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20 Contabilidade Comercial - CORTE

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Téssia Berber Teixeira
Contabilidade Comercial 
© 2010 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor: 
Marcelo Palmério
Pró-Reitora de Ensino Superior:
Inara Barbosa Pena Elias
Pró-Reitor de Logística para Educação a Distância:
Fernando César Marra e Silva
Assessoria Técnica:
Ymiracy N. Sousa Polak
Produção de Material Didático:
• Comissão Central de Produção
• Subcomissão de Produção
Editoração:
Supervisão de Editoração
Equipe de Diagramação e Arte
Capa:
Toninho Cartoon
Edição:
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE
 Teixeira, Téssia Berber 
T235c Contabilidade comercial / Téssia Berber Teixeira. – Uberaba : UNIUBE, 2010.
 270 p. : il. 
 
 ISBN 9788577773657
 
1. Contabilidade comercial. 2. Operações comerciais. 3.Impostos - contabilidade. 
II. Título. 
 
 CDD: 657.01
Téssia Berber Teixeira
Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de Economia, 
Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto(USP). Bacharel 
em Ciências Contábeis pela Faculdade de Economia, Administração 
e Contabilidade de Ribeirão Preto(USP). Professora dos cursos de 
Administração e Ciências Contábeis da Universidade de Uberaba. 
Consultora na área de Contabilidade e Finanças Públicas.
Sobre a autora
Apresentação .......................................................................................IX
Capítulo 1 Rumo ao conhecimento da Contabilidade comercial ......... 1
1.1 Noções de comércio e instituições comerciais .........................................................4
1.1.1 O comércio e sua história ...............................................................................4
1.1.2 Tipos de entidades comerciais ........................................................................5
1.1.3 Definição de Contabilidade comercial e sua aplicação ..................................7
1.2 Classificação de sociedades ....................................................................................8
1.2.1 Conceito de sociedades e de empresas ........................................................8
1.2.2 Classificação das sociedades quanto à personificação ...............................10
1.2.3 Empresa rural................................ ................................................................18
1.2.4 Sociedades sem fins lucrativos .....................................................................19
1.3 Constituição de empresas..................... .................................................................19
1.3.1 Registro e constituição de empresas: juridicamente ....................................20
1.3.2 Constituição de empresas: registros contábeis ............................................25
1.4 Esquema básico de escrituração contábil: uma revisão .......................................31
1.4.1 Equação patrimonial........... ..........................................................................32
1.4.2 Estática patrimonial .......................................................................................36
1.4.3 Operações de uma empresa ........................................................................38
1.4.4 Patrimônio............................ ........................................................................42
1.4.5 Capital...................................... .....................................................................46
1.4.6 Escrituração contábil: Método das Partidas Dobradas ...............................49
1.5 Plano de contas................................. .....................................................................56
1.5.1 Particularidades de um Plano de contas ......................................................57
1.5.2 Codificação do Plano de contas ...................................................................58
1.5.3 Exemplo de um Plano de contas de uma empresa comercial ....................59
Capítulo 2 Conhecendo algumas das operações tipícas de empresas 
 comerciais.......................................... ............................... 67
2.1 Impostos e taxas sobre vendas ..............................................................................69
2.1.1 Tributos sobre vendas....................... ............................................................70
2.1.2 Recuperação de impostos nas empresas industriais, comerciais e 
prestadoras de serviços......................................... ................................................83
2.2 Operações com Mercadorias .................................................................................86
2.2.1 Resultado com Mercadorias e Receita de Vendas ......................................86
Sumário
2.2.2 Operações que afetam Vendas e Compras .................................................87
2.2.3 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) .....................................................91
2.2.4 Métodos de controle de estoque...................................................................92
2.3 Operações financeiras.......................... ................................................................109
2.3.1 Aplicações financeiras .................................................................................111
2.3.2 Empréstimos e financiamentos ...................................................................114
2.3.3 Desconto de duplicatas.......... ....................................................................118
2.3.4 Descontos financeiros (condicionais) .........................................................120
Capítulo 3 Outras operações de empresas comerciais e 
 apuração do resultado contábil............................... ........ 125
3.1 Folha de pagamento.......................... ..................................................................127
3.1.1 Descontos e abatimentos de salários .........................................................129
3.1.2 Adiantamento a empregados e Salário-família ...........................................131
3.1.3 Contabilização dos Descontos e Adiantamentos a empregados ...............133
3.1.4 Encargos da empresa: contribuição à Previdência Social e FGTS ...........136
3.1.5 Férias........................................ ...................................................................138
3.1.6 13º salário .............................. ....................................................................140
3.2 Ativo Fixo (Permanente) e depreciação ..............................................................142
3.2.1 Subtrações do Imobilizado e do Intangível .................................................145
3.2.2 Impairment Test: redução ao Valor Recuperável de Ativos ........................153
3.3 Apuração contábil do Resultado ..........................................................................157
Capítulo 4 Aspectos fiscais e legais da Contabilidade: provisões, 
 reservas e operações entre matriz e filial ........................ 167
4.1 Provisões versus Reservas .................................................................................169
4.1.1 Exemplos de Provisões ...............................................................................1704.1.2 Conceito e exemplos de Reservas ............................................................174
4.2 Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa ..................................................179
4.2.1 Efeitos da constituição da Provisão de Devedores Duvidosos no Balanço 
Patrimonial e na Demonstração de Resultado do Exercício ...............................180
4.2.2 Cálculo da Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa .......................181
4.2.3 Baixa de títulos incobráveis ........................................................................183
4.2.4 Reversão da Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa ...................184
4.2.5 Recuperação de créditos anteriormente baixados .....................................185
4.3 Operações entre matriz e filial....... ......................................................................186
Capítulo 5 A importância das demonstrações financeiras para a 
 Contabilidade comercial.................... ............................... 197
5.1 Balanço Patrimonial ....................... .....................................................................199
5.2 Demonstração de resultados do exercício .........................................................214
5.3 Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados e a demonstração das 
 mutações do Patrimônio Líquido.............. ............................................................223
5.3.1 Estrutura da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados .............225
5.3.2 Estrutura da Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido.............230
5.4 Demonstração de fluxo de Caixa ........................................................................231
5.4.1 Atividades operacionais ..............................................................................234
5.4.2 Atividades de financiamento ......................................................................234
5.4.3 Atividades de investimento .........................................................................235
5.4.4 Métodos de elaboração da Demonstração de Fluxo de Caixa .................236
5.5 Balanço Social e Demonstração do Valor Adicionado ........................................241
5.6 Notas explicativas e outras evidenciações ...........................................................249
5.6.1 Notas explicativas...................... ................................................................250
5.6.2 Outras evidenciações.............. ...................................................................252
Caro(a) estudante.
Colocamos em suas mãos o livro Contabilidade comercial, resultado do 
empenho de toda uma equipe de especialistas - desde a mestra que 
elaborou os cinco capítulos que o compõem até os que o fizeram chegar 
a você. 
O primeiro capítulo – Rumo ao conhecimento da Contabilidade comercial 
– inicia com as noções de comércio e instituições comerciais e finda 
apresentando-lhe um plano de contas de uma empresa comercial.
No capítulo seguinte, continua-se Conhecendo algumas das operações 
típicas de empresas comerciais, quando se lhe apresentam os impostos 
e taxas, as operações com mercadorias e financeiras mais comuns em 
um complexo empresarial. 
Por ser um assunto amplo, o terceiro capítulo continua com Outras 
operações de empresas comerciais e apuração do resultado contábil – 
e você aprofundará seus conhecimentos sobre a folha de pagamento, o 
Ativo, Depreciação e Apuração de resultado de uma empresa comercial.
No seu percurso profissional, encontrará situações de complexos 
formados por matriz e filiais e para tal, o quarto capítulo lhe habilitará 
a lidar com os Aspectos fiscais e legais da Contabilidade: provisões, 
reservas e operações entre matriz e filial. 
Apresentação
X UNIUBE
E agora, de posse dos princípios contábeis que embasam as operações 
de uma empresa comercial, você está pronto para checar A importância 
das demonstrações financeiras para a Contabilidade comercial.
Ao final do livro, temos certeza de que você estará sentindo o acerto da 
sua escolha do curso e da instituição para serem seus companheiros nos 
próximos semestres. 
Até o próximo livro !
Introdução
Rumo ao conhecimento da 
Contabilidade comercial
Capítulo
1
Para um bom aproveitamento de qualquer assunto que se 
pretenda estudar, é imprescindível estar bem situado na matéria 
a ser abordada. Como já sabemos, a Contabilidade é prática e só 
é possível compreendê-la e dominá-la se a exercitarmos.
Para se ter um estudo que possibilite um conhecimento profundo 
e adequado da Contabilidade, é preciso fazer uma recapitulação 
do que já foi estudado no que se refere à parte básica da matéria. 
Para este primeiro capítulo de Contabilidade comercial, como 
o próprio nome diz Rumo ao conhecimento da Contabilidade 
comercial, a preocupação foi abordar os tópicos básicos da área, 
desde a equação fundamental até os primeiros lançamentos de 
escrituração contábil de uma empresa, bem como conceituar e 
entender o campo de atuação da Contabilidade comercial.
Sendo assim, neste capítulo, foram abordados, além dos tópicos 
da estrutura conceitual básica da Contabilidade, assuntos 
importantíssimos para o ensino da Contabilidade comercial: 
constituição de uma empresa comercial, os tipos de sociedade nos 
quais uma empresa pode se enquadrar, as exigências contábeis e 
2 UNIUBE
jurídicas para a abertura de uma empresa comercial entre vários 
outros assuntos interessantes.
Todos esses assuntos foram detalhados para proporcionar ao 
aluno o arcabouço fundamental ao início de uma viagem rumo 
ao mundo do conhecimento acerca da Contabilidade comercial.
