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2 GESTÃO EM SEGURANÇA DO TRABALHO Lucas Piacentini, Romario Hebert¹ Wagner Nascimento² RESUMO Neste trabalho que está sendo realizado visa a importância de uma gestão bem planejada dentro de uma empresa, para que os trabalhadores estejam bem mais seguros dentro do ambiente de trabalho. Com um bom planejamento a empresa tende a ter menos dor de cabeça no futuro próximo. Palavras-chave: Gestão em segurança do trabalho; OSHAS; Frigorifico. 1. INTRODUÇÃO Com uma boa gestão implantada dentro da empresa tem de o empregador e empregado a ter uma boa harmonia dentro da empresa e nessa empresa tende a ter menos acidentes por ter gestores bem capacitados para que não haja erros na gesto onde o mesmo aplicou dentro da empresa, também tem que o gestor desenvolver um plano bem explicado para que não haja falhas e não vem no futuro o gestor ter dor de cabeça por uma falha e ao haja acidentes dentro da empresa onde ele fez a gestão. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 GESTÃO EM SEGURANÇA DO TRABALHO O ambiente competitivo em que as empresas estão inseridas, infelizmente, leva muitos gestores a não prestarem atenção quanto ao ambiente de trabalho oferecido aos seus colaboradores e, assim, não perceberem os danos a que estão expondo seus subordinados no ambiente de trabalho. (ARAÚJO; SANTOS; MAFRA, 2007). Desenvolver uma boa gestão de segurança do trabalho deve ser uma das principais preocupações dos gestores, pois a mesma diminui o acontecimento dos riscos ambientais, principalmente os de acidentes ou ergonômicos. Por essa razão que investir em uma gestão de segurança do trabalho é crucial para o desenvolvimento saudável da empresa, bem como sua sobrevivência a longo prazo. Com a aplicação de uma gestão de qualidade com base nas normas regulamentadoras, a empresa promoverá uma melhor qualidade de vida de todos os presentes no ambiente de trabalho, como os operadores, supervisores, gestores e até clientes. 2.2 SEGURANÇA E PROTEÇÃO NO TRABALHO EM FRIGORIFICO O trabalho em frigorífico é acompanhado de riscos e, caso não seja seguido um padrão de segurança e proteção, diversos acidentes podem acontecer. É por isso que quem trabalha nesse tipo de local precisa estar atento aos cuidados básicos durante o trabalho e seguir normas rigorosas de segurança. Não é surpresa que os frigoríficos exijam um rígido controle de temperatura, uma vez que o trabalho engloba a estocagem e a manipulação de carnes, muitas vezes, a câmara fria chega a ficar abaixo de zero. Aparentemente, não há nenhum problema, mas a baixa temperatura pode contribuir para o desenvolvimento de doenças. Muitos não sabem, mas o frio ocupacional pode desencadear ulcerações na pele, hipóxia e dormência no corpo, outro grande risco envolve acidentes, em sua maioria causados por meio das ferramentas perfurocortantes, além de infecções que são associadas à presença de agentes biológicos. Há também problemas em relação ao número de movimentos repetitivos feitos em um pequeno espaço de tempo e fatores psicológicos que podem interferir na rotina dos funcionários. (TECNOTRI, 2019). 2.2.1 COMO OCORRE A FISCALIZAÇÃO A norma mais recente que trata sobre o trabalho em frigorifico é a NR-36, que foca principalmente nas questões de segurança e saúde no trabalho de empresas de abate e processamento de carnes e derivados. A Norma Regulamentadora 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresa de Abate e Processamento de Carnes e Derivados tem como objetivo estabelecer um padrão de qualidade para avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades de abate e processamento de carnes e derivado destinados ao consumo humano. A finalidade da NR é garantir mais segurança, saúde e qualidade de vida para os colaboradores deste setor, estabelecendo requisitos mínimos para realizar as atividades, priorizando a proteção dos trabalhadores. (PROMETAL EPIS, 2018). A NR-36, respeitando a saúde do trabalhador, combate as más condições e previne os acidentes que antes eram cotidianos. 2.2.2 PRINCIPAIS RISCOS EXISTENTES E AS DOENÇAS OCUPACIONAIS Os principais riscos existentes nesses ambientes de trabalho são o frio, os movimentos repetitivos em curto espaço de tempo, o uso de ferramentas cortantes, além de fatores psicológicos que interferem na rotina dos funcionários, como a pressão por produtividade, entre outros fatores que requer atenção do Ministério do Trabalho e fiscalização. (PROMETAL EPIS, 2018). A utilização dos EPI’s é uma das medidas preventivas à diversos riscos que os trabalhadores enfrentam no dia a dia, assim como cumprir as normas de segurança estabelecidas. O alto índice de doenças ocupacionais neste setor é causado principalmente pelas baixas temperaturas que podem causar alguns desconfortos para o trabalhador. O movimento repetitivo também pode causar lesões, expondo o trabalhador a doenças ocupacionais como LER/DOR. (PROMETAL EPI, 2018). 