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MÓDULO III - PERÍCIA JUDICIAL

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AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou 
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do 
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências 
Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
 
MÓDULO III 
 
 
16 PERÍCIAS JUDICIAIS 
 
 
As perícias podem ser judiciais, quando realizadas dentro do processo, 
por determinação do juiz, ou extrajudiciais, quando realizadas fora do processo, 
por iniciativa dos interessados. 
 
 
16.1 DEFINIÇÃO DE PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
A perícia é realizada por requisição formal de instituição, pública ou 
privada, ou de pessoa jurídica. Seus resultados são apresentados por meio de 
parecer sucinto, apenas com respostas aos quesitos formulados, ou de laudo 
técnico com exposição detalhada dos elementos investigados, sua análise e 
fundamentação técnica-científica das conclusões, além da resposta aos 
quesitos formulados. 
Podemos definir a perícia judicial como o exame de situações ou fatos 
relacionados a coisas e pessoas, praticado por especialistas na matéria que lhe 
é submetida, com o objetivo de elucidar determinados aspectos técnicos. Isto 
é, pode ser definida como um trabalho técnico-científico sobre fatos 
controversos entre as partes, em que o perito do juiz, profissional qualificado e 
de confiança do juízo, aplicará uma metodologia sistemática, precisa e 
quantitativa sobre os pontos a serem analisados, estruturando assim sua 
conclusão pericial. 
Em resumo, perícias judiciais são aquelas que ocorrem no âmbito da 
justiça, em diferentes tipos de ações, em que o perito para poder atuar no 
processo precisa ser nomeado pelo juiz. Tem seu fundamento em uma ação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
postulada em juízo, podendo ser determinada diretamente pelo juiz dirigente do 
processo ou a ele requerida pelas partes em litígio. A principal fonte legal que 
rege as perícias judiciais é o Código de Processo Civil na justiça, havendo 
ainda a Lei de Falência ou recuperação judicial, a legislação trabalhista e 
outras leis específicas que tratam do assunto. 
A nomeação e habilitação do perito judicial encontram-se citados nos 
artigos 145, 146 e 147 do CPC, pois uma vez que o perito é o representante 
técnico do juiz nas causas judiciais tem de possuir e comprovar a sua 
capacidade técnica para tal feito. Portanto, o CPC montra as caracterizações 
essenciais em que o perito judicial tem de se enquadrar. 
 
 
16.2 DEFINIÇÃO DE PERÍCIAS EXTRAJUDICIAIS 
 
 
As extrajudiciais são aquelas que não envolvem a justiça e que o perito 
pode ser escolhido livremente pelas partes envolvidas na questão, que podem 
optar por uma forma diferente de resolver o litígio sem ser pela via judicial. Há 
também a perícia arbitral, que é aquela realizada no juízo arbitral, instância 
decisória criada pela vontade das partes. 
 
 
17 ASPECTOS PERICIAIS 
 
 
Para atuar no campo da perícia judicial é preciso tomar ciência de 
alguns conhecimentos úteis, relevantes, são eles: 
 
 Lide ou Litígio: Conflito de interesses caracterizado por 
uma pretensão requerida e não atendida. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
 Ação Judicial (ou Ação): É o direito de obter um interesse pretendido por 
meio da justiça. No caso da justiça do trabalho, a ação é denominada 
Reclamação. 
 
 Petição Inicial (ou Inicial): É o meio legal utilizado para a apreciação do 
juízo da causa pretendida por uma determinada ação. 
 
 Autor e Réu: Autor (é o interessado em requerer o julgamento do 
interesse requerido) e Réu (é aquele contra qual a ação é proposta). 
 
 Competência: É a atribuição conferida a cada ramo ou instância do 
poder judiciário para apreciar os diferentes tipos de ação. 
 
 Processo Judicial ou Processo: É o meio pelo qual a jurisdição 
provocada pela ação de uma das partes interessadas informa-se, 
analisa e decide. O processo é constituído por uma sequência de atos 
interdependentes, do juízo e seus auxiliares e das partes que são 
denominadas sujeitos do processo. 
 
 Procedimento Judicial (ou Procedimento): É a forma como se 
desencadeia os atos do processo, isto é, o modo pelo qual o processo 
se instaura, desenvolve e finaliza. 
 
