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APOSTILA DIREITO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO

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Prévia do material em texto

Goddman Andrade Santos
Laura Spyer Prates
Maria Flávia de Freitas Ferreira 
Priscila Prux
Direito empresarial e tributário
© Universidade Positivo 2018
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido 
Curitiba-PR – CEP 81280-330
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
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Presidente da Divisão de Ensino 
Reitor
Pró-Reitor 
Coordenação Geral de EAD
Coordenação de Metodologia e Tecnologia
Autoria
Parecer Técnico
Supervisão Editorial
Projeto Gráfico e Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Everton Renaud
Profa. Roberta Galon Silva
Prof. Goddman Andrade Santos
Profa. Laura Spyer Prates
Profa. Maria Flávia de Freitas Ferreira 
Profa. Priscila Prux
Prof. Julio Cesar de Lima Ribeiro
Aline Scaliante Coelho Baggetti
Regiane Rosa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR
DTCOM – DIRECT TO COMPANY S/A
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
3Direito Empresarial e Tributário
Caro aluno,
A metodologia da Universidade Positivo apresenta materiais e tecnologias apropriadas 
que permitem o desenvolvimento e a interação entre alunos, docentes e recursos didáticos e 
tem por objetivo a comunização bidirecional entre os atores educacionais.
O seu livro, que faz parte dessa metodologia, está inserido em um percurso de aprendi-
zagem que busca direcionar a construção de seu conhecimento por meio da leitura, da con-
textualização teórica-prática e das atividades individuais e colaborativas; e fundamentado 
nos seguintes propósitos:
COMPREENDA SEU LIVRO
valorizar suas 
experiências;
incentivar a 
construção e a 
reconstrução do 
conhecimento;
estimular a 
pesquisa;
oportunizar a reflexão 
teórica e aplicação 
consciente dos temas 
abordados.
Metodologia
Direito Empresarial e Tributário4
COMPREENDA SEU LIVRO
Com base nessa metodologia, o livro apresenta a seguinte estrutura:
Percurso
Pergunta norteadora
Ao final do Contextualizando o cenário, 
consta uma pergunta que estimulará sua 
reflexão sobre o cenário apresentado, 
com foco no desenvolvimento da sua 
capacidade de análise crítica.
Tópicos que serão estudados
Descrição dos conteúdos que serão 
estudados no capítulo.
Boxes
São caixas em destaque que podem 
apresentar uma citação, indicações de 
leitura, de filme, apresentação de um 
contexto, dicas, curiosidades etc.
Recapitulando
É o fechamento do capítulo. Visa sinte-
tizar o que foi abordado, reto mando os 
objetivos do capítulo, a pergunta nortea-
dora e fornecendo um direcionamento 
sobre os questionamentos feitos no 
decorrer do conteúdo.
Pausa para refletir
São perguntas que o instigam a 
refletir sobre algum ponto 
estudado no capítulo.
Contextualizando o cenário
Contextualização do tema que será 
estudado no capítulo, como um 
cenário que o oriente a respeito do 
assunto, relacionando teoria e prática.
Objetivos do capítulo
Indicam o que se espera que você 
aprenda ao final do estudo do 
capítulo, baseados nas necessida-
des de aprendizagem do seu curso.
Proposta de atividade
Sugestão de atividade para que você 
desenvolva sua autonomia e siste-
matize o que aprendeu no capítulo. 
Referências bibliográficas
São todas as fontes utilizadas no 
capítulo, incluindo as fontes mencio-
nadas nos boxes, adequadas 
ao Projeto Pedagógico do curso.
5Direito Empresarial e Tributário
BOXES
Assista 
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações 
complementares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. 
Biografia 
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada 
pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado.
Contexto 
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; 
demonstram a situação histórica, social e cultural do assunto. 
Curiosidade 
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre 
o assunto tratado. 
Dica 
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, 
uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. 
Exemplo 
Informação que retrata de forma obje tiva determinado assunto 
abordando a relação teoria-prática.
Afirmação
Citações e afirmativas pronunciadas por teóricos de relevância 
na área de estudo.
Esclarecimento 
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica 
da área de conhecimento trabalhada. 
7Direito Empresarial e Tributário
SUMÁRIO
Apresentação 15
A Autoria 16
CAPÍTULO 1
Introdução ao Direito e à Teoria Geral do Estado 21
Contextualizando o Cenário 22
1.1. Direito para quê e para quem? 23
1.1.1. O que é Direito? 23
1.1.2. Desde quando? 26
1.1.3. Será que precisamos mesmo disso? 28
1.2. O homem como ser social 29
1.2.1. A origem da sociedade e o “Contrato Social” 30
1.2.2. O homem em Estado de Natureza 31
1.2.3. Thomas Hobbes e o Leviatã 32
1.2.4. Locke, Rousseau e o Estado de Natureza 33
1.3. A Instituição do Estado: paz e segurança para os cidadãos 35
1.3.1. Conceito de Estado: origem e formação 35
1.3.2. Evolução histórica do Estado 37
1.4. O Estado e seu Poder 37
1.4.1. Finalidade e funções do Estado 38
1.4.2. O Poder do Estado 38
1.4.3. Soberania, território e povo 38
Proposta de Atividade 39
Recapitulando 39
Referências 41
CAPÍTULO 2
Estado, Direito e os poderes de um governo 43
Contextualizando o cenário 44
2.1. Estado e Direito 45
2.1.1. A personalidade jurídica do Estado 45
2.1.2. Estado, Direito e Política 47
Pausa para refletir 49
2.1.3. Estado e Nação 49
2.1.4. Mudanças do Estado por reforma e revolução 50
Pausa para Refletir 51
2.2. Estado e Governo 51
2.2.1. Estado Moderno e Democracia 51
2.2.2. Democracia Direta e Representativa 52
2.2.3. Representação Política e o Sufrágio 53
2.2.4. Sistemas Partidários e Democracia 54
2.3. O Estado Constitucional 54
2.3.1. Constitucionalismo: origens e características 55
2.3.2. As Declarações de Direitos e as normas de Direitos Humanos 57
2.3.3. Separação de Poderes 58
2.3.4. Objetivo da separação de Poderes 59
2.4. Estado, Direito e Governo: uma relação intrínseca 59
2.4.1. Formas de governo e regime político 60
2.4.2. Monarquia e República 60
2.4.3. Parlamentarismo e Presidencialismo 61
2.4.4. Federalismo 61
Proposta de Atividade 62
Recapitulando 63
Referências 64
CAPÍTULO 3
Direito Constitucional: 
a espinha dorsal do sistema jurídico 67
Contextualizando o cenário 68
3.1. Direito Constitucional e a organização do Estado brasileiro 69
3.1.1. Conceito, estrutura e função do Direito Constitucional 69
3.1.2. A supremacia da Constituição 70
9Direito Empresarial e Tributário
3.1.3. História das Constituições brasileiras 72
3.1.4. A Constituição de 1988 74
3.2. O Poder Constituinte 75
3.2.1. Conceito de Poder Constituinte 75
3.2.2. Poder Constituinte Originário e Derivado 76
3.2.3. Reforma e Emenda da Constituição 77
3.2.4. Cláusulas Pétreas 78
3.3. Princípios Constitucionais e a Constituição de 1988 79
3.3.1. Princípios Constitucionais 79
3.3.2. Constituição e os Direitos Fundamentais 80
3.3.3. A livre iniciativa como Direito Fundamental 81
3.3.4. A defesa da ordem econômica, da concorrência e da gestão 82
3.4. Direitos e Garantias Fundamentais 82
3.4.1. A supremacia do artigo 5º 83
3.4.2. Nossos Direitos Fundamentais 84
Proposta de Atividade 85
Recapitulando 85
Referências 87
CAPÍTULO 4
Direito Civil: disciplinando 
as relações entre os particulares 89
Contextualizando o cenário 90
4.1. Introdução ao Direito Civil 91
4.1.1. O queé o Direito Civil 91
4.1.2. A lei de Introdução ao Código Civil 91
4.1.3. O Código Civil de 2002 93
4.2. A pessoa natural no Direito Civil 94
4.2.1. Personalidade Civil: início e fim 94
4.2.2. A incapacidade e suas restrições 95
4.2.3. Direitos da Personalidade 97
4.2.4. Domicílio e residência 98
4.3. Os bens para o Direito Civil 99
4.3.1. Conceito de bens e de patrimônio 99
4.3.2. Classificação dos bens 100
4.3.3. Bens públicos e bens privados 101
4.3.4. Responsabilidade civil 102
4.4. O negócio jurídico e o Direito Civil 103
4.4.1. Negócio Jurídico 104
4.4.2. Contratos como instrumento do negócio 104
4.4.3. Obrigações e seus tipos 105
Proposta de Atividade 107
Recapitulando 107
Referências 108
CAPÍTULO 5
O Direito Empresarial como um guia de atuação 
no mundo dos negócios 109
Contextualizando o cenário 110
5.1. Direito Empresarial e a atividade econômica 111
5.1.1. Empresa e estabelecimento 111
5.1.2. O empresário, a empresa e o estabelecimento: uma distinção necessária 113
5.1.3. As sociedades empresárias 114
5.1.4. A personificação das empresas e o contrato social 115
5.2. Tipos de sociedade/tipos societários no Direito Empresarial 116
5.2.1. Sociedade Limitada 117
5.2.2. Sociedade Anônima 117
5.2.3. Micro Empreendedor Individual 119
5.2.4. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) 120
