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sÉRIE PETRÓLEO E GÁs Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás sÉRIE PETRÓLEO E GÁs Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI – Departamento Nacional Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor Geral Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás sÉRIE PETRÓLEO E GÁs © 2014. SENAI – Departamento Nacional © 2014.SENAI – Departamento Regional do Rio de Janeiro Reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI. Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI do Rio de Janeiro, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI – Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI – Departamento Regional do Rio de Janeiro Núcleo de Educação a Distância – NUCED Ficha catalográFica Catalogação-na-Publicação (CIP) – Brasil Biblioteca Artes Gráficas – SENAI-RJ SENAI/DN. Metrologia e instrumentação aplicadas a petróleo e gás / SENAI/DN [e] SENAI/RJ. – Brasília : SENAI/DN, 2014. 168 p. : il. ; 29,7 cm. – (Série Petróleo e Gás). ISBN 978-85-7519-602-1 1. Indústria petroquímica. 2. Metrologia. I. SENAI/RJ. II. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. III. Título. IV. Série. CDD: 665.5 S491m Sede Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Lista de ilustrações Figura 1 – Planta de processo para miniqueimador .............................................................................................15 Figura 2 – Símbolos e números formam as grandezas físicas ...........................................................................19 Figura 3 – Definição de jarda .........................................................................................................................................21 Figura 4 – Relação entre as unidades de medida do sistema inglês ..............................................................21 Figura 5 – Instrumentos de medição dimensional ................................................................................................23 Figura 6 – Símbolo do ILAC ............................................................................................................................................23 Figura 7 – Cadeia de rastreabilidade ..........................................................................................................................24 Figura 8 – Diagrama de causa e efeito aplicado a confirmação metrológica ..............................................25 Figura 9 – Constatação da calibração do equipamento ......................................................................................26 Figura 10 – Etiquetas de controle interno de calibração ...................................................................................27 Figura 11 – Modelo de certificado de calibração ...................................................................................................30 Figura 12 – Bloco padrão retangular .........................................................................................................................32 Figura 13 – Paquímetro analógico e paquímetro digital ....................................................................................35 Figura 14 – Paquímetro: características e aplicações ...........................................................................................35 Figura 15 – Características do micrômetro ..............................................................................................................36 Figura 16 – Relógio comparador .................................................................................................................................37 Figura 17 – Relógio comparador montado com o súbito ...................................................................................37 Figura 18 – Surgimento de uma norma ....................................................................................................................38 Figura 19 – Com as normas, o mundo está conectado .......................................................................................38 Figura 20 – Símbolo de acreditação do Inmetro ....................................................................................................40 Figura 21 – Na plataforma de petróleo, a instrumentação.................................................................................43 Figura 22 – Sala de controle com instrumentos de medição ............................................................................45 Figura 23 – Operação do sistema de aquisição de dados ..................................................................................46 Figura 24 – Sistema supervisório .................................................................................................................................47 Figura 25 – Arquitetura de uma rede industrial .....................................................................................................48 Figura 26 – Manômetro com contato elétrico ........................................................................................................56 Figura 27 – Escala de instrumento analógico .........................................................................................................58 Figura 28 – Manômetro analógico ..............................................................................................................................61 Figura 29 – Manômetro tipo U .....................................................................................................................................63 Figura 30 – Manômetro elástico ..................................................................................................................................65 Figura 31 – Manômetro elástico bourdon tipo C ...................................................................................................66 Figura 32 – Manômetro de pressão diferencial tipo bourdon em C ...............................................................66 Figura 33 – Manômetro tipo hélice ou espiral ........................................................................................................67 Figura 34 – Manômetro com enchimento com glicerina ...................................................................................68 Figura 35 – Tipos de amortecedores de vibração de um manômetro ...........................................................68 Figura 36 – Sensor capacitivo .......................................................................................................................................68 Figura 37 – Nível do reservatório .................................................................................................................................71 Figura 38 – Medição com régua e boia .....................................................................................................................72 Figura 39 – Visor de vidro tubular ...............................................................................................................................72 Figura 40 – Medidor tipo pressão...............................................................................................................................73 Figura 41 – Tanque aberto – Nível máximo e mínimo .........................................................................................74 Figura 42 – Tanque fechado ..........................................................................................................................................75 Figura 43 – Volume de água no reservatório ..........................................................................................................76 Figura 44 – Termômetro de capela .............................................................................................................................79 Figura 45 – Relação entre as grandezas ....................................................................................................................79 Figura 46 – Termômetro de bulbo ...............................................................................................................................80 Figura 47 – Sensor Pt-100...............................................................................................................................................81 Figura 48 – Pt-100 de dois fios ......................................................................................................................................83 Figura 49 – Pt-100 de três fios .......................................................................................................................................84 Figura 50 – Experiência de Seebeck ...........................................................................................................................84 Figura 51 – Experiência de Peltier ...............................................................................................................................85 Figura 52 – Efeito Thomson ...........................................................................................................................................85 Figura 53 – Lei do Circuito Homogêneo ...................................................................................................................85 Figura 54 – Lei das Temperaturas Intermediárias ..................................................................................................86 Figura 55 – Lei do Metal Intermediário .....................................................................................................................86 Figura 56 – Junção termopar ........................................................................................................................................87 Figura 57 – Junção a frio .................................................................................................................................................87 Figura 58 – Circuito do termopar.................................................................................................................................88 Figura 59 – Termopares convencionais .....................................................................................................................88 Figura 60 – Curvas características de termopares .................................................................................................90 Figura 61 – Cores dos termopares ...............................................................................................................................91 Figura 62 – Cores dos cabos de extensão .................................................................................................................92 Figura 63 – Cores e temperaturas dos termopares ...............................................................................................92 Figura 64 – Transmissor de temperatura .................................................................................................................93 Figura 65 – Medidor de vazão (Coriolis) ...................................................................................................................95 Figura 66 – Placas de orifício .........................................................................................................................................96 Figura 67 – Placa de orífício numa tubulação .........................................................................................................98 Figura 68 – Tubo Venturi ................................................................................................................................................99 Figura 69 – Tubo clássico .............................................................................................................................................99 Figura 70 – Tubo retangular .......................................................................................................................................99 Figura 71 – Tubo de Pitot ............................................................................................................................................. 101 Figura 72 – Annubar ...................................................................................................................................................... 102 Figura 73 – Medidor tipo turbina ............................................................................................................................. 103 Figura 74 – Recomendação de montagem do medidor de vazão tipo turbina ...................................... 104 Figura 75 – Simbologia do vórtex conforme ISA S 5.1 ...................................................................................... 105 Figura 76 – Medidor tipo vórtex ............................................................................................................................... 105 Figura 77 – Erro e número de Reynolds ................................................................................................................ 106 Figura 78 – Medidor tipo vórtex com redundância ........................................................................................... 107 Figura 79 – Simbologia do ultrassom conforme ISA S 5.1 ............................................................................... 108 Figura 80 – Estrutura do Coriolis ............................................................................................................................... 109 Figura 81 – Modelos de Coriolis ................................................................................................................................ 109 Figura 82 – Força de Coriolis ...................................................................................................................................... 111 Figura 83 – Medidor de magnético de vazão ...................................................................................................... 112 Figura 84 – Válvula de controle ................................................................................................................................. 115 Figura 85 – Válvula de controle pneumática ........................................................................................................ 118 Figura 86 – Malha de controle ................................................................................................................................... 119 Figura 87 – Modelo de válvula globo ...................................................................................................................... 119 Figura 88 – Componentes da válvula globo ......................................................................................................... 120 Figura 89 – Tipos de corpo – válvula globo .......................................................................................................... 120 Figura 90 – Modelo de válvula gaiola .....................................................................................................................121 Figura 91 – Tipos de obturadores internos ........................................................................................................... 121 Figura 92 – Válvulas de deslocamento rotativo ................................................................................................... 122 Figura 93 – Válvulas de controle ............................................................................................................................... 123 Figura 94 – Tipos de castelos ...................................................................................................................................... 125 Figura 95 – Castelo normal ......................................................................................................................................... 125 Figura 96 – Tipos de atuador ...................................................................................................................................... 126 Figura 97 – Alteração do obturador e sede da válvula ..................................................................................... 127 Figura 98 – Esquema de montagem de uma válvula auto-operada ........................................................... 128 Figura 99 – Na planta, o controle do processo .................................................................................................... 131 Figura 100 – Malha aberta .......................................................................................................................................... 132 Figura 101 – Malha fechada ........................................................................................................................................ 133 Figura 102 – Ação on-off .............................................................................................................................................. 134 Figura 103 – Ciclo de abertura e fechamento do contato do termostato ................................................. 134 Figura 104 – Reservatório com o nível – saída 50% ........................................................................................... 136 Figura 105 – Reservatório com o nível – saída 60% ........................................................................................... 137 Figura 106 – Valor da ação integral .......................................................................................................................... 139 Figura 107 – Refinaria em operação ........................................................................................................................ 143 Figura 108 – Condutibilidade térmica de gases e vapores ............................................................................. 144 Figura 109 – Análise de gases e o espectro eletromagnético ........................................................................ 146 Figura 110 – Tipo dispersante .................................................................................................................................... 147 Figura 111 – Tipo não dispersante ........................................................................................................................... 147 Figura 112 – Gráfico de analisador contínuo ....................................................................................................... 148 Figura 113 – Gráfico de um espectrômetro .......................................................................................................... 148 Figura 114 – Efeito Quincke ........................................................................................................................................ 149 Figura 115 – Células eletroquímicas ....................................................................................................................... 150 Figura 116 – Concentração de oxigênio no ar atmosférico ........................................................................... 151 Figura 117 – Mistura e separação de pigmentos ............................................................................................... 152 Figura 118 – Classificação da cromatologia ......................................................................................................... 