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FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAUDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA ALINE MARTINS ALVARIZ O USO DA REALIDADE VIRTUAL NO TRATAMENTO DA DOR EM PACIENTES QUEIMADOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA Porto Alegre 2020 ALINE MARTINS ALVARIZ O USO DA REALIDADE VIRTUAL NO TRATAMENTO DA DOR EM PACIENTES QUEIMADOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro Universitário Ritter dos Reis como exigência pacial para obtenção do título de bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Prof. Esp. Marie Lutiele Hunnig Bom. Porto Alegre 2020 Dedico este trabalho a minha mãe, por ser essencial na minha vida, o meu maior exemplo de força e dedicação e a minha irmã por todo o incentivo e ajuda para que isso se tornasse possível. AGRADECIMENTOS Agradeço a toda minha família, mas principalmente aos meus pais: ao meu pai por sempre acreditar que eu seria capaz de superar os obstáculos que a vida me apresentou e a minha mãe, que é a luz da minha vida, e aos dois por me darem meus melhores amigos, meus irmãos. Agradeço ao meu irmão Xandi por sempre cuidar de mim e ser um exemplo de força e garra e a minha irmã Rafa por sempre me mostrar o caminho certo a seguir e ser um exemplo de persistência. Agradeço também aos meus sobrinhos e afilhados por darem um significado muito grande a minha vida. Agradeço aos meus amigos que chegaram até aqui comigo, por sempre estarem ao meu lado nos bons e maus momentos, pois, vocês sabem como esse caminho foi longo e, por vezes, angustiante. Obrigada pelo companheirismo e por todo apoio. Agradeço aos professores, por todo conhecimento, dedicação e carinho passado nessa trajetória, levo comigo todo amor pela profissão e um pouquinho de cada um de vocês. Agradeço especialmente a minha orientadora prof.ª Marie Lutiele Hunnig Bom pelo incentivo e dedicação, por sempre me transmitir sua tranquilidade e serenidade durante as orientações, serei eternamente grata a você. E por último, mas não menos importante, aos meus colegas do Hospital Nossa Senhora da Conceição que sempre compartilharam comigo dos inúmeros desafios que enfrentei, agradeço por todas as conquistas que alcançamos juntos, por todas as dificuldades que conseguimos superar, eu serei eternamente grata pelo apoio de vocês. Também agradeço a todos que contribuíram direta e indiretamente para a conclusão deste trabalho. RESUMO Introdução: Com altas taxas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, a queimadura é uma lesão grave de grande complexidade e de difícil tratamento. Um dos principais desafios no tratamento de pacientes acometidos por tais lesões é amenizar a dor e o sofrimento, tendo em vista que, essa urgência clínica é um fator de grande impacto negativo no bem-estar físico e psíquico do paciente queimado. As equipes de pesquisas interdisciplinares estudam formas de utilizar novas tecnologias de computador para ajudar a minimizar a dor, e uma das opções seria a utilização da Realidade Virtual (RV) utilizada como um importante recurso atencional. Objetivos: Revisar artigos encontrados nas bases de dados nos últimos 10 anos, enfatizando a importância do uso da RV no tratamento da dor de pacientes queimados. Métodos: A busca por artigos mediantes ao assunto abordado publicados nos últimos 10 anos foi realizada nas bases de dados eletrônicas BVSalud, Periódico CAPES, PubMed, Scielo e PEDro nos idiomas português, inglês e espanhol. Foram selecionados estudos com indivíduos do gênero feminino e masculino, com idade variadas, que foram submetidos a tratamentos para queimaduras. Resultados: Foram encontradas 875 referências na busca realizada. Após a leitura analítica, foram excluídos alguns artigos cujos títulos e/ou assuntos não eram compatíveis com a presente revisão. Posteriormente, 12 estudos foram selecionados que coincidiam com a questão norteadora determinada e critérios estabelecidos. Conclusão: Foi possível observar que a Realidade Virtual é eficaz no controle da dor de pacientes queimados, concomitante ao tratamento medicamentoso, sendo uma opção segura e sem efeitos adversos e também na diminuição do número de resgates com opióides. Palavras-chaves: Dor; Realidade Virtual; Queimaduras; Tratamentos. ABSTRACT Introduction: Due to the high rates of morbidity and mortality worldwide, burn is a serious injury of great complexity and difficult to treat. One of the main challenges in the treatment of patients affected by such injuries is to ease the pain and suffering, considering that this clinical urgency is a factor of great negative impact on the physical and psychological well-being of the burned patient. Interdisciplinary research groups are studying ways to use new computer technologies to help minimize pain, one of the options would be to use Virtual Reality (VR) used as an important care resource. Objectives: To review articles found in the databases in the last 10 years, emphasizing the importance of using VR to treat pain in burned patients. Methods: The search for articles based on the subject matter published in the last 10 years has been carried out in the electronic databases BVSalud, Periodic CAPES, PubMed, Scielo and PEDro in Portuguese, English and Spanish. Studies were selected with individuals of the female and male gender, with varying ages, who underwent treatments for burns. Results: A total of 875 references were found in the search. After the analytical reading, some articles were excluded whose titles and / or subjects were not compatible with the present review. Subsequently, 12 studies were selected that coincided with the determined guiding question and established criteria. Conclusion: It was possible to observe that Virtual Reality is effective in controlling pain in burn patients, concomitant with drug treatment, being a safe option and without adverse effects and also in reducing the number of rescues with opioids. Keywords: Pain; Virtual Reality; Burns; Treatment. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Fluxograma da seleção dos estudos ............................... ....................16 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Descritores e operadores utilizados na base de dados....................14 Quadro 2 – Características dos estudos selecionados . ......................................17 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ADM Amplitude de Movimento BVS Biblioteca Virtual da Saúde CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CIOMS Conselho Internacional para Organizações de Ciências Medicas (sigla em inglês) COBEA Colégio Brasileiro de Experimentação Animal DeCS Descritores em Ciências da Saúde DP Grupo da distração Passiva EVA Escala Visual Analógica FC Frequência Cardíaca GC Grupo Controle ICMJE Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (sigla em inglês) IVA Termômetro Analógico Visual (sigla em inglês) MeSH Assunto Médico (sigla em inglês) MMD Área de trabalho gerenciada pela Microsoft® (sigla em inglês) MMD D Grupo distração MMD PP Grupo preparação MsIs Membros Inferiores MsSsMembros Superiores NPRS Escala Numérica de Avaliação da dor NW Nintendo Wii IGC ODS Grupo distração padrão OMS Organização Mundial da Saúde PEDro Base de dados de evidência para Fisioterapia (sigla em inglês) PubMed Public/Publisher MEDLINE RBQ Revista Brasileira de Queimaduras RV Realidade virtual SBQ Sociedade Brasileira de Queimaduras SC Grupo dos cuidados padrão SPO2 Saturação de oxigênio no sangue TRV Tratamento com realidade virtual VG Grupo distração com vídeo game WGRS Escala de Classificação Gráfica das Palavras WHO Organização Mundial da Saúde (sigla em inglês) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 12 2 METODOLOGIA ................................................................................................................. 14 3 RESULTADOS ................................................................................................................... 16 4 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 29 5 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 33 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 34 ANEXO A – Apresentação da Revista Brasileira de Queimaduras ........................ 37 ARTIGO CIENTÍFICO O USO DA REALIDADE VIRTUAL NO TRATAMENTO DA DOR DE PACIENTES QUEIMADOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA THE USE OF VIRTUAL REALITY IN THE PAIN TREATMENT OF BURNED PATIENTS: AN INTEGRATIVE LITERATURE REVIEW Aline Martins Alvariz1 Marie Lutiele Hunnig Bom2 Os autores declaram inexistência de conflito de interesse na realização deste trabalho. Autora correspondente: Aline Martins Alvariz Rua Int. Alfredo Azevedo, 717/ 408 B, CEP 91710010, Porto Alegre, RS, Brasil E-mail: alinealvariz@hotmail.com 1 Aluna de graduação em Fisioterapia do Centro Universitário Ritter dos Reis 2 Orientadora, Professora da disciplina de Fisioterapia Dermatofuncional do Centro Universitário Ritter dos Reis. mailto:alinealvariz@hotmail.com 12 1 INTRODUÇÃO Com altas taxas de morbidade e mortalidade em todo o mundo a queimadura é uma lesão grave de grande complexidade e de difícil tratamento. No Brasil, é a quarta maior causa de morte. Existe uma estimativa que a cada ano ocorram 1 milhão de novos acidentes por queimaduras, tornando um grande problema de saúde pública, econômico e social.1,2 Queimaduras são lesões causadas na pele por um agente externo sendo ele térmico, químico, elétrico ou radioativo. A avaliação da gravidade da queimadura inclui a análise do agente causal, da profundidade da lesão, extensão da superfície corporal queimada, localização, doenças preexistentes e lesões associadas. Além disso, a queimadura é classificada em graus, conforme sua profundidade. A queimadura de 1º grau que atinge a epiderme, resultando em lesão úmida, hiperemiada, com edema e dolorosa. A queimadura de 2º grau atinge tanto a epiderme quanto a derme, caracteriza-se pela formação de bolhas e se divide em superficial e profunda, enquanto que as queimaduras de 3º grau acometem todas as camadas da pele chegando ao tecido subcutâneo, podendo atingir músculos e ossos. 3 Um dos principais desafios no tratamento de pacientes acometidos por tais lesões é amenizar a dor e o sofrimento tendo em vista que é necessária a realização de procedimento de desbridamento, troca de curativo, fisioterapia entre outros. Além disso, essa urgência clínica é um fator de grande impacto negativo no bem-estar físico e psíquico do paciente queimado. 4 Tendo em vista a intensidade da dor e o grande impacto emocional que ela desencadeia nos pacientes, os analgésicos de escolhas são da classe dos opioides. Os fatores que justificam a escolha dessa classe medicamentosa são devido a sua potente analgesia, sua rápida absorção, distribuição e excreção, além do mais possuem apresentações para várias vias de administração. Com tudo, ainda proporcionam certo grau de sedação, o que é bastante vantajoso particularmente nos procedimentos de queimadura. 5 As equipes de pesquisas interdisciplinares estão estudando maneiras de utilizar novas tecnologias de computador para ajudar a minimizar a dor desses pacientes. A Realidade Virtual (RV) utiliza uma quantidade importante de recursos 13 atencionais, sendo assim, o paciente processa menos os sinais recebidos dos receptores da dor, já que sua atenção está dividida. Por consequência, os pacientes relatam menos dor enquanto estão em RV, tendo em vista que prestam menos atenção em sua dor. 6 Os sistemas de realidade virtual (RV) são compostos por hardware como, por exemplo, fones de ouvido, óculos, luvas, computadores e dispositivos móveis e software que oferecem um ambiente de RV em múltiplos contextos. 7 É uma técnica psicológica baseada na distração, que demonstra reduzir a ansiedade e os sintomas depressivos, pois distrai a atenção dos pacientes com diferentes estímulos e que pode, consequentemente, reduzir a ansiedade gerada, pois isola a pessoa do mundo real e permite que sua visão entre em contato com um ambiente virtual tridimensional. Por isso, tem sido utilizada com sucesso como alternativa, não farmacológica, para o tratamento da dor de pacientes queimados. O objetivo dessa terapia é dar ao paciente a ilusão de que estão dentro do mundo 3D gerado por computador. 8,9 O tratamento com realidade virtual (TRV) é caracterizado como uma interação entre a pessoa com um ambiente virtual através da visualização, movimentação, manipulação de objetos e interação da pessoa em tempo real, em ambientes gerados por um software. A pessoa que está sendo submetida ao tratamento, usufrui da sensação de estar, agir e viver dentro do ambiente virtual em tempo real. 8 Uma teoria proposta da RV sugere que, ao estimular o córtex visual enquanto envolvem outros sentidos, ela age como uma distração para limitar o processamento de estímulos nociceptivos pelo usuário. Até a presente data, a RV tem sido usada em diversas situações clínicas para ajudar a tratar distúrbios de ansiedade, controlar a dor, apoiar a reabilitação física e distrair os pacientes durante o tratamento da ferida como em queimaduras graves, sendo assim uma alternativa ao uso dos opioides.10 Diante da significância da Terapia da Realidade Virtual no tratamento da dor de pacientes críticos como os queimados, o objetivo desse estudo foi observar através de uma revisão integrativa da literatura, os efeitos da realidade virtual no tratamento da dor em pacientes queimados. 