A primeira década republicana - Gustavo Franco

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A Primeira Década 
Republicana
GUSTAVO H. B. FRANCO
A Primeira Década Republicana
 Questões centrais:
 1) Moeda x trabalho assalariado
 2) Papelistas x Metalistas
 3) Fluxo de capitais x taxa de câmbio
 4) Exportações x câmbio
 5) Encilhamento
 6) Funding Loan
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 1) Moeda x trabalho assalariado
 Papel Moeda em Circulação (em contos de réis ) – 1890 
- 1898
Anos Meio Circulante
1890 297.730
1891 448.454
1892 523.925
1893 631.861
1894 712.359
1895 678.056
1896 712.355
1897 780.329
1898 779.965
Fonte: Brasil. IBGE. Anuário Estatístico do Brasil, ano V (1939-1940). Rio de Janeiro: IBGE, 1941,p . 1353
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 O debate monetário no séculos XVIII e XIX
 Bullionista (Thornton, Ricardo, Horner e Malthus)
 Atribuíam a elevação do preço do ouro em barra a 
uma emissão excessiva do papel – crédito ( notas 
bancárias ).
 Antibullionista ( diretores do Banco da 
Inglaterra, ministros de Gabinete Inglês)
 Explicação para a elevação do ouro – efeito das 
maciças despesas efetuadas pelo governo inglês 
devido às guerras.
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 A discussão sobre a emissão monetária nos séculos XVIII e XIX –
Questão do descontrole monetário
 Escola do meio circulante 
 Banco da Inglaterra e Banco da Escócia eram responsáveis pela 
emissão excessiva da moeda. Pregava a adoção de uma regulação 
estatutária rígida sobre os bancos para garantir que o estoque de 
moeda não fosse excessivo nem insuficiente.
 Escola bancária e Escola dos bancos livres (anos XX do século XIX).
 E. B. - O volume de notas em circulação é determinado pela 
demanda. Portanto, deveria haver variação no coeficiente de reserva.
 E. B. L. – Sistema bancário competitivo
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 As Escolas do Meio Circulante e Bancária concordavam em um 
Banco Central com direito exclusivo de emissão para zelar pela 
saúde para a economia.
 Discordavam quanto à necessidade de uma regra para emissão 
de notas.
 A Lei Bancária Inglesa de 1844 ( Bank Charter Act ) reconheceu a 
necessidade e de centralizar o controle da oferta de moeda e 
estabeleceu o Banco da Inglaterra como autoridade monetária 
principal e dividiu o banco em dois departamentos : O Bancário e 
o de Emissão (com lastro em ouro).
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 2) No Brasil, no final do século XIX: Papelistas x 
Metalistas
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Fluxos de Capitais Exportações
Data Razão X/PIB
1870 15,4%
1890 18,6%
O valor das exportações “per capita 
no Brasil era semelhante ao de outros 
países da América Latina “tropical” 
(exclusão de Uruguai, Argentina e 
Chile).
Estoque de 
Capital 
Estrangeiro 
em 1913
% do Brasil no 
estoque de 
capital 
estrangeiro 
514 milhões de 
libras
30% da 
América 
Latina
5% do total 
mundial
Brasil – Razão das Exportações 
sobre PIB em 1870 e 1890
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Dívida Externa Federal –
Brasil – Diversos Anos
Dívida Externa Federal Valor
1890 30,9 milhões de 
libras
1900 44,2 milhões de 
libras
1913 144,3 milhões de 
libras
Capital de empresas 
estrangeiras no Brasil
1902 105 milhões de 
libras
1913 190 milhões de 
libras
Reflexão
 Quais as possíveis consequências 
destas movimentações na conta 
financeira?
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 Como se comporta a conta financeira?
 Entre 1870 e 1873 ; 1886 e 1889 - As entradas de capital aumentam 
e os termos de troca melhoram
 Entre 1876 e 1878; 1895 e 1897 – As entradas de capital se reduzem 
e os termos de troca pioram.
 Quais as consequências para a economia brasileira?
 De 1876 a 1883 e ao longo da década de 1890 – depreciação 
cambial (real)
 O que Furtado chama de “socialização das perdas”.
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 Encilhamento:
 Quando – Governo provisório de Marechal Deodoro da Fonseca –
Ministro da Fazenda Rui Barbosa
 Reformas do sistema monetário em 1890
 Lei Bancária de 17 de janeiro de 1890
 Estabelecia que emissões bancárias a serem feitas sobre um lastro 
constituído por títulos da dívida pública 
 Três regiões bancárias seriam formadas, cada qual com seu próprio 
banco emissor.
 As emissões seriam inconversíveis.
 Total autorizado: mais que o dobro do papel moeda em circulação em 
17 de janeiro 450 mil contos.
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 ENCILHAMENTO (continuação)
 O principal banco emissor – o da região central – Banco dos 
Estados Unidos do Brasil.
 Novos bancos tiveram o privilégio de emissão inconversíveis, 
inclusive o Banco Nacional do Brasil (BNB) e BB (Banco do Brasil).
 Problemas:
Medidas para correção:
Fusão do BEUB com o BNB = BREUB (Banco da República dos Estados 
Unidos do Brasil)
1891 – Rui Barbosa deixa a pasta da Fazenda.
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 Os sucessores de Rui Barbosa, Alencar Araripe e Barão de Lucena, 
abstêm-se de conter o fervor especulativo reinante.
 Fatores exógenos:
 Colapso da Casa Baring Brothers em Londres (1890);
 Moratória argentina.
 1892 – falência da Companhia Geral das Estradas de Ferro do Brasil
 1893 – Revolta da Armada – Especulação da bolsa se reduz.
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 1891 – Ministro da Fazenda - Rodrigues Alves; Governo Floriano 
Peixoto.
 1892 – Proposta de Rodrigues Alves – plano deflacionista – recusa 
do Congresso em aprovar o plano, Rodrigues Alves sai em agosto.
 Novo Ministro da Fazenda – Serzedelo Correia - o que fez?
 (i) aprofundar a opção de Rui Barbosa por um estabelecimento 
bancário líder;
 (ii) procurar a solidificação de empresas industriais viáveis.
 Resultado – Nova fusão (BREUB + BB) = Banco da República do Brasil
 Cabe ao governo indicar o presidente, o vice e um diretor .
 Problema: a especulação da bolsa contamina BRB.
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 1894 – Novo Presidente – Prudente de Morais, Fazenda – Rodrigues 
Alves.
 Pedido de empréstimos aos Rotschild. (1895 – rapidamente 
consumido)
 1896 e 1897 – boas safras, cai o preço do café.
 1898 – Moratória e Funding Loan ( 1898 – 1902 – Ministro Duarte 
Murtinho; Presidente Campos Sales)
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 Funding Loan
 Rolar compromissos externos do governo – juros em troca de 
severas medidas de saneamento fiscal e monetário.
 Em 3 anos, o governo brasileiro saldaria seus compromissos a juros 
dos empréstimos federais anteriores ao funding com títulos de novo 
empréstimo – o funding loan.
 As amortizações dos empréstimos incluídos na operação seriam 
suspensas por 13 anos.
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 Funding Loan (continuação)
 Gozava de garantias especiais: hipoteca sobre receitas e moeda 
forte da Alfândega do Rio de Janeiro.
 Receitas tributárias aumentadas – aumentos de impostos como 
imposto de consumo e do selo.