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Introdução à Microeconomia: Teoria do Consumidor e Teoria da Firma

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2ºAula
Introdução à 
microeconomia
Agora que o assunto de economia já lhe é familiar, 
podemos iniciar o estudo da Microeconomia. Nesta 
aula, começaremos pela Teoria do Consumidor e Teoria 
da Firma. Os consumidores são participantes ativos da 
economia de todos os países, portanto, estudar suas 
preferências, escolhas, restrições, enfim, estudar seu 
comportsmento na atividade econômica é fundamental. 
Por sua vez, na Teoria da Firma estudaremos o 
comportamento da firma ou empresa ao desenvolver sua 
atividade produtiva. Prontos para começar?
Boa aula!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• Conhecer os princípios da Teoria do Consumidor e da Teoria da Firma, bem como seus principais conceitos e teorias;
• Conhecer a teoria das curvas de indiferença e isoquantas;
• Conhecer a restrição orçamentária e o equilíbrio do consumidor;
• Conhecer a função de produção e a análise da produção no curto e no longo prazo;
• Analisar os custos de produção e os rendimentos das firmas, além de conhecer o processo de maximização dos lucros 
das empresas.
Economia Aplicada 14
Já é sabido que os indivíduos têm necessidades 
econômicas infinitas ou ilimitadas. Por outro lado, tanto 
os recursos produtivos como os recursos financeiros dos 
próprios consumidores são limitados. Assim, mesmo que suas 
necessidades sejam ilimitadas, mesmo que os consumidores 
queiram, constantemente, consumir mais e mais bens e 
serviços, eles se deparam com um entrave ou restrição 
orçamentária.
Isso posto, nesta seção, serão analisadas as escolhas 
do consumidor e suas preferências. Estudaremos também 
a restrição orçamentária e, finalmente, o equilíbrio do 
consumidor. Prontos para estudar o comportamento do 
consumidor na economia?! 
O Comportamento Econômico do Cosumidor
1.1 Pressupostos Básicos das 
Preferências do Consumidor
Antes de iniciarmos, é preciso entender alguns conceitos 
que serão usados nesta seção. Um deles é o conceito de cesta 
de mercado.
Uma cesta de mercado é um conjunto de uma ou mais 
mercadorias, ou seja, uma combinação de produtos que um 
consumidor gasta a cada mês (PINDYCK & RUBINFELD, 
2002, p. 61).
O quadro mostrado abaixo apresenta algumas cestas de 
mercado formadas por quantidades de alimentos e vestuário 
que são consumidas mensalmente.
A cesta A é formada por 20 unidades de alimentação e 
30 unidades de vestuário; a cesta B é formada por 10 unidades 
de alimentação e 50 unidades de vestuário. A cesta C contém 
40 unidades de alimentação e 20 unidades de vestuário e, 
assim, seguem as demais cestas.
Quadro 01: Exemplos de Cestas de Mercado
1 – Introdução à Teoria do Consumidor
2 – Introdução à Teoria da Firma: produção
3 – Introdução à Teoria da Firma: custos e rendimentos
4 – Maximização dos Lucros
Seções de estudo
1 Introdução à Teoria do Consumidor
Cestas de 
Mercado
Unidades de 
Alimentação
Unidades de 
vestuário
A 20 30
B 10 50
C 40 20
D 30 40
E 10 20
F 10 40
O consumidor pode escolher entre as cestas de mercado, 
aquela que ele gostar mais, melhor dizendo, aquela que ele 
preferir. De acordo com Pindyck & Rubinfeld (2002), existem 
três pressupostos básicos a respeito das preferências das 
pessoas por determinada cesta em relação à outra cesta.
• As preferências são completas: um consumidor irá 
preferir a cesta A em vez de B, ou a cesta B em vez de A, ou 
será indiferente às duas cestas. Essas preferências não levam os 
preços em consideração, pois um consumidor poderia preferir 
carne de primeira em vez de carne de segunda, mas compraria 
carne de segunda por esta ser mais barata.
• As preferências são transitivas: Se o consumidor preferir 
a cesta de mercado A em vez da cesta B e preferir a cesta B em 
vez da cesta C, então, ele também prefere a cesta A em vez da 
C. Por exemplo, se um consumidor prefere um automóvel Gol 
em vez de um Palio, e se ele prefere um Palio em vez de um 
Uno, então, ele prefere um Gol em vez de um Uno.
• Não saciedade: dado que todas as cestas de mercadorias 
são boas e desejáveis, o consumidor prefere sempre consumir 
mais das mercadorias em vez de menos. Neste caso, entre as 
cestas E e F do quadro 01, o consumidor irá preferir consumir 
a cesta F, que contém mais unidades de vestuário.
Analisando o quadro 01, podemos constatar que o 
consumidor prefere a cesta de consumo A, contendo 20 
unidades de alimentação e 30 unidades de vestuário, em vez da 
cesta E, contendo 10 unidades de alimentação e 20 unidades 
de vestuário. É possível entender porque ele prefere a cesta 
A e não a cesta E se relembrarmos do pressuposto da não 
saciedade.
Ainda, comparando as cestas A e D, o consumidor irá 
preferir a cesta D que contém mais unidades de vestuário e de 
alimentação.
De acordo com o pressuposto da não saciedade, a melhor 
cesta, entre as cestas contidas no quadro 01, é a cesta D.
1.2 Curvas de Indiferença
As preferências do consumidor podem ser representadas 
graficamente, usando as curvas de indiferença. Uma curva de 
indiferença é a representação gráfica de um conjunto de cestas 
de mercadorias que são indiferentes para o consumidor, ou 
seja, que oferecem o mesmo nível de satisfação ao consumidor 
(PINDYCK & RUBINFELD, 2002, p. 62).
A figura abaixo mostra uma curva de indiferença. Esta 
curva é montada a partir de combinações de alimentação (no 
eixo vertical) e vestuário (no eixo horizontal). Perceba que, as 
cestas A, B e C mostradas no quadro 01 estão representadas na 
mesma curva de indiferença. 
Analisando novamente o quadro 01, perceba que o 
consumidor pode escolher entre as cestas A, B e C. As cestas 
A e C contêm mais unidades de alimentação que a cesta B, 
mas esta última cesta contém mais unidades de vestuário que 
as cestas A e C. A cesta A contém mais unidades de vestuário, 
que a cesta C, porém na cesta A existem menos unidades de 
alimentação em comparação a cesta C.
Dentre essas cestas, qual o consumir escolheria? O que se 
pode afirmar é que o consumidor é indiferente entre consumir 
as cestas A, B e C. Isso ocorre porque as três cestas se encaixam 
na mesma curva de indiferença.
