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TCC BT-ZERO: Rede Anti-furto de energia

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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL SESI/SENAI 
SÉRGIO ROGÉRIO DE CASTRO 
ARACRUZ-ES 
 
CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA 
 
 
Argeu Viana Almeida 
Elisa Batista Guasti 
Julia Braga Gabriel 
Laura de Angeli Piol 
Naara Shalom Carara Ramos 
 
 
 
 
DESENHO DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO BLINDADA DE 
ENERGIA EM ÁREAS COM MAIOR ÍNDICE DE FURTO 
 
 
 
 
 
 
 
ARACRUZ 
2019
 
 
 
ARGEU VIANA ALMEIDA 
ELISA BATISTA GUASTI 
JULIA BRAGA GABRIEL 
LAURA DE ANGELI PIOL 
NAARA SHALOM CARARA RAMOS 
 
 
 
 
DESENHO DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO BLINDADA DE 
ENERGIA EM ÁREAS COM MAIOR ÍNDICE DE FURTO 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao CENTRO 
INTEGRADO SÉRGIO ROGÉRIO 
DE CASTRO - SENAI, sob 
orientação do Daniel Caldas Soares 
Ferreira, como requisito para a 
obtenção do Título de Técnico em 
Eletrotécnica. 
 
 
 
 
 
 
ARACRUZ 
2019 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos dado força e perseverança 
ao longo desses dois anos de curso. 
Aos nossos familiares que nos deram apoio incondicional e nos acompanharam 
em todo o tempo, dando todo o auxílio necessário para a elaboração do projeto. 
Agradecemos ao nosso instrutor Daniel Caldas Soares Ferreira pelos 
conhecimentos transmitidos, correções e incentivos, permitindo assim que 
pudéssemos hoje estar concluindo este trabalho. 
E a todos que participaram das pesquisas, pela colaboração e disposição 
no processo de obtenção de dados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARACRUZ 
2019
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Esquema do Sistema de distribuição no Brasil .................................... 12 
Figura 2 – Homem faz “gato” de energia elétrica ................................................. 13 
Figura 3 – Rede BT Zero ..................................................................................... 15 
Figura 4 – Arquitetura básica da rede .................................................................. 16 
Figura 5 – Transformador com secundário blindado ............................................ 16 
Figura 6 – Caixa conjugada ................................................................................. 17 
Figura 7 – Tipos de caixas de medição ................................................................ 17 
Figura 8 – Caixa de derivação ............................................................................. 18 
Figura 9 – Caixa de disjuntores ............................................................................ 18 
Figura 10 – Cabo armado .................................................................................... 19 
Figura 11 – Condutor concêntrico ........................................................................ 19 
Figura 12 – Instalação de poste de fibra de vidro ................................................. 20 
Figura 13 – Postes de concreto circular ............................................................... 21 
Figura 14 – Circuito de IP com ligação clandestina .............................................. 23 
Figura 15 – Componentes do grupo com o representante da comunidade São 
Clemente II .......................................................................................................... 24 
Figura 16 – Componentes do grupo conhecendo a comunidade de São Clemente 
II ........................................................................................................................... 26 
Figura 17 – Padrão das residências que estão ligadas na BT Zero. ..................... 26 
Figura 18 – Poste com Transformador Blindado, Concentrador Secundário e cabos 
indo para os padrões das residências. ................................................................. 27 
Figura 19 – Ramais individuais da rede BT Zero. ................................................. 27 
Figura 20 – Foto de satélie (à esquerda) e mapa (à direita) do bairro São José 
Mambrini. ............................................................................................................. 29 
Figura 21 – Desenho AutoCAD do bairro São José Mambrini. ............................. 30 
Figura 22 – Vista superior da Maquete I............................................................... 32 
Figura 23 – Vista lateral da Maquete I. ................................................................. 33 
Figura 24 – Diagrama elétrico da Maquete Simuladora. ....................................... 34 
Figura 25 – Maquete II. ........................................................................................ 34 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 RESUMO ............................................................................................................ 7 
2 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 8 
3 OBJETIVO ........................................................................................................ 10 
3.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 10 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 10 
4 PROBLEMA ..................................................................................................... 11 
5 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................... 12 
5.1 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 12 
5.1.1 SITUAÇÃO DAS REDE DE BAIXA TENSÃO NO BRASIL .......................... 12 
5.1.2 PARTES CONSTRUTIVAS DAS REDES BLINDADAS ............................... 15 
5.1.2.1 TRANSFORMADOR BLINDADO ............................................................. 16 
5.1.2.2 CAIXA CONJUGADA (CB) ....................................................................... 17 
5.1.2.3 CAIXA DE MEDIÇÃO OU CONCENTRADOR SECUNDÁRIO (CS) ......... 17 
5.1.2.4 CAIXA DE DERIVAÇÃO (CD) .................................................................. 18 
5.1.2.5 CAIXA DE DISJUNTORES (CDjs) ........................................................... 18 
5.1.2.6 CABO ARMADO ...................................................................................... 19 
5.1.2.7 CABO CONCÊNTRICO ........................................................................... 19 
5.1.2.8 POSTE FIBRA DE VIDRO ....................................................................... 19 
5.1.2.9 POSTE DE CONCRETO .......................................................................... 20 
5.1.3 FUNCIONAMENTO DA BT ZERO .............................................................. 21 
5.1.4 MONITORAMENTO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA ....................................... 22 
5.2 METODOLOGIA ............................................................................................ 24 
5.2.1 VISITA TÉCNICA ........................................................................................ 24 
 
 
5.2.2 PROJETO DE REDE BT ZERO .................................................................. 28 
5.2.3 MAQUETES DEMONSTRATIVAS .............................................................. 32 
6 CONCLUSÃO ................................................................................................... 35 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 36 
APÊNDICE A ....................................................................................................... 38 
APÊNDICE B ....................................................................................................... 39 
 
