Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Citoplasma, Citoesqueleto, Ribossomos, Retículo Endoplasmático, Complexo Golgiense, Lisossomos, Peroxissomos, Glioxissomos e Centríolos Aula 07 4A Biologia Citoplasma Introdução Citoplasma é o espaço interno da célula que fica entre a membrana plasmática e o núcleo. É dividido em duas partes: • indiferenciada – homogênea, formada pelo hialo- plasma (parte aquosa); • diferenciada – heterogênea, formada pelos orga- noides, tais como ribossomos, mitocôndrias, entre outros, e pelas inclusões, como os fagossomos. Citosol,hialoplasma, matriz citoplasmática ou citoplasma fundamental É a parte homogênea e líquida que preenche todo o espaço citoplasmático. Possui uma parte periférica próxima à membrana plasmática, denominada ectoplasma, e uma parte que fica ao redor do núcleo: o endoplasma. É um complexo sistema formado por soluções e coloides, sendo a água o solvente. Nas soluções, os solutos são os íons e as pequenas moléculas orgânicas (glicose, aminoácidos, etc.). Nos coloides, os solutos são macromoléculas orgânicas chamadas micelas coloidais (proteínas, polissacarídeos, etc.). Ectoplasma (gel) Endoplasma (sol) Hialoplasma Núcleo Regiões do hialoplasma O movimento contínuo observado no hialoplasma é denominado ciclose, sendo promovido por proteínas actina e miosina e outras moléculas. O hialoplasma é o meio em que ocorrem numerosas reações do metabolismo celular e serve também de suporte para os demais componentes citoplasmáticos, como ribossomos, complexo golgiense, retículo endo- plasmático, mitocôndrias, etc. Observação: Chama-se de protoplasma a todo material que se encontra no interior de uma célula eucariótica. Protoplasma = parte viva da célula Citoesqueleto É uma estrutura citoplasmática em forma de rede que percorre o interior da célula eucariótica, sendo constituída por microfilamentos de miosina, actina e microtúbulos de proteína tubulina. A n g el a G is el i. 20 01 . D ig it al .Membrana plasmática Ribossomos Retículo endoplasmático rugoso Microtúbulo (tubulina) Filamentos intermediários (proteicos)Membrana plasmática Mitocôndria Microfilamentos (actina) l Cit l 2 Semiextensivo Possibilitam às células • manutenção da forma e sustentação interna; • realização de movimento a vários tipos de células (ciclose e emissão de pseudópodos), fagocitose, invaginações e movimentos flagelares; • formam parte da estrutura interna de: microvilosida- des, cílios e flagelos, centríolos e desmossomos; • distribuição de pigmentos dentro da célula para imitar a cor do ambiente onde se encontram; • formam o SARCÔMERO, unidade básica de contra- ção nos músculos. Ribossomos (RNAr + proteínas) São orgânulos citoplasmáticos formados pelo ácido nucleico RNAribossômico (RNAr) associado a proteínas, portanto são ribonucleoproteínas. Só podem ser vistos ao microscópio eletrônico e estão presentes em procariontes e eucariontes. Os vírus não apresentam ribossomos porque não são células. Um ribossomo é formado por duas partes ou subunidades, de tamanhos diferentes, que se acoplam. As duas subunidades do ribossomo são produzidas no núcleo da célula e ficam separadas uma da outra, em se- guida saem do núcleo e se unem no citoplasma, portanto ribossomos só existem no citoplasma. Os ribossomos de procariontes são menores que os das células eucariotas e apresentam pequenas diferenças moleculares, mas ambos realizam a síntese proteica. Por exibirem diferenças mole- culares, certos antibióticos só atuam sobre os ribossomos de procariontes, não atacando os ribossomos de eucarion- tes. Os antibióticos estreptomicina e tetraciclina bloqueiam a ação de ribossomos bacterianos, mas não interferem na ação dos ribossomos humanos e por isso são usados no combate a infecções bacterianas. Por serem formados por ácidos nucleicos, apresentam caráter ácido e se coram com corantes básicos, ou seja, apresentam basofilia, afinidade por corantes básicos. Nos eucariontes os ribossomos são construídos a partir do RNAr armazenado no nucléolo presente no interior do núcleo celular. Ilu st ra çõ es : A n g el a G is el i. 20 04 . D ig it al . Subunidade menor RNAm Subunidade maior RNAr + Proteínas RNAr + Proteínas Ribossomo realizando tradução de um RNAm O ribossomo se associa a um RNAmensageiro, que carrega códons que identificam aminoácidos. A seguir, desloca-se sobre o RNA mensageiro, traduzindo um códon por vez. Assim, os aminoácidos são ligados para formar uma nova proteína. Vários ribossomos podem se associar a um mesmo RNAmensageiro, formando um polirribossomo ou polissomo. Pelo fato de todos os ribossomos estarem lendo o mesmo RNAmensa- geiro, irão produzir várias moléculas de uma mesma proteína. Os ribossomos podem ser encontrados dispersos no hialoplasma, aderidos à face externa da cariomembrana, aderidos ao retículo endoplasmático granuloso (rugoso) e no interior de mitocôndrias e cloroplastos, sempre realizando a síntese proteica. RNAm Ribossomo Proteína Polirribossomos ligados a uma fita de RNAm para a síntese pro- teica As proteínas produzidas pelos polirribossomos, no hialoplasma (citosol), serão utilizadas nos seguintes locais: a) enzimas contidas no interior de peroxissomos; b) enzimas da fotossíntese contidas no interior dos cloroplastos; c) enzimas da respiração celular contidas no interior de mitocôndrias; d) no núcleo, associando-se ao DNA, formando os cromossomos (histonas); e) na formação do citoesqueleto, no citoplasma; f) enzimas presentes no hialoplasma. Retículo endoplasmático É uma rede de canais membranosos lipoproteicos que percorrem o interior da célula e estão presentes, somente, nos eucariontes. Formam uma tubulação que percorre o interior da célula, tendo como uma das suas funções o transporte e a distribuição do material dentro da célula. O retículo endoplasmático pode ser encontra- do sob duas formas: a) Retículo endoplasmático granuloso (rugoso ou er- gastoplasma) que se apresenta cheio de ribossomos aderidos a sua superfície, tornando-se, assim, um local de grande síntese proteica. A tubulação deste tipo de retículo se apresenta um pouco achatada. As Aula 07 3Biologia 4A proteínas sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso têm o seguinte destino: são enviadas ao complexo golgiense, onde serão usadas na produ- ção de lisossomos, de vesículas secretoras ou serão enviadas para a superfície celular. As células que apresentam grande desenvolvimento do retículo endoplasmático granuloso são dotadas de grande síntese proteica. b) Retículo endoplasmático não granuloso (agranu- lar ou liso), que se apresenta mais tubular e menos achatado, não apresenta ribossomos, mas que possui enzimas para a síntese de lipídios esteroides como testosterona, progesterona e estrógeno. Possui enzimas que atuam na quebra de moléculas tóxicas, no fígado, realizando assim desintoxicação celular. É no retículo endoplasmático liso que pesti- cidas, remédios, álcool e drogas são metabolizados e destruídos. O uso excessivo de remédios e drogas provoca a proliferação e grande desenvolvimento do retículo liso e suas enzimas. Uma maior quantidade de enzimas provoca uma quebra mais rápida da droga ou remédio, tornando-se necessária uma dose cada vez maior para que a droga faça o mesmo efei- to, aumentando, assim, a tolerância do organismo à droga. As enzimas do retículo liso estão associadas à quebra do glicogênio e à liberação de glicose na cor- rente sanguínea. Nas células musculares, o retículo liso é responsável pelo transporte e pela distribuição do íon cálcio (Ca++) para a contração muscular. A n g el a G is el i. 20 08 . D ig it al . RE rugoso (granular) RE liso (agranular) Os ribossomos de retículo endoplasmá- tico rugoso são locais de síntese de proteínas e conferem essa aparência rugosa. O retículo endoplásmatico liso é um local de síntese de lipídios e de modificação química de proteínas.Retículo endoplasmático Complexo golgiense (sistema golgiense) Foi visualizado, pela primeira vez, em 1898, pelo citologista italiano Camillo Golgi, mas o seu estudo, mais detalhado, só foi possível com o advento da mi- croscopia eletrônica. Em homenagem ao descobridor, essa estrutura foi chamada de complexo golgiense. Essa estrutura é caracterizada por ser um conjunto de bolsas membranosas lipoproteicas, achatadas e empilhadas de forma organizada. Cada pilha de bolsas achatadas recebe o nome de dictiossomo ou golgiossomo e a reunião de vários dictiossomos forma o complexo golgiense. Normalmente, encontramos o complexo golgiense próximo ao núcleo e ao retículo endoplasmá- tico granuloso. O complexo golgiense é responsável por receber, armazenar, modificar e secretar moléculas provenientes do retículo endoplasmático e de outras regiões da célula. As células secretoras se caracterizam por apresentar o complexo golgiense bem desenvolvido e abundante, grande número de vesículas de secreção, retículo endoplasmático bem desenvolvido e grande número de mitocôndrias para fornecer energia. O com- plexo golgiense só ocorre em eucariontes. A análise ao microscópio eletrônico mostrou que o complexo golgiense apresenta duas faces: a) Face CIS ou formativa: próxima e voltada para o re- tículo endoplasmático, sendo o local onde vesículas provenientes do retículo endoplasmático, carre- gando lipídios e proteínas, se fundem ao complexo golgiense. b) Face TRANS ou de maturação, que se posiciona voltada para a superfície celular em direção à mem- brana plasmática. Esse local se constitui na região de onde brotam vesículas contendo moléculas que foram processadas e empacotadas. As vesículas que brotam do complexo golgiense podem ser: a) Lisossomos cheios de enzimas digestivas que serão usados na digestão intra e extracelular. b) Vesículas contendo secreções que serão lançadas para fora da célula como enzimas digestivas ou hormônios. c) Acrossomos, vesículas cheias de enzimas, presentes na cabeça do espermatozoide e que perfuram os revestimentos do óvulo durante a fecundação. d) Vesículas contendo hemicelulose, pectatos e celulose, que serão usados para construir a parede celular vegetal. e) Glicoproteínas que irão formar o glicocálix. 