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O Papel das Mulheres no Jornalismo Esportivo

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46
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS
CURSO DE COMUNICAÇÃO/JORNALISMO 
JACILÉIA SÁ FONSECA
O PAPEL DAS MULHERES NO JORNALISMO ESPORTIVO: uma análise do manifesto “Deixa Ela Trabalhar”
São Luís
2020
JACILÉIA SÁ FONSECA
O PAPEL DAS MULHERES NO JORNALISMO ESPORTIVO: uma análise do manifesto “Deixa Ela Trabalhar”
Monografia apresentada ao Curso de Comunicação da Universidade Federal do Maranhão, para obtenção do grau de bacharel em Jornalismo.
Orientador: Prof. Jovelina Maria Oliveira dos Reis
São Luís
2020
JACILÉIA SÁ FONSECA
O PAPEL DAS MULHERES NO JORNALISMO ESPORTIVO: uma análise do manifesto “Deixa Ela Trabalhar”
Monografia apresentada ao Curso de Comunicação da Universidade Federal do Maranhão, para obtenção do grau de bacharel em Jornalismo.
Aprovada em: _____/_____/______
__________________________________________________
Prof. Msc. Jovelina Maria Oliveira dos Reis
__________________________________________________
1 Examinador
__________________________________________________
2 Examinador
São Luís
2020
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Palavras-chaves: 
ABSTRACT
Key-words:
LISTAS DE TABELAS/SIGLAS
SUMÁRIO
	1
	INTRODUÇÃO.....................................................................................................
	08
	2
	O JORNALISMO: História e suas principais divisões.....................................
	00
	2.1
	Fases do jornalismo impresso no Brasil.................................................................
	00
	
	2.1.1 Vertente Artesnal – Opinativa.......................................................................
	00
	
	2.1.2 Vertente Empresarial – Comercial................................................................
	00
	
	2.1.3 Vertente Industrial – Notícia.........................................................................
	00
	3
	JORNALISMO ESPORTIVO............................................................................
	00
	3.1
	Jornalismo Esportivo na internet........................................................................
	00
	3.2
	O Mercado profissional para os jornalistas esportistas.....................................
	00
	4
	O PAPEL DA MULHER AO LONGO DA HISTÓRIA...................................
	00
	5
	IMPRENSA FEMININA......................................................................................
	00
	5.1
	Origem...................................................................................................................
	00
	5.2
	Imprensa Feminina no Brasil..............................................................................
	00
	6
	A MULHER NO ESPORTE................................................................................
	00
	6.1
	A Mulher no Jornalismo Esportivo.....................................................................
	00
	7
	PRESSÕES, PRECONCEITOS, DESRESPEITO, ESTERÓTIPOS E ASSÉDIO...............................................................................................................
	
00
	8
	ANÁLISE DO MANIFESTO...............................................................................
	00
	9
	CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................
	00
	
	REFERÊNCIAS....................................................................................................
	00
1 INTRODUÇÃO
2 O JORNALISMO: história e suas principais divisões 
Na definição encontrada no dicionário, Jornalismo é a profissão do jornalista e também a imprensa jornalística. No entanto, encontrar uma definição para essa atividade, ainda nos tempos de hoje, não é tarefa das mais fáceis, uma vez que o Jornalismo é entendido não apenas como uma técnica, mas como atividade intelectual e, principalmente, um produto social. Alguns pesquisadores definem o Jornalismo a partir de sua relação com o tempo, com o espaço e com a sociedade como um todo. Assim, José Marques de Melo (2003) trabalha com a noção de Jornalismo como “comunicação de atualidades” e um bem social; Pena (2005) entende o jornalismo como um serviço público, e Sousa (2002), como uma forma de dar voz, teoricamente, a todos os setores da sociedade.
Nosso objetivo, nesse primeiro ponto, é procurar entender os principais conceitos e histórias no que diz respeito à base do Jornalismo, sem, no entanto, fazer dessa revisão bibliográfica um modelo engessado de definição. Neste sentido, propomos um exercício teórico de definição do Jornalismo desde os seus primórdios até a contemporaneidade, frisando as fases que marcaram o Jornalismo impresso no Brasil.
Como já dito, vários autores procuram conceituar o Jornalismo pelas mais diversas perspectivas. Entretanto, até ele atingir o formato e a influência que passou a exercer na contemporaneidade, através das mais diversas mídias (impressa, TV, rádio, internet, etc) e ser uma atividade profissional que consiste em lidar com notícias, dados factuais e divulgação de informações, sua transmissão percorreu um longo caminho.
Partimos do pressuposto que até chegar a esse Jornalismo atual conceituado seguido à risca pelos autores, torna-se importante dar destaque às primeiras grandes mídias, os pioneiros meios de comunicação que foram importantes na história dessa atividade. Como, por exemplo, os relatos orais que, de acordo com o historiador Peter Burke (2004), são classificados como um meio de comunicação específico e relevante que, no entanto, não têm uma atenção historiográfica tão vasta e oficial. Realçando o pensamento de Burke, Barbosa faz a seguinte observação com relação ao jornalismo no Brasil:
Somos uma sociedade oralizada, e história da comunicação no Brasil é a compreensão desse universo de práticas culturais dos modos orais de comunicação que foram se transformando na longa duração. Do burburinho das ladeiras e ruelas do século XVIII, que causava aflição aos ouvidos e aos sentidos dos europeus, ao som que acompanha os transeuntes das cidades modernas, que insistem em falar em voz alta nos telefones celulares construindo novos burburinhos urbanos há uma linha de continuidade. Passamos da oralidade primária à secundaria, no sentido empregado por Walter Ong (1998), sem nos atermos no letramento. Nem por isso somos inferiores. A visão do logos como pertencendo a um mundo mais denso e de maior reconhecimento é também um projeto do iluminismo como um negócio rentável para os europeus (BARBOSA, 2013, p. 11)
Dessa forma, então, é importante reforçar também que a passagem dessa cultura oral para a escrita, ou seja, a invenção de tipos impressos é que vai possibilitar o advento do jornalismo moderno, como difusor.
A escrita teve e tem um papel preponderante na forma radical do pensar humano. Sua invenção, segundo Pena (2008, p. 26), “data de aproximadamente cinco mil anos antes de Cristo. É atribuída ao povo de Uruk, ao sul da Mesopotâmia (Iraque, nos dias de hoje) e os monumentos escritos mais antigos estão no idioma sumério”. Os registros de informação foram produzidos nas diversas formas de escrita: pictografia[footnoteRef:1], hieróglifos[footnoteRef:2] e ideogramas[footnoteRef:3], em pedras e argila. O uso de pergaminhos, papiro e papel veio muito mais tarde, produzindo grande revolução na propagação da cultura escrita, sobretudo após a invenção da imprensa. É praticamente impossível falar de impressa sem mencionar um dos grandes revolucionários da impressão, Gutenberg, com a sua primeira obra impressa, a Bíblia, no século XV (1456). Gutenberg ficou conhecido no mundo ocidental como um grande revolucionário da impressão sendo inegável a sua vital importância na historicidade da sociedade que ele influenciou. Aqui, é importante a ressalva feita pelo autor Filipe Pena (2005), de que a invenção da imprensa não foi mérito de Gutenberg, contrariando a fama, mas sim dos chineses. [1: Sistema primitivo de escrita em que se exprimiam asideias por meio de cenas figuradas ou simbólicas.] [2: São caracteres usados como escrita no Egito Antigo. ] [3: Símbolo gráfico utilizado para representar uma palavra ou conceito abstrato. ] 
Na história da Comunicação no Brasil, por exemplo, é sempre comum confundir e relacionar esse fato. A imprensa no Brasil é inaugurada de forma oficial somente três séculos após o registro do primeiro jornal impresso que, segundo alguns historiadores, data de 1597, editado em Praga, com o título de “Jornal Completo do Mês Inteiro de Setembro”. 
De Gutenberg à internet houve uma mudança radical na esfera pública. A transformação que se percebe é inconfundível uma vez que o processo de industrialização acompanha essa mudança de perto e a imprensa vai se construindo em um produto industrial.