5.3. O fim e a ruptura societária 121
5.3.1. Rompimento do vínculo societário 121
5.3.2. Exclusão de sócios 122
5.3.3. Falecimento de sócios 123
5.3.4. Dissolução e liquidação da sociedade 124
5.4. Tópicos avançados de Direito Empresarial 126
5.4.1. Títulos de crédito 126
5.4.2. Nome empresarial e razão social 127
5.4.3. Recuperação judicial e falência 128
5.4.4. Propriedade Industrial 129
Proposta de Atividade 130
Recapitulando 130
Referências 132
11Direito Empresarial e Tributário
CAPÍTULO 6
Direito do Trabalho: 
as empresas são feitas de pessoas 133
Contextualizando o cenário 134
6.1. Introdução ao Direito do Trabalho 135
6.1.1. Conceito e evolução histórica do Direito do Trabalho 135
6.1.2. Direito Individual do Trabalho 136
6.1.3. Direito Coletivo do Trabalho 137
6.1.4. Negociações coletivas e as fontes do Direito do Trabalho 137
6.2. Trabalho e emprego: contratos e relações 139
6.2.1. Relação de emprego e Relação de trabalho 140
6.2.2. Empregado: Trabalhador Autônomo, Eventual e Temporário 141
6.2.3. Princípios da Relação Trabalhista 142
6.2.4. Estágio e Jovem Aprendiz 143
6.3. Duração do trabalho e Remuneração 146
6.3.1. Jornada de Trabalho 146
6.3.2. Elementos da remuneração 148
6.3.3. Adicionais, Gratificações e Comissões 149
6.3.4. Férias, décimo terceiro e pagamentos 151
6.4. Extinção do Contrato de Trabalho 152
6.4.1. Extinção sem justa causa 153
6.4.2. Extinção com justa causa 153
6.4.3. Aviso prévio e rescisão indireta 154
6.4.4. Verbas Rescisórias, quitação e homologação 154
Proposta de Atividade 155
Recapitulando 155
Referências 156
CAPÍTULO 7
O Direito Tributário e o custeio das atividades estatais 159
Contextualizando o cenário 160
7.1. Direito Tributário e o custeio das atividades estatais 161
7.1.1. Direito Tributário e a definição de tributo 161
7.1.2. Impostos, taxas e contribuições de melhoria 163
7.1.3. Princípios Constitucionais Tributários 164
Direito Empresarial e Tributário12
7.2. Competência e obrigação tributária 165
7.2.1. Competência Tributária Federal 166
7.2.2. Competência Tributária Estadual e Municipal 167
7.2.3. A obrigação Tributária e seus sujeitos 168
7.2.4. Hipóteses de incidência e fato gerador 170
7.3. O Crédito Tributário e sua constituição 171
7.3.1. Definição de crédito tributário 171
7.3.2. Lançamento tributário 172
7.3.3. Tipos e modalidades de lançamento 172
7.3.4. Efeitos do lançamento e revisão 174
7.4. Suspensão e Extinção do crédito tributário 175
7.4.1. Suspensão do crédito tributário 176
7.4.2. Extinção do crédito tributário 177
7.4.3. Dívida ativa 178
7.4.4. Execução fiscal 179
Proposta de Atividade 179
Recapitulando 180
Referências 181
CAPÍTULO 8
Direito do consumidor e as relações de consumo 183
Contextualizando o cenário 184
8.1. A proteção do consumidor 185
8.1.1. Conceito e histórico do Direito do Consumidor 185
8.1.2. Princípios do Direito do Consumidor 186
8.1.3. Relação de consumo: quem é ou pode ser consumidor? 187
8.1.4. Responsabilidade civil do fornecedor, 
fabricante e comerciante 188
8.2. As atividades empresariais e o Direito do Consumidor 191
8.2.1. Serviços públicos 191
8.2.2. Atividade bancária 192
8.2.3. Atividade securitária 192
8.2.4. Setor aéreo e imobiliário 193
8.3. Política nacional das relações de consumo 194
8.3.1. Qualidade dos produtos e serviços 194
8.3.2. Práticas comerciais abusivas 196
8.3.3. Oferta e publicidade 198
8.3.4. Cobrança de dívidas 199
13Direito Empresarial e Tributário
8.4. Proteção contratual do consumidor 200
8.4.1. Contratos de adesão 201
8.4.2. Cláusulas abusivas 201
8.4.3. Bancos de dados e cadastros dos consumidores 203
Proposta de Atividade 203
Recapitulando 204
Referências 205
15Direito Empresarial e Tributário
Esta é uma disciplina de grande relevância para a formação do aluno, uma vez que 
o estudante encontrará noções a respeito da introdução à ciência do Direito e suas reper-
cussões no âmbito das empresas. Serão abordadas também as legislações básicas das 
mais notáveis áreas do Direito tais como Direito Constitucional, Direito Civil, Direito do 
Consumidor, Direito Empresarial, Direito Tributário e Direito do Trabalho, bem como suas 
consequências mais significativas para a realização e desenvolvimento das atividades 
empresariais. 
Serão apresentadas ao aluno todas as espécies de sociedades empresariais previs-
tas no Código Civil Brasileiro, assim como os conceitos, as características, os requisitos, as 
principais diferenças e o processo de início e término de uma sociedade empresarial. 
O estudo dessa disciplina é de suma importância para a formação integral de um 
Administrador. Por meio desse aprendizado, o aluno poderá compreender a importância e a 
necessidade de uma empresa atuar em conformidade com o ordenamento jurídico vigente. 
APRESENTAÇÃO
Direito Empresarial e Tributário16
A AUTORIA
O Professor Goddman Andrade Santos Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande 
do Sul (UFRGS); Especialista em Direito Internacional Público e Privado pela UFRG; Gra-
duado em Direito pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT); Foi bolsista CAPES 
(2016-2017). Advogado atuante nas áreas trabalhistas e cível, Professor convidado dos pro-
gramas de Pós-graduação em Faculdades do Estado do Rio Grande do Sul. Pesquisador do 
grupo de pesquisa Direito e Fraternidade (Grupo cadastrado no CNPq).
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/1048345677886210>
O presente trabalho é dedicado aos 
meus pais, que sempre foram e são a 
base da minha vida. Aos meus irmãos 
que me ensinaram e me ensinam o 
significado do amor verdadeiro.
17Direito Empresarial e Tributário
A professora Laura Spyer Prates é mestre em Direito Administrativo pela Faculdade de 
Direito da Universidade de Lisboa (2014). É especialista em Administração Pública, Planeja-
mento e Gestão Governamental pela Fundação João Pinheiro (2018), em Direito Administra-
tivo pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (2012) e em Direito Previdenciário 
pelo CEAJUFE/IEJA (2010). É graduada em Direito pela FUMEC (2008).
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/0827630860330291>
Dedico este trabalho a minha família 
e ao Guilherme, meus reais escudeiros! 
Dedico, ainda, aos meus amigos, 
sempre compreensíveis com as minhas 
ausências! Dedico, com especial 
apreço, ao Dr. José Nilo, minha 
inspiração acadêmica! 
A AUTORIA
Direito Empresarial e Tributário18
A AUTORIA
A Professora Maria Flávia de Freitas Ferreira é bacharel pela Faculdade de Direito Mil-
ton Campos (2013); fez pós-graduação em Família e Sucessões pela Faculdade de Direito 
Padre Arnaldo Janssen, em 2015; é mestre em Direito Empresarial na Ordem EconômicaBra-
sileira e Internacional pela Faculdade de Direito Milton Campos, em 2017. 
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/7475809062408873>
Dedico este trabalho a Jesus de Nazaré 
que é o caminho, a verdade e a vida; 
ao meu marido, meu companheiro 
de vida; aos meus amados pais, pelo 
amor incondicional; e à minha querida 
irmã, minha melhor amiga.
19Direito Empresarial e Tributário
A Professora Priscila Prux é Mestre em Direito pela Faculdade Meridional - IMED (2016). 
É especialista em Direito Pública pela Universidade de Caxias do Sul (2014). Graduada em 
Direito pela Universidade de Passo Fundo (2012). É advogada atuante nas áreas de Direito 
Civil, Direito Processual Civil, entre outras.
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/9346001083269157>
À minha família pelo apoio e incentivo 
diário. E aos meus queridos alunos, que 
são a razão da minha constante busca 
pelo conhecimento e capacitação. 
A AUTORIA
21Direito Empresarial e Tributário
OBJETIVOS DO CAPÍTULO
• Compreender a razão de ser do Direito, o que o torna necessário.
• Demonstrar desde quando o Direito existe, relembrando importantes autores con-
tratualistas que comentam sobre o Estado de Natureza. 
• Explicar a organização da sociedade e dos Estados.
CAPÍTULO 1
Introdução ao Direito e à Teoria Geral do Estado 
Maria Flávia de Freitas Ferreira
TÓPICOS DE ESTUDO
1 Direito para quê e para quem? 3
A Instituição do Estado: paz e 
segurança para os cidadãos 
• O que é Direito?
• Desde quando?
• Será que precisamos mesmo disso?
• Conceito de Estado: origem e 
formação.
• Evolução histórica do Estado.
• Elementos essenciais do Estado.
2 O Homem como ser social 4 O Estado e seu Poder
• A origem da sociedade e o “Contrato 
Social”.
• O homem em Estado de Natureza.
• Thomas Hobbes e o Leviatã.
• Locke, Rousseau e o Estado da 
Natureza.
• Finalidade e funções do Estado.
• O Poder do Estado.
• Soberania, território e povo.
Direito Empresarial e Tributário22
Contextualizando o Cenário 
Desde os primórdios da evolução do homem, os indivíduos viviam em grupo e, ao longo dos 
séculos, os sujeitos perceberam a necessidade de organizar a vida em sociedade. 
