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Língua Portuguesa 
Crase: regra geral 
Prof da Videoaula: Sidney Martins 
 
 
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Veja o exemplo abaixo: 
 
Bom dia, boa tarde e boa noite, meu caro e minha cara concurseira! Neste material 
vamos estudar a crase, essa matéria tão temida por muitos candidatos. Mas tenha 
calma, vamos estudar bem a base dessa regra gramatical e suas exceções, assim vai 
ficar bem mais fácil compreendê-la. Desejo a você um bom estudo, vamos nessa?! 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
Crase ................................................................................................................................ 3 
Acento grave ....................................................................................................................................... 3 
Princípios gramaticais da crase: ............................................................................................................ 4 
Princípio fonológico..................................................................................................................................................... 4 
Princípio morfológico .................................................................................................................................................. 4 
Princípio sintático ........................................................................................................................................................ 5 
Regra geral da crase ............................................................................................................................. 5 
 
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CRASE 
Acento grave 
Antes de entrarmos na regra de crase propriamente dita, devemos aprender que o 
nome do acento usado em “À” é acento grave. Cuidado, o nome do acento NÃO é 
crase! Pois a crase é a fusão entre duas vogais idênticas. 
 
Presta atenção nisso, que pode ser uma questão de prova, então não podemos 
confundir, certo?! O examinador pode colocar o nome desse acento como como 
acento grave ou acento indicativo do fenômeno da crase, que é a mesma coisa, mas 
NUNCA podemos chamar esse de crase. 
 
À 
 A + A 
 
Para provar isso que estou explicando aqui, vamos ver um caso bonito de crase: 
 
A palavra dor, como nós a conhecemos já teve outras formas: 
dolore> dolor> door> dor 
 
Observe que a palavra “door” quando virou “dor” ocorreu a fusão entre duas vogais 
idênticas, então temos aqui um caso de crase. Claro que isso não cai na sua prova de 
língua portuguesa. Porém, esse tipo de questão pode cair em concursos específicos 
para pessoas da área de língua portuguesa, porque o avaliador, naquele momento, 
quer saber se aquele profissional conhece o conceito mais amplo da crase e o 
processo de variação diacrônica, que é a mudança da língua com o passar dos tempos. 
Fenômeno crase: fusão 
de duas vogais idênticas 
Uso do acento grave 
crase 
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Princípios gramaticais da crase: 
Agora o que obrigatoriamente vai cair na sua prova são os três princípios gramaticais 
da crase: princípio fonológico, princípio morfológico e princípio sintático. 
 
Princípio fonológico 
O exemplo anterior apresenta apenas um princípio gramatical de crase: o princípio 
fonológico, já que possui a fusão entre duas vogais idênticas. 
door> dor 
 
O princípio fonológico está definido neste esquema: 
 
À 
 A + A 
 
 
Princípio morfológico 
Nesse caso, eu também tenho o princípio morfológico, pois aqui temos a presença de 
classes gramaticais diferentes: a preposição e o artigo, como podemos observar: 
 
À 
 A + A 
 
 
Princípio fonológico: 
fusão de duas vogais 
idênticas. 
crase 
Preposição Artigo 
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Princípio sintático 
O principal princípio gramatical da crase é o princípio sintático, que tem a ver com a 
regra geral da crase: o termo anterior exige a preposição a e o termo posterior admite 
o artigo a. Como apresentado neste esquema: 
 
À 
 A + A 
 
 
 
Regra geral da crase 
Agora que você já sabe os princípios gramaticais da crase, vamos estudar a base da 
regra geral da crase, vamos a um exemplo: 
Eu me refiro ......... diretora. 
 
 
Perceba que o termo anterior, nesse caso: o verbo referir, exige preposição a, pois 
quem se refere se refere a alguém. E o termo posterior, o substantivo diretora, admite 
o uso do artigo a, porque é um substantivo feminino singular. Então se eu tenho 
preposição mais artigo, logo eu tenho crase. 
 
