Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 2 1.1 Objetivo .......................................................................................................... 3 1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 3 1.1.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 3 1.2 Justificativa ........................................................................................................ 4 1.3 Metodologia ....................................................................................................... 4 1.4 Estrutura do Trabalho ........................................................................................ 5 2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 6 2.1 Considerações Iniciais ....................................................................................... 6 2.1.1 Como funcionam ......................................................................................... 6 2.1.2 Capacitor de placas paralelas ................................................................... 10 2.1.3 Centelhador ............................................................................................... 14 2.1.4 Bobina Primaria ......................................................................................... 15 2.1.5 Bobina Secundaria .................................................................................... 16 2.2 Estado da Arte ................................................................................................. 18 2.2.1 As Modernas Bobinas de Tesla ................................................................. 19 2.3 Levantamento Bibliográfico .............................................................................. 19 2.3.1 O projeto brasileiro .................................................................................... 19 2.3.2 Um pouco de música ................................................................................. 20 3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 21 3.1 Materiais .......................................................................................................... 21 3.1.1 Materiais Utilizados na Construção da Bobina De Tesla ........................... 21 3.1.2 Materiais Utilizados na Reforma da Bobina de Tesla ................................ 23 3.2 Métodos ........................................................................................................... 23 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................. Erro! Indicador não definido. 5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ......... Erro! Indicador não definido. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................. Erro! Indicador não definido. 1 INTRODUÇÃO A Bobina de Tesla foi desenvolvida por Nikola Tesla (1856 - 1943), físico Croata, de ascendência sérvia, que em 1899, utilizando uma bobina de 12 milhões de volts produziu em Colorado Spring, descargas elétricas com 38 metros de extensão, entre dois eletrodos colocados a uma altura de 61 metros do solo. Diz a história que uma sobrecarga devido à potência utilizada acabou incendiando a companhia elétrica da cidade. A Bobina de Testa é, na verdade, um transformador, que produz tensões elevadas sob altas frequências. O funcionamento é simples: um transformador primário eleva a tensão da rede (de 220 V) para algo em torno de 12.000 volts com uma frequência de 60 Hz e uma corrente máxima de 30 mA. Esta tensão é fornecida a um centelhador, que está ligado em paralelo com um capacitor e a bobina primária do transformador secundário (estes em série). Quando o capacitor carrega, a tensão no centelhador eleva-se até o ponto onde há a quebra da rigidez dielétrica do ar, fazendo com que um "pico" de corrente elétrica elevado atravesse o circuito. Esta corrente, por sua vez, passa pela bobina primária do transformador secundário gerando um campo magnético variável. Este campo magnético induz uma corrente