Com o desenvolvimento dos indivíduos e da vida em sociedade e com o crescimento de sua 
complexidade, as noções de Estado começaram a surgir e, com isso, foi imprescindível a cria-
ção de normas que regulassem as condutas dos sujeitos. 
Diante desse cenário, surge uma questão importante: o que levou os indivíduos a cria-
rem normas para regular suas atividades? 
23Direito Empresarial e Tributário
1.1. Direito para quê e para quem? 
Neste tópico será apresentada a ideia de Direito, ou seja, sua origem, seus significa-
dos e suas funções, bem como quem é o destinatário do Direito, ou seja, para quais indiví-
duos o Direito é proposto. 
A partir desses conhecimentos iniciais, o aluno poderá compreender as noções bási-
cas de Direito e Estado que contribuirão para a formação do seu entendimento acerca do 
ordenamento jurídico brasileiro. 
Com isso, destaca-se o conceito de Direito, o histórico dessa ciência, a necessidade 
do Direito em nossas vidas, dentre outras questões que estão inseridas na introdução ao 
estudo do Direito. 
1.1.1. O que é Direito?
Primeiramente, é importante destacar que a palavra “Direito” é polissêmica, ou seja, é 
uma palavra que reúne vários significados. Assim, é necessário apresentar os possíveis signi-
ficados desta palavra, para que, posteriormente, a definição de “Direito” seja apresentada.
Norma ou conj. de normas:
direito posto (pelo governo); Leis. 
Faculdade: direito Subjetivo.
Justiça: estar em conformidade
com o direito.
Ciência: conjunto ordenado do
saber (norma, faculdade, justiça...). 
Direito
Inicialmente, pode-se dizer que o Direito é um conjunto de normas, regras e prin-
cípios que orientam preventivamente e punitivamente os indivíduos que vivem em socie-
dade. Dessa forma o Direito indica os direitos e os deveres dos sujeitos. 
Dica
Para entender melhor a distinção entre regras e princípios leia o artigo “A distin-
ção entre regras e princípios segundo Robert Alexy” (AMORIM, 2012).
©
 D
TC
O
M
Direito Empresarial e Tributário24
Assim, é importante destacar a afirmação do renomado autor Celso Antônio Ban-
deira de Mello: 
O Direito é um conjunto de normas – princípios e regras -, dotadas de coercibilidade, que dis-
ciplina a vida social. Conquanto uno, o direito se bifurca em dois grandes ramos, submetidos a 
técnicas jurídicas distintas: o Direito Público e o Direito Privado. Este último se ocupa dos inte-
resses privados, regulando relações entre particulares. É então, governado pela autonomia da 
vontade, de tal sorte que nele vige o princípio fundamental de que as partes elegem as finali-
dades que desejam alcançar, prepõem-se (ou não) a isto conforme desejem e servem-se para 
tanto dos meios que elejam ao seu alvedrio, contanto que tais finalidades ou meios não sejam 
proibidos pelo Direito. Inversamente, o Direito Público se ocupa de interesses da Sociedade 
como um todo, interesses públicos cujo atendimento não é problema pessoal de quem os 
esteja a curar, mas um dever jurídico inescusável. Assim não há espaço para a autonomia da 
vontade, que é substituída pela ideia de função, de dever de atendimento do interesse público 
(MELLO, 2011, p. 27, grifos do autor). 
A figura a seguir é meramente ilustrativa e não contém todos os ramos autônomos 
do direito. Podemos observar nela que há uma divisão principal, ou melhor, uma ramifica-
ção entre o Direito Público e o Privado. Também temos ramos intermediários, quais sejam, 
direitos difusos, direitos coletivos e direitos individuais homogêneos. 
Direito
(Classificação
Dicotômica) 
Direito público 
Direito
constitucional 
Direito penal 
Direito
administrativo 
Direito
processual
Direitos difusos
ou mistos
Direito do
consumidor
Direito do
trabalho
Direito privado 
Direito civil 
Direito
empresarial
©
 D
TC
O
M
25Direito Empresarial e Tributário
Os Direito Difusos são classificados como aqueles onde a definição da coletividade não 
é possível, ou seja, não há vínculo jurídico entre a coletividade e o autor da lesão. Entende-se 
por Direito Coletivo aquele interesse caracterizado pela definição dos membros da coletivi-
dade, isto é, existe vínculo jurídico entre o autor da lesão e os indivíduos pertencentes à cole-
tividade. Já os Direitos Individuais Homogêneos são divisíveis e podem ser individualizados, 
sendo caracterizados como aqueles interesses em que não há múltiplos titulares. 
Visando esclarecer os conceitos apresentados, destaca-se o disposto no art. 81 do 
Código de Defesa do Consumidor:
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser 
exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os tran-
sindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e 
ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os 
transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe 
de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de 
origem comum (BRASIL, 1990). 
Ressalta-se que o Direito é um dos 
agentes que contribuem significativamente 
para a estabilidade social, pois regula e 
orienta as atividades do cotidiano dos indiví-
duos. Segundo Miguel Reale, o Direito pode 
ser considerado como a ordenação ética 
coercível, heterônoma e bilateral que advêm 
das relações sociais humanas, visando o bem 
comum. No entanto, sua definição, apre-
senta o conjunto das características gerais e 
distintivas das normas éticas (REALE, 2002). 
Acimadas condutas dos indivíduos está o Direito e, consequentemente, o Estado que 
intervém, direta e/ou indiretamente, na vida dos sujeitos, seja nas questões que envolvem 
o Direito Público ou o Direito Privado. 
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Direito Empresarial e Tributário26
Pausa para Refletir
O que significa sociedade? 
1.1.2. Desde quando?
O objetivo deste tópico é proporcionar 
aos alunos um conhecimento básico sobre a 
História do Direito. 
A Idade Medieval pode ser considerada 
como uma fase na qual surgem grandes ques-
tionamentos com relação ao Direito. Por isso 
mesmo, este período é de grande valia para a 
construção do Direito moderno. Nesse sentido, 
o autor Paolo Grossi acredita que o Direito medieval alimenta uma infinidade de ordena-
ções nas quais a lei, antes mesmo de ser norma, é ordem social espontânea, que vem de uma 
sociedade que tutela os litígios cotidianos e constrói sua própria autonomia (GROSSI,1996). 
É possível perceber que o Direito medieval é fundamentado na descentralização polí-
tica, na disputa de poder entre grupos distintos e no relativismo. Toda essa descentrali-
zação ocorre em função da expansão do território do Império Romano que, diante de sua 
vasta extensão territorial, precisou flexibilizar sua governança centralizada.
Esse fator, conjugado com a crise econômica romana e a desestruturação militar, cor-
roboraram para a queda do Império Romano que, por conseguinte, contribuiu para a ascen-
são da configuração política que daria origem à sociedade medieval. 
Os Bárbaros, também chamados de Germânicos, não tinham uma organização territo-
rial ou política, tampouco tinham desenvolvido a escrita. Eles se organizavam socialmente por 
meio das famílias e, em especial, pela autoridade paterna. É possível observar que havia regras 
jurídicas respaldadas na moral e no costume, ou seja, cada “tribo” tinha sua própria tradição. 
Também observou-se que os Bárbaros ou Germânicos, povos dominantes num pri-
meiro momento do período medieval, não impunham seus costumes sobre outras tribos, 
essa característica contribuiu para que o Direito Romano sobrevivesse. 
Para o autor Franz Wieacker, em virtude de uma abertura espiritual característica dos 
povos Germânicos, estes absorveram valores, conceitos e instituições do Direito Romano, 
isto é, absorveram a escrita latina, a língua romana, a crença católica, dentre outros costu-
mes. Ainda segundo o autor, os Bárbaros adotaram as concepções dos romanos de direito 
público (WIACKER, 1967). 
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27Direito Empresarial e Tributário
Neste período medieval a agricultura se estrutura de forma presente, ganhando força 
e aumentando a produtividade, o que leva a um aumento demográfico contínuo. A estru-
tura social formatada em feudos é regida pelo Poder Eclesiástico, legitimando assim as 
monarquias que se instauram pela Europa.
O cenário que se instaura, em especial na perspectiva jurídica, é de uma sociedade 
com um alto nível de desigualdade, com liberdades restritas (aqueles que não fizessem 
parte do clero ou da nobreza serviam a estes), em sua maioria regida por uma ética aristo-
télica e tomista, com bases jurídicas em um Direito eclesiástico, o que acarretava em uma 
alta insegurança jurídica. 
Importante lembrar que o Direito eclesiástico era baseado na doutrina cristã cató-
lica, sendo a igreja a responsável pela edição de doutrinas e cânones que por diversas vezes 
avançavam no campo jurídico. Já a ética aristotélica afirma que o homem possuía um fim a 
ser alcançado, a felicidade, que de forma racional serve de base para a ética tomista, que 
conciliava a razão com a teologia, como se essa fosse a ciência suprema, devendo ser legiti-
mada pelo próprio direito eclesiástico ou mesmo pela filosofia.
Todas essas características conjugadas levaram à eclosão da primeira grande revolu-
ção do século XVII, a Revolução Inglesa, percussora das revoluções Francesas e Americana, 
ambas ocorrida no século XVIII. 
A Revolução Francesa propõe a tripartição do Poder, dividindo o Estado em Poder 
Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário, essa proposta é importante, pois configura 
toda a nova fase histórica que decorre, a Idade Moderna. A partir de então não se permite 
mais a confusão entre esses mesmos poderes em uma única figura. A Revolução Francesa 
também defende os valores da Liberdade e Igualdade, que são incorporados no sistema 
jurídico como princípios e normas.
