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Livro Eletrônico
Aula 07
Discursivas p/ Senado Federal (Analista Legislativo - Administração)
Sem Correção - 2019/2020
Marcio Damasceno, Rafaela Freitas, Carlos Roberto
05716794122 - Heliasmyne Asthiliem Nascimento de Almeida
 
Introdução ...................................................................................................................... 3 
Segunda rodada de temas ............................................................................................... 4 
Tema 13 .............................................................................................................................................. 4 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO ........................................................................................................................... 4 
Tema 14 .............................................................................................................................................. 5 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO ........................................................................................................................... 5 
Tema 15 .............................................................................................................................................. 6 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO ........................................................................................................................... 6 
Tema 16 .............................................................................................................................................. 7 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO ........................................................................................................................... 8 
Tema 17 .............................................................................................................................................. 8 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO ........................................................................................................................... 9 
Tema 18 ............................................................................................................................................ 10 
Proposta de Solução ......................................................................................................................... 10 
Tema 19 ............................................................................................................................................ 11 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO ......................................................................................................................... 12 
TEMA 20 ............................................................................................................................................. 13 
Proposta de solução.......................................................................................................................... 13 
Tema 21 ............................................................................................................................................ 14 
Proposta de solução.......................................................................................................................... 14 
TEMA 22 ............................................................................................................................................. 15 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO ......................................................................................................................... 16 
TEMA 23 ............................................................................................................................................. 16 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO ......................................................................................................................... 17 
TEMA 24 ............................................................................................................................................. 18 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO ......................................................................................................................... 18 
Terceira rodada de temas .............................................................................................. 20 
TEMA 25 ............................................................................................................................................. 20 
ABORDAGEM TEÓRICA ........................................................................................................................... 21 
TEMA 26 ............................................................................................................................................. 23 
ABORDAGEM TEÓRICA ........................................................................................................................... 24 
TEMA 27 ............................................................................................................................................. 26 
Marcio Damasceno, Rafaela Freitas, Carlos Roberto
Aula 07
Discursivas p/ Senado Federal (Analista Legislativo - Administração) Sem Correção - 2019/2020
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05716794122 - Heliasmyne Asthiliem Nascimento de Almeida
Profs. Carlos Roberto e Márcio Damasceno 
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ABORDAGEM TEÓRICA ........................................................................................................................... 27 
TEMA 28 ............................................................................................................................................. 29 
ABORDAGEM TEÓRICA ........................................................................................................................... 31 
TEMA 29 ............................................................................................................................................. 33 
ABORDAGEM TEÓRICA ........................................................................................................................... 34 
TEMA 30 ............................................................................................................................................. 40 
ABORDAGEM TEÓRICA ........................................................................................................................... 42 
Tema 31 ............................................................................................................................................ 46 
Abordagem Teórica .......................................................................................................................... 47 
Tema 32 ............................................................................................................................................ 52 
Abordagem teórica ........................................................................................................................... 53 
Tema 33 ............................................................................................................................................ 61 
Abordagem teórica ........................................................................................................................... 63 
Prática ........................................................................................................................... 72 
 
 
 
Marcio Damasceno, Rafaela Freitas, Carlos Roberto
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INTRODUÇÃO 
Fala, meus amigos. Beleza pura? 
Como é bom tê-los conosco nesta aula. Saibam que vocês estão entre os pouquíssimos alunos que 
conseguem efetivamenteestudar todo o material e finalizar o edital. Sei o quanto é cansativo, pois 
já vivi intensamente essa fase de “concurseiro” durante alguns anos da minha vida. Todo o esforço 
será recompensado! Acreditem!!! 
Hoje, chamarei a atenção de vocês para algo que muitos simplesmente ignoram durante a 
preparação para concursos públicos, mas que é tão importante quanto o próprio ato de estudar: 
o descanso. 
Deve-se tomar muito cuidado para não chegar ao dia da prova estressado, esgotado, fadigado, 
cansado. Para isso, é imprescindível que vocês conciliem horas de estudo com momentos de 
descanso. Não achem que é perda de tempo! Na verdade, o descanso faz parte da sua preparação. 
Além das horas de descanso, é igualmente fundamental que vocês façam alguma atividade física. A 
prática de exercícios ajuda muito na concentração, na fixação de conteúdos, melhora o 
desenvolvimento do raciocínio lógico e da memória, além de contribuir com o foco nos 
estudos. Ajuda, ainda, a minimizar os níveis de estresse, tão típicos em épocas de prova. Exercícios 
leves e moderados fazem com que o corpo libere beta-endorfina1, que proporciona bem-estar e 
prazer. Isso garante que a pessoa tenha ânimo para realizar todas as suas atividades sem sucumbir 
ao estresse. 
Prof. Carlos Roberto 
 
“A vontade de se preparar tem que ser maior do que a vontade de vencer. 
Vencer será consequência da boa preparação”. (Bernardinho) 
 
 
 
1 Beta-endorfina é um neurotransmissor endógeno encontrado tanto nos neurônios do sistema nervoso central quanto nos 
do sistema nervoso periférico. Seus efeitos principais, ao ser lançado na corrente sanguínea (o que acontece, por exemplo, 
como consequência imediata da atividade física), são diminuição da sensação dolorosa e facilitação de sensações de 
relaxamento e bem-estar. 
 
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SEGUNDA RODADA DE TEMAS 
TEMA 13 
Considerando que, na contabilidade pública, são estudadas as receitas e as despesas públicas por 
diversos ângulos e que, ao contador da área pública, o entendimento dessas diversas facetas é de 
fundamental importância para o exercício de suas funções, redija um texto dissertativo que aborde, 
necessariamente, os seguintes tópicos: 
 Classificação econômica das receitas e das despesas públicas, com suas subdivisões; 
 Vinculação das receitas públicas ao orçamento; 
 Estágios da receita e da despesa públicas. 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
Quanto à classificação econômica, as receitas são dividas em corrente e de capital. As 
primeiras subdividem-se em impostos, taxas e contribuições de melhoria; receita de 
contribuições; patrimoniais; agropecuárias; industriais; de serviços; transferências correntes; 
e outras receitas correntes. Já as receitas de capital compreendem as operações de crédito, 
amortizações de empréstimos, alienações de bens, transferências de capital e outras receitas de 
capital. [Tópico I-a] 
As despesas, quanto à categoria econômica, também se subdividem em correntes e de 
capital. As primeiras compreendem as despesas de pessoal e encargos sociais, juros e encargos 
da dívida e outras despesas correntes. Já as despesas de capital, subdividem-se em 
investimentos, inversões financeiras e amortização da dívida. [Tópico I-b] 
A receita também pode ser classificada por fontes/destinações de recursos, a qual possui 
como objetivo identificar as fontes de financiamento dos gastos públicos, por meio da qual é 
possível distinguir se determinada receita é vinculada. É necessário frisar que a criação de 
vinculações para as receitas deve ser pautada em mandamentos legais que regulamentam a 
aplicação de recursos, seja para funções essenciais ou para entes, órgãos, entidades e fundos. 
Outro tipo de vinculação é aquela derivada de convênios e contratos de empréstimos e 
financiamentos, cujos recursos são obtidos com finalidade específica. Ressalte-se também que 
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o princípio da não vinculação ou não afetação veda a vinculação da receita de impostos, salvo 
exceções estabelecidas pela própria Constituição Federal. [Tópico II] 
Por fim, segundo o que consta no Manual de Contabilidade aplicada ao Setor Público 
(MCASP), as etapas da receita orçamentária podem ser resumidas em: previsão, lançamento, 
arrecadação e recolhimento. No que se refere às despesas, são etapas o planejamento, 
desdobrado em fixação, a descentralização dos créditos orçamentários, a programação 
orçamentária e financeira e o processo de licitação e contratação; e a execução, subdividida em 
empenho, liquidação e pagamento. 
 