153 Figura 119 – Interpretação dos gráficos da cromatografia gasosa ............................................................. 154 Figura 120 – Malha de realimentação .................................................................................................................... 157 Figura 121 – Controle em cascata ........................................................................................................................... 158 Figura 122 – Controle de relação ............................................................................................................................. 158 Figura 123 – Controle de range dividido............................................................................................................... 159 Figura 124 – Processo variável .................................................................................................................................. 161 Figura 125 – Variação amortecida ........................................................................................................................... 162 Figura 126 – Ganho proporcional crítico e o tempo ........................................................................................ 163 1. Introdução .......................................................................................................................................................................15 2. Sistemas de grandezas ...............................................................................................................................................19 2.1 Sistema métrico ou Sistema Internacional (SI) .................................................................................20 2.2 Sistema inglês ..............................................................................................................................................20 2.3 Introdução à Metrologia Dimensional .................................................................................................22 2.3.1 Campo de aplicação.................................................................................................................23 2.3.2 Termos e definições ..................................................................................................................23 2.3.3 Comprovação metrológica ....................................................................................................25 2.3.4 Certificado de calibração .......................................................................................................28 2.4 Conversão de unidades .............................................................................................................................31 2.4.1 Algumas conversões de unidades comumente utilizadas no petróleo e gás ....32 2.5 Múltiplos e submúltiplos ..........................................................................................................................33 2.6 Instrumentos de medida (medidas lineares) .....................................................................................34 2.7 Noções de normas e legislação aplicada à Metrologia ..................................................................38 2.7.1 Normas internacionais ............................................................................................................39 2.7.2 Normas na metrologia ............................................................................................................40 3. Introdução à instrumentação ...................................................................................................................................433.1 Métodos de classificação de instrumentos de medição ...............................................................44 3.2 Histórico dos sistemas de controle .......................................................................................................45 3.2.1 Controle manual (local) ..........................................................................................................45 3.2.2 Controle centralizado ..............................................................................................................45 3.2.3 Controle digital ..........................................................................................................................45 3.2.4 Elementos de um sistema de instrumentação/automação ......................................49 3.2.5 Critérios gerais para instrumentação de uma planta industrial ...............................54 3.3 Conceitos de medição ...............................................................................................................................55 3.3.1 Limites do instrumento de medição ..................................................................................56 3.3.2 Range ou banda de medição ................................................................................................57 3.3.3 Span ..............................................................................................................................................57 3.3.4 Erro .................................................................................................................................................57 3.3.5 Repetitividade ...........................................................................................................................58 3.3.6 Zona morta ..................................................................................................................................58 3.3.7 Sensibilidade ..............................................................................................................................58 sumário 4. Pressão ..............................................................................................................................................................................61 4.1 Pressão atmosférica ....................................................................................................................................62 4.2 Pressão manométrica ou pressão relativa positiva .........................................................................62 4.3 Vácuo ou pressão relativa negativa ......................................................................................................62 4.4 Pressão absoluta ..........................................................................................................................................62 4.5 Pressão estática ............................................................................................................................................63 4.6 Pressão dinâmica .........................................................................................................................................63 4.7 Medidores de pressão ...............................................................................................................................63 4.7.1 Medidores de pressão de coluna líquida .........................................................................63 4.7.2 Medidores de pressão elásticos ...........................................................................................64 4.7.3 Manômetro tipo bourdon em C ..........................................................................................66 4.7.4 Manômetro de pressão diferencial tipo bourdon em C .............................................66 4.7.5 Manômetro com bourdon tipo hélice ou espiral ..........................................................67 4.7.6 Instalação de manômetros ....................................................................................................67 4.8 Sensor capacitivo ........................................................................................................................................68 5. Nível ..................................................................................................................................................................................71 5.1 Métodos de medição de nível para líquidos .....................................................................................72 5.1.1 Medição direta ...........................................................................................................................72 5.1.2 Medição de nível indireta ......................................................................................................73 6. Temperatura ...................................................................................................................................................................79 6.1 Termômetro tipo bulbo .............................................................................................................................80 6.2 Termorresistências ......................................................................................................................................81 6.2.1 Instalação de um Pt-100 .........................................................................................................83 6.2.2 Ligação de um Pt-100 de dois fios ......................................................................................83 6.2.3 Ligação de um Pt-100 de três fios .......................................................................................84 6.3 Efeitos termoelétricos ................................................................................................................................84 6.4 Junções ...........................................................................................................................................................87 6.4.1 Junção termopar .......................................................................................................................87 6.4.2 Junção a frio na condição de referência ...........................................................................87 6.4.3 Cabos de extensão ...................................................................................................................87 6.4.4 Cabos de compensação ..........................................................................................................88 6.5 Circuito do termopar ..................................................................................................................................88 6.5.1 Termopares convencionais ....................................................................................................88 6.5.2 Termopar de isolação mineral (exigência N-1882) ........................................................89 6.5.3 Curvas características de termopares ................................................................................90 6.6 Transmissores de temperatura ..............................................................................................................93 7. Medição de vazão .........................................................................................................................................................95 7.1 Princípios e definições ...............................................................................................................................95 7.2 Classificação dos instrumentos de vazão ...........................................................................................96 7.2.1 Elementos primários deprimogênios ................................................................................96 7.3 Aplicações de cada tipo de placa ..........................................................................................................977.3.1 Vazão teórica ...............................................................................................................................98 7.3.2 Tubo Venturi ................................................................................................................................99 7.3.3 Tubo de Pitot............................................................................................................................ 100 7.3.4 Annubar ..................................................................................................................................... 102 7.3.5 Medidor de vazão tipo turbina ......................................................................................... 103 7.4 Instrumentos de medição de velocidade ........................................................................................ 104 7.4.1 Medição de vazão por vórtices (vórtex)......................................................................... 104 7.4.2 Medidor tipo vórtex .............................................................................................................. 105 7.4.3 Medidor tipo vórtex: erro e número de Reynolds ...................................................... 106 7.4.4 Medição de vazão por ultrassom ou ultrassônico ..................................................... 107 7.4.5 Medição baseada no princípio de tempo de trânsito .............................................. 108 7.4.6 Medição de vazão por Coriolis .......................................................................................... 109 7.4.7 Medidor de magnético de vazão ..................................................................................... 112 8. Válvulas .......................................................................................................................................................................... 115 8.1 Classificação quanto à finalidade e ao tipo ..................................................................................... 115 9. Controle automático de processos ..................................................................................................................... 131 9.1 Formas de atuação do controlador .................................................................................................... 133 10. Analisadores de gases ........................................................................................................................................... 143 10.1 Conceito .................................................................................................................................................... 143 10.2 Tipos de analisadores de gás ............................................................................................................. 143 10.3 Analisadores de gases por condutibilidade térmica ................................................................. 144 10.4 Analisadores por absorção de raios infravermelhos ................................................................. 146 10.5 Analisadores paramagnéticos ........................................................................................................... 149 10.6 Analisador de oxi-zircônia (Eletroquímico)................................................................................... 150 10.7 Cromatografia ......................................................................................................................................... 152 11. Malhas de controle ............................................................................................................................................... 157 11.1 Tipos de malhas de controle ............................................................................................................ 157 12. Sintonia de malhas ................................................................................................................................................. 161 12.1 Método de aproximações sucessivas ............................................................................................. 161 12.2 Ziegler e Nichols (malha de realimentação)................................................................................. 162 Referências ........................................................................................................................................................................ 165 Introdução Se na i-R J Figura 1 – Planta de processo para miniqueimador 1 Atualmente, com o vislumbramento do pré-sal e com a exploração das grandes bacias petro- líferas1, o Brasil se consolidou como um mercado forte, competitivo e promissor no cenário glo- balizado da indústria dos combustíveis fósseis e, de acordo com a lei da procura e oferta, quan- to mais promissor é o mercado, maior é a necessidade de mão de obra qualificada para traba- lhar na produção, armazenamento e refino do petróleo. Nessa unidade curricular, estudaremos técnicas básicas que constroem uma base forte e alicerçada para a interação do técnico em pe- tróleo e gás com plantas produtivas. Aqui aprenderemos os conceitos de instrumentação básica e como garantir a manutenção e a confiabilidade metrológica dos sistemas de medição e/ou instrumentos de medição. Dentre as diversas variáveis dos processos produtivos de Petróleo e Gás, podemos destacar a vazão, temperatura e pressão (variáveis apresentadas na Figura 1) que atuam sobre os proces- sos produtivos de forma conjunta e influenciam diretamente no produto acabado, ou seja, são de vital importância para a sobrevivência das plantas produtivas do seu segmento de atuação. Portanto, como técnicos da área, devemos e iremos conhecer as definições, instrumentos, mé- todos de medição, técnicas de transmissão e controle e características metrológicas aplicáveis à área de Petróleo e Gás. Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás16 1 PETROLíFERA Indústria de petróleo. Os conhecimentos disponíveis nesse livro didático são de grande importância para o desenvolvimento e compreensão de diversos conceitos necessários para um profissional capacitado, competitivo e disputado na área do petróleo e gás. Se lance nesse desafio e busque cada vez mais, pois você é o único responsável pelo seu sucesso. Metrologia e Instrumentação Aplicadas a Petróleo e Gás COMPONENTES CURRICULARES CARGA HORáRIA Módulo Básico Módulo Específico Profissional (1ª Etapa) Módulo Específico Profissional (2ª Etapa) CARGA HORáRIA TOTAL – TéCNICO EM PETRóLEO E GáS: 1.200H Fundamentos Técnicos e Científicos de Petróleo e Gás Comunicação e Informática – 32h Fundamentos da Indústria de Petróleo e Gás – 60h QSMS – Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança Aplicados a Petróleo e Gás – 24h QSMS – 24hMetrologia e Instrumentação Aplicadas a Petróleo e Gás – 80h Química Aplicada a Petróleo e Gás – 80h Física e Matemática Aplicadas a Petróleo e Gás – 80h Operação de Sistema Produtivo na Cadeia de Petróleo e Gás Exploração Onshore e Offshore – 160h Tecnologias do Sistema Produtivo Onshore e Offshore – 160h Processamento do Petróleo e Gás – 100h Logística e Manutenção da Cadeia de Petróleo e Gás – 64h Planejamento e Atividade na Cadeia de Petróleo e Gás Gestão de Pessoas – 40h Gestão da Produção – 80h Controle da Qualidade de Insumos, Produtos e Processos na Cadeia de Petróleo e Gás Ensaios Analíticos na Cadeia de Petróleo e Gás – 80h Avaliação de Desempenho de Insumos, Produtos e Processos – 60h Manutenção em Sistemas Produtivos na Cadeia de Petróleo e Gás Manutenção Industrial – 100h 356h 484h 360h 17 Anotações: 1 Introdução Você está todo o tempo lidando com números e unidades de medida, que são a representa- ção quantitativa de um fenômeno, ou seja, uma grandeza. Essa representação é composta por um número associado a uma unidade. Segundo o Vocabulário Internacional de Metrologia – Conceitos fundamentais e gerais etermos associados (VIM 2012), grandeza é “Propriedade de um fenômeno, de um corpo ou de uma subs- tância, que pode ser expressa quantitativamente sob a forma de um número e de uma referên- cia”; logo, um sistema de grandezas é a associação de um conjunto de grandezas e de um con- junto de relações não contraditórias entre si. Os dois principais sistemas de grandezas utilizados são: sistemas de grandezas 2 Figura 2 – Símbolos e números formam as grandezas físicas Sistema métrico ou Sistema Internacional (SI) Sistema inglês S = n – 1 k = 1 ∑ (Xk – X)2 In -F ól io /A nd ré B rit o 20 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás 2.1 sIsTEma mÉTRIcO Ou sIsTEma InTERnacIOnaL (sI) Atualmente, o sistema métrico ou Sistema Internacional (SI) é um dos sistemas de grandezas mais utilizados. O sistema métrico decimal é baseado no metro, em seus múltiplos e em seus submúltiplos, valendo-se da potência de 10. Um sistema prático que foi difundido nas demais grandezas de base, quais sejam: Grandezas de base e suas unidades Para conhecer todas as unidades de base e unidades derivadas do SI você pode acessar a tradução da publicação BIPM em http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pdf/Resumo_SI.pdf saiba mais 2.2 sIsTEma InGLês Sistema predominante na Inglaterra e nos Estados Unidos da América, o siste- ma inglês é baseado na jarda. Muito utilizado no Brasil devido à influência das em- presas estrangeiras em nosso país. GRANDEZA UNIDADE SíMBOLO Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundo s Intensidade de corrente elétrica ampère A Temperatura termodinâmica Kelvin K Quantidade de matéria mol mol Intensidade luminosa candela cd In -F ól io /P au la M ou ra A definição de metro, segundo o Birô Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), é: O trajeto que a luz percorre no vácuo durante o intervalo de tempo de 1/299.792.458 do segundo 2 SiStemaS de grandezaS 21 A jarda foi definida como sendo a distância entre a ponta do nariz do rei e seu polegar estendido. A jarda foi oficializada pelo Rei Henrique I no século XII, devido à sua grande utilização. Outras unidades foram criadas por força de lei: a polegada, o pé e a mi- lha terrestre. Compondo o sistema inglês, veja a seguir suas relações: 1 jarda = 3 pés = 36 polegadas 1 polegada = 25,4mm 1 pé = 12 polegadas 1 milha terrestre = 1.760 jardas = 5.280 pés Figura 4 – Relação entre as unidades de medida do sistema inglês 1 jarda 1 jarda 1 jarda – 3 pés Figura 3 – Definição de jarda 1 pé – 12 polegadas 1 polegada In -F ól io /C ris M ar ce la In -F ól io /C ris M ar ce la 22 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás A polegada, unidade adotada pelo sistema inglês em mecânica, pode ser re- presentada por dois sistemas: Sistema binário (fracionário) Que é caracterizado por dividir por 2 a unidade e suas frações, obtendo-se o se- guinte: Sistema decimal Caracterizado por ter uma potência de base dez no denominador: = = 0,001"1"103 1" 1000 = = 0,1"1"101 1" 10= = = = 1 "1"10º 1" 1 = 0,0001"1"104 1" 10000 = 0,01"1"102 1" 100 O VIM é o documento oficial de termos técnicos relaciona- dos à área de metrologia e qualidade e está disponível para download gratuitamente no site do Inmetro no link: http://www.inmetro.gov.br/infotec/publicacoes/vim_2012.pdf. saiba mais 2.3 InTROduçãO à mETROLOGIa dImEnsIOnaL Metrologia é a ciência das medições, ou seja, estuda todos os fatores que in- fluenciam os resultados de medições e como trabalhar mediante tais influências. A metrologia no Brasil é dividida em três grandes áreas: Metrologia Científica Metrologia Industrial Metrologia Legal Você está estudando o tema na área de petróleo e gás; portanto, deve focar seus esforços na Metrologia Científica e Industrial, que, por sua vez, pode ser sub- dividida em diversas áreas ou grandezas. Neste módulo em particular, vamos tra- balhar os conceitos de Metrologia aplicada à grandeza comprimento, também co- nhecida como Metrologia Dimensional. 1", 1 2" , 1 4" , 1 8" , 1 16" , 1 32" , 1 64" , 1 128" 2 SiStemaS de grandezaS 23 2.3.1 camPO dE aPLIcaçãO A Metrologia Dimensional é amplamente aplicada na indústria metal-mecânica, petróleo e gás, automotiva e têxtil, entre outras. Dentro da área de atuação, a Metro- logia Dimensional permite controlar os processos fabris, desde o projeto até o pro- duto final; pode-se comparar uma peça fabricada ao seu projeto inicial e analisar se a peça foi fabricada dentro das especificações estabelecidas ao projeto. 2.3.2 TERmOs E dEfInIçõEs Assim como qualquer outro campo tecnológico-científico, a Metrologia possui um vocabulário técnico próprio, normalizado e reconhecido em todos os países que fazem parte do acordo ILAC2 (International Laboratory Accreditation Coopera- tion), esse vocabulário é o VIM. Explore o significado dos principais termos aplica- dos à Metrologia, inclusive, à Metrologia Dimensional. Figura 5 – Instrumentos de medição dimensional Br un o N ep om uc en o do s Sa nt os Figura 6 – Símbolo do ILAC Se na i-R J 24 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás 1 – Comprovação metrológica Conjunto de operações necessárias para assegurar que o instrumento de me- dição esteja preparado para o uso pretendido, dando suporte ao sistema de gestão da qualidade. 2 – Sistema de gestão da qualidade Diretrizes para melhorar continuamente o desempenho, levando em conside- ração, ao mesmo tempo, as necessidades de todas as partes interessadas. 3 – Método de medição Descrição genérica de uma sequência lógica de operações utilizadas em uma medição. 4 – Calibração Operação que estabelece, sob condições específicas, uma relação entre os va- lores e as incertezas estabelecidos por padrões e as indicações corresponden- tes às incertezas associadas de um mensurando. 5 – Mensurando Aquilo que se pretende medir (grandeza). 6 – Padrão Definição de uma grandeza usada como referência, com um valor associado e uma incerteza de medição associada. 7 – Rastreabilidade Propriedade de um resultado de medição que garante a relação entre os valores obtidos na calibração por uma cadeia ininterrupta e documentada de calibrações. Hierarquia do sistema metrológico Unidades do SI Padrões internacionais Padrões dos Institutos Nacionais de Metrologia Padrões de referência dos laboratórios de calibração e de ensaios Laboratórios do chão de fábrica Figura 7 – Cadeia de rastreabilidade BIPM Padrões nacionais Ra st re ab ili da de D issem inação Comparabilidade Calibração e ensaio Laboratórios do chão de fábrica 2 ILAC É um acordo de reconhecimento mútuo entre 36 organismos de acreditação de 28 países diferentes, um acordo que reconhece a equivalência dos sistemas de acreditação, certificados de calibração e relatórios de medição entre os organismos de acreditação que assinaram o acordo. In -F ól io /C ris M ar ce la 2 SiStemaS de grandezaS 25 8 – Resultado de medição Conjunto de valores atribuídos a um mensurando disponíveis em seu certifica- do de calibração. 9 – Erro de medição Diferença entre o valor medido do mensurando e do padrão. 10 – Incerteza de medição Parâmetro que caracteriza a dispersão dos valores atribuídos a um mensurando. Um vocabulário técnico afiado é fundamental para inter- pretar os resultados das calibrações dos instrumentos que controlam sua planta produtiva e, paralelamente, para a tomada de decisões para melhorar os processos produti- vos e otimizar a utilização de instrumentos de medição. VOCÊ sabia? 2.3.3 cOmPROvaçãO mETROLÓGIca Você aprendeu que comprovação metrológica é um conjunto de ações impor- tantíssimas para garantir a manutenção da planta produtiva e do sistema de ges- tão da qualidade, agora vai entender como implementá-la e a importância de su- as ferramentas. Preservação Condições ambientais Equipamento Calibração Procedimentos e registros Situação do instrumento Comprovação metrológicaFigura 8 – Diagrama de causa e efeito aplicado à confirmação metrológica In -F ól io /P au la M ou ra Para isso, você deve compreender cada um dos conceitos apresentados no diagrama de causa e efeito,3 aplicá-los e monitorá-los visando à melhoria contínua dos processos industriais. In -F ól io /C ris M ar ce la 26 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás Equipamento Escolher bem um equipamento ou instrumento de medição é fundamental pa- ra garantir o atendimento aos requisitos exigidos para a execução de uma deter- minada tarefa. Devemos levar em consideração: Dados sobre a exatidão do instrumento. O erro aceitável pelo processo ou peça a ser medida. A incerteza de medição do seu instrumento. A resolução do seu instrumento. Calibração Necessária para garantir que os valores da grandeza em medição possuam rastrea- bilidade e para determinar as correções ao processo. Deve-se garantir que todos os ins- trumentos que influenciam diretamente na qualidade do produto sejam calibrados. 