 
7 
 
1 RESUMO 
 
O trabalho desenvolvido visa analisar, por meio de estudos a implantação 
de uma nova rede de distribuição de baixa tensão, com o objetivo de mitigar os 
furtos recorrentes. Este projeto, apresenta circunstâncias favoráveis para 
alteração da rede convencional para a nova rede BT Zero.Esta é instalada na 
maioria das vezes em regiões de baixa renda, onde há um número elevado de 
fraudes no sistema de medição convencional e também por ligações clandestinas 
na rede a partir de conexões diretas. Dessa forma, este trabalho visa por meio de 
estudos implantar essa nova rede no distrito de Jacupemba, no bairro São José 
Mambrini, Aracruz-ES por adequar-se aos critérios exigidos pelas 
concessionárias, os quais são: Áreas com perdas não técnicas superiores a 40% e 
projetos minha casa minha vida de 0 até 3 salários mínimos. Esse estudo 
apresenta condições favoráveis para substituição da rede convencional para a BT 
Zero, já que se mostra eficiente na cidade. 
Além disso, foram efetuadas pesquisas e entrevistas com moradores da 
comunidade São Clemente II de Aracruz-ES, com a finalidade de obter 
informações a respeito da rede, analisando seus principais benefícios para a 
população como também na qualidade da energia fornecida pela concessionária. 
Assim sendo, este trabalho atuou para melhor entendimento do assunto tratado e 
a composição do mesmo. 
Palavras-Chaves: Baixa Tensão, BT Zero, furtos de energia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
2 INTRODUÇÃO 
 
Desde os primórdios dos tempos, o homem faz uso de sua inteligência para 
produzir mecanismos que reduzam o esforço e satisfaçam seu conforto, chegando 
assim a uma posição onde até as mínimas atividades do seu dia dependam da 
energia elétrica. Com isso, tornou-se necessário desenvolver meios eficientes de 
distribuir essa energia de maneira rápida e eficaz. A forma adotada pelas 
concessionárias na maioria das regiões do Espírito Santo foi a Rede de 
Distribuição Aérea (RDA), a qual possui, majoritariamente, duas faixas de tensão: 
13,8 kV para as redes primárias e 127/220V ou 220/380V para as redes 
secundárias. 
Ao sair do pórtico da subestação, os cabos passam a constituir a rede 
primária, ou de média tensão, a qual tem como objetivo levar a energia ao longo 
de toda a área do município, seja ela urbana ou rural, formando uma rede de 
distribuição que finda nas buchas do primário do transformador. Já a rede 
secundária, ou de baixa tensão, tem como origem a saída das buchas do 
secundário dos transformadores, usualmente instalados nos postes das RDA’s. 
Esta se encerra nos medidores e na iluminação pública, a partir deste ponto a 
energia segue individualmente para o atendimento a residências, 
estabelecimentos comerciais e pequenas indústrias. 
Devido ao alto custo da energia elétrica no Brasil, tornou-se elevado o 
número de perdas por furtos em redes de baixa tensão, sendo, majoritariamente 
nas comunidades com elevados índices de pobreza, onde o atual desenho da 
rede secundária de distribuição facilita a ocorrência desses casos. 
 Verificando que as perdas aumentavam a cada ano e que a população veio 
a desenvolver meios de furtar a energia dos componentes integrados à rede de 
baixa tensão, tornou-se conhecido que os esforços das concessionárias ao 
mitigaras formas de furto eram em vão. Desta forma, viu-se a necessidade de 
desenvolver maneiras de preveni-lo e uma das tecnologias elaboradas foi o 
Sistema de Medição Centralizada, que associa módulos eletrônicos destinados à 
medição individualizada de energia elétrica, desempenhando as funções de 
concentração, processamento e indicação das informações de consumo de forma 
9 
 
centralizada. (ANEEL, 2010). 
O Sistema de Medição Centralizada (SMC), também chamado de BT Zero 
no Espírito Santo, foi desenvolvido pela EDP Espírito Santo Distribuição de 
Energia Elétrica S. A. para ser uma alternativa viável com o intuito de combater as 
perdas não técnicas em áreas de complexidade social. A mesma compõe uma 
rede de distribuição que não dispõe de rede secundária e se caracteriza 
principalmente pelo atendimento a cargas monofásicas, todavia há exceções para 
cargas bifásicas e trifásicas, sendo estas geralmente instaladas em pequenos 
comércios. 
No Brasil, diversas concessionárias desenvolveram suas próprias redes 
antifurtos. Visto que, em toda extensão territorial do país, são identificados casos 
de perdas não técnicas, as quais são definidas como todas as perdas associadas 
à distribuição de energia, em casos de: furtos de energia, erros de medição e 
unidades consumidoras sem equipamentos de medição. Encontrando-se em maior 
escala nas áreas periféricas, caracterizada por abrigar população de baixa renda. 
Contudo, o consumidor regular, torna-se responsável por arcar com o 
prejuízo gerado por esse desvio, como definido pelo Módulo 7 do PRODIST, 
norma regulamentadora da ANEEL. Deste modo, suas tarifas aumentam 
consideravelmete, pois, dependendo da época do ano são acrescentadas 
bandeiras tarifárias junto aos valores adicionais sobre as perdas não técnicas, 
tornado assim a conta de energia mais cara. 
Desta maneira, este trabalho tem como finalidade adquirir informações 
acerca do funcionamento das novas redes de distribuição secundária com 
técnologias que diminuem as taxas de perdas não técnicas, objetivando realizar 
um projeto unifilar de rede a prova de furtos em bairros que se enquadram em 
altos índices de prejuízos energéticos. Este estudo abordará desde os aspectos 
construtivos da BT Zero até o impacto causado em localidades onde a rede fora 
instalada. 
10 
 
3 OBJETIVO 
 
Neste tópico serão apresentados os objetivos gerais e específicos os quais 
deverão ser cumpridos até o final da elaboração deste trabalho. 
 
