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Língua Portuguesa | Crase Facultativa www.focusconcursos.com.br | 1 Língua Portuguesa Emprego de Crase Facultativa Prof da Videoaula: Sidney Martins Língua Portuguesa | Crase Facultativa www.focusconcursos.com.br | 2 Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. Veja o exemplo abaixo: CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Crase Facultativa .............................................................................................................. 2 Nomes Próprios Femininos ................................................................................................................... 3 Preposição Até ..................................................................................................................................... 4 Pronomes Possessivos Femininos Adjetivos .......................................................................................... 6 Exercícios de Fixação ......................................................................................................... 7 CRASE FACULTATIVA O primeiro ponto que gostaria de destacar para iniciar esta aula é que o que é facultativo na crase não é a crase em si, mas sim ou o uso da preposição ou o uso do Língua Portuguesa | Crase Facultativa www.focusconcursos.com.br | 3 artigo. Nesse sentido, existem três aspectos gramaticais que são base para os processos de crase facultativa: nomes próprios femininos, a preposição até, e os pronomes possessivos femininos adjetivos. Convido-o a acompanhar minha explicação sobre cada um deles a seguir 👊. Nomes Próprios Femininos Diante de um nome próprio feminino o que é facultativo é o uso do artigo. Na verdade, o uso do artigo é facultativo tanto para nome próprio feminino quanto para nome próprio masculino, mas estou especificando aqui o feminino simplesmente porque o tema da aula é “uso da crase” e crase, como você já sabe, nada mais é que o encontro da proposição “a” mais o artigo feminino “a”. Considere o exemplo prático de como isso ocorre na fala: eu moro no Rio de Janeiro, na cidade do Rio de Janeiro, bem próximo à cidade de Niterói. Lá no Rio, nós gostamos do artigo, então dizemos “vou à casa da Maria” ou “vou à casa do João”. Em contrapartida, em Niterói as pessoas não gostam muito de artigos, então eles dizem “vou à casa de Maria” e “vou à casa de João”. Vamos aprofundar um pouco mais essa ideia. Para tanto, observe a seguinte construção: O verbo “dar” é um verbo transitivo direto e indireto. O objeto direto é, portanto, “um recado”, e o objeto indireto regido pela preposição “a”, ou seja, àquele a quem foi dado o recado, é “a Maria”. O termo posterior é um substantivo feminino, mas não é qualquer substantivo feminino; é um NOME PRÓPRIO. Assim sendo, o artigo é facultativo, portanto, a construção pode se dar das seguintes formas: Entenda que não faz a mínima diferença falar de um jeito ou de outro, exatamente porque o artigo é facultativo. Tanto que podemos dizer: “Maria é bonita” ou “A Maria é bonita”. Dei um recado a Maria VTDI OD OI Língua Portuguesa | Crase Facultativa www.focusconcursos.com.br | 4 ▪ Dei um recado à Maria. ▪ Dei um recado a Maria. Agora, analise a seguinte estrutura: “Refiro-me a Joana D’Arc, guerreira Francesa”. Uma expressão como esta é perigosa, pois muitos candidatos podem pensar que por estar o nome próprio feminino especificado, a crase será obrigatória. Só que não é bem assim. Na verdade, essa frase faz uma alusão histórica, isto é, tem como tema central Joana D’Arc, guerreira francesa, morta aos dezoito anos, queimada e acusada de bruxaria. Estamos falando aqui de uma figura histórica, e por esse motivo NÃO usamos artigo. A ideia é muito simples: em primeiro lugar, a banca parte do pressuposto de que você conhece a história; em segundo lugar, quantas Joanas D’Arcs, guerreiras francesas, que morreram com dezoito anos, queimadas e acusadas de bruxaria existem afinal? UMA SÓ. Pois bem, não usamos artigo nesses casos de alusão histórica simplesmente porque não são casos que necessitam de especificação. Isso explica o porquê de não ocorrer crase: o a nessa estrutura é apenas a preposição exigida pelo verbo. Preposição Até Na verdade, o que há de facultativo na preposição “até” é