3 DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO OU DIAGRAMA DE ISHIkAwA É uma ferramenta da qualidade utilizada para estudar separadamente as particularidades de um processo. Figura 9 – Constatação da calibração do equipamento In -F ól io /A nd ré B rit o/ Cr is M ar ce la In -F ól io /P au la M ou ra Essas calibrações devem ocorrer em laboratórios de calibração especializados e que obedeçam aos requisitos da norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 – Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. In -F ól io /A nd ré B rit o Equipamento calibrado em 22/08/2012 2 SiStemaS de grandezaS 27 Situação do instrumento Todo instrumento ou equipamento de medição deve ter uma identificação unívoca, o cadastro com seus dados, seu histórico de calibrações e manuten- ções. O instrumento deve manter uma etiqueta todo o tempo contendo, pelo menos, o seguinte: Número de identificação do instrumento ou equipamento. Número do certificado de calibração. Data da calibração. Data da próxima calibração. Deve-se também identificar a condição de uso do equipamento, geralmente com um sistema de cores ou sistema equivalente; todavia, deve estar documenta- do e de fácil acesso à consulta por todos os colaboradores. SENAI – RJ CTS Automação e Simulação Traçador de Altura LABDIM-068 SENAI – RJ CTS Automação e Simulação Traçador de Altura LABDIM-068 Certificado n° 0285/12 Calibração: 12/10/2012 Próx. Calibração: 10/2013 SENAI – RJ CTS Automação e Simulação Traçador de Altura LABDIM-068 Fora de uso ou não conforme Em uso ou conforme Calibração desnecessária A frequência de calibração é definida pelo detentor do equipa- mento; nenhum laboratório de calibração pode determinar o prazo de calibração dos seus equipamentos e/ou instrumentos de medição. Fique alerta Figura 10 – Etiquetas de controle interno de calibração In -F ól io /C ris M ar ce la 28 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás Procedimentos e registros É a descrição detalhada de um processo; na comprovação metrológica, apli- cam-se procedimentos – sempre que necessário – para métodos de calibração, controle de equipamentos, critérios de aceitação, métodos de ajuste, correção e reparos, tolerância de processos, condições ambientais, frequência de calibração, controle de equipamento ou instrumento não conforme e ações a serem tomadas em caso de não conformidade, designação de pessoal e registros.4 Condições ambientais Devem respeitar valores máximos e mínimos de acordo com normas e/ou porta- rias inerentes ao processo, recomendação de fabricantes, especificações de produ- to e procedimento interno da empresa. Você deve registrar e controlar as condições ambientais quando estas influenciarem diretamente um ou mais processos. 4 REGISTROS 5 TEMPERATURA DE ACOMODAçãO TéRMICA 6 REQUISITOS São documentos que confirmam o planejamento da empresa e estão sujeitos aos mesmos procedimentos quanto a disponibilidade, controle, arquivo, indexação etc. É a temperatura que um instrumento deve alcançar antes de ser utilizado para garantir suas características metrológicas. São as condições impostas para que uma empresa se adéque a uma determinada norma. Condições ambientais que podem influenciar um processo: Temperatura ambiente �Temperatura de acomodação térmica5 de instrumentos de medição Pressão atmosférica Vibração Eletricidade estática Interferência eletromagnética Umidade relativa do ar Iluminação Preservação Muito importante para prevenir deterioração, perdas e danos durante o manuseio, transporte e armazenamento. A correta preservação dos equipamentos e/ou instru- mentos de medição aumenta sua vida útil e pode diminuir os erros de medição. 2.3.4 cERTIfIcadO dE caLIbRaçãO É um documento que evidencia o resultado da calibração de um instrumento, reunindo informações solicitadas pelo cliente, o método utilizado na calibração e o resultado de medição. Todo certificado de calibração deve atender aos requisi- tos6 da norma ABNT NBR ISO 17025, que diz que um certificado de calibração de- ve conter ao menos as seguintes informações: 2 SiStemaS de grandezaS 29 a – Um título (Certificado de Calibração). b – Nome e endereço do laboratório e o local onde as calibrações foram reali- zadas, caso sejam diferentes do endereço do laboratório. c – Identificação unívoca do certificado de calibração (número de série, por exemplo); em cada página uma identificação que assegure que a página seja re- conhecida como uma parte do relatório de calibração e uma identificação do final do relatório de ensaio ou certificados de calibração (número de folhas: 1 de 2). d – Nome e endereço do cliente. e – Identificação do método de calibração utilizado. f – Descrição, condição e identificação unívoca dos itens calibrados. g – Resultados de calibração com as unidades de medida de acordo com o SI, que foram apropriado. h – Nome, função e assinatura ou identificação equivalente da pessoa autori- zada para emissão do relatório de certificado de calibração. i – Onde pertinente, uma declaração de que os resultados se referem somente aos itens calibrados. j – Registro das condições ambientais que influenciam os resultados de medi- ção dos instrumentos em calibração. k – A incerteza de medição estimada. l – Evidência da rastreabilidade dos padrões utilizados. In -F ól io /P au la M ou ra A Figura 11, na página a seguir, mostra um modelo de certificado de calibração para que você possa colocar em prática o que aprendeu e identificar cada um dos elementos essenciais de um certificado de calibração. 30 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás Figura 11 – Modelo de certificado de calibração Se na i-R J 2 SiStemaS de grandezaS 31 2.4 cOnvERsãO dE unIdadEs A partir da associação entre as unidades de base estudadas em Sistema de Gran- dezas, surgem as denominadas unidades derivadas, que são unidades expressadas para o relacionamento entre duas ou mais grandezas, gerando uma nova grandeza. Exemplo F = m . a Se analisarmos as unidades, relacionando-as, temos: Na fórmula acima, associamos três grandezas para gerar uma nova, multipli- cando a grandeza massa com a divisão das grandezas comprimento e tempo ob- tivemos a grandeza força. Existe uma gama de grandezas e unidades que surgem a partir da associação de unidades de base. Algumas unidades SI derivadas N = kg . m S2 Em que: N – Newton (grandeza força) kg – quilograma (grandeza massa) m – metro (grandeza comprimento) s – segundo (grandeza tempo) GRANDEZA DERIVADA UNIDADE DERIVADA SíMBOLO Área Metro quadrado m² Volume Metro cúbico m³ Velocidade Metro por segundo m/s Aceleração Metro por segundo ao quadrado m/s² Massa específica Quilograma por metro cúbico kg/m³ Força Newton N Pressão Pascal Pa Energia Joule J Carga elétrica Coulomb C Diferença de potencial Volt V Resistência elétrica Ohm Ω Indutância Henry H CapacitânciaFarad F Vazão Metro cúbico por segundo m³/s Volume específico Metro cúbico m³ Concentração de substância Mol por metro cúbico mol/m³ Iluminância Lux lx 32 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás 2.4.1 aLGumas cOnvERsõEs dE unIdadEs cOmumEnTE uTILIzadas nO PETRÓLEO E GÁs O comprimento de um bloco retangular é o mesmo em qualquer parte do mundo, porém sua dimensão pode ser expressa de algumas manei- ras diferentes de acordo com o sistema de gran- dezas aplicado. Por exemplo, um bloco padrão de 25mm (sistema métrico) possui um respecti- vo valor de comprimento expresso em polega- das (sistema inglês) que é de 0,984252pol, ou se- ja, 25mm é equivalente ou igual a 0,984252pol. Para converter as unidades de medida de gran- dezas de mesma natureza basta descobrir a re- lação entre as unidades. Para estabelecer o cálculo da dimensão do bloco na unidade polegada e saben- do que 1” = 25,4mm, temos: Se na i-R J Figura 12 – Bloco padrão retangular Logo: x – Dimensão do bloco em polegadas =1" x 25,4mm 25mm x = 1" . 25,4mm 25mm De maneira análoga, somos capazes de descobrir se dois manômetros em dois pontos distintos de uma linha de gás, mas de unidades diferentes, estão nos re- metendo o mesmo valor de pressão. Manômetro A – 3bar Manômetro B – 43,5psi Sabemos que 1 bar equivale a 14,504psi, então: 1bar 14,504psi 3bar Xpsi X = 3 . 14,504 X = 43,5psi Concluímos que, apesar das unidades diferentes, a pressão (grandeza em me- dição) exercida dentro da tubulação é igual nos dois pontos medidos. Para as mais diversas aplicações em pressão existem diferentes instrumentos com suas respec- tivas unidades, e foi convencionada uma tabela (ver página a seguir) para facilitar a relação entre as unidades. 2 SiStemaS de grandezaS 33 Tabela de conversão de unidades da grandeza pressão 2.5 múLTIPLOs E submúLTIPLOs Ao longo de nossa vida profissional nos depararemos com diversas situações em que seremos obrigados a trabalhar com grandezas que são muito grandes ou muito pequenas. Múltiplos e submúltiplos (SI) FATOR NOME SíMBOLO FATOR NOME SíMBOLO 101 deca da 10–1 deci d 102 hecto h 10–2 centi c 103 quilo k 10–3 mili m 106 mega M 10–6 micro µ 109 giga G 10–9 nano n 1012 tera T 10–12 pico p 1015 peta P 10–15 femto f 1018 exa E 10–18 atto a 1021 zetta Z 10–21 zepto z 1024 yotta Y 10–24 yocto y Fo nt e: R es um o do S is te m a In te rn ac io na l d e U ni da de s (S I). UNIDADE DE PRESSÃO Pa (N/m2) kgf/cm2 psi pol.H2O cm.H2O pol.Hg mmHg atm bar 1 1,0197 x 10-5 1,45 x 10-4 4,0147 x 10-3 0,010197 2,953 x 10-4 7,501 x 10-3 9,8692 x 10-6 1 x 10-5 9,8064 x 10-4 1 14,22 393,7 1000 28,96 735,6 0,9678 0,98069 6,8948 x 103 0,07031 1 27,68 70,31 2,036 51,71 0,06805 0,06895 249,08 0,00254 0,03613 1 2,540 0,07355 1,868 0,00246 0,0249 98,064 0,0010 0,01422 0,3937 1 0,02896 0,7356 9,678 x 10-4 9,8064 x 10-4 3,3864 x 103 0,03453 0,4912 13,5951 34,53 1 25,40 0,03342 0,03386 133,32 0,00136 0,01934 0,5352 0,001359 0,03937 1 0,00132 1,3332 x 10-3 1,0133 x 105 1,033 14,69 406,79 1033 29,92 760,0 1 1,0133 1 x 105 1,0197 14,504 401,47 019,7 29,53 750,06 0,98692 1 In -F ól io /P au la M ou ra A fim de tornar confortável o uso, foram adotados prefixos pelo Sistema Internacional de Unidades (SI) que podem ser utilizados com qualquer unidade de base ou com as unidades derivadas com nomes especiais. 34 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás Como podemos observar, os prefixos podem ser de grande ajuda no manuseio de grandezas e suas unidades, permitindo trabalhar de forma rápida e clara e sem- pre com uma informação correta e precisa. 