4 Semiextensivo Vesículas de transferência Proteínas para serem utilizadas dentro da célula Direção do transporte Secreção de proteínas Membrana plasmática Vesículas repletas de proteínas são enviadas ao C. golgiense As vesículas se fundem à área CIS do C. golgiense Depois de processadas, as proteínas são secretadas pela área trans Retículo endoplas- mático rugoso cis trans Complexo golgiense Proteínas para serem utilizadas fora da célula Cisternas Acrossomo Núcleo Cauda Espermatozoide humano e o acrossomo Vesícula de secreção É o no interior do complexo golgiense que irá ocorrer a síntese de oligossacarídeos e polissacarídeos. As pro- teínas provenientes do R.E. Rugoso sofrerão glicosilação no interior do c. golgiense e se transformarão em glico- proteínas como é o caso do colágeno. Outra importante função do complexo golgiense é secretar mucina nas células caliciformes do intestino e da traqueia: no epitélio intestinal e na traqueia, existem células secretoras (com o formato de cálice) que produ- zem uma substância lubrificante chamada mucina. A mucina é formada pela união de glicídios com proteínas (glicoproteína). A síntese e secreção dessa substância é feita da seguinte maneira: a) síntese das proteínas no RER e simultâneo armaze- namento de glicídios no interior do CG; b) migração de vesículas do RER, contendo as proteínas, até o CG; c) união das proteínas com os glicídios no CG, forman- do a mucina (uma glicoproteína); d) desprendimento de vesículas do CG, formando os grãos de mucina, que migram para o ápice da célula; e) eliminação da mucina na superfície do epitélio intes- tinal e da traqueia – secreção celular. Ilu st ra çõ es : A n g el a G is el i. 20 04 . D ig it al . Cavidade intestinal Porção apical Porção basal Vesículas contendo mucina Complexo golgiense Mitocôndria Núcleo Retículo endoplasmático rugoso Célula caliciforme secretora de mucina Uma célula secretora pode ser reconhecida pelas seguintes características: – grande número de vesículas de secreção; – c. golgiense bem desenvolvido; – r. endoplasmático bem desenvolvido e – grande número de mitocôndrias, porque gasta muito energia. Aula 07 5Biologia 4A Lisossomos (lise = quebra, dissolução; soma = corpo) São organelas membranosas, citoplasmáticas, formadas por membrana lipoproteica única, arredon- dadas, em forma de vesículas e que carregam em seu interior mais de oitenta enzimas hidrolisantes dife- rentes. As enzimas lisossômicas são sintetizadas pelos ribossomos no retículo endoplasmático granuloso (ru- goso) e armazenadas no complexo golgiense, onde são modificadas e ficam prontas para realizar a digestão de macromoléculas provenientes do meio externo, ou, ainda, de macromoléculas da própria célula. As enzimas lisossomais realizam a digestão intracelular de macromoléculas variadas: ENZIMAS LISOSSOMAIS MOLÉCULAS QUE SERÃO DIGERIDAS Nucleases DNA e RNA Proteases Proteínas Lipases Lipídios Fosfatases Fosfolipídios e Nucleotídios O interior do lisossomo apresenta pH ácido, em torno de 4,8, necessário para o funcionamento das enzimas lisossomais. O pH das soluções intra e extracelulares apresenta valores em torno de 7,0. Quando ocorre rompimento da membrana lisossomal e derramamento das enzimas no citosol (hialoplasma), as enzimas apresentam dificuldades para reagirem e autodestruírem a célula. Quando muitos lisossomos se rompem, ao mesmo tempo, e lançam suas enzimas numa mesma região celular podem causar a destruição da célula num fenômeno que é denominado autólise (destruição de si mesmo). A regressão da cauda dos girinos se faz pela digestão de células inteiras pelas en- zimas lisossômicas. O material resultante da digestão das células da cauda é todo absorvido, entrando na circulação sanguínea e sendo distribuído ao resto do corpo, onde será reaproveitado no metabolismo. Funções dos lisossomos Os lisossomos realizam a digestão e reciclagem de macromoléculas que possuem diferentes origens: a) Heterofagia: é o englobamento e digestão de par- tículas estranhas à célula, portanto provenientes do meio externo, como bactérias, restos de tecidos, protozoários e fungos, entre outros. b) Autofagia: é o englobamento e digestão de estru- turas pertencentes à própria célula. Este fenômeno é muito comum e se destina a vários propósitos, como: obtenção de energia quando a célula está privada de nutrição; eliminação de partes des- gastadas e pouco operantes de células, ou, ainda reciclagem completa dos componentes de uma célula. Neurônios e hepatócitos (células do fígado) reciclam todos os seus componentes (menos o material genético) todos os meses e, assim, deixam suas estruturas citoplasmáticas sempre jovens. Quando uma partícula estranha se aproxima da membrana plasmática, receptores químicos sinalizam para que ocorra uma deformação, por emissão de pseudópodos ou invaginações, promovendo o englobamento da partícula. Este processo de entrada de partículas nas células recebe o nome de endoci- tose (dentro) e envolve gasto de energia. Quando a endocitose for um englobamento de uma macro- molécula sólida, recebe o nome de fagocitose (do grego phagein = comer e kytos = célula). A membrana plasmática emite pseudópodos (falsos pés) que englo- bam e formam uma vesícula que penetra no interior citoplasmático, o fagossomo. Através da fagocitose as células podem realizar o englobamento e destruição de partículas estranhas como bactérias, portanto realizam defesa. Outra função da fagocitose é o englo- bamento de partículas para obtenção de alimentos, como ocorre em protozoários. A remoção de célulasmortas, no corpo humano, se faz por fagocitose, evitando assim a proliferação de bactérias e realizando a limpeza de tecidos. Quando o englobamento é de partículas líquidas, a membrana plasmática realiza pequenas invaginações que envolvem as gotículas e internalizam pequenas vesículas contendo o líquido englobado. O englobamento de líquidos recebe o nome de pinocitose, (do grego pinein = beber) e as vesículas que englobam os líquidos são denominadas pinossomos. Através da pinocitose, a célula pode ab- sorver lipídios e determinados tipos de hormônio para o metabolismo celular. Os fagossomos e pinossomos se fundem aos lisossomos primários (bolsas repletas de enzimas digestivas hidrolisantes) e formam uma nova estrutura, o lisossomo secundário, local onde ocorre a digestão das macromoléculas englobadas e absorção do material utilizável. Por ser o local de digestão de macromoléculas, o lisossomo secundário também é denominado de vacúolo digestivo. Após a realização da digestão das moléculas en- globadas, micromoléculas serão liberadas e utilizadas pela célula no metabolismo. Algumas moléculas não 6 Semiextensivo serão aproveitadas por não terem sido digeridas ou porque são produtos tóxicos. Essas moléculas estão contidas no que sobrou do vacúolo digestivo, que agora passa a ser chamado de vacúolo residual, e que, ao ser arrastado pelo hialoplasma, toca e se funde à membrana plasmática, formando uma estrutura de eliminação de restos da digestão. O processo de eliminação de resíduos não aproveitáveis da digestão intracelular recebe o nome de clasmatose ou clasmocitose. Ao processo da célula promover a saída de uma molécula, através da membrana plasmática, dá-se o nome de exocitose (ex = fora), portanto a clasmocitose é um exemplo de exocitose. Heterofagia e autofagia Lisossomo Complexo golgiense Vacúolo autofágico Vacúolo digestivo Lisossomo Fagossomo Vacúolo digestivo Núcleo Retículo endoplasmático granuloso Membrana nuclear Corpo residual Restos do metabolismo (Endocitose = entrada) Fagocitose A U T O FA G IA (e n g lo b a m e n to d e u m a p a rt íc u la p ro ve n ie n te d a p ró p ri a c é lu la ) H E T E R O FA G IA (e n g lo b a m e n to d e u m a p a rt íc u la q u e v e io d e f o ra d a c é lu la ) Mitocôndria (Exocitose = saída) Clasmocitose Membrana Plasmática A n g el a G is el i. 20 09 . D ig it al . Os lisossomos também podem participar de processos de digestão extracelular. Nesse processo, os lisossomos se rompem e liberam suas enzimas para fora da célula, por exocitose. Um exemplo deste fenômeno ocorre na digestão e reabsorção dos fragmentos de ossos após uma fratura. Portanto, lisossomos são imprescindíveis para a regeneração óssea. Lisossomos estão envolvidos em doenças humanas Silicose e asbestose Operários que trabalham em minas, fábrica de cimen- to e locais onde existem muitas partículas em suspensão no ar, quando não usam máscaras respiratórias, inalam grandes quantidades de pó de sílica. A sílica se acumula nos pulmões e promove o rompimento das membranas dos lisossomos, ocorrendo, assim, a liberação de enzimas digestivas que causam a destruição dos alvéolos pulmo- nares, locais onde ocorrem as trocas gasosas. O doente não consegue oxigenar o sangue e, consequentemente, não consegue realizar esforço físico. Já a asbestose é provocada por longos períodos de inalação de fibras de amianto. Por muito tempo, o amianto foi usado para a construção de telhas, caixas-d’água, pastilhas de freios automotivos e outros objetos. O ar contaminado com essas fibras se acumula nos pulmões, promovendo o rom- pimento das membranas lisossomais e o extravasamento das enzimas que atacam as células dos alvéolos pulmo- nares. Os pulmões apresentam diminuição da capacidade de realizar as trocas gasosas e oxigenação do sangue. Doença de