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FARMACOGNOSIA Estudo do uso, da produção, da história, do armazenamento, da comercialização, da identificação, da avaliação e do isolamento de princípios ativo, inativo ou derivados de animais e vegetais. O termo deriva de duas palavras gregas, pharmakon, ou droga, e gnosis ou conhecimento. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO: Fonte de novos medicamentos A RDC N° 48 de 16/03/2004 da ANVISA, que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos, definiu que: FITOTERÁPICO Medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança é validada através de levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais Fitoquímica É a ciência destinada ao estudo dos componentes das plantas. Normalmente, é uma área de atuação dos químicos, farmacêuticos, mas ocasionalmente coordenada por botânicos. Os trabalhos em fitoquímica consistem no levantamento e estudo de componentes químicos, como princípios ativos, odores, pigmentos, moléculas da parede celular. As aplicações destes estudos podem se ramificar para a área médica e farmacêutica (através da pesquisa de novas substâncias a serem usadas em medicamentos), assim como para a taxonomia (através do uso pelos botânicos dos caracteres químicos para diferenciar as espécies), como também para a química (através dos estudos das vias metabólicas que originam as diferentes substâncias presentes nos vegetais), entre outras aplicações. A palavra fitoquímico é mais usada para referir-se a compostos encontrados em vegetais que têm efeito benéfico na saúde ou um papel ativo na melhora do estado de indivíduos com enfermidades. Desta forma, eles diferem do que é tradicionalmente chamado de nutriente, já que não são necessários para o metabolismo normal e sua ausência não irá resultar em problemas de saúde por deficiência -- pelo menos não na escala de tempo geralmente atribuída e esse fenômeno (embora não seja uma corrente principal, alguns sustentam que muitas das doenças afligindo pessoas das nações industrializadas são conseqüência da falta de fitonutrientes na dieta). MARCADOR Componente ou classe de compostos químicos presente na matéria-prima vegetal, idealmente o próprio princípio ativo, e preferencialmente que tenha correlação com o efeito terapêutico, que é utilizado como referência no controle de qualidade da matéria-prima vegetal e dos medicamentos fitoterápicos PRÉ-FORMULAÇÃO · Tratamento da matéria-prima · Método de seleção das substâncias de interesse terapêutico e de separação de substâncias de ação antagônica ou tóxica · Via de administração x forma farmacêutica · Desenvolvimento tecnológico associado ao monitoramento de substâncias de referência e/ou por ensaios biológicos · Desenvolvimento de métodos de CQ de cada etapa SEQUÊNCIA DE ETAPAS PARA A PESQUISA FARMACOGNÓSICA Levantamento de dados · Pesquisa bibliográfica. · Comparações com estudos de outros vegetais · Pesquisa etnobotânica. Cultivo e habitat - Solo - Clima - Luz - Altitude/ Latitude Coleta Deve ser verificado o horário apropriado para evitar a perda de princípios ativos ou de interesse farmacológico. Embalagem e armazenamento O vegetal depois de seco ou estabilizado, tendo sido moído ou não, deve ser conservado em condições adequadas de pressão, umidade e temperatura. H O O ácido cinâmico H O O O H ácido p-cumarico 3 C H 3 C S C o A O O O O O H O H H H H H + H H + H + C S C oA O O O H O O chalcona O O H O H O O H flavanona O O H O H O O H O O H O H O O H O H flavona [O] flavanonol O H O H O O H O O H O H O O H [H] proantocianidina antocianidina O H O H O O H flavononol C O O H H O O H O H ácido chiquímico O O H H O O H O H O H H O O H O H + O - O O H H O H O O H O H H H + + Extração EXEMPLO: Achyrocline satureioides COMPOSTOS QUÍMICOS PRESENTES · flavonóides: quercetina, · luetolina · ácido clorogênico, ácido isoclorogênico · kawapirona · polissacarídeos · achyrofurano ATIVIDADES FARMACOLÓGICAS · Antiinflamatório · Imunomodulador · Anti-radicais livres · Inseticida · Sedativa · Hepatoprotetora Tabela 1: Solvente e os metabólitos secundários extraídos solvente Substâncias extraídas Éter de petróleo; hexano Lipídeos; ceras, pigmentos; furanocumarinas Éter etílico, ch2cl2; cHCl3 Bases alcaloídicas livres; antraquinonas livres; terpenos; heterosídeos cardiotônicos; esteróides. Acetato de etila; butanol geninas de flavonóides, cumarinas simples; terpenos e esteróides Etanol; metanol heterosídeos de forma geral Misturas hidroalcoólicas; água saponinas; taninos; flavonóides; açúcares Água acidificada alcalóides Água alcalinizada saponinas Utiliza-se as seguintes técnicas para isolar e retirar o princípio ativo desejado · Percolação · Decocção · Infusão · Maceração · Soxlet No entanto, para escolher a técnica certa, deve-se levar em consideração: · características desejáveis do produto resultante (intermediário ou final) · estabilidade dos constituintes químicos · manutenção da atividade biológica · custo operacional Métodos de extração a frio e a quente. O aumento da temperatura leva a um aumento da solubilidade de qualquer substância; motivo pelo qual os métodos de extração a quente são sempre mais rápidos do que aqueles realizados à temperatura ambiente. Entretanto, o calor nem sempre pode ser empregado já que muitas substâncias são instáveis à temperatura alta. Desta forma, se houver alguma substância que possa se decompor ou sofrer alterações, a extração deverá ser a frio. Na escolha do método extrativo deve ser levada em consideração a eficiência do método extrativo, a estabilidade das substâncias extraídas, custos, etc. Os principais métodos de extração a frio são: maceração: consiste na extração do material vegetal em recipiente fechado a temperatura ambiente por um período prolongado, sob agitação ocasional. Geralmente o líquido extrator consiste em etanol, metanol e soluções hidroalcoólicas. Solventes muito voláteis devem ser evitados, bem como água ou misturas hidroalcoólicas inferiores a 30%. percolação extração exaustiva das substâncias ativas. A planta é colocada em um percolador através do qual é passado o líquido extrator. É indicada para substâncias muito ativas farmacologicamente, presentes em pequena quantidade ou de baixa solubilidade. Os principais métodos de extração à quente são: infusão a extração se dá pela permanência durante certo tempo da substância ser extraída em água fervente em um recipiente fechado. Utilizado com matérias vegetais de estrutura mole (ex. flores). decocção consiste em manter o vegetal em contato durante certo tempo com um solvente sob aquecimento. Costuma-se empregar este método com materiais vegetais duros e de natureza lenhosa. extração sob refluxo consiste em colocar a planta com um solvente em ebulição, em um balão acoplado a um condensador. extração em aparelho de soxlet é utilizado principalmente para extrair substâncias utilizando solventes voláteis. Em cada ciclo de operação o solvente entra em contato com o material vegetal. Este método possibilita uma extração muito eficiente, empregando quantidade reduzida de solvente. Muitas vezes os extratos obtidos são evaporados à secura (extrato seco) para facilitar o armazenamento e diminuir o crescimento de microorganismos. CONTROLE DE QUALIDADE DE FÁRMACOS VEGETAIS O controle de qualidade procura avaliar as drogas, quanto a identificação correta (parte usada e espécie botânica), pesquisas qualitativa e quantitativa de marcadoresquímicos (muitos deles, princípios ativos) e de impurezas e falsificações, segundo as monografias das farmacopéias nacionais, internacionais e publicações científicas. Na ausência de parâmetros estabelecidos, padrões de drogas são utilizados para comparação. ANÁLISE FARMACOGNÓSTICA DE FÁRMACOS VEGETAIS 1. Dados da amostra: ⇒ informações fornecidas pelo fabricante, constantes da embalagem ou bula, que são referidas no laudo exatamente como grafadas pelo produtor. 2. Pesquisa bibliográfica: ⇒ consulta a obras especializadas (farmacopéias, livros, periódicos). Obs.: na ausência de publicações que tratem do assunto, comparação com droga-padrão. 