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Téssia Berber Teixeira Contabilidade Comercial © 2010 by Universidade de Uberaba Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Universidade de Uberaba. Universidade de Uberaba Reitor: Marcelo Palmério Pró-Reitora de Ensino Superior: Inara Barbosa Pena Elias Pró-Reitor de Logística para Educação a Distância: Fernando César Marra e Silva Assessoria Técnica: Ymiracy N. Sousa Polak Produção de Material Didático: • Comissão Central de Produção • Subcomissão de Produção Editoração: Supervisão de Editoração Equipe de Diagramação e Arte Capa: Toninho Cartoon Edição: Universidade de Uberaba Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE Teixeira, Téssia Berber T235c Contabilidade comercial / Téssia Berber Teixeira. – Uberaba : UNIUBE, 2010. 270 p. : il. ISBN 9788577773657 1. Contabilidade comercial. 2. Operações comerciais. 3.Impostos - contabilidade. II. Título. CDD: 657.01 Téssia Berber Teixeira Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto(USP). Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto(USP). Professora dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Universidade de Uberaba. Consultora na área de Contabilidade e Finanças Públicas. Sobre a autora Apresentação .......................................................................................IX Capítulo 1 Rumo ao conhecimento da Contabilidade comercial ......... 1 1.1 Noções de comércio e instituições comerciais .........................................................4 1.1.1 O comércio e sua história ...............................................................................4 1.1.2 Tipos de entidades comerciais ........................................................................5 1.1.3 Definição de Contabilidade comercial e sua aplicação ..................................7 1.2 Classificação de sociedades ....................................................................................8 1.2.1 Conceito de sociedades e de empresas ........................................................8 1.2.2 Classificação das sociedades quanto à personificação ...............................10 1.2.3 Empresa rural................................ ................................................................18 1.2.4 Sociedades sem fins lucrativos .....................................................................19 1.3 Constituição de empresas..................... .................................................................19 1.3.1 Registro e constituição de empresas: juridicamente ....................................20 1.3.2 Constituição de empresas: registros contábeis ............................................25 1.4 Esquema básico de escrituração contábil: uma revisão .......................................31 1.4.1 Equação patrimonial........... ..........................................................................32 1.4.2 Estática patrimonial .......................................................................................36 1.4.3 Operações de uma empresa ........................................................................38 1.4.4 Patrimônio............................ ........................................................................42 1.4.5 Capital...................................... .....................................................................46 1.4.6 Escrituração contábil: Método das Partidas Dobradas ...............................49 1.5 Plano de contas................................. .....................................................................56 1.5.1 Particularidades de um Plano de contas ......................................................57 1.5.2 Codificação do Plano de contas ...................................................................58 1.5.3 Exemplo de um Plano de contas de uma empresa comercial ....................59 Capítulo 2 Conhecendo algumas das operações tipícas de empresas comerciais.......................................... ............................... 67 2.1 Impostos e taxas sobre vendas ..............................................................................69 2.1.1 Tributos sobre vendas....................... ............................................................70 2.1.2 Recuperação de impostos nas empresas industriais, comerciais e prestadoras de serviços......................................... ................................................83 2.2 Operações com Mercadorias .................................................................................86 2.2.1 Resultado com Mercadorias e Receita de Vendas ......................................86 Sumário 2.2.2 Operações que afetam Vendas e Compras .................................................87 2.2.3 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) .....................................................91 2.2.4 Métodos de controle de estoque...................................................................92 2.3 Operações financeiras.......................... ................................................................109 2.3.1 Aplicações financeiras .................................................................................111 2.3.2 Empréstimos e financiamentos ...................................................................114 2.3.3 Desconto de duplicatas.......... ....................................................................118 2.3.4 Descontos financeiros (condicionais) .........................................................120 Capítulo 3 Outras operações de empresas comerciais e apuração do resultado contábil............................... ........ 125 3.1 Folha de pagamento.......................... ..................................................................127 3.1.1 Descontos e abatimentos de salários .........................................................129 3.1.2 Adiantamento a empregados e Salário-família ...........................................131 3.1.3 Contabilização dos Descontos e Adiantamentos a empregados ...............133 3.1.4 Encargos da empresa: contribuição à Previdência Social e FGTS ...........136 3.1.5 Férias........................................ ...................................................................138 3.1.6 13º salário .............................. ....................................................................140 3.2 Ativo Fixo (Permanente) e depreciação ..............................................................142 3.2.1 Subtrações do Imobilizado e do Intangível .................................................145 3.2.2 Impairment Test: redução ao Valor Recuperável de Ativos ........................153 3.3 Apuração contábil do Resultado ..........................................................................157 Capítulo 4 Aspectos fiscais e legais da Contabilidade: provisões, reservas e operações entre matriz e filial ........................ 167 4.1 Provisões versus Reservas .................................................................................169 4.1.1 Exemplos de Provisões ...............................................................................1704.1.2 Conceito e exemplos de Reservas ............................................................174 4.2 Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa ..................................................179 4.2.1 Efeitos da constituição da Provisão de Devedores Duvidosos no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Resultado do Exercício ...............................180 4.2.2 Cálculo da Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa .......................181 4.2.3 Baixa de títulos incobráveis ........................................................................183 4.2.4 Reversão da Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa ...................184 4.2.5 Recuperação de créditos anteriormente baixados .....................................185 4.3 Operações entre matriz e filial....... ......................................................................186 Capítulo 5 A importância das demonstrações financeiras para a Contabilidade comercial.................... ............................... 