A Revolução Americana, por sua vez, inicia o regime de governo republicano, além de 
apresentar a primeira declaração reivindicatória dos direitos individuais, com a Declaração 
de Independência Americana, que defende a legitimidade de sua revolução contra os pode-
res britânicos.
Esses fatores históricos culminaram na Idade Moderna, consolidando o positivismo 
jurídico por meio do codicismo da Civil Law, e da prática consuetudinária da Common Law. 
Sistemas jurídicos conhecidos e aplicados até os dias atuais no ocidente. Importante desta-
car que o sistema jurídico do Civil Law é um sistema baseado na codificação da norma, ou 
seja, as lei são escritas em códigos, tais como o código civil, o código penal e demais códi-
gos da legislação pátria. Em contraponto, o sistema da Common Law é um sistema que tem 
origem nos costumes locais, ou seja, na prática consuetudinária, suas decisões criam nor-
mas para próximos caso, é o que se chama de precedentes.
Direito Empresarial e Tributário28
Por essas razões, um estudo histórico do Direito precisa estar interligado com outras 
áreas do saber como a sociologia, política, filosofia, etc. para compreender o contexto 
relacionado. 
Curiosidade
A Mesopotâmia é considerada um dos berços da civilização, onde surgiram as 
primeiras cidades por volta do VI milênio a.C. Esse processo foi resultado do estilo de vida 
sedentário da população e da Revolução Agrícola.
Como descrito anteriormente, o Direito surge das relações sociais e para elas se dire-
ciona, sendo resultado da história do homem, que por sua vez é o criado do Direito.
1.1.3. Será que precisamos mesmo disso?
Ao analisar o contexto histórico do Direito, é possível perceber que a vida em socie-
dade contribuiu para a criação de normas que orientem a conduta dos sujeitos, sob pena de 
contribuir para a desordem social e causar insegurança jurídica nos indivíduos. A lógica é 
que, embora as pessoas tenham sua liberdade individual, elas devem observar regras míni-
mas de convivência para não ferir os direitos dos outros. 
Nesse sentido, pode-se afirmar que em qualquer nível da vida em sociedade as regras 
são necessárias para colaborar com a segurança jurídica, protegendo os direitos individuais 
e coletivos dos sujeitos. Destaca-se que as normas que orientam a conduta das pessoas em 
qualquer agrupamento humano podem ser impostas pelo Direito, pela moral, pelos costu-
mes, etc. No entanto, apenas o Direito age punitivamente, isto é, o Direito é capaz de apli-
car sanções aos indivíduos que cometem irregularidades em razão do Poder Coercitivo do 
Estado, também chamado de Poder de Polícia. 
Esclarecimento
Poder de Polícia é “a atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade 
ajustando-as aos interesses coletivos. Refere-se, pois, ao complexo de medidas do Estado 
que delineia a esfera juridicamente tutelada da liberdade e da propriedade dos cidadãos” 
(MELLO, 2011, p. 838). 
29Direito Empresarial e Tributário
Rousseau, em seu livro Contrato Social, afirma que a família pode ser considerada 
como o primeiro modelo de sociedade política, hipótese em que o pai é o chefe e os filhos 
representam o povo. O autor afirma, ainda, que o indivíduo abre mão de parte de sua liber-
dade para que o Estado (pai) tutele em prol da coletividade (demais filhos).
Com isso, é possível observar que, sem a intervenção mínima do Estado para regular 
algumas açõesdos indivíduos em prol da coletividade, é possível imaginarmos que viveríamos 
em um estado de desordem, ou seja, estaríamos vivendo na Lei de Talião. Também chamada de 
lex talionis ou lei do idêntico, a Lei de Talião é baseada na reciprocidade, ou sejam a conduta cri-
minosa era respondida com uma pena de igual proporção física. Exemplo: se um indivíduo fur-
tasse algo, sua mão seria amputada, para que não o fizesse mais, essa prática ganhou a 
máxima de “olho por olho, dente por dente”. Tal norma legitimava os indivíduos a fazerem justiça 
com as próprias mãos, não levando em conta os interesses coletivos. 
Importante destacar que nos valemos do 
Direito constantemente, pois a sociedade está 
em evolução e, muitas vezes, as normas não 
acompanham as mudanças sociais. 
Com isso, podemos concluir, após essas 
breves análises, que o Direito é uma ciência 
importantíssima e essencial para o crescimento 
da sociedade, uma vez que regula os direitos e 
deveres dos cidadãos, promovendo a convivên-
cia em uma sociedade mais harmônica. 
1.2. O homem como ser social 
Partindo da dialética hegeliana, apontada por Maria Inês Chaves de Andrade, pode-se 
concluir que o homem é um ser social (ANDRADE, 2010, p. 22) que está inserido em diver-
sas redes sociais, como por exemplo, a família, os amigos, a comunidade, o trabalho, den-
tre outras redes. A inserção nesses diversos grupos proporciona ao indivíduo a construção 
da sua identidade enquanto ser humano, ou seja, o homem se completa no outro. 
Destaca-se que a interação social é um fator fundamental para o desenvolvimento do 
homem. Segundo Battista Mondin, o homem é um ser social (homo socialis) pois tem a pro-
pensão “para viver junto com os outros e comunicar-se com eles, torná-los participantes 
das próprias experiências e dos próprios desejos, conviver com eles as mesmas emoções e 
os mesmos bens” (MONDIN, 2008, p. 159). 
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Pausa para Refletir
O que vem primeiro, o indivíduo ou a sociedade? Os indivíduos moldam a sociedade ou a 
sociedade molda os indivíduos? 
1.2.1. A origem da sociedade e o “Contrato Social”
Diversos autores e doutrinadores apresentam maneiras de justificar e explicar a ori-
gem da sociedade, com isso, é possível encontrar inúmeras teorias sobre esse tema. No 
entanto, verifica-se a existência de duas principais correntes: a naturalista e a contratualista. 
A corrente Naturalista afirma que há uma necessidade natural do homem de viver 
em sociedade e isso se explica, basicamente, na condição de ser sociável e na dependência 
natural de uns para com os outros. 
Segundo Aristóteles, “O Homem é naturalmente um animal político”. Segundo o filó-
sofo somente um ser superior ao homem poderia viver isoladamente. Ainda de acordo com 
Aristóteles, os animais irracionais vivem em meros agrupamentos, no entanto, o homem, 
por saber o que é justo e injusto, organiza seu agrupamento. Dessa forma, é possível per-
ceber que o viver em sociedade do homem se justifica por meio de uma disposição natural 
para a vida em grupo. 
Segundo a corrente naturalista, o fato do homem conhecer o bem e o mal é uma das jus-
tificativas para o convívio em uma sociedade organizada, no entanto, existe a corrente con-
tratualista que fundamenta-se na vontade humana. Para a corrente contratualista, a vontade 
humana prevalece, ou seja, acredita-se na construção de um contrato de convivência social. 
Apesar de não analisarem especificamente a origem da sociedade, Thomas More e 
Tommaso Campanella foram autores que contribuíram significativamente para a constru-
ção da consciência do que seria bom e viável para o desenvolvimento de uma sociedade, 
tendo em vista suas ideias de que a vida social está subordinada à vontade e à razão. 
É nesta direção que a conjugação das correntes apresentadas avança. Se por um 
lado a vida social está condicionada à vontade, é decorrência lógica que seja naturalmente 
celebrado um contrato entre os indivíduos que pactuam o bem estar social por meio da 
convivência harmônica, ou seja, da sociedade. Por outro lado, a consciência racional da 
existência de uma conduta boa e uma conduta má acarreta a decisão racional de convívio 
para proteção mútua e perpetuação da espécie. Portanto, pode-se afirmar que o homem 
em seu estado natural é um ser que tende a viver em sociedade.
31Direito Empresarial e Tributário
1.2.2. O homem em Estado de Natureza
Os principais nomes da corrente contratualista, como 
Thomas Hobbes, John Locke e Jean Jacques Rousseau, 
acreditavam que antes da criação do Estado os indivíduos 
viviam em Estado de Natureza. Segundo Thomas Hobbes, 
o Estado de Natureza era um estado de isonomia orgânica 
entre os seres humanos. 
No entanto, os indivíduos, seja para se impor ou se 
defender, entrariam em uma circunstância generalizada 
de guerra, pois não havia regras de convívio social e, 
consequentemente, um Estado. Afirma Hobbes que, 
nessas condições, “só pertence a cada homem aquilo 
que ele é capaz de conseguir, e apenas enquanto for 
capaz de conservá-lo” (HOBBES, 1999, p. 110).
Ainda para o referido autor, o conflito é algo inerente 
à natureza humana e o mesmo seria controlado somente 
pelo contrato de convívio social entre os indivíduos e, con-
sequentemente, com o surgimento do Estado. Já John 
Locke acreditava que o Estado de Natureza não se confunde 
com o “estado de guerra” de Hobbes. Para Locke, o Estado 
de Natureza ou estágio pré-social era uma situação pacífica 
reconhecida pela liberdade e igualdade entre os homens 
que já usufruíam da propriedade privada, um dos direitos 
naturais dos indivíduos. 
As dificuldades do Estado de Natureza, ou seja, a 
desordem, a ausência de um interesse coletivo, o indivi-
dualismo exacerbado e a imputação da vontade do mais 
forte sobre o mais fraco são fatores que contribuíram 
para a pactuação do contrato social, que buscava garantir 
os direitos fundamentais dos sujeitos, como por exemplo, 
o direito acerca da propriedade e a proteção da sociedade 
tanto interna quanto externamente. 
Já para Rousseau, o homem nasce livre, mas encontra 
diversos contratempos ao exercício de sua liberdade natural. 