14 2 METODOLOGIA Este estudo é uma revisão integrativa da literatura, feito entre os meses de Março até Abril de 2020, a partir da busca de artigos científicos nas bases de dados eletrônicas PubMed, BVSalud, PEDro, Scielo e Periódico CAPES, publicados em revistas eletrônicas entre os anos de 2010 a 2020, em que foram incluídos estudos tipo ensaio clínico e estudo de caso. 11,12,13,14,15 Para a busca, foram utilizadas as palavras-chaves encontradas pelos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) na língua inglesa em todas as bases de dados e os termos MeSH (Medical Subject Heading, sigla em inglês para Assuntos Médicos) na base de dados PubMed. As palavras encontradas pelo DeCS e MeSH foram: pain, virtual reality, burns, treatment ou dor, realidade virtual, queimaduras,tratamento. Foram utilizados os operadores booleanos AND e OR nas pesquisas, como mostra o quadro 1. Os artigos foram selecionados por um revisor, primeiramente pela leitura de títulos, excluindo estudos que não eram adequados aos critérios de inclusão. Após isso, foi realizada a leitura de resumos dos estudos ainda disponíveis, e, por fim, a leitura completa de artigos que não haviam sido desclassificados, permanecendo apenas aqueles que preenchiam os requisitos necessários para fazer parte desta revisão. Foram incluídos estudos de até 10 anos, texto completo, que abordassem o tema proposto, que estivessem nas línguas portuguesa, Inglesa e/ou espanhol. Todos os artigos que não apresentassem esses critérios e/ou que fossem artigos de revisão sistemática foram excluídos. A partir da distinção dos estudos foi possível avaliá-los e caracterizá-los quanto à autoria, ano de publicação, além de objetivo principal, protocolo de intervenção, resultados e conclusão. Nesta revisão, a avaliação foi feita por apenas um revisor, o qual escolheu os estudos possivelmente relevantes a partir dos títulos e resumos dos resultados obtidos na base de dados. Quadro 1: Descritores e operadores booleanos utilizados na busca em base de dados. Base de dados Equações de Busca (continua) PubMed “Pain” AND “virtual reality” AND “Burns” AND “treatment” PEDro “Pain” AND “virtual reality” AND “Burns” AND “ treatment” BVSalud “Pain” AND “virtual reality” AND (“burns OR burnt”) AND “treatment” 15 Base de dados Equações de busca (conclusão) Scielo “Pain” AND “virtual reality” AND “Burns” AND “treatment” Periódico Capes “Pain” AND “virtual reality” AND “Burns” AND “treatment” Fonte: O Autor, 2020. 16 3 RESULTADOS Após a busca nas bases de dados, foram encontrados 875 artigos, destes, 666 foram excluídos por não estarem na faixa dos últimos 10 anos, não sendo em humanos e nem texto completo, restando 209 artigos, sendo 27 no PubMed, 29 BVSalud, 0 Bireme, 3 PEDro, 1 Scielo, 149 no Periódico Capes. Os 209 artigos restantes foram analisados de maneira mais criteriosa após a leitura do resumo, sendo classificados e desclassificados conforme os critérios de inclusão e exclusão. Sendo que 12 artigos foram selecionados para o estudo como objeto de análise por apresentarem aspectos que coincidiam com a questão norteadora determinada e critérios estabelecidos como na Figura 1. Figura 1 – Fluxograma da seleção dos estudos No quadro 2, podemos observar as características dos 12 artigos selecionados, nos idiomas Português e Inglês. Os estudos abordados nessa revisão estão diretamente associados ao uso da realidade virtual no tratamento da dor do paciente queimado. Artigos selecionados pela pesquisa (n= 875) Artigos selecionados após os filtros (n=209) Artigos selecionados após a leitura dos resumos (n=67) Artigos excluídos que não correspondem ao assunto abordado (n=42) Artigos selecionados para leitura completa (n=25) Artigos excluídos que não abordaram a realidade virtual (n=13) Artigos selecionados após a leitura completa (n= 12) Artigos excluídos (n=666) Artigos excluídos duplicados, publicados antes de 2010 e assunto incompatível Artigos excluídos pelos títulos (n=142) 17 Quadro 2 – Características dos estudos selecionados 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 1) Escala PASS: A escala possui quatro subdomínios de 10 itens: interferência cognitiva com dor; fuga ou evasão; reavaliação temerosa; e ansiedade fisiológica. Demonstrou ser um preditor válido de incapacidade física devido medo a dor, embora não especificamente no paciente queimado. 16 2) Escala FLACC (Escala de rostos, pernas, atividade, choro, consolabilidade): Foi desenvolvida, com base em parâmetros comportamentais, visando a avaliação da dor em crianças não verbais ou com prejuízo da fala, impedidas de relatar sua dor. Observe o paciente em um intervalo de 1 a 5 minutos a fim de identificar características relacionadas a cinco categorias. Para cada categoria, a pontuação varia entre 0, 1 e 2. Faça a somatória dos itens. Com relação à pontuação total, temos: 0 = sem dor; 1 a 3 = dor leve; 4 a 6 = dor moderada; e 7 a 10 = dor intensa. 18, 26 3) Escala APPT (Pain Tool): Projetada para avaliar a localização da dor, foi usado para medir pré e pós procedimento e intensidade da dor associadas ao tratamento de feridas por queimaduras. Inclui três componentes: um contorno corporal para determinar a localização da dor, uma escala de classificação gráfica de palavras em linha de 100 mm para classificar intensidade da dor (APPT-WGRS) e um descritor de palavras para descrever os aspectos sensoriais, afetivos e avaliativos da dor. 21 4) Escala Smith modificada: A ansiedade basal foi avaliada usando o Modified Escala Smith, uma escala comportamental / observacional com quatro níveis variando de 0 (sem ansiedade) a 3 (mais ansiosos). 19 5) Escala OCCEB – BECCO: escala comportamental observacional do nível de conforto e ansiedade das vítimas de queimaduras infantis, uma escala observacional com pontuações que variam de 0 a 10. 19 6) Escala PBCL: Avalia a ansiedade e angústia, usando a lista de verificação de comportamento do procedimento, que compreende oito comportamentos baseados em ocorrência e intensidade para uma possível pontuação total variando de 0 a 40,45. 19 7) Escala de FACES: Representam distintas expressões de desconforto por dor, direcionadas sob a escala numérica de zero a dez. 27 A escala de imagens Wong Baker Faces (FACES), validada em crianças acima de três anos, foi usado para relatar a dor. 26 28 8) Escala NPRS: Escala Numérica de avaliação da dor, autorrelato foi usado para medir subjetivamente a intensidade da dor experimentada pelos pacientes no tratamento fisioterapêutico. 25 9) Escala BSPAS (ansiedade): Foi usada para medir subjetivamente o nível de ansiedade vivenciada pelos pacientes na fisioterapia. 