Este capítulo de estudos e suas respectivas atividades propõem 
o alcance dos seguintes objetivos:
• conceituar instituições comerciais;
• distinguir os tipos de instituições comerciais existentes;
• definir e aplicar as premissas básicas da Contabilidade 
comercial;
• classificar e diferenciar os diferentes tipos de sociedades;
• identificar os passos jurídicos e contábeis para se constituir 
uma sociedade;
• reconhecer os livros contábeis que fazem parte da 
escrituração contábil de uma empresa comercial;
• identificar os livros contábeis obrigatórios pelas legislações 
comercial, tributária, civil, societária e trabalhista;
• revisar os pontos básicos da Contabilidade (noções básicas) 
desde os conceitos de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido 
até os de Receitas, Despesas, Ganhos e Perdas;
• efetuar lançamentos contábeis adotando o método das 
partidas dobradas, sabendo distinguir débito de crédito;
• conceituar e determinar a importância de um Plano de contas 
para uma empresa;
Objetivos
 UNIUBE 3
1.1 Noções de comércio e instituições comerciais
1.1.1 O comércio e sua história
1.1.2 Tipos de entidades comerciais
1.1.3 Definição de Contabilidade comercial e sua aplicação
1.2 Classificação de sociedades
1.2.1 Conceito de sociedades e de empresas
1.2.2 Classificação das sociedades quanto à personificação
1.2.3 Empresa rural
1.2.4 Sociedade sem fins lucrativos
1.3 Constituição de empresas
1.3.1 Registro e constituição de empresas: juridicamente
1.3.2 Constituição de empresas: registros contábeis
1.4 Esquema básico de escrituração contábil: uma revisão
1.4.1 Equação patrimonial
1.4.2 Estática patrimonial
1.4.3 Operações de uma empresa
1.4.4 Patrimônio
1.4.5 Capital
1.4.6 Escrituração contábil: Método das Partidas Dobradas
1.5 Plano de contas
1.5.1 Particularidade de um Plano de contas
1.5.2 Codificação do Plano de contas
1.5.3 Exemplo de um Plano de contas de uma empresa 
comercial
Esquema
• reconhecer um Plano de contas de uma empresa comercial, 
demonstrando as contas mais utilizadas por tais empresas.
4 UNIUBE
Noções de comércio e instituições comerciais1.1
A atividade mercantilista é exercida desde os primórdiosda civilização 
quando os homens exerciam a atividade comercial a partir da troca de 
mercadorias (escambo) entre si. 
Como esse tipo de atividade é exercido de forma crescente na atualidade, 
principalmente em países capitalistas, iniciamos este estudo com o 
objetivo de contextualizar a atuação da Contabilidade nas instituições 
comerciais.
Portanto, começamos o estudo da Contabilidade comercial abordando, 
neste primeiro tópico, alguns aspectos interessantes do comércio: uma 
pequena síntese de sua história, como também o detalhamento dos tipos 
de sociedades existentes e a definição e a aplicação da Contabilidade 
comercial. 
1.1.1 O comércio e sua história
Desde os primórdios da civilização, iniciado provavelmente na 
Antiguidade pelos fenícios, o comércio já existia e era feito a partir da 
troca de mercadorias entre as pessoas. 
Muitas outras civilizações antigas, como os gregos e os romanos, 
exerceram a atividade comercial com perfeição. Além de outras mais 
recentes, entre os séculos XII e XVI, como Veneza e Portugal. Atualmente, 
o comércio é uma atividade notória em todos os países. Sabe-se que 
a atividade comercial está intimamente ligada às necessidades do ser 
humano, delimitadas pelas condições físicas e econômicas de cada um. 
Dessa forma, surge a figura do comerciante como aquele que permite 
a disponibilização de bens e/ou serviços que possam satisfazer às 
necessidades humanas.
 UNIUBE 5
[...] o comerciante é a pessoa física ou jurídica que 
aproxima vendedores e compradores, levando-os a 
completar uma operação comercial, ou seja, a troca 
de mercadorias por dinheiro ou por outras mercadorias 
(IUDÍCIBUS; MARION, 2009, p. 3). 
Logo, para que a atividade comercial seja exercida, é preciso existir o 
comerciante que é quem permitirá que o ato de consumir seja exercido 
pelo ser humano. 
1.1.2 Tipos de entidades comerciais
De acordo com Ribeiro (2009, p. 17), a “Empresa comercial é aquela 
cujo principal objetivo é aproximar o produtor do consumidor. Assim, sua 
atividade principal pode ser resumida nas operações de compra e venda 
de mercadorias”. 
Sintetizando, as entidades comerciais são aquelas que efetuam 
transações de compra e venda de bens e/ou serviços. Essas entidades 
podem ser classificadas em dois tipos notoriamente distintos pela função 
exercida no campo econômico, já que cada uma possui diferentes 
clientes: entidades comerciais atacadistas e entidades comerciais 
varejistas.
Entidades comerciais atacadistas
São aquelas que comercializam mercadorias que nunca irão diretamente 
para o consumidor final, pois as mercadorias vendidas são adquiridas 
por outras empresas que as industrializam para fabricação de um 
outro produto ou para outras empresas comerciais que as vendem ao 
consumidor final. Os clientes desse tipo de entidade comercial são:
• as empresas industriais, as agrícolas – que utilizam as mercadorias 
vendidas pelas entidades atacadistas como matéria-prima ou 
suprimentos, transformando-as em outros produtos;
6 UNIUBE
• empresas mercantis intermediárias – que utilizam as mercadorias 
vendidas pelas entidades atacadistas como mercadorias a serem 
vendidas ao consumidor final.
Entidades comerciais varejistas
São aquelas que vendem, na maioria das vezes, mercadorias que vão 
diretamente ao consumidor final do produto. Todavia, caso comercializem 
bens de consumo intermediário, podem também vender para certas 
indústrias de transformação.
É importante citar que algumas entidades comerciais podem ter 
características de entidades atacadistas como também de entidades 
varejistas. Um fator importante a ser ressaltado aqui é o constante 
aumento do custo de distribuição. 
Este fato é destacado por Iudícibus; Marion (2009, p. 4):
Um fenômeno particularmente importante nos 
últimos anos e muito comentado pelos especialistas 
é o do constante acréscimo do custo de distribuição 
em algumas linhas de atividade comercial. Há uma 
tendência em acarretar grande desequilíbrio entre 
o custo de produção e o custo de distribuição, 
encarecendo em demasia este último e, portanto, 
tornando proibitivo o preço final ao consumidor. 
Por causa desse fenômeno, muitos produtores estão se organizando, 
dentro da própria empresa ou em consórcio com outros produtores, e 
vendendo diretamente ao consumidor. Um bom exemplo disso é o que 
acontece na comercialização de alguns produtos hortifrutigranjeiros.
Sem dúvida que, além da clientela e da forma de distribuição, as 
entidades comerciais atacadistas e as entidades comerciais varejistas 
também se diferenciam pelas políticas de compras e de financiamentos, 
e ainda pela natureza e grau de riscos assumidos.
 UNIUBE 7
1.1.3 Definição de Contabilidade comercial e sua aplicação
Existem vários tipos de empresas, de acordo com a atividade que cada 
uma desenvolve, ou seja, empresas industriais, agrícolas, comerciais, 
financeiras etc. Sendo assim, para cada tipo de empresa, existe uma 
ramificação da contabilidade, logo para as empresas comerciais são 
aplicados os fundamentos e especificidades da Contabilidade comercial.
Segundo Ribeiro (2009, p. 16), a “Contabilidade Comercial é um ramo da 
Contabilidade que possibilita o controle da movimentação do Patrimônio 
das empresas comerciais”.
Acrescenta-se ainda à definição de Ribeiro que, além do controle 
patrimonial, a Contabilidade comercial tem a finalidade de proporcionar 
informações sobre sua composição e suas variações, além de 
informações em relação ao resultado oriundo da atividade comercial. Fica 
evidente que a Contabilidade comercial exerce nas empresas comerciais 
funções patrimoniais e de gestão.
A forma de comercialização – compra e venda – dos bens de consumo 
pode ser feita tanto por conta própria, ou seja, quando ela mesma 
executa a comercialização de seus produtos, ou por conta de terceiros, 
quando a comercialização dos bens de consumo de uma empresa é feita 
por intermédio de comissionados e representações; logo, estes possuem 
características jurídicas, administrativas e comerciais diferentes das 
entidades que comercializam o seu próprio produto. 
Sob esse enfoque, podemos distinguir três tipos de entidades comerciais:
 
• entidades comerciais atacadistas que operam por conta própria;
• entidades comerciais varejistas que operam por conta própria;
• entidades comissionadas ou de representação que operam por 
conta alheia. 
8 UNIUBE
Vale destacar a importância da Contabilidade comercial para as 
empresas. Um dos pontos que pode ser levado em consideração é a 
apuração do resultado de uma empresa comercial como não sendo 
apenas a diferença entre receita e custos/despesas, já que muitos 
detalhes devem ser considerados, por exemplo, a composição do custo 
mercantil, pois muitas empresas ainda adotam apenas o valor de compra 
como sendo o custo efetivo do bem comercializado.
Classificação de sociedades1.2
As sociedades podem ser classificadas, de acordo com o Código 
Civil, quanto à forma de associação: sociedade simples e sociedade 
empresária.
As sociedades, juridicamente falando, também podem ser classificadas 
de acordo com a personificação, isto é, se são ou não constituídas 
e registradas em órgão competente, gerando assim vários tipos de 
empresas, com características distintas.
Dessa forma, neste tópico, abordaremos o conceito de sociedade, o 
conceito de empresa, bem como as diversas classificações de sociedades 
existentes, conceituando-as e apresentando as particularidades de cada 
uma dessas sociedades, a fim de entender como as empresas comerciais 
podem ser classificadas. 