Eu me refiro ......... diretora 
 
 
 
Para aplicar a regra geral da crase, obrigatoriamente, temos que olhar 
para o termo anterior (termo regente) e para o termo posterior (termo 
regido). 
T. A. 
exige 
preposição 
T.P. 
admite 
artigo 
à 
E
u 
m
e 
r
e
f
i
Preposição Artigo 
Verbo 
exige 
preposição 
Substantivo 
admite 
artigo 
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OLHA O MACETE: se você ficar na dúvida se o termo posterior admite o 
uso do artigo a, você deve empregá-lo no início de uma nova frase, esse 
é um recurso que pode ajudar. Usando o nosso exemplo, em que o termo 
posterior é diretora. 
 
Ex.: A diretora é bonita T.P. admite artigo 
 
 
Entretanto, se você ainda tiver dúvida nessa regra geral da crase, tem outro macete 
que pode te ajudar, então não se desespere! VAMOS LÁ: 
➢ Substitua o termo feminino por um termo masculino equivalente ou o mais 
próximo semanticamente. 
 
Ex.: Eu me refiro ......... diretora 
 diretor 
 
 Eu me refiro ......... diretor 
 
 Eu me refiro ......... diretora 
 
➢ Quando você pega o substantivo feminino e troca por um substantivo 
masculino, resulta na contração ao, aqui você fez a constatação da regra geral, 
agora tem certeza de que no exemplo há crase. Observe que o a é a preposição 
exigida pelo verbo refiro - termo anterior -, por sua vez, o artigo o é admitido 
pelo substantivo masculino singular– termo posterior. 
 
 
OLHA O MACETE: se você tiver dúvida se tem ou não a crase, só pegar o 
termo feminino que se encontra depois do a e trocar por um termo 
masculino, se acarreta a contração ao terá crase, porque teremos 
preposição mais artigo. 
 
ao 
dir
eto
r 
 
 
à 
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Agora quando temos um substantivo plural que admite artigo, teremos a contração 
às, como no seguinte caso: 
 
ÀS 
 A + AS 
 
 
Eu me refiro ..............diretoras 
 
 
 
E se caso você quiser empregar o macete que aprendemos anteriormente, você só 
precisa substituir “diretoras” por “diretores”, ou seja, substituir um sujeito feminino no 
plural por um termo masculino equivalente também no plural, então teríamos a 
contração aos, que é a preposição mais o artigo no plural. 
 
Ex.: Eu me refiro ......... diretoras 
 diretores 
 
 Eu me refiro ........... diretores 
 
 Eu me refiro ......... diretoras➢ Quando você pega o termo feminino plural e troca por um masculino plural, 
resulta na contração aos, aqui você fez a constatação da regra geral, sabendo 
que no exemplo há crase. Observe que o a é a preposição é exigida pelo verbo 
- termo anterior -, por sua vez, o artigo os é admitido pelo substantivo 
masculino plural– termo posterior. 
 
Preposição Artigo feminino plural 
T. A. 
exige 
preposição 
T.P. 
admite 
artigo no 
plural 
às 
Eu 
m
e 
ref
iro 
.....
.... 
dir
et
or 
 
--
-- 
aos 
dire
tor 
 
 
às 
Eu 
m
e 
ref
iro 
.....
.... 
dir
et
or 
 
--
-- 
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OLHA O MACETE: se você tiver dúvida se tem ou não a crase, só pegar o 
termo feminino plural que se encontra depois do a e trocar por um termo 
masculino plural, se acarreta a contração aos terá crase, porque teremos 
preposição mais artigo. 
 
 
Agora quando tivermos na frase um substantivo que indica nome de lugar, temos que 
analisar bem para contatar se há ou não crase. Vamos aos exemplos: 
 
Vou ....... Europa 
Foi ..... Roma 
 
➢ Nesses casos, você pode aplicar um macete simples: 
Que vai A e volta DA – Crase há! 
Quem vai A e volta DE – Crase para quê?! 
 
Vou à Europa/ Volto da Europa – Há crase! 
Foi a Roma/ Voltou de Roma – Não há crase! 
 
➢ Esse macete só vale para topônimos, ou seja, substantivos que nomeiam: ruas, 
cidades, bairros, continente e países, portanto, não se encaixa para qualquer 
lugar, por exemplo, não pode ser empregado para casa ou apartamento. 
 