3.1 OBJETIVO GERAL 
Este trabalho tem como objetivo geral apresentar uma nova rede de 
distribuição secundária desenvolvida para localidades onde há alto índice de 
furto e elaborar um projeto de rede de distribuição blindada em um bairro 
escolhido da cidade de Aracruz que se enquadre no perfil de consumidores. 
 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Visando o cumprimento do objetivo geral exposto, foram propostos os 
seguintes objetivos específicos: 
● Compreender o funcionamento e a aplicação da rede elétrica blindada (BT 
Zero); 
● Conhecer, através de visita técnica, bairros da cidade de Aracruz-ES, onde 
há instalada a rede BT Zero; 
● Realizar pesquisa sobre dos resultados obtidos em comunidades que 
tiveram acesso a nova rede; 
● Identificar um local que se enquadre como área de alto índice de perdas 
não técnicas; 
● Elaborar projeto de instalação no bairro escolhido; 
● Demonstrar a instalação da nova rede por meio de uma maquete, 
apresentando um trecho específico do projeto. 
11 
 
4 PROBLEMA 
 
 A rede convencional decorria de inúmeros casos de perdas não técnicas na rede de 
baixa tensão da distribuidora. Devido à intenção de alguns moradores em obter energia 
gratuita, fraudes são realizadasnos medidores e ligações clandestinas são feitas diretamente 
no sistema elétrico de potência. No entanto, existe uma alternativa que visa reparar estes 
presentes problemas. O projeto da rede BT Zero, permite a disponibilização de leitura aos 
consumidores por display instalado nos padrões de energia, coleta da leitura sem a visita de 
um técnico, sistema remoto de religação de energia e blindagem mecânica que proporciona 
o máximo de proteção nas instalações elétricas, assim dificultando a ação dos infratores. 
 
12 
 
5 DESENVOLVIMENTO 
5.1 REFERENCIAL TEÓRICO 
5.1.1 SITUAÇÃO DAS REDE DE BAIXA TENSÃO NO BRASIL 
 Em consequência do crescente aumento do número populacional nas cidades, 
estimulado pelo processo de industrialização, ocasionou a integração do sistema de energia 
elétrica no país, que fez com que as redes de distribuição crescessem de modo que 
atendessem as necessidades da população e das indústrias. A rede de distribuição se define 
como o segmento do setor elétrico destinado ao rebaixamento da tensão oriunda do sistema 
de transmissão, à conexão de centrais geradoras e a entrega de energia elétrica ao 
consumidor (ANEEL,2018). 
No Brasil, a distribuição de energia fica a cargo de concessionáriasqueao receberem 
a energia das torres de transmissão, reduzem a tensão e espalham-na por toda a cidade 
através dos ramais de ligação, compostos por fios condutores, transformadores, 
equipamentos de medição, controle e proteção das redes elétricas possuindo como destino 
final o consumidor (ANEEL,2018). 
 
Figura 1 – Esquema do Sistema de distribuição no Brasil 
Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/> Acesso em: 03 Set. de 2019. 
 
O sistema de distribuição é denominado como Rede de Distribuição Aérea, que se 
13 
 
subdivide em rede primária, responsável por levar tensão superiores a 1 kV e inferiores a 69 
kV até as unidades transformadoras presentes nos postes, tendo como função primordial o 
atendimento a unidades consumidores, e a rede secundária, que tem por objetivo levar a 
energia para residências, pequenas indústrias e comércio que consomem tensões nominais 
inferiores ou iguais a 1 kV, habitualmente usado em 127V/220V ou 220V/380V. 
A rede de distribuição secundária convencional, mesmo sendo a mais utilizada, é 
mais vulnerável a alterações (furtos ou desvios de energia)(BAPTISTA e SOUZA, 2016, p. 
1), estas são geralmente feitas de maneira direta na rede ou ao ramal de serviço sem 
autorização da concessionária, o infrator rompe os lacres fazendo um bypass na medição e 
manipula o consumo registrado no seu relógio, assim a tarifa da conta de energia desse 
consumidor vem inferior ao que deveria ser cobrado. 
 
Figura 2 – Homem faz “gato” de energia elétrica 
Disponível em <https://thumbs.jusbr.com> acesso em 10 de Set. de 2019. 
Popularmente conhecidos como “gatos”, os furtos de energia causam inúmeros danos a 
população consumidora regular, já que a mesma paga pela energia desviada, onde ela é 
dividida para todos esses consumidores honestos. Pensando nisso as concessionárias 
desenvolveram diferentes maneiras de evitar esses desvios de energia. No caso, a EDP 
Espírito Santo Distribuição de Energia Elétrica S. A. criou a BT Zero. 
 
 
 
O modelo BT (baixa tensão) Zero tem como premissa eliminar a baixa 
tensão das áreas implantadas, mantendo o custo operacional dos 
serviços técnico comerciais já praticados. Além da eliminação das 
perdas comerciais o BT Zero tem trazido um excelente resultado, 
também, na redução da inadimplência. [...] (BAPTISTA e SOUZA, 
2016, p. 1). 
 
