dos não rotativos na sonda de perfuração. O Swivel é fixado ao gancho e ao sistema de rotação da coluna de perfuração. O fluido de per- furação é injetado no interior da coluna através do Swivel. CUNHAS As cunhas (Figuras 20 e 21) são os equipamentos que servem para apoiar a coluna de perfuração e a co- luna de revestimento nas operações de manobra. Elas se encaixam entre a tubulação e a bucha da mesa rota- tiva, evitando que a coluna caia den- tro do poço no momento da monta- gem e desmontagem da coluna. COLAR DE SEGURANÇA O colar de segurança é um equi- pamento colocado no comando apoiado pela cunha, com a finalida- de de promover um batente no caso de deslizamento, já que o comando não possui tool joint. Você pode verificar no esquema mostrado a Figura 22 ao lado. Figura 20 – Cunha para revestimento Figura 22 – Colar de segurança para Drill collar Figura 21 – Cunha para perfuração In -F ól io /C ris M ar ce la In -F ól io /C ris M ar ce la Figura 23 – Swivel – Cabeça de injeção In -F ól io /C ris M ar ce la Swivel Br un o Ve ig a/ Ba nc o de Im ag en s Pe tr ob ra s 36 Exploração onshore E offshore 2.2.3 MÁquInas dO sIsTEMa dE ROTaçãO A perfuração dos poços de petróleo e gás é executada por sistemas rotativos, e são utilizados três tipos: Mesa rotativa Top drive Motor de fundo Mesa rotativa É o equipamento que fornece rotação à coluna de perfuração e permite o des- locamento do Kelly à medida que a coluna penetra nas formações (Figura 24). Nos momentos em que seja necessária a montagem e desmontagem da coluna de per- furação, a mesa deve suportar o peso, pois a coluna é desconectada do sistema de sustentação de carga. Motor Eixo de transmissão Mesa rotativa w w w .p et ro br as .b lo gs po t.c om w w w .p ap ea nd oe te st an do .b lo gs po t.c om Bucha do Kelly Kelly Mesa rotativa Figura 24 – Mesa rotativa 2 PERFURAÇÃO 37 Kelly O Kelly é um tubo de formato quadrado ou hexagonal utilizado como elemen- to de transmissão de rotação (Figura 25). O Kelly recebe o torque da mesa rotativa e transmite rotação para toda a coluna de perfuração. O pino (rosca externa) liga o Kelly à coluna e tem rosca à direita (aperto no sentido horário) e a caixa (rosca in- terna) liga ao Swivel, como mostra a Figura 25, e tem rosca à esquerda (aperto no sentido anti-horário). O Kelly é utilizado somente nas operações de perfuração com mesa rotativa. Figura 25 – Tubo Kelly Figura 26 – Bucha do Kelly Kelly hexagonal Kelly quadrado In -F ól io /C ris M ar ce la Cl eb er M ag no BUCHA DO Kelly É o dispositivo que possui um furo no centro com a geometria do Kelly (Figura 26) e é acoplado na mesa rotativa, portanto, ela é o elemento de ligação entre a mesa rotativa e a coluna de perfuração. 38 Exploração onshore E offshore top drive É um equipamento com um motor conectado à extremidade superior da coluna, como mostrado na Figura 27, que se desloca verticalmente através de dois trilhos fixa- dos à torre, substituindo o sistema da mesa rotativa e consequentemente o tubo Kelly. O sistema Top drive possibilita perfurar o poço de três em três tubos de uma só vez, ao invés de um a um como a mesa rotativa, diminuindo consideravelmente o tempo de retirada da coluna nas operações de troca da broca (manobra). Uma son- da com sistema Top drive é muito vantajosa tecnicamente, porém é bem mais cara em relação ao sistema de mesa rotativa. Motor de fundo Este equipamento é utilizado nas operações de perfuração de poços direcio- nais. Neste sistema um motor hidráulico tipo turbina, como ilustrado na Figura 28, ou com um sistema denominado elastômeros, como ilustrado na Figura 29, é acio- nado pelo próprio fluido de perfuração, é conectado acima da broca. O giro só se dá na parte inferior do motor ligado à broca e a coluna não gira, reduzindo o des- gaste e eliminando a perda de torque. Figura 27 – Top drive w w w .ia da c. or g 2 PERFURAÇÃO 39 2.2.4 sIsTEMa dE CIRCuLaçãO São os equipamentos que permitem a circulação e o tratamento do fluido de perfuração, como ilustra a Figura 30. Numa circulação normal, o fluido de perfuração é bombeado para o interior da coluna de perfuração até a broca, retornando pelo espaço anular até a peneira, tra- zendo os resíduos de rochas trituradas pela broca. O fluido de perfuração que retorna à superfície é confinado em tanques, e após o tratamento adequado será utilizado