Observe a figura abaixo para entender melhor a teoria 
das curvas de indiferença. A curva mostrada na figura liga as 
cestas de mercado A, B e C e é a chamada curva de indiferença. 
Ela indica que o consumidor é indiferente em relação às três 
cestas de mercadorias (cestas A, B e C), pois todas elas estão na 
15
mesma curva de indiferença.
Figura 01: Curva de Indiferença
Fonte: Pindyck & Rubinfeld, 2002, p. 63.
As três cestas que estão sob a curva de indiferença dão a 
mesma satisfação ao consumidor, portanto, para ele tanto faz 
consumir qualquer uma das três cestas. Para o consumidor é 
indiferente consumir a cesta A ou a cesta B ou, ainda a cesta C, 
pois ele não se sente nem em melhor situação e nem em pior 
situação se consumir qualquer uma delas. Mais uma vez, é bom 
frisar que este fato só é verdadeiro porque as cestas A, B e C 
estão na mesma curva de indiferença!
Todas as cestas que estão sob a mesma curva de indiferença 
proporcionam a mesma satisfação ao consumidor.
A cesta E está na área abaixo da curva de indiferença. 
Por estar nessa posição, essa cesta é menos desejada pelo 
consumidor. Já a cesta D, situada na área acima da curva de 
indiferença é mais desejada pelo consumidor do que as cestas 
sob a curva de indiferença.
É possível representar várias curvas de indiferença 
em um mesmo plano, um mapa de indiferença. Um mapa 
de indiferença é o conjunto de curvas que descrevem as 
preferências de um consumidor. Cada curva de indiferença do 
mapa mostra as cestas de mercadorias em relação às quais o 
consumidor é indiferente.
Suponhamos que existam apenas duas mercadorias que 
o consumidor Pedro pode consumir: vestuário e alimentação. 
Construiremos o quadro 02, que contém exemplos de cestas de 
mercadorias de Pedro.
Quadro 02: Cestas de Mercadoria de Pedro
Cestas de 
Mercado
Unidades de 
Alimentação
Unidades de 
Vestuário
A 01 12
B 02 06
C 03 04
D 04 03
A partir doquadro 02 foi construída a figura 02 
abaixo. Observe que no eixo horizontal estão representadas 
as unidades alimentícias e no eixo vertical as unidades de 
vestuário.
Figura 02: Mapa de Indiferença
Fonte: Pinho & Vasconcellos, 2004, p. 94.
Na figura 02 há um mapa de indiferença que contém 
três curvas de indiferença. A curva de indiferença mais baixa, 
denominada CI1, é aquela formada pela cesta de mercadorias 
X e W. Essas cestas dão a Pedro a mesma satisfação. 
A curva CI2 é composta pelas cestas A, B, C, D e E. 
Pedro é indiferente a qualquer uma dessas cestas sob a curva 
de indiferença CI2. Por último, a CI3 passa pelas cestas Y e 
Z, e Pedro também é indiferente a ambas.
Relembrando o pressuposto da não saciedade, sabemos 
que um consumidor sempre quer consumir mais de ambos os 
bens. Assim, já se pode adiantar uma conclusão: as curvas de 
indiferença mais altas contêm as melhores cestas de mercado.
Qualquer cesta de mercado sob a curva de indiferença 
CI2, a cesta C, por exemplo, será preferível em relação às 
cestas W e X sob a curva de indiferença CI1. Claro, a cesta C 
está na curva de indiferença CI2, a qual está em uma posição 
mais alta do que a curva de indiferença CI1, onde estão as 
cestas W e X.
Por sua vez, qualquer cesta sob a curva de indiferença 
CI3 será preferível em relação à curva de indiferença CI1 e 
também em relação à CI2. Essa é a curva de indiferença mais 
alta, portanto, todas as cestas que estão sob essa curva são 
melhores que as demais cestas. Dessa forma, tem-se que as 
curvas de indiferença mais altas são sempre preferíveis!
1.3 Taxa Marginal de Substituição
O consumidor faz escolhas a respeito de quais bens e 
quanto destes bens irá consumir. Em algum momento, o 
consumidor terá que trocar ou substituir um bem por outro.
E 05 2,4
X 02 2,5
W 01 06
Y 03 08
Z 04 06
Economia Aplicada 16
Quadro 03: Taxa Marginal de Substituição de Vestuário por Alimen-
tação 
Cesta de Mercado Unidades de Alimentação Unidades de Vestuário TMS
A 01 12 -
B 02 06 06
C 03 04 02
D 04 03 01
E 05 02 01
Fonte: Pinho & Vasconcellos, 2004, p.97.
Verifique o quadro 03 acima. Este contém as mesmas 
cestas de consumo de Pedro do quadro 02, porém, somente 
aquelas a que ele é indiferente. Sabemos que Pedro é 
indiferente entre consumir qualquer uma das cestas A, B, C, 
D ou E, todas elas dão a Pedro a mesma satisfação.
Suponhamos que Pedro esteja consumindo a cesta A, 
a qual contém 01 unidade de alimentação e 12 unidades de 
vestuário, mas decida deixar de consumir essa cesta e passa a 
consumir a cesta B, contendo 02 unidades de alimentação e 
06 unidades de vestuário.
O que se observa é que Pedro sacrificou, trocou, abriu 
mão ou ainda, desistiu de consumir 06 unidades de vestuário 
(já que ele deixa de consumir as 12 unidades contidas na cesta 
A e passa a consumir apenas as 06 unidades da cesta B) para 
consumir uma unidade adicional de alimentação. 
Percebe-se também que, apesar de ter feito essa troca, 
Pedro continua na mesma situação, ou seja, sua satisfação não 
mudou, pois ele está ainda na mesma curva de indiferença.
Consideremos, agora, que Pedro decida fazer outra 
troca, deixa de consumir a cesta de mercadorias B e passa 
a consumir a cesta C. Nessa situação, Pedro abriu mão de 
consumir 02 unidades de vestuário para aumentar seu 
consumo de alimentos em 01 unidade e também se manteve 
com o mesmo nível de satisfação.
Os dois casos acima exemplificam o conceito de taxa 
marginal de substituição de vestuário por alimentação. Ela 
representa a quantidade de vestuário que o consumidor está 
disposto a abrir mão (ou desistir de consumir) em troca de 
uma unidade adicional de alimentação. Ou ainda, representa 
em quanto o consumo de vestuário será reduzido se o 
consumidor resolver consumir uma unidade adicional de 
alimentação.