 Atos Processuais: São as ações dos sujeitos do processo como, por 
exemplo, a contestação do réu. O requerimento pedindo a juntada de 
um documento, numerando e rubricando as folhas dos autos, a 
nomeação do perito, a apresentação do laudo entre outras. 
 
 Autos do Processo (ou Autos): É o conjunto material de documentos 
referentes aos diferentes atos do processo, que vão sendo juntados no 
andamento. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
 Carga dos Autos: É a retirada do processo no cartório ou na secretaria 
da junta, pelos advogados ou pelo perito, por prazo determinado, para 
estudo e ou fixação de honorários. A retirada do processo pelos 
assistentes técnicos é vedada, podendo eles consultá-lo no balcão do 
cartório ou da secretaria. 
 
 Prazo: É o tempo máximo, previsto pelo CPC ou determinado pelo juízo, 
para que os sujeitos do processo se manifestem como, por exemplo: 
contestar a ação, elaborar quesitos, indicar assistentes técnicos, recorrer 
da sentença, entre outros. 
 
 Preclusão: Perda do direito das partes em se manifestarem devido a não 
obediência dos prazos. 
 
 Intimação: O art. 234 do CPC define como o ato pelo qual se dá ciência 
a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de 
fazer alguma coisa. 
 
 Jurisprudência: É o conjunto de interpretações reiteradas que os 
tribunais superiores dão à lei, baseado na solução de casos concretos, 
submetidos a julgamento e que se transformam em Súmulas e 
Enunciados. 
 
O perito necessita dessas informações acima mencionadas, pois a 
perícia constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados 
a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa 
solução do litígio, mediante laudo pericial, em conformidade com as normas 
jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente. 
A perícia estabelece a diligência (execução de certos serviços judiciais 
fora dos respectivos tribunais ou cartório) a ser realizada, a fim de que se 
apurem, esclareçam ou se evidenciem certos fatos obscuros. Significa, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
portanto, basicamente, a pesquisa, o exame, a verificação acerca da verdade 
ou da realidade. 
 
 
18 ASPECTO JURÍDICO DA PERÍCIA (LAUDO PERICIAL) 
 
 
18.1 CONCEITO DE LAUDO PERICIAL 
 
 
O laudo pericial é apenas uma parte dentro das diversas fases do 
processo judicial. A perícia visa o convencimento do juiz por meio de 
argumentações exclusivamente técnicas. Caso o laudo pericial não esclareça, 
a contento, o deslinde da questão envolvida, o juiz poderá solicitar uma nova 
perícia, podendo, inclusive, substituir o perito. 
O laudo pericial é uma peça técnica formal que apresenta o resultado 
de uma perícia. Nele deve ser relatado tudo o que fora objeto dos exames 
levado a efeito pelos peritos. É um documento técnico-formal que exprime o 
resultado do trabalho do perito. Isto é, o produto final da perícia, é uma história 
contada, limitadamente, sobre os fatos que motivaram e deram andamento ao 
processo judicial, mais as conclusões a que chegou o perito sobre a matéria 
em que se pautou independente da área de atuação. 
Dentre as váriaspeças técnicas podemos dizer que o laudo pericial é o 
documento mais completo, em razão da sua origem, que é um exame de 
natureza pericial, feito por peritos. 
 
 
18.2 REQUISITOS DO LAUDO PERICIAL 
 
 
São eles: 
 Objetividade; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
 Rigor tecnológico; 
 Concisão; 
 Argumentação; 
 Exatidão; 
 Clareza. 
 
É preciso ter a identificação completa do caso (número do processo, 
data, partes envolvidas), do perito e da autoridade a quem se destina. 
 
 Metodologia adotada; 
 Resposta aos quesitos; 
 Conclusões; 
 Anexos; 
 Data e assinatura. 
 
O CPC e o CPP não mencionam tal conceituação, dando ênfase 
somente aos prazos de entrega. 
 
 
18.3 ELABORAÇÃO DE LAUDO PERICIAL 
 
 
A estrutura na elaboração do laudo deve seguir uma construção lógica 
que permita o bom entendimento da linha de raciocínio do perito, no sentido de 
conduzir à conclusão final. 
Elaboramos um laudo da seguinte forma: 
 
I) Cabeçalho 
 Identificação da Vara por onde está tramitando a ação. 
 Tipo de ação e número do processo. 
 