TEMA 14 
A Lei n° 4.320 de 1964, Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos 
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Com base na 
mencionada legislação determine cada estágio da execução da despesa orçamentária pública e 
explique cada um deles. 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
A execução orçamentária [tema] é a utilização dos créditos consignados na Lei 
Orçamentária Anual; é realizar as despesas públicas nele previstas. De acordo com a Lei 
4.320/1964, consiste nas seguintes etapas: empenho, liquidação e pagamento [pressuposto 
orientador]. 
A fase de empenho consiste no ato emanado de autoridade competente que cria para o 
Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição, implicando a 
reserva de dotação orçamentária para atendimento de um determinado fim específico. 
O empenho será formalizado mediante a emissão de um documento denominado “Nota de 
Empenho”, no qual deve constar o nome do credor, a especificação do credor e a importância da 
despesa, bem como os demais dados necessários ao controle da execução orçamentária. 
Adicionalmente, insta frisar que o empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos 
concedidos, bem como o fato de que é vedada a realização de despesa sem prévio empenho. 
[Tópico I] 
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Já a liquidação consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os 
títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito e tem por objetivo apurar: a origem 
e o objeto do que se deve pagar; a importância exata a pagar; e a quem se deve pagar a 
importância para extinguir a obrigação. 
 Envolve, portanto, a comprovação de que o credor cumpriu todas as obrigações constantes 
do empenho, evitando que ocorra o pagamento sem o implemento da condição. Nesse sentido, 
inclui todos os atos de verificação e conferência, desde a entrega do material ou a prestação do 
serviço até o reconhecimento da despesa. [Tópico II] 
Por fim, o pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio de cheque 
nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em conta. Necessariamente, será precedido pela 
regular liquidação da despesa e representa a extinção do débito ou obrigação. Esse procedimentonormalmente é efetuado por tesouraria, mediante registro no Siafi do documento Ordem 
Bancária, definido pela Lei 4.320/1964 como o despacho exarado por autoridade competente, 
determinando que a despesa liquidada seja paga. [Tópico III] 
 
TEMA 15 
Redija um texto dissertativo sobre o plano de contas aplicada ao setor público (PCASP), abordando, 
necessariamente, os seguintes pontos: 
a) O que é um plano de contas; 
b) A motivação para existência de um plano de contas aplicado ao setor público; 
c) A natureza das contas nele registradas; 
d) Do que se tratam os indicadores (F) e (P) e qual o objetivo da sua utilização. 
Responda em até 30 linhas. 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
Um Plano de Contas é a estrutura básica da escrituração contábil, formada por uma 
relação padronizada de contas contábeis, que permite o registro dos atos e fatos praticados pela 
entidade de maneira padronizada e sistematizada, bem como a elaboração de relatórios 
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gerenciais e demonstrações contábeis de acordo com as necessidades de informações dos usuários. 
[Tópico I] 
 Nesse sentido, o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) tem como 
motivação atender às demandas inerentes à evolução da ciência contábil, notadamente naquilo 
que se refere à adoção de conceitos e de procedimentos reconhecidos e utilizados 
internacionalmente, com foco na contabilidade patrimonial. A necessidade de evidenciar com 
qualidade os fenômenos patrimoniais e a busca por um tratamento contábil padronizado dos 
atos e fatos administrativos no âmbito do setor público tornou imprescindível a elaboração de 
um PCASP com abrangência nacional, cujos metodologia, estrutura, regras, conceitos e 
funcionalidades permitissem a obtenção de dados que atendessem aos diversos usuários da 
informação contábil. [Tópico II] 
Outrossim, o PCASP está estruturado de acordo com as seguintes naturezas das 
informações contábeis: orçamentária, patrimonial e de controle. As contas de natureza 
orçamentária registram, processam e evidenciam os atos e os fatos relacionados ao planejamento 
e à execução orçamentária. As de natureza patrimonial registram, processam e evidenciam os 
fatos relacionados com a composição do patrimônio público e suas variações qualitativas e 
quantitativas. As de controle registram, processam e evidenciam os atos de gestão cujos efeitos 
possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como aqueles 
com funções específicas de controle. [Tópico III] 
 Por fim, os indicadores (F) e (P) são considerados atributos legais das contas contábeis, 
características próprias que as distinguem de outras contas do PCASP, no caso, estabelecidos 
por lei. A classificação do ativo e do passivo em financeiro e permanente permite a apuração do 
“superávit” financeiro no Balanço Patrimonial (BP), de acordo com a Lei 4.320/1964, o qual 
constitui-se em fonte de abertura de créditos adicionais para o exercício seguinte. [Tópico IV] 
 
TEMA 16 
Redija um texto dissertativo que apresente as principais alterações promovidas na contabilidade 
pública após a edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) quanto à 
contabilização das receitas e das despesas. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: 
a) Regime orçamentário de contabilização das receitas e das despesas. 
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b) Regime contábil (patrimonial) de contabilização das receitas e despesas. 
c) Relacionamento entre os regimes de contabilização. 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
O regime orçamentário de contabilização das receitas e das despesas encontra-se previsto 
na Lei 4.320/64. Segundo essa lei, as receitas orçamentárias são reconhecidas no momento da 
sua arrecadação e as despesas orçamentárias no momento do seu empenho, configurando-se o 
regime de caixa para as receitas e de competência para as despesas. Devido a essa pluralidade, 
o regime orçamentário é classificado como misto. [Tópico I] 
Já o regime patrimonial segue as regras estabelecidas pelo Manual de Contabilidade 
Aplicada ao Setor Público (MCASP), segundo o qual deve haver o registro da receita ou despesa, 
independentemente da execução orçamentária, em função do seu fato gerador. Estabelece, 
portanto, a necessidade de observação do regime de competência tanto para as receitas quanto 
para as despesas patrimoniais. [Tópico II] 
Por fim, em relação ao terceiro aspecto, o MCASP teve importante papel no sentido de 
deixar mais claro o relacionamento entre os regimes de contabilização. Segundo o referido 
manual, a contabilidade pública deve evidenciar tempestivamente às receitas e despesas tanto 
no regime orçamentário quanto no regime contábil (patrimonial), não havendo qualquer 
incompatibilidade entre os dois sistemas. As informações geradas por tais sistemas são 
complementares, permitindo o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados 
econômicos e financeiros. [Tópico III] 
 