a preposição “a” (🤔....). Explico melhor: é um fato culto da língua que podemos também utilizar a locução prepositiva “até a”, em que o “a” é também uma preposição. Examine as seguintes estruturas: ▪ Vou até à praia. ▪ Vou até a praia. Na primeira estrutura “vou até à praia” utilizamos a locução prepositiva “até à”. Já na segunda, utilizamos apenas a preposição “até”. Isso é o suficiente para percebemos que o a sem preposição em “vou até a praia” é apenas um artigo, enquanto na 💡 Se quiser tirar a prova, experimente substituir o nome próprio feminino por um masculino: Dei um recado ao João. / Dei um recado a João. Língua Portuguesa | Crase Facultativa www.focusconcursos.com.br | 5 primeira, é a junção da preposição a mais o artigo a. Como você bem sabe, diante da preposição “a” pode ser que a crase seja obrigatória, pode ser que não tenha crase, ou que ela seja proibida ou facultativa. Mas, quando trabalhamos com a preposição até, a crase será SEMPRE facultativa (nem obrigatória, nem proibitiva, apenas FACULTATIVA), justamente porque é possível que o interlocutor esteja utilizando ou a preposição até ou a locução prepositiva até a. Lembre-se: não há crase diante de nenhuma outra preposição, somente diante das preposições a e até (unicamente por ela compor a locução prepositiva “até a”). Entenda que em provas de concursos são recorrentes os tipos de questões em que o enunciado usa uma frase como “Dei um recado a Maria”, por exemplo, e não pergunta se nela há crase ou não, ou se a crase é facultativa, enfim... questões que não mencionam crase em momento algum, mas, em contrapartida, pedem para que o candidato assinale dentre as alternativas aquela que tem o mesmo valor morfológico do termo destacado no enunciado. Ou seja, aquela que é uma preposição. Em uma ocasião, uma das alternativas que uma banca específica apresentou para essa mesma questão foi a frase “Vou até a praia”. Muitos candidatos, ao olharem para essa alternativa, devem ter pensado “Moleza!! Isso é um caso de crase facultativa”. Mas, na verdade, o que a questão queria era a alternativa que apresentasse uma preposição, pois o a, em “vou até a praia”, é um artigo, e o a, em “Dei um recado a Maria”, é uma preposição. Esse tipo de confusão pode derrubar meio mundo de candidato, então fique atento 😉! 💡 Se quiser tirar a prova, experimente substituir o nome próprio feminino por um masculino: Vou até ao parque. / Vou até o parque. Língua Portuguesa | Crase Facultativa www.focusconcursos.com.br | 6 Pronomes Possessivos Femininos Adjetivos A construção que mais cai nas provas de concursos públicos de forma geral é a que envolve os pronomes possessivos femininos adjetivos. Ora, o pronome é aquele elemento que trabalha para o nome (substantivo). Desse modo, das duas ou uma: ou ele acompanha o nome (o substantivo) ou ele substitui o nome (o substantivo). Pronome Adjetivo: é o pronome que acompanha o substantivo; Pronome Substantivo: é o pronome que substitui o substantivo. Analise os seguintes exemplos: ✓ “Refiro-me à minha amiga.” ✓ “Refiro-me a minha amiga.” Nos exemplos, o termo anterior (refiro) exige a preposição a, pois quem se refere se refere a alguém. Quanto ao termo posterior (minha), trata-se de um pronome possessivo feminino adjetivo, e por assim o ser, o usodo artigo antecedendo-o é facultativo. Agora, observe o próximo exemplo: ✓ “Refiro-me a sua amiga e não a minha.” Na hora da prova, um candidato pode, por assimilação, achar que os dois pronomes femininos na sentença são casos de crase facultativa. No primeiro caso até é, uma vez que, por se tratar de um pronome possessivo adjetivo acompanhando o substantivo “amiga”, o artigo é facultativo, e, se o artigo é facultativo, o uso da crase também é. Agora, o pronome “minha” não está acompanhando o substantivo, mas sim substituindo-o. É como se no lugar dele estivesse escrita a “palavra” amiga, e isso significa que ele faz a vez de um substantivo feminino, logo, ele é um pronome substantivo. Nessa situação, o artigo a é obrigatório, bem como a preposição a exigida pelo verbo referir. A crase, portanto, também será obrigatória: ✓ “Refiro-me a sua amiga e não à minha”. Língua Portuguesa | Exercícios de Fixação www.focusconcursos.com.br | 7 ⚠ A crase será facultativa diante do pronome possessivo feminino adjetivo. Porém, será obrigatória diante do pronome possessivo feminino substantivo. Belezinha?! Meu caro aluno, após essa etapa de teoria pura, vamos nos encaminhar para a resolução de alguns exercícios. Creio que não seja necessário dizer, mas... Faça os exercícios todos antes de passar às explicações e verificar o gabarito. Detalhe: se você gabaritar a questão seis considere-se preparado para matar todas as questões de crase do seu concurso 😉. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Vamos aos exercícios de fixação. Questão 1. Coloque o acento indicador de crase quando for necessário. a) Diga as pessoas que me procurarem que tive de sair. b) Fui a Europa, de onde a Ásia. c) Fui a Natal das praias inesquecíveis. d) Cheguei a casa tarde da noite ontem. e) Preciso ir a terra dos meus antepassados. f) A noite, teremos de ficar a espreita. g) Dobre a esquerda. h) A loja estava as moscas quando chegamos, as quatro horas. i) Prefiro isto aquilo. j) A pessoa a que fiz referência não esteve presente a reunião. Comentários: a) O termo anterior (diga) exige a preposição a, e o termo posterior (pessoas) admite artigo. Caso essa forma de raciocínio na hora da prova pareça um pouco complexa, experimente trocar o termo posterior feminino por um termo masculino, “diga aos homens que me procurem”, você perceberá a junção da preposição a e do artigo o Língua Portuguesa | Exercícios de Fixação www.focusconcursos.com.br | 8 (a+o=ao). Isso significa que, voltando ao termo feminino, ocorre crase na estrutura original. ✓ Diga às pessoas que me procurarem que tive de sair. b) Se seguirmos o macete aplicado aos topônimos “fui à Europa / voltei da Europa”, compreendemos que o termo anterior (fui) exige preposição e o posterior (Europa) admite o artigo, desse modo, ocorre crase no primeiro caso. No segundo, embora não seja uma estrutura muito utilizada no dia a dia, ela está dentro do padrão culto da língua portuguesa e significa “fui à Europa e da Europa fui à Ásia”. Recorrendo ao macete dos topônimos, constatamos que no segundo termo também se emprega a crase (fui à Ásia / voltei da Ásia). ✓ Fui à Europa, de onde à Ásia. c) Se fossemos só a Natal teríamos voltado de Natal, portanto, sem crase. Todavia, a estrutura especificou Natal, logo, a análise que fazemos é a seguinte: o termo anterior (fui) exige preposição e o posterior, embora não admita artigo, foi especificado, logo, ocorre a crase. ✓ Fui à Natal das praias inesquecíveis. d) O verbo chegar pede preposição, mas a palavra casa não admite artigo, a não ser quando especificada, e ela não foi especificada nessa estrutura. Assim, o a em “cheguei a casa” é somente uma preposição, portanto não ocorre o emprego de crase. ✓ Cheguei a casa tarde da noite ontem. e) A palavra terra foi especificada e o termo anterior (ir) exige preposição, então, emprega-se crase. ✓ Preciso ir à terra dos meus antepassados. f) “À noite” é uma expressão adverbial de base feminina temporal, portanto, tem crase; “à espreita” também é expressão adverbial de base feminina, só que modal, e também tem crase. Língua Portuguesa | Exercícios de Fixação www.focusconcursos.com.br | 9 ✓ À noite, teremos de ficar à espreita. g) As expressões dobre à direita, dobre à esquerda, vire à direita, vire à esquerda sempre têm crase. ✓ Dobre à esquerda. h) O a de “a loja” é só um artigo e obviamente não tem crase; o a de “as moscas” é um adjunto adverbial de modo de base feminina, portanto, tem crase. Quanto à expressão de horas especificada, com elas sempre ocorre o emprego de crase. ✓ A loja estava às moscas quando chegamos, às quatro horas. i) Quem prefere, prefere alguma coisa à outra. O termo anterior (prefere), portanto, exige a preposição a, e o termo posterior (aquilo) já contêm em si o artigo a embutido. Basta fazermos a fusão deste artigo com a crase. ✓ Prefiro isto àquilo. j) O a de “a pessoa” é só um artigo e o a de “a que fiz” é só uma preposição. Isso significa que nenhum dos casos tem crase. Por fim, o termo “estar presente” exige preposição e “reunião” admite artigo (basta trocar reunião por um termo masculino para constatar: “não esteve presente ao local). Ocorre o emprego de crase nessa estrutura, obrigatoriamente. ✓ A pessoa a que fiz referência não esteve