novamente. Figura 29 – Motor de fundo com sistema elastômeros Figura 30 – Sistema de circulação de fluidos In -F ól io /C ris M ar ce la Figura 28 – Motor de fundo tipo turbina Rotação Fluxo Tubo bengala Linha de sucção Linha de descarga Bomba de lama Mangueira de lama Linha de recalque Cabeça de injeção (Swivel) Kelly Tubo de perfuração Espaço anular Parede do poço Jato de fluido da brocaTanque de lama Fu nd am en to s da e ng en ha ria d e P G – T ho m as Fu nd am en to s da e ng en ha ria d e P G – T ho m as Acompanhe a Figura 30 ao lado e veja os principais equipamentos que compõem o sistema de circulação: Bomba de lama Tanque de lama Linha de descarga �Tubo de perfuração Tubo bengala �Mangueira de lama (Pescoço de ganso) �Cabeça de injeção (Swivel) 40 Exploração onshore E offshore 2.3 fasE dE InjEçãO O fluido de perfuração é bombeado dos tanques através das bombas de lama, e injetado na coluna de perfuração até a broca. 2.3.1 BOMBas E COMPREssOREs Durante a perfuração, as vazões e pressões de bombeio variam conforme a pro- fundidade e a geometria do poço. As bombas (Figura 31) são utilizadas em para- lelo na fase inicial da perfuração, quando são necessárias grandes vazões. Quan- do são exigidas altas pressões e baixas vazões, usa-se apenas uma bomba de for- ma a atender às condições do poço. Em casos em que são necessárias vazões ou pressões fora do padrão das bom- bas, não há necessidade de troca das mesmas e “simplesmente” substituem-se os componentes interno, como camisas e pistões com dimensões satisfatórias. Os compressores são utilizados para perfuração a ar. A perfuração a ar engloba algumas técnicas caracterizadas tais como: Perfuração com gás ou ar puro Perfuraçãocom fluidos aerados Perfuração com névoa Perfuração com espuma Figura 31 – Bombas de lama Fu nd am en to s da e ng en ha ria d e P G – T ho m as 2 PERFURAÇÃO 41 Os equipamentos principais utilizados nestes processos são: �Compressores primários São montados em paralelo para uma pressão de 150 psi. Compressor secundário Recebe o ar comprimido dos compressores primários e o multiplica para aproximadamente 1500 psi. Unidade de espuma É constituída por um reservatório de água e uma bomba com finalidade de se injetar água, aditivos líquidos e sólidos pulverizados na linha principal de ar. Unidade registradora Registra a pressão de trabalho ao longo de 24 horas. Válvulas, manifold e linha principal de ar Instalados para permitir o controle do fluxo do fluido circulante. Cabeça rotativa Este equipamento mantém um selo na coluna de perfuração, impedindo a passagem de cascalhos e poeiras para a área de trabalho da plataforma, desviando para o descarte. Tanque de lama Os tanques de lama são utilizados para o armazenamento da lama e interliga- dos entre si, facilitando a fase de tratamento e conectando aos tubos de sucção das bombas. Fase de retorno Esta fase inicia-se na saída do fluido de perfuração nos jatos da broca e percor- rendo o espaço anular até a peneira vibratória na superfície. Estes tipos de fluidos de perfuração são considerados especiais e serão abordados mais a frente em outro capítulo. 42 Exploração onshore E offshore Figura 32 – Peneira Cl eb er M ag no 2.4 fasE dE TRaTaMEnTO A fase de tratamento do fluido de perfuração tem a finalidade de eliminar os cascalhos e gases que se agrupam durante a perfuração e, quando necessário, adi- cionam-se produtos químicos. 2.4.1 PEnEIRa – PEnEIRaMEnTO A peneira vibratória tem a função de separar os cascalhos e grãos mais gros- seiros carreados pelo fluido de perfuração (Figura 32) no momento em que são despejados pelo sistema de circulação. In -F ól io /P au la M ou ra Os sólidos que conseguem passar pelos espaços da tela da peneira vibratória caem dentro do primeiro tanque de lama da fase de tratamento e se alojam no fundo, permitindo a lama passar para o segundo tanque pela parte superior. 