2.2.3 COMO PROTEGER O TRABALHADOR A norma estabelece que os EPIs devem ser escolhidos de forma que ofereça a eficácia necessária para o controle da exposição ao risco. A NR 36 regulamenta os seguintes aspectos: · Mobiliário e postos de trabalho; · Estrados, passarelas e plataformas; · Manuseio de produtos; · Levantamento e transporte de produtos e cargas; · Recepção e descarga de animais; · Máquinas; · Equipamentos e ferramentas; · Condições ambientais de trabalho; · Gerenciamento dos riscos; · Programas de prevenção dos riscos ambientais e de controle médico de saúde ocupacional; · Organização temporal do trabalho; · Organização das atividades. Segundo a NR 36, o mobiliário e postos de trabalho devem ser adaptados para favorecer a alternância das posições e proporcionar mais qualidade para o trabalhador exercer as tarefas. Os equipamentos de trabalho, sejam bancadas, esteiras, mesas ou máquinas devem proporcionar condições de boa postura, visualização e operação. Sempre respeitando a saúde do trabalhador, a NR 36 atua para combater as más condições de trabalho para prevenir os acidentes cotidianos. Nos últimos anos, o número altíssimo de doenças ocupacionais, preocupou. Por isso, a norma surgiu para regulamentar as funções e os atributos dos profissionais deste setor, adequando o ambiente de trabalho, prevendo pausas ergonômicas e conforto térmico. (PROMETAL EPI, 2018). O EPI é obrigatório para o trabalho em abate e processamento de carnes, ele proporcionará ao usuário mais segurança, qualidade de vida no trabalho, além de preservar a saúde dos funcionários. Outra medida de segurança imprescindível é a elaboração do PPRA e a promoção do PCMSO em todos os frigoríficos e empresas de abate e processamento de carnes. 2.3 NORMA OSHAS 18001:2007 “A norma OHSAS 18001 estabelece um processo de gestão de SSO que visa reduzir ou eliminar completamente os riscos aos funcionários e outras partes interessadas, pertencentes à organização ou que operem em seu “site”, que possam estar expostos a determinados riscos no dia a dia de realização de suas atividades” (SEIFFERT, 2010, p. 15). A OHSAS 18001/2007 é a referência normativa mais importante no mundo para se organizar um sistema de gestão de SSO passível de certificação. Outro documento de referência é a Diretriz OIT-SSO/2001 (ILO-OSH/2001). Esses dois documentos de referência apresentam uma preocupação com o elemento organização, com destaque para as funções como responsabilidade, competência, treinamento, documentação e comunicação (MORAES, 2010, p. 342-343). A certificação segundo a OHSAS 18001 veio ao encontro da necessidade das organizações de terem um padrão de referência com aceitação internacional, assim como a ISO 14001 para a gestão ambiental, a fim de demonstrarem seu compromisso com a redução dos riscos relacionados à saúde e segurança ocupacional de seus funcionários, prestadores de serviço internos e visitantes (SEIFFERT, 2010, p. 14) . A mesma autora ainda define que os benefícios potenciais advindos da implantação de um SGSSO, tendo como requisito normativo a OHSAS 18001, compreendem (SEIFFERT, 2010): • asseguraraos clientes o comprometimento com a gestão de SSO; • manter boas relações com trabalhadores e sindicato; • fortalecer a imagem da empresa junto aos seus clientes diretos ou indiretos; • melhoria da imagem pública da empresa; • reduzir acidentes que impliquem em responsabilidade civil (incapacitação ou morte); • maior motivação dos funcionários; • maior produtividade relacionada à baixa taxa de absenteísmo; • maior facilidade de acesso a financiamentos; • possibilidade de obtenção de seguros patrimoniais a custos mais reduzidos; • incorporação de forma sistematizada à cultura da organização do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), regulamentados pelo Ministério do Trabalho; • melhorar as relações entre a organização e os órgãos públicos de fiscalização trabalhista; • implantar um processo sistematizado de análise de riscos e avaliação de perigos relacionados a incidentes e acidentes de saúde e segurança ocupacional e ambientais; • permitir compartilhar experiências sobre prevenção de risco trabalhista sobre uma base normativa comum. 3. MATERIAIS E MÉTODOS A consolidação dos objetivos deste trabalho constituiu na realização de pesquisas bibliográficas e exploratórias, utilizando-se de valores numéricos que permitem quantificar e qualificar os dados, e o método de procedimento utilizado foi o estudo de caso. Assim o estudo fundamentou-se em: 1) Pesquisa bibliográfica: primeiramente fez-se um estudo de pesquisa bibliográfica, com um levantamento teórico documental, de fontes secundárias, em artigos, livros e revistas especializadas. Isso permitiu consolidar informações teóricas e o conhecimento sobre o funcionamento de um frigorifico, norma regulamentadora 36 (NR36), procurando identificar a relação entre eles e o que se faz necessário para a implantação de um modelo de Programa de Gestão para a empresa. 