14 
 
A BT Zero foi desenvolvida baseada em três pilares estratégicos: 
● Extinção da facilidade de furtar energia: se consiste na modernização e blindagem da 
rede; 
● Monitoramento ostensivo das áreas do projeto: eliminação da impunidade; 
● Tratamento da necessidade energética do consumidor: redução do valor da conta de 
energia com intenção sustentável (eficiência energética). 
A EDP Espírito Santo analisou modelos de rede antifurto que seguiam o princípio de 
elevação da rede de distribuição de baixa tensão e elevação dos medidores ao mesmo nível 
da rede de média tensão, objetivando criar dificuldades ao acesso à energia de baixa tensão 
não medida. Em contrapartida, ao mesmo tempo em que dificultava a ação dos infratores, 
tornava também mais cara a operação da distribuidora. Sendo assim, desenvolveu uma rede 
de distribuição de energia baseada em duas premissas: eliminação da energia não medida e 
permanência dos custos operacionais aplicados atualmente (BAPTISTA e SOUZA, 2016, p. 
3). 
Tomando como pilar as premissas acima citadas, os desenvolvedores do novo modelo 
de rede aplicaram conceitos usados na rede de telefonia, que é a medição do produto na 
origem, ou seja, a medição é feita antes da distribuição pelos fios de baixa tensão, desta 
forma a energia que chega ao consumidor já foi medida logo na saída do transformador. 
 
 
O projeto consiste em uma rede de distribuição de energia com 
circuitos menores onde a energia elétrica já é medida no poste 
central do circuito, onde se encontra o Transformador Aéreo de 
Distribuição e o PCM (Posto de Controle e Medição).(BAPTISTA e 
SOUZA, 2016 p. 4). 
 
15 
 
 
Figura 3 – Rede BT Zero 
Disponível em: Acervo próprio, registrado em 13 de set. de 2019. 
 
5.1.2 PARTES CONSTRUTIVAS DAS REDES BLINDADAS 
Segundo artigos expostos no XX e XXII Seminário Nacional de Distribuição de 
Energia Elétrica ocorridos, respectivamente, em outubro de 2012 e novembro de 2016, e 
dados adquiridos com a EDP esta rede é composta por equipamentos e materiais já 
existentes, entretanto contam com devidas adaptações e modificações a fim de atender a 
idéia principal da rede. Sendo assim, a rede é composta por: transformador blindado, caixa 
conjugada, caixa de medição, caixa de derivação, caixa de disjuntores, cabo armado, 
condutor concêntrico e, em casos especiais, postes em fibra de vidro. Segue, abaixo, o 
diagrama simplificado para auxiliar a compreensão. 
 
16 
 
 
Figura 4 – Arquitetura básica da rede 
Disponível em: <PADRÃO-DE-REDE-SECUNDÁRIA-BLINDADA-COM-TELEMEDIÇÃO-BTZERO>acesso em 11 de set. 
de 2019. 
 
5.1.2.1 TRANSFORMADOR BLINDADO 
São usados transformadores de distribuição auto-protegidos com terminais 
secundários contidos em uma caixa de aço incorporada ao equipamento, de modo que iniba 
o risco de furtos nesse ponto da rede. Fica padronizado para a rede BT Zero, 
transformadores de potências de 45, 75 e 112,5 kVA (DIAS, VASCONCELOS e outros, 
2012). 
 
Figura 5– Transformador com secundário blindado 
Disponível em: Acervo próprio, registrado em 13 de set. de 2019. 
17 
 
5.1.2.2 CAIXA CONJUGADA (CB) 
Faz o balanço energético entre o posto de transformação e as unidades 
consumidoras a ele associadas e telemedição, realizando derivação para as caixas de 
medição. 
 
Figura 6 – Caixa conjugada 
Disponível em: <PADRÃO-DE-REDE-SECUNDÁRIA-BLINDADA-COM-TELEMEDIÇÃO-BT ZERO> acesso em 11 de 
set. de 2019. 
5.1.2.3 CAIXA DE MEDIÇÃO OU CONCENTRADOR SECUNDÁRIO (CS) 
Caixa onde são locados todos os módulos de medição monofásicos, podendo chegar 
até 12 unidades, de onde derivam os ramais de ligação para as residências dos 
consumidores. 
 
Figura 7 – Tipos de caixas de medição 
Disponível em: Acervo próprio, registrado em 13 de set. de 2019. 
18 
 
5.1.2.4 CAIXA DE DERIVAÇÃO (CD) 
Caixa com barramentos de derivação para outra CD, promove a continuidade da rede 
aérea em cabo armado, ou uma CS. 
 
Figura 8 – Caixa de derivação 
Disponível em: <PADRÃO-DE-REDE-SECUNDÁRIA-BLINDADA-COM-TELEMEDIÇÃO-BT ZERO> acesso em 11 de 
set. de 2019. 
5.1.2.5 CAIXA DE DISJUNTORES (CDjs) 
Designada a abrigar os disjuntores monofásicos termos-magnéticos, geralmente 
localizados a uma distância de 3m da caixa de medição. 
 
Figura 9 – Caixa de disjuntores 
Disponível em: <PADRÃO-DE-REDE-SECUNDÁRIA-BLINDADA-COM-TELEMEDIÇÃO-BT-ZERO> acesso em 11 de 
set. de 2019. 
19 
 
5.1.2.6 CABO ARMADO 
Cabo isolado com alta resistência a impactos e condições ambientais. Sua armação é 
composta de aço galvanizado sobre a junção dos condutores. Sua estrutura adequa-se para 
proteção do núcleo do cabo, sendo assim mais seguro na instalação. 
 
Figura 10 – Cabo armado 
Disponível em: <innovcable.com.br > acesso em 11 de set. de 2019. 
5.1.2.7 CABO CONCÊNTRICO 
Composto de um condutor neutro de cobre, aplicados helicoidalmente sobre um, dois 
ou três condutores fase. Construído especificamente para evitar o furto de energia, sua 
construção não permite o fácil acesso aos condutores fases. 
 