Tay-Sachs É uma doença hereditária proveniente do mau funcionamento das enzimas lisossomais dos neurônios, no cérebro. O cérebro passa a apresentar lesões graves e irreversíveis, o que pode provocar retardo mental e a morte da criança antes dos três anos de idade. Apoptose e necrose Todos os dias o corpo humano perde bilhões de células através do processo de morte celular. O processo de morte celular pode-se apresentar de duas formas distintas: Aula 07 7Biologia 4A a) Necrose: ocorre quando uma célula está danificada por toxinas ou por ausência de nutrição adequada. A célula incha, rompe organelas e estoura, causando inflamação. Os restos celulares são removidos por células de defesa, os fagócitos. b) Apoptose: é um tipo de morte celular programado geneticamente, que requer gasto de energia (ATP), onde há fragmentação da célula em pedaços meno- res sem causar inflamação. Os restos celulares são ingeridos por células vizinhas. Peroxissomos (microcorpos) São vesículas citoplasmáticas, presentes em animais e vegetais, formados por membrana única e lipoprotei- ca, de contorno arredondado e que apresentam mais de quarenta enzimas oxidantes diferentes. As enzimas são peroxidases que atuam na oxidação de ácidos-graxos, proteínas, álcool, e participam de forma direta na produ- ção de sais biliares pelo fígado. Acredita-se que 25% do álcool ingerido pelo ser humano é metabolizado pelos peroxissomos. Os outros 75% restantes são quebrados pelo retículo endoplasmático agranular (liso). O metabo- lismo de proteínas, lipídios e álcoois produz peróxido de hidrogênio (H2O2), molécula extremamente tóxica para os seres vivos e mutagênica. Logo após a formação do peróxido de hidrogênio, uma enzima oxidante, a cata- lase, reage com o peróxido de hidrogênio, promovendo sua quebra e desintoxicação celular. As membranas dos peroxissomos são provenientes do retículo endo- plasmático e as enzimas oxidantes são produzidas pelos ribossomos, que estão livres e soltos no hialoplasma. H2O2 H2O + O2 (g) PROTEÍNAS LIPÍDIOS ÁLCOOL PEROXISSOMOS CATALASE Ação dos peroxissomos A água oxigenada contém H2O2 e, quando colocada em ferimentos, reage com a catalase das células pro- duzindo H2O e gás (O2). A presença de oxigênio pode provocar a morte de bactérias anaeróbias estritas, como aquela causadora do tétano, a Clostridium tetani. A libe- ração de gás oxigênio faz aparecer uma espuma branca em cima do ferimento. Glioxissomos As células dos vegetais apresentam um tipo especial de peroxissomo denominado glioxissomo, que apresen- ta enzimas variadas. Essas enzimas, nas sementes dos ve- getais, promovem a conversão de triglicerídeos (lipídios) em glicídeos (carboidratos). Esse processo ocorre para a obtenção de energia durante a germinação das sementes. TRIGLICERÍDEOS (ÓLEOS E GORDURAS) GLICÍDEOS (AÇÚCARES QUE FORNECEM ENERGIA) GLIOXISSOMOS ENZIMAS Ação dos glioxissomos Centríolos São estruturas citoplasmáticas, formadas por trincas de microtúbulos de uma proteína chamada tubulina. Estão presentes nas células dos seres eucariontes, exceto fungos e os vegetais superiores: gimnospermas e angiospermas. Apresentam a capacidade de sofrer a autoduplicação, ou seja, um centríolo é capaz de agregar moléculas de tubulina e dar origem a um novo centríolo. A autoduplicação dos centríolos ocorre na interfase, período que antecede uma mitose ou a meiose. São organelas visíveis somente ao microscópio eletrônico e participam da formação de cílios e flagelos. As fibras do fuso, presentes na mitose e na meiose, são organizadas a partir dos centríolos localizados em regiões especiais denominadas centrossomos. As células animais, geral- mente, apresentam dois centríolos, que se apresentam dispostos perpendicularmente entre si e próximos ao núcleo celular. O número de centríolos por célula oscila, sendo que, nas células dotadas de milhares de cílios, existe uma grande abundância de centríolos. Ilu st ra çõ es : A n g el a G is el i.20 04 . D ig it al . 9 trincas de microtúbulos de tubulina Estrutura de um centríolo e suas trincas de microtúbulos Centríolos Cromossomo Fuso Centríolo com seus microtúbulos e os microtúbulos dos cromos- somos (fuso) 8 Semiextensivo A estrutura interna de cílios, flagelos e centríolos apresenta microtúbulos de tubulina. Nos centríolos, os micro- túbulos se apresentam em nove trincas, já nos cílios e flagelos, os microtúbulos se apresentam sob a disposição de nove pares periféricos e mais um par de microtúbulos na região central. Outra diferença que não podemos esquecer é que cílios e flagelos são revestidos por membranas lipoproteicas, já os centríolos não são estruturas membranosas. Estrutura interna de um centríolo Estrutura interna de cílios de flagelos Grupo de três microtúbulos Microtúbulos periféricos Microtúbulos centrais Membrana plasmática 07.04. (PUCMG) – A seguir estão enunciadas três funções exercidas por uma certa estrutura comum às células animais. − Manter a forma e sustentação celular. − Permitir movimentos de vários tipos de células. − Proporcionar movimentos de material dentro da célula. Assinale a opção que nomeia CORRETAMENTE a estrutura que desempenha as funções dadas. a) Citoesqueleto. b) Centríolos. c) Lisossoma. d) Vacúolo. 07.05. (UESPI) – A figura abaixo, ilustra-se o fenômeno da regressão da cauda do girino durante a sua metamorfose. Esse caso está relacionado com a atuação dos: a) ribossomos. b) peroxissomos. c) lisossomos. d) centríolos. e) microtúbulos do citoesqueleto. Testes Assimilação 07.01. (UDESC) – Assinale a alternativa correta, em relação aos componentes químicos da célula. a) os glicídios, a água, os sais minerais, os lipídios e as pro- teínas são componentes orgânicos. b) as proteínas, os ácidos nucléicos, os lipídios e os glicídios são componentes orgânicos. c) os glicídios, os sais minerais, os lipídios e as proteínas são componentes orgânicos. d) a água, os sais minerais e os glicídios são componentes inorgânicos. e) a água, os sais minerais, os lipídios e as proteínas são componentes inorgânicos. 07.02. (UFPR) – A fagocitose de agentes invasores é um processo fundamental nas respostas de defesa dos orga- nismos multicelulares. Escolha a alternativa que apresenta a ordem de eventos, desde o encontro entre um macró- fago e o patógeno até a apresentação deste ao sistema imunológico. 1. Digestão e degradação do patógeno. 2. Formação dos fagossomas. 3. Fusão dos lisossomas ao fagossoma. 4. Adesão e internalização. 5. Exocitose dos produtos. a) 5, 3, 2, 1, 4. d) 4, 2, 5, 3, 1. b) 1, 4, 2, 3, 5. e) 4, 2, 3, 1, 5. c) 5, 2, 3, 4, 1. 07.03. (UFPI) – A digestão intracelular é uma função atribuída a que organela citoplasmática? a) À mitocôndria. b) Ao complexo golgiense. c) Aos lisossomos. d) Ao retículo endoplasmático. e) Aos ribossomos. A n g el a G is el i. 20 04 . D ig it al . Aula 07 9Biologia 4A 07.06. (UEPB) – Quando uma célula, por motivos diver- sos, deixa de receber nutrientes por um período longo, é comum observar lisossomos englobando organoides dessa própria célula, formando vesículas. Essa atividade é denominada: a) autólise. b) autofagia. c) clasmocitose. d) pinocitose. e) hidrólise. 07.07. (FCM – MG) – O esquema abaixo mostra um RNAm, traduzido simultaneamente por vários ribossomos (polisso- mos ou polirribossomos) livres no citosol. A proteína sintetizada, resultante desta tradução, pode ter o seguinte destino, EXCETO: a) composição do conjunto de enzimas respiratórias. b) participação na estrutura do citoesqueleto. c) constituição cromossômica. d) formação de lisossomos. Aperfeiçoamento 07.08. (UFMS) – Entre as organelas citoplasmáticas que rea- lizam mecanismo de síntese, armazenamento e transporte de macromoléculas, pode-se citar o peroxissomo, que é uma estrutura vesiculosa delimitada por membrana lipoproteica, cuja(s) principal(ais) função(ões) é(são): 01) realizar o controle osmótico dos organismos em que estão presentes. 02) realizar o mecanismo de digestão intracelular através de suas enzimas hidrolisantes. 04) constituir formas de reservas celulares como gordura e glicogênio. 08) desintoxicar os organismos do efeito do álcool, pela quebra do etanol. 16) sintetizar proteínas em associação com o RNAm. 32) decompor água oxigenada (H2O2) pela atividade da enzima catalase. 07.09. (FCM – MG) – NÃO está representado no desenho acima a) eliminação de vesículas secretoras por exocitose. b) eliminação residual por clasmocitose. c) digestão intracelular heterofágica. d) digestão intracelular autofágica. 07.10. (UFCG – PB) – Os microtúbulos são elementos cons- tituintes do citoplasma das células. Assinale a alternativa abaixo que descreve corretamente as funções desses microtúbulos. a) contração muscular e constituição do citoesqueleto. b) contração muscular e orientação da divisão celular. c) manutenção da forma da célula e formação do fuso mitótico. d) formação do fuso mitótico e movimentos ameboides. e) deslocamento dos cromossomos e movimentos ame- boides. 07.11. (UFMS) – Verifique quais são as relações apropriadas entre as organelas celulares e suas funções e assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Os lisossomos fazem a respiração celular. 02) Complexo golgiense armazena as proteínas a serem exportadas pelas células. 04) O retículo endoplasmático liso é responsável pelo trans- porte intracelular de substâncias. 08) Os ribossomos são responsáveis pela síntese de proteínas. 16) A mitocôndria realiza a digestão de materiais orgânicos absorvidos pelas células. 32) Os ribossomos são também responsáveis pela respiração celular. 