Buscar

Aula 03 - Evolução do Pensamento Contábil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Teoria da Contabilidade
3º Aula
Evolução do pensamento
 contábil
Olá, estamos agora na aula 03, onde estudaremos os 
conceitos da sistematização dos registros e as razões de 
um novo processo das chamadas partidas dobradas, bem 
como o legado de Frei Luca Pacioli. 
Esse material foi preparado para que você não tenha 
dificuldades de entender os assuntos referentes à teoria 
da contabilidade. Caso tenha dúvidas sobre os assuntos 
no decorrer desse estudo, anote, acesse a plataforma e 
utilize as ferramentas “quadro de avisos” ou “fórum” 
para interagir com seus colegas de curso e com seu 
professor. Sua participação é muito importante e estamos 
preparados para tirar as dúvidas que venham a surgir.
É muito importante que leia e posicione-se 
criticamente em relação aos objetivos de aprendizagem 
e as Seções de estudo da Aula 03.
Tenham uma boa aula!
Boa aula!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, o aluno será capaz de:
• conhecer a sistematização dos registros;
• saber sobre Frei Luca Pacioli;
• entender sobre correntes de pensamento e visão científica.
17
Seções de estudo
1 - Sistematização dos Registros
2 - Frei Luca Pacioli
No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, 
transformando e fortalecendo a sociedade burguesa da época. 
No fi nal do século XIII apareceu pela primeira vez a conta “Capital”, 
representando o valor dos recursos injetados nas empresas pela 
família proprietária.
1 - Sistematização dos Registros
2 - Frei Luca Pacioli
Conceito
Segundo Sá (2010, p. 25), o registro das operações comerciais, 
industriais e públicas caminharam para uma sistematização ampla 
e somente a partir da Idade Média ofereceram uma organização 
de maior rigor lógico, ou seja, há pouco mais de um milênio 
(quando se admitiu que tivesse surgido a prática de sistematizar 
por correlação de causa e efeito).
Como a escrituração contábil era ensinada na escola de 
matemática, é muito possível que tal influência, especialmente 
a que se refere à equação, tenha alimentado a lógica do registro 
(embora disso não exista prova efetiva, sendo apenas uma 
hipótese). Isso porque, por analogia, pode-se comparar:
Matematicamente: a = b
Contabilmente: débito = crédito
Logicamente: efeito = causa
Não eram dois fatos que a partida dobrada estava, por 
evolução, a sugerir que se registrasse, pois um só fenômeno seria 
registrado, sob dois aspectos: o de seu débito (efeito) e de seu 
crédito (causa), obrigatoriamente correlatos, afirma Sá (2010, p. 25).
Assim, a inserção do valor sugeria o dobro, embora 
somente um fato estivesse acontecendo, mas revestido de dois 
aspectos absolutamente distintos (um valor identificando a 
causa e o mesmo valor identificando o efeito).
Para Sá (2010, p. 26) seria como mostrar, nos dias atuais, 
uma só nota de dinheiro, com suas duas faces; o fato do valor 
estar impresso na frente da nota e também impresso no verso 
da nota, não significa que o valor é dobrado e sim que existem 
duas faces a serem observadas, de uma mesma coisa.
Para o raciocínio das partidas dobradas, por exemplo, se 
uma casa comercial adquire mercadorias e as paga, duas coisas 
estão ocorrendo: a mercadoria que é o efeito do fenômeno da 
compra e a saída do dinheiro que é a origem ou recurso (causa) 
que permite a compra.
Conceito
Segundo Sá (2010, p. 26):
A partida dobrada se apoia, pois, no princípio 
da equação, não há dúvida, mas, logicamente, 
ela representa a explicação de origem e de 
efeito do fenômeno patrimonial, uma igualdade 
de valor em causa e efeito de um fenômeno 
ou acontecimento havido com a riqueza 
patrimonial.