1.2.1 Conceito de sociedades e de empresas
Iudícibus; Marion (2009, p. 9) conceituam:
Sociedade é o contrato em que duas pessoas ou 
mais se obrigam a conjugar esforços ou recursos 
para a consecução de um fim comum, ou celebram 
contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente 
 UNIUBE 9
se obrigam a contribuir, com bens e serviços, para 
exercício da atividade econômica e a partilha, entre si, 
dos resultados.Sociedade, portanto, é uma associação entre duas ou mais pessoas com 
um objetivo comum para execução de algum tipo de atividade a fim de 
angariar resultados que deverão ser partilhados entre as pessoas que 
formaram a sociedade. Além disso, é imprescindível destacar que as 
sociedades devem ser regidas pelo Código Civil de 10/01/2002, sendo 
que as sociedades tiveram o prazo até 11/01/2006 para se adequarem 
a esse novo Código.
Toda e qualquer pessoa pode fazer parte de uma sociedade, desde que 
esteja em pleno gozo da capacidade civil e que não tenha impeditivos 
legais. As sociedades são divididas de acordo com o novo Código Civil 
em dois tipos: Sociedade empresária e Sociedade simples.
Para se entender melhor a diferença entre Sociedade simples e Sociedade 
empresária é fundamental entender a diferença entre empresário e não 
empresário.
Empresário é aquele que exerce a atividade econômica organizada para a 
produção ou comercialização de bens e/ou serviços, efetuando-se assim 
a inscrição na Junta Comercial. São exemplos de atividades empresariais: 
indústria, prestação de serviços e comércio.
Por outro lado, o não empresário é aquele que exerce atividade intelectual, 
de natureza literária, artística ou científica, exceto se o exercício da 
atividade constituir elemento da empresa. São exemplos de atividades não 
empresariais: dentística, médica, contadoria, advocatícia etc.. Todavia se, 
por exemplo, um médico se associar a outros médicos e formar um hospital, 
estarão exercendo uma atividade empresarial.
IMPORTANTE!
10 UNIUBE
Sendo assim, agora é possível distinguir e explicar melhor sobre 
Sociedade simples e Sociedade empresária.
Sociedade empresária
Essa sociedade era chamada, anteriormente ao novo Código Civil, de 
Sociedade Comercial. Esse tipo de sociedade tem por objetivo o exercício 
da atividade própria de empresário, sendo que seus instrumentos de 
constituição e alterações devem ser registrados na Junta Comercial.
Sociedade simples 
Essa sociedade era chamada, anteriormente ao novo Código Civil, de 
Sociedade Civil. Esse tipo de sociedade explora atividade de prestação 
de serviços decorrentes de atividade intelectual (não empresário) e de 
cooperativa e seus registros são feitos em Cartório de Registro Civil de 
Pessoas Jurídicas.
Além disso, o Novo Código Civil determinou que, no nome empresarial, 
deve constar a designação do objetivo da sociedade, ou seja, por 
exemplo, para uma empresa limitada de comercialização de calçados 
denominada Calce Bem, o seu nome empresarial ficaria assim: Calce 
Bem Comércio de Calçados Ltda.
1.2.2 Classificação das sociedades quanto à personificação
As sociedades podem ser classificadas ainda de acordo com a sua 
personificação. 
Sociedades Não Personificadas
São aquelas que, embora tenham sido constituídas oral e documentalmente, 
ainda não tiveram formalizado o arquivamento ou o registro. 
 UNIUBE 11
Existem dois tipos de Sociedades Não Personificadas: 
a) Sociedade Comum: explora uma atividade econômica, mas sem 
registro. É denominada de sociedade de fato ou sociedade irregular.
b) Sociedade em Conta de Participação: contrato de investimento 
comum em que duas ou mais pessoas se unem para exploração 
de uma atividade econômica. Os sócios são divididos em ostensivo 
e participante. Ostensivo é o sócio que gerencia o negócio, sendo 
responsável perante terceiros, e o(s) sócio(s) participante(s) 
está(ão) na condição(ções) de mero(s) investidor(es).
Sociedades Personificadas
São as que estão legalmente constituídas e registradas em órgão 
competente, adquirindo personalidade formal. As sociedades 
personificadas, por sua vez, dividem-se em empresária simples e 
cooperativa. 
I - Sociedade empresária 
Tem por objetivo o exercício da atividade própria de empresário. Esse 
tipo de sociedade pode ser regulado pelos seguintes tipos:
a) Sociedade em Nome Coletivo
 Somente pessoas físicas podem fazer parte desse tipo de 
sociedade. Todos os sócios respondem pelas obrigações sociais 
de forma solidária e ilimitada (responsabilidade dos sócios vai 
além do capital). A administração da sociedade compete única e 
exclusivamente aos sócios. É um tipo de sociedade em desuso 
devido à responsabilidade dos sócios ser ilimitada;
12 UNIUBE
b) Sociedade em Comandita Simples 
 Existem dois tipos de categorias de sócios, os comanditados, 
que são pessoas físicas que respondem pelas obrigações 
sociais de forma solidária e ilimitada, cabendo-lhes os mesmos 
direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo, 
e os comanditários, que são os obrigados apenas pelo valor de 
sua quota, não podendo praticar qualquer ato de gestão, nem 
ter o seu nome na firma social. Caso os comanditários assim 
procedam, podem sujeitar-se às mesmas responsabilidades do 
sócio comanditado. Esta forma de sociedade é um tipo em desuso, 
apesar de ser melhor que a sociedade em nome coletivo, por 
admitir um tipo de sócio sem responsabilidade ilimitada.
 
c) Sociedade Limitada
 A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, 
sendo que cada um responde solidariamente pela integração do 
capital social. O capital social divide-se em quotas que podem ser 
iguais ou desiguais, cabendo uma ou várias a cada um dos sócios. 
A administração da sociedade limitada é feita por uma ou mais 
pessoas estabelecidas pelo contrato social ou em ato separado. 
Ao final do exercício social, deve-se elaborar o inventário e os 
demonstrativos contábeis (Balanço Patrimonial e Demonstração 
do Resultado do Exercício). A maioria das empresas brasileiras são 
sociedades limitadas.
d) Sociedade em Comandita por Ações
 Esse tipo de sociedade empresária divide seu capital em ações e 
é regida pela legislação da sociedade anônima (S.A.), operando 
por firma ou denominação. A administração é feita única e 
exclusivamente por acionista(s), respondendo subsidiária e 
ilimitadamente pelas obrigações da empresa. Também é um tipo 
de sociedade em desuso, porém é tratada na Lei das Sociedades 
Anônimas.
 UNIUBE 13
e) Sociedade Anônima (Sociedade por Ações)
 Nela, o capital divide-se em ações, sendo que a responsabilidade 
de cada acionista é limitada apenas pelo preço de emissão das 
ações que subscrever ou adquirir. A legislação que rege esse tipo 
de sociedade é a Lei das S.A.: Lei nº 6.404/1976, atualizada pelas 
leis nº 11.638/2007 e nº 11.941/2009. 
Esse tipo de sociedade é sempre uma sociedade empresária, 
sendo que sua denominação deve vir sempre acompanhada 
da expressão companhia (Cia.) 
ou Sociedade Anônima (S.A.). A 
expressão companhia deve vir 
sempre anterior à denominação 
da empresa. Para constituição de 
uma S.A., é necessário que, pelo 
menos, duas pessoas subscrevam 
as ações correspondentes ao capital 
estabelecido no estatuto, sendo que 
10% das ações subscritas devem 
ser em dinheiro com depósito em 
estabelecimento bancário autorizado 
pela Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM).
Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM)
A CVM tem poderes para 
disciplinar, normatizar 
e fiscalizar a atuação 
dos diversos integrantes 
do mercado de valores 
mobiliários e a atuação de 
seus protagonistas, assim 
classificados, as companhias 
abertas, os intermediários 
financeiros e os investidores, 
além de outros cuja atividade 
gira em torno desse 
universo principal. Seu 
poder normatizador abrange 
todas as matérias referentes 
ao mercado de valores 
mobiliários. 
A constituição de uma S.A. pode ser feita de duas formas: 
• por subscrição pública, quando o grupo fundador subscreve parte do 
capital, e coloca à venda ao público outra parcela das ações;
• por subscrição particular, quando o grupo fundador subscreve todo 
o capital. 
As ações que constituem o capital de uma S.A. dividem-se, conforme a 
natureza dos direitos ou vantagens que conferem a seus titulares, em:
14 UNIUBE
• ordinárias – que são ações comuns sem quaisquer restrições com 
relação ao direito a voto, mas não são dotadas de nenhum outro 
privilégio;• preferenciais – que são aquelas ações que conferem prioridade na 
distribuição de dividendos e/ou no reembolso do capital com ou sem 
prêmio, devendo ser declarado em estatuto as prioridades conferidas 
às ações preferenciais. 
Existem alguns tipos de S.A. encontrados no mercado:
• Companhia aberta – que se diferencia 
das demais por captar recursos junto 
ao público, por meio da negociação 
de seus valores mobiliários (ações ou 
debêntures) em bolsas de valores ou 
no mercado de balcão organizado;
• Companhia fechada – diferente 
da anterior, pois não recorre ao 
público. Logo, suas ações não são 
negociadas em bolsas de valores, 
obtendo recursos entre os acionistas 
da própria sociedade para formação 
do seu capital próprio;
• Sociedade de Capital autorizado – 
classifica-se dessa forma por dispor, 
em seu estatuto, da autorização do 
aumento de capital até certo valor, 
denominado capital autorizado, sem 
a necessidade de assembleia geral 
e de reforma estatutária, sendo que 
o aumento é feito, gradativamente, a 
partir de emissão de ações até que 
o teto de capital autorizado, que foi 
estabelecido, seja atingido;
• Sociedade de Economia mista – é 
um tipo de S.A. em que a maioria das 
ações com direito a voto pertence ao
Bolsa de valores
As bolsas de valores são 
instituições administradoras 
de mercados. No caso 
brasileiro, a BM&FBOVESPA 
S/A - Bolsa de Valores, 
Mercadorias e Futuros é a 
principal bolsa de valores, 
administrando os mercados 
de Bolsa e de Balcão 
Organizado. 
Mercado de balcão 
organizado
É um mercado de títulos sem 
local físico definido para a 
realização das transações 
que são feitas por telefone 
ou por meio eletrônico entre 
as instituições financeiras. 