10 Semiextensivo 07.12. (UPE) – Peroxissomos são organelas citoplasmáticas, membranosas, presentes nas células animais e de muitos vegetais. Sobre estas organelas e suas funções, analise as afirmativas. ( ) Apresentam muitas enzimas do tipo oxidases, que utilizam o oxigênio para oxidar substâncias orgânicas e formar, como subproduto, peróxido de hidrogênio. ( ) São mais abundantes nas células do fígado e dos rins, onde desempenham importante papel na oxidação de várias substâncias absorvidas pelo sangue, como, por exemplo, o álcool. ( ) Os novos peroxissomos são formados a partir das cisternas do complexo golgiense, sendo liberados diretamente, no citoplasma. ( ) Em determinadas plantas, principalmente no grupo das oleaginosas, as células dos cotilédones apresentam um tipo especial de peroxissomos, denominado de glioxissomos, cuja função é converter os lipídeos, armazenados na semente, em açúcares que serão utilizados no processo de germinação. ( ) Embora o peróxido de hidrogênio seja uma substância tóxica produzida pelos peroxissomos, estes são capazes de degradá-lo, transformando-o em água e gás carbônico através da enzima catalase. 07.13. (UFPR) – Três linhagens celulares distintas, estabelecidas em cultura (linhagens 1, 2 e 3), tiveram o conteúdo de suas mem branas biológicas analisadas em laboratório. Foram registrados apenas os dados referentes às membranas existentes em maior quantidade nas respectivas linhagens. Os resultados experimentais obtidos foram os seguintes: Linhagem celular Membranas do retículo endoplasmático rugoso (%) Membranas do complexo golgiense (%) Membranas do retículo endoplasmático liso (%) Membranas do envoltório nuclear (%) Membranas de mitocôndrias (%) 1 32 14 1 7 3 2 8 7 53 6 8 3 60 1 1 6 7 Com base nesses dados, é correto afirmar: 01) As células da linhagem 1 caracterizam-se por elevada taxa de respiração celular. 02) As características das células da linhagem 2 são compatíveis com a produção de lipídios. 04) A linhagem 3 representa células especializadas em secreção. 08) As linhagens celulares 1, 2 e 3 representam células com alta atividade fagocitária. 16) As linhagens celulares 1, 2 e 3 são destituídas de citoesqueleto. Aprofundamento 07.14. (UEPG– PR) – Estudos preliminares em mineiros da região carbonífera de Criciúma–SC têm apresentado resul- tados preocupantes com relação à pneumoconiose, que é uma afecção pulmonar, provocada pela inalação da poeira do carvão e de outros minérios. Essa é uma doença ligada à lesão da membrana lisossômica. Com relação aos lisossomos, assinale o que for correto. 01) São ricos em enzimas do tipo hidrolases. 02) São estruturas nucleares que se originam a partir do complexo golgiense. 04) Em células vegetais, auxiliam o processo fotossintético. 08) São os responsáveis pela digestão intracelular. 16) Ao unirem-se aos fagossomos, formam os vacúolos digestivos. 07.15. (UPE – PE) – Sobre os organoides citoplasmáticos, analise as afirmativas. ( ) Os ribossomos, presentes apenas em células eucarió- ticas, formados por RNA e proteínas, são responsáveis pela síntese proteica. ( ) Os centríolos, encontrados no citoplasma de células animais e vegetais, são formados por dois cilindros em ângulo reto entre si, localizando-se próximo ao núcleo na região denominada centro celular ou cinetócoro. ( ) Nos lisossomos, a enzima catalase está envolvida no processo de decomposição de H2O2 em água e gás oxigênio. ( ) O conjunto de mitocôndrias de uma célula é deno- minado de condrioma, cujo número é constante em todos os tipos celulares. ( ) Os glioxissomos, presentes nos protistas, nos fungos, nas plantas e nos animais, são organelas que atuam sobre os lipídios, convertendo-os em açúcares. Aula 07 11Biologia 4A 07.16. (MACK – SP) – A silicose é uma doença que ocorre quando cristais de sílica são inalados e atingem os pulmões. As células dos alvéolos fagocitam essas partículas, mas não conseguem digeri-las. Os vacúolos digestivos acabam sendo perfurados e a célula morre. A morte dessas células deve-se: a) ao derramamento de enzimas digestivas, provocando destruição da célula. b) à interrupção da síntese proteica causada pelo acúmulo de sílica no citoplasma. c) à diminuição da taxa de respiração celular. d) à ação excessiva dos anticorpos produzidos pelas células do pulmão. e) ao depósito de toxinas provenientes do metabolismo da sílica. 07.17. (UDESC) – Os são estru- turas existentes nas células dos protistas, dos animais e de alguns vegetais , sendo ausentes nas células dos vegetais . Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima a) vacúolos; nucleares; inferiores; superiores; b) centríolos; citoplasmáticas; inferiores; superiores; c) plastos; corpusculares; superiores; inferiores; d) nucléolos; nucleares; clorofilados; aclorofilados; e) lisossomos; complexas; aclorofiladas; clorofiladas. 07.18. (UFAL) – A célula é a unidade morfológica e funcional dos seres vivos. Todos os materiais necessários para as rea- ções biológicas intracelulares devem entrar e sair da célula, passando através da membrana plasmática e muitas reações importantes ocorrem associadas às membranas internas que delimitam organelas. ( ) Dissolvidos no interior de toda célula viva há sais, açúca- res e outras substâncias que dão ao fluido celular uma certa pressão osmótica. Se a célula for colocada em um fluido com pressão osmótica maior que a sua, haverá movimento de água do meio para a célula. ( ) A ciclose ou movimentação de organelas no citoplasma ocorre devido à presença de certos microfilamentos. Es- tes são polímeros lineares, não ramificados, formados por várias unidades de actina. ( ) O complexo golgiense, presente nas células dos orga- nismos eucarióticos, é um conjunto de sáculos acha- tados e interligados, cuja função está relacionada à concentração, modificação e eliminação de secreções celulares. ( ) Os lisossomos são organelas arredondadas contendo enzimas importantes para os mecanismos de diges- tão intracelular e para alguns tipos especiais de di- gestão extracelular (nenhum deles relacionado com a digestão de alimentos no sistema digestório). ( ) O glicocálix, espécie de malha formada por molécu- las de glicídios, reveste internamente as células dos animais. 07.19. (UFPE) – As células dos ácinos pancreáticos produzem as enzimas necessárias para a digestão dos alimentos que che- gam ao duodeno; para isso, devemos encontrar nessas células: ( ) Um retículo endoplasmático liso bem desenvolvido, uma vez que este retículo é essencial para a síntese de lipídios. ( ) Um sistema de canalículos que permite a estocagem das enzimas na forma ativa sem destruir a célula. ( ) Um retículo endoplasmático rugoso bem desenvolvi- do, responsável pela síntese de proteínas. ( ) Abundantes grânulos de secreção, resultantes do em- pacotamento das proteínas no aparelho golgiense. ( ) Ausência de grânulos secretores, pois as enzimas são sintetizadas e liberadas imediatamente. 07.20. (UEM – PR) – Sobre a estrutura e as funções celulares, assinale o que for correto. 01) Na célula, há movimentação de proteínas, de car- boidratos e de lipídios de uma organela para outra. Essa transferência de moléculas ocorre pelo interior dos microtúbulos, que formam um sistema de canais interligados. 02) O complexo golgiense é o principal local da célula onde ocorre a digestão, ou seja, a degradação de macromolé- culas. 04) A membrana plasmática e todas as membranas encon- tradas no interior da célula são lipoproteicas. 08) Um aminoácido radioativo foi adicionado ao meio de cultura de células vegetais. As células cultivadas prolife- raram e, após várias gerações celulares, todas as proteínas sintetizadas nas células descendentes são radioativas. Mas, como a síntese de proteínas ocorre no citoplasma, as células dessa cultura não apresentarão radioatividade no núcleo. 16) O glicocálix é uma membrana que envolve as células animais. 32) Nas células animais, a síntese de RNA ocorre no núcleo e nas mitocôndrias. 64) Nenhum tipo de bactéria possui mitocôndrias. Portanto nenhuma bactéria utiliza o oxigênio para a respiração. 12 Semiextensivo Discursivos 07.21. (FUVEST – SP) – O esquema a seguir representa um corte de célula acinosa do pâncreas, observado ao microscópio eletrônico de transmissão. a) Identifique as estruturas apontadas pelas setas A, B, e C, e indique suas respectivas funções no metabolismo celular. b) Por meio da ordenação das letras indicadoras das estruturas celulares, mostre o caminho percorrido pelas enzimas componentes do suco pancreático desde seu local de síntese até sua secreção pela célula acinosa. 07.22. UFV – MG) – Observe o esquema abaixo, que representa o ciclo lisossômico, em uma célula. Meio externo I II III IV V VII VI VIII Após observação, cite: a) os números que representam o lisossomo primário e o corpo residual, respectivamente: Lisossomo primário: Corpo residual: b) o nome geral dado às enzimas presentes na organela VII e o nome do processo indicado em I. Nome das enzimas: Nome do processo: c) o nome da organela representada por IV: Luz do Ácino Aula 07 13Biologia 4A 07.23. (UFPR) – Lisossomos são organelas importantes nos processos de digestão intracelular. Possuem enzimas que catalisam a hidrólise de praticamente todos os tipos de macromoléculas. Essas enzimas funcionam em pH ácido (em torno de 5), que é o pH encontrado no interior dessas vesículas. Sobre os lisossomos, responda: a) Qual o nome geral dado às enzimas digestivas que ficam em seu interior? b) Qual a importância, para a “saúde” da célula, de que essas enzimas funcionem bem apenas em pH ácido? 