TEMA 17 
Após regular aprovação em concurso público, Maria, casada com João, tomou posse em cargo 
efetivo no Tribunal Regional do Trabalho do estado X. No entanto, Maria é domiciliada no estado Y, 
motivo pelo qual gostaria de ser removida para o Tribunal Regional do Trabalho do Estado Y. Para 
tanto, logo após tomar posse, com base no princípio da preservação da unidade familiar, previsto 
na Constituição Federal, Maria requereu a sua remoção a pedido para ficar com a sua família. 
Com base nas disposições legais e no entendimento jurisprudencial do STJ, faça uma análise jurídica 
da situação hipotética apresentada. Ao elaborar seu texto: 
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a) Discorra sobre o instituto da remoção, apresentando seu conceito e suas modalidades; 
b) Discuta a possiblidade de o pleito de Maria ser atendido; 
c) Caso João fosse servidor público federal, a ele assistiria o direito à remoção para o Estado X? 
d) Caso João e Maria sejam servidores federais, domiciliados no Estado Z, e Maria fosse aprovada 
em processo seletivo (concurso de remoção) para ocupar vaga no estado W, a João assistiria o 
direito à remoção? 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
De acordo com a Lei 8.112/1990, a remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de 
ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Pode acontecer mediante três 
modalidades: de ofício, no interesse da administração; a pedido do servidor, mas com a 
concordância da administração; e a pedido do servidor, independentemente do interesse da 
administração. 
Nesse último caso, a vontade do servidor e a da administração não são convergentes, mas 
a lei determina a prevalência da vontade do servidor, diante de situação específica e expressa 
na lei que a justifique, quais sejam: para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor 
público civil ou militar, de qualquer dos poderes dos entes federativos, que foi deslocado no 
interesseda administração; por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou 
dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à 
comprovação por junta médica oficial; e em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese 
em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas 
preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. [Tópico I] 
O caso de Maria não se coaduna a qualquer dessas situações, pois ela já era casada com 
João quando tomou posse, ato voluntário de Maria, e sabia que a sua lotação inicial seria no 
estado X. Ademais, João não possui qualquer doença que exija o acompanhamento de Maria. 
Assim, Maria somente poderá ser removida por meio de concurso de remoção, de acordo com os 
critérios previstos em edital. [Tópico II] 
Outrossim, caso João seja servidor público federal, a ele não assistirá o direito à remoção 
para o estado X. Visto que, segundo a Lei 8.112/1990 e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), 
a remoção a pedido do servidor para acompanhamento de cônjuge ou companheiro exige que a 
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remoção deste tenha ocorrido no interesse da Administração, o que não ocorre no caso em tela. 
[Tópico III] 
Finalmente, a João não assistirá o direito à remoção para o estado W, visto que a 
aprovação em concurso de remoção não é hipótese em que se configura o interesse da 
Administração. Para o STJ, o direito à remoção para o cônjuge haveria, somente, se houvesse 
deslocamento de ofício, o que não ocorre no caso em apreço. [Tópico IV] 
 
TEMA 18 
Determinada pessoa, sem se identificar, enviou mensagem para a ouvidoria do TRF da 3ª Região, 
relatando que o servidor Caio cometeu determinada infração administrativa. De pronto, a 
autoridade competente instaurou o Processo Administrativo Disciplinar (PAD). 
A portaria de instauração do PAD não descreveu de forma minuciosa os supostos ilícitos por ele 
praticados. Já na fase de defesa, Caio exerceu o direito ao contraditório e ampla defesa sem, 
contudo, estar assistido por advogado. 
Ao final deste, recebido o Relatório Final, autoridade julgadora enquadrou os fatos já apresentados 
por ocasião da indiciação em capitulação legal diferente daquela que a Comissão processante 
adotou, impondo a Caio, contudo, a mesma penalidade constante do referido relatório. 
Caio interpôs recurso administrativo contra a decisão proferida e, antes mesmo de ser julgado o 
recurso, a Administração Pública já cessou o pagamento da remuneração do servidor e o afastou das 
funções. 
Analise, isoladamente, os fatos apresentados, abordando os seguintes aspectos: 
a) Abertura de PAD com base em denúncia anônima. 
b) Nulidade na Portaria de instauração do PAD. 
c) Não assistência por advogado no âmbito PAD. 
d) A alteração da capitulação legal imputada ao acusado. 
e) Aplicação de sanções antes do julgamento do recurso. 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
Inicialmente, esclarece-se que, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça 
(STJ), desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é 
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permitida a instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) com base em denúncia 
anônima. Logo, pela inexistência de sindicância, constata-se ilegalidade no procedimento 
adotado. [Tópico I] 
Também, consoante posicionamento do STJ, a Portaria inaugural de PAD está dispensada 
de trazer em seu bojo uma descrição minuciosa dos fatos a serem apurados pela Comissão 
Processante, bem como a capitulação das possíveis infrações cometidas, sendo essa descrição 
necessária apenas quando do indiciamento do servidor, após a fase instrutória. Assim, nesse 
ponto, não se constata qualquer ilegalidade na situação em comento. [Tópico II] 
Outrossim, o Supremo Tribunal Federal possui Súmula Vinculante a qual estabelece que 
falta de defesa técnica por advogado no PAD não ofende a Constituição. Assim, nesse quesito, 
também foi escorreito o procedimento em tela. [Tópico III] 
Além disso, segundo o STJ, o acusado se defende dos fatos a ele imputados e não da 
tipificação legal relacionada, de sorte que a posterior alteração da capitulação legal da conduta 
não tem o condão de inquinar de nulidade o PAD. Assim, eventual tipificação jurídica diversa, 
por si só, não ofende os princípios da ampla defesa e do contraditório. No caso, apresentados 
os fatos na indiciação, não há que se arguir qualquer nulidade. [Tópico IV] 
Por fim, não há ilegalidade na imediata execução de penalidade administrativa imposta 
em PAD a servidor público, ainda que a decisão não tenha transitado em julgado 
administrativamente. Consoante jurisprudência do STJ, essa afirmação se justifica em 
dispositivo contido na Lei 8.112/1990, o qual prevê que o recurso pode ser recebido com efeito 
suspensivo, a juízo da autoridade competente e também devido ao atributo da 
autoexecutoriedade. Por isso, nesse ponto, foi legal a conduta da Administração. [Tópico V] 
 
TEMA 19 
No curso de determinado processo administrativo, regido pela Lei Federal 9.784/99 (Lei que regula 
o Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal), João, titular de direitos e 
interesses e parte no aludido processo, ingressa com recurso administrativo contra determinada 
decisão proferida pela autoridade responsável. A respeito do mencionado recurso administrativo, 
responda fundamentadamente: 
a. Qual prazo para sua interposição? 
b. Para qual autoridade o recurso será dirigido? Aborde sobre o eventual cabimento de 
reconsideração. 
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c. Será julgado, no máximo, por quantas instâncias? 
d. Possui, como regra, efeito suspensivo? 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
A Constituição Federal assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral o contraditório e ampla defesa. À luz dessa garantia, a Lei 9.784/1999 
[assunto] apresenta o procedimento referente à possibilidade de aqueles que não se conformarem 
com a decisão administrativa interporem recurso administrativo [pressuposto orientador], de 
modo que a decisão possa ser reapreciada. 
De acordo com o procedimento estabelecido pela referida lei, salvo disposição legal 
específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir 
da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. [Tópico I] 
Além disso, esse recurso deverá ser dirigido à autoridade que proferiu a decisão. A ela 
caberá verificar a possibilidade de reconsiderar sua decisão, tendo, para isso, o prazo de cinco 
dias. Caso não a reconsidere, mantendo o seu posicionamento inicial, o recurso deverá ser 
encaminhado para autoridade hierarquicamente superior. [Tópico II] 
O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo 
disposição legal diversa. Dessa forma,uma vez rejeitado o primeiro recurso na segunda 
instância, o recorrente pode recorrer mais uma vez. Esse segundo recurso será analisado por 
uma terceira instância, o que esgota a possibilidade de apresentação de novo recurso na esfera 
administrativa. [Tópico III] 
Por fim, salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo, ou seja, 
a decisão atacada permanece válida até decisão em contrário. Por isso, regra geral, os recursos 
administrativos possuem apenas efeito devolutivo, isto é, possuem o condão de devolver toda a 
matéria para reanálise, permitindo que o órgão competente confirme, modifique, anule ou 
revogue, total ou parcialmente, a decisão recorrida. Contudo, a autoridade recorrida ou a 
imediatamente superior pode, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso, caso haja 
justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução da decisão 
recorrida. [Tópico IV] 
 