O mercado de balcão é 
chamado de organizado 
quando se estrutura como um 
sistema de negociação de 
títulos e valores mobiliários 
podendo estar organizado 
como um sistema eletrônico 
de negociação por terminais, 
que interliga as instituições 
credenciadas em todo o 
Brasil, processando suas 
ordens de compra e venda 
e fechando os negócios 
eletronicamente. 
 UNIUBE 15
 governo público (União ou entidades da Administração indireta), 
estabelecida por lei, tendo como finalidade a exploração de atividade 
econômica de interesse público.
É importante salientar que as S.A. têm obrigatoriedade de convocar 
assembleias, cujo anúncio deve ser publicado em jornais, anualmente, 
ou no primeiro quadrimestre do ano, para apresentação dos resultados 
do exercício anterior. Esse tipo de assembleia é denominada de ordinária. 
Após as assembleias, deve-se emitir uma ata, contendo um resumo dos 
assuntos tratados. Além das assembleias ordinárias, caso a empresa 
necessite discutir algum assunto importante, pode-se convocar uma 
assembleia extraordinária.
a) Cabe à CVM, entre outras, disciplinar as seguintes matérias: registro 
de companhias abertas; registro de distribuições de valores mobiliários; 
credenciamento de auditores independentes e administradores 
de carteiras de valores mobiliários; organização, funcionamento e 
operações das bolsas de valores; negociação e intermediação no 
mercado de valores mobiliários; administração de carteiras e a 
custódia de valores mobiliários; suspensão ou cancelamento de 
registros, credenciamentos ou autorizações; suspensão de emissão, 
distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decreto 
de recesso de bolsa de valores. 
b) A principal função de uma bolsa de valores é proporcionar um 
ambiente transparente e líquido, adequado à realização de negócios 
com valores mobiliários. Somente por meio das corretoras, os 
investidores têm acesso aos sistemas de negociação para efetuarem 
suas transações de compra e venda desses valores.
SAIBA MAIS
16 UNIUBE
c) No mercado de balcão organizado, são negociados valores mobiliários 
de empresas que são companhias registradas na CVM, e prestam 
informações ao mercado, não registradas nas bolsas de valores. O 
mercado de balcão organizado pode admitir a negociação somente 
de ações de companhias abertas com registro para negociação 
em mercado de balcão organizado. As debêntures de emissão de 
companhias abertas também podem ser negociadas em mercado de 
balcão organizado desde que cumpram os requisitos do mercado.
II - Sociedade Simples
Esse tipo de sociedade explora atividade de prestação de serviços 
decorrentes de atividade intelectual, tais como: advogados, médicos, 
engenheiros, dentistas, contadores etc., e podem ser estabelecidas 
segundo os mesmos tipos que as sociedade empresárias: 
• Sociedade em Nome coletivo;
• Sociedade em Comandita simples;
• Sociedade Limitada.
III - Sociedade Cooperativa
Essa sociedade é regida pelo Código Civil e pela Lei nº 5.741/1971. 
Algumas características são próprias desse tipo de sociedade, como:
• a variabilidade ou dispensa do capital social; 
• limitação do valor da soma de quotas que cada sócio poderá adquirir; 
• não há transferência das quotas do capital a terceiros estranhos à 
sociedade, mesmo que por herança; 
• direito de cada participante a um só voto nas deliberações 
independente do valor de sua participação; entre outras. 
 UNIUBE 17
Quadro 1: Quadro-resumo dos tipos de sociedades
Além disso, a sociedade cooperativa pode ser limitada ou ilimitada em 
relação à responsabilidade dos sócios. Quando a lei for omissa, aplicam-
se as disposições da sociedade simples.
Visualize, no Quadro 1, a seguir, um resumo do que já estudamos até 
agora:
QUADRO-RESUMO DAS SOCIEDADES
Sociedades 
pelo Código 
Civil
Tipos Detalhes
Não 
personificadas 
Não inscritas: 
constituída de 
forma oral e 
documental, 
porém não 
registrada.
Sociedade 
Comum 
(Sociedade 
de fato, sem 
registro)
No que for 
compatível, 
em ambas 
aplicam-se as 
disposições 
da Sociedade 
Simples.
Os sócios respondem 
solidária e 
ilimitadamente pelas 
obrigações. Também 
conhecida como 
Sociedade Irregular.
Sociedade 
em Conta de 
Participação
Um dos sócios 
é ostensivo 
(empreendedor, 
dirige o negócio e 
assume todas as 
responsabilidades). 
Outros sócios são 
participantes, 
apenas investidores.
18 UNIUBE
Personificada 
(legalmente 
constituída 
e registrada 
no órgão 
competente, 
passando a ser 
denominada 
pessoa 
jurídica).
Empresária
Diz respeito a quem exerce 
profissionalmente atividade 
econômica organizada para 
a produção ou circulação 
de bens ou de serviços.
É uma atividade própria de 
empresário com registro 
na Junta Comercial.
• Sociedade em 
Nome Coletivo
• Sociedade em 
Comandita Simples
• Sociedade 
Limitada
• Sociedade por 
Ações (Lei 
das S.A.)
• Sociedade em 
Comandita 
por Ações (Lei 
das S.A.)
Simples
Quem exerce profissão 
intelectual de natureza científica, 
literária ou artística, ainda com 
auxílio de colaboradores, salvo 
se o exercício da profissão 
constituir elemento de empresa.
Atividade de não empresário 
com registro no Cartório Civil.
• Sociedade 
Simples “Pura” 
ou Sociedade em 
Nome Coletivo
• Sociedade em 
Comandita Simples
• Sociedade 
Limitada
• Cooperativa
Cooperativas
(Legislação Especial 
e Código Civil)
• Responsabilidade 
dos sócios limitada
• Responsabilidade 
dos sócios ilimitada
Fonte: Adaptado de Iudícibus; Marion (2009, p. 11).
1.2.3 Empresa rural
Como já foi definido anteriormente, empresário é aquele que exerce 
atividade econômica organizada para a produção ou comercialização de 
bens e/ou serviços. Dessa forma, o produtor rural pode ser denominado 
de empresário rural quando efetua a inscrição na Junta Comercial. Caso 
não efetue a inscrição, é considerado um produtor rural autônomo.
 UNIUBE 19
Pode também existir a associação de duas ou mais pessoas formando 
uma sociedade empresária rural que deve ser inscrita na Junta Comercial. 
É importante salientar que, na atividade rural, somente poderá existir a 
categoria de Sociedade Empresária.
O Código Civil assegura tratamento diferenciado e simplificado ao 
empresário rural quanto à inscrição e os efeitos decorrentes dessa 
inscrição,não havendo a necessidade de contabilista, escrituração etc., 
como descrito pelo Regulamento do Imposto de Renda.
1.2.4 Sociedade sem fins lucrativos
É aquela em que ocorre a união de pessoas que se organizam para fins 
não econômicos, denominada de associação. Todos que fazem parte 
da associação devem ter direitos iguais, podendo ser estabelecido via 
estatuto categorias com vantagens especiais. Não há transmissibilidade 
da condição de associado, caso o estatuto não estabeleça o contrário. 
Só haverá a exclusão de um associado, caso haja uma justa causa.
Constituição de empresas1.3
Para que as empresas comerciais possam desenvolver suas atividades, 
é preciso que estejam devidamente constituídas e legalizadas.
A constituição das empresas comerciais é feita a partir da legalização 
de tais entidades. A legalização é realizada por meio de registro de seus 
atos constitutivos na Junta Comercial, Secretarias da Receita (Estadual 
e Federal), Prefeitura Municipal, Previdência Social, Delegacia Regional 
do Trabalho e todos os órgãos necessários à devida regularização das 
empresas que, dependendo da atividade a ser exercida, podem ainda 
estar sujeitas a registros em outros órgãos e à concessão de alvarás. 
20 UNIUBE
Apresentaremos, a seguir, todos os passos para tal regularização jurídica 
perante os órgãos governamentais, bem como os registros contábeis 
para constituição das empresas comerciais.
1.3.1 Registro e constituição de empresas: juridicamente
Para que as empresas comerciais possam desenvolver suas atividades, 
é preciso que estejam constituídas e legalizadas.
A legalização é feita por meio do registro de seus atos constitutivos 
na Junta Comercial do Estado; na Secretaria da Receita Federal; na 
Prefeitura Municipal da localidade; na Secretaria da Fazenda do Estado; 
na Previdência Social e na Delegacia Regional do Trabalho. Dependendo 
do ramo de atividade no qual irão atuar, as empresas comerciais podem 
estar sujeitas a registros em outros órgãos e à concessão de alvarás 
(RIBEIRO, 2009). 
Juridicamente, para constituição de uma empresa comercial, é necessária 
a elaboração de um contrato social (limitada) ou de um estatuto social 
(S.A.) ou de uma petição (empresa individual).
Nesse contrato, devem estar inseridas, de acordo com Iudícibus; 
Marion (2009, p. 60), algumas cláusulas fundamentais que devem ser 
consideradas antes do registro da empresa, que são: 
a) o tipo de sociedade adotado: empresa individual, sociedade 
simples, sociedade empresária (Ltda., S.A.);
b) a declaração precisa do objeto social: o ramo de negócio que a 
empresa exercerá;
c) o capital social, a participação e a responsabilidade de cada sócio: 
o valor do capital social, o quinhão de cada sócio;
d) qualificação dos sócios: nome, nacionalidade, estado civil, número 
da identidade, residência;
 UNIUBE 21
Quadro 2: Passos jurídicos para estruturação e registro de uma empresa 
Passos Sociedade Simples Sociedade Empresária
1. Averiguar 
possíveis 
semelhanças na 
denominação, 
marca, logotipo, 
expressão etc.
• Ir até o Instituto 
Nacional de 
Propriedade Industrial 
(INPI), ou empresas 
particulares de 
marcas e patentes.
• Idem; a busca da 
denominação já 
existente também pode 
ser na Junta Comercial.