197 5.1 Balanço Patrimonial ....................... .....................................................................199 5.2 Demonstração de resultados do exercício .........................................................214 5.3 Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados e a demonstração das mutações do Patrimônio Líquido.............. ............................................................223 5.3.1 Estrutura da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados .............225 5.3.2 Estrutura da Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido.............230 5.4 Demonstração de fluxo de Caixa ........................................................................231 5.4.1 Atividades operacionais ..............................................................................234 5.4.2 Atividades de financiamento ......................................................................234 5.4.3 Atividades de investimento .........................................................................235 5.4.4 Métodos de elaboração da Demonstração de Fluxo de Caixa .................236 5.5 Balanço Social e Demonstração do Valor Adicionado ........................................241 5.6 Notas explicativas e outras evidenciações ...........................................................249 5.6.1 Notas explicativas...................... ................................................................250 5.6.2 Outras evidenciações.............. ...................................................................252 Caro(a) estudante. Colocamos em suas mãos o livro Contabilidade comercial, resultado do empenho de toda uma equipe de especialistas - desde a mestra que elaborou os cinco capítulos que o compõem até os que o fizeram chegar a você. O primeiro capítulo – Rumo ao conhecimento da Contabilidade comercial – inicia com as noções de comércio e instituições comerciais e finda apresentando-lhe um plano de contas de uma empresa comercial. No capítulo seguinte, continua-se Conhecendo algumas das operações típicas de empresas comerciais, quando se lhe apresentam os impostos e taxas, as operações com mercadorias e financeiras mais comuns em um complexo empresarial. Por ser um assunto amplo, o terceiro capítulo continua com Outras operações de empresas comerciais e apuração do resultado contábil – e você aprofundará seus conhecimentos sobre a folha de pagamento, o Ativo, Depreciação e Apuração de resultado de uma empresa comercial. No seu percurso profissional, encontrará situações de complexos formados por matriz e filiais e para tal, o quarto capítulo lhe habilitará a lidar com os Aspectos fiscais e legais da Contabilidade: provisões, reservas e operações entre matriz e filial. Apresentação X UNIUBE E agora, de posse dos princípios contábeis que embasam as operações de uma empresa comercial, você está pronto para checar A importância das demonstrações financeiras para a Contabilidade comercial. Ao final do livro, temos certeza de que você estará sentindo o acerto da sua escolha do curso e da instituição para serem seus companheiros nos próximos semestres. Até o próximo livro ! Introdução Rumo ao conhecimento da Contabilidade comercial Capítulo 1 Para um bom aproveitamento de qualquer assunto que se pretenda estudar, é imprescindível estar bem situado na matéria a ser abordada. Como já sabemos, a Contabilidade é prática e só é possível compreendê-la e dominá-la se a exercitarmos. Para se ter um estudo que possibilite um conhecimento profundo e adequado da Contabilidade, é preciso fazer uma recapitulação do que já foi estudado no que se refere à parte básica da matéria. Para este primeiro capítulo de Contabilidade comercial, como o próprio nome diz Rumo ao conhecimento da Contabilidade comercial, a preocupação foi abordar os tópicos básicos da área, desde a equação fundamental até os primeiros lançamentos de escrituração contábil de uma empresa, bem como conceituar e entender o campo de atuação da Contabilidade comercial. Sendo assim, neste capítulo, foram abordados, além dos tópicos da estrutura conceitual básica da Contabilidade, assuntos importantíssimos para o ensino da Contabilidade comercial: constituição de uma empresa comercial, os tipos de sociedade nos quais uma empresa pode se enquadrar, as exigências contábeis e 2 UNIUBE jurídicas para a abertura de uma empresa comercial entre vários outros assuntos interessantes. Todos esses assuntos foram detalhados para proporcionar ao aluno o arcabouço fundamental ao início de uma viagem rumo ao mundo do conhecimento acerca da Contabilidade comercial. Este capítulo de estudos e suas respectivas atividades propõem o alcance dos seguintes objetivos: • conceituar instituições comerciais; • distinguir os tipos de instituições comerciais existentes; • definir e aplicar as premissas básicas da Contabilidade comercial; • classificar e diferenciar os diferentes tipos de sociedades; • identificar os passos jurídicos e contábeis para se constituir uma sociedade; • reconhecer os livros contábeis que fazem parte da escrituração contábil de uma empresa comercial; • identificar os livros contábeis obrigatórios pelas legislações comercial, tributária, civil, societária e trabalhista; • revisar os pontos básicos da Contabilidade (noções básicas) desde os conceitos de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido até os de Receitas, Despesas, Ganhos e Perdas; • efetuar lançamentos contábeis adotando o método das partidas dobradas, sabendo distinguir débito de crédito; • conceituar e determinar a importância de um Plano de contas para uma empresa; Objetivos UNIUBE 3 1.1 Noções de comércio e instituições comerciais 1.1.1 O comércio e sua história 1.1.2 Tipos de entidades comerciais 1.1.3 Definição de Contabilidade comercial e sua aplicação 1.2 Classificação de sociedades 1.2.1 Conceito de sociedades e de empresas 1.2.2 Classificação das sociedades quanto à personificação 1.2.3 Empresa rural 1.2.4 Sociedade sem fins lucrativos 1.3 Constituição de empresas 1.3.1 Registro e constituição de empresas: juridicamente 1.3.2 Constituição de empresas: registros contábeis 1.4 Esquema básico de escrituração contábil: uma revisão 1.4.1 Equação patrimonial 1.4.2 Estática patrimonial 1.4.3 Operações de uma empresa 1.4.4 Patrimônio 1.4.5 Capital 1.4.6 Escrituração contábil: Método das Partidas Dobradas 1.5 Plano de contas 1.5.1 Particularidade de um Plano de contas 1.5.2 Codificação do Plano de contas 1.5.3 Exemplo de um Plano de contas de uma empresa comercial Esquema • reconhecer um Plano de contas de uma empresa comercial, demonstrando as contas mais utilizadas por tais empresas. 4 UNIUBE Noções de comércio e instituições comerciais1.1 A atividade mercantilista é exercida desde os primórdiosda civilização quando os homens exerciam a atividade comercial a partir da troca de mercadorias (escambo) entre si. Como esse tipo de atividade é exercido de forma crescente na atualidade, principalmente em países capitalistas, iniciamos este estudo com o objetivo de contextualizar a atuação da Contabilidade nas instituições comerciais. Portanto, começamos o estudo da Contabilidade comercial abordando, neste primeiro tópico, alguns aspectos interessantes do comércio: uma pequena síntese de sua história, como também o detalhamento dos tipos de sociedades existentes e a definição e a aplicação da Contabilidade comercial. 1.1.1 O comércio e sua história Desde os primórdios da civilização, iniciado provavelmente na Antiguidade pelos fenícios, o comércio já existia e era feito a partir da troca de mercadorias entre as pessoas. Muitas outras civilizações antigas, como os gregos e os romanos, exerceram a atividade comercial com perfeição. Além de outras mais recentes, entre os séculos XII e XVI, como Veneza e Portugal. Atualmente, o comércio é uma atividade notória em todos os países. Sabe-se que a atividade comercial está intimamente ligada às necessidades do ser humano, delimitadas pelas condições físicas e econômicas de cada um. Dessa forma, surge a figura do comerciante como aquele que permite a disponibilização de bens e/ou serviços que possam satisfazer às necessidades humanas. UNIUBE 5 [...] o comerciante é a pessoa física ou jurídica que aproxima vendedores e compradores, levando-os a completar uma operação comercial, ou seja, a troca de mercadorias por dinheiro ou por outras mercadorias (IUDÍCIBUS; MARION, 2009, p. 3). Logo, para que a atividade comercial seja exercida, é preciso existir o comerciante que é quem permitirá que o ato de consumir seja exercido pelo ser humano. 1.1.2 Tipos de entidades comerciais De acordo com Ribeiro (2009, p. 17), a “Empresa comercial é aquela cujo principal objetivo é aproximar o produtor do consumidor. Assim, sua atividade principal pode ser resumida nas operações de compra e venda de mercadorias”. Sintetizando, as entidades comerciais são aquelas que efetuam transações de compra e venda de bens e/ou serviços. Essas entidades podem ser classificadas em dois tipos notoriamente distintos pela função exercida no campo econômico, já que cada uma possui diferentes clientes: entidades comerciais atacadistas e entidades comerciais varejistas. Entidades comerciais atacadistas São aquelas que comercializam mercadorias que nunca irão diretamente para o consumidor final, pois as mercadorias vendidas são adquiridas por outras empresas que as industrializam para fabricação de um outro produto ou para outras empresas comerciais que as vendem ao consumidor final. Os clientes desse tipo de entidade comercial são: • as empresas industriais, as agrícolas – que utilizam as mercadorias vendidas pelas entidades atacadistas como matéria-prima ou suprimentos, transformando-as em outros produtos; 6 UNIUBE • empresas mercantis intermediárias – que utilizam as mercadorias vendidas pelas entidades atacadistas como mercadorias a serem vendidas ao consumidor final. Entidades comerciais varejistas São aquelas que vendem, na maioria das vezes, mercadorias que vão diretamente ao consumidor final do produto. Todavia, caso comercializem bens de consumo intermediário, podem também vender para certas indústrias de transformação. É importante citar que algumas entidades comerciais podem ter características de entidades atacadistas como também de entidades varejistas. Um fator importante a ser ressaltado aqui é o constante aumento do custo de distribuição. Este fato é destacado por Iudícibus; Marion (2009, p. 4): Um fenômeno particularmente importante nos últimos anos e muito comentado pelos especialistas é o do constante acréscimo do custo de distribuição em algumas linhas de atividade comercial. Há uma tendência em acarretar grande desequilíbrio entre o custo de produção e o custo de distribuição, encarecendo em demasia este último e, portanto, tornando proibitivo o preço final ao consumidor. Por causa desse fenômeno, muitos produtores estão se organizando, dentro da própria empresa ou em consórcio com outros produtores, e vendendo diretamente ao consumidor. Um bom exemplo disso é o que acontece na