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TEMA 20 
Em razão de fortes chuvas que caíram sobre a cidade, o prédio de determinado Órgão ficou 
totalmente destelhado, colocando em risco a segurança dos funcionários e equipamentos. Diante 
desse quadro, há necessidade de conserto urgente do telhado, cujo custo estimado ultrapassa o 
valor que autorizaria a dispensa de licitação. O presidente do referido Órgão pretende aproveitar a 
situação para incluir a obra de reforma do Anexo, não foi atingido pelas chuvas. 
Com base nessa situação, responda às seguintes questões: 
a) Explique sucintamente o que se entende como licitação e qual os seus principais fundamentos 
legais no nosso ordenamento jurídico. 
b) A hipótese narrada enquadra-se em algum caso de contratação direta? Qual? 
c) Além da reconstrução do telhado, pode ser incluída a reforma do Anexo? Justifique. 
d) A urgência da situação justifica a dispensa da publicação de informações sobre o processo? 
Justifique. 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
A Constituição Federal estabelece, como mandamento a ser obedecido pela Administração 
Pública, que as obras, serviços, compras e alienações sejam contratados mediante processo de 
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes e que possibilite 
a aquisição da proposta a ela mais vantajosa. Não obstante essa seja a regra, a própria 
constituição prevê a possibilidade de haver exceções. Coube à Lei 8.666/93, legislação base no 
que tange às licitações, o tratamento dessas exceções. [Tópico I] 
Dentre os casos em que é possível a contratação direta, encontram-se as hipóteses de 
licitação dispensável, nas quais, embora seja possível a realização da licitação, a Lei 8.666/93 
permite a celebração do contrato sem a realização de todo o procedimento licitatório. Uma das 
situações em que isso é possível foi apresentada pela questão: casos de emergência ou de 
calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa 
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e 
outros bens, públicos ou particulares. Dessa forma, podemos afirmar que, por ser caso de 
licitação dispensável, a administração pública poderá efetuar a contratação direta. [Tópico II] 
Há, contudo, que se fazer uma ressalva. O dispositivo legal que permite a contratação 
direta só abrange os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa, 
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motivo pelo qual o presidente do órgão não pode incluir a reforma do anexo no bojo da 
contratação do conserto do telhado. [Tópico III] 
Finalmente, como condição de eficácia dos atos, é necessária a publicação na imprensa 
oficial do extrato da dispensa de licitação, incluindo informações relevantes à identificação da 
contratação, a exemplo da justificativa que ampara a contratação direta para a reforma do 
telhado. O gestor não pode negligenciar o princípio da publicidade utilizando como justificativa 
a urgência da situação. [Tópico IV] 
 
TEMA 21 
Discorra sobre a aplicação da exceção de contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus) 
em contratos administrativos com a administração pública, abordando, necessariamente os 
seguintes aspectos: 
a) aplicação da cláusula exceptio non adimpleti; 
b) princípio da continuidade dos serviços públicos; 
c) aplicação da exceção em face de culpa da administração. 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
A exceção do contrato não cumprido, como regra, não é aplicável aos contratos 
administrativos, quando a falta é da Administração Pública. Comumente, o particular não pode 
interromper a execução do contrato em decorrência dos princípios da continuidade do serviço 
público e da supremacia do interesse público sobre o particular. Essa regra, contudo, não se 
aplica quando a inadimplência é do particular. Assim sendo, a administração sempre pode opor 
imediatamente a exceção do contrato não cumprido e, automaticamente, deixar de cumprir suas 
obrigações para com o contratado inadimplente. [Tópico I] 
Um dos fundamentos para impedir a arguição da exceção do contrato não cumprido por 
parte do particular é o princípio da continuidade do serviço público, que prevê a necessidade de 
prestação contínua de serviços essenciais à população, vedando a paralisação sumária da 
execução do contrato, mesmo diante da omissão ou atraso da administração no cumprimento 
das prestações a seu cargo. As opções que ao particular acodem restringem-se a requerer, 
administrativa ou judicialmente, a rescisão do contrato e o ressarcimento de perdas e danos, 
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dando continuidade à sua execução, até que se obtenha ordem da autoridade competente 
(administrativa ou judicial) a fim de paralisá-lo. [Tópico II] 
Por fim, excepcionalmente, já se aceita que a exceção do contrato não cumprido seja 
invocada pelo particular contra a administração, embora sem a mesma amplitude com que se 
apresenta no direito privado. Uma das situações em que isso é possível ocorre no chamado fato 
da administração, caracterizado quando uma ação ou omissão do poder público, especificamente 
relacionada ao contrato, torna impossível sua execução ou causa ao contratado um desequilíbrio 
econômico extraordinário, de forma que não seja razoável exigir que o particular a suporte, pela 
desproporção entre esse sacrifício e o interesse público. Nesse sentido, previu a Lei 8.666/1993, 
ao contemplar alguns casos em que o particular poderá invocar a exceção do contrato não 
cumprido, que o particular venha a solicitar a rescisão do contrato ou suspenda seu 
cumprimento até a normalização da situação. [Tópico III] 
 
TEMA 22 
Cespe – TRE/RS – 2015 
Um órgão público, mediante prévio procedimento licitatório, celebrou contrato para a realização de 
determinada obra. Durante a execução do contrato, foram constatados problemas como lentidão, 
paralisações injustificadas e não comunicadas aoórgão e suspensão da obra em razão de execução 
irregular. Em decorrência desses fatos, o órgão rescindiu unilateralmente o contrato, retendo a 
garantia e aplicando cumulativamente as penalidades de advertência, de suspensão temporária de 
participação em licitação e de impedimento de contratar com a administração pelo prazo de um 
ano, sendo assegurados ao contratado o contraditório e a ampla defesa no âmbito do processo 
administrativo. Inconformada, a empresa contratada interpôs recurso administrativo invocando: 
a) ilegitimidade do ato de rescisão unilateral; 
b) seu direito à devolução da garantia, caso admitida a rescisão; e 
c) inviabilidade de aplicação cumulativa das sanções administrativas. 
Considerando a situação hipotética apresentada, analise os questionamentos apresentados pela 
empresa contratada, posicionando-se, de forma fundamentada, a respeito de cada um deles. 
 
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PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
O contrato administrativo [assunto] é regido pelas cláusulas exorbitantes [tema], 
definidas como aquelas que não seriam comuns ou que seriam ilícitas em contrato celebrado 
entre particulares por conferirem prerrogativas à Administração, colocando-a em posição de 
supremacia em relação ao particular. São exemplos de cláusulas exorbitantes a possibilidade 
de alteração unilateral do contrato, a exigência de garantia e a possibilidade de aplicar 
penalidades ao contratado [pressuposto orientador]. 
A Lei 8.666/1993 lista, como hipóteses autorizadoras de rescisão unilateral, as seguintes 
condições: lentidão do cumprimento contratual; paralisação da obra, do serviço ou do 
fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração; e cumprimento irregular 
de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos. Confrontando-se essas hipóteses 
com os problemas provocados pelo contratado, narrados na situação fática, pode-se afirmar 
que é viável a rescisão unilateral com culpa do contratado, motivo pelo qual se reveste de 
legitimidade a atuação da Administração. [Tópico I] 
Outrossim, quando a rescisão unilateral derivar de culpa do contratado, conforme ocorre 
no caso em tela, entre outras medidas, autoriza-se a execução da garantia contratual, para 
ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos. Dessa 
forma, agiu corretamente o referido órgão. Frise-se que, se houver saldo remanescente, após o 
desconto dos valores legalmente devidos à Administração, esse valor deve ser devolvido de 
forma a evitar o enriquecimento sem causa por parte da Administração. [Tópico II] 
Por fim, segundo a Lei 8.666/1993, também é prerrogativa da Administração aplicar 
sanções em caso de inexecução total ou parcial do ajuste. Entre essas possibilidades, encontram-
se: a advertência; a suspensão temporária de participação em licitação e o impedimento de 
contratar com a Administração; e a declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a 
Administração Pública. Nenhuma dessas sanções pode ser aplicada de maneira cumulativa, 
motivo pelo qual se pode afirmar ser inadequada a conduta adotada pelo órgão em comento. 
[Tópico III] 
 