2. Registro do 
Contrato Social 
ou Estatuto e 
obtenção do 
CNPJ (Cadastro 
Nacional de 
Pessoas Jurídicas)
• Ir até o Cartório de 
Registro Civil de 
Pessoa Jurídica 
ou repartição que 
lhe faça as funções 
competentes.
• Ir até a Junta Comercial 
ou órgão competente. 
Preencher a Ficha de 
Cadastro Nacional 
de Sociedade. A 
obtenção do Cadastro 
Nacional de Pessoa 
Jurídica – CNPJ – 
também acontece 
nessa oportunidade.
e) denominação da empresa e sede: o nome comercial da empresa, 
bem como a sua localização, município;
f) prazo de duração da sociedade: normalmente, o prazo é 
indeterminado;
g) outras informações: destaque dos sócios-gerentes; forma de 
integralização do capital; atitudes no caso de falecimentos de 
sócios etc.
Para que o contrato (ou petição ou estatuto social) seja estruturado de 
forma adequada, realizando o registro jurídico da empresa, é necessário 
seguir alguns passos dispostos no Quadro 2, que contempla os passos 
para uma empresa prestadora de serviços, a seguir: 
22 UNIUBE
3. Registro de 
Invenção, modelos 
e desenhos, 
marcas, sinais ou 
expressões de 
propaganda etc.
• Ir até o INPI – 
Instituto Nacional de 
Propriedade Industrial.
• Idem. Para ambos 
os tipos societários 
serão observados: 
originalidade, falta 
de colidência com 
registros existentes 
e licitude (não ser 
contrária à lei, à moral, 
nem atentar contra os 
bons costumes...).
4. Registros 
específicos, 
inscrições
• Ir até a Prefeitura 
Municipal local para 
realizar a inscrição 
municipal; a empresa 
obterá um número: 
CCM – Cadastro do 
Contribuinte Municipal.
• Ir até a Secretaria da 
Fazenda Estadual para 
realizar a Inscrição 
Estadual. Nesse 
momento, haverá o 
preenchimento da 
DECA (Declaração 
Cadastral), juntando-se 
alguns fiscais. Sendo 
prestação de serviços 
também terá que ir à 
Prefeitura Municipal.
5. Matrícula 
no INSS
• Ir até o Instituto 
Nacional da 
Seguridade 
Social – INSS.
• Tal matrícula já é feita 
acoplada ao registro na 
Junta Comercial. Caso 
contrário, ir ao INSS.
6. Órgãos 
fiscalizadores 
de exercícios 
de profissão
• Registros junto 
aos Conselhos 
Regionais ou Ordens 
que fiscalizam 
o exercício de 
profissionais liberais.
• Idem no caso de 
Prestação de Serviços.
Fonte: Adaptado de Iudícibus e Marion (2009, p. 62). 
 UNIUBE 23
Ao se constituir uma empresa, é necessário que os registros e os 
acontecimentos que ocorrem diariamente sejam registrados em livros 
próprios, nos quais fica configurada a própria vida da empresa.
Segundo estabelece o Artigo 1.179, do Código Civil Brasileiro, todas 
as empresas estão obrigadas a seguir um sistema de contabilidade, 
mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus 
livros, em correspondência com a documentação respectiva. O 
controle contábil das empresas começa com a escrituração dos atos 
administrativos relevantes e de todos os fatos administrativos no livro 
Diário, contemplando-se, depois, nos demais livros de escrituração 
(RIBEIRO, 2009, p. 22). 
Estão dispensados da escrituração contábil, de acordo com o Código 
Civil, somente o empresário rural, o 
empresário individual de microempresas 
(cuja receita bruta anual deve ser até R$ 
36 mil) e a pequena empresa (cuja receita 
bruta anual deve ser até R$ 240 mil). A 
pequena empresa, se optante do Simples, 
pode adotar o registro e controle por meio 
de uma contabilidade simplificada.
Os livros de escrituração têm várias finalidades. Uns servem para 
registrar as compras, outros para registrar vendas, controlar estoques, 
os resultados fiscais, ou seja, há livros para várias intenções.
Os livros principais e obrigatórios pela legislação são o livro Diário e 
o livro Razão, que registram todos os eventos diários que afetam a 
situação patrimonial de uma empresa comercial.
Além desses dois livros obrigatórios, existem também outros obrigatórios 
segundo cada tipo de legislação:
Simples
Simples é um sistema de 
tributação simplificado, 
criado pelo governo federal 
especificamente para 
beneficiar as microempresas 
e as empresas de pequeno 
porte.
24 UNIUBE
a legislação comercial (Lei nº 5.474/68) exige o Livro de Registro de 
Duplicatas;
a legislação tributária exige no âmbito federal:
• o Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR, se optante pela 
tributação com base no lucro real;
• o Livro Caixa, se optante pelo Simples ou pela tributação do imposto 
de renda com base no Lucro Presumido.
É possível a opção pela tributação do imposto de renda com base 
no Lucro Presumido; as pessoas jurídicas, cuja receita bruta total, no 
ano-calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 48 milhões, 
desde que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real (Art. 516 
do RIR/99).
• A legislaçãotributária exige no âmbito estadual: cada estado pode 
obrigar a adoção de vários livros como Registro de Entrada, Registro 
de Saídas, Registro de Inventário, Registro de Apuração do ICMS 
etc.
• A legislação tributária exige no âmbito municipal: cada município 
pode obrigar a escrituração de alguns livros específicos. O mais 
comum é o Livro de Registro de Notas Fiscais e Faturas de Serviços.
• A legislação societária (empresas S.A.) exige que se cumpram 
as determinações da legislação comercial, societária (Lei nº 
6.404/1976 e atualizações) e os princípios contábeis. Estabelece 
(Lei nº 6.404/1976, Art. 100) que, além dos livros obrigatórios aqui 
já citados, alguns devem ser considerados. São eles:
• Livro de Registro de Ações Nominativas;
• Livro de Transferência de Ações Nominativas;
• Livro de Registro de Partes Beneficiárias Nominativas;
• Livro de Atas de Assembleias Gerais;
• Livro de Presença dos Acionistas;
• Livro de Atas das Reuniões da Diretoria;
• Livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração;
• Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal;
 UNIUBE 25
• Livro de Registro de Partes Beneficiárias Endossáveis;
• Livro de Registro de Debêntures Endossáveis;
• Livro de Registro de Bônus de Subscrição Endossáveis.
Existem os livros auxiliares que são utilizados para o registro de eventos 
específicos. Muitos deles já são exigidos por legislações específicas 
como os livros Caixa, Contas-correntes, Registro de Duplicatas, que 
servem de suporte aos livros Razão e Diário.
É importante destacar que entre os livros de escrituração, o Diário, por 
destinar-se ao registro de todos os eventos que ocorrem no dia a dia 
das entidades, é o mais importante sob o ponto de vista legal, enquanto 
o Razão, por permitir o controle em separado de cada conta, é o mais 
importante sob o ponto de vista contábil (RIBEIRO, 2009). 
Outro ponto importante a ser destacado é que as legislações 
previdenciária e trabalhista podem reiterar a manutenção dos livros 
exigidos pelas outras legislações e também exigir a adoção de outros, 
como o Livro de Registros de Empregados, de Registro de Horário de 
Trabalho e de Inspeção do Trabalho exigidos pela legislação trabalhista.
1.3.2 Constituição de empresas: registros contábeis
Os primeiros lançamentos a serem registrados no livro Diário são os 
fatos que ocorrem na fase de constituição das empresas comerciais. 
Dessa forma, abordaremos, neste tópico, a contabilização dos fatos que 
ocorrem na fase de constituição das empresas, destacando as empresas 
limitadas (Ltda.) e as sociedades anônimas (S.A.).
Sociedade Limitada
O primeiro fato a ser registrado na contabilidade ao constituir-se 
uma sociedade limitada é a subscrição do capital, ou seja, o capital
26 UNIUBE
comprometido e assumido pelos sócios por meio de contrato social 
assinado por eles (sócios), no qual é estipulado o valor total do capital e 
a parte que cabe a cada um dos sócios.
Para exemplificar, suponha que dois sócios, José Maria e João de 
Deus, em 01/12/2009, firmaram um contrato social para constituição da 
empresa Glória Comércio de Jogos de Mesa Ltda., comprometendo-se 
a fornecer à empresa um capital de R$ 100.000, sendo que o sócio João 
de Deus participará com 55% do capital assumido. Veja o lançamento 
no Quadro 3:
Data
Títulos das contas/
histórico
Código 
da 
Conta
Débito Crédito
2009
dezembro 01
CAPITAL A INTEGRALIZAR
 CAPITAL SUBSCRITO
Capital assumido 
(subscrito)
na constituição da empresa
Glória Comércio 
de Jogos de
Mesa Ltda., conforme 
contrato
arquivado na Junta 
Comercial
sob nº 21.224, pelos sócios:
 
José Maria
R$ 45.000 por 45 quotas 
a R$ 1.000 cada uma
João de Deus
R$ 55.000 por 55 quotas 
a R$ 1.000 cada uma
3.1.2
3.1.1
100.000
----
----
100.000
Quadro 3: Lançamento 1 no Diário
 UNIUBE 27
Em seguida, os sócios devem integralizar o capital, ou seja, fornecer 
(entregar) o capital comprometido à empresa. Essa entrega pode ser 
total, quando os sócios integralizam toda a parte prometida, ou parcial, 
quando os sócios entregam apenas uma parte do capital subscrito.
A integralização pode ser realizada com a entrega de bens ou direitos 
como o dinheiro, bens como móveis e utensílios, veículos, máquinas, 
mercadorias etc. e direitos a receber como ações de outras empresas, 
duplicatas a receber etc.
Agora, suponha que os sócios decidiram integralizar, em 15/12/2009, 
40% do capital comprometido em dinheiro, por meio de cheque nominal 
em favor da empresa. O lançamento dessa decisão fica assim:
Data Títulos das contas/histórico
Código 
da 
Conta
Débito Crédito
2009
dezembro 15
CAIXA 
CAPITAL A INTEGRALIZAR
Recebimento dos cheques 
nominais para integralização 
de 40% do capital dos sócios.