2 PERFURAÇÃO 43 Desgaseificação A lama é bombeada em direção a uma placa formando um leque, com intuito de desprender os gases contidos, e a direciona para o desareador. Desareador É um equipamento composto por três hidrociclones (equipamento que acele- ra o processo de decantação de partículas) destinado a retirar algumas partículas que passaram pela primeira fase de tratamento e a direciona para o dessiltador. Dessiltador É um equipamento composto por dez hidrociclones destinados a descartar as partículas que tenham passado pelo desareador e a lama é direcionada para a centrífuga. Centrífuga É um equipamento composto por um tambor rotacional gerando uma força cen- trífuga na lama, forçando as partículas sólidas a se agruparem nas paredes. As pare- des são raspadas e descartadas por um lado do tambor e a lama é direcionada pa- ra o tanque de homogeneização. Misturadores É um equipamento composto por um motor elétrico e um eixo vertical com um conjunto de palhetas fixadas em sua extremidade inferior, submersas na lama com o intuito de mantê-las homogêneas. Funil de mistura É um equipamento ligado ao tanque de sucção, com intuito de auxiliar a adi- ção de aditivos em pó a lama. 2.5 MOvIMEnTaçãO dE CaRGas A movimentação de cargas é possível devido a um sistema de guincho proje- tado especialmente para uma torre de perfuração. Este sistema permite movimen- tar a coluna de perfuração, a coluna de revestimento e outros equipamentos ne- cessários nas operações com a torre. A Figura 33 ilustra o sistema de movimenta- ção de carga e seus equipamentos. 44 Exploração onshore E offshore Figura 33 – Esquema do sistema de movimentação de cargas e seus equipamentos Polias Bloco de coramento Catarina Gancho Bucha do Kelly Bucha da mesa rotativa Guincho Pescoço de ganso Cabo de perfuração que irá passar pelo bloco de coroamento Swivel Kelly Molinetes Mesa rotativa Se na i-R J 2 PERFURAÇÃO 45 GUINCHO O guincho, como mostrado na Figura 34, é o equipamento responsável pela movimentação de cargas e permite movimentar a coluna de perfuração, a coluna de revestimento e outros equipamentos posicionados verticalmente próximos à torre, este movimento é possível devido à energia mecânica de um motor diesel ou de um motor elétrico acoplado a ele. O guincho é constituído por: Tambor principal Tambor auxiliar ou de limpeza Freios Molinetes Embreagens Figura 34 – Guincho Fu nd am en to s da e ng en ha ria d e P G – T ho m as O tambor principal tem a função de tracionar, enrolar e desenrolar o cabo de perfuração movimentando as cargas dentro e fora do poço. O freio é um mecanismo imprescindível na segurança da movimentação de carga de uma sonda de perfuração. Este equipamento permite o movimento de descida de carga no interior do poço e controle de peso sobre a broca. Normal- mente são utilizados dois tipos de freios numa sonda. O freio principal é um equipamento mecânico. Quando acionado, reduz ou pa- ra o movimento por meio de fricção. Esse freio tem a função de manter a carga iça- da no interior ou fora do poço. O freio secundário, que é hidráulico ou eletromagnético, tem a função de ape- nas diminuir a velocidade de descida da carga, de modo a facilitar a atuação do freio principal. 46 Exploração onshore E offshore O tambor auxiliar é fixado no eixo secundário do guincho, na parte superior do tambor principal, e possui a função de movimentar os equipamentos considera- dos leves no interior do poço, tais como: Registradores de inclinação e direção do poço Amostradores de fundo Equipamentos de completação Equipamentos de teste do poço O molinete é um mecanismo do tipo embreagem que permite tracionar os cabos. Normalmente são utilizados dois tipos de molinetes numa sonda: o mo- linete das chaves flutuantes, para apertar ou desapertar a coluna de perfuração, e o giratório (ou cathead), que admite o içamento de pequenas cargas quando for enrolada uma corda chamada de catline. BLOCO DE COROAMENTO É um conjunto de polias montadas em um eixo suportado por dois mancais na parte superior da torre por onde passa o cabo de perfuração (Figura 35). O bloco suporta todas as cargas da coluna e os equipamentos que são sustentados por um cabo de aço denominado de linha de perfuração. Figura 35 – Bloco de coroamento Se na i-R J 2 PERFURAÇÃO 47 CATARINA A catarina é um equipamento formado por um conjunto de polias montadas em um eixo no interior da própria estrutura. A catarina fica suspensa pelo cabo de aço que também passa pelas polias do bloco de coroamento. Na extremidade inferior da cata- rina é montado um gancho de corpo cilíndrico com um sistema para amortecer os fortes impulsos causados na movimentação de carga, como mostra a Figura 36. Pe tr ob ra s – Ba nc o de Im ag en s Pe tr ob ra s – Ba nc o de Im ag en s ELEVADOR O elevador é um equipamento constituído