O referido autor afirmava que a propriedade privada é um 
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Direito Empresarial e Tributário32
dos pontos primordiais para a deterioração do Estado de Natureza, o que levou os sujeitos à 
construção de um pacto social que visava estabelecer a liberdade civil.
A partir dos conceitos apresentados, é possível perceber que em Estado de Natureza 
os indivíduos podem agir como bem entenderem, tendo em vista que, nesse estágio não há 
Estado ou outro tipo de poder que possa impor normas ou regras de convívio. 
1.2.3. Thomas Hobbes e o Leviatã 
Considera-se que a corrente contratualista nasceu em 1651 com a publicação de 
O Leviatã, de Thomas Hobbes. Segundo Hobbes, inicialmente, o homem vive em Estado 
Natural. Isso se dava, por exemplo, nos primórdios da civilização humana e também 
quando o homem vive em desordem. Ou seja, as ações dos indivíduos não são reprimidas 
por instituições ou pela própria razão do homem. 
Pausa para Refletir
O que é a razão do Homem? Como a razão pode limitar ou restringir as ações do homem? 
Segundo o autor, os indivíduos podem ser perigosos quando estão em Estado Natu-
reza, pois são egoístas e tendem a agredir quem estiver a sua volta. Para que os indivíduos 
possam conviver em harmonia Hobbes propõe o “contrato social”. 
Com o objetivo de superar o Estado Natural e lembrando que, apesar de sua natureza 
egoísta, o homem tem a consciência dos caminhos para uma vida harmoniosa, Hobbes cria 
duasleis para a teoria do contrato social, quais sejam: cada indivíduo deve se esforçar para 
alcançar a paz, no entanto, quando não puder tê-la, pode valer-se da guerra para obtê-la; 
cada homem deve renunciar seu direito natural à liberdade absoluta em favor da segurança 
de todos os demais, assim o Estado assume o papel de detentor dessas liberdades aliena-
das para garantir segurança e regular comportamentos ao final.
A partir dessas leis, os indivíduos celebram um contrato de transferência de direitos 
recíprocos. Ressalta-se que a transferência de direitos é realizada entre o sujeito e o Estado. 
Observa-se que, nessa transferência de direitos, o homem em Estado Natural renuncia sua 
liberdade e direitos absolutos, isto é, seu estado primitivo, e, em razão do contrato, assume 
compromissos, deveres e direitos individuais e coletivos. Para Hobbes, estar sujeito a um 
mau governo é melhor do que permanecer em Estado de Natureza, pois somente com a cria-
ção do Estado os indivíduos estariam livres das condições precárias em que viviam.
33Direito Empresarial e Tributário
Ainda na obra O Leviatã, o autor defende a soberania dos governantes, pois consi-
derava que a vontade do soberano ou governante representava a vontade do povo e, por-
tanto, o cumprimento das leis. 
Com o estudo da obra, é possível perceber que Hobbes defendia um Estado absoluto. 
O autor define que o Estado, ou melhor, deve ser capaz de defender a todos, garantindo-
-lhes a paz e a segurança, como um deus mortal. Assim, o autor considera que o objetivo 
do Estado é o bem comum, no qual o poder de seu representante é absoluto, ou seja, o 
poder é uno e indivisível. 
Hobbes aponta a divisão do poder soberano como sendo a maior doença que um 
Estado pode enfrentar. O autor considera, ainda, que a soberania é a alma do Leviatã: 
o soberano é a alma pública, que dá vida e movimento ao Estado, a qual expirando, os mem-
bros deixam de ser governados por ela tal como a carcaça do homem quando se separa de 
sua alma (ainda que imortal) (HOBBES, 1651, p. 112). 
Para o filósofo, a garantia da paz e da proteção aos indivíduos não é possível caso o 
Estado seja dissolvido. Nesse caso, os homens voltariam a ter liberdade plena, mas pre-
cisariam se proteger individualmente. Salienta-se que as ideias de Hobbes permaneceram 
ilibadas até meados do século XVII, quando começam a surgir novos ideais conduzidos, 
principalmente, por John Locke. 
1.2.4. Locke, Rousseau e o Estado de Natureza 
No decorrer da história da humanidade, a liberdade tem sido tema de muitas discus-
sões doutrinárias. John Locke, por exemplo, defendia que o homem em Estado de Natu-
reza é livre, e que a lei da natureza era seu regime de conduta. Entretanto, visando um bem 
coletivo, os indivíduos renunciaram a essa liberdade. 
Para o autor, a renúncia à liberdade plena ocorre em virtude da constante ameaça 
que o homem natural sofre pois, embora seja livre e dono de suas posses, outros homens 
também são livres e podem se tornar ameaças. 
Locke descreve o Estado de Natureza como o lugar em que não há governo que 
exerça qualquer poder sobre os indivíduos, isto é, não há lei reconhecida por todos que 
sirva de parâmetro. Segundo o filósofo: 
Direito Empresarial e Tributário34
para que todos os homens sejam impedidos de invadir direitos alheios e de preju-
dicar uns aos outros, e para que seja observada a lei da natureza, que quer a paz e a 
conservação de toda a humanidade, a responsabilidade pela execução da lei da natu-
reza é, nesse estado, depositada nas mãos de cada homem, pelo que cada um tem o 
direito de punir os transgressores da dita lei em grau que impeça sua violação. Pois a 
lei da natureza seria vã, como todas as demais leis que dizem respeito ao homem neste 
mundo, se não houvesse alguém que tivesse, no estado de natureza, um poder para 
executar essa lei e, com isso, preservar os inocentes e conter os transgressores. E se 
qualquer um no estado de natureza pode punir a outrem, por qualquer mal que tenha 
cometido, todos o podem fazer, pois, nesse estado de perfeita igualdade, no qual 
naturalmente não existe superioridade ou jurisdição de um sobre outro, aquilo que 
qualquer um pode fazer em prossecução dessa lei todos devem necessariamente ter o 
direito de fazer (LOCKE, 1651, p. 385-386). 
Considera-se que o Estado de Liberdade ou Estado de Natureza pode ter algumas regras 
para regulamentar as condutas dos indivíduos. Locke considerava leis da natureza aquelas que 
definem que ninguém pode lesar a outros em suas vidas, saúde, liberdade e bens. 
Entretanto, apesar dos sujeitos compreenderem naturalmente essas normas, eles 
possuem valores subjetivos que interferem em suas ações, o que apresenta uma dificul-
dade considerável para a manutenção da harmonia social. Ressalta-se que, sendo o sujeito 
julgador e executor das leis, ele poderá utilizá-las de forma imparcial e injusta. 
Com o objetivo de sanar a instabilidade presente no Estado de Natureza, os sujeitos 
criam uma sociedade organizada politicamente por meio do pacto social, que apresenta 
as respostas e soluções para as lacunas presentes no Estado Natural. Destaca-se que John 
Locke denomina essa sociedade politicamente organizada de governo civil. 
Já o filosofo Jean Jacques Rousseau parte da noção que o indivíduo nasce livre e, dessa 
forma, deve preservar, ao máximo, essa faculdade natural. Segundo Rousseau, a instituição 
da sociedade prejudica a liberdade natural dos homens. Dessa forma, a sociedade deve pre-
servar a liberdade dos indivíduos, ou seja, proteger o sujeito na coletividade, sem cercear 
totalmente sua liberdade. Importante destacar, nesse sentido que, apesar de acreditar que 
a sociedade existe a partir de um contrato social, Rousseau não acreditava no absolutismo. 
Para Rousseau, não se trata de abandonar a liberdade da natureza em nome da civi-
lização, mas sim de construir uma adequação à liberdade do Estado Natural. Rousseau 
acreditava que o contrato social veio para estabelecer as regras e contribuir para o for-
talecimento do homem natural. Nesse sentido, o governo (Estado) zela pelos indivíduos. 
Da mesma forma, a soberania não é do governante ou do governo, mas sim do povo, que 
passa seus direitos para que o governo preserve os princípios de liberdade e igualdade. 
35Direito Empresarial e Tributário
Com a capacidade que o Homem possui de aper-
feiçoar-se, por meio do poder do raciocínio e da inteli-
gência, e com o desenvolvimento das sociedades mais 
complexas, surge a necessidade de instituições mais 
elaboradas. 
A seguir, veremos um pouco da história do con-
ceito de Estado, começando pelas estruturas sociais 
mais simples, das tribos mais primitivas, por exem-
plo, passando pelas cidades-estado, feudos, reinos, 
até a estrutura social moderna. Todas essas fases foram marcadas por convulsões sociais 
e mudanças culturais. Analisá-las é essencial para que possamos compreender melhor o 
estágio atual social e político. 
1.3. A Instituição do Estado: paz e segurança para os cidadãos
A organização dos indivíduos em sociedade e a criação do Estado foi fundamen-
tal para que os homens pudessem concentrar seus esforços em promover a paz e a segu-
rança, ameaçadas no Estado Natural. A partir desses conhecimentos importantes acerca 
do Estado, o aluno poderá compreender as noções precípuas de Estado, o que cooperará 
para a formação do seu entendimento acerca do ordenamento jurídico brasileiro. 
Com isso, destaca-se o conceito, a origem, a formação, o histórico, bem como os ele-
mentos do Estado, dentre outras questões, que estão inseridas na instituição do Estado. 
Estado, advém do latim status que, gramaticalmente, significa modo de estar, situação e 
condição. Compreender o significado da palavra Estado facilita o entendimento apresen-
tado pelos doutrinadores. 