Na Grécia, por exemplo, era a praça ateniense, onde os debates eram destinados a questões ligadas à cidadania. Mas com o fim da Cidade-Estado, a esfera de discussão da coletividade foi sendo transferida para outros níveis. E outros assuntos também. As características inerentes à burguesia ascendente ocuparam o espaço público e viabilizaram a consolidação da imprensa moderna. (PENA, 2008, p. 29) 
Sendo o Jornalismo hoje consolidado como uma atividade informativa realizada periodicamente e difundida através dos meios de comunicação de massas - como: jornal, rádio, televisão, imprensa online, ele está intimamente ligado ao desenvolvimento desses primeiros meios de comunicação surgidos a partir do século XVII. É nesse primeiro momento que o jornalismo brasileiro passa a ser difundido através do panfleto, da carta, da gazeta manuscrita, da canção, e mesmo por meio do repente, entre outros meios. (AUTOR, ANO)
Segundo Barbosa (2013) no século XIX, com a vinda da família Real de Portugal em 1808 para o Rio de Janeiro que vão surgir os primeiros impressos genuinamente brasileiros, como é o caso da “Gazeta do Rio de Janeiro”, datada oficialmente do dia 10 de setembro de 1808 que se impôs pela opinião e pela informação política. A Família Real, fugindo das tropas napoleônicas, aproveitou seu maquinário trazido de Portugal para fundar um marco na história da comunicação na colônia do Brasil, a imprensa. De acordo com Barbosa, a “Gazeta do Rio de Janeiro” tinha quatro páginas em formato in-quarto, e saía inicialmente aos sábados pela manhã. Em seus 14 anos de existência, de 10 de setembro de 1808 até 31 de dezembro de 1822, publicou 1.763 edições, sendo que destas 192 foram extraordinárias. 
A Gazeta, em seu primeiro ano de existência, publicará entre os seus temas mais recorrentes informações sobre a Guerra da Europa e as ações dos vassalos do rei para que houvesse a Restauração em Portugal e a expulsão do exército de Napoleão, comandados por Junot (BARBOSA, 2013, p. 40)
Anterior à “Gazeta do Rio de Janeiro”, em 1 de julho de 1808, surge em Londres o jornal “Correio Braziliense”, criado por Hipólito José da Costa Pereira Mendonça Furtado. Com periodicidade mensal, o jornal não tinha o caráter noticioso, mas buscava exprimir uma aguda visão crítica dos fatos políticos, econômicos e sociais que envolviam o Brasil na época, indo desde as restrições à liberdade até à definição de regras culturais, comerciais e industriais que resultam de mudanças geradas na economia em geral, e na produção agrícola ou mercantil. É discutível a inserção do “Correio Braziliense” na impressa brasileira como o primeiro jornal brasileiro, devido ao fato de ser feito no exterior e de ter se mantido de acordo com as condições externas ao Brasil. (AUTOR, ANO)
Com a proclamação da República ocorre uma mudança nos jornais impressos da época já que nesse período é criada a Lei de Imprensa[footnoteRef:4], surgindo com ela à censura. A mudança estrutural da esfera pública, de acordo com Pena (2005 p. 31) “é ao mesmo tempo causa e consequência da evolução da imprensa” e de transformações sociais. O jornalismo surge, portanto, como uma forma de manifestação pública daqueles que se indignavam com o poder público, ou contra os que eram coniventes com ele. [4: Lei criada para institucionalizar e regular a liberdade de expressão e consolidar o regime autoritário, servia para impor limites aos profissionais da área de forma que os jornalistas não pudessem atingir a honra e a intimidade da pessoa privada, eventuais litígios; mas não foi recepcionada.] 
2.1 Fases do jornalismo impresso no Brasil
Muitos autores costumam fazer uma divisão cronológica da história do jornalismo em modelos explicativos que refletem as transformações do espaço público. Alguns, como Pena (2005), os dividem em três fases. Traquina (2004), em uma visão mais global da história do jornalismo, aponta também para três vertentes fundamentais do seu desenvolvimento, demonstradas no quadro abaixo.
Quadro 1 – Fases do Jornalismo no Brasil
	1 ª Vertente – Artesanal
	 Opinativa
	2ª Vertente – Empresarial
	Comercial
	3ª Vertente – Industrial
	Notícia (mercadoria + publicidade agência).
Fonte: desenvolvida pela autora
2.1.1 Vertente Artesanal - Opinativa 
O primeiro momento ou fase do Jornalismo era muito restrito, uma vez que poucas pessoas sabiam ler naquela época. O caráter noticioso pouco existia nos jornais de então, sendo bastante artesanal e de cunho opinativo. Tratava dos príncipes, dos vestidos das princesas, etc. Era o jornal de um dono, líder cívico; jornalismo altamente politizado. Traziam a veiculação de relatos da vida cotidiana das comunidades e serviam apenas para combater o inimigo político. Pena (2005) chama atenção para fato de que já nessa época era comum encontrar relatos sobre as roupas e o comportamento das pessoas da Corte, sobre casamentos entre nobres e outras “amenidades”.
Também é preciso registrar que o desenvolvimento da difusão de informação pública a partir da Europa do século XVI deve-se não somente ao crescimento do comércio, mas à consolidação de um modelo de vida urbana e à constituição de um público leitor. Os acontecimentos históricos são pano de fundo que condicionam o aparecimento da imprensa. Neles estão a ascensão da burguesia e dos valores capitalistas de acúmulo de bens e competição. Entretanto, é a noção de tempo que efetivar a constituição dos primeiros jornais. Estes serão caracterizados por trazerem noticiais de todos os gêneros e por terem atualidade e periodicidade. Daí o termo jornal, que vem do francês journal, ou seja, diário (PENA, 2005, p. 36)
Até aquele momento o jornalismo era sinônimo de opinião, de análise de política, de comentário e instrumento de divulgação de ideias. As páginas dos periódicos eram totalmente preenchidas com opiniões e doutrinas políticas com as quais os líderes cívicos e donos dos jornais se identificavam e defendiam. Não existia ou pelo menos estava muito maquiada a notícia em si, o desmembramento do fato e o acontecimento, aliás as notícias não estavam presentes por completo nas páginas dos jornais e a forma de se fazer Jornalismo ainda era considerada uma forma mais bruta. Os principais expoentes foram: Jornal do comércio e Gazeta de Notícias.