25 29 4 DISCUSSÃO A dor em queimados é um grande desafio no tratamento desses pacientes, sendo muito comum o uso de opioides em altas doses para minimizar o sofrimento dos acometidos por essa enfermidade. Durante o tratamento das queimaduras são necessárias várias trocas de curativos; dessa manipulação de feridas resultam níveis altos de dor, ansiedade e medo. Essa revisão teve como objetivo buscar evidências na literatura para avaliar os efeitos de um tratamento coadjuvante à terapia famacológica com opioides, tendo em vista, seus efeitos adversos e altos índices de dependência que esse tipo de classe farmacológica causa. Quatro dos doze estudos analisados 16,17,18,19 verificaram que o uso da RV diminuiu significativamente a dor em pacientes queimados no desbridamento de feridas e na troca e remoção de curativos. Parker e colaboradores obtiveram resultados significativamente melhores no grupo intervenção, indicando que o uso do Nintendo Wii IGC (NW) foi associado a uma redução de 17% nos níveis de dor aguda em comparação com o grupo controle. 16 No ensaio clínico de Kipping e colaboradores, foi verificada uma redução significativa da dor observada pela equipe de enfermagem durante a remoção de curativos, bem como também no número de resgate com opioides, e uma tendência para os escores médios de dor ser menor quando comparados com o grupo controle, outra consideração sobre o estudoavaliado é o efeito da redução da dor se manteve ao longo de vários dias de teste. 18 Os estudos de Kadra e colaboradores identificaram em sua pesquisa o escore médio de dor na escala FLACC de 2,9 de uma escala de 1 a 10, sendo um indicativo de baixo nível de dor. Entretanto, uma distribuição bimodal foi observada no procedimento de desbridamento de feridas com níveis muito baixos de dor ou níveis severos de dor na escala FLACC. Mais especificamente, o nível de dor observado foi baixo em nove crianças, moderada em duas crianças e grave em quatro crianças. 19 Já Faber e colaboradores observaram que a RV reduz a quantidade de dor relatada em mais de uma sessão de troca de curativos / desbridamento de feridas permanecendo eficaz ao longo de vários tratamentos, porém há relatos de que classificações da dor diminuem com o uso repetido da RV, apenas 83% fizeram uso da RV por dois ou mais tratamentos e apenas 47% da amostra fez uso da RV por três ou mais sessões. 17 30 Assim, existem evidências crescentes de que a analgesia por RV é especialmente eficaz para pacientes que mais precisam, ou seja, pacientes com níveis intensos de dor durante o tratamento de feridas. 20 Os resultados dos estudos sugerem que pacientes com maiores escores de dor (acima de 5 numa escala de 1 a 10), teriam uma maior redução na dor com o uso da RV. 16 Já em três estudos analisados 21,20,22 todos afirmam que a distração através da RV é um grande beneficio. Para Nader e colaboradores o método da distração por RV é pensado para ajudar a concentrar a atenção dos pacientes em um ambiente mais neutro de estímulos e sem dor, sendo que seus resultados corroboram parcialmente com a hipótese de que as crianças que recebem distração com RV demonstram menos dor e ansiedade observadas durante a hidroterapia do que o grupo controle. 22 Os estudos conduzidos por Maani e colaboradores afirmam que surgiram evidências que a RV imersiva com um óculos SnowWord 3D associado com o tratamento medicamentoso pode reduzir os componentes cognitivos, emocionais e sensoriais da dor de soldados com ferimentos por queimaduras relacionados ao desbridamento de ferida. No entanto, quando um estímulo doloroso atinge nível intenso de dor, passará a atrair atenção e impedir a eficácia da distração. 20 Corroborando com essa teoria, Jeff e colaboradores sugerem que a correlação significativa estimada entre engajamento e procedimentos a dor dá suporte às teorias da atenção e distração que indica uma distração mais envolvente e, sendo assim, menos dor processual é sentida. O envolvimento na distração e na dor processual estava negativamente relacionado a uma maior dor no grupo controle, sugerindo que esse grupo estava menos envolvido na distração, sendo também o envolvimento correlacionado com a característica de ansiedade. Isto sugere que aqueles indivíduos com tendência à propensão à ansiedade podem estar menos envolvidos com a distração como um método de reduzir a ansiedade e a dor processuais. 21 Conforme Ford e colaboradores os resultados demonstram ser uma promessa para o uso da tecnologia de baixo custo para obter alívio da dor por distração durante o desbridamento da ferida e / ou mudança de curativos. Este estudo fornece suporte inicial para a viabilidade, aceitabilidade e eficácia do uso de tecnologia barata e acessível como estratégia adjunta para controle da dor durante a rotina de cuidados com as queimaduras. Embora a tecnologia RV de baixo custo em sua 31 forma atual não forneça ampla imersão a todos os pacientes, pode ser possível aumentar a imersão e a distração dando ao paciente a oportunidade de escolher um ambiente virtual que for mais interessante e / ou agradável e permitir que experimentem ambientes diferentes de modo que encontre aquele que exige mais atenção. Embora sejam feitos esforços para reduzir a experiência da dor dos sobreviventes de queimaduras, os pacientes continuam sentindo dor significativa durante os procedimentos nas semanas seguintes a uma lesão por queimadura. A pesquisa indica que a dor está associada aos resultados pós-tratamento. Por exemplo, pacientes que relatam ter níveis mais altos de dor relatam melhora na pior dor em um mês, um ano e/ ou até dois anos após a alta. 23 Os resultados atuais se mostraram encorajadores em relação ao potencial de transformar a RV em uma poderosa técnica não farmacológica, que é amplamente conhecida por ter muito pouco ou nenhum efeito colateral indesejável podendo ser adjuvante aos analgésicos farmacológicos ou também resultar em uma diminuição do uso de opióides, 17 vindo a ser um recurso imenso para os profissionais da saúde. 21 A fisioterapia no tratamento de queimadura tem vários benefícios, mas principalmente na amplitude de movimento ativo assistido incluindo a prevenção de contraturas e mobilidade articular limitada, que pode resultar em cicatrizes hipertróficas e diminuição da elasticidade da pele conforme o corpo tenta se recuperar após a queimadura. O estudo de Schmitt e colaboradores relata o desafio de controlar a dor durante as sessões de fisioterapia apenas com analgesia farmacológica. O objetivo desse estudo foi abordar essa limitação avaliando a efetividade de imersões virtuais analgésica da RV ao longo de vários dias de tratamento. Os resultados fornecem evidências que há reduções significativas e substanciais em três dores subjetivas sendo elas, dor sensorial (redução de 27%), dor cognitiva (redução de 44%) e dor afetiva (redução de 32%). Uma redução na gravidade de 30% ou mais é considerada clinicamente significativa por pacientes. Além disso, as classificações médias de dor não mostraram indicação de que a RV diminuiu significativamente quando usada repetidamente. 