1.3.1. Conceito de Estado: origem e formação 
Inicialmente, cabe apresentar o conceito da palavra “Estado”. Na AntiguidadeRomana, a palavra estado, ou melhor, status, expressava uma condição ou situação de uma 
pessoa ou coisa. Já na Idade Média, estado era considerado o corpo social hierárquico, isto 
é, o clero, a nobreza e o povo. Foi Maquiavel, em 1513, que utilizou o termo “Estado” com o 
significado de unidade política. 
Três elementos importantes contribuíram para a construção do conceito de Estado: o 
povo, o território e o poder político. Estes elementos serão apresentados no decorrer deste 
tópico. 
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Darcy Azambuja entende por Estado “a organização político-jurídica de uma socie-
dade para realizar o bem público, com governo e território determinado” (AZAMBUJA, 
1996, p. 27). Já Dalmo de Abreu Dallari o conceitua como “a ordem jurídica soberana que 
tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território.” (DALLARI, 
2001, p. 49). Para Pablo Lucas Verdú, Estado é “a sociedade territorial juridicamente orga-
nizada, com poder soberano que busca o bem estar geral.” (VERDÚ, 1986, p. 48). 
Observa-se que conceituar Estado é algo muito complexo e, por isso, existem diver-
sos conceitos de Estado. Existem diversas teorias sobre o surgimento do Estado, no 
entanto, é possível apresentar as três teorias principais (BOBBIO, 1998). 
1. O Estado e a sociedade existem desde que o Homem surgiu na Terra;
2. O Estado é produto da evolução natural da humanidade e foi precedido por 
outros tipos de sociedade: tribos, clãs, dentre outros;
3. O Estado surgiu após a definição de algumas ideias bem definidas, como por 
exemplo, a soberania. 
Buscando explicar e fundamentar a formação original dos Estados, foram desenvolvi-
das duas teorias:
Afirmação
“O elevado número, até hoje, de teorias explicativas da origem do Estado reco-
menda que se estabeleça uma síntese delas. Bidart Campos divide-as em: a) teorias reli-
giosas; b) teorias da força; c) teorias jurídicas; d) teorias éticas; e) teorias psicológicas 
(CARVALHO, 2008, p. 356).
1. A formação natural, ou seja, o Estado se forma naturalmente, pela evolução das 
formas de sociedade, Aristóteles desenvolveu a ideia de que o desenvolvimento 
natural do homem acarretaria no Estado; 
2. A formação contratual, ou seja, a formação do Estado se deu por um ato de von-
tade dos indivíduos. Conforme apontado anteriormente Hobbes fora o precursor 
dessa teoria, mas a figura proeminente é Jean Jacques Rousseau. 
Na modernidade, aponta-se Edmundo Burke com sua afirmação de que o Estado é um 
fato social, ou seja uma realidade histórica. Essa posição foi defendida e amplamente estu-
dada por teóricos como Savigny e Ihering. A ideia defendida é que o aglomerado de indivíduos 
acarreta necessariamente no surgimento do Estado, em uma explicação simplista da teoria.
37Direito Empresarial e Tributário
O que se pode afirmar com segurança é que, assim como o próprio Estado, o seu con-
ceito também se adapta às realidades históricas, fáticas e aos interesses dos que buscam 
conceituá-lo. Sendo necessário atenção em sua utilização.
1.3.2. Evolução histórica do Estado 
Pode-se apresentar a evolução do Estado da seguinte forma: 
a) Estado Moderno (1453 ou 1492 até 1789): a concentração do poder está nas mãos 
dos governantes. Os teóricos que defendiam o absolutismo eram Nicolau Maquia-
vel, Thomas Hobbes e Jacques Bossuet. 
b) Estado Liberal: com a queda do Estado Absolutista (resultado de eventos his-
tóricos como a Revolução Gloriosa, Iluminismo e a Revolução Francesa), surge o 
Estado Liberal. A igualdade e a liberdade são as bases para o pensamento libe-
ral. Dessa forma, o Estado deveria intervir minimamente nas relações sociais. Sua 
interferência é necessária, no entanto, em apenas alguns setores da vida social. 
Para Adam Smith, é função do Estado apenas promover a segurança interna e 
externa e realizar as obras que os particulares não realizaram. 
c) Estado Socialista: a coletividade, e não o indivíduo, é o interesse do Estado Socialista. 
d) Estado Democrático de Direito: Estado constituído pelo conjunto de normas jurídi-
cas, democraticamente selecionadas. Este estado tem como objetivo incluir todos os 
indivíduos, sem exclusão de sexo, escolaridade, orientação religiosa, dentre outros.
Importante destacar que o Estado Democrático de Direito é uma conquista do 
homem, pois não coaduna com a ordem arbitrária e tendenciosa, objetivando uma socie-
dade melhor, onde haja inclusão e desenvolvimento humano e social. 
1.4. O Estado e seu Poder 
É notório que o Estado é um ente que detém poder. Pode-se considerar que este 
poder é legitimado pelo Direito (salienta-se que poder e Direito não se fundem). 
O Direito aponta as normas que regem e regulamentam as relações, isto é, o Direito 
contribui para uma sociedade organizada. Nesse sentido, observa-se que o governante 
(quem assume o Estado), necessita da sustentação legal para a prevenção e aplicação das 
sanções. No entanto, é preciso compreender que a pessoa que assumir a administração do 
Estado deve ser detentora do poder legítimo, e que este poder precisa ser construído por 
indivíduos legítimos. 
Direito Empresarial e Tributário38
1.4.1. Finalidade e funções do Estado
Segundo Marcelo Rebelo de Souza a função do Estado é “como a atividade desenvol-
vida, no todo ou em parte, por um ou vários órgãos do poder político, de modo duradouro, 
independente de outras atividades, em particular na sua forma, e que visa à prossecução 
dos fins do Estado” (CARVALHO, 2008, p. 159). 
Com relação à finalidade, o Estado é o meio para que a sociedade e os sujeitos, per-
tencentes a um território delimitado, alcancem a ordem, a defesa, o bem-estar e o desen-
volvimento comum. 
No entanto, é possível apresentar como clássicas três funções do Estado: executiva, 
legislativa e jurisdicional. A grosso modo, pode-se dizer que o Poder Legislativo cria as leis; 
o Poder Executivo administra o Estado; e o Poder Judicial interpreta e aplica as leis. 
1.4.2. O Poder do Estado
Inicialmente, cabe analisar o conceito da palavra poder: ela deriva do latim possum, 
que significa ser capaz de, agir, mandar, deliberar e, dentro da matéria em questão, tem o 
sentido de exercer autoridade, soberania. 
Observa-se que, em qualquer forma de sociedade, existe a presença de uma ordem 
jurídica ou de um poder político que é a forma com que o Estado exerce a dominação esta-
tal. Observa-se que a Constituição Brasileira divide o Poder do Estado em três funções: 
Executiva, Legislativa e Judiciária. 
Importante destacar que o poder é uno e indivisível, entretanto, é possível dividi-lo 
quanto ao seu exercício e quanto às formas de atividade estatal. Destaca-se que o poder 
político do Estado é o que harmoniza, integra e preside os grupos sociais, por meio de nor-
mas que compõem um direito comum para todos. 
1.4.3. Soberania, território e povo
Os elementos essenciais do Estado são: o Povo, o Território e a Soberania. O Povo é o 
elemento humano que constitui o Estado, ou seja, compreende um conjunto de pessoas. A 
coletividade de pessoas obtém uma unidade com a formação do Estado, em razão de vín-
culos éticos, religiosos, geográficos, linguísticos ou políticos. O Povo é o destinatário do 
poder político. 
39Direito Empresarial e Tributário
O Território por sua vez, é considerado um elemento material do Estado, isto é, é o 
espaço geográfico essencial para sediar o poder político. “Território é o limite espacial den-
tro do qual o Estado exerce de modo efetivo e exclusivo o poder de império sobre pessoas 
e bens” (SILVA, 2016, p. 100). 
A Soberania é uma qualidade do poder estatal. Internamente, soberania significa a 
supremacia do Estado sobre outras organizações, já externamente, considera-se Soberania 
como a independência de um Estado em relação aos demais. Destaca-se que a Soberania é 
una, indivisível, inalienável e imprescindível. 
Propostade Atividade
Reforce seu aprendizado com o exercício sugerido a seguir. A atividade não é avaliativa, 
mas é uma boa oportunidade para testar seus conhecimentos e fixar o conteúdo estudado no capítulo.
Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu, construa um quadro comparativo 
entre as ideias de Hobbes, Locke e Rousseau. Coloque no quadro os fundamentos do Estado, 
as funções do Estado e a descrição dos elementos fundamentais do Estado. Ao produzir seu 
quadro, considere as leituras básicas e complementares realizadas. 
Recapitulando
A conceituação do Estado e sua origem ainda não é precisa. O mais provável é que, 
em qualquer teoria que se baseie, o Estado é a forma que a sociedade se organiza. 
Quando buscamos entender o que é a sociedade, as leituras feitas nos remetem ao fato 
de que a sociedade é uma organização de indivíduos que, de forma voluntária ou racional, 
decidem conviver em um determinado espaço físico, com objetivos comuns e harmoniosos.
É pouco provável que o homem seja capaz de viver em Estado de Natureza ou sozi-
nho. Assim, a ciclicidade dessas influências, homem e sociedade, apresenta-se quase como 
um surgimento concomitante, ou seja, no momento em que o indivíduo se identifica como 
ser humano individual, surge também a sociedade. A individualidade se torna efeito reflexo 
e causadora da composição social.