elétrica na bobina secundária. Como o número de espiras na bobina secundária é bem maior (cerca de 2000 espiras), a corrente elétrica induzida nela é pequena, mas a tensão obtida nos seus terminais é muito alta. Tesla pensava em usar sua bobina para transmitir energia a longas distâncias, sem utilizar, para isso, fios. Chegou a pensar em utilizá-la em comunicações também sem o uso de fios, embora isso não fosse seu principal interesse. Na verdade, as primeiras tentativas de transmissão se sinais por ondas eletromagnéticas, valeram-se da bobina de testa, entretanto, a relação sinal/ruído era muito alta. Nikola Tesla, inventor, engenheiro e visionário, passou sua vida criando e idealizando projetos relacionados a eletricidade. Com mais de 270 patentes e muitas outras invenções não patenteadas, suas descobertas foram indispensáveis para a vida do homem moderno de hoje. Uma invenção que carrega seu nome – a bobina de Tesla – não possui muitas aplicações comerciais, mas prova como uma mente inventiva pode descobrir outros fins para tecnologias que já conhecemos. O trabalho que temos realizado explora a vida do inventor, recriando um de seus experimentos mais famosos, para estudo e eventual compreensão de seu raciocínio. 1.1 OBJETIVO 1.1.1 Objetivo Geral Este trabalho tem como objetivo reformar e remodelar uma bobina de Tesla, produto de um TCC desenvolvido em 2014 na ETEC de Ilha Solteira, com a finalidade de torná-la novamente funcional para aplicações didáticas. 1.1.2 Objetivos Específicos Reformar uma bobina de Tesla, desenvolvida em 2014, aplicando os conceitos da manutenção de máquinas e equipamentos devolvendo-a a funcionalidade normal. A partir de um material didático auxiliar o professor em disciplinas que requisite a aplicação de conceitos eletromagnéticos, efeito corona, gaiola de Faraday, proteção do para-raios, efeito de altas tensões em gases sob baixa pressão, comportamento de isolantes sob altas tensões. 1.2 JUSTIFICATIVA A realização deste trabalho se justifica, principalmente, pela necessidade de um material didático diferenciado, para aulas de conceitos teóricos e práticos, que são apresentadas pelo corpo docente do curso Técnico em Eletrotécnica da Escola Técnica de Ilha Solteira – ETEC, nos componentes curriculares: Maquinas I, Eletricidade Básica, Segurança no Trabalho e Meio Ambiente, Instalações Elétricas Residenciais, Máquinas Elétricas II, Instalações Elétricas Prediais, Eletrônica I, Máquinas Elétricas III, Eletrônica II, Instalações Elétricas Industriais, Controle e Automação I, Máquinas Elétricas IV, Eletrônica III, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia, Eficiência Energética. Além do nosso próprio desenvolvimento e aprimoramento profissional com a solidificação de conceitos acerca do Eletromagnetismo e da prática na manutenção de máquinas e equipamentos. 1.3 METODOLOGIA Para a execução deste trabalho será realizado um levantamento bibliográfico a partir de pesquisa sobre a Bobina de Tesla em sites de divulgação científica, artigos e livros de eletromagnetismo, com proposito de compreender o contexto histórico da construção da bobina de tesla original. Finalizada a pesquisa acreditamos possuir um acervo teórico capaz de nos subsidiar à segunda etapa que será a reforma e revitalização de um TCC realizado por alunos do Curso Técnico em Eletrotécnica em 2014 com o desenvolvimento de uma Bobina de Tesla. Na conclusão do trabalho desenvolveremos também um manual de utilização do equipamento, seguindo as normas técnicas da ABNT, para que sirva de referencialna sua aplicação em aulas práticas de laboratório. 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS A bobina de Tesla é um tipo de transformador ressonante que é capaz de produzir, sob altas frequências, tensões acima de um milhão de volts, foi desenvolvida por Nikola Tesla (1856 - 1943), físico Croata de ascendência sérvio-americano, engenheiro elétrico, engenheiro mecânico, físico, e futurista muito conhecido por suas contribuições para o projeto da moderna corrente alternada (AC), o sistema de alimentação elétrica.