TEMA 23 
FCC – TRT15 – 2013 
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Um órgão público contratou, mediante prévio procedimento licitatório, obras de reforma e 
ampliação do edifício sede, no qual se encontra instalado, e a construção de um edifício anexo para 
alocação de atividades de suporte de informática. No curso do contrato, em face de constrições 
orçamentárias e da necessidade de corte de despesas, viu-se obrigado a reduzir as obras 
inicialmente contratadas, suprimindo parte do objeto do contrato, correspondente à construção do 
edifício anexo. Considerando o que dispõe a Lei 8.666/93, responda, fundamentadamente, às 
seguintes indagações: 
a) Existe algum limite em que a contratada estaria obrigada a aceitar a supressão quantitativa do 
objeto? A prerrogativa de alteração unilateral pela Administração Pública é condicionada à 
comprovação de circunstâncias supervenientes? 
b) A contratada faz jus a alguma espécie de ressarcimento por custos incorridos e/ou reequilíbrio 
econômico-financeiro do contrato em face da supressão quantitativa de seu valor? 
c) Na hipótese de a redução não ser economicamente viável para a contratada, a mesma poderá 
rescindir o contrato ou recusar-se a cumprir o objeto remanescente, eximindo-se da aplicação de 
sanções? 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
As cláusulas exorbitantes [assunto] existentes nos contratos administrativos são 
prerrogativas conferidas à Administração, colocando-a em posição de supremacia sobre o 
contratado. Um exemplo dessas cláusulas é a que possibilita à Administração alterar o contrato 
unilateralmente [tema], modificando o objeto contratado qualitativa ou quantitativamente 
[pressuposto orientador]. 
No caso de alteração quantitativa, a Lei 8.666/1993 estabelece que o contratado fica 
obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se 
fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% do valor inicial atualizado do contrato. 
Ademais, pode-se afirmar que a alteração unilateral pela Administração não se condiciona à 
comprovação de circunstâncias supervenientes, justificando-se pela presença do interesse 
público. [Tópico I] 
Conquanto o contratado esteja obrigado a aceitar as modificações quantitativas nos 
limites legais, é inequívoco afirmar que ele possui direito à manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro inicial do contrato. Destarte, havendo supressão do objeto contratual, deverá ser 
feito o aditamento, adequando o valor às novas obrigações assumidas. Além disso, no caso de 
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supressão do objeto contratado, caso já tenham sido adquiridos os materiais e postos no local 
dos trabalhos, eles deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente 
comprovados, podendo caber, inclusive, indenização por outros danos eventualmente 
decorrentes da supressão. [Tópico II] 
Finalmente, a rescisão unilateral é cláusula exorbitante e só se aplica à Administração 
Pública. Nos limites previstos em lei e feitos os ajustes, à empresa cabe adequar-se à redução, 
sob pena de a ela serem aplicadas as sanções legais. Por outro lado, caso a Administração 
descumpra os limites, ao particular assiste a possibilidade de pleitear a rescisão amigável ou de 
buscar a via judicial. [Tópico III] 
 
TEMA 24 
FGV - Analista Legislativo – Apoio Técnico-Administrativo – Administração – 2012 – Adaptada 
Escreva um texto dissertativo sobre reengenharia, respondendo, necessariamente, aos seguintes 
pontos: 
a) Definição de reengenharia; 
b) Metodologia empregada; 
c) Objetivos; 
d) Histórico de surgimento. 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
Tratada doutrinariamente como um conceito gerencial contemporâneo, a reengenharia éconceituada pelos seus criadores, Hammer e Champy, como o repensar fundamental e a 
reestruturação radical dos processos empresariais, que visam alcançar drásticas melhorias em 
indicadores críticos e contemporâneos de desempenho, tais como custos, qualidade, atendimento 
e velocidade. Assim, por definição, na reengenharia, os antigos processos organizacionais podem 
ser inteiramente substituídos por processos inteiramente novos e revolucionários. Seu foco são 
as mudanças nos processos organizacionais, o que faz esse tema ser tratado, em muitas obras, 
no âmbito do gerenciamento de processos. [Tópico I] 
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A metodologia de implementação da reengenharia envolve, fundamentalmente, quatro 
etapas: mapeamento dos processos organizacionais da empresa, o que envolve listar todos os 
processos da organização, selecionar aqueles que serão redefinidos e viabilizar os recursos 
necessários para essa atividade; planejamento das mudanças a serem realizadas; implementação 
das mudanças, ou seja, substituição dos processos organizacionais; e avaliação de resultados, 
isto é, o monitoramento dos impactos ocasionados pela reengenharia na organização. [Tópico 
II] 
Como objetivos, pode-se afirmar que a referida metodologia tem dois basicamente. Em 
primeiro lugar, a ferramenta objetiva melhorar os processos organizacionais, conjunto de 
atividades com uma ou mais entradas e que cria uma saída de valor para o cliente. Em segundo 
lugar, em um caráter mais amplo, a reengenharia visa a melhorias de competitividade-eficiência-
eficácia de uma organização, por meio, principalmente, da otimização dos seus processos. 
[Tópico III] 
Por fim, mencione-se que a reengenharia surgiu na década de 1990 em um contexto de 
mudanças substanciais nos modelos de negócios então vigentes. Verificou-se que o baixo 
desempenho de algumas empresas estava associado à falta de compreensão de que eram 
estruturadas em processos, pois nelas ainda prevalecia a mentalidade compartimentalizada do 
Taylorismo/Fordismo, que dividia a empresa em atividades. Disso adveio a necessidade de 
enfocar os processos. [Tópico IV] 
 
 
 
 
 
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TERCEIRA RODADA DE TEMAS 
TEMA 25 
A “pós-verdade” despontou para a fama graças ao Dicionário Oxford, editado pela universidade 
britânica, que anualmente elege uma palavra de maior destaque na língua inglesa. Na definição 
britânica, “pós-verdade” é um adjetivo “que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos 
objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças 
pessoais”. Não seria então, exatamente, o culto à mentira, mas a indiferença com a verdade dos 
fatos. Eles podem ou não existir, e ocorrer ou não da forma divulgada, que tanto faz para os 
indivíduos. Não afetam os seus julgamentos e preferências consolidados. 
Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações). 
O negócio é que, quando só falamos com nossos iguais, não temos de encarar contra-argumentos. 
Aí nossas opiniões vão se tornando mais rígidas, extremas e, muitas vezes, distorcidas. Liberais ficam 
mais liberais, conservadores mais conservadores. Cada lado se fecha com suas certezas. Pensando 
na “experiência do usuário”, as redes desenvolveram ferramentas e algoritmos que recortam e 
recontam o mundo para nos mostrar só o que queremos ver. Uma realidade ilusória, feita sob 
medida para cada um de nós, para satisfazer nossos gostos, interesses e crenças. Se algo não aparece 
na minha timeline, não existe. Se os outros não concordam comigo, eu ignoro. Se um dado me 
contradiz, é falso. Mas, se confirma o que penso, só pode ser verdadeiro. E ponto final. Mentiras, 
radicalismos e obscurantismos existem desde sempre, claro. Mas agora encontram nas bolhas, 
filtros e caixas de ressonância das redes sociais um ambiente perfeito para a proliferação. Os efeitos 
da pós-verdade estão aí para quem quiser ver. No ano passado, um dos responsáveis pela campanha 
do Brexit admitiu: “fatos não funcionam, é preciso se conectar com a emoção das pessoas”. 
Internet: <http://cultura.estadao.com.br> (com adaptações). 
Constituição da República Federativa do Brasil 
PREÂMBULO 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir 
um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a 
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores 
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e 
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, 
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO 
BRASIL. 
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Tendo os textos acima como referência inicial, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema. 
A INTOLERÂNCIA NAS RELAÇÕES SOCIAIS CONTEMPORÂNEAS: A CULTURA DO ÓDIO 
 