2.1.2 Vertente Empresarial – Comercial
O segundo momento é marcado pelo aparecimento do Novo Jornalismo que, de acordo com Traquina, tem início ainda por volta do século XIX e estende-se até ao modelo mais contemporâneo. Esse século trouxe consigo mudanças que acabariam por transformar a atividade jornalística e fazer nascer um novo modelo, um novo Jornalismo, como falado. É nesse momento que os jornais passam por transformações significativas, pois já não mais funcionam como propaganda política, mas sim passando a oferecer informações sobre os acontecimentos. O jornalismo evoluiu durante todo esse período e no século seguinte, tendo se renovado a cada dia, até hoje. E esse comportamento de acordo com Traquina (2004), é devido a Revolução Industrial que estava em curso
No século XIX, verificamos a emergência de um novo paradigma – informação, não propaganda – que é partilhado entre os membros da sociedade e os jornalistas; a construção de um novo grupo social – os jornalistas– que reivindicam um monopólio do saber – o que é notícia; e a comercialização da imprensa – a informação como mercadoria (TRAQUINA, 2004, p. 34)
 O novo Jornalismo surge com o desenvolvimento das máquinas ferroviárias, dos navios, do telégrafo por fio[footnoteRef:5], do rádio, do cinema e da televisão. Nesse momento o jornalismo é colocado de forma mais publicísta, e a informação literalmente como uma mercadoria, aliás, uma mercadoria diferenciada porque se trata agora de bem simbólico. (AUTOR, ANO) [5: Aparelho para a comunicação que utiliza eletricidade para enviar mensagens codificadas através de fios] 
 Os profissionais são colocados metodologicamente dentro de suas devidas funções: repórter, redator, editor, diagramador, entre outros; e dificilmente havia a intervenção de um, no campo de trabalho do outro. (AUTOR, ANO)
 Em suma esse jornalismo aproximava-se das camadas burguesas; a base de financiamento era o comércio português; tinha um deslocamento para os grupos empresarias (classes) e vai haver o surgimento das primeiras agências de publicidade. Como principais expoentes, temos: O Estado de São Paulo, O Globo e Jornal do Brasil. (AUTOR, ANO)
2.1.3 Vertente Industrial – Noticia 
O terceiro momento é o do Jornalismo Contemporâneo, que corresponde à fase atual. Um jornalismo que caminha lado a lado com a tecnologia; onde a informação é atualizada de minuto a minuto, quando ao jornalista já não cabe somente a função de reportar; mas também de trabalhar em diversas outras funções como redator, editor, cinegrafista, entre outros. Essa multitarefa, é designada por alguns autores como Jenkins e Recueiro de convergência, constitui, atualmente, objeto de estudo e pesquisa. Este fato, porém, é comum na história dos meios de comunicação e constitui um processo natural de evolução. De acordo com Rezende (2007, p. 6):
[...] as novas mídias têm a capacidade de recriar linguagens. Para o autor, cada uma delas tem a capacidade de ampliar, incluir, conservar e transmitir as iconografias artesanais e industriais de comunicação, ao mesmo tempo em que constituem novos sistemas de representação, de conhecimento e também de difusão cultural. (REZENDE, 2007, p. 6)
Os avanços na transmissão da informação propiciaram novas maneiras de se produzir Jornalismo. É nesse momento que o Jornalismo assume um compromisso com atualidade visto que até então, ele era tecnicamente falho. De acordo com Sousa (2008, p. 228) “surgia a ideia do lead, o parágrafo guia que deveria responder o que tinha acontecido, quem estava envolvido, onde e quando havia ocorrido, como ou de que maneira e por que razões”. A técnica ou modela da “pirâmide invertida” também é desenvolvida nessa época, para que o fato pudesse ser contado a partir do acontecimento mais importante e de forma resumida, já no parágrafo de abertura. Então essas formam técnicas alinhadas e justificadas sob a alegação de que o leitor não tenha mais tempo a perder e que por isso precisava de formas rápidas de informação, e os veículos que não se adaptam a essas transformações acabam ficando para trás. 
A imprensa se converteu para os cidadãos na principal fonte de transmissão de conhecimento. Além disso, diante dos acontecimentos sociais, a imprensa adotou uma postura mais ativa; já não se trata de receber a informação e comentá-la, mas de descobrir o acontecimento (ALSINA, 1996, p. 87)
O Jornalismo Contemporâneo surge justamente pela grande demanda de público e também pela liberdade, hoje, que todo cidadão tem em opinar de maneira democrática, principalmente através das redes sociais. O usuário, hoje, não mais fica preso àquelas mídias tradicionais na qual ele não tinha escolha e se limitava a programações e a horários; e muito menos tinha a possibilidade de voltar em algum outro momento das programações para ouvi-las novamente. Ele agora define o que quer ouvir, existindo nesse contexto um mix de forças que vem tanto de cima para baixo quanto e de baixo para cima. Segundo Jenkins (2014)
Os públicos estão se fazendo nitidamente presentes ao modelarem ativamente os fluxos de mídia, e produtores, gerentes de marca, profissionais de serviço ao consumidor e comunicadores corporativos estão acordando para a necessidade comercial de ouvi-los e de responder de maneira ativa (JENKINS, 2014, p. 25)
A acessibilidade aos recursos tecnológicos e a facilidade de distribuição pela internet possibilitou cidadão, que hoje já é considerado usuário e consumidor participativo, tornar-se também um produtor e divulgador de conteúdos nas redes, gerador também de um relevante capital social, ou seja, as marcas, mídias e o Jornalismo, em especial, hoje se preocupam em não somente vender um conteúdo, mas sim fazer com que as pessoas se sintam realizadas por elas e se tornem advogadas dessa determinada marca ou conteúdo, sendo o feedback, a conversa franca e constante com o público tornada cada vez mais como essencial, esta sendo realizada com o auxílio das redes sociais tais como: Twitter[footnoteRef:6], Instagram[footnoteRef:7], Facebook[footnoteRef:8], Whatsaap[footnoteRef:9], etc. AUTOR, ANO [6: Rede social e um servidor para microblogging, que permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos, por meio do website do serviço, por SMS e por softwares específicos de gerenciamento. ] [7: Rede social online de compartilhamento de fotos e vídeos entre seus usuários, que permite aplicar filtros digitais e compartilhá-los em uma variedade de serviços de redes sociais,] [8: Mídia social e rede social virtual lançada em 4 de fevereiro de 2004, operado e de propriedade privada da Facebook Inc. Em 4 de outubro de 2012, atingiu a marca de 1 bilhão de usuários ativos, sendo por isso a maior rede social virtual em todo o mundo.] [9: Aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones. Além de mensagens de texto, os usuários podem enviar imagens, vídeos e documentos em PDF, além de fazer ligações grátis por meio de uma conexão com a internet. ] 
Percebe-se, agora, a concentração de meios em uma só empresa (jornais, rádio, revista, etc.) e a consequente maior valorização da atividade jornalística e; naturalmente, aumento da dependência da publicidade. Três eixos podem ser determinantes para o Jornalismo Contemporâneo: dependência da publicidade, concentração empresarial e modernização tecnológica. Surgem como principais expoentes desse modelo, os jornais: Última hora, Diários Associados de Assis Chateaubriand, Diário Carioca, entre outros. AUTOR, ANO
Outros autores definem o jornalismo em quatro fases, como Bernard Miége, por exemplo. Pena (2008) frisa um resumo acerca dessas fases:
Imprensa de opinião (artesanal, tiragem reduzida e texto opinativo), imprensa comercial (industrial, mercantil e texto noticioso) mídia de massa (tecnologia, marketing e espetáculo) e comunicação generalizada (megaconglomerados de mídia, informação como base das estruturas socioculturais e realidade virtual) (PENA, 2008, 32)
Já Ciro Marcondes Filho, em Comunicação e jornalismo: a saga dos cães perdidos, traça um quatro evolutivo de cinco épocas distintas. Realçado resumidamente também por Pena, com relação a esses cinco intervalos. AUTOR, ANO
Pré-história do jornalismo: de 1631 a 1789. Caracterizado por uma economia elementar, produção artesanal e forma semelhante ao livro; Primeiro jornalismo: 1789 a 1830. Caracterizado pelo conteúdo literário e político, com texto crítico, economia deficitária e comandado por escritores, políticos e intelectuais; Segundo jornalismo: 1830 a 1900. Imprensa de massa, marca o início da profissionalização dos jornalistas, criação de reportagens e manchetes, atualização da publicidade e consolidação da economia de empresa; Terceiro jornalismo: 1900 a 1960. Imprensa monopolista, marcada por grandes tiragens, influência das relações públicas, grandes rubricas políticas e fortes grupos editorias que monopolizam o mercado; Quarto jornalismo: de 1960 em diante. Caracterizado pela informação eletrônica e interativa, comoampla utilização da tecnologia, mudança das funções do jornalista, muita velocidade na transmissão de informação, valorização do visual e crise da imprensa escrita (PENA, 2008, p. 33)
Assim, mais do que definições, o que torna importante salientar é que não se deve tomar uma única só versão como verdade para os primórdios e divisões do jornalismo, posto que o conhecimento e o fazer Jornalístico é justamente a pluralidade de ideias em uma sociedade livre, democrática e cada vez mais dependente dos fluxos de informação.
Entretanto, ter clara uma definição do que seja o Jornalismo também é importante para diferenciá-lo de outros produtos oferecidos pelos meios de comunicação massivos, notadamente o entretenimento, que já não se restringe a espaços exclusivamente demarcados a produtos diversificados. Ao mesmo tempo esse exercício serve para o aprofundamento do conhecimento acerca de conceitos básicos para a área de estudos e de base do jornalismo.