(TESLA,2012), que em 1899, utilizando uma bobina de 12 milhões de volts produziu, em Colorado Spring, descargas elétricas com 38 metros de extensão, entre dois eletrodos colocados a uma altura de 61 metros do solo. Diz a história que uma sobrecarga devido a potência utilizada acabou botando fogo na companhia elétrica da cidade". (Instituto de Física - Universidade de Brasília, 2014) Transformadores são dispositivos usados para abaixar ou aumentar a tensão e a corrente elétricas. Os transformadores consistem em dois enrolamentos de fios, primário e secundário, envolvidos em um núcleo metálico. A passagem de uma corrente elétrica alternada no enrolamento primário induz à formação de uma corrente elétrica alternada no enrolamento secundário. A proporção entre as correntes primária e secundária depende da relação entre o número de voltas em cada um dos enrolamentos. 2.1.1 Como funcionam Os transformadores são usados para abaixar ou aumentar as tensões e correntes elétricas em circuitos de consumo ou transmissão de energia elétrica. Se um transformador abaixa uma tensão elétrica, ele automaticamente aumenta a intensidade da corrente elétrica de saída e vice-versa, mantendo sempre constante a potência transmitida, dada pelo produto da corrente pela tensão. 𝑃 = 𝑈. 𝐼 (1) Onde: P é a potência elétrica U é a tensão elétrica I é a corrente elétrica Por questões de eficiência, a transmissão de energia elétrica em grandes distâncias sempre ocorre em alta tensão e com baixa corrente elétrica, em resposta às perdas de energia ocasionadas pelo efeito Joule, uma vez que a energia dissipada nos fios é proporcional à corrente elétrica. Para os circuitos de consumo de energia, como os residenciais, são utilizados baixos valores de tensão elétrica, por questões de segurança — potenciais elétricos muito elevados podem produzir descargas elétricas. É por essa razão que encontramos grandes transformadores nos postes, cuja função é a de abaixar o potencial elétrico da corrente que é conduzida pelos fios, levando-a para as residências com tensões de 110 V ou 220 V. Os transformadores comuns são construídos com dois enrolamentos de fios de cobre, chamados de primário e secundário. Esses enrolamentos sempre contam com diferentes números de voltas e encontram-se então torcidos em volta de um núcleo de ferro, sem que haja contato entre eles. Observe a figura a seguir: Figura 1 - Enrolamento primário e secundário de um transformador Fonte: Brasil Escola O enrolamento primário é ligado diretamente a um gerador de força eletromotriz alternada (transformadores não funcionam com corrente direta), ou seja, nele, forma-se uma corrente elétrica de intensidade e sentido variável, levando à geração de um campo magnético com as mesmas características. Esse campo magnético é então concentrado e amplificado pelo núcleo férreo em direção ao enrolamento secundário. O campo magnético variável induz ao surgimento de uma corrente elétrica no secundário. A relação entre os potenciais elétricos entre os enrolamentos primário e secundário é dada pela fórmula seguinte: 𝑉𝑃 ÷ 𝑁𝑃 = 𝑉𝑆 ÷ 𝑁𝑆 (2) Onde: Vp é a tensão no enrolamento primário Vs é a tensão no enrolamento secundário Np é o número de espiras no enrolamento primário Ns é o número de espiras no enrolamento secundário Como sabemos, a tensão e a corrente elétricas são inversamente proporcionais, portanto, a relação para as correntes elétricas dos enrolamentos primário e secundário é invertida: 𝐼𝑝 ÷ 𝑁𝑠 = 𝐼𝑠 ÷ 𝑁𝑝 (3) Onde: Ip é a corrente elétrica no enrolamento primário Is é a corrente elétrica no enrolamento secundário Np é o número de espiras no enrolamento primário Ns é o número de espiras no enrolamento secundário O fenômeno físico por trás do funcionamento dos transformadores é chamado de indução eletromagnética e é descrito pela lei de Faraday-Lenz. Essa lei informa que, ao