TMS (bem I pelo bem II): é a redução na quantidade 
consumida do bem I necessária para aumentar o consumo 
do bem II em uma unidade e manter o consumidor com a 
mesma satisfação. (PINHO; VASCONCELLOS, 2004, p. 
96).
Com base no Quadro 03, repare que, quando Pedro 
deixa de consumir a cesta A para consumir a cesta B. A taxa 
marginal de substituição (TMS) de vestuário por alimentação 
é 06, pois ele abre mão de 06 unidades de vestuário por uma 
unidade adicional de alimentação.
Quando Pedro passa a consumir a cesta C, a TMS passa 
a ser 02, pois ele abre mão de 02 unidades de vestuário por 
uma unidade a mais de alimentação.
Repare que a taxa marginal de substituição de vestuário 
por alimentação diminui à medida que Pedro se move de uma 
cesta de mercadorias pra outra. Isso acontece porque a taxa 
marginal de substituição é sempre decrescente.
1.4 Utilidade marginal
Os consumidores demandam mercadorias porque o seu 
consumo proporciona a elas algum tipo de prazer ou satisfação 
(PINHO; VASCONCELLOS, 2004, p. 81). O prazer ou 
satisfação pode ser medido, esta medida é chamada de utilidade.
Podemos definir utilidade como o nível de satisfação ou 
prazer que uma pessoa tem ao consumir uma mercadoria. É 
a mesma coisa dizer que utilidade é a satisfação ou prazer que 
uma mercadoria fornece àquele que a consome.
Para explicar o que é a utilidade marginal, tomaremos 
como exemplo uma pessoa no deserto sedenta por água. A 
mercadoria em questão será, então, copo de água.
Imagine que é dado um copo de água para essa pessoa. 
Esse copo, certamente, trará uma enorme satisfação a ela, 
gerando uma utilidade elevada. Se depois disso, for dado 
um segundo copo de água a essa pessoa, esse copo será bem 
recebido, mas provavelmente não com o mesmo entusiasmo 
com que foi o primeiro copo, a satisfação ao consumir o 
segundo copo de água é provavelmente menor do que a 
satisfação proporcionada pelo consumo do primeiro copo. 
Um terceiro copo será recebido com entusiasmo ainda menor 
e trará uma satisfação também menor.
Se formos aumentando as quantidades de copos de água 
dadas à pessoa, chegaremos a um ponto em que um copo 
adicional não trará mais satisfação a ela, ou seja, o benefício ou 
satisfação de um copo de água adicional será tão pequeno que 
a pessoa se torna quase indiferente entre consumi-lo ou não.
Mas porque isso ocorreu se a pessoa estava com tanta 
sede? A resposta é fácil: quando consumido praticamente até 
a saciedade, o copo de água deixou de ser um produto escasso 
para essa pessoa.
O que se conclui é que a utilidade derivada do consumo 
de copos de água cresce na medida em que aumentamos a 
quantidade de copos de água. Porém, a utilidade de cada copo de 
água adicional é cada vez menor. Até ser particularmente baixa, a 
ponto de o consumidor ser praticamente indiferente a ele.
Figura 03: Utilidade Marginal Decrescente
Fonte: Pinho & Vasconcellos, 2004, p 82
Observe a figura 03, ela mostra a variação da utilidade 
de acordo com o consumo. A parte escura das barras indica 
quanto foi acrescentado à utilidade pelo último copo de água 
consumido. À medida que aumenta a quantidade consumida 
(deslocamento para colunas à direita), a parte escura se torna 
cada vez menor. Isso significa que cada unidade adicional 
consumida acrescenta cada vez menos à utilidade.
17
Se Pedro gastar toda sua renda comprando vestuário, ele 
compraria 50 unidades de vestuário, ou seja:
0. 5,00 + V. 10,00 = 500,00
V = 500,00/10,00
V = 50 unidades de vestuário.
Se ele gastasse toda sua renda em alimentação, então, 
consumiria 100 unidades de alimentação, ou seja:
A. 5,00 + 0. 10,00 = 500,00
A = 500,00/5,00
A = 100 unidades de alimentação.
Se Pedro decidir consumir 20 unidades de alimentação, 
ao preço de R$ 5,00, ele gastará R$ 100,00 e sobrará R$ 400,00 
da sua renda para ser consumido em vestuário. Então, ele 
poderá consumir 40 unidades de vestuário, ou seja:
20. 5,00 + V. 10,00 = 500,00
100,00 + V. 10,00 = 500,00
V. 10,00 = 400,00
V = 40 unidades de vestuário.
O mesmo pode ser feito para as demais combinações 
de unidades de alimentação e vestuário do quadro 04. Todas 
as combinações, se alinhadas, formam a linha de restrição 
orçamentáriamostrada na figura 03 a seguir.
Figura 04: Restrição Orçamentária de Pedro
Fonte: Pinho & Vasconcellos, 2004, p.99.
Toda a área cinza da figura 04 mostra os gastos de 
Pedro menores ou iguais a sua restrição orçamentária. 
Com base nessa figura Pedro pode consumir as cestas 
A, B, C, D, E e F e gastará toda a sua renda. Pedro pode 
também consumir a cesta X, mas não gastará toda a sua 
renda. 
1.6 Equilíbrio do Consumidor
Sabendo das preferências do consumidor e da 
restrição orçamentária, podemos determinar como o 
consumidor deve escolher entre as diversas cestas de 
mercadorias que sua restrição orçamentária lhe permite 
consumir.
Os consumidores devem escolher o que consumir 
UTILIDADE MARGINAL DECRESCENTE: à 
medida que aumenta o consumo de uma mercadoria por parte 
de uma pessoa, o prazer decorrente de uma unidade adicional, 
isto é, a utilidade marginal dessa mercadoria diminui (PINHO 
; VASCONCELLOS, 2004, p. 83).
1.5 Restrição Orçamentária do 
Consumidor
Já sabemos que o objetivo de todo consumidor é 
obter a máxima satisfação de suas necessidades. Todos nós, 
consumidores, queremos consumir o máximo de todos os 
bens.
Vimos, também, que o mapa de indiferença mostra 
o conjunto de curvas de indiferença que descrevem as 
preferências do consumidor em relação a diversas combinações 
de mercadorias. 
Podemos, então, afirmar que os consumidores têm suas 
preferências e querem consumir aquilo que satisfaz seus desejos 
e necessidades, e querem consumir sempre mais.
Se os indivíduos pudessem consumir livremente tudo 
aquilo que quisessem, consumiriam uma quantidade infinita de 
bens. Mas não podem, porque eles se deparam com um entrave, 
uma limitação ao consumo: a sua renda, seu orçamento. 