comercialização de alguns produtos hortifrutigranjeiros. Sem dúvida que, além da clientela e da forma de distribuição, as entidades comerciais atacadistas e as entidades comerciais varejistas também se diferenciam pelas políticas de compras e de financiamentos, e ainda pela natureza e grau de riscos assumidos. UNIUBE 7 1.1.3 Definição de Contabilidade comercial e sua aplicação Existem vários tipos de empresas, de acordo com a atividade que cada uma desenvolve, ou seja, empresas industriais, agrícolas, comerciais, financeiras etc. Sendo assim, para cada tipo de empresa, existe uma ramificação da contabilidade, logo para as empresas comerciais são aplicados os fundamentos e especificidades da Contabilidade comercial. Segundo Ribeiro (2009, p. 16), a “Contabilidade Comercial é um ramo da Contabilidade que possibilita o controle da movimentação do Patrimônio das empresas comerciais”. Acrescenta-se ainda à definição de Ribeiro que, além do controle patrimonial, a Contabilidade comercial tem a finalidade de proporcionar informações sobre sua composição e suas variações, além de informações em relação ao resultado oriundo da atividade comercial. Fica evidente que a Contabilidade comercial exerce nas empresas comerciais funções patrimoniais e de gestão. A forma de comercialização – compra e venda – dos bens de consumo pode ser feita tanto por conta própria, ou seja, quando ela mesma executa a comercialização de seus produtos, ou por conta de terceiros, quando a comercialização dos bens de consumo de uma empresa é feita por intermédio de comissionados e representações; logo, estes possuem características jurídicas, administrativas e comerciais diferentes das entidades que comercializam o seu próprio produto. Sob esse enfoque, podemos distinguir três tipos de entidades comerciais: • entidades comerciais atacadistas que operam por conta própria; • entidades comerciais varejistas que operam por conta própria; • entidades comissionadas ou de representação que operam por conta alheia. 8 UNIUBE Vale destacar a importância da Contabilidade comercial para as empresas. Um dos pontos que pode ser levado em consideração é a apuração do resultado de uma empresa comercial como não sendo apenas a diferença entre receita e custos/despesas, já que muitos detalhes devem ser considerados, por exemplo, a composição do custo mercantil, pois muitas empresas ainda adotam apenas o valor de compra como sendo o custo efetivo do bem comercializado. Classificação de sociedades1.2 As sociedades podem ser classificadas, de acordo com o Código Civil, quanto à forma de associação: sociedade simples e sociedade empresária. As sociedades, juridicamente falando, também podem ser classificadas de acordo com a personificação, isto é, se são ou não constituídas e registradas em órgão competente, gerando assim vários tipos de empresas, com características distintas. Dessa forma, neste tópico, abordaremos o conceito de sociedade, o conceito de empresa, bem como as diversas classificações de sociedades existentes, conceituando-as e apresentando as particularidades de cada uma dessas sociedades, a fim de entender como as empresas comerciais podem ser classificadas. 1.2.1 Conceito de sociedades e de empresas Iudícibus; Marion (2009, p. 9) conceituam: Sociedade é o contrato em que duas pessoas ou mais se obrigam a conjugar esforços ou recursos para a consecução de um fim comum, ou celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente UNIUBE 9 se obrigam a contribuir, com bens e serviços, para exercício da atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.Sociedade, portanto, é uma associação entre duas ou mais pessoas com um objetivo comum para execução de algum tipo de atividade a fim de angariar resultados que deverão ser partilhados entre as pessoas que formaram a sociedade. Além disso, é imprescindível destacar que as sociedades devem ser regidas pelo Código Civil de 10/01/2002, sendo que as sociedades tiveram o prazo até 11/01/2006 para se adequarem a esse novo Código. Toda e qualquer pessoa pode fazer parte de uma sociedade, desde que esteja em pleno gozo da capacidade civil e que não tenha impeditivos legais. As sociedades são divididas de acordo com o novo Código Civil em dois tipos: Sociedade empresária e Sociedade simples. Para se entender melhor a diferença entre Sociedade simples e Sociedade empresária é fundamental entender a diferença entre empresário e não empresário. Empresário é aquele que exerce a atividade econômica organizada para a produção ou comercialização de bens e/ou serviços, efetuando-se assim a inscrição na Junta Comercial. São exemplos de atividades empresariais: indústria, prestação de serviços e comércio. Por outro lado, o não empresário é aquele que exerce atividade intelectual, de natureza literária, artística ou científica, exceto se o exercício da atividade constituir elemento da empresa. São exemplos de atividades não empresariais: dentística, médica, contadoria, advocatícia etc.. Todavia se, por exemplo, um médico se associar a outros médicos e formar um hospital, estarão exercendo uma atividade empresarial. IMPORTANTE! 10 UNIUBE Sendo assim, agora é possível distinguir e explicar melhor sobre Sociedade simples e Sociedade empresária. Sociedade empresária Essa sociedade era chamada, anteriormente ao novo Código Civil, de Sociedade Comercial. Esse tipo de sociedade tem por objetivo o exercício da atividade própria de empresário, sendo que seus instrumentos de constituição e alterações devem ser registrados na Junta Comercial. Sociedade simples Essa sociedade era chamada, anteriormente ao novo Código Civil, de Sociedade Civil. Esse tipo de sociedade explora atividade de prestação de serviços decorrentes de atividade intelectual (não empresário) e de cooperativa e seus registros são feitos em Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Além disso, o Novo Código Civil determinou que, no nome empresarial, deve constar a designação do objetivo da sociedade, ou seja, por exemplo, para uma empresa limitada de comercialização de calçados denominada Calce Bem, o seu nome empresarial ficaria assim: Calce Bem Comércio de Calçados Ltda. 1.2.2 Classificação das sociedades quanto à personificação As sociedades podem ser classificadas ainda de acordo com a sua personificação. Sociedades Não Personificadas São aquelas que, embora tenham sido constituídas oral e documentalmente, ainda não tiveram formalizado o arquivamento ou o registro. UNIUBE 11 Existem dois tipos de Sociedades Não Personificadas: a) Sociedade Comum: explora uma atividade econômica, mas sem registro. É denominada de sociedade de fato ou sociedade irregular. b) Sociedade em Conta de Participação: contrato de investimento comum em que duas ou mais pessoas se unem para exploração de uma atividade econômica. Os sócios são divididos em ostensivo e participante. Ostensivo é o sócio que gerencia o negócio, sendo responsável perante terceiros, e o(s) sócio(s) participante(s) está(ão) na condição(ções) de mero(s) investidor(es). Sociedades Personificadas São as que estão legalmente constituídas e registradas em órgão competente, adquirindo personalidade formal. As sociedades personificadas, por sua vez, dividem-se em empresária simples e cooperativa. I - Sociedade empresária Tem por objetivo o exercício da atividade própria de empresário. Esse tipo de sociedade pode ser regulado pelos seguintes tipos: a) Sociedade em Nome Coletivo Somente pessoas físicas podem fazer parte desse tipo de sociedade. Todos os sócios respondem pelas obrigações sociais de forma solidária e ilimitada (responsabilidade dos sócios vai além do capital). A administração da sociedade compete única e exclusivamente aos sócios. É um tipo de sociedade em desuso devido à responsabilidade dos sócios ser ilimitada; 12 UNIUBE b) Sociedade em Comandita Simples Existem dois tipos de categorias de sócios, os comanditados, que são pessoas físicas que respondem pelas obrigações sociais de forma solidária e ilimitada, cabendo-lhes os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo, e os comanditários, que são os obrigados apenas pelo valor de sua quota, não podendo praticar qualquer ato de gestão, nem ter o seu nome na firma social. Caso os comanditários assim procedam, podem sujeitar-se às mesmas responsabilidades do sócio comanditado. Esta forma de sociedade é um tipo em desuso, apesar de ser melhor que a sociedade em nome coletivo, por admitir um tipo de sócio sem responsabilidade ilimitada. c) Sociedade Limitada A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, sendo que cada um responde solidariamente pela integração do capital social. O capital social divide-se em quotas que podem ser iguais ou desiguais, cabendo uma ou várias a cada um dos sócios. A administração da sociedade limitada é feita por uma ou mais pessoas estabelecidas pelo contrato social ou em ato separado. Ao final do exercício social, deve-se elaborar o inventário e os demonstrativos contábeis (Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício). A maioria das empresas brasileiras são sociedades limitadas. d) Sociedade em Comandita por Ações Esse tipo de sociedade empresária divide seu capital em ações e é regida pela legislação da sociedade anônima (S.A.), operando por firma ou denominação. A administração é feita única e exclusivamente por acionista(s), respondendo subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da empresa. Também é um tipo de sociedade em desuso, porém é tratada na Lei das Sociedades Anônimas. UNIUBE 13 e) Sociedade Anônima (Sociedade por Ações) Nela, o capital divide-se em ações, sendo que a responsabilidade de cada acionista