produzirmos uma variação do fluxo magnético por alguma região do espaço, um campo magnético deverá surgir de modo a opor-se a essa variação. Figura 2 - Transformador Neon Alta-Tensão Fonte: Transformadores EBT Na bobina de Tesla utilizamos um transformador elevador de neon que transforma 220 V da rede em 12.000 V, com uma frequência de 60 Hz e uma corrente máxima de 30mA 2.1.2 Capacitor de placas paralelas O capacitor de placas paralelas é o tipo de capacitor que apresenta geometria mais simples. Esse tipo é formado por uma armadura, feito de material condutor e envolto em um meio dielétrico, de alta resistência elétrica (como o vácuo, papel, borracha, óleo etc.). Uma forma alternativa para armazenar energia elétrica é carregando eletricamente um corpo. Podemos conseguir tal fato de diversas maneiras, uma delas é transferindo cargas de um corpo para outro. Conseguimos calcular a capacitância de um capacitor de placas paralelas a partir de suas dimensões. Desta forma, a equação abaixo nos fornece o valor do campo elétrico, estabelecido entre as placas de um capacitor, 𝐸 = 𝑉 ÷ 𝑑 (3) Onde: E é o campo elétrico d é a distância entre as placas Neste caso, o campo aponta da placa com carga positiva para a de carga negativa, como mostra a primeira figura. Podemos mostrar que o campo elétrico é proporcional à carga Q de cada placa e inversamente proporcional à área A de uma placa. 𝐸 = 4. 𝜋. 𝑘. 𝑄 ÷ 𝐴 (4) Por outro lado, como a capacitância é E = V/d, podemos igualar as duas expressões, obtendo: 𝐸 = 4. 𝜋. 𝑘. 𝑄 ÷ 𝐴 = 𝑉 ÷ 𝑑 (5) Como C = Q/V, podemos reescrever esta relação da seguinte forma: 𝐶 = 𝐴 ÷ 4. 𝜋. 𝑘. 𝑑 (6) Dessa maneira, podemos dizer que a capacitância de um capacitor de placas paralelas é proporcional à área das placas e inversamente proporcional à distância entre elas. Figura 3 - Campo elétrico entre duas placas ligadas a uma bateria Fonte: Alunos Online Figura 4 - Capacitor de placas paralelas Fonte: Brasil Escola O capacitor de placas paralelas é o mais simples dos capacitores. Capacitância - A propriedade que mede a eficiência de um capacitor em armazenar cargas é a capacitância. A capacitância é uma grandeza física medida em unidades de Coulomb por Volt (C/U), mais conhecida como Farad (F), em homenagem ao físico inglês Michael Faraday (1791-1867). Dizemos que 1 Farad é equivalente a 1 Coulomb por Volt. A fórmula utilizada para calcular a capacitância é: 𝐶 = 𝑄 ÷ 𝑈 (7) Onde: C é a capacitância Q é a carga elétrica U é a tensão elétrica Do ponto de vista prático, a capacitância indica qual é a quantidade de cargas que um capacitor consegue “segurar” para uma determinada diferença de potencial. A capacitância também depende de fatores geométricos, isto é, da distância entre as placas do capacitor e também da área dessas placas. Por isso, para o caso dos capacitores de placas paralelas, podemos determinar sua capacitância por meio da seguinte equação: 𝐶 = 𝜀0. 𝐴 ÷ 𝑑 (8) Onde ε0 é permissividade dielétrica do vácuo (F/m) A é área das placas (m²) d é distância entre as placas (m) 2.1.3 Centelhador O centelhador é um aparelho que foi montado nosegundo andar da base e ligado em paralelo com um banco de capacitores para que quando estes estiverem carregados, ou seja, atingirem a tensão de disparo do centelhador, ele entre em condução atuando como uma chave, descarregando a tensão sobre a bobina primaria. Para a construção do centelhador cortou-se duas hastes de terra 95 mm com tamanho de 6 cm fixando-as sobre quatro roldanas de porcelana com duas ponteiras, e com a utilização de uma presilha de pressão. Fez-se então um ponto em comum com a bobina primaria e a bobina secundaria, vale ressaltar que esse ponto em comum foi utilizado para que a faísca não ficasse descoordenada. Outra presilha de pressão foi utilizada para o acoplamento do centelho com a bobina primaria para que ocorresse a descarga da tensão acumulada até então pelo banco de capacitores. O centelhador é muito importante, é ele quem irá