 
Figura 11 – Condutor concêntrico 
Disponível em: <PADRÃO-DE-REDE-SECUNDÁRIA-BLINDADA-COM-TELEMEDIÇÃO-BTZERO> acesso em 13 de 
set. de 2019. 
5.1.2.8 POSTE FIBRA DE VIDRO 
São aplicados em locais de difícil acesso e em centros urbanos, sendo imune a 
20 
 
corrosão e havendo uma durabilidade de 80 anos. Os postes de PRFV (Poliéster Reforçado 
com Fibra de Vidro) possuem fácil transporte e instalação, podendo assim, serem 
transportados em veículos pequenos. Para ser realizada a instalação dos postes, o trabalho 
é executadocom menor quantidade de trabalhadores, assim diminuindo os custos. Em 
situações de abalroamento é necessária à troca de postes de concreto, já os postes de fibra 
vidro não são efetuados a troca apenas o reparo. 
 
 
Figura 12 – Instalação de poste de fibra de vidro 
Disponível em: <http://petrofisa.com.br/postes/> acesso em 13 de set. de 2019. 
 
5.1.2.9 POSTE DE CONCRETO 
Em localidades onde o acesso não é dificultado, usa-se postes de concreto 
convencionais como suporte da rede. 
21 
 
 
Figura 13 – Postes de concreto circular 
Disponível em:<https://volpeeletropostes.com.br> acesso em 26 de set. De 2019. 
 
5.1.3 FUNCIONAMENTO DA BT ZERO 
Como nas redes convencionais, a energia elétrica faz seu caminho sem sofrer 
alteraçõesaté as buchas primárias do transformador, que desempenha a função de rebaixar 
a tensão de média para baixa sendo, respectivamente, 13,8 kV e 127/220 V. Entretanto, na 
rede antifurto já pode ser observado, a partir do ponto de transformação, alterações na 
estrutura do mesmo. Porém, a mudança existe apenas na parte exterior do trafo, onde foi 
adaptada uma blindagem que deixa as buchas secundárias inacessíveis. Essa medida 
garante que nenhum indivíduo mal intencionado venha furtar energia, que até o presente 
momento não foi medida. 
Devido a menor quantidade de carga exigida em áreas que possuem a rede, os 
transformadores são de potências menores. Isso não se torna um problema, já que as 
estruturas se tornam mais compactas (DIAS, VASCONCELOS e outros, 2012). 
Das buchas do secundário, que estão inacessíveis dentro da blindagem, a energia 
ainda não medida que sai do transformador segue diretamente para o PCM – Posto de 
Controle e medição. Esse posto é formado pelos concentradores secundários (CS). Deles 
saem cabos concêntricos de 16mm² individuais para cada consumidor, os quais passam por 
um display, que fica no padrão do cliente, onde aparece o consumo em kWh. É importante 
https://volpeeletropostes.com.br/
22 
 
salientar que o display não faz a medição, apenas mostra o resultadoda medição que é feita 
no Concentrador Secundário (CS) e mandada para o display atraves de rádio frequência. 
Sendo assim, no padrão da residência o cliente possuirá um display, um disjuntor 
termomagnético e uma haste de aterramento. Do disjuntor do padrão sai um cabo para um 
segundo disjuntor termomagnético, do lado de fora da residência, o qual exercerá o papel de 
disjuntor geral. 
Quando um indivíduo tenta efetuar um “gato” os módulos de medição detectarão e 
irão interromper o fornecimento de energia na casa do infrator e em outras 11 casas que 
estão ligadas na mesma caixa de medição, desse modo, a energia só irá retornar quando o 
técnico da concessionária for ao local religar a rede. 
5.1.4 MONITORAMENTO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA 
Como o objetivo da rede é a eliminação da energia não medida em circulação, foi 
nescessário que seus idealizadores buscassem uma alternativa técnica para os circuitos de 
iluminação pública (IP). 
 
 
 
Apesar dessa solução não inibir a ligação clandestina, o circuito passa a ser 
rigorosamente monitorado e qualquer furto é identificado em tempo real pelo centro de 
controle. O monitoramento é realizado pelo próprio sistema de medição que processa um 
algorítimo específico para os medidores da IP, o qual tem conhecimento das potências das 
lâmpadas e detecta quaisquer variações fora do funcionamento previsto, identificando desta 
forma os furtos. 
A solução adotada foi à disponibilização de um circuito de 
iluminação pública medido por transformador, que em média, 
possui cinco lâmpadas de IP no modelo BT Zero.(BAPTISTA e 
SOUZA, 2016 p. 7). 
23 
 
 
Figura 14 – Circuito de IP com ligação clandestina 
 Disponível em: <Sistema de medição centralizada BT ZERO> acesso em 03 de out. De 2019. 
Para melhor garantia da eficiência, foram adotadas mais duas importantes medidas 
de controle. 
 
 
 
 
Tais medidas garantem a eficiencia da chamada blindagem da rede, anulando de 
forma eficiente postos vulneráveis a furtos energéticos. 
 
 
A primeira foi a utilização de um condutor de 1mm, que 
tecnicamente inviabiliza a conexão de uma carga alta no 
circuito. A segunda medida é a abertura dos relés dos circuitos 
durante o dia essa medida tem se demonstrado bastante 
eficaz e está em fase de automação pelo centro de controle. 
(BAPTISTA e SOUZA, 2016 p. 8). 
24 
 
5.2 METODOLOGIA 
5.2.1 VISITA TÉCNICA 
No dia 13 de setembro de 2019, às 7 horas, todos os componentes do grupo se 
dirigiram a comunidade São Clemente II, conhecida popularmente na cidade de Aracruz-ES 
como Portelinha. A visita foi realizada com o intuito de assimilar os conhecimentos teóricos 
obtidos a partir de artigos de estudos, além de observar pessoalmente como foi feita a 
instalação da BT Zero e suas partes construtivas, conversar com um representante da 
comunidade, tirar dúvidas e fazer registro de imagens. 
Desde o princípio da visita, todos foram bem recepcionados, tanto pelos moradores 
quanto pelo representante dos mesmos, o Sr. Waldir Kiihl de 61 anos que mora há cerca de 
13 anos na região, contou um pouco da história sobre a comunidade e respondeu perguntas 
referentes a instalação e a aceitação da BT Zero no local. 
 