3 JORNALISMO ESPORTIVO
O jornalismo esportivo consiste em uma área de especialização do jornalismo. Essa vertente está relacionada com o vasto mundo dos esportes. Um de seus grandes desafios é conseguir transmitir notícias com imparcialidade e cordialidade, porque quase sempre o jornalista e o público têm uma determinada preferência, seja por um time de futebol, por outra modalidade esportiva ou mesmo por um atleta. AUTOR, ANO
Para falar em jornalismo esportivo no Brasil é preciso remontar (retornar) ao começo dos anos de 1910, quando ainda não havia jornalistas suficientes que pudessem dar conta efetivamente do trabalho. Um dos primeiros jornais a fazer jornalismo esportivo no Brasil foi o Fanfulla, em São Paulo. Embora não fosse um periódico voltado para as elites da época e não tivesse a preocupação com a formação de opinião, o Fanfulla atingia um público cada vez maior no Estado que eram os italianos, através do noticiário esportivo. Coelho (2011) relata esse fato nos seguintes termos: 
A Fanfulla é até hoje a grande fonte de consulta dos arquivos do Palmeiras sobre as primeiras décadas do futebol brasileiro. O jornal trazia relatos de página inteira num tempo em que esse esporte ainda não cativava multidões. E informava as fichas de todos os jogos dos clubes italianos. Até mesmo dos que incluíam times de aspirantes palestinos contra os segundos quadros de equipes do interior. Não existia o que se pode chamar hoje de jornalismo esportivo. Mas não fossem aqueles relatos, ninguém jamais saberia, por exemplo, quando e qual foi o primeiro jogo do velho Palestra. (COELHO, 2011, p. 8).
	
O “Jornal do Sports” no Rio de Janeiro, em 1931, se tornou o precursor dos diários exclusivamente dedicados ao esporte no país. Até alguns anos foi ele o que mais se destacou e ganhou grande espaço no cenário brasileiro. De acordo com Coelho (2011, p.9) foi ele “O primeiro a lutar ferozmente contra a realidade que tomou conta de todos os diários esportivos a partir daí”. Entretanto sem obter grande sucesso, o “Jornal do Sports” foi logo sucedido pela Gazeta Esportiva, suplemento do jornal A Gazeta, que em 1947 se tornou um diário esportivo
A Gazeta Esportiva nasceu em 1928, mas como um suplemento do jornal A Gazeta, só se tornado um diário esportivo em 1947. Durante o século passado, dirigir redação esportiva queria dizer tourear a realidade (COELHO, 2011, p. 8)
A partir daí o jornalismo esportivo passa a ter maior visibilidade através das crônicas, principalmente às de Mário Filho[footnoteRef:10] e Nelson Rodrigues[footnoteRef:11]. Pode-se dizer que as crônicas contribuíram para o crescimento do maior esporte disseminado no Brasil, o futebol. No entanto, existem alguns questionamentos quanto à ligação dessas crônicas com o jornalismo, uma vez que elas eram muito romantizadas e os cronistas ressaltavam mais os personagens e suas histórias do que propriamente imperar a informação de forma precisa. Não havia a precisão do diálogo por pare desses cronistas, nem sequer a certeza do que de fato havia acontecido. As histórias eram geralmente bem contadas e sempre com uma boa dose de romance, e são justamente essas as características que fazem das cônicas serem contestadas como jornalismo. Conforme salienta Coelho (2011) [10: É unanimidade como um dos maiores cronistas esportiva da história do país, um torcedor apaixonado pelo futebol, Mario Filho fez desse esporte também a base para bem sucedidas incursões literárias. Disponível em: http://memoria.oglobo.globo.com/jornalismo/cronistas-e-colunistas/mario-filho-1-12047153. Acesso em: 20 abr, 2020
] [11: Escritor e jornalista, considerado o nome mais influente da dramaturgia brasileira. Seus enredos eram polêmicos, mesclando tragédia e humor. Disponível em: https://www.infoescola.com/literatura/nelson-rodrigues/. Acesso em: 20 abr, 2020
] 
A miopia de Nelson Rodrigues tirava-lhe a possibilidade de enxergar qualquer coisa em jogo de futebol, ainda mais em estádio grande como o Maracanã. E daí? Romance era com ele mesmo. Crônicas recheadas de drama e poesia enriqueciam as páginas dos jornais em que Nelson Rodrigues e Mário Filho escreviam. (COELHO, 2011, p.17).
O jornalismo esportivo nasce, entretanto, em meio a grandes preconceitos. Isso porque ou os donos dos jornais ou os editores chefes estavam sempre dispostos a retirar uma linha ou editoria que se dedicasse o mínimo ao esporte dentro das redações. Acreditava-se que somente o público com menor poder aquisitivo seria o leitor desse tipo de diário. Estava claro que a editoria era considerada inferior em relação a outras como economia ou política, por exemplo. AUTOR, ANO
No Brasil, o preconceito foi mais forte porque até o início do século XX o país ainda não era considerado o país do futebol. Não se dava tanto destaque para essa modalidade esportiva, porque muitos acreditavam e eram convencidos de que o jogo dos ingleses não iria conseguir adeptos no Brasil. Autores famosos como Graciliano Ramos partilhavam dessa visão. Coelho (2007, p.7) destaca que o posicionamento do autor de Vidas Secas era “Futebol não pega tenho certeza; estrangeirices não entram facilmente na terra do espinho”. E muitos compartilhavam dessa mesma visão acreditando que o que vinha de fora não poderia se adequar ao território brasileiro. Naquele momento o remo era o esporte mais popular do país e, mesmo sendo habitual, jamais era estampado nas primeiras páginas dos jornais como destaque, uma vez que as notícias voltadas para economia e política eram as mais importantes. AUTOR, ANO
Foi meio a contragosto que no Rio de Janeiro os jornais começaram a dedicar mais espaços para o futebol, isso ainda no início do século XX. Segundo Coelho (2007, p. 9), “Os jogos dos grandes times da época aos poucos foram ganhando destaque. Até que o Vasco, em 1923, venceu a segunda divisão apostando na presença dos negros em seus quadros”. E era essa a popularização que faltava para o futebol, pois foi a partir daí que ele se tornou símbolo do que representa atualmente. Entretanto, o caminho para se firmar como editoria ainda foi cercado de muitas lutas, porque muitas revistas e jornais de esportes foram surgindo para logo depois, com o passar dos anos, desaparecerem. Coelho (2011) destaca que:
No final dessa década, o jornalista paulistano Roberto Petri lançou seu próprio diário esportivo: O Jornal. Não durou. Petri voltou a trabalhar em emissoras de rádio como Gazeta, Difusora e Bandeirantes. Entre o final da década de 1990 e início dos anos 2000, foi comentarista de partidas do Campeonato Argentino no canal ESPN Brasil (COELHO, 2011, p.10).
De todo modo foi somente a partir da segunda metade dos anos de 1960, que o Brasil entrou na lista dos países com imprensa esportiva de larga extensão, devido à presença de cadernos esportivos mais atuantes e de maior volume.
3.1 Jornalismo Esportivo na internet 
A onda da internet tomou conta do Brasil na segunda metade dos anos de 1990. Nos Estados Unidos e Europa o fenômeno já vinha acontecendo há alguns anos antes. Entretanto, os sites ainda não eram vistos como uma formade negócio ou mesmo um elemento rentável. Segundo Coelho, essa visão foi mudando em meados de 1997: 
O grande sinal de que o fenômeno começava a fazer brilhar os olhos dos grandes empresários foi dado quando a AOL comprou a Warner em 1997. Um negócio de milhões de dólares. Na mesma época, o lançamento do Lance! No Brasil, vem acompanhado do sintoma de que a internet ia pegar por aqui também. Junto com o diário era lançado o www.lancenet.com.br (COELHO, 2011, p.59).