II) Introdução 
 Identificação do perito, folha dos autos onde consta sua nomeação. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
 Espécie de perícia a que se refere o laudo. 
 Data e local onde a diligência fora efetuada, mencionando o dia e a hora 
do seu início e do seu término. 
 Pessoas que assistiram à diligência. 
 
III) Visão do conjunto 
 Firma ou estabelecimento comercial, atividades, etc. 
 
IV) Documentos e livros examinados 
 
V) Comentários periciais 
 
VI) Resposta aos quesitos e encerramento. 
 
Para a fundamentação dos trabalhos periciais, os quais resultam o 
Laudo Pericial, faz-se necessária a aplicação de técnicas, que em sua maioria 
são comuns a todas as espécies de perícia, como: 
 Exame: É a análise de livros e documentos ou de qualquer outro 
elemento constitutivos da matéria. 
 Vistoria: É a diligência que objetiva a verificação e a constatação de 
situação, coisa ou fato, de forma circunstancial. 
 Indagação: É a obtenção de testemunho de conhecedores do objeto da 
perícia, ou seja, daqueles que têm ou deveriam ter conhecimento dos 
fatos ou atos concernentes à matéria periciada. 
 Investigação: É a pesquisa que busca trazer ao laudo o que está oculto 
por quaisquer circunstâncias. 
 Arbitramento: É a determinação de valores (procedimentos estatísticos – 
média, mediana, desvio padrão) ou solução de controvérsia por critério 
técnico. 
 Avaliação: É o ato de determinar valor de coisas, bens, direitos, 
obrigações, despesas e receitas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
 Certificação: Em resumo, a preparação e a redação do laudo pericial são 
de exclusiva responsabilidade do perito, que adotará um padrão próprio, 
e deve conter no mínimo a identificação do processo e das partes (n° do 
processo, vara em que tramita, nome da parte autora e da parte ré, tipo 
de ação); a síntese do objeto da perícia (relato sucinto sobre as 
questões básicas que resultaram na nomeação ou na contratação do 
perito); a metodologia adotada para os trabalhos periciais (conjunto de 
técnicas e processo utilizados); a identificação das diligências realizadas 
(todos os procedimentos e atitudes adotados pelo perito na busca de 
informações e subsídios necessários à elaboração do laudo pericial); a 
transcrição dos quesitos formulados, na forma explícita; respostas aos 
quesitos, de forma clara, objetiva, concisa e completa; a conclusão 
(qualificação, quando possível, do valor da demanda, lide, litígio, 
podendo reportar-se a demonstrativos apresentados, como anexos, no 
corpo do laudo pericial ou em documentos auxiliares) e apresentação de 
alternativas, condicionadas às teses apresentadas pelas partes, de 
forma a não representar a opinião pessoal do perito. 
 
O Laudo Pericial é o resultado do trabalho pericial, isto é, a peça final 
do trabalho em que o expert se pronuncia sobre questões submetidas à sua 
apreciação. 
 
 
18.4 LAUDO PERICIAL NOS RAMOS DE DIREITO 
 
 
Quanto ao ramo do direito, existe perícia em diversos ramos, como, por 
exemplo: cível, criminal, ambiental, contábil, entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
18.4.1 Laudo Pericial Cível 
 
 
O laudo pericial cível visa esclarecer dúvidas levantadas pelo 
magistrado que esteja apreciando um processo. No exame pericial, um perito 
será nomeado pelo juiz e mais dois nomeados pelas partes de interesse no 
processo. A perícia realizada na esfera da justiça cível não é obrigação do 
Estado. Dessa forma, se o magistrado entender necessário o auxílio 
especializado, ele nomeará um profissional de nível superior, cujo pagamento 
será feito inicialmente pelo autor da ação judicial cível. 
De acordo com o CPC: “as partes envolvidas no processo cível 
poderão nomear assistentes técnicos para atuarem no acompanhamento do 
exame que o perito do juízo esteja realizando”. Importante frisar que tanto o 
magistrado quanto as partes deverão procurar profissionais que, além das 
exigências previstas no CPC, tenham formação e especialização adequadas ao 
tipo de exame que se faça necessário naquele processo. 
Em todas as esferas da justiça existem acórdãos que demonstram a 
relevância do laudo pericial para as decisões judiciais. 
 