 
Figura 15 – Componentes do grupo com o representante da comunidade São Clemente II 
Disponível em: Acervo próprio, registrado em 13 de set. de 2019. 
25 
 
O estudo em campo foi iniciado por um questionário que tinha como objetivo 
conhecer a visão dos moradores contemplados pela nova rede. O mesmo foi respondido 
pelo Sr. Waldir Kiihl. 
Segue, abaixo, as perguntas realizadas pelo grupo e suas respectivas respostas: 
● Sobre a BT Zero: Em qual período foi instalada essa nova rede? 
➢ “A nova rede foi instalada no mês de Junho de 2019, e já se encontra em 
funcionamento. A maioria dos moradores já realizaram o cadastro e estão 
pagando as tarifas. As pessoas que não efetuaram o cadastro, ainda não 
receberam a conta de energia.” 
● A concessionária EDP ES realizou algum tipo de reunião para avisar sobre a 
implantação da BT Zero? Se sim, o que foi tratado? 
➢ “Sim, antes da instalação da BT zero foi realizada uma reunião na comunidade 
com o intuito de esclarecer dúvidas dos moradores e informar sobre a 
implantação da nova rede.” 
● Como foi a aceitação dentro da comunidade? 
➢ “Não houve nenhuma resistência em relação aos moradores e a comunidade 
está satisfeita com o resultado.” 
● O que mudou na sua vida e na vida dos moradores a partir do momento que foi 
instalada a BT Zero na comunidade? 
➢ “Ocorreu uma grande mudança na qualidade da energia, melhorando nosso 
conforto e segurança.” 
● A comunidade recebeu algum benefício? 
➢ “Não existiu nenhum tipo de benefício, somente para moradores que são 
cadastrados no bolsa família.” 
● Na sua visão geral, foi vantajoso para ambos os lados (comunidade e 
concessionária)? 
➢ “Sim, ocorreu uma ampla melhoria na qualidade de energia e segurança no 
atendimento. As concessionárias puderam obter mais controle da região que 
antes não tinha uma rede definida.” 
Ao findar as perguntas, o morador convidou todo o grupo a estar caminhando pela 
comunidade a fim de observar com mais precisão a forma como a rede BT Zero fora 
instalada. 
26 
 
 
Figura 16 – Componentes do grupo conhecendo a comunidade de São Clemente II 
Disponível em: Acervo próprio, registrado em 13 de set. de 2019. 
Ao longo da visita percorremos pela comunidade visualizando de perto os 
componentes e a instalação da rede e fotografando-os. A seguir, apresentam-se as imagens 
registradas de alguns componentes: 
 
Figura 17 – Padrão das residências que estão ligadas na BT Zero. 
Disponível em: Acervo próprio, registrado em 13 de set. de 2019. 
 
DISPLAY DO 
CLIENTE 
DISJUNTOR 
DO PADÃO 
27 
 
 
 
Figura 18 – Poste com Transformador Blindado, Concentrador Secundário e cabos indo paraos padrões das 
residências. 
 Disponível em: Acervo próprio, registrado em 13 de set. de 2019. 
 
Figura 19 – Ramais individuais da rede BT Zero. 
 Disponível em: Acervo próprio, registrado em 13 de set. de 2019. 
28 
 
 No decorrer da visita técnica foram percebidas algumas diferenças entre o tipo de 
istalação estudada e a observada. Ficou evidente que a EDP Espírito Santo Distribuição de 
Energia Elétrica S.A. instalou uma rede mais compacta, que demanda menos componentes 
do que se era esperado. Logo, os componentes que não foram instalados são: a caixa 
conjugada, a caixa de disjuntores e a caixa de derivação. Entretanto, apesar da ausência 
desses componentes, a qualidade da instalação se mantém, de forma que o objetivo da rede 
é cumprido com sucesso. 
A partir de relatos de moradores da comunidade e percepções dos integrantes do 
grupo, pôde-se inferir que, com a instalação da rede BT Zero, houve melhorias na qualidade 
da energia que hoje chega até as residências, os moradores se sentem mais seguros devido 
à presença de componentes de proteção como o disjuntor termomagnético, que antes não 
era encontrado em todas as residênciase sentem também que os valores cobrados são 
justos, pois foram eliminandos no geral os casos de furtos. 
A visita técnica tornou-se de extrema importância para melhor conhecimento, 
aprendizado e desenvolvimento da metodologia, pois além de ver na prática o que 
aprendemos na teoria, também foi possível perceber que as instalações da BT Zero feitas 
pela concessionária EDP Espírito Santo apresentam configuraçoes mais simples das 
anteriormente citadas. Entretanto, como citado anteriormente, apesar de não fazer uso de 
todos os componentes, a qualidade e eficiência da instalação não são afetadas. 
5.2.2 PROJETO DE REDE BT ZERO 
Visando cumprir os objetivos específicos deste presente trabalho, foi-se elaborado um 
projeto unifilar de distribuição de energia do Bairro São José Mambrini no distrito de 
Jacupemba, cidade de Aracruz. 
A escolha da área para elaboração do projeto foi feita levando em consideração dois 
pontos principais para sua construção: 
1. Áreas de perdas não técnicas superiores a 40%; 
2. Projetos minha casa minha vida de 0 a 3 salários mínimos. 
Tendo como critério principal de escolha o segundo ponto, visto que não houve 
informações abrangentes acerca do primeiro item. 
29 
 
Em virtude de que os componentes do grupo não conseguiram disponibilidade para 
irem pessoalmente ao local escolhido, surgiu à problemática de que, desta forma, não seria 
possível obter dados claros quanto à disposição das ruas e casas no bairro e isso poderia vir 
a comprometer a qualidade e a fidelidade do projeto desenvolvido. Como forma de anular 
esse problema, viu-se como solução fazer a observação do bairro pelo serviço de 
visualização de mapas e imagens de satélite do Google, chamado de Google Maps. 
Entretanto, como muitos detalhes da presente instalação elétrica instalada não aparecem na 
imagem de satélite, coube, portanto, a uma integrante do grupo, Laura de Angeli Piol, fazer 
uma visita ao local com o intuito de observar e anotar dados referentes a instalação. 
 