basicamente por duas peças com formato de meia-lua, fixadas entre si por meio de uma dobradiça especial e um trinco permitindo seu fechamento, como mostra a Figura 37. É utilizado para mo- vimentar os tubos de perfuração, e para os tubos da coluna de revestimento é uti- lizado um elevador maior. Figura 36 – Catarina, amortecedor e gancho Figura 37 – Elevador para tubos de perfuração Catarina Amortecedor Guincho Elevador 48 Exploração onshore E offshore CABO OU LINHA DE PERFURAÇÃO É um cabo de aço trançado em torno do próprio núcleo (ou alma), cada trança é constituída por diversos fios de aço menores. O cabo é fixado no tambor do guincho, e a outra extremidade é fixada numa âncora posicionada próximo ao mastro, onde é montado um sensor para medir a tensão no cabo em relação ao peso total sustentadopelo guincho. 2.6 sIsTEMa dE sEGuRança dO POçO O sistema de segurança é composto por Equipamentos de Segurança de Cabe- ça de Poço (ESCP) e de equipamentos auxiliares que permitam que o poço seja fe- chado e controlado em casos de kick ou blowout. O equipamento de segurança mais importante utilizado nas operações de per- furação é o preventor de blowout conhecido como BOP (Blowout Preventer) com- posto por um corpo metálico e um conjunto de válvulas como você pode obser- var nas Figuras 38 e 39, que permite fechar o poço. Figura 38 – Esquema do BOP Fu nd am en to s da e ng en ha ria d e P G – T ho m as Bell niple BOP anular BOP gaveta duplo BOP gaveta duplo Linha de kill e choke 2 PERFURAÇÃO 49 GAVETA ANULAR O preventor de gavetas pode ser vazado ou cisalhante, e ambos têm a função de fechar o espaço anular do poço pela ação de dois pistões que ao serem aciona- dos hidraulicamente deslocam duas gavetas, uma contra a outra, transversalmen- te ao eixo do poço cortando o tubo de perfuração. Os preventores são acionados sempre que houver ocorrência de um fluxo in- desejável, de um fluido comprimido numa formação causando turbulência e alta pressão dentro do poço. Se esta pressão não for controlada, poderá se transformar num blowout, ou seja, poço fluindo totalmente sem controle, e gera sérias conse- quências, tais como perda parcial ou total do reservatório, danifica os equipamen- tos da sonda, o meio ambiente, provoca acidentes pessoais e outros. O preventor anular tem a função de fechar o espaço anular do poço, é compos- to por uma estrutura metálica e um pistão que, ao ser acionado, comprime um ele- mento de borracha que se ajusta contra a coluna de perfuração de qualquer diâ- metro, fechando o espaço anular, evitando que o fluido no interior do poço alcan- ce a superfície. Figura 39 – Mecanismo do BOP Cl eb er M ag no 50 Exploração onshore E offshore 2.7 CaBEça dE POçO A cabeça de poço é constituída de diversos equipamentos que permitem a an- coragem e vedação das colunas de revestimento na superfície. São eles: Cabeça de revestimento Carretel de perfuração Adaptadores Carretel espaçador e seus acessórios CABEÇA DE REVESTIMENTO É o primeiro equipamento a ser acomodado no topo do revestimento de su- perfície, com intuito de sustentar os revestimentos intermediários e de produção através de seus suspensores, de propiciar vedação do anular do revestimento in- termediário ou de produção com a própria cabeça, permitindo o acesso a este anu- lar, e de servir de base para a instalação dos demais elementos da cabeça de poço e preventores (Figura 40). O suspensor de revestimento é o elemento que permite a ancoragem do reves- timento e a vedação do anular deste revestimento com o corpo da cabeça na qual foi ancorado. A vedação é feita no momento em que o peso do revestimento for sobreposto, provocando a dilatação de um elemento de borracha. Figura 40 – Arranjo de cabeça de revestimento Fu nd am en to s da e ng en ha ria d e P G – T ho m as Suspensor de revestimento Cabeça de produção Carretel de revestimento Cabeça de revestimento 1 Revestimento de produção 9 5/8” a 13 3/8” 2 Revestimento intermediário 13 3/8” 3 Revestimento de superfície 20” 4 Revestimento condutor 30” Suspensor de revestimento Saída 1 2 3 4 2 PERFURAÇÃO 51 CARRETEL DE REVESTIMENTO É um equipamento semelhante à cabeça de revestimento, só que apresenta mais um flange na parte inferior. Possui duas saídas laterais para acesso ao espa- ço anular e um alojamento para assentamento do suspensor do revestimento a ser descido