ABORDAGEM TEÓRICA 
A intolerância pode ser definida como a indisposição para lidar com opiniões contrárias às suas. 
Pode ser também definida como a falta de vontade ou de habilidade para reconhecer e respeitar 
diferentes crenças e opiniões. 
Ela pode ser fundada num preconceito, podendo culminar em discriminação. Nessa linha, são formas 
comuns de discriminação o racismo, homofobia, intolerância religiosa e política. Exemplos de 
intolerância e preconceito acontecem todos os dias, em diversas partes do mundo e nos diferentes 
segmentos da sociedade. Embora, não seja possível dizer que se trata de fenômeno atual (basta 
recordar-se da escravidão e do nazismo), a internet e as redes sociais amplificaram a repercussão 
desses atos. 
A intolerância deriva da dificuldade em aceitar diferenças, que faz com que os não semelhantes 
sejam vistos como uma ameaça. Isso provoca o isolacionismo e o surgimento de grupos em que as 
pessoas tem a mesma opinião sobre os fatos. Daí as crenças se tornam mais enraizadas, radicais e, 
por vezes, distanciadas da realidade. Como se afirmou no texto motivador, “cada lado se fecha com 
suas certezas” e passa a viver “uma realidade ilusória”, construída com base nos seus gostos e 
preferências. 
A intolerância constitui-se num comportamento extremamente danoso para a sociedade, pois, além 
de estagnar o crescimento sob os mais diferentes aspectos, limita o entendimento da realidade, 
desgasta as relações entre os indivíduos e contribui para o esgarçamento do tecido social. 
Essencialmente em tempos de crise, nos quais se busca, avidamente, culpados para a situação, a 
sociedade fica cada vez mais polarizada. Disso decorre o recrudescimento da intolerância, processo 
que converge para o isolamento e a condenação dos que divergem do pensamento do grupo. A 
opinião contrária não é percebida como forma de amadurecimento e desenvolvimento,e sim como 
uma ameaça, um inimigo a ser neutralizado. 
Na sociedade atual, em que as pessoas não estão dispostas a saírem da sua zona de conforto e 
escutarem argumentos contrários às suas preconcepções, a empatia é valor em desuso. Dominados 
pela emoção, a necessidade de fazer valer suas crenças provoca comportamentos agressivos, 
tomando o lugar do diálogo, da possibilidade de construção conjunta de ideias e do aprimoramento 
de um consenso social. Nesse contexto, distinguir os fatos das crenças nutridas por determinado 
grupo torna-se tarefa árdua. 
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72 
Esse movimento deixa vir à tona o contexto de predomínio das emoções e crenças sobre a 
racionalidade e sobre a verdade dos fatos, o que o texto motivador chamou de “pós-verdade”. 
Assim, os fatos objetivos, a realidade, é suplantada pelos julgamentos e preferências consolidadas. 
A veracidade da informação passa a ser irrelevante; basta que se concorde com ela. 
Essa polarização pôde ser vista na última campanha presidencial (2018). Até mesmo no seio familiar, 
o debate cedeu espaço à desarmonia e à agressividade; muitos laços foram, ainda que 
temporariamente, desfeitos devido a entendimentos políticos distintos. O que se viu, no final, foi o 
esvaziamento da racionalidade e do compartilhamento de ideias, o predomínio da paixão e a 
fragmentação dos grupos familiares em subgrupos, organizados de acordo com as afinidades dos 
seus integrantes. 
As redes sociais são agentes amplificadores dessa realidade. Nelas, independentemente se é real ou 
Fake News, os conteúdos mais curtidos e compartilhados têm maior alcance e disseminação, o que 
contribui para que a “pós verdade” tenha maior alcance. 
O fundamento desse conceito é facilmente percebido na internet. Comumente, de 
forma imediatista, não se verifica a veracidade das informações antes de compartilhá-la com um 
número indefinido de receptores. Cria-se, assim, uma “verdade fabricada” defendida por uma massa 
de indivíduos que acredita que a informação é verdadeira. 
Assim, utilizando-se do anonimato, escondidos por detrás de perfis falsos, agressores disseminam o 
discurso de ódio e alimentam páginas com opiniões radicais e preconcebidas sobre determinados 
grupos. A dificuldade em rastrear os perfis falsos, a frequência dos casos e a burocratização do 
sistema de justiça, coadunam para situação de impunidade, alimentando esse tipo de 
comportamento. 
Correlaciona-se a isso, o fenômeno das “bolhas virtuais”. Com base no histórico de navegação, 
curtidas, compartilhamentos e outros indícios do perfil do usuário, as redes sociais e os navegadores 
de internet exibem os resultados alinhados a esse perfil, reduzindo a possibilidade de que a pessoa 
tenha contato com ideias diferentes e promovendo o isolamento (“a bolha”). 
É importante notar que a sociedade tem muito a amadurecer no que se refere ao respeito às 
diferenças, condição essencial para que se efetive o disposto no Preâmbulo da nossa Carta Magna. 
Para construção de uma sociedade democrática, é necessário que os diferentes posicionamentos 
possam ser ouvidos, pois, é por meio do debate que se constrói uma sociedade fraterna, pluralista 
e sem preconceitos, fundada na harmonia social. 
Além disso, as pessoas devem certificar-se da veracidade das informações que compartilham, 
evitando levar outras pessoas a erro. Mais grave que isso é compartilhar informações sabidamente 
inverossímeis. As consequências desses atos são gravíssimas, visto que levam à desinformação, à 
formação de um juízo falso sobre a realidade e a intensificação da cultura do ódio. Atos 
aparentemente simples, como o compartilhamento de informações falsas representam, numa 
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análise mais global, uma ofensa ao próprio regime democrático, visto que se assumem premissas 
para tomada de decisão, fato crítico, por exemplo, no momento do voto. 
É necessário, pois, o enfraquecimento da cultura do ódio, que mina as relações e divide a sociedade. 
Para isso que isso ocorra, as pessoas devem reconhecer a primazia dos fatos, estarem dispostas a 
escutar e, sobretudo, questionarem as suas convicções mais cristalizadas. Somente dessa forma, 
poder-se-á construir um país mais plural, democrático e unido. 
 