Chamaremos essa limitação ou entrave de restrição 
orçamentária. Esta seção será dedicada ao estudo da restrição 
orçamentária por meio de um exemplo numérico. Vamos lá?!
Suponhamos que Pedro disponha de uma renda fixa R e 
que gasta sua renda com alimentação e vestuário. Chamaremos 
a quantidade adquirida de alimentação de A e a quantidade 
adquirida de vestuário de V.
O preço das duas mercadorias será Pa (preço da 
alimentação) e Pv (preço do vestuário). Então, a quantidade de 
dinheiro gasta em alimentação será (A x Pa) e a quantidade de 
dinheiro gasta em vestuário será (V x Pv).
Finalmente, devemos considerar que Pedro é um 
consumidor racional, ou seja, ele não pode gastar mais do que 
ganha. Portanto, ele deve gastar em alimentação e vestuário uma 
quantia igual ou menor que sua renda. A restrição orçamentária 
de Pedro é:
A * Pa + V * Pv ≤ R
Suponhamos que a renda mensal de Pedro seja R$ 
500,00 (quinhentos reais). Suponhamos também que o 
preço de uma unidade de alimentação (Pa) seja R$ 5,00 
(cinco reais) e o preço de uma unidade de vestuário (Pv) 
seja R$ 10,00 dez reais). O Quadro 04 mostra todas as 
combinações de alimentação e vestuário que Pedro pode 
consumir com sua renda.
Quadro 04: Cestas de Consumo disponíveis para 
Pedro que esgotam sua renda de R$ 500,00. Supondo que 
01 unidade de alimentação custe R$ 5,00 e 01 unidade de 
vestuário custe R$ 10,00.
Cesta de Con-
sumo
Unidades de Alimen-
tação
Unidades de Ves-
tuário
A 00 50
B 20 40
C 40 30
D 60 20
E 80 10
F 100 00
Economia Aplicada 18
para obter a satisfação máxima das suas necessidades e 
desejos, porém, devem levar em consideração as limitações 
de seu aumento. A cesta de mercadoria que o consumidor irá 
escolher deve satisfazer essas duas condições.
Portanto, a cesta escolhida pelo consumidor, que 
maximize a satisfação e leve em conta a restrição orçamentária, 
deve ser o encontro da curva de indiferença mais alta que esteja 
sobre a linha orçamentária. Para entender essa afirmação, 
observe a figura 05.
Figura 05: Equilíbrio do Consumidor
Fonte: Pinho & Vasconcellos, 2004, p. 102.
Ela mostra quatro curvas de indiferença e a linha 
orçamentária de um consumidor qualquer. Os pontos A e B 
nas duas curvas de indiferença abaixo da linha orçamentária 
podem ser consumidos, pois estão dentro do orçamento 
desse consumidor, porém, não dão a ele a máxima satisfação 
e não esgotam toda a sua renda. 
O ponto C possibilita a máxima satisfação ao consumidor. 
Infelizmente, esse ponto está acima da restrição orçamentária. 
Portanto, como o ponto C não está dentro do orçamento do 
consumidor este não pode ser consumido.
Finalmente, observe o ponto E. Assim como os pontos 
A e B, o ponto E está dentro do orçamento do consumidor. 
Além disso, esse ponto, apesar de proporcionar ao consumidor 
uma satisfação menor do que a proporcionada se consumisse 
no ponto C, proporciona a ele uma satisfação maior que os 
pontos A e B. 
Dessa forma, o equilíbrio do consumidor ocorre no 
ponto E. Nesse ponto o consumidor obtém a máxima 
satisfação possível obedecendo a sua restrição orçamentária. 
Repare que utilizamos a palavra “possível”, pois, com 
certeza, a melhor satisfação seria obtida se ele pudesse 
consumir a melhor cesta, nesse caso, a cesta C. Mas, como 
muitas vezes acontece em nosso dia a dia, a melhor cesta não 
é aquela que podemos comprar.
Por essa razão, o equilíbrio do consumidor ocorre naquele 
ponto em que o consumidor fica dentro de seu orçamento e 
consome a cesta de mercadorias capaz de proporcionar a ele 
a melhor utilidade possível.
2 Introdução à Teoria da Firma: produção
O estudo da Teoria da Produção é de extrema importância 
para a Teoria da Firma, pois fornece as bases para analisar a 
relação entre produção e custos de produção e, a partir daí, a 
formação dos preços dos produtos no mercado.
Outro papel importante da Teoria da Produção está 
na análise da demanda da firma pelos fatores de produção 
utilizados no processo de produção, já que para realizar o 
processo de produção dos bens necessários à população, a 
firma depende da disponibilidade de fatores de produção.
Os itens desta seção nos proporcionarão o entendimento 
da Teoria da Produção, bem como sua importância. De imediato 
pode-se afirmar que a Teoria da Produção se preocupa com a 
relação tecnológica entre a quantidade de fatores de produção 
e a quantidade de produtos.
O Comportamento Econômico das Firmas - Teoria 
da Produção
O estudo da Teoria da Produção é de extrema importância 
para a Teoria da Firma, pois fornece as bases para analisar a 
relação entre produção e custos de produção e, a partir daí, a 
formação dos preços dos produtos no mercado.
Outro papel importante da Teoria da Produção está 
na análise da demanda da firma pelos fatores de produção 
utilizados no processo de produção, já que para realizar o 
processo de produção dos bens necessários à população, a 
firma depende da disponibilidade de fatores de produção.
Os itens desta seção nos proporcionarão o entendimento 
da Teoria da Produção, bem como sua importância. De imediato 
pode-se afirmar que a Teoria da Produção se preocupa com a 
relação tecnológica entre a quantidade de fatores de produção 
e a quantidade de produtos.
2.1 A Função de Produção
Durante o processo de produção, as empresas utilizam 
uma combinação de fatores de produção e os transforma em 
produtos finais. Por exemplo: uma padaria combina fatores 
de produção, como mão de obra (trabalho), farinha, açúcar, 
fornos, geladeiras, entre outros fatores para produzir pães, 
bolos e tortas (PINDYCK ; RUBINFELD, 2002, p. 168).
A relação entre a combinação de tais fatores de produção 
utilizados no processo produtivo e o produto final é mostrada 
pela função de produção. Ela indica qual é a quantidade de 
produto (Q) que a empresa obtém (em nosso caso a padaria), a 
partir de uma combinação de fatores de produção.
É importante acrescentar que a Teoria da Produção 
supõe que a empresa escolhe sempre o processo de produção 
mais eficiente, ou seja, aquele que utiliza e combina fatores de 
produção da maneira mais eficiente possível para obter a maior 
quantidade de produtos finais. 