2) Entrevista: a entrevista em profundidade é considerada um método não estruturado, que pode ser realizado de maneira direta e pessoal explorando-se o problema e coletando 29 informações através do contato direto com o entrevistado (MALHOTRA, 2001). Dessa maneira, foi realizado uma entrevista com funcionários de frigoríficos da região, como forma de entender o funcionamento de cada setor de um frigorífico 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A fim de implantar um Sistema de Gestão neste frigorifico deve-se ter foco em ações que busquem uma integração de todos os funcionários, colaboradores, fornecedores e diretoria da empresa, em busca de um desenvolvimento sustentado e planejado do seu empreendimento. Para isso faz-se necessário ações que levem as informações sobre a norma regulamentadora 36 (NR36) e OSHAS 18001 para todos os envolvidos no processo, com uma adequada compreensão dos tópicos abordados. O empregador ou responsável poderá aplicar o ciclo PDCA no programa de Gestão, o PDCA é uma ferramenta utilizada no controle de processos, que tem como foco a solução de problemas. Sua aplicação consiste em quatro fases, Plan (planejar); Do (fazer); Check (verificar); Act (agir). Segundo a NR36 as adequações que devem ser estabelecidas em uma empresa de abate e processamento de carnes e derivados, deve ser: · Mobiliário e postos de trabalho; · Estrados, passarelas e plataformas; · Manuseio de produtos; · Levantamento e transporte de produtos e cargas; · Recepção e descarga de animais; · Máquinas; · Equipamentos e ferramentas; · Condições ambientais de trabalho; · Gerenciamento dos riscos; · Programas de prevenção dos riscos ambientais e de controle médico de saúde ocupacional; · Organização temporal do trabalho; · Organização das atividades. Com estes indicativos já teremos a base de nosso PDCA, que deve ser montado observando cada recomendação descrita acima, deve-se também envolver todos os colaboradores da empresa na realização do programa. O planejamento começa com o levantamento dos problemas dos setores que necessitem de melhorias, elaborando medidas claras e executáveis, sempre voltadas para a obtenção dos resultados esperados. É de suma importância que durante este processo inicial de planejamento seguimos as seguintes recomendações: · Construir um processo continuo e interativo; · Integrar todos os programas de prevenção e controle previstos nas demais NR; · Abranger a consulta e a comunicação às partes envolvidas, com participação de todos os colaboradores. Após pronta esta etapa de planejamento juntamente com objetivo esperado, seguimos para a segunda etapa do programa, na qual colocaremos em prática as ações planejadas que visem solucionar os problemas detectados. Durante esta etapa caso haja a necessidade de implementação de medidas preventivas e de proteção elas devem seguir de acordo com a seguinte ordem e prioridade: · Eliminação dos fatores de risco; · Minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas coletivas, técnicas, administrativas e organizacionais; · Uso correto do Equipamento de Proteção Individual (EPI). Durante a terceira etapa deveremos checar se fora seguido todos os passos descritos durante o planejamento e analisar os resultados obtidos com a aplicação do programa, em caso de resultado satisfatório todo este processo realizado é documentado e após isso é seguido como um padrão de conduta. Mas caso o resultado não seja satisfatório deve-se retornar ao planejamento do programa e identificar em qual ponto houve a falha que impossibilitou a obtenção de resultados positivos, e assim executar o programa novamente até a conquista do objetivo almejado. 5. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS Fortes Tecnologia. Gestão de segurança do trabalho: um guia completo para você. Fortes Tecnologia. 2019. Disponível em: <https://blog.fortestecnologia.com.br/gestao-de-seguranca-do-trabalho/>. Acesso em 09 abr. 2020. Tecnotri. Segurança e proteção no trabalho em frigorifico. Tecnotri. 2019. Disponível em: <https://www.tecnotri.com.br/seguranca-no-trabalho-em-frigorifico/>. Acesso em 12 abr. 2020. ARAUJO, R. P. Sistemas de gestão em segurança e saúde no trabalho: uma ferramenta organizacional. Joinville: Monografia Apresentada à Universidade de Santa Catarina para obtenção de título de especialista em Segurança do Trabalho, UDESC 2006b. SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. Sistemas de Gestão Ambiental (ISO 14001) e Saúde e Segurança Ocupacional (OHSAS 18001): Vantagens da Implantação Integrada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. SEIFFERT, M. E. B. Modelo de implantação de sistema de gestão ambiental (SGA – ISO 14001) utilizando-se a abordagem da engenharia de sistemas. 2002. 344f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC, 2002. Vanessa Dal Moro. Diretrizes Para Elaboração de um Plano de Gestão Ambiental para Cooperativa Majestade. Monografia Apresentada à Universidade de Passo Fundo. Disponível em: <http://usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2011-2/Vanessa%20Dal%20Moro.pdf>. Acesso em 03 mai. 2020. 1 Lucas Piacentini, Romario Hebert 2 Wagner Nascimento Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I – dd/mm/aa
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