é limitada apenas pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. A legislação que rege esse tipo de sociedade é a Lei das S.A.: Lei nº 6.404/1976, atualizada pelas leis nº 11.638/2007 e nº 11.941/2009. Esse tipo de sociedade é sempre uma sociedade empresária, sendo que sua denominação deve vir sempre acompanhada da expressão companhia (Cia.) ou Sociedade Anônima (S.A.). A expressão companhia deve vir sempre anterior à denominação da empresa. Para constituição de uma S.A., é necessário que, pelo menos, duas pessoas subscrevam as ações correspondentes ao capital estabelecido no estatuto, sendo que 10% das ações subscritas devem ser em dinheiro com depósito em estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Comissão de Valores Mobiliários (CVM) A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado de valores mobiliários e a atuação de seus protagonistas, assim classificados, as companhias abertas, os intermediários financeiros e os investidores, além de outros cuja atividade gira em torno desse universo principal. Seu poder normatizador abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores mobiliários. A constituição de uma S.A. pode ser feita de duas formas: • por subscrição pública, quando o grupo fundador subscreve parte do capital, e coloca à venda ao público outra parcela das ações; • por subscrição particular, quando o grupo fundador subscreve todo o capital. As ações que constituem o capital de uma S.A. dividem-se, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que conferem a seus titulares, em: 14 UNIUBE • ordinárias – que são ações comuns sem quaisquer restrições com relação ao direito a voto, mas não são dotadas de nenhum outro privilégio;• preferenciais – que são aquelas ações que conferem prioridade na distribuição de dividendos e/ou no reembolso do capital com ou sem prêmio, devendo ser declarado em estatuto as prioridades conferidas às ações preferenciais. Existem alguns tipos de S.A. encontrados no mercado: • Companhia aberta – que se diferencia das demais por captar recursos junto ao público, por meio da negociação de seus valores mobiliários (ações ou debêntures) em bolsas de valores ou no mercado de balcão organizado; • Companhia fechada – diferente da anterior, pois não recorre ao público. Logo, suas ações não são negociadas em bolsas de valores, obtendo recursos entre os acionistas da própria sociedade para formação do seu capital próprio; • Sociedade de Capital autorizado – classifica-se dessa forma por dispor, em seu estatuto, da autorização do aumento de capital até certo valor, denominado capital autorizado, sem a necessidade de assembleia geral e de reforma estatutária, sendo que o aumento é feito, gradativamente, a partir de emissão de ações até que o teto de capital autorizado, que foi estabelecido, seja atingido; • Sociedade de Economia mista – é um tipo de S.A. em que a maioria das ações com direito a voto pertence ao Bolsa de valores As bolsas de valores são instituições administradoras de mercados. No caso brasileiro, a BM&FBOVESPA S/A - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros é a principal bolsa de valores, administrando os mercados de Bolsa e de Balcão Organizado. Mercado de balcão organizado É um mercado de títulos sem local físico definido para a realização das transações que são feitas por telefone ou por meio eletrônico entre as instituições financeiras. O mercado de balcão é chamado de organizado quando se estrutura como um sistema de negociação de títulos e valores mobiliários podendo estar organizado como um sistema eletrônico de negociação por terminais, que interliga as instituições credenciadas em todo o Brasil, processando suas ordens de compra e venda e fechando os negócios eletronicamente. UNIUBE 15 governo público (União ou entidades da Administração indireta), estabelecida por lei, tendo como finalidade a exploração de atividade econômica de interesse público. É importante salientar que as S.A. têm obrigatoriedade de convocar assembleias, cujo anúncio deve ser publicado em jornais, anualmente, ou no primeiro quadrimestre do ano, para apresentação dos resultados do exercício anterior. Esse tipo de assembleia é denominada de ordinária. Após as assembleias, deve-se emitir uma ata, contendo um resumo dos assuntos tratados. Além das assembleias ordinárias, caso a empresa necessite discutir algum assunto importante, pode-se convocar uma assembleia extraordinária. a) Cabe à CVM, entre outras, disciplinar as seguintes matérias: registro de companhias abertas; registro de distribuições de valores mobiliários; credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores mobiliários; organização, funcionamento e operações das bolsas de valores; negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações; suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decreto de recesso de bolsa de valores. b) A principal função de uma bolsa de valores é proporcionar um ambiente transparente e líquido, adequado à realização de negócios com valores mobiliários. Somente por meio das corretoras, os investidores têm acesso aos sistemas de negociação para efetuarem suas transações de compra e venda desses valores. SAIBA MAIS 16 UNIUBE c) No mercado de balcão organizado, são negociados valores mobiliários de empresas que são companhias registradas na CVM, e prestam informações ao mercado, não registradas nas bolsas de valores. O mercado de balcão organizado pode admitir a negociação somente de ações de companhias abertas com registro para negociação em mercado de balcão organizado. As debêntures de emissão de companhias abertas também podem ser negociadas em mercado de balcão organizado desde que cumpram os requisitos do mercado. II - Sociedade Simples Esse tipo de sociedade explora atividade de prestação de serviços decorrentes de atividade intelectual, tais como: advogados, médicos, engenheiros, dentistas, contadores etc., e podem ser estabelecidas segundo os mesmos tipos que as sociedade empresárias: • Sociedade em Nome coletivo; • Sociedade em Comandita simples; • Sociedade Limitada. III - Sociedade Cooperativa Essa sociedade é regida pelo Código Civil e pela Lei nº 5.741/1971. Algumas características são próprias desse tipo de sociedade, como: • a variabilidade ou dispensa do capital social; • limitação do valor da soma de quotas que cada sócio poderá adquirir; • não há transferência das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, mesmo que por herança; • direito de cada participante a um só voto nas deliberações independente do valor de sua participação; entre outras. UNIUBE 17 Quadro 1: Quadro-resumo dos tipos de sociedades Além disso, a sociedade cooperativa pode ser limitada ou ilimitada em relação à responsabilidade dos sócios. Quando a lei for omissa, aplicam- se as disposições da sociedade simples. Visualize, no Quadro 1, a seguir, um resumo do que já estudamos até agora: QUADRO-RESUMO DAS SOCIEDADES Sociedades pelo Código Civil Tipos Detalhes Não personificadas Não inscritas: constituída de forma oral e documental, porém não registrada. Sociedade Comum (Sociedade de fato, sem registro) No que for compatível, em ambas aplicam-se as disposições da Sociedade Simples. Os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações. Também conhecida como Sociedade Irregular. Sociedade em Conta de Participação Um dos sócios é ostensivo (empreendedor, dirige o negócio e assume todas as responsabilidades). Outros sócios são participantes, apenas investidores. 18 UNIUBE Personificada (legalmente constituída e registrada no órgão competente, passando a ser denominada pessoa jurídica). Empresária Diz respeito a quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. É uma atividade própria de empresário com registro na Junta Comercial. • Sociedade em Nome Coletivo • Sociedade em Comandita Simples • Sociedade Limitada • Sociedade por Ações (Lei das S.A.) • Sociedade em Comandita por Ações (Lei das S.A.) Simples Quem exerce profissão intelectual de natureza científica, literária ou artística, ainda com auxílio de colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Atividade de não empresário com registro no Cartório Civil. • Sociedade Simples “Pura” ou Sociedade em Nome Coletivo • Sociedade em Comandita Simples • Sociedade Limitada • Cooperativa Cooperativas (Legislação Especial e Código Civil) • Responsabilidade dos sócios limitada • Responsabilidade dos sócios ilimitada Fonte: Adaptado de Iudícibus; Marion (2009, p. 11). 1.2.3 Empresa rural Como já foi definido anteriormente, empresário é aquele que exerce atividade econômica organizada para a produção ou comercialização de bens e/ou serviços. Dessa forma, o produtor rural pode ser denominado de empresário rural quando efetua a inscrição na Junta Comercial. Caso não efetue a inscrição, é considerado um produtor rural autônomo. UNIUBE 19 Pode também existir a associação de duas ou mais pessoas formando uma sociedade empresária rural que deve ser inscrita na Junta Comercial. É importante salientar que, na atividade rural, somente poderá existir a categoria de Sociedade Empresária. O Código Civil assegura tratamento diferenciado e simplificado ao empresário rural quanto à inscrição e os efeitos decorrentes dessa inscrição,não havendo a necessidade de contabilista, escrituração etc., como descrito pelo Regulamento do Imposto de Renda. 