Como elemento essencial do processo das partidas 
dobradas, passou-se a exigir, também, um livro “Mestre”, com 
cada folha dedicada a uma conta específica, com alguém de 
confiança e competente para registrar os débitos e os créditos 
de cada conta, o denominado, posteriormente de “razão”. Era 
um livro que individualizava em cada folha uma conta e sua 
dinâmica. Posteriormente, outro livro que recebia todos os 
registros relatados dos acontecimentos, à medida que fossem 
ocorrendo dia a dia, seria o “diário”.
Para simplificar o entendimento da utilização do 
“razão”, usaremos uma representação gráfica de conta, que 
chamaremos de conta em “T”.
Débito Crédito
Para simplificar o entendimento da utilização do “diário”, 
usaremos uma representação gráfica de Lançamento no Diário.
Data Lançamento Débito Crédito
21/05/199x D - Conta Debitada $ Valor
21/05/199x C - Conta Creditada $ Valor
Histórico: Ofato ocorrido nesta data, com seus lançamentos a débito e a crédito, 
bem como seus valores apropriados aqui no Diário e transportados para o Razão.
Alguns autores também nos relatam que, com o aumento 
da indústria artesanal, surgiram também novas técnicas de 
mineração, metalurgia e navegação. O comércio interno e o 
comércio externo incrementaram mais ainda as técnicas de 
registro, surgindo como consequência das necessidades da época, 
o “Livro Caixa”, que registrava recebimentos e pagamentos 
em espécie (dinheiro). Já se utilizavam, de forma rudimentar, 
o débito e o crédito, provenientes das relações entre direitos e 
obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas. 
No início do século XIV já se encontravam registros 
explicitados de custos comerciais e industriais, nas suas diversas 
fases: custo de aquisição; custo de transporte; custo de tributos; 
etc. A escrita já se fazia nos moldes de hoje, registrando-se, 
separadamente, gastos com matérias-primas, mão-de-obra 
direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os 
custos eram contabilizados por fases separadamente, até que 
fossem transferidos ao exercício industrial.
O aparecimento da obra do Frei Luca Pacioli, 
contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu em Toscana, 
no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.
Iudícibus (2009 pag.26) descreve que Pacioli escreveu o 
Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas 
Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que a teoria 
contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos 
números positivos e negativos.
Débito e Crédito
Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras 
profissões. Deixou muitas obras, destacando-se a Summa de 
Aritmética, Geometria, Proportioniet Proporcionalitá, impressa em 
Veneza, em que contém o seu tratado sobre Contabilidade e 
Escrituração. 
Teoria da Contabilidade 18
Sobre o método das partidas dobradas, Pacioli expôs a terminologia 
adaptada:
• “PER”, mediante o qual se reconhece o devedor;
• “A”, pelo qual se reconhece o credor.
Tudo foi fruto de um amadurecimento no campo da produção 
conceitual, de sabor teórico, desenvolvida desde o século XVI, que 
frutifi cou sob a luz da era positivista, permitindo que a Contabilidade 
buscasse conhecer a essência do que se derivava das “contas”, ou seja, 
distinguindo o fenômeno registrado do simples registro ou informação 
sobre o mesmo fato.
Essa determinação e o empenho dos maiores intelectuais do mundo, 
para tudo observar e tudo reduzir ao racional, ao sistemático, ao 
organizado mentalmente, foi responsável pelo progresso da qualidade 
de entendimento da vida e das coisas.
Acrescentou ainda que primeiro deve vir o devedor, e 
depois o credor, prática utilizada até hoje.
A obra de Pacioli marcou o início da fase moderna 
da Contabilidade, sistematizando-a e também abrindo 
precedente para que novas obras pudessem ser escritas sobre 
o assunto por outros autores da época.
Correntes de Pensamentos e Visão Científica
Mais que cumprir uma formalidade informativa, relativa 
a situações demonstradas, foi preciso buscar o entendimento 
sobre os fenômenos patrimoniais, visando a uma utilidade 
competente para explicar as causas do sucesso ou do insucesso 
na utilização do registro da riqueza.