 
18.4.2 Laudo Pericial Criminal 
 
 
O laudo pericial tem como suporte uma série de formalidades e de 
regulamentos emanados, principalmente do CPP, que o diferencia em vários 
aspectos daqueles destinados à Justiça Cível. O CPP determina que qualquer 
necessidade de perícia no âmbito da Justiça Criminal deve ser feita por peritos 
oficiais, que são aqueles profissionais de nível superior ingressos no serviço 
público (Institutos de Criminalística ou Institutos de Medicina Legal) mediante 
concurso público, com a função específica de fazer perícias. 
Por ser uma obrigação do Estado de prestar os serviços de perícia na 
esfera da justiça criminal, os peritos oficiais devem ser funcionários públicos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
com a função específica de fazer perícia, não havendo qualquer remuneração 
direta aos peritos signatários do laudo pericial. Os peritos receberão seus 
vencimentos normais como funcionários que são, jamais poderão ser 
remunerados diretamente por cada laudo emitido, com pagamento oriundo das 
partes envolvidas no processo. 
 
 
18.4.3 Laudo Pericial Ambiental 
 
 
O laudo ambiental é a peça mais importante para a quantificação e 
caracterização da exposição do trabalhador ao agente de risco. Dependendo 
de sua finalidade ele deve possuir redação e forma de abordagem diferenciada. 
O levantamento ambiental pode parecer uma ação isolada no campo da 
Higiene Ocupacional ou no Aspecto Pericial. Na verdade, ele possui uma 
função mais nobre e abrangente do que se imagina, no campo preventivo, 
estando diretamente relacionado com a PPRA (Mapa de Riscos Ambientais) e 
até mesmo com o PCMSOL (Programa de Controle Médico e Saúde 
Ocupacional). 
De acordo com a NR n° 7 (Norma regulamentadora): 
 
O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas 
da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade 
dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas 
demais NR, em especial com o PCMSO, também previsto na NR 7. 
 
Atualmente, é realizado um trabalho conjunto entre o engenheiro 
responsável pelo ambiente do trabalho do funcionário e o médico responsável 
pela sua saúde. O PPRA foi estabelecido pela Legislação Federal, por 
intermédio da Portaria 25, de 29 de dezembro de 1994. 
O PCMSO está alinhado com o que prevê o inciso II do art. 198 da CF. 
Este programa possui caráter preventivo muito importante, mediante 
rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde, relacionados ao 
trabalho. O laudo ambiental é uma obrigação a ser cumprida pelo empregador, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
cuja periodicidade não foi definidapelo legislador, que simplesmente 
apresentou no texto legal a NR n° 9 (PPRA) e a necessidade de monitoramento 
dos agentes insalubres, sempre que necessário. 
 
 
18.4.4 Laudo Pericial Contábil 
 
 
Entende-se por laudo pericial contábil a peça escrita, fundamentada, na 
qual os peritos expõem as observações e estudos que fizeram e registram as 
conclusões da perícia. Isto é, laudo pericial contábil é uma peça escrita na qual 
o perito expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do 
objeto da perícia, os estudos e as observações que realizou, as diligências 
realizadas, os critérios adotados, os resultados fundamentados e as suas 
conclusões. 
O perito contador deve registrar no laudo pericial contábil os estudos, 
as pesquisas, as diligências ou as buscas de elementos de provas necessárias 
para a conclusão dos seus trabalhos e, no encerramento, deve apresentar, de 
forma clara e precisa, as suas conclusões. Diante disso, o perito deve 
visualizar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os 
aspectos e as minudências que envolvam a demanda, a lide, o litígio, e deve 
ser elaborado de forma sequencial e lógica, para que o trabalho seja 
reconhecido também pela padronização estrutural. 
As respostas aos quesitos serão circunstanciadas, devendo o perito 
evitar respostas como sim ou não, ressalvando-se os quesitos que contemplam 
especificamente este tipo de resposta. Como exemplo de resposta aos 
quesitos, temos: 
 
Quesito 
 
O contrato celebrado entre as partes contém cláusula de estipulação de juros 
de mora? Referida taxa encontra-se dentro dos limites praticados no mercado 
financeiro? 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
Resposta 
Afirmativa a resposta, com base nos documentos de fls. 30/42, constando 
cláusula com estipulação de juros moratórios de 1% ao mês. Para a parte final 
quesitada, a resposta é positiva, com base no mercado financeiro. 
 