1.2.4 Sociedade sem fins lucrativos É aquela em que ocorre a união de pessoas que se organizam para fins não econômicos, denominada de associação. Todos que fazem parte da associação devem ter direitos iguais, podendo ser estabelecido via estatuto categorias com vantagens especiais. Não há transmissibilidade da condição de associado, caso o estatuto não estabeleça o contrário. Só haverá a exclusão de um associado, caso haja uma justa causa. Constituição de empresas1.3 Para que as empresas comerciais possam desenvolver suas atividades, é preciso que estejam devidamente constituídas e legalizadas. A constituição das empresas comerciais é feita a partir da legalização de tais entidades. A legalização é realizada por meio de registro de seus atos constitutivos na Junta Comercial, Secretarias da Receita (Estadual e Federal), Prefeitura Municipal, Previdência Social, Delegacia Regional do Trabalho e todos os órgãos necessários à devida regularização das empresas que, dependendo da atividade a ser exercida, podem ainda estar sujeitas a registros em outros órgãos e à concessão de alvarás. 20 UNIUBE Apresentaremos, a seguir, todos os passos para tal regularização jurídica perante os órgãos governamentais, bem como os registros contábeis para constituição das empresas comerciais. 1.3.1 Registro e constituição de empresas: juridicamente Para que as empresas comerciais possam desenvolver suas atividades, é preciso que estejam constituídas e legalizadas. A legalização é feita por meio do registro de seus atos constitutivos na Junta Comercial do Estado; na Secretaria da Receita Federal; na Prefeitura Municipal da localidade; na Secretaria da Fazenda do Estado; na Previdência Social e na Delegacia Regional do Trabalho. Dependendo do ramo de atividade no qual irão atuar, as empresas comerciais podem estar sujeitas a registros em outros órgãos e à concessão de alvarás (RIBEIRO, 2009). Juridicamente, para constituição de uma empresa comercial, é necessária a elaboração de um contrato social (limitada) ou de um estatuto social (S.A.) ou de uma petição (empresa individual). Nesse contrato, devem estar inseridas, de acordo com Iudícibus; Marion (2009, p. 60), algumas cláusulas fundamentais que devem ser consideradas antes do registro da empresa, que são: a) o tipo de sociedade adotado: empresa individual, sociedade simples, sociedade empresária (Ltda., S.A.); b) a declaração precisa do objeto social: o ramo de negócio que a empresa exercerá; c) o capital social, a participação e a responsabilidade de cada sócio: o valor do capital social, o quinhão de cada sócio; d) qualificação dos sócios: nome, nacionalidade, estado civil, número da identidade, residência; UNIUBE 21 Quadro 2: Passos jurídicos para estruturação e registro de uma empresa Passos Sociedade Simples Sociedade Empresária 1. Averiguar possíveis semelhanças na denominação, marca, logotipo, expressão etc. • Ir até o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), ou empresas particulares de marcas e patentes. • Idem; a busca da denominação já existente também pode ser na Junta Comercial. 2. Registro do Contrato Social ou Estatuto e obtenção do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) • Ir até o Cartório de Registro Civil de Pessoa Jurídica ou repartição que lhe faça as funções competentes. • Ir até a Junta Comercial ou órgão competente. Preencher a Ficha de Cadastro Nacional de Sociedade. A obtenção do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ – também acontece nessa oportunidade. e) denominação da empresa e sede: o nome comercial da empresa, bem como a sua localização, município; f) prazo de duração da sociedade: normalmente, o prazo é indeterminado; g) outras informações: destaque dos sócios-gerentes; forma de integralização do capital; atitudes no caso de falecimentos de sócios etc. Para que o contrato (ou petição ou estatuto social) seja estruturado de forma adequada, realizando o registro jurídico da empresa, é necessário seguir alguns passos dispostos no Quadro 2, que contempla os passos para uma empresa prestadora de serviços, a seguir: 22 UNIUBE 3. Registro de Invenção, modelos e desenhos, marcas, sinais ou expressões de propaganda etc. • Ir até o INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. • Idem. Para ambos os tipos societários serão observados: originalidade, falta de colidência com registros existentes e licitude (não ser contrária à lei, à moral, nem atentar contra os bons costumes...). 4. Registros específicos, inscrições • Ir até a Prefeitura Municipal local para realizar a inscrição municipal; a empresa obterá um número: CCM – Cadastro do Contribuinte Municipal. • Ir até a Secretaria da Fazenda Estadual para realizar a Inscrição Estadual. Nesse momento, haverá o preenchimento da DECA (Declaração Cadastral), juntando-se alguns fiscais. Sendo prestação de serviços também terá que ir à Prefeitura Municipal. 5. Matrícula no INSS • Ir até o Instituto Nacional da Seguridade Social – INSS. • Tal matrícula já é feita acoplada ao registro na Junta Comercial. Caso contrário, ir ao INSS. 6. Órgãos fiscalizadores de exercícios de profissão • Registros junto aos Conselhos Regionais ou Ordens que fiscalizam o exercício de profissionais liberais. • Idem no caso de Prestação de Serviços. Fonte: Adaptado de Iudícibus e Marion (2009, p. 62). UNIUBE 23 Ao se constituir uma empresa, é necessário que os registros e os acontecimentos que ocorrem diariamente sejam registrados em livros próprios, nos quais fica configurada a própria vida da empresa. Segundo estabelece o Artigo 1.179, do Código Civil Brasileiro, todas as empresas estão obrigadas a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva. O controle contábil das empresas começa com a escrituração dos atos administrativos relevantes e de todos os fatos administrativos no livro Diário, contemplando-se, depois, nos demais livros de escrituração (RIBEIRO, 2009, p. 22). Estão dispensados da escrituração contábil, de acordo com o Código Civil, somente o empresário rural, o empresário individual de microempresas (cuja receita bruta anual deve ser até R$ 36 mil) e a pequena empresa (cuja receita bruta anual deve ser até R$ 240 mil). A pequena empresa, se optante do Simples, pode adotar o registro e controle por meio de uma contabilidade simplificada. Os livros de escrituração têm várias finalidades. Uns servem para registrar as compras, outros para registrar vendas, controlar estoques, os resultados fiscais, ou seja, há livros para várias intenções. Os livros principais e obrigatórios pela legislação são o livro Diário e o livro Razão, que registram todos os eventos diários que afetam a situação patrimonial de uma empresa comercial. Além desses dois livros obrigatórios, existem também outros obrigatórios segundo cada tipo de legislação: Simples Simples é um sistema de tributação simplificado, criado pelo governo federal especificamente para beneficiar as microempresas e as empresas de pequeno porte. 24 UNIUBE a legislação comercial (Lei nº 5.474/68) exige o Livro de Registro de Duplicatas; a legislação tributária exige no âmbito federal: • o Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR, se optante pela tributação com base no lucro real; • o Livro Caixa, se optante pelo Simples ou pela tributação do imposto de renda com base no Lucro Presumido. É possível a opção pela tributação do imposto de renda com base no Lucro Presumido; as pessoas jurídicas, cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 48 milhões, desde que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real (Art. 516 do RIR/99). • A legislaçãotributária exige no âmbito estadual: cada estado pode obrigar a adoção de vários livros como Registro de Entrada, Registro de Saídas, Registro de Inventário, Registro de Apuração do ICMS etc. • A legislação tributária exige no âmbito municipal: cada município pode obrigar a escrituração de alguns livros específicos. O mais comum é o Livro de Registro de Notas Fiscais e Faturas de Serviços. • A legislação societária (empresas S.A.) exige que se cumpram as determinações da legislação comercial, societária (Lei nº 6.404/1976 e atualizações) e os princípios contábeis. Estabelece (Lei nº 6.404/1976, Art. 100) que, além dos livros obrigatórios aqui já citados, alguns devem ser considerados. São eles: • Livro de Registro de Ações Nominativas; • Livro de Transferência de Ações Nominativas; • Livro de Registro de Partes Beneficiárias Nominativas; • Livro de Atas de Assembleias Gerais; • Livro de Presença dos Acionistas; • Livro de Atas das Reuniões da Diretoria; • Livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração; • Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal; UNIUBE 25 • Livro de Registro de Partes Beneficiárias Endossáveis; • Livro de Registro de Debêntures Endossáveis; • Livro de Registro de Bônus de Subscrição Endossáveis. Existem os livros auxiliares que são utilizados para o registro de eventos específicos. Muitos deles já são exigidos por legislações específicas como os livros Caixa, Contas-correntes, Registro de Duplicatas, que servem de suporte aos livros Razão e Diário. É importante destacar que entre os livros de escrituração, o Diário, por destinar-se ao registro de todos os eventos que ocorrem no dia a dia das entidades, é o mais importante sob o ponto de vista legal, enquanto o Razão, por permitir o controle em separado de cada conta, é o mais importante sob o ponto de vista contábil (RIBEIRO, 2009). Outro ponto importante a ser destacado é que as legislações previdenciária e trabalhista podem reiterar a manutenção dos livros exigidos pelas outras legislações e também exigir a adoção de outros, como o Livro de Registros de Empregados, de Registro de Horário de Trabalho e de Inspeção do Trabalho exigidos pela legislação trabalhista. 