Desde o início já se sabia que muitas coisas sucederiam 
sob tais ou quais circunstâncias, e o conhecimento empírico 
já não fazia muitomais sentido, faltava a percepção sobre as 
razões ou as relações lógicas que levavam verdadeiramente 
a determinar um evento, mesmo porque, também não 
existia um método ou disciplina de raciocínio que permitisse 
organizar racionalmente as ideias.
Conceito
Para Sá (2010 pag. 27) realmente de tudo pode se 
fazer ciência, desde que se disciplinem por sistematizações 
as relações existentes entre acontecimentos relativos a um 
objeto determinado, estudado sob uma ótica peculiar e com 
metodologia específica.
No sentido de melhor situar o verdadeiro objeto ou 
matéria de estudo da Contabilidade, muitas escolas e correntes 
de pensamentos se estabeleceram, cada uma com seu líder 
intelectual e com suas características específicas.
Buscou-se avidamente, conforme cita Sá (2010 pag.33), 
esclarecer que a Contabilidade estava preocupada com a essência 
da riqueza individualizada e não com a forma de simplesmente 
registrar e informar, assim como se procurava bem localizar a 
matéria verdadeira de estudos e seus aspectos predominantes.
Inicia-se, então, outro período marcante da história da 
ciência contábil, que é o das “Doutrinas”. Nesse sentido, 
as correntes doutrinárias seriam muitas e recebiam como 
denominação o que imaginavam ser a matéria e o objetivo 
predominante de estudos da Contabilidade.
Algumas doutrinas mais relevantes da época, segundo Sá 
(2010 pag. 34):
• Os Contistas – Imaginavam que a contabilidade deveria 
dedicar-se ao estudo das contas.
• Os Personalistas – Defendiam o estudo dos aspectos 
de direitos e das obrigações que envolviam os donos da riqueza 
e tudo o que com esta se relacionasse.
• Os Controlistas – Admitiam que o objetivo fosse 
estudar a matéria sob o ângulo do controle da riqueza e o que 
de forma correlata com este se relacionasse.
• Os Aziendalistas – Admitiam que a instituição, a 
empresa, são os objetos de nosso estudo e que a Contabilidade 
nada mais faz que inserir-se em um complexo de matérias que 
se aplicam ao campo celular social.
• Os Reditualistas – Observaram a predominância do 
lucro como objetivo.
• Os Patrimonialistas – Reconheceram que o objeto de 
estudos da Contabilidade é o patrimônio, enquanto riqueza 
gerida para cumprir o fim aziendal.
• Os Neopatrimonialistas – Admitem que o objeto de 
estudos seja o patrimônio das células sociais, mas estudado sob 
a ótica de funções sistemáticas, e estas em relação à eficácia.
Alcançada a maturidade científica, seria natural que os 
intelectuais da Contabilidade procurassem interpretar, com 
maior profundidade, a lógica do conhecimento, gerando assim, 
um “conhecimento do conhecimento”, que acabou ensejando 
uma nova evolução que foi a “Filosofia da Contabilidade”.
De início, conforme Sá (2010 pag. 34), tal matéria se inseriu 
em teorias e trabalhos isolados de diversos autores. Depois, 
já em estágio constante de evolução, buscou-se enquadrar o 
conhecimento contábil dentro da lógica, da filosofia das ciências, 
para consolidar sua natureza de conhecimento superior.
Os diversos autores que estudaram a Contabilidade sob 
a ótica filosófica, em diversas partes do mundo (França, Itália, 
Brasil, Colômbia, Argentina, Portugal, etc.) preocuparam-
se em raciocinar sobre o “conhecimento do conhecimento 
contábil”, ou seja, buscaram a indagação do porquê das coisas.