cortar a ligação entre o enrolamento primário e o capacitor enquanto esse se carrega pelo transformador de alta tensão até atingir a carga suficiente para romper a rigidez dielétrica do ar que existe entre os dois terminais do centelhador, fazendo a ligação. Ao ajustar a distância entre os terminais você ajusta a quantidade de carga que é mandada do capacitor para o enrolamento primário, pois, ao aproximar mais a carga necessária para haver a condução pelo ar será menor e ao distanciar tal carga aumentará. Esse liga e desliga do capacitor acontece na mesma frequência da rede elétrica utilizada. Existem vários modelos de faiscador, mas o mais simples, e que ao meu ver não tem nenhuma desvantagem em relação aos mais complexos, é o de dois terminais próximos. 2.1.4 Bobina Primaria A bobina primária é o componente que irá gerar o campo magnético variável ao interagir com o capacitor de alta voltagem (circuito LC). Ela é constituída de algumas voltas de fio grosso (especificações na seção de cálculos) e pode ter formato, de cone, cilindro ou plano, veja os exemplos: Figura 5 - Tipos de Bobinas Fonte: O Engenhoso Eu A bobina primária e o capacitor formam um tanque LC. Quando em condução, a energia liberada faz o LC oscilar (energia vai e volta na primária) em uma frequência específica determinada pela frequência ressonante do tanque. Ressonância em um circuito AC é quando as reatâncias indutivas e capacitivas são iguais. Reatância é a oposição de uma tensão sobre outra criando resistência para o fluxo de elétrons numa forma de onda AC. Reatância indutiva (Xl) aumenta conforme a frequência aumenta. Reatância capacitiva (Xc) decresce com a frequência. Por causa disso, em alguma frequência essas reatâncias são iguais. A frequência em que Xl = Xc é chamada de frequência ressonante (Fr) e é definida pela fórmula abaixo. 𝐹𝑟 = 1 ÷ (2. 𝜋. √(𝐿𝐶)) (9) A importância da ressonância é a característica de máxima corrente que acompanha a ressonância em qualquer circuito LC. Frequências acima e abaixo da ressonância geram uma queda dramática de corrente. A máxima corrente é produzida porque Xc e Xl são iguais e de sentidos opostos, cancelando uma a outra. Isso reduz a resistência reativa para AC e permite a passagem de alta corrente, limitada apenas pela resistência ativa. A quantia de energia que pode oscilar no LC é uma função da capacitância e a tensão no momento em que o faiscador conduz. Isso é tipicamente conhecido por "bang". O tamanho do bang em Joules representa a máxima quantia de energia no tanque primário que está disponível para ser transferida para a bobina secundária a cada vez que o faiscador dispara. Matematicamente o bang é representado por: 𝐸𝑝 = 0,5. 𝐶. (𝑉𝑝2) (10) 2.1.5 Bobina Secundaria A bobina secundária é uma bobina com núcleo de ar com muito mais voltas quando comparada com a bobina primária. A energia oscilante da primária e capacitor induz a secundária por indução eletromagnética. Tipicamente 10 - 25% do campo eletromagnético interage com a bobina secundária. Essa fração é conhecida como coeficiente de acoplamento (K), e é uma relação de quanto do campo primário é acoplado com seu destino (secundária). O coeficiente é puramente uma função de geometria e a posição relativa entre primária e secundária. Figura 6 - Bobina Secundária Fonte: O ressonador é composto pela bobina secundária e pelo terminal superior. Tipicamente, um toroide serve como terminal. O ressonador é a secunda parte do circuito de uma bobina de tesla. A secundária e o terminal formam um tanque LC, constituído pela indutância da secundária (Ls), capacitância própria da secundária com o terra (Cs) somado com a capacitância efetiva do toroide com o terra (Ctop). O acoplamento magnético entre primária e secundária permite a transferência de energia entre os dois circuitos LC. Quando o LC primário ressoa na mesma frequência que o LC secundário temos um transformador ressonante duplo. Essa condição é tipicamente alcançada com a sintonia da indutância primária. Matematicamente podemos expressar a sintonia como: 𝐿𝑃. 