Dessa forma, pode-se afirmar que a função de produção 
mostra a máxima produção gerada a partir de uma combinaçãoótima de fatores de produção, dentro do processo de produção 
mais eficiente. Matematicamente, a função de produção é 
representada a seguir:
 Q = f (x1, x2, x3, x4, ..., xn-1, xn)
Onde Q = quantidade de produto
 x1,..., xn-1, xn = quantidades dos diversos fatores 
de produção
Para simplificar, adotaremos a hipótese de que 
apenas dois fatores de produção são usados no processo 
produtivo, capital (K) e mão de obra (L = labor). Nesse 
caso simplificado, a função mostra as combinações mais 
19
TRABA-
LHO
CAPITAL PRODUTO 
TOTAL
PRODUTO 
MÉDIO
PRODUTO 
MARGINAL
0 10 0 - -
1 10 10 10 10
2 10 30 15 20
3 10 60 20 30
4 10 80 20 20
5 10 95 19 15
6 10 108 18 13
7 10 112 16 04
8 10 112 14 00
9 10 108 12 -4
10 10 100 10 -8
PRODUÇÃO COM APENAS UM FATOR DE PRODUÇÃO VARIÁVEL
Fonte: Pindyck & Rubinfeld, 2002, p. 172.
Quando o fator de produção mão de obra é zero, o 
volume de produção também é zero. A partir daí, o volume 
de produção total vai aumentando à medida que a quantidade 
de mão de obra utilizada aumenta até atingir 08 unidades. 
Quando mais de 08 unidades de mão de obra são utilizadas, o 
volume de produção começa a diminuir. 
Até 08 unidades de mão de obra é possível que se obtenha 
uma produção cada vez maior, combinada com a quantidade 
fixa de máquinas e equipamentos e das instalações. Além de 
08 unidades de mão de obra, cada unidade adicional não será 
mais produtiva, talvez porque os funcionários começam a 
ficar ociosos.
Assim, o volume de produção aumenta conforme a 
empresa contrata mais, até atingir 08 unidades de mão de 
obra. Se a empresa trabalhar com mais de 08 unidades de mão 
de obra, o volume de produção diminui.
O produto médio ou produtividade média do fator 
variável é definido como a quantidade produzida por cada 
unidade do fator variável. De forma mais simples, ele é 
a quantidade produzida por trabalhador (fator variável). 
Matematicamente, o produto médio é representado por:
PMe = Q / L
Onde PMe = produto médio
 Q = quantidade de produto
 L = quantidade de mão de obra
 Observe que a figura acima possui uma quarta coluna 
denominada produto médio do trabalho, que é calculado 
dividindo-se o produto total pela quantidade utilizada do 
insumo mão de obra. Observe também que o produto médio 
aumenta de início, mas passa a cair quando a quantidade de 
mão de obra utilizada é maior que 04 unidades.
A quinta coluna mostra o produto marginal do trabalho, 
que diz respeito à produção adicional obtida pelo acréscimo 
de uma quantidade adicional do fator de produção mão de 
obra. Em outras palavras, o produto marginal do fator variável 
mostra quanto o produto total varia quando se aumenta a 
quantidade utilizada do fator variável. Matematicamente, 
tem-se:
PMg = Δ PT / Δ L
Onde PMg = produto marginal
Δ PT = variação do produto total
Δ L = variação da quantidade utilizada do fator variável
Por exemplo, com a quantidade de capital fixada em 10 
unidades, se a quantidade de mão de obra aumentar de 02 para 
03 unidades, o produto total aumenta de 30 para 60 unidades, 
então, o volume adicional de produção é de 30 unidades. 
Aplicando os valores do exemplo na fórmula acima, tem-se:
PMg = (60 – 30) / (03 – 02)
PMg = 30 unidades de produto
A partir dos conceitos de produto total, produto médio e 
eficientes de capital e mão de obra que geram a máxima 
quantidade de produto (PINDYCK & RUBINFELD, 2002, p. 
168). A expressão para a função de produção vem abaixo:
Q = f (K, L)
Segundo essa equação, a quantidade de produto depende 
das quantidades usadas de dois fatores de produção, a mão de 
obra e o capital.
2.2 Análise de Curto Prazo
Iniciaremos o estudo da Teoria da Produção pela análise 
de curto prazo. O curto prazo diz respeito ao período de tempo 
no qual a função de produção da empresa utiliza e combina 
fatores de produção fixos. Apenas um fator de produção pode 
variar no curto prazo. No curto prazo a empresa é obrigada 
a utilizar alguns fatores de produção, mesmo se decidir não 
produzir (VARIAN, 2003, p. 346).
Tomando como base a hipótese simplificada de que a 
empresa utiliza apenas dois fatores de produção, o capital será 
o fator fixo e a quantidade de mão de obra é o fator variável.
Isso se explica porque o capital da empresa geralmente 
leva tempo para poder ser modificado. Por exemplo, a 
construção de uma nova fábrica demora a ser terminada, ou 
ainda o período até que novas máquinas e equipamentos sejam 
encomendados e entregues é longo.
Dessa forma, no curto prazo, a quantidade produzida irá 
variar somente se a quantidade de mão de obra (fator variável) 
utilizada na produção variar, pois para a quantidade de capital 
variar é preciso mais tempo. Em outras palavras, a quantidade 
produzida da empresa varia graças à variação na quantidade 
utilizada do fator variável associada à quantidade constante 
utilizada de fator fixo.
A partir da análise de curto prazo e sabendo que, neste 
período, apenas um fator de produção pode variar, pode-se 
apresentar alguns conceitos básicos da teoria da produção: 
produto total, produto médio e produto marginal. Todos esses 
conceitos estão relacionados ao fator de produção variável.
O produto total do fator variável é definido como a 
quantidade de produto que a empresa obtém no processo de 
produção, combinando o fator de produção variável com os 
demais fatores de produção fixos (PINHO; VASCONCELLOS, 
2004, p. 147).
Novamente tomaremos como exemplo, a padaria. Essa 
firma dispõe de determinada quantidade fixa de máquinas e 
equipamentos, como fornos, geladeiras, freezer, mas pode 
contratar mais ou menos quantidade de mão de obra para 
operar tais máquinas e equipamentos. Então, o produto total 
do fator variável é a quantidade de pães, bolos e tortas que a 
padaria obtém graças à combinação de seus fatores de produção 
fixos com o fator de produção variável, a mão de obra.
O quadro abaixo apresenta uma relação de quantidade 
de capital e trabalho utilizados na produção de pães. As três 
primeiras colunas apresentam o volume de capital e trabalho 
utilizados e os diferentes volumes de produção obtidos. 