Por ocasião da elaboração do laudo pericial alguns peritos fazem uma 
introdução, com base no que consta dos autos, principalmente no que faz parte 
das petições inicial e contestatória. Em conformidade com o CPC, o perito 
apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz. 
Importante frisar que o planejamento da perícia judicial contábil requer 
que o perito tenha um nível conveniente de conhecimento contábil, o que o 
possibilitará exercer seu trabalho. 
 
 
18.4.5 Modelo de Laudo Pericial Judicial 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE 
__________ UF ___ 
Natureza do Processo: Embargos à Execução 
Número do Processo: 5905/2003-9 
Requerente/Embargante: ________ 
Requerido/Embargada: _________ 
LAUDO PERICIAL 
(Nome completo do perito) ___________, perito do juízo, já qualificado nos 
autos acima identificados, tendo concluído os serviços, vem à presença de 
Vossa Excelência apresentar o Laudo Pericial. 
 
A) OBJETO 
O presente laudo tem como objetivo apresentar o resultado da perícia realizada 
nos livros e documentos Contábeis dos Litigantes. 
B) RESPOSTA AOS QUESITOS 
B.1) QUESITOS DO EMBARGANTE 
1 
2. 
B.2) QUESITOS DO EMBARGADO 
1. 
2. 
C) CONCLUSÕES DO PERITO 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
(descrever as atividades executadas e as conclusões das diligências 
realizadas). 
D) CONCLUSÕES FINAIS DO PERITO 
Pelas pesquisas e análises feitas, conclui o Perito que: 
 
(fazer uma síntese, concluindo o resultado da perícia) 
Local e data: ____________ 
_____________________________ 
(Nome e assinatura do Perito do Juízo) 
(Se houver anexos, fazer a indicação dos mesmos no laudo, numerando-os e 
anexando-os). 
 
 
19 DIVISÃO DE PERÍCIA JUDICIAL (DIPEJ) 
 
 
A Divisão de Perícia Judicial é uma espécie de banco de dados com os 
nomes de peritos que normalmente acabam sendo solicitados pelos juízes 
diretamente nesse órgão. 
A estrutura divide-se em: 
 Setor de Cadastro e Indicação de Perícias (SECAI) 
 Setor de Controle e Pagamento de Perícias (SECOP) 
 Setor de Perícias Acidentárias do INSS (SAC) 
 Setor de Perícias de DNA 
 
 
20 LAUDOS PERICIAIS EXTRAJUDICIAIS 
 
 
O laudo pericial extrajudicial é também a peça escrita na qual o perito 
expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do objeto da 
perícia, os estudos e as observações que realizou, as diligências realizadas, os 
critérios adotados e os resultados fundamentados, e as suas conclusões. 
A exemplo da perícia judicial, a perícia extrajudicial também é de 
competência exclusiva de um profissional com experiência na área, por 
exemplo, a perícia contábil extrajudicial também é de alçada exclusiva de um 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
contador registrado no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) e constitui o 
conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinado a levar à instância 
decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio, 
mediante laudo pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e 
profissionais, e a legislação específica no que for pertinente. 
O laudo pericial extrajudicial deve sempre ser encaminhado por meio 
que possa comprovar a sua entrega. Cada perito deverá estabelecer seu 
próprio estilo na elaboração de seus laudos periciais, inclusive com 
apresentação ou não de parte introdutória. Assim, a perícia contábil 
extrajudicial, que demos como exemplo, é a que se realiza fora do processo, 
extraprocesso, por encomenda, isto é, por meio de escolha, de consulta ao 
profissional da área. 
 
 
21 ESPÉCIES DE PERÍCIAS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS 
 
 
21.1 JUDICIAIS 
 
 
Nas Varas Cíveis: 
 
 Prestação de contas – Quando alguém tem o direito de exigir que 
outrem lhe preste contas, porque tem o direito assegurado de exigi-las, e 
tal prestação não ocorre com defeitos e simulações. Pode o interessado, 
como autor, propor a ação de Prestação de Contas. 
 
 Avaliações Patrimoniais – Nas ações que visam discutir o prejuízo da 
minoria sobre uma incorporação, cujos valores são contestáveis ou 
discutíveis. A perícia se dá sobre o laudo, sem abandonar a hipótese de 
verificar escrita contábil. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 62 
 Litígios entre sócios – Violação de estatuto, suspeita de irregularidade, 
liberalidade excessiva. 
 Avaliação de fundos de comércio – Sobrevalor que se paga para adquirir 
um negócio. 
 