Ainda conforme salienta Coelho, foi só em 1999, no entanto, que a internet tornou-se o fenômeno que se conhece atualmente e que começou, também, a tirar alguns dos melhores profissionais do Jornalismo Esportivo de seus cargos. Foi exatamente nessa década que se acreditou que o mercado seria realmente mais promissor, pois com o advento da internet muitos profissionais confiaram que, finalmente, o jornalismo seria uma profissão mais bem remunerada. Parecia ser a salvação dos jornalistas. Muitos deles estavam acostumados a salários baixíssimos e depois, com o advento da internet, alguns chegaram a receber ofertas milionárias. Essa situação chegou a lembrar a realidade de muitos jogadores de futebol que, em um mercado de incertezas com seus clubes, acabam assinando contratos mais vantajosos com outros, até mesmo com clubes rivais. 
José Eduardo de Carvalho trabalhava no Jornal da Tarde, no qual ocupava cargo de editor de esportes. Junto com ele, levou alguns outros bons profissionais da área, como o repórter Paulo Guilherme, que participaram em 1998 da cobertura da Copa do Mundo da França por O Estado de S. Paulo e da cobertura do Mundial dos Estados Unidos pelo Jornal da Tarde em 1994. Luís Augusto Mônaco, também do Jornal da Tarde, seguiu junto para o site da PSN. Os salários eram altíssimos. Três, quatro vezes mais do que as redações de jornais e revistas. O portal da PSN foi responsável também pela criação do site do Corinthians. E mais gente deixou as redações para ocupar vagas no novo veículo (COELHO, 2011, p.60).
O exemplo mais notável de que essa década se mostrou para muitos jornalistas de que realmente poderia vir como forma de mudar os parâmetros do mercado esportivo foi à criação do jornal Lance!. Foi este um dos exemplos mais notáveis de um investimento de negócios acima de milhões de dólares, com o intuito de acompanhar o fenômeno da internet no Brasil. E a criação do site Lancenet foi o marco percussor de um novo momento, sobretudo no mercado publicitário. Coelho (2011) comenta que
O Lancenet nasceu como forma de fincar a bandeira no novo mercado. Não era certeza de sucesso, mas a esperança de sair na frente quando a internet pegasse no breu. Pegou e, de fato, o Lancenet saiu na frente. Durante certo período, com o Lance! No vermelho, o site virou referência para o mercado publicitário. Do grupo de investidores do diário, a maior parte tinha interesse no site. E ano após ano aceitava incluir mais alguns dólares na conta do diário pela expectativa produzida pelo site. Em pouco tempo, o Lancenet passou a valer milhões. Mais do que concorrentes como Sportsya e Pelé.net (COELHO, 2011, p. 61)
Torna-se pertinente reforçar que essa folia dos sites acabou praticamente um ano depois, no início de 2001, com a crescente fuga dos investimentos, provocando um desastre nas redações de todos os veículos ligados à internet. A estabilidade se estendeu até 2002, mas por parte de quem realmente tinha interesse em continuar investindo nesse tipo de negócio. Os bons profissionais que deixaram o mercado de trabalho nessa época tiveram dificuldade para retornar. Alguns até desistiram da profissão. AUTOR, ANO
 A maneira como a internet passou pelo mercado editorial do Brasil, ao invés de ser positiva, causou preocupantes estragos para os jornalistas consagrados. O que se percebeu por parte de muitos profissionais naquela época, e que se aplica até o momento, é que valia muito mais o furo, a notícia dada em primeira mão, do que a informação checada de forma criteriosa, antes de ser publicada. Na prática, o que se consagrou no Jornalismo Contemporâneo, é que vale mais a velocidade, do que propriamente o critério jornalístico de checagem dos fatos. AUTOR, ANO
3.2 O Mercado profissional para os jornalistas esportistas 
O mercado para os jornalistas interessados em seguir na editoria de esportes se consolidou como uma carreira difícil, pois até o início dos anos 2000, conforme já comentado, a visão era de que a editoria, finalmente, poderia vir a ser promissora para muitos profissionais. Essa expectativa é comentada por Coelho (2011, p. 25) nos seguintes termos:
Sites dos mais variados assuntos pipocavam e tiravam gente das redações mais importantes do país. Profissionais qualificados e com anos de experiências no mercado de trabalho. Como o editor do caderno de esportes do Jornal da Tarde, de São Paulo, José Eduardo de Carvalho. Em 2000 ele deixou o prédio do bairro do Limão, na capital paulista, para trabalhar no site da PSN, a Pan American Sports Network, canal a cabo à la carte que lançava também seu site na internet brasileira.
 Mas essa perspectiva mudou logo depois, em 2001. É que apesar de no ano anterior ter sido o período mais expressivos quando os sites alcançam maior relevância e concorrem literalmente com os grandes jornais, em seguida esses mesmos sites já anunciavam sua falência.
O mercado para os jornalistas é duro, ainda mais para o jornalismo esportivo, sobretudo em relação à abrangência de oportunidade. Sobre essa realidade, Coelho (2011, p. 26) assevera que é na cidade de São Paulo onde esses profissionais têm as melhores oportunidades:
A cidade de São Paulo é, desde a década de 1970, o grande pólo do jornalismo brasileiro. É onde estão as melhores oportunidades de emprego, onde existem mais oportunidades para o profissional colocar-se. O piso salarial de jornalista em São Paul é muito inferior a quinhentos dólares. Mesmo assim, em 1997, formou-se fila de estagiários em frente a um prédio do bairro do Limão para iniciar o processo de seleção para um novo jornal de esporte.
Olhando para esse cenário, podemos perceber que não é na editoria de esportes que se encontram os melhores salários das grandes redações. Entretanto, é nessa editoria que muitos recém-formados acabam se engajando na busca do crescimento profissional. Situação recorrente desde sempre, porque a porta de entrada para os novatos são, invariavelmente, as editorias de esportes, se não a de cidade. A falta de anunciantes e a dificuldade que a maioria das redações tem de manter os bons salários desses jornalistas acaba levando-os a buscar outros segmentos. 
4 O PAPEL DA MULHER AO LONGO DA HISTÓRIA 
As mulheres sempre tiveram que lutar contra os estereótipos machistas que lhes foram impostos, desde sempre, simplesmente por serem mulheres. Os rótulos preconceituosos baseados em generalizações feitos sobre elas acabaram criando impressões sólidas e negativas que as atingem em todos os segmentos sociais. Nota-se que as mulheres, até o século XVIII, não possuíam um papel social definido, não tinham direito ao voto e nem ao trabalho remunerado, dedicando-se, exclusivamente, à família e a educação dos filhos. AUTOR, ANO
Louro (2014) aponta que as desigualdades sociais entre homens e mulheres são remetidas às características biológicas, e que a relação entre ambos decorre dessa distinção. Segundo estas mesmas justificativas cada um deve desempenhar um papel determinado secularmente, ou seja, papel tido desde início da sociedade que é refletido até os dias de hoje, porque sempre foram impostos pela humanidade, que insiste em torná-lo enraizado, o que acaba dificultando as lutas das mulheres por igualdade. Essas diferenças, especificadamente, vêm desde a extinção do matriarcado , no ano de 2000 a.C. Desde então o pertencimento do mundo passou aos homens, instituindo-se o patriarcado[footnoteRef:12] “base do machismo e da ditadura cultural do masculinismo” (BOFF; MURARO, 2010, p.51). [12: “Cultura conservadora na qual o homem é o chefe, cercadopela família, exercendo sua autoridade preponderante e a mulher cumprindo a função de dona-de-casa e de mãe” (BORIS; CESÍDIO, 2007, p. 462)] 
Outros autores, como Souza (2006), por exemplo, refletem sobre a singularidade do patriarcalismo brasileiro, dizendo que ele foi essencial para que as desigualdades entre os gêneros e as raças sejam ainda maiores e de difícil superação do que em sociedades modernas centrais. Dessa forma, além de estar atrelado às condições físicas e biológicas, o papel designado a mulher na sociedade foi posto a partir de convenções culturais.
Na obra de Lipovetsky (2000), “A terceira mulher”, há três fases distintas de como a mulher foi percebida e reconhecida ao longo da história. Em primeiro momento o autor destaca que as mulheres, desde a antiguidade grega, eram vistas de modo difamatório e associado à maldade e a um lado obscuro. O único papel que lhe era atribuído era de ser um mero objeto, principalmente, na gestação, porque se tinha a visão de que ela somente servia para carregar a semente do homem. 