24 Também o estudo de Morris e colaboradores corroboram que, quando adicionada aos analgésicos farmacológicos, a RV diminuiu com sucesso a dor em 9 dos 11 pacientes, por até seis pontos na escala NPRS. Esses resultados concordam com dois estudos 32 internacionais de países desenvolvidos que encontraram que a RV foi eficaz na redução da dor em pacientes com queimaduras durante a fisioterapia. 25 Apenas no estudo de Miller e colaboradores o uso de histórias para preparar as crianças é uma ferramenta importante na distração antes e após os procedimentos. O uso da RV através de histórias interativas do personagem BOBBY usado no MMD-PP também reduziu significativamente os níveis de dor comparados com o grupo controle. Os resultados sugerem que o uso de procedimentos baseados na preparação é um redutor não farmacológico eficaz da dor, oferece maior eficiência clínica e tem benefícios contínuos sobre procedimentos repetidos. Em termos de desenvolvimento, relatórios anteriores sugerem que, se as crianças receberem informações precisas, elas se sentem mais no controle e são mais bem preparadas para lidar com um procedimento. A literatura defende essa ideia relatando que, se uma criança tem uma experiência inicial negativa, é mais provável que tenham aumento da ansiedade e dor em relação aos procedimentos subsequentes. 26 No estudo de Scapin e colaboradores esse achado vai ao encontro de estudos que, além de apontarem distração, demonstram diversão e menor tempo pensando na dor, a redução da necessidade do aumento das doses farmacológicas, a diminuição da necessidade de associar mais de um analgésico e, principalmente, uma diminuição significativa nos valores de dor. Isso significa que o enfrentamento da criança poderia se tornar melhor diante da hospitalização, podendo, dessa forma, facilitar o cuidado prestado pelas equipes multidisciplinares e minimizar os efeitos de uma hospitalização prolongada, bem como o aparecimento de transtornos psicológicos e psiquiátricos. Diante dos relatos apresentados, percebe-se que a dor é uma experiência subjetiva e individual, uma vez que está relacionadoa fatores físicos, tais como o tamanho e a profundidade da queimadura, assim como um suporte psicológico e emocional da família e da equipe de saúde, por isso, seu manejo também deve ser específico, visando as necessidades de cada paciente. Além disso, a dor contribui para o desenvolvimento de transtorno de estresse pós- traumático, ansiedade e/ou depressão e baixa qualidade de vida. 27 33 5 CONCLUSÃO Tendo em vista os achados desta revisão, conclui se que a Realidade Virtual é eficaz no controle da dor de pacientes queimados, concomitante ao tratamento medicamentoso, sendo uma opção segura e sem efeitos adversos, sendo também eficaz na diminuição do número de resgates com opioides. É importante ressaltar que a redução da dor durante a RV foi maior nos pacientes com maiores níveis de dor, demonstrando ser uma poderosa ferramenta de distração na diminuição da percepção da dor e ansiedade. Porém, mais estudos devem ser realizados para comprovar sua eficácia e também investigar os mecanismos e aplicações ideais da técnica de redução da dor através da RV. Sendo assim, podemos verificar diferentes protocolos e determinar a quantidade de condutas necessárias para que seja possível fornecer dados que evidenciem que a RV imersiva é eficaz e pode se tornar um importante método não farmacológico no tratamento da dor em pacientes queimados. 34 REFERÊNCIAS 1. Lacerda LA, Carneiro AC, Oliveira AF, Gragnani A, Ferreira LM. Estudo epidemiológico da Unidade de Tratamento de Queimaduras da Universidade Federal de São Paulo. Rev Bras Queimaduras. 2010; 9(3): 82-88. 2. Brascher CT, Posser Filho A, Haviaras AC, Leonardi DF, Wercka J. Reconstrução de sequela de queimadura: Relato de caso. Rev Bras Queimaduras.2015; 14(3): 233-237. 3. Silva GMA, Farias GL, Maciel MÁ. Perfil epidemiológico dos pacientes atendidos no Pronto-Socorro de Queimaduras de Goiânia em agosto de 2013. Rev Bras Queimaduras. 2014; 13(3): 173-176. 4. Oliveira SP, et al. Qualidade de vida em vítimas de queimaduras atendidas por um hospital de referência - Quality of life in burn victims attended by a referral hospital. Nursing. 2018 ago; 21(243): 2310-2315. 5. Henrique DM, Silva LD. O uso seguro de opioides em pacientes queimados: fundamentando o cuidado de enfermagem. Rev Bras Queimaduras. 2014; 13(1): 6- 10. 6. Hoffman HG. et al. Realidade virtual como analgésico não farmacológico adjuvante para dor aguda por queimadura durante procedimentos médicos. Ann Behav Med. 2011; 41(2): 183–191. doi: 10.1007 / s12160-010-9248-7. 7. Freitas DMO, Spadoni VS. Uma realidade virtual é útil para gerenciar pacientes em pacientes com procedimentos médicos?. Einstein (São Paulo) [Internet]. 2019 [citado 2020 em 21 de junho]; 17 (2): eMD4837. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 45082019000200800&lng=en. Epub 20 de maio de 2019. https://doi.org/10.31744/einstein_journal/2019md4837. 8. Silva A, Machado R, Simões V, Carrageta MC. A terapia da realidade virtual e a pessoa queimada: redução da dor nos cuidados à ferida: uma revisão integrativa da literatura. Rev Bras Queimaduras. 2015; 14(1): 35-42. 9. Scapin SQ, Echevarría-Guanilo ME, Fuculo Junior PRB, Gonçalves N, Rocha PK, Coimbra R. Virtual Reality in the treatment of burn patients: a systematic review. Burns, 2018 jun; 44(6): 1403-1416. Citado em PubMed; PMID 29395400. 10. Spiegel B. et al. Realidade virtual para tratamento da dor em pacientes hospitalizados: um estudo randomizado de eficácia comparativa. PLoS One. 2019 ago; 14 (8): e0219115. doi: 10.1371 / journal.pone.0219115. 11. PubMed [internet]. Bethesda; 2020. [acesso em 2020 mar 24]. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/. 12. Biblioteca Virtual em Saúde [internet]. São Paulo: 2020. [acesso em 2020 mar 24]. Disponível em: http://bvsalud.org/. https://doi.org/10.31744/einstein_journal/2019md4837 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/ http://bvsalud.org/ 35 13. PEDro [internet]. Sydney: 2020. [acesso em 2020 mar 24]. Disponível em: http://pedro.org.au/portuguese. 14. SciELO [internet]. São Paulo: 2020. [acesso em 2020 mar 24]. Disponível em: http://scielo.org. 15. Portal de Periódicos Capes/MEC [internet]. Brasília: 2020. [acesso em 2020 mar 24]. Disponível em: http://periodicos.capes.gov.br 16. Parker M. et al. Interactive gaming consoles reduced pain during acute minor burn rehabilitation: a randomized, pilot trial. Burns. 2016 fev; 42(1): 91-96. doi: 10.1016/j.burns.2015.06.022. 17. Faber AW, Patterson DR, Bremer M. Repeated use of immersive virtual reality therapy to control pain during wound dressing changes in pediatric and adult burn patients. 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Computer tablet distraction reduces pain and anxiety in pediatric burn patients undergoing hydrotherapy: a randomized trial. Burns. 