José Maria
R$ 18.000 cf. cheque nº 999, 
do Banco do Brasil S.A.
João de Deus
R$ 22.000 cf. cheque nº 329, 
do Banco Bradesco S.A.
1.1.1
3.1.2
40.000
---
---
40.000
Sendo assim, a situação patrimonial da empresa é a seguinte, após a 
integralização do capital:
Quadro 4: Lançamento 2 no Diário
28 UNIUBE
Ativo Passivo e PL
15/12/2009 15/12/2009
Circulante
 Caixa
 Bancos c/Movimento
Não Circulante
 Investimentos
 Imobilizado
 Intangível
40.000
--
--
--
--
Passivo Circulante
Passivo Não Circulante
Patrimônio Líquido
 Capital Subscrito
 (-) Capital a 
Integralizar
 Capital Realizado
--
--
100.000
(60.000)
40.000
TOTAL 40.000 TOTAL 40.000
Quadro 5: Balanço Patrimonial
Sociedade Anônima
A primeira etapa para constituição de uma Sociedade Anônima 
é determinar os aspectos jurídicos da empresa e planejar a sua 
organização, que farão parte do Projeto do Estatuto da Sociedade. Após 
a determinação do Projeto é que os fundadores dão início à captação 
de recursos por meio de adesões iniciais ao capital, ou seja, subscrição 
do capital.
Para exemplificar, suponha que a Companhia Coração Laçado esteja 
autorizada, pelo seu projeto, à seguinte composição: 
• 11 milhões de ações ordinárias com valor nominal de R$ 2,00 cada 
uma;
• 9 milhões de ações preferenciais com valor nominal de R$ 2,00 
cada uma.
Supondo que a subscrição seja total e que não tenha ágio (ação vendida 
por valor maior que o nominal), ocorreria o seguinte lançamento: débito 
de R$ 40.000.000 em Capital a Integralizar e crédito de R$ 40.000.000 
em Capital, confome Quadro 6:
 UNIUBE 29
Data
Títulos das 
contas/histórico
Código 
da Conta
Débito Crédito
2009
dezembro 01
CAPITAL A 
INTEGRALIZAR
 
 Histórico
Ações ordinárias 
subscritas 
11.000.000 x 
R$ 2,00 cada 
uma ...........
R$ 22.000.000
 
 Ações 
preferenciais 
subscritas 
9.000.000 x 
R$ 2,000 cada 
uma ............. 
R$ 18.000.000
................
................
40.000.000
--
--
40.000.000
Os acionistas resolveram integralizar o capital com 15% do preço de 
emissão das ações subscritas em dinheiro com depósito no Banco do 
Brasil S.A. Fato esse que só pode ser realizado após ser adquirida 
a personalidade jurídica (estatuto arquivado na Junta Comercial), e 
ocasionar o seguinte lançamento: débito de R$ 6.000.000, em Bancos 
c/Movimento, e crédito de R$ 6.000.000, em Capital a Integralizar. Veja 
Quadro 7:
Quadro 6: Lançamento 3 no Diário
30 UNIUBE
Data
Títulos das contas/
histórico
Código 
da conta
Débito Crédito
2009
dezembro 15
BANCOS – C/
MOVIMENTO
CAPITAL A 
INTEGRALIZAR
 Histórico ..............
 Ações ordinárias 
integralizadas: 
R$ 22.000.000 x 15% 
= R$ 3.300.000
 Ações preferenciais 
integralizadas: R$ 
18.000.000 x 15% 
= R$ 2.700.000
................
................
6.000.000
--
--
6.000.000
Caso tenha ágio no aumento de capital por ocasião da venda, o 
lançamento contábil que deve ser realizado é o de integralização de 
capital (sem o valor do ágio): débito em Bancos c/Movimento e crédito 
em Capital a Integralizar, em seguida, deve-se lançar o valor do ágio a 
débito em Bancos c/Movimento e a crédito em Ágio na Emissão de Ações 
(Reserva de Capital).
É importante ressaltar que se pode constituir empresa sociedadeanônima 
com ações sem valor nominal, ou seja, o preço de emissão sem valor é 
fixado pelos fundadores na constituição da sociedade e, nos aumentos 
de capital, pela Assembleia Geral ou, se o estatuto assim dispuser, pelo 
Conselho de Administração. 
Um fato significativo a ser citado é a alteração feita pela Lei nº 
11.941/2009 relativa à contabilização dos gastos com a constituição 
de uma empresa ou Gastos Pré-operacionais que eram classificados
Quadro 7: Lançamento 4 no Diário
 UNIUBE 31
como Ativo Diferido. Com a extinção do Ativo Diferido pela referida lei, 
esses gastos devem ser contabilizados como despesas do período 
ou, caso tenham características fortes de Ativo Intangível, podem ser 
contabilizados como tal.
Esquema básico de escrituração contábil: uma revisão1.4
Como já definimos toda a parte conceitual de estruturação e registro 
das empresas comerciais, é importante, neste momento, fazermos 
uma recapitulação do que já foi estudado durante o curso de Ciências 
Contábeis em relação à Contabilidade, principalmente no que se refere à 
parte conceitual básica da teoria, para que com isso todos estejam aptos 
a acrescentar informações relativas à Contabilidade Comercial.
Dessa forma, neste tópico, abordaremos os conceitos e noções básicas 
de Contabilidade, a fim de contextualizarmos e prepararmos você para 
as especificidades da Contabildiade Comercial.
Segundo CPC nº 4, o Ativo Intangível é um ativo não monetário identificável 
sem substância física. As entidades frequentemente despendem recursos ou 
contraem obrigações com a aquisição, o desenvolvimento, a manutenção ou 
o aprimoramento de recursos intangíveis como conhecimento científico ou 
técnico, desenho e implantação de novos processos ou sistemas, licenças, 
propriedade intelectual, conhecimento mercadológico, nome, reputação, 
imagem e marcas registradas (incluindo nomes comerciais e títulos de 
publicações). Exemplos de itens que se enquadram nessas categorias 
amplas são: softwares, patentes, direitos autorais, direitos sobre filmes 
cinematográficos, listas de clientes, direitos sobre hipotecas, licenças de 
pesca, quotas de importação, franquias, relacionamentos com clientes ou 
fornecedores, fidelidade de clientes, participação no mercado e direitos de 
comercialização.
IMPORTANTE!
32 UNIUBE
1.4.1 Equação patrimonial
De acordo com Ribeiro (2009, p. 4), “um dos atributos da Contabilidade 
é permitir o controle da movimentação do patrimônio das empresas”. 
O patrimônio de uma empresa é modificado a partir de seus eventos 
diários. A Contabilidade registra esses eventos podendo, assim, fornecer 
informações sobre a situação do patrimônio sempre que preciso. Esse 
processo de registrar os eventos diários de uma empresa é denominado 
de escrituração contábil.
A escrituração contábil tem como finalidade primordial a apuração 
do patrimônio de uma empresa em certo momento. Dessa forma, a 
identidade fundamental da Contabilidade é anunciada pela seguinte 
expressão:
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO – PASSIVO
Uma forma alternativa de expressar a identidade fundamental da 
Contabilidade é demonstrada pela expressão a seguir:
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A identidade patrimonial sempre deve ser satisfeita, qualquer que seja o 
evento ou operação a ser registrada.
Iudícibus; Marion (2009, p. 27), criticam a equação aqui expressa, 
dizendo que:
Embora a equação [...] seja sempre clara ao expressar 
os acréscimos ou decréscimos do Patrimônio Líquido, 
decorrentes das operações registradas pela entidade, 
ou apenas para deixar inalterado o valor do Patrimônio 
Líquido nos casos em que as operações apenas 
provoquem alterações compensadas entre Ativo e 
Passivo ou entre Ativo e Ativo e Passivo e Passivo, ela
 UNIUBE 33
não satisfaz quando explica a composição de todas as 
contas que aprecem num Balancete de Verificação. 
Essas, ao contrário do Balanço, desdobram o 
Patrimônio Líquido, basicamente a parcela derivada 
de lucros, em contas de Receitas, Despesas, Perdas e 
Ganhos.
Devido a esse fato, estes autores acrescentaram à expressão esboçada 
anteriormente, os termos Receitas, Despesas, Perdas e Ganhos 
derivados de Lucros e pertencentes ao Patrimônio Líquido.
Antes de mostrarmos como ficaria a expressão com os termos 
anteriormente citados, é fundamental entendermos de forma rápida os 
conceitos de cada um desses termos.
Iudícibus (2004, p. 168) define a Receita da seguinte maneira:
Receita é a expressão monetária, validada pelo 
mercado, do agregado de bens e serviços da entidade, 
em sentido amplo (em determinado período de tempo), 
e que provoca um acréscimo concomitante no Ativo e 
no Patrimônio Líquido, considerado separadamente 
da diminuição do Ativo (ou do acréscimo do Passivo) 
e do Patrimônio Líquido provocados pelo esforço em 
produzir tal receita.
Sendo assim, é importante verificar que as Receitas não podem ser 
confundidas com os ganhos extraordinários que a entidade possa vir a 
conseguir.
Para Iudícibus; Marion (2002, p. 174):
os ganhos representam itens não recorrentes 
(repetitivos) que têm o mesmo efeito líquido no 
patrimônio, mas que podem surgir na atividade normal 
de uma empresa, ao passo que a receita sempre surge 
de atividades normais. 
34 UNIUBE
Todavia, é importante lembrar que essa definição considera que o ganho 
pode ser a partir de atividades normais da empresa. Portanto, Iudícibus 
(2004, p. 175) menciona que “especificamente, um ganho representa 
um resultado líquido favorável resultante de transações ou eventos 
não relacionados às operações normais do empreendimento”. Logo, o 
ganho é gerado por atividades não relacionadas às atividades normais 
da entidade, ou seja, os ganhos não podem se assemelhar às receitas. 