As trocas matrimoniais, as tarefas valorizadas, as atividades nobres da guerra e da política estão nas mãos dos homens. Quando as mulheres participam das atividades culturais, no mais das vezes é na qualidade de atores de segunda linha. [...] Exaltação da superioridade viril, exclusão do das mulheres das esferas prestigiosas, inferiorização do feminino, assimilação do segundo sexo ao mal e à desordem: a lei mais geral das sociedades compõe na longuíssima duração da história a dominância social, política e simbólica dos machos. (LIPOVETSKY, 2000, p. 232)
Já na segunda fase surge à segunda mulher, referida na segunda metade da Idade Média, nesse momento ela se torna fruto da glorificação das qualidades femininas, como beleza e sensibilidade. As mulheres passam a ser vistas como mães, amantes e são adoradas. No entanto, continuam relegadas à esfera privada, sem autonomia, controladas e limitadas, reféns da relação de dominação masculina. Nessas duas fases distintas tanto a primeira, quanto à segunda, as mulheres ainda eram muito subordinadas aos homens. AUTOR, ANO
A terceira mulher ganha independência do homem em meados da Segunda Revolução Industrial na Inglaterra, pois é ai que elas têm acesso a todas as esferas, sendo elas pública e privada, individual e social. Essas mudanças aconteceram de forma progressiva por que o percurso das lutas femininas é e continua sendo longo. Tendo início no século XIX, através da conquista do voto feminino, em 1932, e com a inserção das mulheres na sociedade mercantilista, ou seja, sua inserção no mercado de trabalho em tempos das guerras mundiais, foi o estopim. Diante desse contexto, a mulher passa a ser responsável por sua própria vida, assumindo a dupla jornada de trabalho. De acordo com Lipovetsky nesse momento que há: AUTOR, ANO
Desvitalização do ideal da mulher no lar, legitimidade dos estudos e do trabalho femininos, direito de voto, “descasamento”, liberdade sexual, controle da procriação: manifestações do acesso das mulheres à inteira disposição de si em todas as esferas da existência, dispositivos que constroem o modelo da “terceira mulher”. (LIPOVETSKY, 2000, p. 236)
Uma das grandes conquistas das mulheres, como falado, foi sem dúvidas o direto a voto, pois este, concentrou a maior parte das reivindicações feministas brasileiras nas três primeiras décadas do século. De acordou com Buitoni (1990, p. 53) “A educação, que fora a grande bandeira do século passado, continuava em pauta nas publicações militantes, porém o voto despertava mais paixão”.
Torna-se relevante destacar que nas sociedades ocidentais, as mulheres se tornaram quase a metade do mundo do trabalho remunerado em poucas décadas, em um processo intensificado nos anos 1970. A inserção delas no mercado de trabalho durante a Revolução Industrial foi necessária mais pela mão-de-obra masculina insuficiente do que propriamente por um direito à igualdade social. Faltavam homens para trabalhar nas grandes fábricas e a conquista delas nesse espaço, de forma remunerada, representou um dos elementos estruturantes do funcionamento da sociedade, fator determinante na construção das hierarquias sociais, que acabava diferenciando, classificando e, às vezes, segregando as pessoas, pois “... ter um emprego significa ter trabalho e salário, mas significa também ter um espaço na sociedade” (MARUANI, 2009, p. 85)
O problema, segundo Lipovetsky (2000, p.235) é que apesar das conquistas e da emancipação do sexo feminino, as mulheres ainda continuam presas aos papeis tradicionais. As diferenças não desapareceram, só estão em menor evidência e “nada indica estarem voltadas a um futuro desaparecimento”.
Conclui-se, portanto, que na contemporaneidade, a mulher assumiu o seu papel, não por completo, mas a cada dia ela vem ganhando seu espaço na sociedade. Ainda que se trate de um processo em curso, em contrapartida, a mulher está se superando, tornando-se mais bem vista e com credibilidade. A situação da mulher, neste cenário de preconceito, é descrita por Andrade (2010, p.1) de modo bem preciso: “A mulher tem que conviver com uma contradição, pois para ser respeitada, deve pensar agir e trabalhar “como homem”, mas para “ser amada” tem que se manter feminina, delicada, atenciosa, enfim, possuir predicados que desde a Antiguidade lhe são atribuídos”.
Hoje, o que se observa são mulheres dominando os mais altos cargos, inclusive na política, dirigindo empresas, exercendo as mais diversas profissões - médicas, engenheiras, contadoras, jornalistas, advogadas – sem descurar da habilidade de harmonizar diferentes atividades profissionais com o ofício de donas de casa. A mulher demonstrou ser capaz de ocupar os cargos que bem entender, embora ainda não esteja completamente livre de preconceitos e estereótipos.
5 IMPRENSA FEMININA 
Diante de tantas lutas enfrentadas pelas mulheres para conseguirem direitos básicos e fundamentais, precisamos entrar em campo ressignificante para elas, mas que não foi, pelo menos em seus primórdios, representativo ou teve voz ativa e defensora para as mulheres e que contribuiu significativamente para manter e ampliar os papeis que sempre formam designados a elas: A imprensa feminina. AUTOR, ANO
Falar de imprensa feminina ainda significa ser um tema pouco estudado nos cursos de Comunicação do Brasil e no mundo. Entretanto, analisar o que foi a imprensa feminina e a sua permanente expansão nos dias atuais, nos faz ver o quando esse campo é importante e se faz necessária no contexto da sociedade brasileira. Mostrando-nos como trabalhos particulares referentes às mulheres são poucos, e provando ainda, a necessidade de se analisar o tema mais a fundo. AUTOR, ANO
Mas, para que possamos chegar à imprensa feminina brasileira é preciso que voltemos a ela nos seus primórdios, na sua origem, que consiste no século XVII, com o primeiro periódico feito para mulheres, o Lady’s Mercury, que nascera em 1693, na Inglaterra. AUTOR, ANO
Entretanto fazendo um paralelo na sua origem, vamos ver que a imprensa feminina também, no século XVII, se mostrou muito presente especificadamente na França e segue até os dias atuais, se tornando de forma plural, e, servindo ainda de base para a construção da imprensa feminina brasileira. AUTOR, ANO
 A imprensa feminina, portanto, nasceu como um Jornalismo feito por e para mulheres, embora seja um assunto cheio de contornos peculiares, articulações sociais, econômicas e culturais. Pois ainda existe a dificuldade de definição do que é o Jornalismo feito por e para mulheres, onde muitos autores acreditam que as revistas (principais bases da imprensa feminina) e mesmo os jornais direcionados para as mulheres não podem ser considerados Jornalismo, em consequência, que para eles, os assuntos presentes nesses periódicos, seriam corriqueiros e usuais, existindo assim a necessidade de se analisar mais ainda esse tema. Boa parte desses autores creditam que os temas abordados, pela imprensa feminina, eram sempre assuntos que diziam respeito a umlado consumidor das mulheres e tinha uma lógica de vender o que mais atraia o lado sensível delas, e que estava ligado objetivamente a assuntos ditos repetidos, como o do: coração, da moda, beleza, casa, culinária etc; sem dar espaço assim para outros assuntos, como o do esporte, por exemplo. Que de antemão só reforçavam os papeis sociais que sempre são atribuídas as mulheres desde o começo da humanidade de: donas-de-casa, esposa, mãe, etc; de modo a ressaltar sempre características conservadoras referentes a elas. AUTOR, ANO
Entretanto ao longo da trajetória, a mesma imprensa feminina acompanhou as diversas mudanças sociais da mulher quanto ao seu papel na sociedade. Onde no século XIX, a mesma era vista apenas como do lar, a partir da metade século XX, acontece o rompimento dessa mentalidade, e a mulher passa identificar seu valor na sociedade, exigindo seus direitos em atuação. AUTOR, ANO
É a partir disso que percebemos que a imprensa feminina de certa forma não se mostrou, em seus primórdios, uma imprensa representativa e muito menos defensora das mulheres, visto que por trás dela havia muitos interesses velados, ligados ao próprio capitalismo. A imprensa feminina, em sua origem, já se utilizava da publicidade para vender produtos e fazer um projeto editorial das revistas femininas que era cada vez mais a serviço da própria publicidade e tinham como principal intuito acompanhar e reforçar os papeis sociais das mulheres, posto a partir de convenções culturais, como já visto. Os temas abordados, principalmente nas revistas, eram pensados para serem guias de compra de produtos que deveriam ser comercializados e definidos pela sociedade conservadora de cada época. Segundo Buitoni, na imprensa feminina (2009, p. 142) “A mulher é pasteurizada, universalizada, em nome do consumo”.