Nas Varas Criminais: 
 
 Fraudes e Vícios Contábeis – Exames já direcionados para detectar 
fraudes. Fraudes contra sócios, contra herdeiros, contra o fisco, contra 
credores, justiça etc. 
 Adulterações de lançamentos e registros. 
 Desfalques. 
 Apropriações indébitas. 
 
Nas Varas de Família: 
 
 Avaliação de Pensões Alimentícias – Necessidade de apuração de 
haveres de cônjuge ou responsável pela manutenção de dependentes. 
 Avaliação Patrimonial – Apuração de haveres dos cônjuges. 
 
Nas Varas de Órfãos e Sucessões: 
 
 Apuração de Haveres – As causas de apuração de haveres nas Varas 
de Órfãos e Sucessões podem ocorrer em razão de morte de sócio ou 
de mulher de sócio. 
 Prestação de contas de inventariantes. 
 
Na Justiça do Trabalho: 
 
 Indenizações de diversas modalidades. 
 Litígios entre empregadores e empregados de diversas espécies. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 63 
Nas Varas de Falências e Concordatas: 
 Perícias Falimentares em Geral. 
 
 
21.2 EXTRAJUDICIAIS 
 
 
 Transformações de sociedades de um tipo em outro. 
 Fusões, incorporações e cisões. 
 Arbitramento, avaliações e outras espécies. 
 
 
22 CRIMES RELACIONADOS A PERITOS 
 
 
Vimos que a perícia criminal é considerada fundamental para resolução 
de crimes. São duas as áreas de atuação dentro da perícia criminal na qual se 
pode desvendar um crime, são elas: 
 O trabalho de campo, quando os peritos saem para a rua e vão ao local 
do crime coletar indícios para a produção das provas. 
 E o trabalho nos laboratórios, no qual os peritosfazem análise dos 
materiais coletados nos locais dos crimes. 
 
Como exemplo, podemos citar o caso de Isabella Nardoni, no qual os 
peritos ajudaram a polícia a desvendar o crime. A perícia só chegou ao local 
três horas depois do delito, quando muita gente já tinha entrado no 
apartamento. Mas apesar disso os peritos afirmaram que foi possível trabalhar 
e as conclusões que tiraram, em sua maioria, auxiliaram a polícia, que pediu o 
indiciamento dos dois pela morte de Isabella. 
A perícia, neste caso, aconteceu da seguinte forma: 
 
 
 
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 No local foi encontrada uma fralda suja de sangue. Apesar do pouco 
material, foi feito exame de DNA e a perícia constatou que era da 
menina. A polícia concluiu que a fralda teria sido usada para estancar o 
sangue que saiu de um pequeno corte que ela tinha na testa e 
questionou: como ela se machucou? Foi machucada? A perícia técnica 
também comprovou que eram dela os pingos de sangue encontrados 
em outros ambientes do apartamento, como cozinha, sala e quarto. 
 
 Uma prova considerada muito importante pelo delegado que presidiu o 
caso foi uma marca de solado de sapato encontrada pelos peritos na 
cama do quarto, perto da janela de onde a menina foi atirada. Exames 
minuciosos e com uso de equipamentos especiais constataram que a 
marca é idêntica à de um calçado de Alexandre, o pai, sugerindo que ele 
se apoiou sobre a cama para jogar a garota para baixo. Na camiseta 
usada por ele no dia do assassinato os peritos encontraram minúsculos 
e quase invisíveis pedaços da rede de proteção colocada na janela de 
onde a menina foi atirada. A rede foi rasgada para que o corpo pudesse 
passar pelo vão e ser arremessado para baixo, do sexto andar, onde o 
casal morava com outros dois filhos. Foi o “microscópio de varredura” 
que detectou os fragmentos da rede na roupa do pai. 
 
 Foram também exames periciais que concluíram que a garotinha foi 
asfixiada e que quando foi jogada pela janela ainda estava viva (mas 
inconsciente), tendo morrido em decorrência da queda, quando quebrou 
o punho e a bacia. 
 
 A perícia confirmou que havia pingos de sangue de Isabella no carro da 
família, na cadeirinha do bebê, em um estofado atrás do banco do 
motorista e entre os bancos. 
 