A dinâmica instaurada é constante, o indivíduo influi sobre a sociedade, lhe trans-
formando, e a sociedade, por sua vez, responde com novas influências, transformando o 
indivíduo. Desta forma, se instaura o progresso e o desenvolvimento humano, social, tec-
nológico, jurídico, e de todas as outras áreas que demandam a atuação humana.
Direito Empresarial e Tributário40
Todo o dinamismo ocorre em sentido progressivo graças a uma coordenação de inte-
resses, interesses esses que são a base das discussões da Teoria Geral do Estado, como 
foi apresentado. Na atualidade, a racionalidade ainda tem um peso grande na justifica-
tiva do Estado e da sociedade, o que Hobbes apresentou como racionalidade fundadora do 
Estado, aprimorada por Rousseau no Contrato Social, pode ser também vista sob a pers-
pectiva atual de Burke, que sugere o Estado com um fato social, como uma decorrência 
lógica da aglomeração natural à qual o ser humano está predisposto.
Em suma, o Direito regula, normatiza, pressupõe condutas, penaliza outras, coordena 
muitas delas, por meio de um consenso de submissão coletiva ao Estado, com a clareza de 
que este ente possui o dever de garantir e promover o bem estar e a convivência harmo-
niosa entre os indivíduos, não permitindo que as características egoístas destes se sobres-
saiam ao interesse social, que é o coletivo. 
41Direito Empresarial e Tributário
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Direito Empresarial e Tributário42
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43Direito Empresarial e Tributário
OBJETIVOS DO CAPÍTULO
• Compreender como o Direito é peça e mecanismo chave para o funcionamento 
do Estado.
CAPÍTULO 2
Estado, Direito e os poderes de um governo
Maria Flávia de Freitas Ferreira
TÓPICOS DE ESTUDO
1 Estado e Direito 3 O Estado Constitucional
• A personalidade jurídica do Estado.
• Estado, Direito e Política.
• Estado e Nação.
• Mudanças do Estado por reforma e 
revolução.
• Constitucionalismo: origens e 
características. 
• As Declarações de Direitos e as 
normas de Direitos Humanos.
• Separação de Poderes.
• Objetivo da Separação de Poderes.
2 Estado e Governo 4
Estado, Direito e Governo: 
uma relação intrínseca
• Estado Moderno e Democracia.
• Democracia Direta e Representativa.
• Representação Política e o Sufrágio. 
• Sistemas Partidários e Democracia.
• Formas de governo e regime político.
• Monarquia e república.
• Parlamentarismo e presidencialismo.
• Federalismo.
Direito Empresarial e Tributário44
Contextualizando o cenário
É ponto pacífico que o Estado surge como forma de estruturação da sociedade. Essa dinâ-
mica se estabeleceu desde que o homem começou a se organizar em grandes aglomerados 
populacionais e necessita constantemente de legitimação, como uma forma de se manter 
regente da sociedade.
Enquanto numa estrutura de clãs os indivíduos escolhiam um entre eles para assumir o papel 
de chefe e responsável por aquela organização social, o Estado em sua forma medieval uti-
lizou-se de prerrogativas divinas para se legitimar diante da sociedade, aquele indivíduo que 
ocupava o papel de governante, possuidor da coroa, era elegido por uma divindade, her-
dando seu direito natural ao governo.
Com a instauração do Estado Moderno, o governo passa a se legitimar por meio de normas 
criadas por indivíduos escolhidos pela população, ou mesmo indivíduosque herdaram sua 
posição de notoriedade nessas sociedades. O que se percebe é que o Estado se mantém pelo 
Direito que o legitima. As normas, que constituem uma esfera do Direito, são formuladas 
por um dos braços do Estado. 
Diante desse cenário, surge uma questão importante: como o Direito atua enquanto meca-
nismo para o funcionamento do Estado?
45Direito Empresarial e Tributário
2.1. Estado e Direito
Inicialmente, cabe ressaltar que há uma relação entre o Estado e Direito e ambos 
objetivam o bem-estar social a partir do controle das ações dos indivíduos no seio social. 
Ressalta-se que, ao mesmo tempo que o Direito emana do Estado, é um instituto jurí-
dico autônomo. Dessa forma, Estado e Direito devem ser vislumbrados conjuntamente, 
pois ambos atuam em questões sociais e a ação do Direito está ligada à administração do 
Estado como um todo. 
O estudo a seguir sobre a personalidade jurídica do Estado é muito relevante para o 
Direito. É importante destacar que a personalidade jurídica é tratada dentro do direito civil 
como um atributo essencial, ou seja, um atributo necessário para que o indivíduo ou ente 
possam ser titulares de direitos. Dessa forma, o Estado é um ente dotado de personalidade 
jurídica de direito público, podendo, inclusive, ser subdividido em entes da administração 
direta (União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios); ou entes da administra-
ção indireta (autarquias e entidades de caráter público criadas por lei).
Esclarecimento
O autor Humberto Piragibe Magalhães afirma que “personalidade jurídica é a 
qualidade das pessoas reconhecidas pelo Direito e que não são pessoas físicas (MAGALHÃES, 
2013, p. 677).”
Apenas os entes dotados de personalidade jurídica podem adquirir direitos e contrair 
obrigações. 
2.1.1. A personalidade jurídica do Estado 
Muitas correntes já buscaram explicar a presença ou não da personalidade jurídica do 
Estado. Entre elas, destacam-se: Teoria Contratualista (Hobbes e Locke); Teoria Ficcionista 
(Saviny e Kelsen); Teoria Realista (Gerber, Gierke, Laband e Jellinek); e a Teoria do Rea-
lismo Jurídico (Seydel, Donati, Duguit). 
a) Teoria Contratualista: esta teoria concebe o Estado como um conjunto pactuado 
(contratado) de direitos individuais, o que somente seria possível nos casos de 
aceitação da personalidade jurídica, caracterizando uma pessoa própria. Essa ideia 
se aproxima e mistura-se com a teoria da formação do Estado.
Direito Empresarial e Tributário46
b) Teoria Ficcionista: o Estado deve ser reconhecido como Pessoa Jurídica com per-
sonalidade própria; no entanto, não existe personalidade jurídica antes da exis-
tência da própria pessoa à qual está vinculada, desta forma o reconhecimento e a 
formação do Estado ocorrem simultaneamente. Essa teoria se divide em: 
• Escola Histórica, Saviny acredita na personalidade jurídica do Estado como 
uma ficção, admitindo que os indivíduos de direito são apenas sujeitos dota-
dos de consciência. A teoria atribui ao Estado direitos que não podem ser titu-
larizados por pessoas físicas, ou seja, o Estado possui direito e deveres que são 
típicos desta entidade, direito e deveres que não podem ser executados por pes-
soas naturais. O exemplo máximo para ilustrar este caso é o poder de coerção: 
somente o Estado, por intermédio de seus órgãos, pode processar, julgar e exe-
cutar uma pena restritiva de direito.
• Escola Normativa, Kelsen constrói sua teoria a partir da concepção normativa 
do Direito e de Estado. O Estado é a personificação da ordem jurídica, isto é, 
toda pessoa jurídica é a expressão unitária de um conjunto de normas. 
c) Teoria Realista: Acredita que existe personalidade jurídica anteriormente à forma-
ção do Estado, uma vez que a personalidade não é produto do Direito, mas da rea-
lidade social. Essa teoria se divide em: 
• Teoria do Organismo Ético: Geber analisa o Estado como um organismo moral, 
isto é, existe por si próprio. 
• Teoria do Órgão: Gierk baseia-se no entendimento de que o Estado é um orga-
nismo que faz atuar suas vontades por meio de pessoas físicas (órgãos próprios). 
• Teoria da Unidade Organizada: Laband afirma que o Estado é um sujeito de 
direito, tendo em vista que se trata de uma unidade organizada, com vontade 
própria. 
• Teoria da Unidade Coletiva: Jelinek entende que o Estado é uma unidade cole-
tiva que deve ter personalidade jurídica. 
d) Teoria do Realismo Jurídico: os precursores dessa teoria negam a personalidade 
jurídica do Estado. Seydel afirma que não existe vontade do Estado e sim vontade 
sobre o Estado. Donati por sua vez, afirma que a personalidade jurídica do Estado 
se confunde com a personalidade jurídica de seus governantes. Duguit entende 
que o Estado é percebido como uma relação de subordinação entre os governantes 
e governados. 
Nos dias atuais, é notável a personalidade jurídica dos Estados. No Brasil, por exem-
plo, a personalidade jurídica é conferida pela própria Constituição da República. 
47Direito Empresarial e Tributário
2.1.2. Estado, Direito e Política 
Existem três teorias principais que explicam a relação entre o Estado e o Direito: 
monista, dualista e paralelismo. 
a) Teoria Monista (Estatismo Jurídico): desenvolvida por Rudolf von Ihering e John 
Austin, ela entende que Estado e Direito são o mesmo ente. Para os adeptos dessa 
teoria, o direito estatal é o único existente. Para Hans Kelsen somente o direito 
positivo, ou seja, aquele advindo do Estado é válido. 
b) Teoria Dualista (Pluralística): mesmo não sendo seu percussor, essa teoria ganha 
forças com Léon Duguit defendendo que o Estado e o Direito são independentes 
pois o Estado não é a única fonte de Direito, uma vez que o Direito é um fato social 
e não estatal. A função do Estado seria positivar o Direito enquanto fato social.
c) Teoria do Paralelismo: defendida por Giorgio Del Vecchio, busca aproximar as 
outras duas teorias, para ela o Direito e Estado são ciências distintas, mas inter-
dependentes. Existe uma racionalidade na graduação da positividade jurídica que 
não exclui o fato social e nem a norma positivada.