De acordo com Sá (2010 pag. 35) tal enquadramento 
ou tarefa de identificar a Contabilidade sob a ótica filosófica 
implicou determinar:
a. natureza do conhecimento (forma de identificar os 
acontecimentos);
b. natureza do fenômeno ou objeto de estudos 
(identificação real da matéria que se estuda);
c. finalidade do conhecimento (para que se estuda e onde 
se aplica o conhecimento contábil);
d. métodos de estudos (maneira de raciocinar escolhida 
para a Contabilidade);
e. relações lógicas do fenômeno (o que acontece para que o 
fenômeno patrimonial possa ser formado e o que influi para isto);
f. lógica conceptual (como dar nome aos fenômenos da 
riqueza individualizada e como raciocinar para encontrar um 
nome adequado);
g. lógica das proposições (como usar os conceitos para 
enunciar verdades sobre o comportamento do patrimônio 
individualizado ou aziendal);
h. bases da estruturação teórica (como reunir as 
proposições para conseguir estudar e desenvolver matéria do 
conhecimento contábil);
19
Obs.: Se ao fi nal desta aula tiverem duvidas, vocês poderão saná-las 
através das ferramentas “fórum” ou “quadro de avisos” e “chat”. Ou 
ainda poderão enviar para o e-mail areal@unigran.br.A Contabilidade, segundo Sá (2010 pag. 38), é ciência porque preenche 
todos os requisitos que classifi cam um conhecimento como tal, 
assim tendo sido reconhecida, pelas mais eminentes Academias, 
intelectualidades notáveis e grandes gênios da humanidade.
Não se trata de subjetividade, mas de objetividade.
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar esse 
tópico, vamos recordar: 
IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.
SÁ, A. L. de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2010.
Vale a pena
Vale a pena ler
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/
historia.htm
http://arlencontabeis.blogspot.com.br/2010_02_01_
archive.html
http://pt.scribd.com/doc/53386100/A-evolucao-da-
contabilidade-no-Brasil-e-no-mundo
http://pt.scribd.com/doc/62987719/Contabilidade-
Geral-capitulo-1
Vale a pena acessar
Minhas anotações
i. classificação científica (no campo científico onde melhor 
se enquadra a Contabilidade);
j. sistematização dos fenômenos e análise sistemática 
(qual a ótica organizacional, racional e de correlação entre 
os componentes do patrimônio de acordo com as diversas 
finalidades do uso da riqueza);
k. correlações do conhecimento (como estabelecer o uso 
de conhecimentos de outras disciplinas, mantendo a autonomia 
científica da Contabilidade).
Conceito
Segundo Sá (2010 pag. 38) a classificação de um 
conhecimento, todavia, dentro das exigências modernas da 
Lógica das Ciências requer a existência de outros requisitos, e a 
Contabilidade supre e cumpre todos os requisitos convencionais 
da lógica para identificar-se como uma ciência.
Admitir a Contabilidade como ciência não é uma questão 
de opinião isolada de alguns homens, mas de uma objetiva 
forma racional de comparar tal classificação com as demais que 
se procedem no campo das demais ciências.
A cada exigência da Lógica das Ciências responde a 
Contabilidade com concretas e objetivas argumentações de 
enquadramento, ou seja, não há como se duvidar da natureza 
científica de nosso conhecimento, sob pena de se negar a 
Epistemologia como guia para as classificações de tal natureza.
O conhecimento científico exige universalidade, ou seja, o 
saber explicar sob que condições e como as coisas acontecem 
em qualquer lugar, a qualquer hora, sempre da mesma forma.
1 – Sistematização dos Registros
Segundo Sá (2010 pag. 25), o registro das operações 
comerciais, industriais e públicas caminhara para uma 
sistematização ampla e somente a partir da Idade Média 
ofereceram uma organização de maior rigor lógico, ou seja, há 
pouco mais de um milênio (quando se admite que tenha surgido 
a prática de sistematizar por correlação de causa e efeito).
2 – Frei Luca Pacioli
O aparecimento da obra do Frei Luca Pacioli, 
contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu em Toscana, 
no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.
Iudícibus (2009 pag. 26) descreve que Pacioli escreveu 
o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por 
Partidas Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que a 
teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria 
dos números positivos e negativos.

Continue navegando