 
 
OLHA O MACETE: em casos de substantivos que nomeiam lugares: ruas, 
cidades, bairros, continente e países (somente os topônimos), para a 
contatação da regra geral da crase, aplicaremos o seguinte recurso: 
 
Que vai A e volta DA – Crase há! 
Quem vai A e volta DE – Crase para quê?! 
 
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Agora vamos testar os nossos conhecimentos sobre crase. Para isso vamos analisar as 
seguintes frases: 
1. Fui a farmácia 
2. Cheguei a escola 
3. Cheguei a casa 
4. Visitei a casa do Jhoni Zini. 
5. Cheguei a casa do Jhoni Zini. 
 
Então, por exemplo, essas duas primeiras frases você facilmente acertaria aplicando o 
seguinte macete: substituir o substantivo feminino por um termo masculino 
correspondente. OBSERVE: 
1. Fui a farmácia 
 
Fui ao mercado 
 
 Fui à farmácia 
 
2. Cheguei a escola 
 
Cheguei ao colégio 
 
 Cheguei à escola 
 
Agora a terceira frase é um caso que devemos tomar cuidado. Vamos para análise: 
 
3. Cheguei a casa 
 
➢ O termo anterior, o verbo cheguei, exige preposição a, pois quem chega, chega 
a algum lugar. Entretanto, o termo posterior, o substantivo casa - com acepção 
de lar/moradia/residência -, não admite artigo, porque pressupõe que já esteja 
definida. Logo não temos caso de crase. 
 
NESSES CASOS: a é a preposição exigida pelo 
verbo - termo anterior -, já o artigo o é 
admitido pelo substantivo masculino singular– 
termo posterior. Então temos a contração ao. 
Assim você consegue fazer a constatação da 
regra geral da crase, logo teremos crase nos 
dois casos. 
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No entanto, nesse caso, os macetes podem nos enganar. Veja: 
1º MACETE - conseguimos pegar a palavra “casa” e substituir por um termo masculino 
correspondente: “apartamento” e teremos como resultado a contração ao, mas o substantivo 
casa, com sentido de lar, não admite crase. 
2º MACETE - conseguimos colocar o termo “casa” no início de uma frase e obteríamos: a casa, 
como no caso: “a casa é grande”, porque nesse caso o substantivo casa é o núcleo do sujeito 
e obrigatoriamente tem o emprego do artigo a. 
3º MACETE poderíamos empregar a regra: cheguei a/ volto da, conseguiríamos cheguei a 
casa/ voltei da casa, então também acharia que teria crase, todavia esse macete só funciona 
com topônimos, ou seja, nome de rua, de cidade, de bairro, de continente, de país. Por isso, 
o substantivo casa não se encaixa nessa regra. 
 
Agora vamos analisar a quarta frase: 
 
4. Visitei a casa do Jhoni Zini. 
 Aqui o substantivo casa está especificado 
(substantivo: casa + adjunto adnominal: do Jhoni Zini) 
 
➢ Diferente do exemplo anterior, temos aqui o substantivo casa especificado (casa 
do Jhoni Zini), então, nesse caso, o substantivo casa admite artigo. 
 
Porém, tenha cuidado, isso não é sinal de crase! Lembre-se de olhar sempre o termo 
anterior e o termo posterior. 
 
Visitei .............. casa do Jhoni Zini 
 
 
 
T. A. 
NÃO exige 
preposição 
T.P. 
admite 
artigo 
a 
E
u 
m
e 
r
e
fi
r
o 
...
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➢ Nesse caso, o termo posterior (casa do Jhoni Zini) admite o artigo a, mas o 
termo anterior (visitei) não exige preposição, por ser um verbo transitivo direto 
(VTD). Então como não há a contração de duas vogais (preposição a + artigo a), 
não há o emprego de crase. 
 
 
Você já percebeu que o substantivo casa é uma palavrinha peculiar. E para esclarecer 
qualquer dúvida sobre os dois últimos exemplos, considere o padrão culto da língua. 
Vamos comparar dois substantivos que indicam lugar: escola e casa, analisando a sua 
regência. 
 
 
 escola casa 
 
 
Observe que a regência com a palavra escola: acarreta a contração da preposição mais 
artigo (na=em + a/ da=de +a); já com a palavra casa: temos apenas preposições (em/de). 
Isso significa que o substantivo casa realmente não admite artigo, por isso não terá crase. 
 