2.6 InsTRumEnTOs dE mEdIda (mEdIdas LInEaREs) Seria impossível imaginar o segmento industrial de petróleo e gás sem a medi- ção precisa de grandezas como pressão, volume, vazão e massa específica, entre outras, porém uma grandeza que você ainda não deve ter imaginado ser de vital importância neste segmento é a grandeza comprimento, pois todas as grandezas citadas acima dependem, de alguma maneira, desta grandeza. Por exemplo Ao medirmos a pressão exercida por um fluido contra as paredes de uma tubu- lação estamos, de maneira geral, calculando a razão entre a força exercida e uma área dessa tubulação; portanto, temos: Exemplos Em que: P – Pressão expressa em Pascal (SI) F – Força expressa em Newton (SI) A – Área expressa em metros quadrados (SI) P(Pa) = F(N) A(m2) Como você viu, a Metrologia Dimensional está diretamente ligada à cadeia pro- dutiva de petróleo e gás, e para conseguirmos medir com confiabilidade torna-se imprescindível a utilização dos Instrumentos de Medidas da grandeza comprimen- to. Você estudará os principais instrumentos de medida e suas aplicações. 1.000Pa 1 x 103Pa 1MPa 0,001Pa 1 x 10–3Pa 1mPa 2 SiStemaS de grandezaS 35 Paquímetro Instrumento muito utilizado na indústria para medir peças de maneira rápida e prá- tica. O paquímetro é um dos instrumentos mais versáteis, pois pode realizar medições externas, medições internas, medições de ressaltos e medições de profundidade. A fai- xa de medição dos paquímetros geralmente inicia-se em 150mm e pode variar até 1000mm ou mais, em casos de paquímetros especiais. Os modelos de paquímetro podem variar bastante, porém os mais comuns são os paquímetros analógicos com resolução de 0,02mm, 0,05mm, 1/16”, 1/64” ou 1/128” e paquímetros digitais com resolução de 0,01mm ou 0,001”. Se na i-R J Nos modelos analógicos mais comuns, os paquímetros possuem uma escala infe- rior em milímetros e uma superior em polegadas, fracionária ou milesimal. Nos paquí- metros digitais você encontra um botão para a conversão da unidade de medição. Figura 13 – Paquímetro analógico e paquímetro digital Figura 14 – Paquímetro: características e aplicações faces de medição interna cursor Encosto fixo faces de medição externaEncosto móvelfaces de medição externa medida de profundidade vernier (polegada) fixador Escala (polegada) Haste de profundidade Escala (mm) Impulsor Resolução ou valor de uma divisão nônio ou vernier medida interna medida externa In -F ól io /C ris M ar ce la 36 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás Micrômetro externo Outro instrumento muito utilizado na indústria é o micrômetro externo, que, assim como o paquímetro realiza medidas externas, porém, por possuir uma reso- lução melhor (0,01mm para os analógicos e 0,001mm para os digitais), é utilizado para medição de peças em que se necessita de um nível de confiança maior que o do paquímetro. Atualmente a grande maioria dos micrômetros tem uma catra- ca que informa ao operador quando a força necessária à medição já foi aplicada. O fuso micrométrico tem 25mm, e as faixas do micrômetro variam de acordo com essa dimensão, ou seja, temos micrômetros com faixas de 0 a 25mm, de 25mm a 50mm e assim por diante. Relógio comparador e comparador de diâmetros internos (súbito) A medição do diâmetro interno de tubulações é fundamental na indústria de petróleo e gás, e para realizar esse tipo de medição de maneira prática e rápida existe o súbito, que é a junção de um relógio comparador e um dispositivo para medição de diâmetros internos. O relógio comparador é um instrumento utilizado principalmente para compa- rar medidas e aprovar ou reprovar cotas e peças; e os modelos de relógio compa- rador são bem diversificados, os relógios mais comuns têm faixas de medição de 1mm, 10mm, 25mm e 50mm, e sua resolução, dependendo do modelo, pode ser de 0,0001mm ou 0,01mm. Figura 15 – Características do micrômetro Arco Batente Faces medição Fuso Bainha Bucha interna Porca de ajuste Catraca Tambor Tambor Trava Isolante térmico Se na i-R J 2 SiStemaS de grandezaS 37 O súbito é o instrumento mais utilizado para me- dição de diâmetros internos na indústria como um todo, pois ele é um instrumento que permite com- parar de maneira extremamente prática a medição de um diâmetronominal ou diâmetro com valor de referência contra um ou mais diâmetros quaisquer, ou seja, se você precisa medir várias peças, como em uma linha de produção seriada, o comparador de diâmetros internos irá otimizar o trabalho. Figura 16 – Relógio comparador Figura 17 – Relógio comparador montado com o súbito In -F ól io /P au la M ou ra É importante observar que este instrumento deve ser calibrado de maneira a garantir os resultados do relógio comparador sozinho e do conjunto relógio montado juntamente com o súbito. Fique ligado! Agora você vai acompanhar na página seguinte as normas e a legislação aplicada à Metrologia. Capa do fuso Parafuso de fixação do aro Limitador de torerância Contador de voltas Mostrador Canhão Ponta de contato Fuso Aro Ponteiro principal Limitador de torerância Se na i-R J In -F ól io /C ris M ar ce la 38 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás 2.7 nOçõEs dE nORmas E LEGIsLaçãO aPLIcada à mETROLOGIa Normas são documentos estabelecidos por consenso entre partes interessadas em um determinado assunto e aprovado por organismo reconhecido; no Brasil, é a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas que fornece regras, diretrizes ou características para atividades ou para seus resultados. Na prática, os padrões normativos estão presentes na transferência de tecnologia, fabricação de produ- tos e na melhoria da qualidade de vida. Levando em consideração as condições funcionais, os requisitos de segurança e aquecimento econômico. Figura 18 – Surgimento de uma norma Figura 19 – Com as normas, o mundo está conectado In -F ól io /A nd ré B rit o As normas são desenvolvidas a partir da identificação de demanda e redigidas pelos comitês brasileiros da ABNT (ABNT/CB) e/ou organismos de normalização setorial (ONS) credenciados pela ABNT. Estes discorrem sobre um determinado te- ma. Quando o grupo de estudos chega a um consenso, envia o projeto de norma brasileira para consulta pública e após 30 dias de aprovação entra em vigor como norma brasileira (NBR). In -F ól io /C ris M ar ce la 2 SiStemaS de grandezaS 39 Agora que você conhece o que é uma norma, sabe como ela é elaborada e o motivo de sua existência, vai conhecer algumas das principais organizações bra- sileiras em termos de normalização na área de petróleo e gás. Autarquia federal vinculada ao ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que tem por missão prover confiança à sociedade nas medições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da conformidade. INMETRO Instituto Brasileiro de Petróleo Organização privada de fins não econômicos que tem como foco a promoção do desenvolvimento do setor nacional de petróleo, gás e biocombustíveis. IBP Credenciado na ABNT desde 1998, visa dotar o setor de petróleo com normas técnicas que reflitam suas necessidades e interesses, baseadas nos princípios de representatividade, imparcialidade e competência técnica. ONS-34-Petróleo É uma associação brasileira que tem por missão prover conhecimento sistematizado, por meio de documentos normativos. É a responsável pela elaboração, comercialização e distribuição de normas no Brasil. ABNT In -F ól io /C ris M ar ce la In -F ól io /C ris M ar ce la In -F ól io /C ris M ar ce la In -F ól io /C ris M ar ce la 2.7.1 nORmas InTERnacIOnaIs Diante de um mundo globalizado, em que o produto que é fabricado no Brasil é comercializado em diversos países, a indústria vê-se obrigada a atender requisi- tos de normas internacionais, que podem ser traduzidas pela ABNT para uso co- mum ou podem ser adquiridas em seus países de origem e respectivos organis- mos internacionais. Veja a seguir os de maior influência no mercado brasileiro. Qualquer pessoa pode opinar na elaboração de uma nor- ma, basta acessá-la no site da ABNT na fase de exposição e fazer seus comentários. Sendo ou não membro da associa- ção, seus comentários serão analisados e podem ou não tornar-se parte da norma em estudo. VOCÊ sabia? ISO – International Organization for Standardization IEC – International Eletrotechnical Comission ITU – International Telecommunications Union ISA – The Instrumentation, Systems and Automation Society 40 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás 2.7.2 nORmas na mETROLOGIa Como você viu, uma norma surge a partir de uma necessidade. Na metrologia, deve-se padronizar as calibrações de instrumentos, garantindo a confiabilidade, a eficácia e a rastreabilidade dos métodos de calibração e padrões de instrumentos e/ou equipamentos de medição. Para conhecer a listagem completa de laboratórios acredita- dos junto ao Inmetro, acesse: http://www.inmetro.gov.br/laboratórios/rbc/. saiba mais Neste capítulo, você conheceu diversos conceitos essenciais para garantir a qualidade e a confiabilidade dos processos e dos instrumentos de uma plan- ta de petróleo e gás. Aprendeu os sistemas de unidades mais usados, seus múltiplos e submúltiplos e como realizar as conversões de unidades que po- dem fazer a diferença em campo. Aprendeu também que a Metrologia no Brasil é dividida em Científica, Industrial e Legal e que as mais importantes para o ramo do petróleo e gás são a Científica e a Industrial, a importância de um vocabulário técnico afiado e as aplicações da Metrologia Dimensio- nal. Conheceu os principais instrumentos de medição da grandeza compri- mento e como colocar em prática a confiabilidade metrológica, garantindo dessa forma a manutenção de equipamentos e processos produtivos. Por fim, viu que a normalização é a base para alcançar altos níveis de excelên- cia em seu trabalho. As normas são os norteadores e indicadores nas indús- trias, agregando valor para os processos produtivos e qualidade intrínseca aos produtos gerados. Agora é com você! Busque mais fontes. O conhecimento não é limitado, portanto, sua vontade de aprender também não deve ser. reCapitulandO Se na i-R J In -F ól io /P au la M ou ra Figura 20 – Símbolo de acreditação do Inmetro Quando você enviar seus instrumentos de medição para calibração, preferencialmente escolha laboratórios de calibração acreditados junto ao Inmetro, ou seja, laboratórios que baseiam seu sistema da qualidade nas diretrizes da norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 e foram avaliados com êxito por uma equipe de avaliadores do Inmetro que, entre outras coisas, avaliou os métodos utilizados, a qualificação do pessoal e o sistema da qualidade. 