presente à reunião. Questão 2. Marque o item cuja frase apresenta redigida da forma mais adequada, considerando-se clareza, elegância, precisão e correção. a) De segunda à sexta, o programa será dedicado à você. b) De segunda à sexta, o programa será dedicado a você. c) De segunda à sexta, o programa será dedicado a você. d) Da segunda à sexta, o programa será dedicado à você. e) Da segunda a sexta, o programa será dedicado a você. Língua Portuguesa | Exercícios de Fixação www.focusconcursos.com.br | 10 Comentários: esse enunciado todo é para dizer que você deve assinalar a frase que está de acordo com norma gramatical. Bom, você já sabe que em “de segunda a sexta” nunca há crase (porque não há artigo), e que em “da segunda à sexta” sempre há crase. Com base nessa constatação eliminamos as alternativas a, b e e, restando as alternativas c e d. Ora, o termo anterior exige a preposição, pois se é dedicado, é dedicado a alguém. Agora, o termo posterior (você) é um termo unissex, serve tanto para homem quanto para mulher, e, por assim o ser, diante dele não usamos artigo. Não havendo artigo, não há crase. Gabarito: Letra C Questão 3. O sinal indicador da crase foi corretamente empregado na frase “Que estivesse bem cedo junto ao edifício Brasília para assistir à coleta de lixo”. Dentre as opções abaixo, porém, este sinal foi INCORRETAMENTE utilizado em: a) O bom repórter não poupa elogios à higiene dos lixeiros. b) Na adolescência o motorista teria sucumbido à previsão de uma velhice pobre. c) A esperança sobrevive até mesmo à uma ou outra mutilações. d) O motorista parece dizer às pessoas da cidade: “o lixo é vosso”. e) Os metais do caminhão espendiam à luz da manhã. Comentários: cuidado com a malícia da banca. Ela apresenta o termo correto no enunciado, mas pede para você marcar o incorreto. a) Quem não poupa, não poupa alguma coisa à alguém, ou seja, o termo anterior (poupa) exige a preposição a e o posterior (higiene) admite o artigo a. Mas, se você não conseguir enxergar dessa forma, substitua o termo feminino por um masculino, “o bom repórter não poupa elogios ao banho dos lixeiros”. Se tem “ao” significa que tem preposição + artigo, logo, tem crase. ✓ O bom repórter não poupa elogios à higiene dos lixeiros. b) O termo anterior (sucumbido) exige a preposição a, e o termo posterior (previsão) Língua Portuguesa | Exercícios de Fixação www.focusconcursos.com.br | 11 admite artigo. Fazendo a substituição do termo femininopor um masculino percebemos isso facilmente: “Na adolescência o motorista teria sucumbido ao tempo de uma velhice pobre”. ✓ Na adolescência o motorista teria sucumbido à previsão de uma velhice pobre. c) Experimente substituir os termos femininos por masculino para ver como fica: “a esperança sobrevive até mesmo a um ou outro...”. O a remanescente é a preposição exigida pelo termo anterior (sobrevive). Como a substituição não resultou em “ao” significa que o termo posterior não admite artigo, então não ocorre o emprego da crase . ✓ A esperança sobrevive até mesmo a uma ou outra mutilações. Seria muito interessante o avaliador perguntar a classe gramatical do termo “uma” nesta questão. Muitos incorrem no erro de dizer que se trata de um artigo indefinido, mas... quando temos o par “uma ou outra” ou “uma e outra”, ambos são pronomes indefinidos. Lembre- se disso 😉. d) Quem diz, diz alguma coisa a alguém. O que foi dito é: “o lixo é vosso”. Para quem foi dito? Para as pessoas da cidade. Fazendo a substituição do termo masculino a sentença seria: “O motorista parece dizer aos homens da cidade”, com a presença da preposição a e do artigo o, resultando no emprego da crase. ✓ O motorista parece dizer às pessoas da cidade: “o lixo é vosso”. e) O verbo esplender significa brilhar. Os metais brilhavam à luz da manhã. Trata-se de um advérbio temporal de base feminina. Nessa estrutura temos, portanto, a crase. ✓ Os metais do caminham esplendiam à luz da manhã. Gabarito: Letra C Língua Portuguesa | Exercícios de Fixação www.focusconcursos.com.br | 12 Questão 4. Indique a alternativa em que o sinal indicativo de crase é facultativo: a) Voltou à casa do Juiz. b) Chegou às três horas. c) Voltou à minha casa. d) Voltou às pressas. Comentários: diante de uma questão dessas, de cara procuramos