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PETTER, Margarida Maria Taddoni. Morfologia. In: FIORIN, José Luíz. Introdução à Linguística II: Princípios de Análise. São Paulo: Contexto, 2004. p. 59-80. “[...] a palavra é identificada como uma unidade formal de linguagem que, sozinha ou associada a outras, pode constituir um enunciado” (p. 59). (i) Forma vocabular/forma de palavra. (ii) Lexema/a palavra como unidade abstrata com significado lexical forma de citação parte de uma palavra que constitui uma unidade mínima dotada de significado lexical. A é frequentemente definida como a área da linguística que estuda “a forma das palavras”, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001) “estudo da forma, da configuração, da aparência externa da matéria”. Flexão novas formas de palavras Morfologia Flexional Derivação novos lexemas Morfologia Lexical O termo é inicialmente empregado nas ciências da natureza, botânica e geologia começa a ser utilizado dentro da linguística no século XIX. Sob influência da teoria evolucionista de Darwin, acreditava-se no estudo da evolução das várias raízes básicas do indo- europeu, podendo levar à solução do velho enigma da origem da linguagem (Mattews, 1974, p. 3 apud Petter, 2004, p. 60). O estudo comparativo do século XIX permitiu Schegel formular uma tipologia morfológica que fora reorganizada por Schleicher (p. 60). Critérios semânticos ou fonológicos se mostram insuficientes quando aplicados a várias línguas. PETTER, Margarida Maria Taddoni. Morfologia. In: FIORIN, José Luíz. Introdução à Linguística II: Princípios de Análise. São Paulo: Contexto, 2004. p. 59-80. As línguas se distribuiriam em três tipos: Isolante Todas as palavras são raízes, por isso, não podem ser fragmentadas em pequenos elementos, portando informação gramatical e/ou significado lexical. Exemplo: chinês. (p. 60). Aglutinante As palavras combinam raízes (elementos irredutíveis e comuns a uma série de palavras) e afixos distintos, a fim de expressar as diferentes relações gramaticais. Exemplo: turco (p. 61). Flexional As raízes se combinam a elementos gramaticais, indicando a função das palavras e não podem ser segmentados na base de ‘um som e um significado’, ou um afixo para cada significado gramatical. Utiliza-se de desinências causais – caso, número e gênero. Exemplo: latim (p. 61). Humboldt (1836) identificação de uma quarta classificação polissintéticas ou incorporantes “caracterizadas por uma morfologia complexa capaz de colocar numa única palavra muitos morfemas que seriam palavras independentes em muitas línguas analíticas” (p. 61), apresentando traços flexionais e aglutinantes. Não há nenhuma língua que seja exclusivamente isolante, aglutinante ou flexional, o que acontece é ocorrência de uma tendência maior a um certo tipo. (Leroy, 1971, p. 34-43 apud Petter, 2004, p. 61): (i) Flexionais (indo-européia) (ii) Aglutinantes (iii) Isolantes (africanas, indígenas e asiáticas) A partir do conhecimento sobre línguas fora do domínio indo-europeu que fora possível à linguística rever o conceito de “palavra” e seus mecanismos. “Num sentido mais amplo, em que as palavras são signos linguísticos, poderíamos associar a forma ao significante do signo linguístico, sua expressão sonora, que se relaciona com o significado, o conteúdo semântico” (p.62) Para Helmslev, significante e significado correspondem, respectivamente, ao plano da expressão e ao plano do conteúdo, ambos dotados de forma e substância. “[...] o ‘estudo da forma’ deveria explicar a relação entre a forma ‘forma da expressão’ e a ‘forma do conteúdo’, ou seja, os sons organizados linguisticamente para produzir significado” (p. 62) Unidades mínimas com significados, relacionado com a noção de estruturalismo (identificação dos morfemas nas diferentes línguas do mundo). Bloomfiled (1926, p. 27 apud Petter, 2004, p. 63) “a forma recorrente (com significado) que não pode ser analisada em formas recorrentes (significativas) menores”. PETTER, Margarida Maria Taddoni. Morfologia. In: FIORIN, José Luíz. Introdução à Linguística II: Princípios de Análise. São Paulo: Contexto, 2004. p. 59-80. A comparação é a técnica básica para a identificação de um morfema os menores signos ainda portadores de significados. “[...] Para grande parte dos linguistas franceses, a denominação ‘morfema’ restringe-se ao elemento de significado gramatical, utilizando ‘lexema’ para o significado ‘monema’ para ambos” (p. 63) A diversidade morfológica é maior do que a diversidade sintática. Cada morfema apresenta-se de forma única para expressar um mesmo significado contestado por todas as línguas em diferentes graus e situações. “[...] o morfema é resultado de uma abstração ou generalização: ele pode apresentar várias configurações fonéticas, cada uma delas é um morfe do mesmo morfema. O conjunto de morfes que representam o mesmo morfema são seus alomorfes. Nenhum alomorfe pode ocorrer no mesmo contexto que outro, o que significa dizer que os alomorfes de um morfema devem estar em distribuição complementar” (p. 64) Condicionamento fonológico (ou fonético) quando a