𝐶𝑝 = 𝐿𝑠. (𝐶𝑠 + 𝐶𝑡𝑜𝑝) (11) A frequência natural dos circuitos separados pode ser encontrada com a fórmula a seguir: 𝐹𝑜 = 1 ÷ (2. 𝜋. √(𝐿𝑝. 𝐶𝑝)) (12) 𝐹𝑜 = 1 ÷ (2.√(𝐿𝑠. (𝐶𝑡𝑜𝑝 + 𝐶𝑠))) (13) Quando o faiscador conduz, a energia inicialmente no LC primário começa a magneticamente ser transferida para o LC secundário, fazendo-o oscilar. Com a transferência a energia no primário começa a ser reduzida. Essa redução ocorre devido a Lei da Conservação de Energia. Devido ao acoplamento pequeno, leva um certo tempo para a energia se transferir por completo. Esse tempo é conhecido por ring-up e é tipicamente 2 a 6 ciclos da frequência operante - quanto maior o acoplamento K menor o tempo para a energia se transferir. Durante a transferência, energia é perdida no faiscador devido a sua alta resistência pelo efeito pele por altas correntes em altas frequências, como também em outras áreas do sistema. A energia máxima que pode ser transferida para o secundário é tipicamente 60 - 85% do bang inicial. 2.2 ESTADO DA ARTE Depois que Tesla inventou sistemas de energia trifásicos e rádio sem fio, ele virou sua atenção ao desenvolvimento da bobina de Tesla. Ele construiu um grande laboratório no Colorado Springs em 1899 para este fim. O secundário de Tesla tinha cerca de 51 pés de diâmetro. Isso foi num edifício de madeira em que não foram utilizados metais ferrosos na construção. Houve uma enorme torre de madeira de 80 pés, encimada por um mastro de 200 pés sobre o qual pousava um grande cobre bola que ele usou como antena de transmissão. A bobina funcionou bem. Há reivindicações de raios artificiais com mais de trinta metros de comprimento, embora Richard Hull afirme que Notas de Tesla, ele nunca reivindicou uma distância superior a 43 pés. A partir de evidências fotográficas, o máximo pode ter sido mais próximo de 22 pés. Desde então, parece que ninguém construiu uma bobina de Tesla do tamanho e desempenho da bobina de Colorado Springs. Aparentemente, a única bobina desse tamanho foi construída por Robert Golka na Base da Força Aérea de Wendover em Utah [8] e depois mudou-se para uma instalação perto de Leadville, Colorado [9, 19]. O objetivo original dessa bobina era produzir raios artificiais para testando os efeitos de aeronaves atingidas por raios em vôo. Golka determinou que a média a voltagem produzida em Utah foi de cerca de 10 MV, com a maior voltagem observada sendo 25 MV. A operação foi espetacular, mesmo que não exatamente no nível da bobina de Colorado Springs. 2.2.1 As Modernas Bobinas de Tesla Atualmente a bobina de Tesla é em sua grande maioria em” Estado Sólido “, ou seja, transistorizada, na realidade a bobina (primário e secundário) não mudou praticamente nada, o que mudou é a adição de um oscilador que dá um melhorrendimento a bobina. Chamado de SSTC, sigla de Solid State Tesla Coils (Bobina de Tesla em Estado Sólido) estes dispositivos são drivers e osciladores que são capazes de gerar e oscilar de maneira a aproveitar plenamente a bobina de Tesla em sua grandiosidade. Os transistores de potência modernos oferecem uma alternativa cada vez mais viável para as bobinas de Tesla como um desempenho muito melhor e baixo custo. 2.3 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO 2.3.1 O projeto brasileiro Agora que você já sabe do que estamos falando, é hora de conhecer o jovem Grégory Gusberti, de apenas 18 anos, responsável pela criação daquela que é a maior bobina de Tesla do Brasil e, talvez, a maior da América Latina. Aficionado pelo assunto desde os 14 anos, ele criou um dispositivo capaz de gerar descargas de mais de 700 mil volts. Autodidata, o jovem de Porto Alegre, que hoje cursa Engenharia Eletrônica, criou uma estrutura para exibições e experiências cujo resultado final é o que você confere em uma série de vídeos disponibilizados por ele em seu canal do YouTube. Aproximar-se do equipamento em funcionamento pode ser fatal, mas é possível ficar completamente isolado diante das descargas elétricas graças a uma gaiola de Faraday, resultado de uma experiência do físico Michael Faraday e que demonstra que as cargas elétricas podem se distribuir de forma homogênea sobre uma superfície de campo elétrico nulo. 2.3.2 Um pouco de música Mas e que tal adicionar um pouco de música na brincadeira? Foi justamente isso que Grégory fez. Com isso, a sua bobina de Tesla se transformou em um verdadeiro instrumento musical, produzindo faíscas elétricas que funcionam como uma espécie de sintetizador musical. Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre o projeto, vale a pena visitar a página oficial do inventor no Facebook, a Tesla Coil – Bobina de Tesla. Por meio dela é possível acompanhar todas as novidades acrescentadas ao projeto, bem como obter mais informações sobre o processo de execução da invenção. 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS 3.1.1 Materiais Utilizados na Construção da Bobina De Tesla A partir da Bobina de Tesla já montada por ex-alunos da ETC - Centro Paula de Souza de Ilha Solteira-SP, resolvemos reformá-la para ter um melhor aproveitamento da mesma. Portanto antes de realizarmos a compra dos materiais, foi necessário estudar seu funcionamento e toda sua estrutura e forma de montagem a qual se encontrava da seguinte forma: O transformador de Neon (elevador de tensão até 12.000V) de 220V de 30mA e 60Hz é ligado ao Variac de 220V o qual está ligado à rede de 220V por meio de uma tomada, no terminal de entrada do transformador é ligado um fio rígido o qual passa por um isolador de porcelana e é ligado em paralelo com um dos terminais da bobina e uma das ponteiras centelhadora, em seguida é ligado um novo fio rígido ao terminal de saída do transformador onde o mesmo passa por um isolador de porcelana e em seguida é ligado no segundo terminal do capacitor em paralelo com a bobina primária a qual é ligada a outra ponteira do centelhador e por fim na bobina secundária é aterrada juntamente com o aterramento do transformador. Tabela 1 - Materiais Construção Bobina de Tesla Materiais Valor Transformador de Neon 127/220 V de 5Kv e 30mA 300,00 Frete do transformador 35,00 Madeira MDF para base da bobina de tesla 30,00 12.3m de fio de cobre 10mm para bobina primária 84,00 1 Kg fio de cobre 0,36mm para bobina secundária 140,00 2 Ponteiras e uma haste de bronzina 50,00 7 capacitores de micro-ondas para o banco de capacitores de alta tensão 220,00 Parafusos, arruelas e porcas 40,00 Verniz e catalizador para bobina secundária 70,00 2 Ponteiras de pressão 16mm e 4 ponteiras de 10mm 55,00 2 Metros de tubo PVC de 1 polegada e meia para os pilares de sustentação da base 14,00 2 Globos de isopor 11,00 3 Placas de vidro para o banco de capacitores 70,00 1 Rolo de papel alumínio para revestimento do globo e dielétrico 3,50 1 Haste de 400g ferro fundido 15,00 20 Metros de fio maciço e maleável 70,00 Total 1.223,50 Fonte: Projeto de conclusão de curso de eletrotécnica de ex-alunos da ETEC- Centro Paula de Souza de Ilha Solteira - SP 3.1.2 Materiais Utilizados na Reforma da Bobina de Tesla Com base no projeto da Bobina de Tesla existente o qual foi citada anteriormente, resolvemos reformá-la para que possa ser utilizada em sala de aula como uma ferramenta didática. Visto que sua estrutura em MDF estava em más condições e uma das chapas de vidro estava trincada resolvemos desmontá-la por completa e substituir todas peças danificadas. Montamos uma nova estrutura em MDF substituindo assim a base anterior de sustentação da bobina primária e secundária a qual era feita de MDF e composta de pilares feitos de tubos de PVC os quais sustentavam o andar superior da mesma, foi necessário substituir uma das placas de vidro por estar danificada, acrescentamos quatro rodízios de silicone para dar modalidade a bobina e substituímos o fio rígido da bobina primária por um novo fio de mesmo diâmetro e comprimento