07.24. (UFSM – RS) – Uma criança de aproximadamente 1 ano, com acentuado atraso psicomotor, é encaminhada pelo pediatra a um geneticista clínico. Este, após alguns exames, constata que a criança possui ausência de enzimas oxidases em uma das organelas celulares. Esse problema pode ser evidenciado no dia a dia, ao se colocar H2O2 em ferimentos. No caso dessa criança, a H2O2 “não ferve”. O geneticista clínico explica aos pais que a criança tem umadoença de origem genética, é monogênica com herança au- tossômica recessiva. Diz também que a doença é muito grave, pois a criança não possui, em um tipo de organela de suas células, as enzimas que deveriam proteger contra a ação dos radicais livres. a) A organela que apresenta deficiência de enzimas nessa criança é denominada: b) A principal enzima contida no interior desta organela denomina-se: Gabarito 07.01. b 07.02. e 07.03. c 07.04. a 07.05. c 07.06. b 07.07. d 07.08. 40 (08, 32) 07.09. a 07.10. c 07.11. 14 (02, 04, 08) 07.12. V – V – F – V – F 07.13. 02 07.14. 25 (01, 08, 16) 07.15. F – F – F – F – F 07.16. a 07.17. b 07.18. F – V – V – V – F 07.19. F – F – V – V – F 07.20. 36 (04, 32) 07.21. a) A → R. E. Rugoso (granuloso) realiza síntese proteica. B → Mitocôndrias → respiração ae- róbia (fornecimento de energia). C → C. Golgi → armazena, modifica e secreta moléculas (enzimas, hor- mônios, etc). b) O caminho percorrido pelas enzinas é: A → C → D → luz do ácino. 07.22. a) Lisossomo primário: VII Corpo residual: III b) Nome das enzimas: hidrolisantes. Nome do processo: clasmocitose (exocitose). c) Fagossomo. 07.23. a) Hidrolases (enzimas hidrolíticas ácidas). b) O interior da célula apresenta o hia- loplasma com um pH 7.0, o que inibe a ação das enzimas lisoss ômicas evitando a destruição das organelas citoplasmáticas. O lisossomo irá se romper quando o pH for apropriado, ou seja, em torno de pH = 5,0. Um outro fator deve ser mencionado: as membranas que revestem o lisosso- mo apresentam proteínas estabili- zadoras que não permitem o rompi- mento sem um estímulo apropriado. 07.24. a) peroxissomos. b) catalase. 14 Semiextensivo Plastos ou Plastídios, Mitocôndrias, Respiração Aeróbia, Respiração Anaeróbia, Fermentação 4AAula 08 Biologia Introdução Plastos, também chamados de plastídios, são organelas membranosas citoplasmáticas encontra- das nas algas eucariontes e nos vegetais, estando relacionados a duas funções principais: fotossíntese e armazenamento de substâncias de reserva. As cianobactérias (algas azuis) são procariontes e não produzem qualquer tipo de plasto, mas apresentam clorofila e outros pigmentos fotossintéticos associados a membranas e, por isso, realizam fotossíntese. Os fun- gos, os protozoários e os animais não possuem qual- quer tipo de plasto. Os plastos estão entre as maiores organelas citoplasmáticas e são visíveis ao microscópio óptico em células vivas. Classificação e funções Leucoplastos (leuco = branco): são plastos esbran- quiçados, não possuindo pigmentos fotossintetizantes. Realizam o armazenamento de substâncias de reserva: • Amiloplastos: armazenam amido (antigamente, o amido era chamado amilo). • Proteoplastos: armazenam proteínas. • Lipoplastos ou oleoplastos (elaioplastos): armazenam lipídios. Amiloplasto Leucoplastos Cromoplastos (cromo = cor): são plastos coloridos, dotados de pigmentos fotossintéticos responsáveis pela fotossíntese e pela coloração exuberante en- contrada nas partes coloridas dos vegetais e algas. Eis alguns tipos: Cloroplastos (cloro = verde): são ricos em um pigmento proteico verde, a clorofila. É o principal plasto fotossintético. Xantoplastos (xantos = amarelo, alaranjado): são plastos amarelados quando apresentam xantofila, um pigmento carotenoide (lipídio), ou são alaranjados quan- do apresentam um pigmento lipídico chamado caroteno. Eritroplastos (eritro = vermelho): nos vegetais su- periores, apresentam um pigmento lipídico, vermelho, chamado licopeno, colorindo flores e frutos, como o tomate maduro. Nas algas vermelhas, as rodofíceas, os eritroplastos carregam um pigmento vermelho, carote- noide, a rodoxantina. Feoplastos: são plastos de coloração pardo-escura pela presença de um pigmento carotenoide, a feofeína. É típico nas algas feofíceas (algas pardas). A n g el a G is el i, 20 07 . D ig it al . cloroplasto estrelado núcleo cloroplasto em espiral núcleo hialoplasma cloroplasto ferradura núcleo vacúolo hialoplasma flagelos Alga Clamydomona Alga Zygnema Alga Spirogyra Tipos de cloroplasto Cloroplastos São os plastos mais importantes e abundantes da natureza, pois são responsáveis pela realização da fotossíntese, um processo biológico que produz glicose e oxigênio. Ao produzir glicose, os cloroplastos produzem matéria orgânica que alimentará os consumidores. O clo- roplasto, ao realizar a fotossíntese, irá alimentar o mundo. O número de cloroplastos por célula varia bastante. Algumas algas apresentam um só ou poucos cloroplas- tos. Nos vegetais, o número de cloroplastos por célula A n g el a G is el i, 20 07 . D ig it al . Aula 08 15Biologia 4A é muito grande. A forma de cada tipo de cloroplasto é bastante variada. Existem cloroplastos ovoides, espira- lados, estrelados, em forma de ferradura, entre outras. Encontram-se espalhados pelo hialoplasma, e podem ser arrastados pelas correntes citoplasmáticas, a ciclose. Podem se agrupar próximo ao núcleo da célula à da membrana plasmática, posicionando-se numa região celular que melhor permita a absorção da luz solar. Podem apresentar movimento próprio, semelhante ao movimento ameboide. Estrutura interna do cloroplasto É uma organela citoplasmática constituída por: • dupla membrana lipoproteica, sendo uma interna e outra externa; a membrana externa possui compo- sição química diferente da membrana interna, suge- rindo que possa ser proveniente de uma membrana de englobamento de uma outra célula, hipótese da endossimbiogênese. • a membrana interna sofre invaginações, formando dobras chamadas de lamelas. • Nas lamelas, encontramos clorofila associada às membranas. As lamelas dividem o interior do clo- roplasto e também aumentam a superfície interna. Nas lamelas, estão presas pequenas bolsas mem- branosas chamadas tilacoides. Os tilacoides carregam a clorofila em grandes quantidades, portanto, nas lamelas e nos tilacoides, ocorre a absorção de luz para a ocorrên- cia da etapa clara (fotoquímica) da fotossíntese; • os tilacoides estão dispostos formando pilha sobrepostas. Cada pilha de tilacoide chama-se granum. No interior de cada cloroplasto, encontra- mos vários grana (plural de granum); • entre as lamelas e tilacoides, encontraremos, preen- chendo os espaços, um gel rico em água, sais, proteí- nas, enzimas, vitaminas, glicídios e ácidos nucleicos. Esse gel recebe o nome de estroma e, por apresentar enzimas específicas, é o local onde ocorrerá a etapa escura (química) da fotossíntese; • possuem DNA, RNA e ribossomos próprios. O DNA se apresenta em forma de pequenos anéis lembran- do os plasmídios das bactérias. O DNA do cloroplasto carrega poucos genes. Esses genes serão responsá- veis pela produção de proteínas e enzimas que irão formar novos cloroplastos. O DNA do cloroplasto não será usado para formar os cromossomos da célula, pois não pertence ao núcleo celular, e sim a uma organela, portanto o DNA do cloroplasto não segue as leis de Mendel. Pelo fato de possuírem DNA, RNA e ribossomos próprios, são capazes de produzir suas próprias proteínas e enzimas e realizar a autodupli- cação. Um cloroplasto produz outro cloroplasto por autoduplicação, um processo muito parecido com aquele que ocorre nas bactérias; • os ribossomos dos cloroplastos são menores que aqueles encontrados no citoplasma das células eucariotas, assemelhando-se muito aos ribossomos encontrados nas bactérias. As semelhanças de es- truturas do cloroplasto com estruturas de bactérias descritas anteriormente permitem aos cientistas levantar a hipótese de que os cloroplastos, no pas- sado, tenham sido seres semelhantes às bactérias (procariontes); • no interior dos cloroplastos de algas, podemos encontrar um pequeno corpúsculo denominado pirenoide, responsável pela produção de amido, a partir da glicose produzida na fotossíntese; • a quantidade mínima de moléculas de clorofila (aproximadamente200 moléculas) para que ocorra a fotossíntese chama-se quantassoma e a quantidade mínima de luz para que ocorra a fotossíntese chama- se quantum. Célula vegetal retículo endoplasmático agranular retículo endoplasmático granuloso mitocôndria complexo golgiense vacúolo de suco celular hialoplasma parede celular cloroplastos tilacoide membrana externa membrana interna tilacoide membrana do tilacoide clorofila granum em corte estroma (gel) Estrutura interna do cloroplasto Origem dos plastos Os plastos são provenientes de pequenas vesículas membranosas citoplasmáticas denominadas proplas- tos ou proplastídios. Os proplastos carregam enzimas necessárias à sua multiplicação. Na presença de luz, os A n g el a G is el i, 20 09 . D ig it al . 