Porém isso muda quando temos a palavra casa é especificada, como no exemplo: casa do 
Jhoni Zini. Nesse caso, temos o uso do artigo e a regência ficará: 
 
 casa do Jhoni Zini 
 
No entanto, só o substantivo casa admitir uso do artigo, no caso dele ser especificado, não 
garante o emprego de crase, OK? Para ter crase, obrigatoriamente, o verbo deve exigir 
preposição e o substantivo deve admitir artigo, COMBINADO? 
 
 
Agora observe o quinto exemplo: 
 
5. Cheguei ....... casa do Jhoni Zini. 
 
➢ Diferente do exemplo anterior, aqui o termo anterior, o verbo cheguei, exige a 
preposição a, por ser um verbo transitivo indireto (VTI). E como já vimos, 
quando o substantivo casa, termo posterior, estiver especificado ele admite o 
Sai da 
Fica na Fica em 
Sai de 
Fico na 
Saio da 
à 
E
u 
m
e 
r
e
fi
r
o 
...
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artigo a. Dessa forma, na nessa frase temos o emprego da crase. 
Para fixar mais o que estamos estudamos, vamos comparar as frases. OBSERVE: 
 
➢ Comparando as frases 4 e 5: 
Ambas apresentam a palavra casa especificada, por isso o substantivo admite o 
artigo a. Porém, a diferença está na regência dos verbos: na frase quatro, verbo 
não exige a preposição, por isso não há o emprego de crase; na frase cinco, o 
verbo exige a preposição, por isso há crase. 
 
➢ Comparando as frases 3 e 5: 
Na frase três: “cheguei a casa”. De quem é essa casa? Essa casa é do emissor, 
por isso ela não precisa ser especificada, consequentemente não admite o 
artigo. No entanto, quando a casa é de uma outra pessoa eu preciso especificar 
para enfatizar isso, como é o caso da frase cinco, por isso admite o artigo. 
 
 
Contudo, se ainda assim você ainda tiver alguma dúvida no que acabei de explicar, 
considere a linguagem informal, sim a sua fala do dia a dia. Observe: 
 
▪ Muitas vezes não dizemos “cheguei a casa”, não empregamos a preposição a 
como é a regra da norma culta. Porém, qualquer falante da língua diz “cheguei 
em casa”, perceba o uso da preposição em. Isso porque tem uma gramática 
internalizada, por conhecer o funcionamento da língua, então sabe que se 
chegou a sua própria casa, nãoprecisa especificar para o interlocutor. 
 
▪ Muitas vezes não dizemos “cheguei à escola”, não empregamos a preposição a 
como é a regra da norma culta. Todavia, qualquer falante da língua diz “cheguei 
na casa”, perceba o uso da contração da preposição em mais o artigo a. Então, 
por apresentar preposição mais artigo, há o emprego da crase. 
 
▪ Contudo, todos os falantes da língua, até os analfabetos, falam: “visitei a casa de 
Jhoni Zini”, pois por conhecerem o funcionamento da língua sabem que esse 
verbo não exige preposição. Da mesma forma que dizem: “cheguei na casa de 
Jhoni Zini”, empregam a preposição, mesmo que de forma equivocada, pois 
sabem que o verbo chegar exige preposição, mesmo que pela norma culta 
deveria ser a invés de em. 
 
 
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Caro aluno e cara aluna, finalizamos aqui. Espero, sinceramente, que o conteúdo aqui 
apresentado tenha sido de fácil compreensão, agregando aos seus estudos. 
Aprofundaremos mais sobre a crase nas próximas aulas, mas saiba que essa aula é a 
base para continuarmos, então não esqueça de fazer um belo resumo, ok?! Agora, 
você está liberado para fazer uma breve pausa. Aproveite para tomar um chá ou café, 
descanse e escute sua música favorita, mas não se esqueça de voltar, viu?! 
 
Te espero na próxima aula, até! 
 
 
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