escolha entre dois ou mais alomorfes depende do contexto sonoro. Condicionamento morfológico quando não é possível explicar a alomorfia pelo contexto fonético. “A descrição morfológica deverá indicar o processo fonológico que determinou a escolha do alomorfe, que poderá ser expressa por meio de uma regra” (p. 65) Palatalização consoantes velares ou dentais assimilam-se às vogais anteriores altas, tendo articulação semelhante às consoantes palatais. Associação de dois elementos mórficos novo signo linguístico obedece princípios/mecanismos variantes. (i) Adição: um ou mais morfemas acrescentados à base (raiz ou radical primário/elemento mínimo de significado lexical). a. Afixos: morfemas que se adicionam à raiz processo de afixação. i. Sufixação: depois da base. ii. Prefixação: antes da base. iii. Infixação: dentro da base. iv. Circunfixos: afixos descontínuos (cáucaso). v. Transfixos: afixos descontínuos e atuam numa base descontínua (hebraico). (ii) Reduplicação: repetição de fonemas da base com ou sem modificações associado à flexão verbal nas línguas clássicas antes, no meio ou depois da raiz. (iii) Alternância: segmentos da base substituídos por outros, de forma não arbitrária alguns traços que se alternam com outros linguística história chama de apofonia e metafonia. PETTER, Margarida Maria Taddoni. Morfologia. In: FIORIN, José Luíz. Introdução à Linguística II: Princípios de Análise. São Paulo: Contexto, 2004. p. 59-80. (iv) Subtração: segmentos da base são eliminados para expressar um valor gramatical feminino e masculino. { } Gleanson (1961, p. 80 apud Petter, 2004, p. 68): “pode-se dizer que há morfema zero somente quando não houver nenhum morfe evidente para o morfema, isto é, quando a ausência de uma expressão numa unidade léxica se apõe à presença de morfema em outra, como se depreende da comparação das formas verbais (Kehdi, 1993, p. 23)”. “A descrição de uma língua desconhecida a partir da tradução exige um cuidado adicional, pois muitas vezes a tradução pode deixar de lado alguns traços do significado ou acrescentar outros” (p. 68) Estudo dos mecanismos morfológicos por meio do qual se formam novas palavras. Seu mecanismo básico é a derivação meio que se formam séries assistemáticas e assimétricas a derivação lexical é responsável pela criatividade ou produtividade lexical da língua. Morfemas Derivacionais Distribuição restrita,condicionada pelo uso. O seu acréscimo pode provocar mudança de categoria gramatical. A derivação e a composição são os processos mais gerais da formação de palavras. Forma Livre A base de uma forma derivada; forma mínima que pode constituir sozinha um enunciado, como um verbo, um adjetivo ou um advérbio. Forma Presa Formas que não podem ocorrer sozinhas. A composição consiste na associação de duas bases para formar uma palavra nova a partir de formas livres ou formas presas. A raiz é o elemento irredutível e comum às palavras derivadas. O radical inclui a raiz e os elementos afixais que servem de suporte para outros afixos, limitados novas palavras. Português: mais que cinquenta prefixos e mais ou menos cento e quarenta sufixos apresentam funções sintático- semânticas definidas, que delimitam o significado e o uso possível da nova palavra formada (p. 71). Derivação regressiva Processo de criação lexical que se observa a redução de morfemas, sendo, em sua maioria, substantivos deverbais, ou seja, construídos a partir de verbos. PETTER, Margarida Maria Taddoni. Morfologia. In: FIORIN, José Luíz. Introdução à Linguística II: Princípios de Análise. São Paulo: Contexto, 2004. p. 59-80. Derivação parassintética Consiste na adição simultânea de um prefixo e um sufixo a uma base. Processo mais produtivo na formação de verbos do que na de adjetivos. A função semântica se atribui ao prefixo, enquanto a sintática ao sufixo. Junta uma base a outra, podendo ter ou não modificação na estrutura fônica. Os elementos do composto apresentam uma relação entre um núcleo e o modificador/especificador, entre um determinado e um determinante (p. 72). Permite categorizações mais particulares. “A associação de dois elementos independentes do léxico em apenas um elemento cria formas compostas muitas vezes desvinculadas do significado particular de cada um de seus componentes, como em amor-perfeito” (p. 72). Estudo dos mecanismos morfológicos que apresentam informações gramaticais. Seu mecanismo básico é a flexão conjuntos sistemáticos completos ou fechados propiciam os mecanismos de concordância, diretamente relacionado à sintaxe. (i) Nomes: Gênero Número Caso (ii) Verbos: Aspecto Tempo Modo Pessoa “A diversidade de formas, no entanto, não é aleatória, ela obedece a um sistema chamado ‘classe nominal’, que inclui todos os substantivos da língua numa classe de singular e noutra de plural; cada classe sendo caracterizada por um prefixo. As classes se organizam aos pares” (p. 73) Sistema de classe nominal sistema de concordância. Morfemas Flexionais numericamente limitados, com ampla distribuição. Conservam seus membros na mesma classe gramatical.
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