2017 set; 43(6): 1203-1211. doi: 10.1016/j.burns.2017.02.015. 23. Ford CG, Manegold EM, Randall CL, Aballay AM, Duncan CL. Assessing the feasibility of implementing low-cost virtual reality therapy during routine burn care. Burns. 2018; 44(4): 886‐895. doi:10.1016/j.burns.2017.11.020. 24. Schmitt YS. et al. A randomized, controlled trial of immersive virtual reality analgesia, during physical therapy for pediatric burns. Burns. 2011; 37(1): 61‐68. doi:10.1016/j.burns.2010.07.007. 25. Morris LD, Louw QA, Crous LC. Feasibility and potential effect of a low-cost virtual reality system on reducing pain and anxiety in adult burn injury patients during physiotherapy in a developing country. Burns. 2010 ago; 36(5): 659-64. D oi: 10.1016/j.burns.2009.09.005. http://pedro.org.au/portuguese http://scielo.org/ http://periodicos.capes.gov.br/ 36 26. Miller K, Rodger S, Bucolo S, Greer R, Kimble R. Multi-modal distraction: using technology to combat pain in young children with burn injuries. Burns. 2010 ago; 36(5): 647-58. doi: 10.1016/j.burns.2009.06.199. 27. Scapin SQ, Echevarría-Guanilo ME, Fuculo Junior PRB, Martins JC, Barbosa MV, Pereima MJL. Use of virtual reality for treating burned children: case reports. Rev Bras Enferm. 2017; 70(6): 1291-5. 37 ANEXO A – Apresentação da Revista Brasileira de Queimaduras A Revista Brasileira de Queimaduras (RBQ) é o órgão oficial de divulgação da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ). Trata-se de publicação quadrimestral, com circulação regular desde 2001, indexada na LILACS - Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e publica artigos destinados a elevar o padrão do cuidado, por parte da equipe multidisciplinar, bem como, a promover o debate sobre o tratamento do paciente queimado. A RBQ é um periódico de submissão gratuita, de acesso on line livre que publica artigos produzidos nos idiomas português, inglês e espanhol. A abreviatura de identificação do título é Rev Bras Queimaduras.Esta forma de abreviatura corresponde à forma em que o nome deve ser utilizado nas referências bibliográficas, notas de rodapé, referências e legendas bibliográficas. CATEGORIA DE ARTIGOS A Revista publica artigos em várias seções: Artigo original: Nesta categoria estão incluídos ensaios clínicos, controlados e aleatorizados, estudos observacionais, estudos qualitativos, bem como, pesquisas básicas in vitro e com animais de experimentação e sobre a fisiopatologia da queimadura e/ou sobre diagnósticos e prognósticos. Os artigos originais devem estar obrigatoriamente estruturados pelas sessões: Resumo, Resumen e Abstract, cada um com até 250 palavras (com seus respectivos descritores, descriptors e descriptores, devidamente consultados no http://decs.bvs.br/), Introdução (incluindo o objetivo no final), Método, Resultados, Discussão, Conclusão e/ou Considerações Finais e Referências (conforme consta nas orientações da seção "referências") limitadas a 20. Tabelas, gráficos e/ou imagens poderão somar no máximo cinco. O texto poderá ser apresentado em até 19 páginas. Artigo de revisão: Avaliações críticas e ordenadas da literatura de temas de importância clínica. A estrutura textual deverá contemplar: Resumo, Resumen, Abstract, cada um com até 250 palavras (com seus respectivos descritores, http://decs.bvs.br/ 38 descriptors e descriptores. Devidamente consultados no http://decs.bvs.br/), Introdução (incluindo o objetivo no final), Método, Resultados, Discussão, Conclusões e/ou Considerações finais e Seção de "Principais Contribuições", na qual o/os autor/es apresentarão de forma pontual (em forma de tópicos) as principais contribuições e ou conclusões da revisão. As referências devem ser atuais, preferencialmente publicadas nos últimos cinco anos (conforme consta nas orientações da seção "referências"), e em número máximo de 30. O texto poderá ser apresentado em até 17 páginas. Relato de caso: Descrição de pacientes ou situações singulares, assim como formas inovadoras de diagnósticos ou tratamento. O texto deverá ser composto por Resumo, Resumen e Abstract, cada um com até 250 palavras (com seus respectivos descritores, descriptors e descriptores. Devidamente consultados no http://decs.bvs.br/); uma Introdução breve (incluindo o objetivo no final), que situe o leitor em relação à importância do assunto, e apresente o objetivo e/ou o tema que norteou o desenvolvimento do relato; Relato do Caso, Discussão, na qual devem ser abordados os aspectos relevantes e comparados aos disponíveis na literatura e Considerações finais. O texto poderá ser apresentado em até oito (8) páginas, incluindo-se referências (número máximo de 15, e apresentadas conforme consta nas orientações da seção "referências") e ilustrações (recomenda-se a inclusão de, no máximo, três ilustrações). Artigo especial: Artigos não classificáveis nas categorias anteriormente descritas, os quais o Conselho Editorial julgue relevante para a especialidade. Sua revisão admite critérios próprios, não havendo limite de extensão ou restrições quanto ao número de referências. São exemplos desta seção, Relatos de Experiência e estudos de atualização. O relato de experiência deve apresentar relevância e pertinência dos problemas que nele se expõem, bem como, na aplicação dos resultados ou procedimentos em outras situações similares da prática clínica. Os estudos de atualização devem debater ideias que estimulem a melhoria do conhecimento sobre determinado tópico e o debate dos profissionais da saúde. Nesta sessão, recomenda-se no mínimo oito referências. http://decs.bvs.br/ http://decs.bvs.br/ 39 Critério de autoria Sugerimos que sejam adotados os critérios de autoria dos artigos segundo as recomendações do International Committee of Medical Journal Editors. Assim, apenas aquelas pessoas que contribuíram diretamente para o conteúdo intelectual do trabalho devem ser listadas como autores e em número máximo de 8 (oito). Os autores devem satisfazer os seguintes critérios, de forma a poderem ter responsabilidade pública pelo conteúdo do trabalho: • ter concebido e planejado as atividades que levaram ao trabalho ou interpretado os resultados a que ele chegou, ou ambos; • ter escrito o trabalho ou revisão das versões sucessivas e participado no processo de revisão; • ter aprovado a versão final. Exercer posição de chefia administrativa, contribuir com pacientes, coletar e agrupar dados, embora importantes para a pesquisa, não são critérios de autoria. Pessoas que tenham feito contribuições substanciais e diretas ao trabalho, que não possam ser consideradas autores, podem ser citadas na seção Agradecimentos. É de responsabilidade dos autores a verificação completa do conteúdo do manuscrito encaminhado, assim como da sua originalidade. INSTRUÇÕES PARA ENVIO DE MATERIAL PARA PUBLICAÇÃO A submissão de material deverá ser via