41 Anotações: 2 SiStemaS de grandezaS Instrumentação é a ciência que estuda, aplica e desenvolve técnicas de medição, transmis- são, indicação, registro e controle de variáveis físicas nos processos industriais. Arquitetura e simbologia Elementos de um sistema de instrumentação/automação – I /A Arquitetura Fieldbus Representação de malhas de I/A Critérios gerais para instrumentação de uma planta industrial Alguns requisitos para que ocorra um bom desempenho operacional são: �Equipamentos e sistemas dimensionados adequadamente: bombas, compressores, tubula- ções, vasos, torres, tanques, trocadores de calor, fornos, reatores. �Seleção de instrumentos de medição adequados, especialmente os medidores de vazão. �Instrumentos instalados e calibrados de forma adequada. Controladores bem sintonizados. �Válvulas de controle operando dentro das faixas para as quais foram projetadas. Introdução à instrumentação 3 Figura 21 – Na plataforma de petróleo, a instrumentação CN I 44 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás 3.1 mÉTOdOs dE cLassIfIcaçãO dE InsTRumEnTOs dE mEdIçãO Os instrumentos de medição podem ser classificados por: �Função �Sinal transmitido ou suprimento �Tipo de sinal Função do instrumento São instrumentos analógicos ou digitais nos quais podemos ler o valor da variável. Existem também indicadores digitais que indicam barras gráficas. Indicador Instrumento utilizado para medir uma variável no processomediante um elemento primário, tendo o mesmo sinal de saída (pneumático, eletroeletrônico ou digital) enviado a distância para um receptor; o valor varia apenas em função da variável do processo. Transmissor Dispositivo pneumático, eletroeletrônico, digital, hardware ou software que compara a variável controlada com um valor desejado e fornece um sinal de saída para um elemento final de controle. A variável pode ser medida indiretamente por meio do sinal de um transmissor ou transdutor. Controlador Instrumento que registra graficamente a(s) variável(s) por meio de um traço contínuo ou pontos. Registrador Um transdutor é um dispositivo que transforma uma grandeza física em outra grandeza física proporcionalmente, ou um tipo de energia noutro tipo de energia, utilizando para isso um elemento sensor que recebe os dados e os transforma. Transdutor Instrumento que modifica diretamente o valor da variável manipulada para estabilizar a variável controlada. Elemento final de controle In -F ól io /C ris M ar ce la In -F ól io /C ris M ar ce la In -F ól io /C ris M ar ce la In -F ól io /C ris M ar ce la In -F ól io /C ris M ar ce la In -F ól io /C ris M ar ce la 3 Introdução à Instrumentação 45 3.2 HIsTÓRIcO dOs sIsTEmas dE cOnTROLE 3.2.1 cOnTROLE manuaL (LOcaL) No início da era industrial, havia muitas pessoas atuando no campo. O projeto era simples, os operários controlavam manualmente as variáveis. Os instrumentos eram outros, não eram complexos, os processos também eram simplificados. 3.2.2 cOnTROLE cEnTRaLIzadO Os processos industriais foram modificados; com as mudanças tecnológicas, o que era manual passou a ser feito por instrumentos de medição e de controle, o que permitiu a centralização das variáveis em uma única sala. Se na i-R J 3.2.3 cOnTROLE dIGITaL Controle digital centralizado Na era digital foram desenvolvidos os seguintes sistemas: �Sistema de aquisição de dados – DAS �Sistema de controle supervisório – SPC �Controle digital direto – CDD �Controle digital distribuído Figura 22 – Sala de controle com instrumentos de medição 46 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás Sistema de aquisição de dados – DAS Vantagens 1. Coletar dados com precisão. 2. Emitir relatórios de produção. 3. Geração de alarmes e/ou eventos. Desvantagens 1. Custo elevado dos computadores. 2. Configuração complexa. Sistema de controle supervisório – SPC Vantagens 1. Mantém as mesmas características do DAS. 2. Calcula e envia set points otimizados para os controladores de processo. Desvantagens 1. Custo elevado dos computadores. 2. Uma configuração complexa. 3. Controladores com circuito de memória em caso de falhas do computador. Figura 23 – Operação do sistema de aquisição de dados Se na i-R J 3 Introdução à Instrumentação 47 Controle digital direto – CDD Este sistema mantém as características do DAS e do SPC, elimina os controla- dores e os painéis. Desvantagens 1. Custo elevado dos computadores. 2. Configuração complexa. 3. Perda total de controle do processo em caso de falha do computador. Figura 24 – Sistema supervisório Sistema supervisório é um sitema que recebe informações de diversos devices (instrumentos), com possibilidade de monitorar, controlar, manter e operar uma planta industrial. Incorpora funções de controle supervisório, tais como: comando de atuadores de campo, monitoração de dados de processo, controle contínuo, controle em bateladas e controle estático, além de alarmes de condições e estado de variáveis de processo, emissão de relatórios e aquisição de dados. In -F ól io /C ris M ar ce la Protocolos de comunicação Estação Remota de Controle (ERC) Instrumentos de campo inteligentes ou analógicos PC utilizado como estação de operação 48 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás Controle digital distribuído 1. Descentralização é a base do projeto. 2. As funções de controle são distribuídas em estações remotas com comuni- cação digital entre as estações de controle e monitoração. 3. Economia nas instalações com fiação e suporte para instalação elétrica; os projetos têm como base microprocessadores de baixo custo. Figura 25 – Arquitetura de uma rede industrial Supervisão Servidor Banco de dados Outros níveis 1 2 3 REDE DE PLAnTA REDE DE COnTROLE REDE DE CAMPO 1 nível de planta 2 nível de controle 3 nível de campo In -F ól io /C ris M ar ce la 3 Introdução à Instrumentação 49 3.2.4 ELEmEnTOs dE um sIsTEma dE InsTRumEnTaçãO/auTOmaçãO Sensores São os elementos primários que estão ligados direto no processo e recebem os sinais das variáveis, com propriedades físicas e químicas. Transdutores e transmissores São elementos que transformam uma grandeza em outra grandeza física pro- porcionalmente ou nela mesma. Transdutor �Transdutor de corrente/pressão (I/P) �Transdutor de corrente /corrente (3.000A / 3A) Transmissores São elementos ou dispositivos que medem e enviam os sinais das variáveis de processo a uma determinada distância, por meio de um protocolo de comunicação. Cabos e multicabos São diversos cabos em um único cabo que fazem as interligações entre os ele- mentos do sistema. Sistemas de aquisição de dados e controle São subsistemas que fazem a aquisição de dados e o controle do sistema de instrumentação e automação. �Sistemas de supervisão e controle (Supervisório + CPL) �Supervisory control and data acquisition system (SCADA) �Sistemas digitais de controle distribuido (SDCD) In -F ól io /P au la M ou ra São exemplos de propriedades: Propriedades físicas Temperatura Termopares, RTD, bimetálicos... Pressão Tubo de Bourdon, capacitivo... Vazão Placa de orifício, vórtex, coriólis... Nível Displacer, radar, ultrassônico... Propriedades químicas Analisadores 50 Metrologia e instruMentação aplicadas a petróleo e gás Componentes dos sistemas de supervisão e controle �Unidades terminais remotas (UTR) – CLP + Comunicação via rádio �Controladores lógicos programáveis (CLP) �Sistemas eletrônicos programáveis (PES) �Softwares de supervisão e controle em tempo real (ifix, intouch, elipse etc.) Elementos finais de controle e intertravamento Elementos finais de controle: �Válvulas de controle �Válvulas On – Off �Variadores de velocidade de motores �Governadores de turbina �Válvulas motorizadas �Válvulas solenoides Representação de malhas ANSI/ISA S5.1 Identificação dos símbolos de instrumentação Uma regra básica O nome de um instrumento (tag) é formado por um conjunto de letras que o identificam funcionalmente, sendo a primeira letra que identifica a variável medi- da pelo instrumento e as letras subsequentes descrevem funcionalidades adicio- nais do instrumento, por um número que identifica o instrumento com uma ma- lha de controle. E todos os instrumentos da mesma malha devem apresentar o mesmo número. O uso correto da simbologia de representação de instrumentos é fundamental para a correta apresentação de documentos na área de controle e instrumenta- ção. Toda essa simbologia foi padronizada pelos órgãos normativos, no caso a ISA (The International Society for Measurement and Control, antiga Instrument Socie- ty of America) e a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). 3 Introdução à Instrumentação 51 ANSI/ISA S5.1 – Identificação dos símbolos de instrumentação Identificação ISA S5.1 PRIMEIRA LETRA LETRAS SUBSEQUENTES Variável medida ou iniciadora Modificadora Leitura ou função passiva Função de saída Modificadora A Análise – Alarme – – B Queimador, combustão – – Escolha do usuário – C Escolha do usuário – – Controle – D Escolha do usuário Diferencial – – – E Tensão elétrica – – – – F Vazão Razão (Proporção) – – – G Escolha do usuário – Vidro, visor – – H Manual – – – Alto I Corrente elétrica – Indicação – – J Potência Varredura – – – K Tempo, sequência Variação
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