Figura 20 – Foto de satélie (à esquerda) e mapa (à direita) do bairro São José Mambrini. 
 Disponível, em: <google.com.br> acesso em 27 de nov. De 2019. 
Para melhor entendimento da disposição de casas no bairro, foi produzido um 
desenho no AutoCAD® 2019. O desenho, abaixo representado, foi elaborado levando em 
conta dados visíveis nas imagens por satélite e relatos feitos pela integrante do grupo que foi 
pessoalmente ao local. A partir dele se foi possível entender a disposição das casas em 
cada quarteirão e calcular quantas casas possuem a necessidade de serem alimentadas 
com energia elétrica em cada rua. 
30 
 
 
Figura 21 – Desenho AutoCAD do bairro São José Mambrini. 
Disponível em: Acervo próprio, registrado em 27 de nov. de 2019. 
 
Ao analisar o desenho, pode-se observar que o projeto irá abranger cinco ruas, sendo 
que duas possuem, cada uma, 9 casas e três ruas possuem 18 casas, portanto, o projeto 
envolverá ao todo 72 casas. 
Para dar início a elaboração do projeto, tinha-se a necessidade de ter conhecimento 
da carga instalada de cada residência, pois, com base nisso, pôde-se fazer o 
31 
 
dimensionamento de componentes da rede, como o transformador. Os cálculos foram feitos 
levando em consideração dados obtidos em cartilhas da concessionária. 
A respeito dos cálculos para a escolha do Transformador, foi adotado 9 kW como 
carga máxima de cada residência monofásica, 0,15 kVA a potência de cada lâmpada de 
LED da iluminação pública e 0,9 como Fator de utilização. Abaixo segue os respectivos 
cálculos: 
O primeiro cálculo, representado abaixo, teve com objetivo descobrir o consumo 
mensal e individual de cada residência. 
30 x 9 kW x 0,9 = 243 kWh(Consumo mensal em cada residência) 
Quantidade de 
 dias no mês 
 
Já o segundo cálculo, representado abaixo, teve como objetivo descobrir a potência 
máxima que cada casa ira utilizar por rua. 
18 x 1,07 = 19,26 kW(Potência máxima de casas por rua) 
 Número máximo 
 de casas por rua 
 
Por fim foi feito o cálculo para descobrir qual é a potência máxima que uma rua, de 18 
casas, terá. 
 19,26 + 7 x 0,15 = 20,31 kW (Potência máxima por rua) 
 Número de 
 lâmpadas por rua 
 
A partir desses dados ficou definido que cada rua contará com um transformador 
trifásico de 45 kVA, visto que essa é a menor potência definida como padrão pela 
concessionaria para instalar transformadores na rede BT zero e também é suficiente para 
atender a demanda de forma que não sobrecarregue o trafo. 
O número de concentradores secundários irá variar de acordo com o número de 
casas alimentadas, sendo 1 para as ruas que possuem apenas 9 casa e 2 para ruas que 
32 
 
possuem 18 casas. O aumento da presença do CS em ruas que possuem uma maior 
quantidade de casas, se da por conta do mesmo possuir o limite de 12 medidores que é 
insuficiente para atender todas as residências. Se dobrar esse número e instalar 2 CS`s, 
existirão 24 medidores disponíveis, sendo suficientes para atender todos os consumidores. 
O projeto, apêndice A, foi desenvolvido na forma unifilar, representando a localização 
dos componentes da RDA de acordo com o desenho das ruas. Para desenhar o projeto, foi 
utilizado programa Autodesk AutoCAD® 2019, por ser o que mais apresentava facilidade no 
manuseio atendendo as nescessidades. 
5.2.3 MAQUETES DEMONSTRATIVAS 
A maquete 1 tem como finalidade representar parte do projeto e o funcionamento da 
rede blindada de forma didática. Dessa forma, foi realizada uma maquete do Bairro São 
José Mambrini, das ruas Maria Vieira Nunes e Leordini Barbieri, no distrito de Jacupemba, 
cidade de Aracruz-ES, e outra maquete representando duas casas instaladas na rede BT 
Zero para simular o funcionamento da rede. 
Para a fabricação da maquete 1 foi usado os seguintes materiais: 
 Papel cartão para as casas; 
 Papel ondulado para os telhados das casas; 
 Isopor para a base; 
 Bambu para fazer os postes de concreto e os postes do display; 
 Caixa de fio dental para fazer o transformador; 
 Papel EVA atoalhado verde para fazer a grama; 
 
Figura 22 – Vista superior da Maquete I. 
Disponível em: Acervo próprio, registrado em 5 de dez. de 2019. 
33 
 