Para a definição de despesa, Iudícibus et al. (2006, p. 66) dizem que:
entende-se por despesa o consumo de bens ou 
serviços, que direta ou indiretamente, ajuda a produzir 
uma receita. Diminuindo o Ativo ou aumentando o 
Passivo, uma despesa é realizada com a finalidade de 
se obter uma receita. 
Dessa forma, os sacrifícios de ativos incorridos, direta ou indiretamente, 
para obtenção de receita, acabam sendo considerados como despesas 
do período.
As perdas incluem itens que impactam o Ativo e o Patrimônio Líquido 
da mesma maneira que as despesas que não surgem das atividades 
normais da entidade, sendo, na maioria das vezes, imprevisíveis. 
Iudícibus (2004, p. 176) mostra que “no caso específico das perdas, 
pode ser utilizada esta expressão como oposto de ganho. Trata-se do 
efeito líquido desfavorável que não surge das operações normais do 
empreendimento”. Portanto, perdas de valor de ativos, não previstas 
anteriormente, são, indubitavelmente, perdas, mas se forem previstas, 
podem ser alocadas como despesas.
A Figura 1, a seguir, demonstra os efeitos que Receitas, Ganhos, 
Despesas e Perdas têm na apuração do Resultado e no Patrimônio 
Líquido das empresas.
 UNIUBE 35
Figura 1: Efeitos da Receita, Ganho, Despesa e Perdas na Apuração do Resultado e 
no PL.
Fonte: Adaptado de Marion (2004).
Voltando à ideia proposta anteriormente de acrescentar à expressão 
fundamental da Contabilidade Receitas, Despesas, Perdas e Ganhos, a 
representação ficaria da seguinte maneira:
ATIVO + DESPESAS + PERDAS = PASSIVO + RECEITAS + 
GANHOS + PATRIMÔNIO LÍQUIDO (CONTAS DE CAPITAL)
 
Todavia é importante lembrar que, trabalhando melhor a expressão, 
poderíamos deduzir que Receitas + Ganhos – Despesas – Perdas seriam 
iguais ao Resultado do Exercício atual, sendo assim a expressão ficaria:
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
(anterior) + RESULTADO DO EXERCÍCIO
 
E se o Patrimônio Líquido do ano anterior for incorporado ao Resultado 
do Exercício, obtém-se o novo Patrimônio Líquido, podendo-se voltar à 
expressão reduzida e fundamental da contabilidade:
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
36 UNIUBE
Portanto, por mais que existam variações do Patrimônio Líquido, geradas 
pelo lucro apurado, a expressão sempre será verdadeirae constatada 
após o fechamento de todas as transações contábeis relativas ao 
exercício social finalizado. 
1.4.2 Estática patrimonial
Para entendermos melhor o processo de escrituração e acumulação 
de registros da contabilidade, é preciso ter em mente a figura de uma 
balança (que denota o Balanço Patrimonial). Na balança demonstrada 
na Figura 2, a seguir, do lado esquerdo, tem-se o Ativo e, do lado direito, 
tem-se o Passivo e o Patrimônio Líquido. Desse modo, para se manter o 
equilíbrio, o Ativo tem que ser igual à soma do Passivo e do Patrimônio 
Líquido.
Figura 2: Demonstração da estática patrimonial.
Fonte: Adaptado de Marion (2004).
Todavia existem algumas outras configurações do estado patrimonial de 
uma empresa. Suponhamos a balança, mas, dessa vez, manteremos 
o ATIVO do lado esquerdo e apenas o PASSIVO do lado direito. Se 
ambos tiverem valores iguais, o equilíbrio será conseguido. Mas, 
como normalmente Ativo e Passivo apresentam valores diferentes, a 
balança fatalmente penderá para um dos lados. O peso (valor) que 
colocaremos apenas para a obtenção do equilíbrio é o que chamamos de 
Patrimônio Líquido e, é lógico, está no lado de menor valor (IUDÍCIBUS 
 UNIUBE 37
• Situação 1: Quando o ATIVO for igual ao PASSIVO
• Situação 2: Quando o ATIVO for maior que o PASSIVO
• Situação 3: Quando o ATIVO for igual ao PATRIMÔNIO LÍQUIDO e 
o PASSIVO igual a zero
et al., 2006, p. 32-33). A seguir, apresentamos as situações de 
configurações do estado patrimonial de uma empresa. 
38 UNIUBE
• Situação 4: Quando o ATIVO for menor que o PASSIVO
1.4.3 Operações de uma empresa
Para exemplificar as diversas situações patrimoniais, a seguir, 
mostraremos algumas operações de uma empresa, com os respectivos 
Balanços, demonstrando a contínua igualdade entre os dois lados do 
Balanço.
1ª OPERAÇÃO: Subscrição do capital social
Constituição da empresa Sorriso S.A., com capital subscrito e 
integralizado em dinheiro por três sócios, no valor total de R$ 4.000, 
em 02/01/2009. Após a subscrição do capital, o Balanço fica como no 
Quadro 8:
Quadro 8: Balanço da empresa Sorriso S.A.
4.0004.000
4.000Capital subscrito4.000Caixa
Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo
Em $ mil
Balanço Patrimonial em 02/01/2009
Sorriso S.A
 UNIUBE 39
2ª OPERAÇÃO: Aquisição de imóvel
Aquisição de um edifício por R$ 1.200, sendo o pagamento efetuado à 
vista, em 10/02/2009. Após a aquisição, o Balanço evolui para o Quadro 9:
3ª OPERAÇÃO: Compra de mercadorias
A seguir, a empresa adquiriu mercadorias junto a fornecedores, a prazo, 
pelo valor de R$ 2.000, em 13/02/2009. Após a aquisição, o Balanço fica 
na forma visualizada no Quadro 10:
4ª OPERAÇÃO: Compra de Veículo
Quadro 9: Aquisição imóvel pela Sorriso S.A.
4.0004.000
4.000Capital
2.800
1.200
Caixa
Imóveis
Ativo
Em $ mil
Sorriso S.A
Balanço Patrimonial em10/02/2009
Passivo e Patrimônio Líquido
Quadro 10: Aquisição mercadorias pela Sorriso S.A.
6.0006.000
2.000
4.000
Fornecedores
Patrimônio Líquido
Capital
2.800
1.200
Caixa
Imóveis
Estoque de Mercadorias
Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo
Em $ mil
Balanço Patrimonial em 13/02/2009
Sorriso S.A
2.000
Passivo
6.0006.000
2.000
4.000
Fornecedores
Patrimônio Líquido
Capital
2.800
1.200
Caixa
Imóveis
Estoque de Mercadorias
Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo
Em $ mil
Balanço Patrimonial em 13/02/2009
Sorriso S.A
2.000
Passivo
40 UNIUBE
Aquisição de um veículo, à vista, por R$ 200, em 20/02/2009. Após a 
aquisição, o Balanço fica da seguinte forma (Quadro 11):
5ª OPERAÇÃO: Venda de parte do edifício
Venda do pavimento superior do edifício, em 23/02/2009, pelo valor de 
custo de R$ 600 mediante nota promissória emitida pelo comprador. Após 
a venda, o Balanço fica da seguinte forma (Quadro 12):
6ª OPERAÇÃO: Pagamento de obrigação
Quadro 11: Aquisição veículo pela empresa Sorriso S.A.
6.0006.000
2.000
4.000
Passivo
Fornecedores
Patrimônio Líquido
Capital
2.600
1.200
2.000
200
Caixa
Imóveis
Estoque de Mercadorias
Veículos
Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo
Em $ mil
Balanço Patrimonial em 20/02/2009
Sorriso S.A
6.0006.000
2.000
4.000
Passivo
Fornecedores
Patrimônio Líquido
Capital
2.600
1.200
2.000
200
Caixa
Imóveis
Estoque de Mercadorias
Veículos
Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo
Em $ mil
Balanço Patrimonial em 20/02/2009
Sorriso S.A
Quadro 12: Venda parte de imóvel empresa Sorriso S.A.
6.0006.000
2.000
4.000
Passivo
Fornecedores
Patrimônio Líquido
Capital
Caixa
Imóveis
Estoque de Mercadorias
Veículos
Títulos a Receber
Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo
Em $ mil
Balanço Patrimonial em 23/02/2009
Sorriso S.A
2.600
600
2.000
200
 UNIUBE 41
Pagamento, em 05/03/2009, de R$ 1.300, a fornecedores. Após o 
pagamento, o Balanço fica da seguinte forma (Quadro 13):
7ª OPERAÇÃO: Recebimento de direito
Recebimento, em 10/03/2009, de R$ 400, como parte da venda do 
edifício. Após o recebimento, o Balanço fica da seguinte forma (Quadro 
14):
Percebe-se, de forma notável, que houve uma contínua igualdade 
entre os dois lados do Balanço, concluindo que o equilíbrio é premissa 
fundamental para formação do Balanço Patrimonial.
Quadro 13: Quitação parte compromisso junto a fornecedores.
4.700
700
4.000
Passivo
Fornecedores
Patrimônio Líquido
1.300
600
2.000
200
600
Caixa
Imóveis
Estoque de Mercadorias
Veículos
Títulos a Receber
Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo
Em $ mil
Balanço Patrimonial em 05/03/2009
Sorriso S.A
4.700
Quadro 14: Recebimento parcial venda do edifício.
4.700
700
4.000
Passivo
Fornecedores
Patrimônio Líquido
Capital
1.700
600
2.000
200
Caixa
Imóveis
Estoque de Mercadorias
Veículos
Títulos a Receber
Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo
Em $ mil
Balanço Patrimonial em 10/03/2009
Sorriso S.A
200
4.700
700
4.000
Passivo
Fornecedores
Patrimônio Líquido
Capital
1.700
600
2.000
200
Caixa
Imóveis
Estoque de Mercadorias
Veículos
Títulos a Receber
Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo
Em $ mil
Balanço Patrimonial em 10/03/2009
Sorriso S.A
200
4.700
700
4.000
Passivo
Fornecedores
Patrimônio Líquido
Capital
1.700
600
2.000
200
Caixa
Imóveis
Estoque de Mercadorias
Veículos
Títulos a Receber
Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo
Em $ mil
Balanço Patrimonial em 10/03/2009
Sorriso S.A
200
42 UNIUBE
1.4.4 Patrimônio
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. 