Repare que a quantidade de capital utilizada é sempre fixa em 
10 unidades, isso porque o capital (por exemplo, os fornos 
disponíveis) é um fator fixo no curto prazo.
Quadro 05: Produção no Curto Prazo
Economia Aplicada 20
produto marginal do fator variável podemos falar da Lei dos 
Rendimentos Decrescentes ou Lei da Produtividade Marginal 
Decrescente. 
Essa lei diz que se uma empresa aumentar a quantidade 
de um fator variável, permanecendo fixa a quantidade dos 
demais fatores utilizados na produção, o volume de produção 
inicialmente aumentará a taxas crescentes; em seguida a 
produção continuará a crescer, mas a taxas decrescentes (ou 
seja, com acréscimos cada vez menores). À medida que a 
empresa continua aumentando a quantidade de fator variável, 
a produção total chegará a um máximo e a partir de então, 
começará a decrescer (PINHO; VASCONCELLOS, 2004, p. 
148).
A explicação acima fica mais clara se acompanhada com 
a análise da figura já apresentada. Com base nos valores do 
produto total e produto marginal apresentados na quinta 
coluna, pode-se observar que, inicialmente, aumentos na 
quantidade utilizada de fator variável provocam aumentos na 
quantidade produzida. Nesse caso, a função de produção da 
empresa apresenta rendimentos crescentes.
Em seguida, a partir da quarta unidade do fator variável, 
cada aumento na quantidade utilizada desse fator provocará 
aumentos na quantidade produzida, porém, esses aumentos 
serão cada vez menores. Nesse caso, a função de produção 
começa a mostrar rendimentos decrescentes. 
A empresa obtém a máxima produção quando emprega 
08 unidades de fator variável associada a 10 unidades do fator 
fixo. A partir daí, não vale a pena continuar aumentando a 
quantidade de fator variável empregada, pois os acréscimos 
começam a impactar negativamente na quantidade 
produzida. Perceba que, nesse último caso, sea empresa 
utilizar mais de 08 unidades do fator variável associada a 10 
unidades do fator fixo, o produto total começa a diminuir e o 
produto marginal fica negativo. 
 2.3 Análise de Longo Prazo
O longo prazo, ao contrário da análise de curto prazo, 
diz respeito ao período de tempo em que todos os fatores de 
produção podem variar. No longo prazo, as empresas podem, 
por exemplo, modificar a capacidade instalada das fábricas, 
o que seria um fator de produção considerado fixo no curto 
prazo.
2.3.1 Isoquantas
Suponhamos que capital (fornos) e trabalho (padeiros) 
estão sendo usados pela empresa (padaria) para produzir 
algum bem (pães). O quadro abaixo relaciona o volume de 
produção obtido por uma empresa a cada mês a partir de 
diferentes combinações de capital e trabalho.
Na horizontal estão as quantidades de mão de obra e 
na vertical as quantidades de capital utilizados na produção. 
Assim, se a firma utiliza 01 unidade de capital e 03 unidades 
de mão de obra, ela obtém 55 unidades de produto. Porém, se 
utilizar 03 unidades de capital e 01 unidade de mão de obra a 
firma obterá as mesmas 55 unidades de produto.
Agora, utilizando 01 unidade de capital e 05 unidades 
de mão de obra, ou 03 unidades de capital e 02 de trabalho, 
ou ainda, 05 unidades de capital e 01 unidade de trabalho, a 
produção da firma ainda será de 75 unidades de produto.
Quadro 06: Produção no Longo Prazo
CAPITAL / TRABALHO 01 02 03 04 05
01 20 40 55 65 75
02 40 60 75 85 90
03 55 75 90 100 105
04 65 85 100 110 115
05 75 90 105 115 120
VOLUME DE PRODUÇÃO UTILIZANDO 02 FATORES VARIÁVEIS
Por último, se a firma utiliza 02 unidades de capital e 
05 unidades de trabalho, ou 03 unidades de cada fator de 
produção ou ainda 05 unidades de capital e 02 de trabalho, ela 
obtém o mesmo volume de produção, ou seja, 90 unidades.
Observe a figura abaixo, a qual mostra diversas 
combinações de capital e trabalho que, se combinadas, 
produzirão Q1 = 55, Q2 = 75 ou Q3 = 90 unidades de 
produto.
Perceba que a junção das combinações de capital e 
trabalho que produzem 55 unidades de produto, forma uma 
curva. O mesmo ocorre para as combinações de capital e 
trabalho que resultam em 75 e 90 unidades de produto. Essas 
curvas estão representadas na figura abaixo.
Figura 06: Isoquantas
Fonte: Pindyck & Rubinfeld, 2002, p.170.
Cada curva formada é denominada isoquanta. Ela é 
uma curva que representa todas as possíveis combinações 
de fatores de produção que resultam no mesmo volume de 
produção (PINDYCK; RUBINFELD, 2002, p. 169). 
A isoquanta Q1 mede todas as combinações de capital 
e trabalho que produzem um volume de produção de 55 
unidades. A isoquanta Q2 mede as combinações de fatores 
de produção (capital e trabalho) que resultam na produção de 
75 unidades de produto. Por último, a isoquanta Q3 mede as 
combinações que resultam em 90 unidades de produto. 
Perceba a semelhança entre isoquantas e curvas de 
indiferença. As curvas de indiferença ordenam níveis de 
satisfação do menor ao mais elevado, enquanto as isoquantas 
ordenam níveis de produção.
21
2.3.2 Taxa marginal de substituição 
técnica (TMST)
Havendo dois fatores de produção que podem variar, 
existe a possibilidade de substituir um fator pelo outro. Perceba 
que essa taxa é equivalente à taxa marginal de substituição da 
Teoria do Consumidor.
Sendo capital e trabalho os dois únicos fatores usados no 
processo de produção, a taxa marginal de substituição técnica 
para o capital, por exemplo, é a quantidade pela qual se pode 
reduzir o fator capital, quando se utiliza uma unidade extra 
do fator trabalho de tal forma que a produção permaneça 
constante. Já a taxa marginal de substituição técnica para 
o trabalho é a quantidade pela qual se pode reduzir o fator 
trabalho, quando se utiliza uma unidade extra do fator capital, 
mantendo a produção constante.
2.3.3 Rendimentos de Escala
Os rendimentos de escala (ou economias de escala) 
representam a forma como a quantidade produzida, ou 
o volume de produção, varia em resposta a uma variação 
da quantidade utilizada de todos os fatores de produção 
(PINHO ; VASCONCELLOS, 2004, p. 155). É a medição 
dos aumentos de produção quando ocorrem aumentos em 
cada um dos insumos utilizados.