observar três aspectos: termo feminino; preposição até; e pronomes possessivos femininos adjetivo. Ao examinar as opções, verificamos que não há presença de nome próprio e da preposição até, mas há presença de pronome possessivo feminino adjetivo na alternativa c). Ora, podemos tanto dizer “minha casa é bonita”, como “a minha casa é bonita”, sendo o artigo é facultativo. Assim, a crase em “voltou a minha casa” também é facultativa. Nas demais alternativas a crase é obrigatória. ✓ Voltou à minha casa/ voltou a minha casa. Gabarito: Letra C Questão 5. Assinale a opção INCORRETA com relação ao emprego de acento indicativo de crase: a) O pesquisador deu maior atenção à cidade menos privilegiada. b) Este resultado estatístico poderia pertencer à qualquer população carente. c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu à entrevista. d) A verba aprovada destina-se somente àquela cidade sertaneja. e) Veranópolis soube unir a atividade à prosperidade. Comentários: a) O termo anterior (deu) exige a preposição a, e o termo posterior admite artigo. Constata-se, também, pela substituição do temo feminino por um masculino, “o pesquisador deu maior atenção ao bairro” que cabe crase na estrutura. b) A palavra qualquer é um pronome indefinido, e sequer permite pensar em distinção Língua Portuguesa | Exercícios de Fixação www.focusconcursos.com.br | 13 de gênero, portanto, não tem artigo, e se não tem artigo, não tem crase. O a constatado na frase é apenas uma preposição exigida pelo termo anterior. Nas demais alternativas o uso de crase também está correto. Gabarito: Letra B Questão 6. Assinale a opção em que o A sublinhado nas duas frases deve receber acento grave indicativo de crase: a) Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar em voz alta. b) Pedimos silêncio a todos. / Pois a pouco, a praça central se esvaziava. c) Esta música foi dedicada a ela. / Os romeiros chegaram a Bahia. d) Bateram a porta e fui atender. / O carro entrou a direita da rua. e) Todos a aplaudiram. / Escreve a redação a tinta. Comentários: a) Lisboa é um topônimo (vou a Lisboa, volto de Lisboa) que não admite artigo, sendo o a apenas uma preposição. Adiante, não a crase em “Paulo começou a falar” porque falar é verbo, e diante de verbo não há artigo. Nesse sentido, o a na frase é apenas uma preposição. ✓ Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar em voz alta. b) é palavra indefinida, masculina e está no plural, portanto, não admite artigo, e o a é apenas uma preposição exigida pelo termo anterior. Mais adiante, “pouco a pouco” é uma expressão adverbial com palavras repetidas, portanto não tem crase. ✓ Pedimos silêncio a todos. / Pouco a pouco, a praça central se esvaziava. c) O termo anterior “dedicado” exige a preposição, mas o termo posterior é um pronome feminino. Experimente fazer a substituição por um termo masculino, “essa música foi dedicada a ele”, para verificar que o a é somente uma preposição, e sem crase. Na frase subsequente, Bahia é um topônimo (chegaram a Bahia e voltaram da Língua Portuguesa | Exercícios de Fixação www.focusconcursos.com.br | 14 Bahia), se voltaram da, crase há. ✓ Esta música foi dedicada a ela. / Os romeiros chegaram à Bahia. d) A expressão bater à porta tem crase. Assim como a expressão adverbial de base feminina “entrar à direita” (virar à direita; dobrar à direita). ✓ Bateram à porta e fui atender. / O carro entrou à direita da rua. e) O termo posterior da primeira estrutura é um verbo (aplaudiram), portanto não tem crase. As expressões adverbiais de instrumento são meio perigosas, mas nesse caso o acento não chega a ser necessário porque não vai gerar ambiguidade (mas pode ser colocada também 😉). ✓ Todos a aplaudiram. / Escreve a redação a tinta. Questão 7. Disse ... ela que não insistisse em amar ... quem não ... queria. a) a – a – a b) a – a – à c) à – a – a d) à – à – à e) a – à – à Comentários: o a diante do pronome feminino não leva acento; diante do termo quem o a é só preposição, portanto não ocorre o emprego de crase; o termo “queria” é um verbo, e o a que vem diante dele é um pronome. Gabarito: Letra A Questão 8. Quanto ... suas exigências, recuso-me ... levá-las ... sério. a) às – à – a b) a – a – a Língua Portuguesa | Exercícios de Fixação www.focusconcursos.com.br | 15 c) as – à – à d) à – a – à e) as – a – a Comentários: na primeira lacuna o termo anterior pede preposição (quanto a mim; quanto a você; quanto a ela), e o termo posterior, o pronome possessivo feminino adjetivo (suas) pode ou não admitir artigo (é facultativo). Podemos então tentar fazer a fusão da preposição sem artigo, resultando em “a suas”, quanto fazer a fusão da preposição com o artigo as, “às suas”. Aqui surge uma dúvida, porque temos ambas as opções nas alternativas, mas ainda assim podemos eliminar algumas alternativas que não tem essas possibilidades (letra c; letra d; letra e). A dúvida fica entre o a, sem crase, ou o às, com crase. Para saná-la, analisamos as próximas lacunas. Em “recuso-me... levá-las", o termo posterior exige preposição (pois quem se recusa se recusa a alguma coisa), mas o posterior é um verbo, e, diante de verbo não vai artigo, logo, não vai crase. A expressão “a sério” é uma expressão adverbial de modo, mas a palavra sério é masculina, logo, o a que a antecede é só uma preposição. Gabarito: Letra B Questão 9. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas das frases a seguir: I. Saíram daqui .... pouco, mas voltarão daqui ... pouco, pois moram apenas ... dois quilômetros de distância. II. ... foram suas amigas? ... estarão agora? a) há – a – a – Aonde – Onde b) há – há – à – Onde – Onde c) há – a – a – Aonde – Aonde d) a – a – à – Para onde – Por onde e) a – há – há – Por onde – Aonde Língua Portuguesa | Exercícios de Fixação www.focusconcursos.com.br | 16 Comentários: I. na primeira lacuna inserimoso há de (haver); na segunda, a preposição que indica tempo futuro “a dois quilômetros” é só uma preposição. A expressão “a distância”, segundo a gramática tradicional, não tem crase. Ela só leva crase quando for especificada “à distância de 100 m.” Faculdade a distância. / Obras à distância de 100 m. Mas a banca tenta confundir o candidato ao usar a expressão “A 100 m de distância” que é uma expressão completamente diferente. Mas... nesse caso o a não está relacionado à distância, mas sim ao numeral, logo, ele é apenas uma preposição, portanto, não há crase. ✓ I. Saíram daqui há pouco, mas voltarão daqui a pouco, pois moram apenas a dois quilômetros de distância. Em seguida, a expressão correta para a primeira lacuna é “aonde”, porque se foram, foram a algum lugar”. Já na segunda lacuna é “onde”, pois, se estarão, estarão em algum lugar. ✓ II. Aonde foram suas amigas? Onde estarão agora? Gabarito: Letra A Questão 10. As operadoras de planos de saúde deverão criar ouvidorias vinculadas às suas estruturas organizacionais. O emprego do sinal indicativo de crase “às suas” justifica-se porque o termo “vinculadas” exige complemento regido pela preposição a e o pronome possessivo “suas” vem antecedido por artigo definido feminino plural. Língua Portuguesa | Exercícios de Fixação www.focusconcursos.com.br | 17 Comentários: se é vinculado, é vinculado a alguma coisa; e sim, o pronome possessivo suas vem antecedido por artigo definido feminino plural, afinal de contas, se tem “as” é porque foi colocado ali um artigo, e se tem pronome + artigo, tem crase. Lembre-se, o uso da crase é facultativo porque o uso do pronome é facultativo, mas, havendo um há o outro (não confunda acento grave com crase. Crase é fusão, e o acento grave é um indicativo de que há uma fusão). ✓ As ouvidorias são vinculadas a suas estruturas. / As ouvidorias são vinculadas às suas estruturas A primeira estrutura contém apenas a preposição exigida pelo termo anterior, e o segundo contém a preposição + o artigo definido feminino no plural de uso facultativo quando diante de um pronome possessivo adjetivo feminino. Gabarito: Correto Perfeito?! Espero que as explicações deste material tenham sido satisfatórias e que seu desempenho tenha sido muito bom. Concluímos os exercícios relativos ao uso de crase por aqui, mas recomendo que você faça muitos outros para massificar o conhecimento. Mantenha o bom ânimo e a cabeça sempre erguida, mesmo quando isso demandar toda sua força. É certo que seu esforço e dedicação renderão bons frutos. Um grande abraço e até a próxima. Língua Portuguesa | Exercícios de Fixação www.focusconcursos.com.br | 18
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