Torna-se importante destacar que essa imprensa, apesar de todas as circunstâncias, é um víeis importante, que merece bastante atenção, por ser ela a responsável por moldar comportamentos sociais. De acordo com a ressalva de Buitoni, a imprensa feminina.
Informa pouco, mas forma demais. Antes de tudo, é uma imprensa de convencimento. Se a informação é eminentemente narrativa, a imprensa feminina prefere a dissertação e descrição (esta última, o protótipo dos textos de moda) [...] Então, o texto feminino, mesmo contando casos, ou dando exemplos, tem o sentimento básico de dissertar. Em geral, ele nos diz como deve ser a mulher. Daí, a importância do papel (BUITONI, 2009 p. 141) 
É valido ressaltar que as mulheres, na história da humanidade, desde os seus primórdios nunca tiveram voz feminina ativa, ficando sempre resguardadas ao papel de donas-de-casa, esposas e ao ambiente doméstico, ou seja, sempre foram colocadas como uma extensão submissa a figura masculina o que a impossibilitou de participar de campos importantes como o político e o econômico. A mulher só tinha responsabilidade de cuidar do lar e da educação das crianças, enquanto o homem tinha a responsabilidade de trabalhar para a manutenção e sustento da família. O que na imprensa feminina, por mais que fossem nas camadas mais enraizadas dos textos, era sempre comum ter como principal característica a função de reforçar esses papeis: 
Salienta-se sempre um papel, mesmo que seja apenas nas camadas mais profundas do texto. Geralmente, trata-se do papel tradicional – esposa, mãe, dona-de-casa. Ou do papel moderninho: mulher liberada mas que vive de olho no homem [...] Portanto, a imprensa feminina articula-se em cima de papeis e só de alguns papeis (BUITONI, 2009 p. 142)
Foi com essa profunda divisão social, que fez surgir uma imprensa voltada exclusivamente para o público feminino e seu universo. Assim os primeiros periódicos começaram a difundir conteúdos ditos “de mulher” que acabaram resultando na consolidação de uma identidade feminina e na sua validação, de forma que o invés de trazer uma igualdade entre os gêneros, só fez crescer a diferença da mulher em relação ao homem. AUTOR, ANO
Na imprensa feminina, a mulher está metafórica e metonimicamente, ligada aos seus papéis sociais básicos: dona-de-casa, esposa, mãe. O termo de comparação de mulher é sempre um signo de trabalho doméstico, casamento, modernidade [...] A mulher só é comparada a qualidades ou defeitos dentro dos paradigmas abrangidos pelos seus papeis básicos. E frase com mulher envolve predicados contíguos aos três objetos: lar, marido, filhos (BUITONI, 2009 p. 136)
Para Buitoni (1990), historicamente, a imprensa feminina nasce como uma espécie de “consultório sentimental”, pois se acreditava na lógica de vender o que mais atraia o lado sensível das mulheres, reforçando-se que o vendia eram os assuntos do coração, logo depois dele o tópico predominante pelos periódicos da época era a moda. A tendência foi a de levar para o Jornalismo o que até então era literatura.
A imprensa feminina nasceu sob o signo da literatura, logo depois acompanhado pelo da moda. Nos primeiros tempos, moda e literatura dividiam a atenção. Os direitos femininos entraram em cena nos séculos XVIII e XIX, às vezes como dominantes. Paralelamente, os signos da utilidade iam-se introduzindo e ganhando espaço: trabalhos manuais, conselhos de saúde, de economia doméstica”. (BUITONI, 1990, p. 22)
 Os primeiros jornais começaram propriamente em torno do século XVII, em função do progresso dos correios, que passou a permitir uma razoável distribuição. Como já foi apontado, o primeiro periódico feminino de que se tem notícia, como posto por Buitoni, surgiu na Inglaterra, em 1693:
Foi o Ladys Mercury, que trazia até um consultório sentimental - seção que iria gozar de enorme sucesso na maioria dos veículos da imprensa feminina. A jovem correspondente escrevia que havia sido seduzida a ponto de abandonar “O Espírito da Beleza, minha honra, a um devastador infame e lúdico”, e perguntava se devia se confessar ao marido. Seguiam-se: Ladies’ Diary, que durou mais de um século (BUITONI, 1990, p. 25)
A imprensa feminina acaba reforçando-se em apresentar uma mulher cuja seu papel é apresentado pertencendo a uma mulher genérica, sem espaço, sem tempo, nem classe. Sendo assim apenas uma mulher moderna, que se dizia feliz em cumprir seu papel predeterminado, com ajuda dos bens que a civilização proporcionava a ela.
Outro ponto a destacar era que a representatividade das mulheres pela imprensa feminina, uma característica marcante, mas que passava longe da igualdade social. Pois quando a imprensa feminina começou, somente um tipo de mulher era considerado o padrão adequado, que na maioria das vezes já era baseado no preconceito e na discriminação existente da época. Posicionamento este, destacado por Buitoni e que acabava se tornado rotulado. AUTOR, ANO
A mulher branca, sorridente é rótulo e marca do produto chamado imprensa feminina. Verdadeira mulher de papel, que conserva fracos pontos de contato com a realidade. Num país de mestiços, a negra raramente segue em revistas femininas, a não ser como manequim exótico. Do mesmo modo, com toda a colônia japonesa que possuíamos, a oriental também não tinha vez [...] A criação de uma consciência nacional em termos de imprensa feminina está ainda por dar os primeiros passos (BUITONI, 2009, p. 142) 
Dentro da noção de atualidade está o fato acontecido por acontecer, e que tem uma dimensão temporal bastante precisa, muito discutido entre vários autores. Como já foi reforçado anteriormente, há questionamentos se realmente a imprensa feminina seria Jornalismo, uma vez que diversos autores acreditam que no geral, ela traz mais ideias do que fato. Não há um porto temporal imediata, Buitoni ressalva que (2009, p.137) “usando o jargão jornalístico, diríamos que a maioria dos textos da imprensa feminina são matéria “fria””. Ainda conforme Buitoni, valia afirmar que raras eram as matérias que tinham dimensão temporal definida, elas poderiam ser publicadas em janeiro ou junho, tanto faz, por sempre apresentarem assuntos batidos. O factual, característica marcante no Jornalismo, não se apresentava nesse tipode imprensa, no qual manifestava especificidades que poderíamos chamar de pauta perene, pois todos os anos os assuntos que a imprensa feminina englobava eram sempre em tópicos repetidos com uma rápida atenção à novidade. 
No verão, fala-se como obter um bronzeamento perfeito, quantos minutos de exposição ao sol. etc.; em março, do início das aulas das crianças; em dezembro como preparar o Natal e assim por diante. São apenas variações do mesmo tema, de fraca ligação com uma atualidade definida, visto ocorrerem todos os anos, dentro de uma atualidade esperada e genérica (BUITONI, 2009, p. 137) 
A imprensa feminina não apresentava muita atualidade, justamente porque como esclarece Buitoni (2009, p. 138) “não se interessava pela mulher individual e histórica, a mulher que tem nação, cor de pele, classe, enfim, elementos concretos e mais situadores”. Isso nos mostra como às questões femininas tinham um víeis ideológico puramente defendidos e predeterminados, era visto como uma ótica ligada à economia de consumo, só e somente só, pois o fato de ligar a vaidade da mulher, mãe e dona-de-casa a uma espécie de lucratibilidade, só mostra o quando essa imprensa não era feminista sendo puramente solidificadas em quatro grandes editorias, já em torno de 1940, que eram a de: moda, beleza, casa e culinária, que só tinham o intuito de quererem vender e posteriormente lucrar.