 Ainda de acordo com a perícia, Alexandre Nardoni teria passado as 
pernas e depois o tronco de Isabella pelo buraco feito na tela de 
proteção da janela. Os técnicos ainda descobriram que o pai teve que 
 
 
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empregar grande força para segurar a filha pelos braços, pois havia 
fibras da rede de proteção da janela fortemente presas à camisa dele. 
Por último, a perícia ainda percebeu marcas que teriam sido feitas pelo 
corpo de Isabella do lado de fora da janela, logo abaixo do parapeito, 
mostrando o esforço que Alexandre teria feito antes de jogá-la. 
 
Um perito de campo, quando sai para seu trabalho, leva uma maleta 
com objetos simples, mas que são fundamentais para o trabalho. Entre eles há 
pinça, lanterna, dentre outros. Atualmente existem equipamentos de última 
geração, por exemplo, um microscópio que é capaz de encontrar um grão de 
areia nas roupas de alguém. Já houve casos em que o assassino negou o 
crime, mas foi pego porque a terra encontrada na roupa dele, mesmo depois de 
ele a ter lavado, era do mesmo tipo onde foi encontrado o corpo da vítima. 
Outro recurso importante utilizado pela perícia para desvendar um 
crime é o luminol, substância especial que quando colocada sobre a mancha 
de sangue a torna fluorescente. 
 
 
23 O FISIOTERAPEUTA COMO PERITO JUDICIAL 
 
 
O fisioterapeuta pode atuar como serventuário da justiça em situações 
que exijam o conhecimento técnico-científico sobre a funcionalidade humana e 
sobre aspectos ergonômicos e biomecânicos que levaram a uma doença do 
trabalho. Também pode operar tanto na justiça do trabalho, quanto na justiça 
civil. 
As perícias judiciais específicas para DORT têm como objetivo principal 
saber se a doença de que o reclamante é portador possui nexo com as 
atividades exercidas por ele na reclamada (estabelecimento do nexo causal) e 
se essa doença da qual o reclamante é portador traz ou vai trazer alguma 
incapacidade em uma das esferas funcionais. 
 
 
 
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Segundo a NR 17 sobre DORT, “as causas de DORT são movimentos 
que causam atrito excessivo entre os tendões e o paratendão circundante, pelo 
uso excessivo da mão”. Lesões por Esforços Repetitivos (LER), mais 
recentemente chamados de Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho 
(DORT), foram definidas como traumatismo teciduais, gerando distúrbios 
neuromusculoesqueléticos, consequentes de movimentos repetitivos, 
biomecânica ocupacional e posturas inadequadas, tanto nas atividades do 
trabalho, quanto nas atividades extracurriculares. 
O perito é aquele indicado pelo juiz para, com os seus conhecimentos 
técnicos e científicos, dar esclarecimentos sobre a controvérsia. Isto é, quando 
a doença já está previamente diagnosticada e comprovada a sua existência, e 
o fator controverso é em relação ao nexo causal dessa doença com as 
atividades desenvolvidas pelo reclamante na reclamada, o fisioterapeuta tem 
total habilidade para chegar a esse nexo. 
O fisioterapeuta reúne características legais para a realização de 
perícias judiciais. O CPC, em seu art. 145, dispõe que “quando a prova do fato 
depender de conhecimento técnico, o juiz será assistido por perito, segundo o 
disposto do art. 421”. Esse artigo demonstra as características essenciais em 
que o perito judicial tem de se enquadrar. 
O fisioterapeuta, no âmbito da sua atividade profissional, está 
qualificado para prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria 
especializada, mas faz-se necessário o conhecimento da fisiologia humana, da 
histologia humana, da anatomia humana e do movimento humano, ciências 
pelas quais o fisioterapeuta tem conhecimentos. 
É bom lembrar que o fisioterapeuta é um profissional bacharel e inscrito 
no seu órgão de classe CREFITO (Conselho regional de Fisioterapia e Terapia 
Ocupacional). Assim, nas perícias requisitadas pela justiça do trabalho aplicam-
se os dispositivos semelhantes aos da justiça civil. 
O fisioterapeuta é profissional especialista em movimento humano, 
conhecedor da normalidade e anormalidade da cinesiologia e biomecânica 
humana, reconhecidamente capaz de atuar na área ocupacional, de acordo 
com a resolução do COFFITO 25\03. Mas, para isso, o profissional tem que ter 
 
 
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formação específica em perícia judicial, seja ela em forma de aprimoramento 
ou de especialização profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO III

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