TEMA 26 
CONSULPLAN - 2017 - Câmara de Nova Friburgo - RJ - Adjunto Legislativo 
Texto I 
“A lei, própria, primária e principalmente, diz respeito à ordem para o bem comum. Ora, 
ordenar para o bem comum é próprio de todo o povo ou de quem governa em lugar dele. E, 
portanto, legislar pertence a todo o povo ou a uma pessoa pública, que o rege. Pois, sempre, ordenar 
para um fim pertence a quem esse fim é próprio.” Santo Tomás de Aquino Art. 3 – Se a razão 
particular pode legislar. 
(Disponível em: http://permanencia.org.br/drupal/node/1748.) 
Texto II 
Democracia 
Democracia (do grego demos, “povo”, e kratos, “autoridade”). Segundo o dicionário Aurélio: “1– 
Governo do povo; soberania popular; democratismo. 2– Doutrina ou regime político baseado nos 
princípios da soberania popular e da distribuição equitativa do poder.” “É o governo do povo, para 
o povo, pelo povo”. “Governo do povo” quer dizer governo com um sentido popular; “para o povo” 
significa que o objetivo é o bem do povo; “pelo povo” quer dizer realizado pelo próprio povo. Na 
democracia é o povo quem toma as decisões políticas importantes (direta ou indiretamente por 
meio de representantes eleitos). 
A Democracia surgiu na Grécia onde o governo era realmente exercido pelo povo, que fazia reuniões 
em praça pública para tratar de vários assuntos e problemas, era a chamada Democracia Direta. 
Neste tipo de democracia, as decisões são tomadas em assembleias públicas. Com o crescimento 
das populações, as reuniões em praça pública ficaram impossíveis de acontecer, surgiu, então, um 
novo tipo de Democracia, a Democracia Representativa, onde o povo se reúne e escolhe – por meio 
do voto – os representantes que irão tomar decisões em seu nome. Este é o processo mais comum 
de tomada de decisão nos governos democráticos, também chamado de mandato político. A 
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democracia se opõe à ditadura e ao totalitarismo e reúne princípios e práticas que protegem a 
liberdade do ser humano. 
(Disponível em: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia.). 
TEXTO III 
Fim da democracia na Venezuela 
Maduro elimina de forma sistemática a oposição e toma povo como refém. Comunidade 
internacional deve ajudar venezuelanos, mas agir com dureza contra o regime, opina a chefe do 
Departamento América Latina, Uta Thofern. 
Com base nos textos motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo acerca do tema: 
“O regime democrático e a ‘consciência política’, dois elementos fundamentais para a construção 
de sociedades justas e igualitárias.” 
 
Resposta em até 30 linhas. 
 
ABORDAGEMTEÓRICA 
“O regime democrático e a ‘consciência política’, dois elementos fundamentais para a construção 
de sociedades justas e igualitárias.” 
A construção de sociedades mais justas, nas quais há a preservação e o respeito aos direitos 
humanos, tem como pilares o regime democrático e a consciência política. 
Antes de mais nada, é necessário entender do que se trata cada um desses institutos. O regime 
democrático ou, simplesmente, democracia é aquele em que a soberania é exercida igualmente 
por cada integrante do povo. Nesse regime, busca-se a preservação das liberdades individuais e a 
igualdade de tratamento entre os seus cidadãos. 
O Estado Democrático é estruturado com o intuito de conferir a seus cidadãos os direitos 
fundamentais à cidadania, estruturados, basicamente, em direitos civis, sociais e políticos. 
Os direitos civis dizem respeito à liberdade de locomoção, expressão, associação e reunião, 
consagrados no art. 5º da Constituição Federal de 1988 (CF/1988). Os direitos sociais, previstos no 
art. 6º da CF/1988, dizem respeito às garantias relacionadas à educação, saúde, alimentação, 
trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança. 
Por fim, os direitos políticos envolvem a garantia de participar da vida política do país, exercido, 
principalmente, pela capacidade de votar e ser votado. 
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Em democracias modernas a soberania popular se dá por meio dos representantes eleitos pelo 
povo. As eleições e decisões legislativas, geralmente, são tomadas por maioria de votos, de forma 
que, pelo menos em sua concepção ideal, as políticas reflitam a vontade e os interesses dos 
cidadãos. Essa é a chamada democracia representativa, na qual as funções Estatais de governar e 
legislar são exercidas por um grupo de representantes eleitos por períodos certos, direta ou 
indiretamente, pelos próprios cidadãos. 
Todavia, esse não é um sistema perfeito. Entre as suas principais críticas, elenca-se: o abuso do poder 
político dos grupos mais influentes, o patrimonialismo, o desrespeito à coisa pública e o 
distanciamento da busca do pelo bem comum e da satisfação dos interesses da sociedade, 
verdadeira detentora do Poder. 
Não obstante a existência de certas imperfeições, o regime democrático é reconhecido como o mais 
eficaz para a construção de uma sociedade mais livre e justa. Basta ver as consequências produzidas 
pelo seu desrespeito em países com nuances ditatoriais, como a Venezuela. 
De acordo com o que foi mencionado anteriormente, também é possível verificar o relacionamento 
intrínseco existente entre a democracia e o exercício dos direitos políticos. O direito ao voto é o 
instrumento que viabiliza a existência da democracia, pois, é por meio dele, que o povo escolhe os 
seus representantes, os delegatários do poder soberano. 
Contudo, é necessário observar que o direito de votar é condição necessária para existência do 
regime democrático, mas não é condição suficiente. Além do voto, é imprescindível o 
desenvolvimento de consciência política na sociedade. 
No campo das definições, podemos dizer que consciência política se refere à condição de 
estabelecer julgamentos dos atos realizados pelos seus representantes e de refletir, ponderando 
diversos fatores, e escolher os melhores representantes. Envolve a capacidade de analisar os fatores 
sociais, políticos e econômicos de poder, bem como a forma como eles interagem e repercutem. 
Compreende também o interesse pela discussão de assuntos relativos à vida política do país e, 
principalmente, a consciência de que o seu papel inicia com o voto, mas perdura durante todo 
mandato, fiscalizando os atos dos seus representados, no exercício do chamado controle social. 
Para que essa consciência se fortaleça, é necessário que a sociedade esteja ciente do seu poder, dos 
de seus direitos civis e políticos e da sua responsabilidade na construção de um país mais justo e 
solidário. A consciência política deve ser estimulada desde a infância, pelos pais e pela escola, de 
modo que as crianças e os jovens perceberem o seu papel na construção da sociedade que os 
cercam. 
Assim, percebe-se a importância da educação para a construção da consciência política. Uma 
sociedade com sérios problemas educacionais, alheia aos seus direitos e deveres e incapaz de 
entender o cenário político é inábil para tomar as melhores decisões para a sociedade, fiscalizar as 
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atitudes dos seus representados, ter voz ativa nas discussões políticas, bem como cobrar a 
responsabilização dos agentes políticos quando pertinente. 
Nota-se, por conseguinte, que a consciência política possui relacionamento íntimo com a 
democracia. Somente cidadãos conscientes podem exercer de modo eficiente o Poder por eles 
titularizado, cerne do Regime Democrático. Fortalecidos esses dois elementos, constrói-se 
condições propícias para a existência de uma sociedade justa, igualitária, na qual prevalece o 
respeito aos direitos e garantias dos indivíduos que a compõem. 
Bom, agora é com vocês. Mãos à obra. 
 