1.3.2 Constituição de empresas: registros contábeis Os primeiros lançamentos a serem registrados no livro Diário são os fatos que ocorrem na fase de constituição das empresas comerciais. Dessa forma, abordaremos, neste tópico, a contabilização dos fatos que ocorrem na fase de constituição das empresas, destacando as empresas limitadas (Ltda.) e as sociedades anônimas (S.A.). Sociedade Limitada O primeiro fato a ser registrado na contabilidade ao constituir-se uma sociedade limitada é a subscrição do capital, ou seja, o capital 26 UNIUBE comprometido e assumido pelos sócios por meio de contrato social assinado por eles (sócios), no qual é estipulado o valor total do capital e a parte que cabe a cada um dos sócios. Para exemplificar, suponha que dois sócios, José Maria e João de Deus, em 01/12/2009, firmaram um contrato social para constituição da empresa Glória Comércio de Jogos de Mesa Ltda., comprometendo-se a fornecer à empresa um capital de R$ 100.000, sendo que o sócio João de Deus participará com 55% do capital assumido. Veja o lançamento no Quadro 3: Data Títulos das contas/ histórico Código da Conta Débito Crédito 2009 dezembro 01 CAPITAL A INTEGRALIZAR CAPITAL SUBSCRITO Capital assumido (subscrito) na constituição da empresa Glória Comércio de Jogos de Mesa Ltda., conforme contrato arquivado na Junta Comercial sob nº 21.224, pelos sócios: José Maria R$ 45.000 por 45 quotas a R$ 1.000 cada uma João de Deus R$ 55.000 por 55 quotas a R$ 1.000 cada uma 3.1.2 3.1.1 100.000 ---- ---- 100.000 Quadro 3: Lançamento 1 no Diário UNIUBE 27 Em seguida, os sócios devem integralizar o capital, ou seja, fornecer (entregar) o capital comprometido à empresa. Essa entrega pode ser total, quando os sócios integralizam toda a parte prometida, ou parcial, quando os sócios entregam apenas uma parte do capital subscrito. A integralização pode ser realizada com a entrega de bens ou direitos como o dinheiro, bens como móveis e utensílios, veículos, máquinas, mercadorias etc. e direitos a receber como ações de outras empresas, duplicatas a receber etc. Agora, suponha que os sócios decidiram integralizar, em 15/12/2009, 40% do capital comprometido em dinheiro, por meio de cheque nominal em favor da empresa. O lançamento dessa decisão fica assim: Data Títulos das contas/histórico Código da Conta Débito Crédito 2009 dezembro 15 CAIXA CAPITAL A INTEGRALIZAR Recebimento dos cheques nominais para integralização de 40% do capital dos sócios. José Maria R$ 18.000 cf. cheque nº 999, do Banco do Brasil S.A. João de Deus R$ 22.000 cf. cheque nº 329, do Banco Bradesco S.A. 1.1.1 3.1.2 40.000 --- --- 40.000 Sendo assim, a situação patrimonial da empresa é a seguinte, após a integralização do capital: Quadro 4: Lançamento 2 no Diário 28 UNIUBE Ativo Passivo e PL 15/12/2009 15/12/2009 Circulante Caixa Bancos c/Movimento Não Circulante Investimentos Imobilizado Intangível 40.000 -- -- -- -- Passivo Circulante Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido Capital Subscrito (-) Capital a Integralizar Capital Realizado -- -- 100.000 (60.000) 40.000 TOTAL 40.000 TOTAL 40.000 Quadro 5: Balanço Patrimonial Sociedade Anônima A primeira etapa para constituição de uma Sociedade Anônima é determinar os aspectos jurídicos da empresa e planejar a sua organização, que farão parte do Projeto do Estatuto da Sociedade. Após a determinação do Projeto é que os fundadores dão início à captação de recursos por meio de adesões iniciais ao capital, ou seja, subscrição do capital. Para exemplificar, suponha que a Companhia Coração Laçado esteja autorizada, pelo seu projeto, à seguinte composição: • 11 milhões de ações ordinárias com valor nominal de R$ 2,00 cada uma; • 9 milhões de ações preferenciais com valor nominal de R$ 2,00 cada uma. Supondo que a subscrição seja total e que não tenha ágio (ação vendida por valor maior que o nominal), ocorreria o seguinte lançamento: débito de R$ 40.000.000 em Capital a Integralizar e crédito de R$ 40.000.000 em Capital, confome Quadro 6: UNIUBE 29 Data Títulos das contas/histórico Código da Conta Débito Crédito 2009 dezembro 01 CAPITAL A INTEGRALIZAR Histórico Ações ordinárias subscritas 11.000.000 x R$ 2,00 cada uma ........... R$ 22.000.000 Ações preferenciais subscritas 9.000.000 x R$ 2,000 cada uma ............. R$ 18.000.000 ................ ................ 40.000.000 -- -- 40.000.000 Os acionistas resolveram integralizar o capital com 15% do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro com depósito no Banco do Brasil S.A. Fato esse que só pode ser realizado após ser adquirida a personalidade jurídica (estatuto arquivado na Junta Comercial), e ocasionar o seguinte lançamento: débito de R$ 6.000.000, em Bancos c/Movimento, e crédito de R$ 6.000.000, em Capital a Integralizar. Veja Quadro 7: Quadro 6: Lançamento 3 no Diário 30 UNIUBE Data Títulos das contas/ histórico Código da conta Débito Crédito 2009 dezembro 15 BANCOS – C/ MOVIMENTO CAPITAL A INTEGRALIZAR Histórico .............. Ações ordinárias integralizadas: R$ 22.000.000 x 15% = R$ 3.300.000 Ações preferenciais integralizadas: R$ 18.000.000 x 15% = R$ 2.700.000 ................ ................ 6.000.000 -- -- 6.000.000 Caso tenha ágio no aumento de capital por ocasião da venda, o lançamento contábil que deve ser realizado é o de integralização de capital (sem o valor do ágio): débito em Bancos c/Movimento e crédito em Capital a Integralizar, em seguida, deve-se lançar o valor do ágio a débito em Bancos c/Movimento e a crédito em Ágio na Emissão de Ações (Reserva de Capital). É importante ressaltar que se pode constituir empresa sociedadeanônima com ações sem valor nominal, ou seja, o preço de emissão sem valor é fixado pelos fundadores na constituição da sociedade e, nos aumentos de capital, pela Assembleia Geral ou, se o estatuto assim dispuser, pelo Conselho de Administração. Um fato significativo a ser citado é a alteração feita pela Lei nº 11.941/2009 relativa à contabilização dos gastos com a constituição de uma empresa ou Gastos Pré-operacionais que eram classificados Quadro 7: Lançamento 4 no Diário UNIUBE 31 como Ativo Diferido. Com a extinção do Ativo Diferido pela referida lei, esses gastos devem ser contabilizados como despesas do período ou, caso tenham características fortes de Ativo Intangível, podem ser contabilizados como tal. Esquema básico de escrituração contábil: uma revisão1.4 Como já definimos toda a parte conceitual de estruturação e registro das empresas comerciais, é importante, neste momento, fazermos uma recapitulação do que já foi estudado durante o curso de Ciências Contábeis em relação à Contabilidade, principalmente no que se refere à parte conceitual básica da teoria, para que com isso todos estejam aptos a acrescentar informações relativas à Contabilidade Comercial. Dessa forma, neste tópico, abordaremos os conceitos e noções básicas de Contabilidade, a fim de contextualizarmos e prepararmos você para as especificidades da Contabildiade Comercial. Segundo CPC nº 4, o Ativo Intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física. As entidades frequentemente despendem recursos ou contraem obrigações com a aquisição, o desenvolvimento, a manutenção ou o aprimoramento de recursos intangíveis como conhecimento científico ou técnico, desenho e implantação de novos processos ou sistemas, licenças, propriedade intelectual, conhecimento mercadológico, nome, reputação, imagem e marcas registradas (incluindo nomes comerciais e títulos de publicações). Exemplos de itens que se enquadram nessas categorias amplas são: softwares, patentes, direitos autorais, direitos sobre filmes cinematográficos, listas de clientes, direitos sobre hipotecas, licenças de pesca, quotas de importação, franquias, relacionamentos com clientes ou fornecedores, fidelidade de clientes, participação no mercado e direitos de comercialização. IMPORTANTE! 32 UNIUBE 1.4.1 Equação patrimonial De acordo com Ribeiro (2009, p. 4), “um dos atributos da Contabilidade é permitir o controle da movimentação do patrimônio das empresas”. O patrimônio de uma empresa é modificado a partir de seus eventos diários. A Contabilidade registra esses eventos podendo, assim, fornecer informações sobre a situação do patrimônio sempre que preciso. Esse processo de registrar os eventos diários de uma empresa é denominado de escrituração contábil. A escrituração contábil tem como finalidade primordial a apuração do patrimônio de uma empresa em certo momento. Dessa forma, a identidade fundamental da Contabilidade é anunciada pela seguinte expressão: PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO – PASSIVO Uma forma alternativa de expressar a identidade fundamental da Contabilidade é demonstrada pela expressão a seguir: ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO A identidade patrimonial sempre deve ser satisfeita, qualquer que seja o evento ou operação a ser registrada. Iudícibus; Marion (2009, p. 27), criticam a equação aqui expressa, dizendo que: Embora a equação [...] seja sempre clara ao expressar os acréscimos ou decréscimos do Patrimônio Líquido, decorrentes das operações registradas pela entidade, ou apenas para deixar inalterado o valor do Patrimônio Líquido nos casos em que as operações apenas provoquem alterações compensadas entre Ativo e Passivo ou entre Ativo e Ativo e Passivo e Passivo, ela UNIUBE 33 não satisfaz quando explica a composição de todas as contas que aprecem num Balancete de Verificação. Essas, ao contrário do Balanço, desdobram o Patrimônio Líquido, basicamente a parcela derivada de lucros, em contas de Receitas, Despesas, Perdas e Ganhos. Devido a esse fato, estes autores acrescentaram à expressão esboçada anteriormente, os termos Receitas, Despesas, Perdas e Ganhos derivados de Lucros e pertencentes ao Patrimônio Líquido. Antes de mostrarmos como ficaria a expressão com os termos anteriormente citados, é fundamental entendermos de forma rápida os conceitos de cada um desses termos. Iudícibus (2004, p. 168) define a Receita da seguinte maneira: Receita é a expressão monetária, validada pelo mercado, do agregado de bens e serviços da entidade, em sentido amplo (em determinado período de tempo), e que provoca um acréscimo concomitante no Ativo e no Patrimônio Líquido, considerado separadamente da diminuição do Ativo (ou do acréscimo do Passivo) e do Patrimônio Líquido provocados pelo esforço em produzir tal receita. Sendo assim, é importante verificar que as Receitas não podem ser confundidas com os ganhos extraordinários que a entidade possa vir a conseguir. Para Iudícibus; Marion (2002, p. 174): os ganhos representam itens não recorrentes (repetitivos) que têm o mesmo efeito líquido no patrimônio, mas que podem surgir na atividade normal de uma empresa, ao passo que a receita sempre surge de atividades normais. 