16 Semiextensivo proplastos se transformam em plastos coloridos e, na ausência de luz, originam os leucoplastos. O gameta feminino é o responsável pela transmissão de proplastos de geração em geração. Presença de luz Ausência de luz proplasto (proplastídio) plasto em diferenciação síntese de clorofila organização dos tilacoides cloroplasto leucoplasto ausência de luz presença de luz Origem dos plastos Vacúolos São bolsas de membrana lipoproteica, de tamanhos variados, provenientes do retículo endoplasmático ou do complexo golgiense. Vários são os tipos de vacúolos. Entre os mais impor- tantes, encontramos: a) Digestivos: apresentam enzimas digestivas realizan- do a digestão de macromoléculas e a reciclagem de organelas e partículas estranhas. b) Contrátil (pulsátil): eliminam o excesso de água em células de protozoários de água doce. c) Armazenamento: armazenam substâncias de reserva, como lipídios, glicídios e proteínas. Podem ainda armazenar restos do metabolismo, substâncias indesejáveis. d) De suco celular (ou vacúolos vegetais): São exclusivos de células vegetais. São volumosos e provenientes da fusão de vários vacúolos menores, podem conter en- zimas hidrolíticas que atuam na digestão e reciclagem de organelas citoplasmáticas, assemelhando assim as funções do lisossomo. Nas células dos meristemas e células vegetais jovens, os vacúolos são pequenos e numerosos. À medida que a célula cresce, os vacúolos pequenos se fundem, formando um vacúolo cada vez maior. Nas células adultas, o vacúolo de suco celular pode ocupar mais de 90% do volume celular. A mem- brana que reveste o vacúolo de suco celular recebe o nome de tonoplasto. O conteúdo do vacúolo de suco celular é bastante variado, apresentando: água, sais minerais, aminoácidos, glicídios, pigmentos que não realizam a fotossíntese, como a antocianina. Os pig- mentos não fotossintéticos do vacúolo de suco celular podem ter coloração violeta, azul, vermelha ou púr- pura, ajudando a colorir folhas e flores. Os vacúolos de suco celular atuam auxiliando na atração de agentes polinizadores e dispersores de frutos e sementes. Por conterem solutos variados, os vacúolos de suco celular participam ativamente, regulando o fluxo de entrada e saída de água da célula vegetal, influenciando dire- tamente a osmose e o volume celular. Mitocôndrias São organelas citoplasmáticas arredondadas ou em forma de bastonete, presentes nas células dos eucarion- tes. Entre os eucariontes, encontramos células despro- vidas de mitocôndrias, portanto são exceções, como é o caso de hemácias adultas e a giárdia. As mitocôndrias participam ativamente do metabolismo energético da célula eucariota, pois são responsáveis pela realização de algumas partes da respiração celular aeróbia. A energia produzida e armazenada pelas células será utilizada para manter as reações do metabolismo em funcionamento. No interior das mitocôndrias, encontram- -se enzimas que quebram moléculas orgânicas e liberam energia para construção de ATP (trifosfato de adenosina) em reações de fosforilação (envolvem fósforo). O ATP é uma molécula orgânica que armazena energia. Os processos celulares que consomem energia utilizarão o ATP como fornecedor de energia. Estima-se que 90% da energia consumida pela célula eucariota seja proveniente das atividades da mitocôndria. A n g el a G is el i, 20 09 . D ig it al . Aula 08 17Biologia 4A Porção basalNúcleo Retículo endoplasmático rugoso Mitocôndria Complexo golgiense Vesículas contendo mucina Porção apical Célula caliciforme secretora de mucina A n g el a G is el i, 20 08 . D ig it al . C 6 H 12 O 6 + 6O 2 6CO 2 + 6H 2 O + energia ADP + P (inorgânico) ATP en glicose reação de fosforilação produção de calor reações de biossíntese transporte ativo consumo contração muscular bioluminescênciacondução do impulso nervoso Equação da respiração celular aeróbia Visualização São visíveis ao microscópio óptico, inclusive nas células vivas, usando-se um corante especial chamado verde janus. Número É bastante variável e depende do tipo de célula. Quanto maior o número de reações químicas que uma célula realiza, maior será a quantidade de energia que a célula irá utilizar e, por isso, maior será o número de mitocôndrias de que ela irá necessitar. Células musculares estriadas consomem muita energia durante as contrações musculares, portanto necessitam de um grande número de mitocôndrias. Em média, as células do fígado humano possuem mais de mil mitocôndrias. Por outro lado, existem protistas unicelulares que carregam, somente, uma mitocôndria gigante. Ao conjunto de mitocôndria de uma célula é dado o nome de condrioma. Localização Podem ser encontradas em qualquer região do citoplasma, não tendo, assim, uma posição definida. Em algumas células, as mitocôndrias estão agrupadas próximo aos locais onde ocorre grande consumo de energia. Nos epitélios ciliados, estão próximas aos cílios, nos espermatozoides se acumulam na parte intermediária, onde fornecerão energia para o movimento do flagelo. Nos rins, as mitocôndrias se encontram em grande quantidade nas células que realizam transporte ativo de íons e moléculas orgânicas. Estrutura A análise da mitocôndria, ao microscópio eletrônico, mostrou a presença das seguintes estruturas: • Duas membranas lipoproteicas, sendo uma externa e lisa e outra interna e cheia de dobras (franjas). As dobras encontradas na membrana interna são denominadas cristas mitocondriais. As cristas mitocondriais aumentam a superfície interna da mitocôndria, possibilitando assim um maior número de reações químicas. • O interior da mitocôndria é preenchido por um gel (coloide) que recebe o nome de matriz mitocondrial. A matriz mitocondrial é composta por água, sais minerais (íons), vitaminas, pigmentos respiratórios, glicídios, proteínas, lipídios e um número grande de enzimas diferentes que realizam partes importantes da respiração celular. Na matriz mitocondrial, ocorre um grupo de reações denominado Ciclo de Krebs. • Partículas ou corpos elementares – são estruturas que estão coladas à membrana interna e principalmente nas cristas mitocondriais. São feitas de pigmentos respiratórios, entre eles o citocromo, uma proteína que irá participar da etapa que mais produz ATPs, a cadeia respiratória. • No interior da mitocôndria, espalhados na matriz mitocondrial, encontra-se DNA, RNA e pequenos ribossomos que se assemelham aos ribossomos dos procariontes. O DNA mitocondrial se apresenta em uma ou mais cadeias de dupla-hélice, na forma de anel (lembram plasmídios bacterianos), possuindo poucos genes que codificam 18 Semiextensivo enzimas e proteínas para a mitocôndria. Os estudos mostram que o DNA mitocondrial não segue as leis de Mendel, pois não participa da formação dos cromossomos presentes no núcleo celular. Existem outras proteínas e enzimas utilizadas na mitocôndria que são produzidas no citoplasma celular, portanto fora da mitocôndria. O RNA se apresenta sob as formas de RNAmensageiro, RNAtransportador e RNAribossômico.Pelo fato de a mitocôndria possuir RNAribossômico, este irá construir ribossomos pequenos, denominados mitorribossomos, que são muito parecidos aos das bactérias (procariontes). Ja ck A rt . 2 00 8. D ig it al . Membrana externa (lipoproteica) DNA mitocondrial (circular) Uma ou mais cadeias duplas RNA Crista mitocondrial Dobras da membrana interna que aumentam sua superfície Ribossomos Contêm RNAribossômico. Participam da síntese proteica Matriz mitocondrial (gel) Contém enzimas que metabolizam piruvato e ácido graxo produzindo acetilcoenzima A. Contém enzimas do ciclo do ácido cítrico, RNAT e RNAR Membrana interna (lipoproteica) RNAm Corpos elementares (citocromos) Origem das mitocôndrias A presença de DNA, RNA e ribossomos permite às mitocôndrias fabricarem enzimas que realizam a autodupli- cação. Uma mitocôndria é proveniente de outra mitocôndria por autoduplicação. Quando uma célula eucariota se divide em duas células-filhas, cada célula gerada recebe aproximadamente metade das mitocôndrias presentes na célula-mãe. Nas células-filhas, em crescimento, ocorre a autoduplicação das mitocôndrias, até atingirem o número original. A autoduplicação das mitocôndrias recebe o nome de condriocinese. Pelo fato de possuírem DNA e ribos- somos parecidos com os da bactéria e realizarem a autoduplicação, muitos pesquisadores admitem a hipótese de que, no passado, as mitocôndrias poderiam ter sido bactérias. As mitocôndrias teriam se associado a outras células, por simbiose, permitindo, assim, uma endossimbiose. Este conjunto de ideias é conhecido pelo nome de Hipótese endossimbiôntica ou endossimbiogênese. A n g el a G is el i, 20 08 . D ig it al . A condriocinese (autoduplicação) As mitocôndrias são de origem materna No citoplasma dos óvulos, encontramos organelas em grande quantidade, mas a única parte do espermatozoide que sobrevive para participar do processo de fecundação é o núcleo. No núcleo das células, não existem mitocôndrias, portanto no zigoto que será formado, encontraremos, somente, mitocôndrias provenientes da mãe. Aula 08 19Biologia 4A Respiração celular aeróbia É um conjunto de reações de oxidação que ocorrem para quebrar moléculas orgânicas e liberar energia usada na síntese de ATP (trifosfato de adenosina). Na respiração aeróbia, a oxidação de moléculas orgânicas ocorre na presença de um agente oxidante, o oxigênio. O ATP é sintetizado a partir de uma molécula precursora, o ADP, mas que possui somente dois fosfatos. A adição de mais um fosfato ao ADP ocorre na presença de energia proveniente da respiração celular, formando assim o ATP em reações de fosforilação. Quando se quebra a ligação química desse terceiro fosfato, libera-se energia para as atividades celulares. As moléculas geralmente utilizadas na respiração celular são glicídios, principalmente a glicose. Na ausência de glicose, as células podem oxidar moléculas de ácidos-graxos e aminoácidos. A degra- dação e oxidação de moléculas orgânicas na respiração celular ocorre em várias etapas e a liberação de energia ocorre aos poucos, pois, se a liberação da energia fosse de uma só vez, a quantidade de energia liberada seria muito grande e poderia acarretar danos às células. Nem toda a energia liberada na oxidação da glicose é absor- vida na produção de ATP, parte é perdida na forma de calor. Os fosfatos consumidos na produção de ATP são provenientes da alimentação. Molécula de ATP Adenina Ribose P P P Fosfato ligação de alta energia Adenosina Monofosfato de adenosina (AMP) Difosfato de adenosina (ADP) Trifosfato de adenosina (ATP) Síntese e hidrólise do ATP ATP ADP + P(i) + energia síntese onde P(i) significa fósforo inorgânico hidrólise Etapas da respiração celular aeróbia A respiração celular aeróbia envolve um número muito grande de reações químicas e, por isso, requer muitas enzimas diferentes para que ocorra o processo. Para facilitar o estudo da respiração celular aeróbia, estas reações podem ser desdobradas em três etapas: glicólise, ciclo de Krebs e cadeia respiratória (cadeia transporta- dora de elétrons). 