Os rendimentos de escala podem ser:
• Rendimentos Crescentes de Escala: ocorrem quando 
o volume de produção aumenta mais que proporcionalmente 
ao aumento da quantidade de fatores de produção utilizados. 
Por exemplo, aumentando a utilização dos dois fatores de 
produção (capital e trabalho) em 10%, a produção aumenta 
em 20%.
• Rendimentos Constantes de Escala: ocorrem quando 
o volume de produção aumenta na mesma proporção do 
aumento da quantidade de fatores de produção utilizados. 
Por exemplo, aumentando a utilização dos dois fatores de 
produção (capital e trabalho) em 10%, a produção também 
aumenta em 10%.
• Rendimentos Decrescentes de Escala: ocorrem 
quando o volume de produção aumenta menos que 
proporcionalmente ao aumento da quantidade de fatores de 
produção utilizados. Por exemplo, aumentando a utilização 
dos dois fatores de produção (capital e trabalho) em 10%, a 
produção aumenta em apenas 5%.
3 Introdução à Teoria da Firma: custos 
e rendimentos
O objetivo básico de todas as firmas é obter a maximização 
dos seus resultados. Em outras palavras, as firmas buscam 
sempre obter o lucro máximo possível. 
Da mesma forma como fizemos quando tratamos da 
Teoria do Consumidor, na Teoria da Firma utilizamos também 
a palavra “possível”. Isso porque, com certeza, as firmas 
querem produzir muitos bens, mas se deparam também com 
um entrave: os custos de realizar a produção.
Se não houvesse custos para se realizar a produção, ou 
seja, se as firmas ou empresas não tivessem que pagar pelo 
uso da mão de obra, das matérias primas, máquinas, etc. elas 
poderiam produzir infinitamente. Mas, na realidade, os fatores 
de produção são limitados (como já vimos na Aula 01) e por 
isso, existe um custo para utilizá-los.
Assim, a firma procura obter a máxima produção possível 
frente ao custo de se utilizar determinada combinação de 
fatores de produção (capital e trabalho).
 A maximização dos resultados será obtida quando a 
firma alcançar um dos objetivos abaixo:
1. Minimizar o custo total de produção para um 
determinado nível de produção.
2. Maximizar a produção para um determinado custo 
total de produção.
Nesta seção entenderemos o comportamento das firmas 
na atividade econômica a fim de alcançar seus objetivos.
Os Custos de Produção e a Receita as Firmas
3.1 Análise dos Custos de Produção 
da Firma
Um dos objetivos percorridos pela firma é a minimização 
dos custos de produção para um determinado nível de 
produção. Ou seja, a firma decide qual quantidade produzirá 
e, para essa quantidade, ela buscará o mínimo custo de 
produção. 
Os custos de produção podem ser:
• Custo Total (CT): é o preço dos fatores de 
produção; é o total das despesas que surgem para as firmas 
quando elas utilizam a combinação mais econômica de fatores 
de produção para obter determinada quantidade de produto. 
Estes são divididos em custo variável total e custo fixo total.
• Custo Fixo Total (CFT): é a parcela dos custos 
totais que não dependem da produção, ou seja, que a firma 
terá que pagar mesmo que não produza nada. É o caso dos 
aluguéis e da taxa de iluminação.
• Custo Variável Total (CVT): é a parcela dos custos 
totais que dependem da produção, ou seja, que são pagos 
somente se a firma estiver em funcionamento. É o caso, por 
exemplo, dos gastos com folha de pagamento de funcionários 
e dos gastos com matérias-primas.
• Custo Total Médio (CTMe): é obtido com a divisão 
do custo total pela quantidade produzida (Q); é o custo por 
unidade produzida. O custo total médio é o total das despesas 
que surgem durante o processo de produção (as despesas 
fixas medidas pelo custo fixo e as despesas variáveis medidas 
pelo custo variável), dividido pela quantidade produzida.
CTMe = CT / Q
• Custo Variável Médio(CVMe): é a divisão entre o 
custo variável total e a quantidade produzida (Q).
CVMe = CV / Q
• Custo Fixo Médio (CFMe): é a divisão entre o 
custo fixo total e a quantidade produzida (Q).
CFMe = CF / Q
• Custo Marginal (CMg): é dado pela variação do 
custo total (ΔCT) quando ocorre a variação da quantidade 
Economia Aplicada 22
3.2 Análise da Receita das Firmas
 
Em vez de buscar a minimização dos custos de 
produção para um determinado nível de produção, a firma 
pode também objetivar a maximização da produção para 
um determinado nível de custos. Nesse caso, levaremos em 
conta, além dos custos de produção estudados há pouco, os 
rendimentos das firmas.
Os tipos de rendimentos da firma são:
• Receita total (RT): esta corresponde ao faturamento 
da firma decorrente da quantidade de produto vendida (Q) ao 
preço determinado (P). A receita total é dada por:
RT = Q.P
• Receita média (RMe): é dada pela relação entre a sua 
receita total e a quantidade vendida por ela. Dessa forma, a 
receita média é igual ao preço unitário de venda.
RMe = RT / Q
RMe = Q.P / Q
RMe = P
Em um mercado perfeitamente competitivo, como as 
empresas devem cobrar o preço de mercado, a receita média 
é sempre fixa. Em outras palavras, o preço do produto é 
constante e determinado no mercado, então a receita média 
das firmas será sempre constante.
• Receita marginal (RMg): mede a relação entre a 
variação da receita total quando ocorre uma pequena variação 
na quantidade vendida de produto.
RMg = ΔRT / ΔQ
4 Maximização dos Lucros
Já vimos que as firmas têm dois objetivos básicos a 
perseguir:
• Minimizar o custo total de produção para um determinado 
nível de produção.
• Maximizar a produção para um determinado custo total 
de produção.
A Teoria Microeconômica considera que, ao perseguir 
qualquer um destes, a firma chegará ao seu objetivo maior: a 
maximização de lucros. Nessa seção, estudaremos o problema 
da maximização de lucros das firmas.
O lucro de uma empresa é a diferença entre as receitas 
de vendas e as despesas ou custos de realizar a produção. O 
lucro total (LT) de uma firma é dado pela receita total (RT) 
obtida com o processo de produção menos o custo total (CT) 
de produzir tal volume de produção. Dessa forma:
LT = RT – CT
LT = Q.P – CT
O lucro será máximo quando a empresa encontrar um nível 
de produção Q* que faz com que a firma não tenha interesse 
algum em produzir qualquer unidade a mais ou a menos de Q*. 