Destaca-se que o Direito e o Estado se complementam. “O Direito emana do Estado 
e este é uma instituição jurídica.” (NADER, 200, p. 125). Observa-se, que o Estado é “a 
um só tempo, a fonte irradiadora de Direito e ente garantidor de sua efetiva observância, 
mediante meios coercitivos” (FILOMENO, 2003, p. 63).
Cabe salientar que a intervenção estatal no Direito não se restringe somente à cons-
trução das leis, mas também à aplicação das normas jurídicas a casos concretos, o que 
seria incumbência do Poder Legislativo e Poder Judiciário. 
O Direito positivo é estatal, pois demonstra a clara relação entre Estado e Direito. 
Salienta-se que o Estado não pode ferir os direitos fundamentais e os princípios do Direito, 
tendo em vista que o Estado visa garantir o bem-estar comum. Portanto, é possível obser-
var que de um lado está presente o Direito, garantidor da segurança e da justiça e de outro 
lado, o Estado, que visa assegurar a paz e o equilíbrio social. 
Esclarecimento
A República Federativa do Brasil [...] constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos:a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; 
o pluralismo político. §U – Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de represen-
tantes eleitos ou diretamente (BRASIL, 1988).
Direito Empresarial e Tributário48
Como é possível observar no art. 1º da Constituição, o Brasil é um Estado de Direito 
pois possui no seu ordenamento jurídico a limitação do exercício do poder político. Já a 
definição de Estado Democrático se dá em razão do poder político subordinado à sobera-
nia popular. 
Na designação de Estado Democrático de Direito está subentendido o equilíbrio 
entre o caráter determinante da vontade popular e a garantia dos direitos ou fatos jurídicos 
fundamentais aos indivíduos pertencentes àquele Estado. 
Oart. 1º da Constituição da República de 1988 dispõe que “a República Federativa 
do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fede-
ral, constitui-se em Estado Democrático de Direito.” A respeito desse artigo, Miguel Reale 
explica:
Os que leram a Constituição de 1988, ou tiveram notícia certa dela, sabem que a 
Assembleia Nacional Constituinte abandonou a tradicional expressão Estado de 
Direito, optando pela designação Estado Democrático de Direito. Cabe, por conse-
guinte, indagar, preliminarmente, da razão pela qual se julgou necessário acrescentar o 
adjetivo “Democrático” ao termo “Estado de Direito”, consagrado pelas demais cons-
tituições. Pela leitura dos Anais da Constituinte infere-se que não foi julgado bastante 
dizer-se que somente é legítimo o Estado constituído de conformidade com o Direito 
e atuante na forma do Direito, porquanto se quis deixar bem claro que o Estado deve 
ter origem e finalidade de acordo com o Direito manifestado livre e originariamente 
pelo próprio povo, excluída, por exemplo, a hipótese de adesão a uma Constituição 
outorgada por uma autoridade qualquer, civil ou militar, por mais que ela consagre os 
princípios democráticos. Poder-se-á acrescentar que, o adjetivo “Democrático” pode 
também indicar o propósito de passar-se de um Estado de Direito, meramente formal, 
a um Estado de Direito e de Justiça Social, isto é, instaurado concretamente com base 
nos valores fundantes da comunidade. “Estado Democrático de Direito”, nessa linha de 
pensamento, equivaleria, em última análise, a “Estado de Direito e de Justiça Social”. 
A meu ver, esse é o espírito da Constituição de 1988 (REALE, 1999, p. 115). 
Importante destacar que para os autores Lênio Streck e José Morais, dentro dos prin-
cípios do Estado Democrático de Direito, estão inseridos os Direitos Fundamentais.
C – Sistema de direitos fundamentais individuais e coletivos, seja como Estado de 
distância, porque os direitos fundamentais asseguram ao homem uma autonomia 
perante os poderes públicos, seja como um Estado antropologicamente amigo, pois 
respeita a dignidade da pessoa humana e empenha-se na defesa e garantia da liber-
dade, da justiça e da solidariedade (STRECK, 2004, p. 93). 
49Direito Empresarial e Tributário
O rol elencado de direitos fundamentais no artigo 5º, da Constituição Federal, em 
seus 78 incisos, demandam muito tempo para aprofundamento, mas se destaca aqui que 
prevê que o acesso à justiça está inserido e evolui de acordo com o progresso do Estado 
Democrático de Direito. 
O acesso à justiça é um conceito que 
acompanha as transformações sociais, 
sendo um ótimo exemplo de como o Direito 
influi sobre a sociedade e de como a Socie-
dade influi sobre o Direito.
A norma que emana do Estado pos-
sui o condão de regular e garantir aos indi-
víduos uma prestação estatal, nesse caso 
o acesso à justiça, como algo fundamental 
e integrante da condição digna do ser humano. Por outro lado, as transformações sociais 
acabam por proporcionar novas interpretações e aplicações à norma, com o intuito de ade-
quá-la à realidade, gerando um fluxo cíclico de ação e reação.
Pausa para refletir
Podemos dizer que o Estado é uma fonte de Direito? 
2.1.3. Estado e Nação
É importante esclarecer a distinção entre Estado e Nação. Considera-se que Nação 
é a união de pessoas que possuem vínculos em comum, sem que seja necessário delimi-
tar um território para sua existência. Observa-se que o vínculo que une os indivíduos de 
uma Nação ultrapassa fronteiras, uma vez que o que o estabelece é o sentimento de seme-
lhança, costumes, idioma, origem, dentre outras questões comuns. 
Parte da doutrina entende que a Nação é composta por três aspectos. O primeiro 
seria composto por elementos naturais, que englobam a raça, a língua e o território em 
que os indivíduos vivem. No entanto, salienta-se que a raça não é elemento constitutivo de 
uma Nação. Um exemplo disso é que o próprio Brasil foi constituído por diversos imigran-
tes e raças diferentes. 
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Direito Empresarial e Tributário50
O segundo aspecto diz respeito aos elementos históricos e compreende os costumes, 
a religião e as leis. Esses elementos referem-se a fatores que podem mudar com o passar 
do tempo, acompanhando as mudanças sociais e intelectuais dos indivíduos. 
O terceiro aspecto abarca a consciência nacional, isto é, é um elemento psicológico, 
subjetivo. Este é o elemento principal, pois auxilia na formação do sentimento nacionalista, 
o chamado patriotismo. 
Povo Cultura Território Nação
Nação Governo
Estado
Nação
O entendimento da doutrina moderna é de que o Estado é uma sociedade e a Nação 
é uma comunidade. Nesse sentido, observa-se que a sociedade se forma por atos de von-
tade das pessoas, com o objetivo de resguardar o bem coletivo. Já a comunidade, por sua 
vez, surge antes mesmo dos seus integrantes tomarem conhecimento de sua existência. 
Outra diferença muito relevante para a doutrina moderna, é o fato do Estado vincular seus 
membros por meio de um ordenamento jurídico. Já a Nação se conecta com seus membros 
por questões culturais e psicossociais. 
2.1.4. Mudanças do Estado por reforma e revolução
Inicialmente, destaca-se que as relações sociais, ao longo dos séculos, passam por 
constantes mudanças em virtude do dinamismo das sociedades. Dessa forma, o Estado, 
fenômeno singular das sociedades, não é imutável. 
Considera-se que as mudanças ocorrem, especialmente, no momento em que os 
objetivos do Estado são reduzidos e não se destinam ao bem-estar da sociedade. Além 
disso, outro propulsor de mudanças é quando a ordem se torna inadequada, isto é, quando 
não encaixa com o que a sociedade necessita. Assim, para minimizar os efeitos das mudan-
ças, é necessário que as normas sejam adaptadas às mudanças do Estado. Neste sentido, 
existem, a grosso modo, dois tipos de mudança: a reforma e a revolução. 
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51Direito Empresarial e Tributário
A mudança por reforma (evolução), não representa uma ruptura, e sim, um processo 
gradativo de alteração de valores, princípios, normas, conceitos, dentre outras alterações 
que são, aos poucos, inseridas na sociedade. 
Já a revolução, é uma mudança interruptiva e agressiva, em que há uma quebra total 
com a ordem existente. Importante destacar que, as revoluções, em sua maioria, ocorrem 
quando fatores sociais encontram-se fragilizados levando a uma tensão social que pode 
culminar em uma ação organizada por parte desta coletividade (revolução) ou a uma verda-
deira desordem (guerra civil). 
Pausa para Refletir
Na atualidade podemos identificar revoluções sociais que propõe mudanças em seus respec-
tivos Estados?
2.2. Estado e Governo 
Inicialmente cabe destacar a diferença breve entre Estado e Governo antes de prosse-
guir com o conteúdo. Entende-se por Estado, a grosso modo, a unidade administrativa de 
um território que regula e gerencia os anseios da população que habita seu território. Den-
tro do Estado existem diversas instituições públicas e o Governo é uma delas. 
Considera-se Governo a instituição que possui a função de administrar o Estado. 
No entanto, as formas de governo são diferentes e transitórias. O mesmo Estado pode se 
desenvolver em razão de uma sequência de regimes políticos que podem se originar a par-
tir de governos diferentes ou até de um mesmo governo. 
2.2.1. Estado Moderno e Democracia 
O pensamento moderno do Estado Democrático iniciou-se no século XVIII. É possível 
apontar como características do Estado Democrático as seguintes questões: a supremacia 
da vontade do povo; a preservação da liberdade e a igualdade de direitos. 
A forma com que o povo participa do poder político demonstra o tipo de democracia 
adotada pelo Estado:
Direito Empresarial e Tributário52
a) Democracia Direta: o exercício do poder político advém do povo, que se reúne em 
assembleia plenária para determinar

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