TEMA 27 
“[...] a reforma propriamente dita, tal como ela se formula nas teorias do direito ou que se 
esquematiza nos projetos, é a retomada política ou filosófica dessa estratégia, com seus objetivos 
primeiros: fazer da punição e da repressão das ilegalidades uma função regular, extensiva à 
sociedade; não punir menos, mas punir melhor; punir talvez com uma severidade atenuada, mas 
para punir com mais universalidade e necessidade; inserir mais profundamente no corpo social o 
poder de punir.” 
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: Nascimento da prisão; tradução de 
Raquel Ramalhete. 39. ed. Petrópolis: Vozes, p.79, 2011. 
“O sistema penal e, consequentemente o sistema prisional não obstante sejam apresentados como 
sendo de natureza igualitária, visando atingir indistintamente as pessoas em função de suas 
condutas, têm na verdade um caráter eminentemente seletivo, estando estatística e 
estruturalmente direcionado às camadas menos favorecidas da sociedade”. 
ASSIS, Rafael Damasceno de. As prisões e o direito penitenciário no 
Brasil, 2007. 
“O Estado deslocou seu foco, para uma simples manutenção da ordem, esquecendo-se dos 
princípios orientadores, seus fundamentos, isto leva a mudança de visão acerca do preso, pois 
quando o próprio Estado esquece que o indivíduo preso é um cidadão que faz parte do mesmo, isto 
se reflete em toda sociedade, a qual passa a tratar o preso, mesmo depois de ter cumprido a pena, 
como não mais sendo este um cidadão.” 
RIBEIRO, Jair Aparecido. Liberdade e cumprimento de pena de presos 
no sistema carcerário Paranaense. 
Motivado pela leitura dos textos anteriores, redija um texto dissertativo e(ou) descritivo com o 
seguinte tema: 
O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO E A REINCIDÊNCIA CRIMINAL 
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ABORDAGEMTEÓRICA 
1. Sistema prisional brasileiro e da reincidência criminal 
Notícias como “Presos voltam a passar dias algemados em viaturas em frente a delegacias de Porto 
Alegre” 2 ou “Rebelião em presídio de Manaus deixa 15 mortos; unidade é a mesma de massacre em 
2017”3 infelizmente não são episódios isolados no país. Cenário de alguns dos principais massacres 
já vistos no país, a exemplo do que ocorreu na Casa de Detenção do Carandiru em São Paulo, em 
1992, o sistema carcerário no país enfrenta uma série de problemas os quais repercutem na 
deterioração da sua função como elemento de ressocialização. 
De acordo com o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen - 2015/2016), o 
Brasil é o terceiro país com mais presos no mundo. Segundo informações do ano de 2019, existem 
atualmente no país 704.395 presos para uma capacidade total de 415.960, o que resulta num déficit 
de 288.435 vagas4 e uma superlotação de 69,3%. 
Da análise do perfil da população carcerária, estima-se que 252.533 dos 704 mil presos, ou seja, 
35,9% do total, são presos provisórios. Além disso, segundo dados divulgados pelo Ministério da 
Justiça em 2014, 64% das mulheres e 25% dos homens presos no Brasil respondem a crimes 
relacionados às drogas5. 
Ainda no que se referem aos números, constata-se um percentual muito pequeno de presos que 
trabalham ou estudam. Menos de um em cada cinco presos (18,9%) trabalha hoje no país. O 
percentual de presos que estudam é ainda menor: 12,6%6. 
Além de superlotados, os presídios encontram-se em péssimo estado de conservação. A alimentação 
e assistência médica são de baixa qualidade. Há carência de estruturas capazes de proporcionar 
trabalho profissionalizante e educação, o que resulta numa alta ociosidade dos seus ocupantes. A 
 
2 Disponível em:https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2019/04/21/presos-voltam-a-passar-dias-
algemados-em-viaturas-em-frente-a-delegacias-de-porto-alegre.ghtml. Acesso em 08/07/2019. 
3 Disponível em:https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,rebeliao-em-presidio-de-manaus-deixa-15-mortos-unidade-
e-a-mesma-de-massacre-em-2017,70002844600. Acesso em 08/07/2019. 
4 Disponível em: https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2019/04/26/superlotacao-aumenta-e-numero-de-
presos-provisorios-volta-a-crescer-no-brasil.ghtml. Acesso em 15/05/2019. 
5 Disponível em: https://jus.com.br/artigos/65792/sistema-carcerario-brasileiro-problemas-e-solucoes. Acesso em 
08/07/2019. 
6 Disponível em: https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2019/04/26/menos-de-15-do-presos-trabalha-no-
brasil-1-em-cada-8-estuda.ghtml. Acesso em 15/05/2019. 
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insalubridade e superlotação das cela contribuem para a proliferação de epidemias e ao contágio de 
doenças, dentre elas o HIV. 
Para se ter uma breve noção, segundo o Infopen, num presídio, a incidência da Aids é 138 vezes 
maior, as chances de suicídio são quadruplicadas e há um ginecologista para cada 2.109 detentas. 
Assim, além da superlotação, a saúde encontra-se em situação degradante. 
O resultado prático é que o preso, ao invés de ter uma oportunidade para se arrepender, obtém um 
estágio para aperfeiçoamento de práticas criminosas, potencializando-o para o cometimento de 
novos e mais graves delitos. 
As prisões superlotadas e em péssimas condições estimulam ódio ao sistema e funcionam como uma 
"faculdade do crime": ambiente em que o crime se organiza, se articula e recruta novos 
componentes. Como prova disso, saliente-se que as grandes facções criminosas em atividade hoje 
no país foram formadas nas próprias unidades prisionais. 
De forma geral, pelo fato de não serem separados os presos de acordo com a gravidade do crime 
cometido, o responsável por um delito simples (sem nenhum vínculo com grupos criminais e com 
maiores chances de ressocialização), ao ser preso, terá contato com presos de maior periculosidade. 
Assim, maiores serão as possibilidades de que aquele venha a integrar uma facção criminosa, 
fortalecendo ainda mais o crime organizado, conforme já salientado. 
Por todo o exposto, pode-se constatar que esse ambiente, em tese, destinado à ressocialização do 
preso, não vem cumprindo a missão a qual se propõe. 
Não é forçoso lembrar que preservar a dignidade do preso é uma obrigação estatal, prevista no art. 
10 da Lei de Execução Penal (LEP), o qual prevê que: “a assistência ao preso e ao internado é dever 
do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade”. O art. 11 
dessa lei, de forma mais específica, prevê que a assistência será material, à saúde, jurídica, 
educacional, social e religiosa. 
As rebeliões ocorrem de modo frequentes, como as que aconteceram o país nos primeiros dias de 
2017 e de 2018, deixando centenas de mortos. O descontrole da Administração Pública também fica 
nítida no fato de as facções, de dentro dos próprios presídios, controlarem a criminalidade, 
especialmente o tráfico de drogas nas grandes cidades. 
Os celulares, que entram ilegalmente nos presídios, funcionam como meio de comunicação do 
comando do crime com a sua quadrilha. E, além de servirem à articulação das operações criminosas, 
são utilizados para os presos aplicarem golpes na população. 
Assim, a superlotação, a falta de oportunidade de trabalho e de estudos – garantias constitucionais 
a todos estendidas, inclusive aos custodiados – são os principais motivos pelos quais a prisão, ao 
invés de ressocializar, estimulam a violência. 
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Além disso, não se verifica a existência de políticas para prover ao egresso do sistema prisional, a 
orientação e o apoio para a reintegração social e o auxílio para a obtenção de trabalho, o que 
significa mais um descumprimento às obrigações do Estado. Lembre-se que, nos termos do 
parágrafo único do art. 10 da LEP, a assistência ao preso estende-se, também, ao egresso do sistema 
prisional. 
Diante desse quadro, não é motivo de espanto o alto índice de reincidentes, ou seja, ex-condenados 
que retornam ao sistema penal. Segundo o relatório de reincidência do Ipea, considerando o 
conceito de reincidência dos artigos 63 e 64 do Código Penal7, também chamada de reincidência 
legal, constatou-se uma taxa de reincidência de 24,4%, ou seja, aproximadamente um a cada quatro 
ex-condenados no país volta a ser condenado por algum crime em menos de cinco anos8. 
Assim, o desafio colocado ao poder público diante do problema da reincidência é enorme. Espera-
se que a pena opere uma transformação no indivíduo, de modo que, após egresso do sistema 
prisional, seja reintegrado a sociedade e possa levar uma vida útil e produtiva. Mas, de acordo com 
as evidências, há, ainda, um longo caminho a ser percorrido até que essa perspectiva se torne 
realidade. 
 
TEMA 28 
Texto I 
A Lei de Cotas nas universidades completa três anos neste sábado, 29. Mas há algo mais a 
comemorar. As metas da Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, têm sido atingidas antes mesmo 
do previsto pelas 128 instituições federais de ensino que participam do sistema. 
A lei reserva no mínimo 50% das vagas das instituições federais de ensino superior

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