Quando a empresa encontra o nível de produção ótimo Q*, 
que faz com ela atinja seu lucro máximo, qualquer quantidade 
produzida acima deste nível de produção Q* significará uma 
queda nos seus lucros. Mas como isso acontece?
Se o nível de produção ótimo é Q*, se a empresa produzir 
uma unidade adicional de produto, ela terá um custo marginal 
maior que a receita marginal obtida pela venda desta unidade 
adicional. Assim, se o custo adicional da firma é maior que 
sua receita, então, com certeza, a empresa não irá aumentar a 
produção.
O mesmo ocorre se a firma decide produzir uma unidade 
a menos do que o nível de produção ótimo. Se ela obtém o 
máximo de lucro produzindo Q*, não há razão para produzir 
qualquer valor abaixo do nível ótimo.
Assim, o lucro máximo da firma é obtido quando o 
custo marginal se iguala à receita marginal. O que acabamos 
de descobrir pode também ser mostrado matematicamente, a 
partir de algumas manipulações matemáticas:
LT = RT – CT
LT = Q.P – CT
d(LT) / dQ = dRT / dQ – dCT / dQ = 0
d(LT) / dQ = RMg – CMg = 0
RMg – CMg = 0
Analisando graficamente o ponto de lucro máximo da 
firma, podemos perceber que o lucro máximo ocorre no 
produzida em apenas uma unidade (ΔQ). 
CMg = ΔCT / ΔQ
CMg1 = (CT1 – CT0) / (Q1 – Q0)
CMg2 = (CT2 – CT1) / (Q2 – Q1)
CMg3 = (CT3 – CT2) / (Q3 – Q2)
Os gráficos das funções de custo médio, custo variável 
médio e custo marginal podem ser visualizados na figura 
abaixo.
Figura 07: Curvas de Custos de Produção
Levando-se em conta que as firmas atuem em um mercado 
perfeitamente competitivo, então, a receita marginal, também 
será constante e igual ao preço de mercado. Isso ocorre porque, 
ao aumentar a produção, a receita a mais obtida é exatamente o 
preço recebido pela venda desse produto adicional.
Assim, em concorrência perfeita, a receita média e a 
receita marginal são iguais ao preço de venda do produto.
RMg1 = (RT1 – RT0) / (Q1 – Q0)
RMg2 = (RT2 – RT1) / (Q2 – Q1)
RMg3 = (RT3 – RT2) / (Q3 – Q2)
...
23
ponto em que a curva de receita marginal se cruza com a parte 
ascendente da curva de custo marginal. Observe esse ponto 
de cruzamento na figura abaixo.
Analisaremos a figura 09 a seguir para entender por que a 
firma terá lucro máximo somente quando a receita marginal é 
igual ao custo marginal. 
Figura 09: Lucro Máximo da Firma
Fonte: Vasconcellos, 200+8, p. 84.
O lucro é máximo quando o nível de produção é de 08 
unidades. Nesse ponto, a receita marginal é igual ao custo 
marginal. Nesse ponto a curva de receita marginal se cruza 
com a parte ascendente da curva de custo marginal.
Retomando a aula
p
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar 
essa aula, vamos recordar:
1- Introdução à Teoria do Consumidor
Estudamos as preferências e indiferenças dos 
consumidores por meio da teoria das curvas de indiferença. 
Estudamos também conceitos como: taxa marginal de 
substituição e utilidade marginal decrescente. Estudamos 
a restrição orçamentária com o auxílio de um exemplo 
numérico. Estudamos o equilíbrio do consumidor.
2 - Introdução à Teoria da Firma: produção
Iniciamos o estudo da Teoria da Produção, conhecendo 
a função de produção e analisando a produção no curto e 
no longo prazo. Estudamos os conceitos de produto total, 
produto médio e produto marginal. Conhecemos também a 
teoria das isoquantas.
3 - Introdução à Teoria da Firma: custos e 
rendimentos
Iniciamos o estudo da Teoria dos Custos, analisando os 
custos de produção e os rendimentos das firmas. Conhecemos 
os diferentes tipos de custos de produção e as curvas de 
custos. Conhecemos também os diferentes tipos de receita 
das firmas.
4 - Maximização dos Lucros
Analisamos o problema de maximização dos lucros das 
firmas.
Produto 
(un)
Custo 
total
Preço 
unitário
Receita 
total
Lucro 
total
Cmg Rmg
0 10,00 5,00 0,00 -10,00
1 15,00 5,00 5,00 -10,00 5,00 5,00
2 18,00 5,00 10,00 -8,00 3,0 5,00
3 20,00 5,00 15,00 -5,00 2,00 5,00
4 21,00 5,00 20,00 -1,00 1,00 5,00
5 23,00 5,00 25,00 2,00 2,00 5,00
6 26,00 5,00 30,00 4,00 3,0 5,00
7 30,00 5,00 35,00 5,00 4,00 5,00
8 35,00 5,00 40,00 5,00 5,00 5,00
9 41,00 5,00 45,00 4,00 6,00 5,00 
10 48,00 5,00 50,00 2,00 7,00 5,00
11 56,00 5,00 55,00 -1,00 8,00 5,00
Primeiramente, podemos observar com base na figura 
acima, que as posições das curvas de receita e custo marginal 
abaixo do ponto de cruzamento indicam que a receita marginal 
é maior que o custo marginal. Isso quer dizer que a firma poderá 
ter um lucro mais alto, aumentando a quantidade produzida.
Observe agora as posições das curvas de receita e custo 
marginal acima do ponto de cruzamento. Elas indicam que o 
custo marginal é maior que a receita marginal. Assim, a firma 
deve reduzir a quantidade produzida para poder ter lucro.
Se abaixo do ponto de cruzamento a firma pode aumentar 
a quantidade produzida para obter mais lucro e abaixo desse 
ponto ela deve reduzir a quantidade produzida para obter 
lucro, então, o lucro máximo ou a quantidade de produto que 
maximiza o lucro da firma ocorre no ponto em que as curvas 
se cruzam!
O quadro mostra, por meio de números, a maximização 
dos lucros.
Quadro 07: Maximização do Lucro
Quadro 6.3 - Maximização de Lucro
Fonte: Vasconcellos, 2008, p. 90.
PINHO, Diva Benevides & VASCONCELLOS, 
Marco A. Sandoval de. Manual de Economia. 5ª edição. São 
Paulo: Saraiva, 2004.
VASCONCELLOS, M. A. Sandoval. Fundamentos de 
Economia. 2ª edição. São Paulo: Saraiva, 2008.
Vale a pena
Vale a pena ler
http://bdadolfo.blogspot.com/
Vale a pena acessar

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