para dar uma melhor eficiência na condução da corrente elétrica já que o fio não estava em boas condições mantendo assim as demais peças originais de fabricação da Bobina de Tesla. Segue abaixo na Tabela 2 os novos materiais utilizados para a reforma da Bobina de Tesla. Tabela 2 – Materiais para reforma da Bobina de Tesla Materiais Valor 12m de fio de cobre rígido de 10mm para bobina primária 64,00 Madeira MDF para construção da base 100,00 1 Placas de vidro para o banco de capacitores 15,00 4 Rodízios de silicone 60,00 Total 239,00 Fonte: Autoria própria 3.2 MÉTODOS Verificamos as condições da bobina de Tesla original, assim como TCC apresentado em 2014, base deste nosso trabalho. Verificando as condições atuais do modelo, constamos que sua estrutura em madeira estava frágil e com baixa rigidez, devido aos desgastes do tempo e sucessivas movimentações. Seu capacitor de alta-tensão estava com a placa de vidro interna quebrada. Figura 7 - Estrutura de montagem Bobina (Antes da reforma) Fonte: Autoria Própria Uma nova estrutura em MDF foi providenciada, pois é o material mais confiável, possuindo melhor relação custo-benefício. Figura 8 - Estrutura de montagem Bobina (Depois da reforma) Fonte: Autoria Própria A placa de vidro interna do capacitor de alta-tensão também foi providenciada e montamos de volta a estrutura praticamente igual à original e nas mesmas condições de funcionamento. Ao montar a nova estrutura em MDF acabamos verificando que a bobina primária antiga não encaixava corretamente na estrutura pois estava pouco maleável e não foi possível encaixá-la. Sendo constatada a necessidade da criação de uma nova bobina. Foi adquirido um novo fio 10mm² para substituição da bobina primária. Utilizamos um transformador de alta-tensão que é utilizado para iluminação de tubos de neon pois é a opção de transformador de alta-tensão mais acessível. Figura 9 - Transformador Alta-Tensão Fonte: Autoria Própria Para o capacitor de alta-tensão foi resolvido fazer um caseiro, utilizando 3 placas de vidro e duas folhas de alumínio entre eles, pois esse capacitor precisa de alta capacitância. Figura 10 - Capacitor Alta Tensão Fonte: Autoria Própria Ligamos o transformador de alta-tensão em paralelo com o capacitor de alta-tensão. Em uma das pontas foi colocado o faiscador, que é constituído de dois pregos a uma pequena distância, ele serve para que não haja circulação de corrente no circuito primário até que o transformador atinja a tensão suficiente para romper a rigidez dielétrica do ar fechandoassim o circuito. Que por sua vez chega a bobina primaria, que é um fio de cobre 10mm² com algumas espiras, para que produza campo magnético que será transmitido para a bobina secundaria através do magnetismo fechando assim o primeiro circuito. Mas ao tentar montar a bobina primaria na nova estrutura percebemos uma possível melhoria futuramente, pois como o fio é muito rígido e os orifícios onde o mesmo se encaixa são muito pequenos. Figura 11 - Centelhador Fonte: Autoria Própria Foi verificado o sistema de aterramento para o bom funcionamento da bobina secundaria, pois sem ele não haveria pra onde a corrente ir caso não houvesse raios saindo pelo topo. Figura 12 - Sistema de Aterramento Bobina de Tesla Fonte: Autoria Própria A bobina secundaria foi composta de um tubo não condutor de corrente, enrolado por um fio fino de cobre esmaltado pois as espiras não podem encostar senão perderíamos o efeito da transformação de tensão, tomando o cuidado para não sobrepor um fio sobre ele mesmo para que a elevação de tensão seja mais bem aproveitada. Figura 13 - Bobina Secundária (depois da reforma) Fonte: Autoria Própria Pronto para o primeiro teste. Ligamos o transformador e verificamos o faiscador para saber se a rigidez do ar está sendo quebrada. Com uma lâmpada fluorescente tubular aproximamos do topo da bobina secundaria e verificamos que a mesma foi acesa, além da presença de raios a 10 cm de distância.
Compartilhar