34 UNIUBE Todavia, é importante lembrar que essa definição considera que o ganho pode ser a partir de atividades normais da empresa. Portanto, Iudícibus (2004, p. 175) menciona que “especificamente, um ganho representa um resultado líquido favorável resultante de transações ou eventos não relacionados às operações normais do empreendimento”. Logo, o ganho é gerado por atividades não relacionadas às atividades normais da entidade, ou seja, os ganhos não podem se assemelhar às receitas. Para a definição de despesa, Iudícibus et al. (2006, p. 66) dizem que: entende-se por despesa o consumo de bens ou serviços, que direta ou indiretamente, ajuda a produzir uma receita. Diminuindo o Ativo ou aumentando o Passivo, uma despesa é realizada com a finalidade de se obter uma receita. Dessa forma, os sacrifícios de ativos incorridos, direta ou indiretamente, para obtenção de receita, acabam sendo considerados como despesas do período. As perdas incluem itens que impactam o Ativo e o Patrimônio Líquido da mesma maneira que as despesas que não surgem das atividades normais da entidade, sendo, na maioria das vezes, imprevisíveis. Iudícibus (2004, p. 176) mostra que “no caso específico das perdas, pode ser utilizada esta expressão como oposto de ganho. Trata-se do efeito líquido desfavorável que não surge das operações normais do empreendimento”. Portanto, perdas de valor de ativos, não previstas anteriormente, são, indubitavelmente, perdas, mas se forem previstas, podem ser alocadas como despesas. A Figura 1, a seguir, demonstra os efeitos que Receitas, Ganhos, Despesas e Perdas têm na apuração do Resultado e no Patrimônio Líquido das empresas. UNIUBE 35 Figura 1: Efeitos da Receita, Ganho, Despesa e Perdas na Apuração do Resultado e no PL. Fonte: Adaptado de Marion (2004). Voltando à ideia proposta anteriormente de acrescentar à expressão fundamental da Contabilidade Receitas, Despesas, Perdas e Ganhos, a representação ficaria da seguinte maneira: ATIVO + DESPESAS + PERDAS = PASSIVO + RECEITAS + GANHOS + PATRIMÔNIO LÍQUIDO (CONTAS DE CAPITAL) Todavia é importante lembrar que, trabalhando melhor a expressão, poderíamos deduzir que Receitas + Ganhos – Despesas – Perdas seriam iguais ao Resultado do Exercício atual, sendo assim a expressão ficaria: ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO (anterior) + RESULTADO DO EXERCÍCIO E se o Patrimônio Líquido do ano anterior for incorporado ao Resultado do Exercício, obtém-se o novo Patrimônio Líquido, podendo-se voltar à expressão reduzida e fundamental da contabilidade: ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 36 UNIUBE Portanto, por mais que existam variações do Patrimônio Líquido, geradas pelo lucro apurado, a expressão sempre será verdadeirae constatada após o fechamento de todas as transações contábeis relativas ao exercício social finalizado. 1.4.2 Estática patrimonial Para entendermos melhor o processo de escrituração e acumulação de registros da contabilidade, é preciso ter em mente a figura de uma balança (que denota o Balanço Patrimonial). Na balança demonstrada na Figura 2, a seguir, do lado esquerdo, tem-se o Ativo e, do lado direito, tem-se o Passivo e o Patrimônio Líquido. Desse modo, para se manter o equilíbrio, o Ativo tem que ser igual à soma do Passivo e do Patrimônio Líquido. Figura 2: Demonstração da estática patrimonial. Fonte: Adaptado de Marion (2004). Todavia existem algumas outras configurações do estado patrimonial de uma empresa. Suponhamos a balança, mas, dessa vez, manteremos o ATIVO do lado esquerdo e apenas o PASSIVO do lado direito. Se ambos tiverem valores iguais, o equilíbrio será conseguido. Mas, como normalmente Ativo e Passivo apresentam valores diferentes, a balança fatalmente penderá para um dos lados. O peso (valor) que colocaremos apenas para a obtenção do equilíbrio é o que chamamos de Patrimônio Líquido e, é lógico, está no lado de menor valor (IUDÍCIBUS UNIUBE 37 • Situação 1: Quando o ATIVO for igual ao PASSIVO • Situação 2: Quando o ATIVO for maior que o PASSIVO • Situação 3: Quando o ATIVO for igual ao PATRIMÔNIO LÍQUIDO e o PASSIVO igual a zero et al., 2006, p. 32-33). A seguir, apresentamos as situações de configurações do estado patrimonial de uma empresa. 38 UNIUBE • Situação 4: Quando o ATIVO for menor que o PASSIVO 1.4.3 Operações de uma empresa Para exemplificar as diversas situações patrimoniais, a seguir, mostraremos algumas operações de uma empresa, com os respectivos Balanços, demonstrando a contínua igualdade entre os dois lados do Balanço. 1ª OPERAÇÃO: Subscrição do capital social Constituição da empresa Sorriso S.A., com capital subscrito e integralizado em dinheiro por três sócios, no valor total de R$ 4.000, em 02/01/2009. Após a subscrição do capital, o Balanço fica como no Quadro 8: Quadro 8: Balanço da empresa Sorriso S.A. 4.0004.000 4.000Capital subscrito4.000Caixa Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo Em $ mil Balanço Patrimonial em 02/01/2009 Sorriso S.A UNIUBE 39 2ª OPERAÇÃO: Aquisição de imóvel Aquisição de um edifício por R$ 1.200, sendo o pagamento efetuado à vista, em 10/02/2009. Após a aquisição, o Balanço evolui para o Quadro 9: 3ª OPERAÇÃO: Compra de mercadorias A seguir, a empresa adquiriu mercadorias junto a fornecedores, a prazo, pelo valor de R$ 2.000, em 13/02/2009. Após a aquisição, o Balanço fica na forma visualizada no Quadro 10: 4ª OPERAÇÃO: Compra de Veículo Quadro 9: Aquisição imóvel pela Sorriso S.A. 4.0004.000 4.000Capital 2.800 1.200 Caixa Imóveis Ativo Em $ mil Sorriso S.A Balanço Patrimonial em10/02/2009 Passivo e Patrimônio Líquido Quadro 10: Aquisição mercadorias pela Sorriso S.A. 6.0006.000 2.000 4.000 Fornecedores Patrimônio Líquido Capital 2.800 1.200 Caixa Imóveis Estoque de Mercadorias Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo Em $ mil Balanço Patrimonial em 13/02/2009 Sorriso S.A 2.000 Passivo 6.0006.000 2.000 4.000 Fornecedores Patrimônio Líquido Capital 2.800 1.200 Caixa Imóveis Estoque de Mercadorias Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo Em $ mil Balanço Patrimonial em 13/02/2009 Sorriso S.A 2.000 Passivo 40 UNIUBE Aquisição de um veículo, à vista, por R$ 200, em 20/02/2009. Após a aquisição, o Balanço fica da seguinte forma (Quadro 11): 5ª OPERAÇÃO: Venda de parte do edifício Venda do pavimento superior do edifício, em 23/02/2009, pelo valor de custo de R$ 600 mediante nota promissória emitida pelo comprador. Após a venda, o Balanço fica da seguinte forma (Quadro 12): 6ª OPERAÇÃO: Pagamento de obrigação Quadro 11: Aquisição veículo pela empresa Sorriso S.A. 6.0006.000 2.000 4.000 Passivo Fornecedores Patrimônio Líquido Capital 2.600 1.200 2.000 200 Caixa Imóveis Estoque de Mercadorias Veículos Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo Em $ mil Balanço Patrimonial em 20/02/2009 Sorriso S.A 6.0006.000 2.000 4.000 Passivo Fornecedores Patrimônio Líquido Capital 2.600 1.200 2.000 200 Caixa Imóveis Estoque de Mercadorias Veículos Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo Em $ mil Balanço Patrimonial em 20/02/2009 Sorriso S.A Quadro 12: Venda parte de imóvel empresa Sorriso S.A. 6.0006.000 2.000 4.000 Passivo Fornecedores Patrimônio Líquido Capital Caixa Imóveis Estoque de Mercadorias Veículos Títulos a Receber Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo Em $ mil Balanço Patrimonial em 23/02/2009 Sorriso S.A 2.600 600 2.000 200 UNIUBE 41 Pagamento, em 05/03/2009, de R$ 1.300, a fornecedores. Após o pagamento, o Balanço fica da seguinte forma (Quadro 13): 7ª OPERAÇÃO: Recebimento de direito Recebimento, em 10/03/2009, de R$ 400, como parte da venda do edifício. Após o recebimento, o Balanço fica da seguinte forma (Quadro 14): Percebe-se, de forma notável, que houve uma contínua igualdade entre os dois lados do Balanço, concluindo que o equilíbrio é premissa fundamental para formação do Balanço Patrimonial. Quadro 13: Quitação parte compromisso junto a fornecedores. 4.700 700 4.000 Passivo Fornecedores Patrimônio Líquido 1.300 600 2.000 200 600 Caixa Imóveis Estoque de Mercadorias Veículos Títulos a Receber Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo Em $ mil Balanço Patrimonial em 05/03/2009 Sorriso S.A 4.700 Quadro 14: Recebimento parcial venda do edifício. 