Sistema de Submissão On Line da RBQ: http://www.rbqueimaduras.com.br/. Obs: No momento da submissão realizar cadastro de todos os autores do manuscrito. PREPARAÇÃO DE ARTIGOS ORIGINAIS Os trabalhos enviados para a publicação na RBQ devem ser redigidos em português, espanhol ou inglês, obedecendo à ortografia vigente, empregando linguagem fácil e precisa. Artigos com objetivos meramente propagandísticos ou comerciais não serão aceitos. Os autores são responsáveis pelo conteúdo e informações contidas em seus manuscritos. A Revista adota as normas de http://www.rbqueimaduras.com.br/ 40 Vancouver - Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals, organizados pelo International Committee of Medical Journal Editors, disponíveis em www.icmje.org. O respeito às instruções é condição obrigatória para que o trabalho seja considerado para análise. Formatação Os trabalhos deverão ser preparados em formato Word for Windows/ Mac, página A4, margens de 3 cm superior e esquerda e 2,5 para direita e inferior. O texto deve ser redigido em fonte Arial, justificado, tamanho 12, com espaço 1,5 cm entrelinhas e espaçamento de 0 pt antes e depois dos parágrafos, com espaçamento de 1,25 cm na linha inicial de cada parágrafo. O arquivo permitirá a organização do tamanho de cada manuscrito. O conteúdo de cada seção será inserido no sistema On Line, o qual segue as "Orientações aos autores". Sugere-se aos autores consultar os guias da Rede Equator para elaboração dos textos dos artigos: - Ensaio Clínico - CONSORT (http://www.equator-network.org/reporting- guidelines/consort/) - Revisões sistemáticas e metanálise - PRISMA (http://www.equator- network.org/reporting-guidelines/prisma/) - Estudos observacionais - STROBE (http://www.equator-network.org/reporting- guidelines/strobe/) - Estudo qualitativo - COREQ (http://www.equator-network.org/reporting- guidelines/coreq/) Título do artigo Deve ser conciso e descritivo em Português em caixa alta, centralizado, negrito, com no máximo 20 palavras. Após, o título em espanhol e inglês, itálico sem negrito, em caixa baixa, inicial maiúscula para a primeira palavra e/ou nomes próprios. Evitar a utilização de abreviaturas e nomes que identifiquem instituições. http://www.icmje.org/ http://www.equator-network.org/reporting-guidelines/consort/ http://www.equator-network.org/reporting-guidelines/consort/ http://www.equator-network.org/reporting-guidelines/prisma/ http://www.equator-network.org/reporting-guidelines/prisma/ http://www.equator-network.org/reporting-guidelines/strobe/ http://www.equator-network.org/reporting-guidelines/strobe/ http://www.equator-network.org/reporting-guidelines/coreq/ http://www.equator-network.org/reporting-guidelines/coreq/41 Autores Todos os autores deverão ser cadastrados no sistema, com as correspondentes informações de formação, titulação máxima, instituição de origem e e-mail de contato. Obs: Indicar se estudo é proveniente de algum trabalho específico. Ex: Trabalho de conclusão de Curso, Dissertação ou Teses. Resumo, Resumen e Abstract Deve conter até 250 palavras, fonte Arial, tamanho 12, espaçamento 1,5. Estruturado em quatro seções: Objetivo, Método, Resultados e Conclusões. A elaboração deve permitir compreensão sem acesso ao texto e apresentados em português, espanhol e inglês. Descritores Devem ser incluídos de 3 a 5 descritores (palavras-chave), em fonte Arial, tamanho 12, com iniciais das palavras em maiúsculas, separadas por ponto e vírgula, assim como a respectiva tradução (palabras claves, Keywords). Sites de consulta: http://decs.bvs.br/ - termos em português, espanhol ou inglês, ou www.nlm.nih.gov/mesh - termos somente em inglês. Corpo do Artigo Artigos originais devem ser subdivididos em: • Introdução: Deve informar a relação com outros trabalhos na área, as razões para realização das pesquisas e o objetivo da investigação. Uma extensa revisão da literatura não é recomendada. • Método: Informações suficientes devem ser dadas no texto ou por citação de trabalhos em revistas geralmente disponíveis, de modo a permitir que o trabalho possa ser reproduzido. Informar: delineamento do estudo (definir, se pertinente, se o estudo é aleatorizado, cego, prospectivo, etc.), público alvo (critérios de seleção, número de casos, características essenciais da amostra, etc.), as intervenções (descrever procedimentos e drogas utilizadas, quando for o caso), os critérios de mensuração do desfecho, aspectos éticos (citar http://decs.bvs.br/ http://www.nlm.nih.gov/mesh 42 protocolo de aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa) e forma de análise dos dados. Ensaios clínicos deverão apresentar o número do registro. • Resultados: Os resultados devem ser apresentados de forma clara e concisamente, sem incluir interpretações ou comparações. Tabelas e figuras devem ser usadas apenas quando necessárias para a efetiva compreensão dos dados. • Discussão: Interpretar os resultados e relacioná-los com conhecimentos existentes, cotejando-os com a literatura nacional e internacional. Devem ser salientados os aspectos novos, relevantes, implicações e limitações. • Conclusões: Apresentar apenas aquelas apoiadas pelos resultados do estudo e relacionadas aos objetivos, bem como sua aplicação prática, dando ênfase a achados positivos e negativos com mérito científico. • Agradecimentos: Se desejados, devem ser apresentados nomes de participantes que contribuíram, intelectual ou tecnicamente, em alguma fase do trabalho, mas não preencheram os requisitos para autoria, as agências de fomento que subsidiaram as pesquisas que resultaram no artigo publicado ou Instituições colaboradoras. • Principais contribuições: Deverão ser listadas em tópicos breves, claros e objetivos, as principais contribuições do estudo (Não obrigatório). • Referências: preferencialmente correspondentes a publicação nos últimos cinco anos, apresentadas conforme consta nas orientações da seção "referências". Relatos de caso: devem apresentar as seções, Resumo, Resumen e Abstract, Introdução (incluindo objetivo), Relato do Caso e Discussão, Considerações finais e Referências (apresentadas conforme consta nas orientações da seção "referências"). Artigos especiais podem apresentar o corpo do texto subdividido em seções livres, a critério dos autores. Revisões devem apresentar as seções: Resumo, Resumen e Abstract, Introdução, Objetivo, Método de busca/passos adotados, Resultados, Discussão, Conclusões, Principais Contribuições (Item obrigatório) e Referências. 