1o.) Glicólise: não consome oxigênio. Ocorre no hialo- plasma, portanto fora da mitocôndria. A molécula de glicose é quebrada em uma série de produtos intermediários até formar duas moléculas de ácido pirúvico (piruvato). Nesse processo, ocorre liberação de íons H+ que promovem a acidificação da célula. Para que não ocorra a morte da célula por acidose, existem moléculas aceptoras desses hidrogênios, chamadas de NAD que se ligam a dois desses hidro- gênios para neutralizá-los, formando NADH2. N A D ICOTINAMIDA DENINA INUCLEOTÍDEO Para que a glicólise ocorra, ao longo das reações são consumidos 2 ATP(s) e ao final das reações são produ- zidos 4 ATP(s), gerando assim um saldo de 2 ATP(s). Portanto: Glicose + NAD 2 Ácidos pirúvicos + NADH2 2o.) Ciclo de Krebs (ou ciclo do ácido cítrico ou ciclo dos ácidos tricarboxílicos): ocorre na matriz mito- condrial, portanto dentro da mitocôndria. Os dois ácidos pirúvicos produzidos na etapa anterior so- frem descarboxilação (perda de carbonos), liberan- do CO2, e formando ácido acético. O ácido acético reage com uma molécula chamada coenzima-A, formando, assim, outra molécula: acetil-coenzima- -A. O acetil-coenzima-A entra num ciclo fechado de reações químicas, ciclo dos ácidos tricarboxílicos. Nesse ciclo, são liberados CO2 e mais H +, que serão recolhidos pelos NAD e por uma outra molécula transportadora de hidrogênios: o FAD. F A D LAVINA DENINA INUCLEOTÍDEO Ao se combinarem com os íons H+, os NAD e FAD se transformam em NADH2 e FADH2, respectivamente. Ao longo do ciclo de Krebs, ocorre quebra de ligações quí- micas que geram energia para a produção de 2 ATP(s). Nesta etapa, não ocorre consumo de ATP(s) e nem de oxigênio. Observe: Ácidos pirúvicos + NAD CO2 + NADH2 + FADH2 20 Semiextensivo 3o.) Cadeia respiratória (fosforilação oxidativa): ocorre nas partículas elementares das cristas mitocondriais, portanto dentro da mitocôndria. Os H+ que haviam sido liberados nas etapas anteriores e capturados pelos NAD e FAD perdem seus elétrons para pigmentos respiratórios proteicos chamados citocromos. Com isso, novamente são gerados H+, que irão acidificar o meio interno e provocar a morte da célula por acidose. Os íons H+ se combinam com elétrons provenientes dos citocromos e com átomos provenientes do gás oxigênio, produzindo moléculas de água. Durante o trajeto dos elétrons pelos citocromos, ocorre liberação de energia, que é utilizada para a produção de mais 34 ATP(s), processo denominado de fosforilação oxidativa. O oxigênio entra somente nesta terceira fase, etapa verdadeiramente aeróbia e a que possui maior rendimento energético. Perceba que NAD e FAD são transportadores intermediários de elétrons e de H+, porque no final das reações quem fica com os H+ é o oxigênio. O oxigênio é o aceptor final de H+ e evita a morte da célula por acidose. NADH2 + FADH2 + CITOCROMOS NAD + FAD + CITOCROMOS H2 CITOCROMOS H2 + ½O2 CITOCROMOS + H2O Ao longo da respiração celular aeróbia, a glicose é oxidada, liberando CO2, água e energia para formação de ATP. O total de ATP(s) produzidos: na glicólise são produzidos 4 ATP(s) e consumidos 2 ATP(s); no ciclo de Krebs são produzidos 2 ATP(S) e na cadeia respiratória são produzidos 34 ATP(s). Perceba que são produzidos 40 ATP(s) e consumidos 2 ATP(s), deixando assim um saldo de 38 ATP(s). Em algumas células eucarióticas, a cadeia respiratória não produz 34 ATP(s), mas 32 ATP(s), alterando assim o saldo de 38 para 36 ATP(s). Nos procariontes, não existem mitocôndrias, o que faz com que o processo de respiração celular ocorra no hia- loplasma e na face interna da membrana plasmática (mesossomos). Nos procariontes, a respiração celular aeróbia produz um rendimento energético de 38 moléculas de ATP(s) por molécula de glicose oxidada. GLICÓLISE (HIALOPLASMA)NADH 2 NADH 2 FADH 2 Glicose –2 ATP +4 ATP Esquema simplificado da respiração celular aeróbia CICLO DE KREBS (MATRIZ MITOCONDRIAL) CADEIA RESPIRATÓRIA (CRISTAS) +2 ATP +2 ATP CO 2 O 2 H 2 O +34 ATP Venenos que inibem a cadeia respiratória: A cadeia respiratória pode ser inibida através de: a) Inibidores de coenzimas como barbitúricos, alguns antibióticos (piericidina A) e inseticidas (rotenona). b) Inibidores de citocromos como: sulfeto de hidrogênio (H2S), monóxido de carbono e os cianetos como o HCN. c) Alguns venenos de serpentes são bloqueadores de reações de fosforilação oxidativa. O monóxido de carbono possui maior afinidade com o Fe++ da hemoglobina, impedindo, assim, sua ligação com o oxigênio, diminuindo o aporte deste gás aos tecidos. A citocromo C oxidase possui ferro que ao se combinar ao monóxido de carbono paralisa a cadeia respiratória. Aula 08 21Biologia 4A Fermentação A fermentação consiste na quebra incompleta da glicose, sem o consumo de oxigênio, liberando energia e um resíduo energético que pode ser um ácido (ácido lático), ou, ainda, o etanol (álcool etílico). Ao longo das reações novamente ocorrerá a glicólise no hialoplasma (citosol), portanto as reações ocorrem fora da mitocôndria. Cada etapa é catalisada por uma enzima específica. Para iniciar a quebra da glicose será necessária a energia proveniente de 2 ATP. A seguir, as reações dão origem a produtos intermediários até formarem duas moléculas de ácido pirúvico (piruvato). Nas reações que originam o ácido pirúvico serão liberados íons H+ que serão capturados e transportados pelos NAD que então se transformarão em NADH. Ao final das reações de glicólise e produção de ácido pirúvico serão produzidos 4 ATP. A glicólise produz 4 ATP e consome 2 ATP, gerando, assim, um saldo positivo de 2 ATP. Depois da glicólise, o ácido pirúvico sofre o ataque de enzimas que darão origem a moléculas orgânicas que rece- berão os hidrogênios transportados pelo NADH: o etanol ou ácido lático. Perceba que na fermentação não existe FAD e nem o oxigênio com aceptor final de hidrogênios. O aceptor final de H+ é uma molécula orgânica (ácido ou álcool). Existem vários tipos de fermentação e abaixo serão descritos dois deles: a lática e a alcoólica. Fermentação lática Ocorre em algumas bactérias, fungos e tecido muscular esquelético humano. Quando a musculatura estriada esquelética é muito exigida em esforço físico pode ficar sem um suprimento adequado de oxigênio para realizar a produção de energia. Nesse caso, as células musculares passam a degradar glicose, na ausência de oxigênio, pro- duzindo ácido lático (lactato). O acúmulo de ácido lático na musculatura esquelética contribui para o aparecimento da fadiga muscular. O excesso de ácido lático produzido na musculatura é transportado para o fígado, onde vai ser metabolizado e reconvertido em ácido pirúvico e, em seguida, em glicose ou quebrado nas mitocôndrias hepáticas. A fermentação lática ocorre em certas bactérias (lactobacilos) e em alguns fungos. Este tipo de fermentação é usado pela indústria alimentícia para a produção de iogurtes, queijos e coalhadas. A produção de ácido lático faz baixar o pH, provocando a coagulação das proteínas do leite e a formação de uma coalhada sólida, que pode ser usada na fabricação de iogurtes e queijos. Uma observação importante deve ser feita: neste tipo de fermentação não ocorre liberação de CO2. As células nervosas não realizam a fermentação porque não possuem as enzimas necessárias para a conversão de ácido pirúvico em ácido lático. Por essa razão, o tecido nervoso e seus neurônios não sobrevivem muito tempo sem uma oxigenação adequada. O cérebro e outras partes do sistema nervoso são as primeiras partes do corpo a morrerem quando a oxigenação não é adequada. Glicólise e fermentação lática. GLICOSE C – C – C – C – C – C 2 MOLÉCULAS DE ÁCIDO PIRÚVICO C – C – C 2 MOLÉCULAS DE ÁCIDO LÁTICO (LACTATO) C – C – C 2 ATP GLICÓLISE FERMENTAÇÃO LÁTICA 4 ATP (en) 2 ADP 2 NADH 2 NAD– 2 H+ 2 NAD– 2 H+ Fermentação alcoólica Ocorre em algumas bactérias e em certos fungos (leveduras). A levedura Saccharomyces cerevisiae converte a glicose em ácido pirúvico (piruvato) e, em seguida, em acetaldeído que na presença de enzimas específicas e de hidro- gênios provenientes do NADH é convertido em etanol. Durante o processo de fermentação do caldo de cana (garapa), a glicose será degradada para a formação de etanol. A fermentação do suco de uva produz o vinho. A fermentação da cevada leva à produção da cerveja. Na fermentação alcoólica ocorre consumo de NADH, produzido durante a glicólise, e liberação de CO2. 