4.700 700 4.000 Passivo Fornecedores Patrimônio Líquido Capital 1.700 600 2.000 200 Caixa Imóveis Estoque de Mercadorias Veículos Títulos a Receber Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo Em $ mil Balanço Patrimonial em 10/03/2009 Sorriso S.A 200 4.700 700 4.000 Passivo Fornecedores Patrimônio Líquido Capital 1.700 600 2.000 200 Caixa Imóveis Estoque de Mercadorias Veículos Títulos a Receber Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo Em $ mil Balanço Patrimonial em 10/03/2009 Sorriso S.A 200 4.700 700 4.000 Passivo Fornecedores Patrimônio Líquido Capital 1.700 600 2.000 200 Caixa Imóveis Estoque de Mercadorias Veículos Títulos a Receber Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo Em $ mil Balanço Patrimonial em 10/03/2009 Sorriso S.A 200 42 UNIUBE 1.4.4 Patrimônio Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. Os bens e direitos são representados pelo Ativo e as obrigações pelo Passivo. Para tanto, conceituaremos esses elementos (Ativo e Passivo) chegando a uma definição final de Patrimônio Líquido. Para conceituar Ativo, é importante ter em mente a ideia de que se uma empresa ou entidade adquire um ativo, subentende-se que esse ativo ajudará a gerar um fluxo de caixa positivo no futuro. Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), em seu Pronunciamento Contábil Básico – Estrutura Conceitual (2008, p.16), o “Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade”. O Comitê complementa: O benefício econômico futuro embutido em um ativo é o seu potencial em contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade. [...] A entidade geralmente usa os seus ativos na produção de mercadorias ou prestação de serviços capazes de satisfazer os desejos e necessidades dos clientes. [...] Os ativos de uma entidade resultam de transações passadas ou outros eventos passados. (CPC, 2008, p. 17). Iudícibus; Marion (2002, p. 144) utilizam como exemplo para se entender o significado do ativo uma analogia com a pessoa física que possui um patrimônio individual: Ninguém adquire ou fabrica um ativo para que fique à disposição, sem nada render para a pessoa. Mesmo quando se adquirem joias de uso pessoal, obras de arte, sempre existe a esperança de, num futuro, se a UNIUBE 43 famíliaprecisar, esses ativos poderem se transformar em dinheiro. O que se dirá então dos outros ativos? Você tem um carro a fim de que possa ser transportado com segurança ao trabalho, trabalho esse que lhe gera um fluxo positivo de caixa. Mesmo quando o carro é utilizado no final de semana, para o lazer, por propiciar a seu proprietário (o lazer) reparação das energias físicas e psíquicas, acaba contribuindo, indiretamente, para que tenha condições de gerar, no futuro, a entrada de fluxos positivos de caixa, como consequência de seu trabalho. Dessa forma, é notável que a aquisição de ativos surge da necessidade de poder contar com um potencial de serviços que, de alguma forma, poderá gerar a entrada de fluxos de caixa à entidade, imediatamente ou no futuro, a fim de manter suas operações, gerando receitas excedentes ao valor de sacrifício de outros ativos. Espera-se, portanto, que todos os ativos de alguma forma tornem-se dinheiro em um determinado momento, já que o que interessa aos sócios ou acionistas da empresa é justamente essa conversão como forma de remunerá-los. Já o Passivo compreende todas as exigibilidades que a empresa tem para com terceiros. Toda exigibilidade acarreta uma obrigação no momento de sua avaliação, sendo a empresa responsável em cumprir todas essas obrigações. Iudícibus; Marion (2002, p. 159) afirmam que “as obrigações podem ser legalmente executáveis como consequência de um contrato restritivo (obrigatório) ou algum requisito estatutário ou legal. Esse é normalmente o caso, por exemplo, com valores a pagar correspondentes a bens e serviços recebidos”. Para o CPC (2008, p. 16), o Passivo é definido como “[...] uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação 44 UNIUBE se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos”. O Comitê acrescenta: Uma característica essencial para a existência de um passivo é que a entidade tenha uma obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou fazer de uma certa maneira. As obrigações podem ser legalmente exigíveis em consequência de um contrato ou de requisitos estatutários. (...) A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica na utilização, pela entidade, de recursos capazes de gerar benefícios econômicos a fim de satisfazer o direito da outra parte (CPC, 2008, p. 19). As obrigações surgem também, naturalmente, a partir de negociações comerciais diárias das empresas, a fim de praticar bons hábitos e relações amigáveis tanto com clientes quanto com fornecedores e vice-versa. De acordo com Iudícibus; Marion (2002, p. 160), “a liquidação ou pagamento de uma exigibilidade usualmente envolve o fato de a entidade entregar recursos que têm em seu bojo benefícios econômicos a fim de satisfazer o direito de outra contratante”. Sendo assim, a liquidação de uma exigibilidade pode ocorrer por meio do pagamento em dinheiro, transferência de outros ativos, execução de serviços, substituição de uma exigibilidade por outra, como também a conversão da exigibilidade em item do Patrimônio Líquido. Para finalizar e conceituar realmente o Patrimônio Líquido, diante dos conceitos já expostos, utilizaremos as ideias de Iudícibus (2004, p. 183) que opina sobre a conceituação e caracterização do Patrimônio Líquido: UNIUBE 45 Devido ao fato de atribuir-se tanta ênfase à mensuração e à avaliação individuais do Ativo e do Passivo, frequentemente o Patrimônio Líquido, definido como simples diferença entre aqueles elementos, não tem merecido tratamento adequado. Entretanto, o Patrimônio Líquido, embora em uma avaliação global possa ser mensurado por diferença entre Ativo e Passivo, contém elementos que caracterizam: interesses residuais em casos de liquidação; interesses em participar em distribuições de dividendos; e direitos de participação no Patrimônio Líquido de uma entidade em continuidade, no sentido de possível alienação de sua participação ou de aumento de tal participação. À medida que uma boa evidenciação dos elementos constitutivos do Patrimônio Líquido possa auxiliar no discernimento de tais interesses, estaremos cumprindo a finalidade principal das demonstrações contábeis, ou seja, a de ajudarem o investidor a avaliar a tendência do empreendimento. O CPC (2008, p. 16) também opina sobre o Patrimônio Líquido definindo- o como sendo “[...] o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos”. O Comitê complementa dizendo: Embora o Patrimônio Líquido seja definido no item 49 como um valor residual, ele pode ter subclassificações no balanço patrimonial. Por exemplo, recursos aportados pelos sócios, reservas resultantes de apropriações de lucros e reservas para manutenção do capital podem ser demonstrados separadamente. Tais classificações podem ser importantes para a tomada de decisão dos usuários das demonstrações contábeis quando indicarem restrições legais ou de outra natureza sobre a capacidade que a entidade tem de distribuir ou aplicar de outra forma os seus recursos patrimoniais. Podem também refletir o fato de que acionistas de uma entidade tenham direitos diferentes em relação ao recebimento de dividendos ou reembolso de capital. (CPC, 2008, p. 20). Logo, diante de uma operação que pode vir a alterar o Ativo ou o Passivo das empresas, os acionistas ou os sócios se preocupam em verificar se vai alterar ou o Ativo ou o Passivo ou os dois de forma desigual porque, 46 UNIUBE considerando qualquer um desses tipos de alterações, o Patrimônio Líquido das empresas é afetado sobremaneira. Sendo assim, verifica- se que os proprietários das empresas se preocupam, na verdade, com o que realmente pode vir a afetar o Patrimônio Líquido, e não somente a afetação separada no Ativo ou no Passivo, isto é, os proprietários das empresas se preocupam com o montante agregado de recursos considerado, evidentemente, no Patrimônio Líquido. Portanto, verifica-se que é importante caracterizar o Patrimônio Líquido de acordo com as necessidades de informações dos usuários das demonstrações contábeis, já que esses usuários precisam controlar como as empresas distribuem ou aplicam os recursos do Patrimônio Líquido. Além disso, esses usuários das demonstrações contábeis, por meio do Patrimônio Líquido, podem verificar a existência de distinção para pagamento pela empresa dos dividendos ou reembolso da parcela do capital investida por eles. 1.4.5 Capital Podemos considerar que as quatro conceituações das várias configurações do capital para a Contabilidade se relacionam ao capital nominal, próprio, de terceiros e total à disposição da empresa. Capital nominal É o investimento inicial feito pelos proprietários de uma empresa e registrado pela Contabilidade numa conta denominada Capital. Iudícibus et al. (2006, p. 39) diz que o capital nominal “corresponde ao Patrimônio Líquido inicial [...], só será alterado quando os proprietários realizarem investimentos adicionais (aumentos de capital) ou desinvestimentos (diminuições de capital)”. Além disso, o patrimônio líquido também é alterado pelos resultados da empresa, logo raramente o Capital nominal coincidirá com o Patrimônio Líquido. UNIUBE 47 Banco/Conta Movimento R$ 500.000 (Ativo) Capital R$ 500.000 (Patrimônio Líquido) Capital próprio Corresponde ao conceito de Patrimônio Líquido, abrangendo o capital inicial e suas variações. Exemplificando, suponha que a empresa Feliz Comércio de Artigos para Festas Ltda. tenha apurado, em determinado período, um lucro de R$ 5.500, proveniente da venda de seus artigos para festas. O capital próprio (Patrimônio Líquido) da empresa aumentaria para R$ 505.500, todavia o capital nominal seria os mesmos R$ 500.000. Banco/Conta Movimento R$ 500.000 Título a Receber R$ 5.500 R$ 505.500 (Ativo) Capital R$
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