43 • Corpo do Texto: Deve obedecer às normas de formatação, Introdução (incluindo objetivo), Método, Resultados, Discussão e Conclusão e Referências. • Principais contribuições: nesta seção deverão ser listadas em tópicos breves, de escrita clara e objetiva, principais contribuições do estudo (Item obrigatório). Referências Referências devem ser atualizadas, incluindo publicações dos últimos cinco (05) anos (aproximadamente 70% do total) e serem proveniente de periódicos Nacionais e Internacionais aproximadamente 70% o total. As referências devem ser atuais e citadas quando de fato consultadas, em algarismos arábicos em forma de potenciação e numeradas por ordem de citação no texto. Devem ser citados todos os autores, quando até seis; acima deste número, citam-se os seis primeiros seguidos da expressão et al. Quando o periódico disponibilizar artigos nos idiomas português e inglês, preferencialmente redija a referência no idioma inglês. A apresentação deverá estar baseada no formato denominado "Vancouver Style" e os títulos de periódicos deverão ser abreviados de acordo com o estilo apresentado pela List of Journal Indexed in Index Medicus, da National Library of Medicine. Seguem alguns exemplos dos principais tipos de referências; outros exemplos podem ser consultados no site da National Library of Medicine (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html). Artigo de Revista Rea S, Giles NL, Webb S, Adcroft KF, Evill LM, Strickland DH, et al. Bone marrow- derived cell in the healing burn wound: more than just inflammation. Burns. 2009;35(3):356-64. Instituição como Autor American Burn Association. Inhalation injury: diagnosis. J Am Coll Surg. 2003;196(2):307-12. Capítulo de Livro Macieira L. Queimaduras: tratamento clínico e cirúrgico. In: Serra MC, ed. A criança queimada. Rio de Janeiro: Rubio; 2006. p.49-57. http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html 44 Livro Lima Júnior EM, Serra MCVF. Tratado de queimaduras. Rio de Janeiro: Editora Atheneu; 2004. Tese Paiva SS. Paciente queimado: o primeiro atendimento em um serviço público de emergência [Dissertação de mestrado]. São Paulo: Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem; 1997. 85p. Obs: uma lista completa de exemplos de citações bibliográficas pode ser encontrada na Internet, em http://www.icmje.org/ Tabelas e Ilustrações Devem ser numeradas por ordem de aparecimento no texto, conter título e estar em páginas separadas, ordenadas após as Referências. As tabelas não devem conter dados redundantes já citados no texto. As ilustrações devem estar acompanhadas de suas respectivas legendas, em coloração branco e preto. As abreviações usadas nas ilustrações devem ser explicitas nas legendas. O número máximo de ilustrações (tabelas, quadros, gráficos e/ou figuras) poderá ser de três para relatos de caso e cinco para demais categorias de manuscritos, com largura máxima de 15 cm e altura máxima de 25 cm. Em caso de ilustrações fotográficas originais que incluam pessoas, deve ser enviada, em anexo, uma autorização para publicação da mesma. POLÍTICA EDITORIAL Avaliação pelos pares Todos os trabalhos enviados à Revista serão submetidos à avaliação pelos pares (peer review) por pelo menos três revisores selecionados entre os membros do Conselho Editorial. A aceitação será feita com base na originalidade, significância e contribuição científica. Os revisores farão comentários gerais sobre o trabalho e informarão se o mesmo deve ser publicado, corrigido segundo as recomendações ou rejeitados. De posse destes dados, o Editor tomará a decisão final. Em caso de discrepância entre os avaliadores, poderá ser solicitada uma nova opinião para melhor julgamento. Quando forem sugeridas modificações, as mesmas serão encaminhadas para o autor principal e, em seguida, aos revisores para estes verificarem se as exigênciasforam atendidas. Em casos excepcionais, quando o http://www.icmje.org/ 45 assunto do manuscrito assim o exigir, o Editor poderá solicitar a colaboração de um profissional que não seja membro do Conselho Editorial para fazer a avaliação. A decisão sobre a aceitação do artigo para publicação ocorrerá, sempre que possível, no prazo de 90 dias a partir da data de seu recebimento. Pesquisa com seres humanos e animais Os autores devem, na seção Método, informar se a pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética em Pesquisa de sua Instituição, em consoante à Declaração de Helsinki. Na experimentação com animais, os autores devem seguir o CIOMS (Council for International Organizations of Medical Sciences) Ethical Code for Animal Experimentation - WHO Chroride 1985; 39(2):51-6] e os preceitos do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal - COBEA (www.cobea.org.br). O Corpo Editorial da Revista poderá recusar artigos que não cumpram rigorosamente os preceitos éticos da pesquisa, seja em humanos seja em animais. Os autores devem identificar precisamente todas as drogas e substâncias químicas usadas, incluindo os nomes do princípio ativo, dosagens e formas de administração. Devem, também, evitar nomes comerciais ou de empresas. Política para registro de ensaios clínicos A Rev Bras Queimaduras, em apoio às políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto, somente aceitará para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, disponíveis no endereço: http://clinicaltrials.gov ou no Registro de Aprovação de Ensaios Clínicos (http://www.ensaiosclinicos.gov.br) . O número de identificação deve ser registrado na seção Método do estudo, conforme especificado anteriormente. Em casos de pesquisas envolvendo animais, a aprovação da Comissão de Ética no Uso de Animais deve ser encaminhada. http://www.cobea.org.br/ http://clinicaltrials.gov/ http://www.ensaiosclinicos.gov.br/ 46 Aspectos que devem ser considerados na submissão do manuscrito Todos os artigos que envolvem a participação de seres humanos deverão contar com Carta de Aprovação de Comitê de Ética, o qual poderá ser solicitado pelos editores, caso seja considerado necessário. O número de aprovação deverá ser preenchido no sistema de submissão. Ao preencher as informações os autores farão declaração como autor e em nome dos coautores de que todos estão de acordo com o conteúdo expresso no trabalho, que são responsáveis pelas informações nele contidas, explicitarão presença ou não de conflito de interesse e a inexistência de problema ético relacionado (Solicitar carta de submissão), transferindo os direitos autorais para a Sociedade Brasileira Caso sejam submetidas figuras ou fotografias, autores são responsáveis da publicação, considerando que a mesma é realizada a partir do consentimento dos envolvidos e a qualidade dos mesmo dependerá do envio dos arquivos em alta resolução. Observações Todos os artigos publicados tornam-se propriedade permanente da Sociedade Brasileira de Queimaduras e não podem ser publicados sem o consentimento por escrito de seu presidente. Para os casos em que alguma das orientações não seja cumprida, os autores, do manuscrito, deverão encaminhar carta com justificativa, a qual será avaliada pelo corpo editorial.
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