3. Especificação da análise: 3.1.Determinação do peso líquido e, sendo o caso, do número de unidades (saquinhos ou saches). 3.2. Identificação da amostra: ⇒ análise macroscópica (incluindo, organoléptica) – para drogas inteiras ou parcialmente fragmentadas, onde essencialmente se verificam tamanho e forma. OBS.: separação da matéria orgânica estranha e observação da presença de fungos, insetos..., que devem constar no item respectivo. ⇒ análise microscópica – material pulverizado, fragmentado, ou seccionado transversalmente e longitudinalmente, para determinação de características estruturais. 3.3. Pesquisa de marcadores químicos / princípios ativos: ⇒ qualitativa (reações gerais para grupos químicos e específicas) ⇒ quantitativa (doseamentos) 3.4. Pesquisa de impurezas: ⇒ matéria orgânica estranha ⇒ matéria inorgânica (cinzas, cinzas insolúveis em ácido) 3.5. Pesquisa de falsificações: ⇒ ensaios especificados na monografia da droga 4. Observações: ⇒ referentes a peso inferior, presença de terra, pedra, insetos, fio de cabelo, pêlo, pena 5. Referências bibliográficas ⇒ de acordo com as normas da ABNT 6. Conclusão: AMOSTRA (IN) SATISFATÓRIA 7. Técnico responsável – nome do profissional encarregado da análise METABÓLITOS SECUNDÁRIOS – QUEM SÃO? São substâncias que geralmente não estão envolvidas em funções vitais das plantas (principalmente), e em geral, não fazem parte do metabolismo básico. Possuem características químicas muito variadas e às vezes bem complexa. Antigamente – Acreditou-se que os metabólitos secundários não tinham função específica. Essa visão mudou radicalmente e a cada dia descobre-se um pouco mais sobre a função dessas substâncias, sua utilidade para o desenvolvimento fisiológico das plantas e seu papel como mediadores das interações entre as plantas e outros organismos. ROTA BIOSSINTÉTICA DOS METABÓLITOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS GLICOSÍDEOS OU HETEROSÍDEOS São compostos resultantes da ligação covalente formada entre uma ou mais unidades de açúcar na sua forma cíclica (glicona) e outra estrutura diferente chamada de genina ou aglicona. Quimicamente são ditos acetais de glicosídeos. Na maioria dos heterosídeos o ponto de ligação do açúcar a genina ocorre na hidroxila da função hemiacetálica (C1) do açúcar originando ( ou ( heterosídeos. O O H H H H H O H O H O H H O O H O O H H H H H O H O H O O H H 2-(hydroxymethyl)phenol- a -D-glicosil 2-(hydroxymethyl)phenol- b -D-glicosil Salicina Exemplos de ( e ( heterosídeos A formação de um heterosídeo envolve a reação entre um açúcar e a genina. Nesta reação ocorre o ataque nucleofílico ao carbono anomérico (C1) por um nucleófilo. Quando o nucleófilo é um oxigênio temos um O-heterosídeo, quando o nucleófilo é o carbono temos um C-heterosídeo e quando o nucleófilo é o enxofre temos o S-heterosídeo. O O O O H O H O H C H 3 O O H O H O H O O O H O H O H O H Rutina O-heterosídeo N O S O O H O H S O O O O N + O C H 3 O H C H 3 O O C H 3 C H 3 O H O H sinigrosideo ou sigrina S-heterosídeo N N N N N H 2 O O H O H O H Adenosina N-heterosídeo O H O O H O H O C H 3 O H O H O H Aloina C-heterosídeo Os heterosídeos desempenham funções importantes nas plantas apresentando várias funções: · Proteção contra herbívoros e insetos Ex gomas, resinas · Reguladoras: flavonoides · Polinização: terpenos A atividade biológica das plantas está relacionada na maioria das vezes com a genina. Os glicosídeos interferem nos parâmetros farmacocinéticos (absorção, distribuição etc). Alguns heterosídeos contem mais de um monossacarídeo. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS · Organolépticas: As propriedades dos heterosídeos é conseqüência da estrutura da genina. De um modo geral são cristalinos · Solubilidade: As solubilidades divergem, mas de modo geral são solúveis em água, etanol, metanol. Insolúveis nos solventes de baixa polaridade como éter, clorofórmio. Esta propriedade é muito empregada na sua extração e na sua purificação. Os heterosídeos digitálicos comportam-se de modo diferente: são solúveis em clorofórmio. Eles podem ser hidrolisados em meio ácido obtendo o açúcar e a genina livre. Os C-heterosídeos não são hidrolisados facilmente necessitando de condições especiais. O mecanismo proposto para a reação de hidrolise é: O O H H H H H O H O H O O H H O O H H H H H O H O H O + O H H H O O H H H H H O H O H O + O H H H : O + O H H H H H O H O H O O H H O + O H H H H H O H O H H O + O H H H H H O H O H H O H 2 : : O H 2 O O H H H H H O H O H O + H H O O H H H H H O H O H O + H H H + -H + + A classificação dos heterosídeos se baseia na natureza química da genina. Podemos observar no quadro abaixo os diferentes grupos farmacognósticos. Algumas classes farmacognósticas açucares Monossacarídeos dissacarídeos Polissacarídeos homogêneos e heterogêneos Lipídeos - Heterosídeos cianogenéticos - Compostos Fenólicos Compostos fenólicos simples Ligninas Quinonas Flavonóides Taninos Cumarinas Terpenos e esteroides Monoterpenos Sesquiterpenos Diterpenos Triterpenos livres Esteroides livres Carotenos Heterosídeos cardiotônicos Saponinas Metilxantinas - Alcalóides Piridínicos Piperidínicos Quinolínicos Isoquinolínicos Pirolidínicos Tropânicos Indólicos Imidazólicos Flavonóides I Introdução Grupo extenso de substâncias responsáveis pela coloração das flores, frutas e ocasionalmente folhas, raízes. II Funções na planta: · Proteção contra raios UV . · Proteção contra insetos, vírus e bactérias · Atraentes de animais para polinização. · Antioxidantes · Agentes alelopáticos · Inibição enzimática III Estrutura química e classificação: Encontrados em diferentes formas estruturais: possui 15C em núcleo fundamental. Flavonoides propriamente ditos: núcleo 2-fenil-benzopirano (fenilcromona) R = OH flavanonol R = H flavanona O O R R = OH flavonol R = H flavona O O R 4 4' 2 3 5 7 2' 6' A B C flavona e flavonóis flavanona e flavanonol OH mais comuns: C5 , C7, C3’, C4’ Outras possíveis: C6 e/ou C8 , C5’ Configuração 2S, 3R Chalcona e aurona 6' O O aurona chalcona O O H 2' 3' 5' a b b ' 1 3 5 6 A B A C B 2 3 5 6 7a 3a 2' 3' 5' Caracterizados pela presença de grupo 1,3-diarilpropano com grupamento cetona (, ( insaturada. Substituição anel A 2’, 4’, 6’ Anel B não é comum ser substituído Núcleo 3-fenil-benzopirano (fenilcromona) 2 3 5 7 8 2' 3' 5' O O O O isoflavanona isoflavona A B C Derivados com anel fenilcromana O O H O H 5 flavan-3-0l flavan-3-4-diol proantocianidina catequina O O H 4 1 2 7 2 ' 4 ' Derivados do anel benzopirílico O O H + antocianidina Outras estruturas: Neoflavonoides biflavonoides Encontram-se sob a forma de O-heterosídeos ou C-heterosídeos: Os açucares ligados podem ser mono, di ou trisacarídeos: Tabela 1: nome usual dos di e trisacarideos mais comuns IV Biossíntese de flavonóides V Nomenclatura Nomes triviais possuindo na maioria dos casos relação com a planta onde foramidentificados pela primeira vez: Tabela 2: nomes de algumas geninas e seus heterosídeos O O H O O H O H O H Luteolina 5, 7, 3’, 4’ tetraidroflavona 7-0-D-glicosídeo (digitoflavonosídeo) 5-O-D-glicosídeo 6-C-D-glicosídeo (lespcapitosídeo) O O O H O H O H H O O H Quercetina 5, 7, 3’, 4’ tetraidroxiflavonol Planta: Quercus sp. 3-0-ramnoglicosídeo- (rutina) VI Propriedades físico-químicas Sólidos cristalinos amarelos (algumas vezes brancos). Geninas: Heterosídeos Insolúveis ou pouco solúveis em água fria. Solúveis em éter, MeOH, EtOH Solúveis em água, Insolúveis em éter VII Caracterização: Ensaios cromáticos (reações de coloração) a- Reações relacionadas com núcleo cromona Redução pelo hidrogênio – reação de cianidina O O O O C H 3 O 4-arilcumarinas C H 3 O H O C H 3 3-arilbenzofuranos b- Reação atribuída às hidroxilas fenólicas · Meio básico (NaOH): Os compostos fenólicos adquirem coloração amarela · Formação de complexos com sais metálicos: AlCl3, FeCl3, Mg(CH3COO)2 Tabela 3 Coloração dos testes Reação flavonas flavonois flavononas chalconas isoflavona Antocianidina E antocianinas Antoci anidina Laranja a vermelho vermelho Violeta a vermelho escuro - - - NaOH amarelo amarelo amarelo Amarelo a vermelho amarelo Azul-purpura FeCl3 verde Verde castanho Verde castanho amarelo Amarelo castanho AlCl3 Amarelo esverdeado Amarelo Fluoresc Azul-esverdeado amarelo Amarelo castanho Acetato de magnésio Fluores. amarela Fluores. amarela Fluores Azul Fluores. amarela Fluores. amarela c - Cromatografia em papel ou em camada fina (sílica, celulose, poliamida): Reveladores: AlCl3 alcoólico, KOH , FeCl3 VII Isolamento e dosagem CCD (sílica) VIII Atividade biológica FLAVONÓIDES EM GERAL Principais funções: proteger o endotélio vascular das agressões dos radicais ácidos e também diminuir a adesividade das plaquetas, diminuindo o risco da formação de trombos e conseqüente obstrução de artérias que poderiam resultar em infartos. Principais fontes: os vegetais e, nestes, são encontrados, principalmente, nas cascas. Muito comentados são os bioflavonóides do chocolate, dos vinhos, dos sucos de uvas e de outros produtos derivados de plantas, mesmo os industrializados. As indústrias jogam pesado na difusão desses conceitos que salientam o valor dessas substâncias. Entretanto, do ponto de vista nutricional, as frutas contêm muito mais flavonóides do que os produtos industrializados. Já a produção do vinho, por ser uma fermentação anaeróbia conserva melhor os flavonóides. Manifestações de carência: não são descritas, mas é admitido que a sua carência favoreceria o envelhecimento precoce, onde sua falta não ofereceria o fator protetor às alterações degenerativas vasculares. Na verdade, o retardo do envelhecimento, um fato muito desejado, teoricamente apregoado, ainda foi não confirmado por trabalhos científicos sérios de longo prazo. Vegetarianos e alguns fetichistas alimentares abraçam essas idéias de benefícios com veemência. Manifestações de excesso: a administração exagerada de flavonóides está associada a uma maior incidência de leucemia nos recém nascidos de mães que receberam doses grandes de flavonóides durante certos períodos da gestação. Existem no comércio produtos que contém altas doses de flavonóides, e as mulheres em idade fértil devem ser avisadas dos limites que devem obedecer na ingestão desses produtos. Em algumas pessoas, a ingestão de flavonóides desencadeia dor de cabeça, a conhecida enxaqueca de alguns consumidores de vinho. A dor de cabeça após ingestão exagerada, ou mesmo moderada, de vinho, geralmente é atribuída por alguns ao álcool, por outros aos vinhos de má-qualidade. Contudo, existem autores que afirmam serem os flavonóides os responsáveis por essa manifestação desagradável. EXEMPLOS Rutina Utilizado na terapêutica como protetores capilares em doenças vasculares e circulatórias. Aumenta o hiperpermeabilidade vascular por ativação do músculo liso. Além do mais favorece a absorção da vitamina C, protege o endotélio vascular contra radicais livres e diminui a adesividade plaquetária. Também inibe de modo não seletivo a angiotensina II Fontes de rutina: Vegetais folhosos, cebola, uva Solubilidade: metanol, água (heterosídeos) Observações: Árvore dos pagodes Sophora japônica (botões florais colhidos antes de desabrochar), · Alto teor de rutina: 15 a 20% · Extração a quente e obtida no estado cristalino por resfriamento. Recristalização com etanol. Citroflavonoides Flavonoides são abundantes no pericarpo. Flavonoides presentes: O O H O O H O H O H O O H O O H ram-glic-O hesperidina 7-0-ramnoglicosideo da 5,7, 3' triidroxi4'metoxiflavanona n a ri n g e n i n a 5 , 7 , 4 ' - t ri i d roxi f l a v a n on a Hesperidina Possui atividade reguladora sobre a permeabilidade capilar, aumenta a absorção de Vitamina C, aumento da resistência capilar e aumento da resistência a infecção. É indicada nos estados de insuficiência venosa crônica, vasculopatias, capilaropatias e hipermeabilidade capilar. Dosagem usual: de 50 a 100mg/dia, por via oral. Antocianinas � EMBED PBrush ��� HCl Derivados antociânicos Heterosídeos flavônicos Mg Coloração irá depender do derivado flavônico
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