posteriormente. Contém elementos de borracha na parte inferior in- terna para vedação secundária no topo do revestimento descido anteriormente. CABEÇA DE PRODUÇÃO É um carretel que possui uma sede em sua parte inferior interna para receber os elementos de vedação secundária que atuam no topo do revestimento de pro- dução, de modo a impedir a passagem de altas pressões. Na parte interna supe- rior possui sede para receber o que sustenta a coluna de produção denominada tubing hanger. Apresenta duas saídas laterais para acesso ao espaço anular. CARRETEL DE PERFURAÇÃO É um equipamento que possui flanges de ligações no topo e na base e com du- as saídas laterais com flanges que recebem as duas linhas de controle do poço, a kill line (linha de matar) e a choke line (linha do estrangulador). Sistema de monitoração São os equipamentos necessários ao controle da perfuração: Manômetros Indicador de peso sobre a broca Indicador de torque Tacômetro e outros Eles podem ser classificados como indicadores, que apenas apresentam o va- lor dos parâmetros, que traçam curvas dos valores medidos. Os principais indicadores são: o indicador de peso sobre a broca, o manômetro que indica a pressão de bombeio, o tacômetro para monitorar a velocidade na co- luna de perfuração, e o torquímetro instalado nas chaves flutuantes para medir o torque aplicado nas conexões da coluna de perfuração e de revestimento. O registrador de maior importância é o que mostra a taxa de penetração da broca, que é uma informação para se avaliarem as mudanças das formações ro- chosas perfuradas e o tempo de vida útil da broca. 52 Exploração onshore E offshore 2.8 BROCas A broca é o equipamento principal nas operações de perfuração, tendo a fun- ção de promover o trituramento das rochas. O estudo das brocas, considerando seus desempenhos econômicos, é um dos fatores extremamente importantes nas perfurações de poços de petróleo. As brocas de perfuração podem ser classificas em dois grupos: Brocas sem partes móveis (Figura 41) Brocas com partes móveis (Figura 42) Figura 41 – Broca sem partes móveis Figura 42 – Broca com partes móveis Figura 43 – Broca sem partes móveis (rabo de peixe) Cl eb er M ag no Fu nd am en to s da e ng en ha ria d e P G – T ho m as Se na i-R J 2.8.1 BROCas sEM PaRTEs MÓvEIs A broca draga também conhecida como rabo de peixe (Fish tail) é um tipo de bro- ca sem parte móvel, que possui lâmina cortante integral de aço. Estas brocas possuem um tempo de vida útil muito baixo com relação às brocas modernas (Figura 43). 2 PERFURAÇÃO 53 Hoje em dia são utilizadas as brocas de diamantes naturais e diamantes artifi- ciais muito conhecidas como brocas PCD (Polycrystalline Diamond Compact) e as compactas conhecidas como TSP (Thermally Stable Polycrystalline). As brocas de diamantes naturais eram consideradas exclusivas no processo de perfuração das rochas duras, devido às propriedades dos diamantes que lhe pro- piciam uma altíssima dureza e a capacidade de dissipar o calor produzido no atri- to com a formação. Com os novos projetos nos processos de fabricação e no cri- tério na seleção dos diamantes, estas brocas estão sendo usadas com muita frequ- ência nas perfurações de diversos tipos de rocha. Estas brocas com diamantes naturais são constituídas de certa quantidade de diamantes industrializados, fixados em um suporte metálico na extremidade da broca. A quantidade e a dimensão dos diamantes contidas nas brocas são de acor- do com sua aplicabilidade. Existem vários tipos de brocas de diamantes industrializados, elas são fabrica- das para cada tipo de formação e para todos os diâmetros de poços. As brocas de perfuração são classificadas quanto à sua dureza e fabricadas para perfurar forma- ções macias, médias, duras e para toda a variedade de formações. Os principais tipos de brocas sem partes móveis utilizados hoje em dia são: Brocas de diamante natural As brocas de diamante natural (Figura 44) e outros tipos de diamante possuem um corpo fixo cujo material é composto de uma matriz de carboneto de tungstênio. O tipo de fluxo pode ser radial ou cruzado e o ti- po de cortador é o diamante natural incrus- tado no corpo da broca, com diferentes densidades e desenhos. O uso deste tipo de broca é limitado, uti- lizado em casos especiais para perfurar rochas
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