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A AMIL E O SISTEMA DE ASSISTÊNCIA MÉDICA NO BRASIL

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS-GRADUAÇÃO SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL 
Resenha Crítica de Caso: O Alineista,
de Machado de Assis
Kaio César Magalhães de Oliveira
 História da Psiquiatria e da Reforma Psiquiátrica
 
 Prof. Cristiane de Carvalho Guimarães
Porto Velho – Rondônia 
2020
O ALIENISTA, DE MACHADO DE ASSIS
Referência: 
ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994. v. II.
Resumo
O conto O Alienista de Machado de Assis, originalmente publicado em 1982, retrata a história de Simão Bacamarte, um homem que retorna a sua cidade natal após um longo período na Europa. Simão Bacamarte forma-se em Medicina, em Coimbra, e volta a Itaguaí, interior do Rio de Janeiro, com a certeza de que é ali que sua história deve continuar. Após seis anos do seu retorno, casa-se com D. Evarista, mulher nada simpática, mas que tinha todos os atributos fisiológicos para dar-lhe bons filhos, o que não acontecerá, e o fizera dedicar-se completamente a ciência, aos estudos da mente humana. 
Naquela época, os loucos não tinham nenhum tratamento. Os mais agressivos ficam trancados dentro de casa, e os mansos eram soltos na rua por onde ficavam vagando sem propósito algum. Foi então que, Dr. Simão Bacamarte propôs à Câmara que o deixassem construir um prédio para estes loucos, onde as famílias custeavam as despesas e os que não pudessem arcar com tal compromisso, que assim a Câmara o fizesse. A ideia trouxe agitação à cidade e a principio, não foi bem quista, mas aceitaram e logo começou a construção da Casa Verde, localizada na Rua Nova, a mais bonita da cidade. A Casa receberá esse nome em analogia as suas janelas de cor verde.
Não existia um protocolo para a internação, quem decidia quem ficava ou não na Casa era o Dr. Simão. E com o passar do tempo a Casa foi recebendo cada vez mais pacientes, muitos vinham de cidades vizinhas, e com isso foi necessário a ampliação a da Casa. 
O Alienista classificava seus doentes em furiosos e mansos, até que houve a necessidade de se criar novas categorias, como monomaníacos, esquizofrênicos, doentes de amor, entre outros. Ele passara a observar cada detalhe da vida de seus enfermos, como hábitos, profissão, histórico familiar, palavras, aversões, etc. E com isso ia desenvolvendo seus estudos, aperfeiçoando o regime, dosagem de medicamentos, estudando as reações e descobertas diárias. Isso o levou a se aprofundar cada vez mais em suas pesquisas, o deixando sem dormir e comer, cada vez mais envolvido.
Com o passar do tempo, notava-se um medo que assolava a cidade de Itaguaí. Pouco a pouco todos estavam sendo internados. O primeiro paciente foi Costa, um herdeiro de renome, o que causou espanto, logo depois sua prima, e mais um, e mais um e assim foi. Todos sendo diagnosticados como loucos e a Casa Verde sendo lotada. Foi então que houve uma rebelião, liderada pelo barbeiro Porfírio, este que tinha intenções políticas, reunirá cerca de trinta pessoas, que logo se tornaram trezentos. Contudo, quando se descobre que o alienista não pretende mais receber por seus internos, o movimento perde força. 
Algumas outras revoltas aconteceram com o intuito de derrubar Dr. Simão, mas todas sem sucesso, o que faz na verdade, fortalecer a ideia da Casa Verde. E assim as internações continuam, inclusive de quem se opôs à Casa nestes movimentos, incluindo o presidente da Câmara, e até mesmo D. Evarista, esposa de Simão. Que foi internada com a acusação de “mania sumptuária”, após passar uma noite sem dormir por não saber que roupa usaria numa festa. 
Com cerca de 75% da cidade internada, Dr. Simão percebe que sua teoria estava errada e resolve libertar seus pacientes. Ele acreditava que os loucos eram aqueles que apresentavam desvios na personalidade e não seguiam um padrão, mas se estes não fossem os loucos, loucos seriam aqueles que mantinham um padrão em sua personalidade e possuíam firmeza no seu caráter. 
Contudo, ele se vê em contradição nesta teoria também, o que o faz libertar todos os pacientes novamente. Após perceber que ninguém tem uma personalidade perfeita, exceto ele próprio, conclui que é o único anormal na cidade, e decide trancar-se sozinho na Casa Verde para o resto de sua vida.

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