 
Figura 23 – Vista lateral da Maquete I. 
Disponível em: Acervo próprio, registrado em 5 de dez. de 2019. 
A maquete 2 apresenta um circuito elétrico para simular o funcionamento da rede BT 
Zero quando ocorre um furto, havendo duas lâmpadas, cada uma representando cada casa 
do protótipo. Por motivo de ser uma informação confidencial, o grupo não conseguir 
explicações da concessionária de como o furto é identificado e de como é feito o desarme da 
energia, portanto inferimos que uma opção seria porcomparação das correntes de entrada e 
a de saída do medidor, por isso foi usado um DR no circuito, já que o mesmo possui a 
mesma função de identificar essas correntes. 
 O funcionamento se dá pela seguinte forma: a primeira lâmpada faz parte do mesmo 
circuito do dispositivo diferencial residual, este irá reproduzir o funcionamento do módulo de 
medição. A segunda lâmpada está em circuito aberto separado do dispositivo DR, 
representando a casa do infrator. No circuito fechado, da primeira lâmpada, há um cabo em 
paralelo que está solto em uma das pontas. Este cabo simulará o furto realizado pelo infrator 
direto na rede depois da caixa de medição que ao unir a ponta solta com o circuito aberto da 
segunda lâmpada vai simular a tentativa de fraude, neste caso, por está ocorrendo fuga de 
corrente do DR o mesmo irá desarmar. Abaixo segue o diagrama elétrico representando o 
circuito da maquete. 
34 
 
 
Figura 24 – Diagrama elétrico da Maquete Simuladora. 
Disponível em: Acervo próprio, registrado em 27 de nov. de 2019 
Para a fabricação da maquete 2 foi usado os seguintes materiais: 
● Dispositivo Diferencial Residual bipolar 16A; 
● 2 Lâmpadas incandescente 127V 60W; 
● Cabo 2,5 mm² nas cores vermelho, preto e branco; 
● Disjuntor monofásico; 
● MDF para base da maquete. 
 
Figura 25 – Maquete II. 
Disponível em: Acervo próprio, registrado em 5 de dez. de 2019. 
35 
 
6 CONCLUSÃO 
O desenvolvimento do presente trabalho, proporcionou um conhecimento acerca do 
funcionamento e implantação da Rede BT Zero, de acordo com as normas da EDP Espírito 
Santo Distribuição de Energia Elétrica S. A., tendo em vista identificar partes construtivas e 
seus conceitos, bem como suas respectivas funções. 
 A visita técnica realizada na comunidade de São Clemente II, conhecida 
popularmente na cidade de Aracruz-ES como Portelinha, contribuiu durante o 
desdobramento do trabalho, pois através dela foi possível entender com clareza o 
funcionamento da rede, a forma como os componentes são posicionados ao longo da 
distribuição da baixa tensão, de que maneira os moradores receberam esse investimento e 
quais foram as principais alterações. Sendo assim, foi possível analisar todas as 
circunstâncias necessárias para a instalação da nova rede, tal como a realização de um 
projeto de distribuição e duas maquetes para um melhor entendimento do princípio de 
funcionamento. 
Ao longo do desenvolvimento dos objetivos específicos, ficou evidente também os 
benefícios que essa nova rede traz as comunidades que a recebem, pois fica claro o 
aumento na segurança e na qualidade da energia consumida pelos clientes, provando que, 
apesar de ser um tipo de rede que possui um valor mais elevado do que o modelo 
convencional, torna-se viável se analisado os benefícios adquiridos. 
 
36 
 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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<http://ri.edp.com.br> 2015 
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2010 
ZAMPOLLI, M; GARCIA JUNIOR, G; CAVARETTI, J,L. “Evolução Tecnológica na 
Redução de Perdas: Uma Experiência Prática”. Disponível em <http://www.cgti.org.br> 
2010 
“O perigo dos “gatos” na rede elétrica!” Disponível em 
<https://www.mundodaeletrica.com.br>2019 
“O que é um cabo armado?” Disponível em<https://innovcable.com.br>2017 
SOUZA, J, A; VABO, C; SILVA, J; SANTOS, L,A; ESPINDOLA, L; VAZ, L ,E; QUEIROZ, 
P,H; MENEZES, R; OLIVEIRA, S; SILVA, R,L;. “Padrão de Rede Secundária Blindada 
com Telemedição – BT Zero” Disponível em <http://www.cgti.org.br> 2016 
“Padrão Técnico” Disponível em <https://www.edp.com.br> 2018 
“Postes”. Disponível em <http://petrofisa.com.br>. 2019 
PRAZERES, Romildo Alves dos. Redes de Distribuição de Energia Elétrica e Subestações. 
Curitiba-PR: Base Editorial, 2010. 
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<https://www.cemig.com.br> 2014 
“Ramal de Ligação” Disponível em <https://www.aneel.gov.br> 2012 
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“Rede de Distribuição Primária” Disponível em <https://www.adolphoeletricista.com.br> 
2014 
“Sistema de Medição Centralizada” Disponível em <http://repositorio.pgsskroton.com.br> 
2017 
“Sistema de Medição Centralizada” Disponível em <http://www2.aneel.gov.br> 2008 
BAPTISTA, D; SOUZA, B. “Sistema de medição centralizada BT ZERO: uma alternativa 
viável para o combate às perdas não técnicas em áreas de complexidade 
social”.<http://abradee03.org> 2016 
“Sistema de Medição Centralizada – SMC” Disponível em <http://www.aneel.gov.br > 
2010 
http://ri.edp.com.br/ptb/6087/ApresentaoEDPEscelsa_Maro2015.pdf
http://www.cgti.org.br/
https://www.mundodaeletrica.com.br/perigo-dos-gatos-na-rede-eletrica/
https://innovcable.com.br/home-page/caboarmado/
https://www.adolphoeletricista.com.br/
http://www2.aneel.gov.br/
37 
 
SOUZA, R; MOREIRA, L; “Telemedição na Baixa Tensão” Disponível em 
<https://www.osetoreletrico.com.br> 2013 
 
38 
 
APÊNDICE A 
 
Projeto unifilar de distribuição de energia do Bairro São José Mambrini no distrito de 
Jacupemba, cidade de Aracruz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
APÊNDICE B 
 Com a elaboração do canvas foi possivel esboçar um modelo de negócios.

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