22 Semiextensivo Para se produzir o pão, adiciona-se açúcar à massa. O açúcar e outros glicídios presentes na massa serão for- necedores de energia para a ocorrência da fermentação alcoólica no interior da massa. Na superfície da massa os fungos realizarão respiração aeróbia, pois estão na presença de oxigênio e possuem mitocôndrias. A fermentação irá produzir CO2 que deixará a massa aerada e macia, portanto a maciez do pão depende da produção de CO2. O álcool produzido no interior da massa irá evaporar durante o processo de assar o pão. O fungo morrerá devido à alta temperatura. Na presença de oxigênio, o fungo Saccharomyces realiza a respiração aeróbia e obtém um maior rendimento energético. Glicólise e fermentação alcoólica. GLICOSE C – C – C – C – C – C 2 MOLÉCULAS DE ÁCIDO PIRÚVICO C – C – C 2 MOLÉCULAS DE ÁLCOOL ETÍLICO (ETANOL) C – C 2 ATP GLICÓLISE FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA 4 ATP 2 CO 2 2 ADP 2 NADH 2 NAD– 2 H+ 2 NAD– 2 H+ Existe uma outra via de fermentação onde a glicose é quebrada em duas moléculas de ácido pirúvico e em seguida bactérias do gênero acetobacter promovem a conversão deste em ácido acético. O ácido acético é a base para a produção de vinagre. Glicólise e fermentação acética. GLICOSE C – C – C – C – C – C 2 ÁCIDO PIRÚVICO C – C – C 2 ÁCIDO ACÉTICO + 2 CO 2 + en (ATP) C – C Respiração anaeróbia Ocorre em algumas bactérias como aquelas que pertencem ao ciclo do nitrogênio e participam da desnitrificação de produtos nitrogenados. Na respiração anaeróbia, as bactérias não utilizam O2 para oxidar a matéria orgânica, e sim nitritos e nitratos. Outras bactérias podem usar sulfatos ou, ainda, carbonatos para oxidar a matéria orgânica. A bactéria desnitrificante Pseudomonas denitrificans participa do ciclo de nitrogênio devolvendo à atmosfera o N2. Esse processo só ocorre na ausência de oxigênio e em solos de baixa oxigenação como regiões pantanosas. Respiração anaeróbia em bactéria desnitrificante. C 6 H 12 O 6 + 4 NO– 3 6 CO 2 + 6H 2 O + 2 N 2 + ENERGIA (ATP) (glicose) (nitrato) Aceptor Uma observação importante deve ser feita: a fermentação não é um tipo de respiração anaeróbia. Usa-se o ter- mo respiração em todo o processo de síntese ATP que envolve a cadeia respiratória. Existem dois tipos de respiração: a aeróbia, em que o aceptor final de H+ é o oxigênio na cadeia respiratória, e a anaeróbia, em que o aceptor final de H+ na cadeia respiratória não é o oxigênio e sim um sulfato, nitrato ou carbonato. A fermentação também é um processo anaeróbio, porém não possui a cadeia respiratória e o aceptor final de H+ é um composto orgânico: ácido lático ou etanol. Os seres vivos anaeróbios podem ser divididos em dois grupos: os facultativos e os estritos. Facultativos são aqueles que realizam respiração aeróbia na presença de oxigênio e fermentação na ausência de oxigênio. Estritos são aqueles que só realizam processos anaeróbios, ou seja, ou só realizam a fermentação ou só realizam a respiração anaeróbia. Aula 08 23Biologia 4A Assimilação 08.01. (UFRGS) – As dores que acompanham a fadiga muscular têm como causa a) a utilização de lipídeos como fonte de energia. b) o acúmulo de oxigênio produzido pela respiração. c) a perda da capacidadede relaxamento do músculo. d) o acúmulo de ácido lático resultante da anaerobiose. e) a utilização do gás carbônico resultante da fermentação. 08.02. (UEPB) – Na produção industrial de vinagre a partir do álcool, utilizam-se bactérias que participam do processo a) através da respiração aeróbica. b) convertendo o ácido pirúvico em ácido lático. c) produzindo ácido acético na ausência de oxigênio. d) através da fermentação láctica. e) através da respiração anaeróbica do tipo alcoólico. 08.03. (UFAM) – Qual das alternativas abaixo está incorreta: a) a anatomia – estuda a forma e a organização de órgãos e de sistemas. Testes b) a evolução – estuda as transformações ocorridas nos seres vivos ao longo das gerações. c) as mitocôndrias – são os locais onde a maioria da energia utilizada pelas células é gerada. d) a taxonomia – estuda a formação e o desenvolvimento dos embriões. e) a ecologia – estuda as relações dos seres vivos entre si e com o ambiente em que vivem. 08.04. (UFPI) – As células vegetais jovens (meristemáticas) possuem inúmeras e pequenas bolsas membranosas que se fundem com o amadurecimento celular e em cujo interior encontra-se uma solução aquosa de proteínas, açúcares, íons inorgânicos, pigmentos hidrossolúveis e enzimas hidrolíticas. Essas estruturas são: a) os vacúolos. b) os cloroplastos. c) o complexo golgiense. d) os lisossomos. e) os leucoplastos. Quadro comparativo entre respiração aeróbia e fermentação RESPIRAÇÃO AERÓBIA FERMENTAÇÃO 1. Quebra completa da glicose. 1. Quebra incompleta da glicose. 2. Exige a presença de O2 para retirar os H + liberados durante as oxidações, impedindo a acidose da célula. 2. Não utiliza O2. Outras substâncias agem como aceptores dos H+. 3. Há formação de água como produto final. 3. Não há formação de água. 4. Produto oxidado totalmente decomposto em CO2 e H2O, liberando muita energia. 4. Produto oxidado parcialmente decomposto, não liberando toda a energia disponível, sobram resíduos energéticos. 5. Formação de grande número de moléculas de ATP que armazenam essa energia. 5. Formação de pequeno número de moléculas de ATP. 6. Glicólise, ciclo de Krebs e cadeia respiratória. 6. Glicólise apenas (ácido pirúvico se decompõe em áci- do láctico ou em álcool etílico, ou em ácido acético). 7. Ocorre com a maioria dos seres vivos. 7. Ocorre com algumas bactérias, leveduras, vermes intestinais e células musculares. Existem outros tipos de fermentações, como: a) Propiônica, realizada por bactérias do gênero Proprionibacterium, fermentam açúcares do leite produzindo ácido propiônico, ATP e CO2 que forma bolhas no interior da massa do queijo suíço. b) Butírica, realizada por bactérias anaeróbias estritas do gênero Clostridium, produzindo ácido butírico que geram o odor e sabor rançoso da manteiga estragada. 24 Semiextensivo 08.05. (MACK – SP) – A batata-inglesa (batatinha) é muito rica em amido. O órgão vegetal que armazena essa subs- tância corresponde , e o amido é encontrado nos , localizados no das células. Os espaços devem ser preenchidos, correta e respectiva- mente, por: a) à raiz; leucoplastos; vacúolo. b) à raiz; cloroplastos; citoplasma. c) à raiz; cloroplastos; vacúolo. d) ao caule; leucoplastos; vacúolo. e) ao caule; leucoplastos; citoplasma. 08.06. (UFPE) – O cloroplasto, organela citoplasmática na qual ocorre a fotossíntese, apresenta duas membranas que o envolvem e inúmeras bolsas membranosas. A respeito do cloroplasto representado na figura, analise as afirmativas a seguir. D B C A 1. é envolto por duas membranas de constituição lipopro- teica (A) e possui internamente um elaborado sistema de bolsas membranosas, interligadas, cada uma chamada tilacoide (B). 2. apresenta estruturas que lembram pilhas de moedas, sendo cada pilha denominada “granum” (C). 3. contém moléculas de clorofila organizadas nos tilacoides (B) e, no espaço interno do cloroplasto, fica o estroma (D). Está(ão) correta(s): a) 1 apenas c) 1, 2 e 3 e) 3 apenas b) 1 e 2 apenas d) 2 e 3 apenas Aperfeiçoamento 08.07. (UDESC) – Analise as proposições abaixo, em relação às plantas: I. São seres autótrofos e produzem seus alimentos. II. As plantas fazem fotossíntese através dos leucoplastos, como os amiloplastos que armazenam amido. III. A clorofila é responsável pela absorção de energia lumi- nosa indispensável à fotossíntese. IV. Na fotossíntese ocorre a transformação do gás carbônico e da água em açúcar. V. A fotossíntese consome oxigênio e produz gás carbônico. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas II e V são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. e) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras. 08.08. (UFMS) – Verifique quais são as relações apropriadas entre as organelas celulares e suas funções e assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Os lisossomos fazem a respiração celular. 02) O complexo golgiense armazena as proteínas a serem exportadas pelas células. 04) O retículo endoplasmático liso é responsável pelo transporte intracelular de substâncias. 08) Os ribossomos são responsáveis pela síntese de proteínas. 16) A mitocôndria realiza a digestão de materiais orgânicos absorvidos pelas células. 32) Os ribossomos são também responsáveis pela respira- ção celular. 08.09. (FCM – MG) – No desenho acima, 1, 2 e 3 referem-se a a) parênquima clorofiliano, citoplasma e cloroplastos. b) parênquima paliçádico, cloroplastos e tilacoides. c) cloroplastos, clorofila e receptores de elétrons. d) epiderme foliar, vacúolos e grãos de amido. 08.10. (UNICAP – PE) – 1 – DNA; 2 – NÚCLEO; 3 – MEMBRANA PLASMÁTICA; 4 – PAREDE CELULAR; 5 – CITOPLASMA; 6 – MITOCÔNDRIA; 7 – CLOROPLASTO; 8 – RIBOSSOMO; 9 – GRANDE VACÚOLO CENTRAL. 00) Da lista de estruturas, uma célula vegetal completa deve conter todas as estruturas citadas. 01) Da lista de estruturas, uma bactéria não deve conter 1, 2, 5 e 8. Aula 08 25Biologia 4A 02) A estrutura 3 é seletiva e impermeável. 03) Protozoários e algas apresentam os mesmos compo- nentes citoplasmáticos. 04) A eliminação da estrutura 4 em uma célula afetaria di- retamente a permeabilidade seletiva da mesma. 08.11. (UDESC) – Analise as proposições quanto às caracte- rísticas dos cloroplastos presentes na célula vegetal, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa. ( ) Os cloroplastos são organelas constituídas por duas membranas e possuem DNA próprio. ( ) Os cloroplastos não possuem um DNA próprio, mas apresentam RNAs e ribossomos para a síntese proteica. ( ) O estroma é a matriz do cloroplasto, onde são encon- tradas várias enzimas que participam da fotossíntese. ( ) Os tilacoides são vesículas achatadas que contêm os pigmentos que absorvem energia luminosa. ( ) O granum está presente nos vacúolos do estroma e participa da fase escura da fotossíntese. Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo. a) V – V – F – F – F b) F – V – F – F – V c) F – F – V – F – V d) V – F – V – V – F e) F – F – V – V – F 08.12. (UNISA – SP) – As figuras representam a teoria da endossimbiose. Essa teoria explica a origem de determinados tipos celulares a partir de células mais simples, bem como o surgimento de mitocôndrias e cloroplastos. (Bruce Alberts et al. Biologia Molecular da Célula, 2004.) Segundo a teoria da endossimbiose e os processos repre- sentados, é correto afirmar que a) a célula resultante do processo A é ancestral da célula resultante do processo B e, portanto, é ancestral das plantas atuais. b) a presença de parede celular envolvendo mitocôndrias e cloroplastos confirma a teoria. c) o processo B representa a origem das células de algas e fungos. d) a relação estabelecida
Compartilhar