Os bens e direitos são representados pelo Ativo e as obrigações pelo 
Passivo. Para tanto, conceituaremos esses elementos (Ativo e Passivo) 
chegando a uma definição final de Patrimônio Líquido.
Para conceituar Ativo, é importante ter em mente a ideia de que se uma 
empresa ou entidade adquire um ativo, subentende-se que esse ativo 
ajudará a gerar um fluxo de caixa positivo no futuro.
Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), em seu 
Pronunciamento Contábil Básico – Estrutura Conceitual (2008, p.16), 
o “Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de 
eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios 
econômicos para a entidade”. O Comitê complementa: 
O benefício econômico futuro embutido em um ativo é 
o seu potencial em contribuir, direta ou indiretamente, 
para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a 
entidade.
[...] A entidade geralmente usa os seus ativos na 
produção de mercadorias ou prestação de serviços 
capazes de satisfazer os desejos e necessidades dos 
clientes.
[...] Os ativos de uma entidade resultam de transações 
passadas ou outros eventos passados. (CPC, 2008, p. 
17).
Iudícibus; Marion (2002, p. 144) utilizam como exemplo para se entender 
o significado do ativo uma analogia com a pessoa física que possui um 
patrimônio individual:
Ninguém adquire ou fabrica um ativo para que fique à 
disposição, sem nada render para a pessoa. Mesmo 
quando se adquirem joias de uso pessoal, obras de 
arte, sempre existe a esperança de, num futuro, se a 
 UNIUBE 43
famíliaprecisar, esses ativos poderem se transformar 
em dinheiro. O que se dirá então dos outros ativos? 
Você tem um carro a fim de que possa ser transportado 
com segurança ao trabalho, trabalho esse que lhe gera 
um fluxo positivo de caixa. Mesmo quando o carro é 
utilizado no final de semana, para o lazer, por propiciar a 
seu proprietário (o lazer) reparação das energias físicas 
e psíquicas, acaba contribuindo, indiretamente, para 
que tenha condições de gerar, no futuro, a entrada de 
fluxos positivos de caixa, como consequência de seu 
trabalho.
 
Dessa forma, é notável que a aquisição de ativos surge da necessidade 
de poder contar com um potencial de serviços que, de alguma forma, 
poderá gerar a entrada de fluxos de caixa à entidade, imediatamente ou 
no futuro, a fim de manter suas operações, gerando receitas excedentes 
ao valor de sacrifício de outros ativos.
Espera-se, portanto, que todos os ativos de alguma forma tornem-se 
dinheiro em um determinado momento, já que o que interessa aos sócios 
ou acionistas da empresa é justamente essa conversão como forma de 
remunerá-los.
Já o Passivo compreende todas as exigibilidades que a empresa tem 
para com terceiros. Toda exigibilidade acarreta uma obrigação no 
momento de sua avaliação, sendo a empresa responsável em cumprir 
todas essas obrigações.
Iudícibus; Marion (2002, p. 159) afirmam que “as obrigações podem ser 
legalmente executáveis como consequência de um contrato restritivo 
(obrigatório) ou algum requisito estatutário ou legal. Esse é normalmente 
o caso, por exemplo, com valores a pagar correspondentes a bens e 
serviços recebidos”.
Para o CPC (2008, p. 16), o Passivo é definido como “[...] uma obrigação 
presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação 
44 UNIUBE
se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios 
econômicos”. 
O Comitê acrescenta:
Uma característica essencial para a existência 
de um passivo é que a entidade tenha uma 
obrigação presente. Uma obrigação é um dever 
ou responsabilidade de agir ou fazer de uma certa 
maneira. As obrigações podem ser legalmente 
exigíveis em consequência de um contrato ou de 
requisitos estatutários. (...) A liquidação de uma 
obrigação presente geralmente implica na utilização, 
pela entidade, de recursos capazes de gerar benefícios 
econômicos a fim de satisfazer o direito da outra parte 
(CPC, 2008, p. 19).
As obrigações surgem também, naturalmente, a partir de negociações 
comerciais diárias das empresas, a fim de praticar bons hábitos e 
relações amigáveis tanto com clientes quanto com fornecedores e 
vice-versa.
De acordo com Iudícibus; Marion (2002, p. 160), “a liquidação ou 
pagamento de uma exigibilidade usualmente envolve o fato de a entidade 
entregar recursos que têm em seu bojo benefícios econômicos a fim de 
satisfazer o direito de outra contratante”. Sendo assim, a liquidação de 
uma exigibilidade pode ocorrer por meio do pagamento em dinheiro, 
transferência de outros ativos, execução de serviços, substituição de 
uma exigibilidade por outra, como também a conversão da exigibilidade 
em item do Patrimônio Líquido.
Para finalizar e conceituar realmente o Patrimônio Líquido, diante dos 
conceitos já expostos, utilizaremos as ideias de Iudícibus (2004, p. 183) 
que opina sobre a conceituação e caracterização do Patrimônio Líquido:
 UNIUBE 45
Devido ao fato de atribuir-se tanta ênfase à mensuração 
e à avaliação individuais do Ativo e do Passivo, 
frequentemente o Patrimônio Líquido, definido como 
simples diferença entre aqueles elementos, não 
tem merecido tratamento adequado. Entretanto, 
o Patrimônio Líquido, embora em uma avaliação 
global possa ser mensurado por diferença entre Ativo 
e Passivo, contém elementos que caracterizam: 
interesses residuais em casos de liquidação; interesses 
em participar em distribuições de dividendos; e direitos 
de participação no Patrimônio Líquido de uma entidade 
em continuidade, no sentido de possível alienação de 
sua participação ou de aumento de tal participação. 
À medida que uma boa evidenciação dos elementos 
constitutivos do Patrimônio Líquido possa auxiliar no 
discernimento de tais interesses, estaremos cumprindo 
a finalidade principal das demonstrações contábeis, ou 
seja, a de ajudarem o investidor a avaliar a tendência do 
empreendimento.
O CPC (2008, p. 16) também opina sobre o Patrimônio Líquido definindo-
o como sendo “[...] o valor residual dos ativos da entidade depois de 
deduzidos todos os seus passivos”. O Comitê complementa dizendo:
Embora o Patrimônio Líquido seja definido no item 49 
como um valor residual, ele pode ter subclassificações 
no balanço patrimonial. Por exemplo, recursos 
aportados pelos sócios, reservas resultantes de 
apropriações de lucros e reservas para manutenção do 
capital podem ser demonstrados separadamente. Tais 
classificações podem ser importantes para a tomada 
de decisão dos usuários das demonstrações contábeis 
quando indicarem restrições legais ou de outra natureza 
sobre a capacidade que a entidade tem de distribuir ou 
aplicar de outra forma os seus recursos patrimoniais. 
Podem também refletir o fato de que acionistas de 
uma entidade tenham direitos diferentes em relação 
ao recebimento de dividendos ou reembolso de capital. 
(CPC, 2008, p. 20).
Logo, diante de uma operação que pode vir a alterar o Ativo ou o Passivo 
das empresas, os acionistas ou os sócios se preocupam em verificar se 
vai alterar ou o Ativo ou o Passivo ou os dois de forma desigual porque, 
46 UNIUBE
considerando qualquer um desses tipos de alterações, o Patrimônio 
Líquido das empresas é afetado sobremaneira. Sendo assim, verifica-
se que os proprietários das empresas se preocupam, na verdade, com 
o que realmente pode vir a afetar o Patrimônio Líquido, e não somente 
a afetação separada no Ativo ou no Passivo, isto é, os proprietários 
das empresas se preocupam com o montante agregado de recursos 
considerado, evidentemente, no Patrimônio Líquido.
Portanto, verifica-se que é importante caracterizar o Patrimônio Líquido 
de acordo com as necessidades de informações dos usuários das 
demonstrações contábeis, já que esses usuários precisam controlar 
como as empresas distribuem ou aplicam os recursos do Patrimônio 
Líquido. Além disso, esses usuários das demonstrações contábeis, por 
meio do Patrimônio Líquido, podem verificar a existência de distinção 
para pagamento pela empresa dos dividendos ou reembolso da parcela 
do capital investida por eles.
1.4.5 Capital
Podemos considerar que as quatro conceituações das várias 
configurações do capital para a Contabilidade se relacionam ao capital 
nominal, próprio, de terceiros e total à disposição da empresa.
Capital nominal
É o investimento inicial feito pelos proprietários de uma empresa e 
registrado pela Contabilidade numa conta denominada Capital.
Iudícibus et al. (2006, p. 39) diz que o capital nominal “corresponde ao 
Patrimônio Líquido inicial [...], só será alterado quando os proprietários 
realizarem investimentos adicionais (aumentos de capital) ou 
desinvestimentos (diminuições de capital)”. Além disso, o patrimônio 
líquido também é alterado pelos resultados da empresa, logo raramente 
o Capital nominal coincidirá com o Patrimônio Líquido.
 UNIUBE 47
Banco/Conta Movimento 
R$ 500.000
(Ativo)
Capital 
R$ 500.000
(Patrimônio Líquido)
Capital próprio
Corresponde ao conceito de Patrimônio Líquido, abrangendo o capital 
inicial e suas variações.
Exemplificando, suponha que a empresa Feliz Comércio de Artigos para 
Festas Ltda. tenha apurado, em determinado período, um lucro de R$ 
5.500, proveniente da venda de seus artigos para festas. O capital próprio 
(Patrimônio Líquido) da empresa aumentaria para R$ 505.500, todavia o 
capital nominal seria os mesmos R$ 500.000.
Banco/Conta Movimento 
R$ 500.000
Título a Receber 
R$ 5.500
 
R$ 505.500
(Ativo)
Capital R$

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