A leitora, desses periódicos se julgava estar participando da modernidade, quando apenas estava ajudando na manutenção do “status quo”. A mudança que a mulher apresenta, concretamente, no contexto social, é mínima, mesmo a mais exposta aos conceitos veiculados pelos meios de comunicação. De acordo com Buitoni (2009, p.133) “Divulgava-se o feminismo porque estava na moda – mais uma que veio dos países desenvolvidos – e não porque se pretende defender os direitos da mulher ou promover transformações em nosso contexto social”
A imprensa feminina foi, portanto, fortemente ideológica e subordinada a imperativos comerciais, que por sua vez auxiliaram na manutenção do sistema. É relevante frisar que, além disso, mesmo não sendo somente opinativa, atualmente, em termos jornalísticos, a imprensa feminina é ainda mais uma imprensa de ideias do que narrativas de eventos. Hoje, ela pode até ser considerada um segmento direcionado para o público feminino, feito nos moldes do que acreditam ser de interesse dele, mas para chegar até esse ponto ela passou por diferentes evoluções e adaptações. E são esses pontos que acompanharemos a seguir.
5.1 Origem
Com o primeiro jornal direcionado de forma exclusiva para as mulheres, o “Lady‟s Mercury”, na França vai surgir o Courrier de la Nouveauté, em 1758. Já no Brasil, o primeiro periódico foi lançado somente no século XIX, em 1827, e se chamava “O Espelho Diamantino”. AUTOR, ANO
Os jornais e revistas femininos funcionam como termômetro dos costumes da época. A movimentação social, importantes para lutas das mulheres foi sendo registrada por esses veículos como, por exemplo: direito trabalhistas e voto. No qual muito desses eventos contribuíram para que esses jornais e revistas pudessem ser o que são hoje. AUTOR, ANO
Um dos primeiros periódico feminino era chamado “Lady‟s Mercury”, criado na Inglaterra em 1693. Este possuía características marcantes da imprensa feminina: o consultório sentimental. As jovens descreviam como haviam sido seduzidas por um “devastador infame e lúbrico” e questionava, se deviam abandonar seus maridos. AUTOR, ANO
Entretanto, foi já no século XVIII, que a imprensa feminina desempenhou um papel importante na Europa, pois foi aí que ela mais se desenvolveu, servindo, posteriormente, de modelo para a brasileira, que até então seguia a passos lentos. No Brasil, nem imprensa naquele momento ainda havia, uma vez que a permissão para seu funcionamento só veio no início do século XIX. O primeiro veículo conhecido na França foi AUTOR, ANO
O Courrier de la Nouveauté, de 1758. [...] O jornal dava conselhos sobre educação, “modernos” para a época: falava na mãe de família que se ocupava ela mesma dos filhos e elogiava os externatos para moças que estavam aparecendo e substituindo pensionistas e internatos. A publicidade estava nascendo: livros, roupas, objetos variados apareciam, às vezes com preços, em pequenos anúncios de editoras, lojas, pequenas fábricas (BUITONI, 1990, p. 26)
Uma das grandes estudiosas da imprensa feminina na França, é Evelyne Sullerot, francesa que tem um trabalho competente e minucioso referente a esse tema. Sullerot é uma estudiosa de referência na história da imprensa feminina, em consequência do que ela defendia, que a história global, da imprensa feminina, destinada às mulheres, ainda está por fazer. Pois mesmo em um momento em que houve na civilização ocidental, um tipo de veículo impresso dirigido à mulher, sejam os jornais ou principalmente as revistas femininas, a autora fez sempre questão de frisar que eles não eram representativos e que estavam sempre relacionados com a ampliação dos papeis femininos tradicionais e que eram também fortemente ligados com o progresso do capitalismo, que implicava em novas necessidades a serem realizadas. Objetivando assim, que a imprensa feminina corria atrás do novo. AUTOR, ANO
De qualquer modo, entre literatura e as chamadas artes domésticas, o jornalismo feminino já nasceu complementar, revestido de um caráter secundário, tendo como função o entretenimento e, no máximo um utilitarismo prático ou didático (BUITONI, 2009, p. 9) 
A imprensa feminina vigorou principalmente na França, como dito, isso em parte, como consequência da Revolução Francesa, e na Alemanha e na Itália. De acordo com Buitoni.
Um dos primeiros periódicos feministas franceses foi o L’Athénée des Dames, surgido após a Revolução , escrito em colaboração por uma “dezena de damas francesas”. Apesar do correio sentimental, suas redatoras buscavam a luta, no que não eram acompanhadas como leitoras, que lhe escreviam dizendo ser a resignação a solução para os problemas femininos. (BUITONI, 1990, p. 30)
Sullerot apresenta diversas obras, uma delas referida na nota de rodapé[footnoteRef:13], é um dos seus estudos mais abrangentes feito sobre o assunto, que consiste em frisar o desenvolvimento dessa imprensa em dois grandes planos, ressaltados de modo bem preciso por Buitoni [13: SULLEROT, Evelyne. La Presse féminine. Paris, Colin, 1963, p.5.] 
O primeiro seria o plano dos deveres: estilos, modas e convenções – a maioria dos jovens jornais de moda encaixam-se nesta classificação [...] O segundo plano compreende os direitos: é a imprensa preocupada com os direitos da mulher, que Evelyne rotula de “feminista”, para facilitar a identificação, observando que nem sempre são órgãos sufragistas. (BUITONI, 2009, p. 121)
Ainda segundo Sullerot, nesse primeiro momento da imprensa feminina existiam três tipos de leitoras visados, que através dos anos, foram se modificando e se adaptando de acordo com a evolução das épocas. Existindo assim três fases na imprensa feminina francesa que passou, sucessivamente, pela dama, pela mulher e finalmente pela dona-de-casa. Fases essas que continuam a reforçar os papeis atribuídos as mulheres, e, que são fundamentalmente associados a elas até os dias de hoje. Foi em meados do século XIX, que as preocupações feministas tomavam mais fôlego, pois AUTOR, ANO
Algumas mulheres que defendiam utopias começaram a participar de publicações, ou fundá-las. [...] Logicamente, todos esses veículos preocupavam-se com situação da mulher concentrando-se em educação ou direito a voto, além de outros assuntos culturais. (BUITONI, 2009, p. 122)
O processo de evolução da indústria de cosméticos avançou muito nesse século, devido ao progresso da química e da biologia. E a imprensa feminina ajudou também a acelerar esse desenvolvimento, pois foi com o fornecendo do suporte da divulgação e da publicidade de novos produtos que foi possível ver a mudança da mulher até a “dona de casa consumidora”. É com o despertar do século XX, que a leitora francesa vai passarde “mulher” a “dona de casa consumidora” segundo Evelyne Sullerot é nesse momento que 
Lentamente, haverá menos trabalhadoras nos campos e a nas fábricas mais secretárias e funcionárias. Continuam a existir jornais feministas, o direto ao voto ainda é exigido, Mas já há condições para revistas de luxo que vão ganhando público: “La Revue de la Femme”, “Vogue”, “Le Jardim des Modes”, “La Femme Chic” e “Fémina”, que se aburguesava (BUITONI, 2009, p. 123) 
A partir daí continuamos a perceber que essas publicações femininas eram mais gerais, pois embora defendessem alguns direitos para as mulheres, não eram consideradas como feministas, pois seus objetivos principais não eram políticos, mas sim ideológicos e econômicos. A imprensa até vai se reforçando com o tempo, entretanto, ainda não era ela livre e muito menos representativa de todas às mulheres. E até a metade do século XIX, era um produto para a elite, o que mais uma vez nos mostra sua desigualdade, pois somente mulheres da aristocracia e da elite burguesa tinham acesso a ela, uma vez que somente elas sabiam ler e tinham tempo para isso. AUTOR, ANO
Seguindo os costumes portugueses, devido à influência moura, a mulher quase não saía de casa, a não ser para ir à missa. Vivia cozinhando e fazendo rendas; raramente os pais deixavam as filhas estudarem, sob a alegação de que elas poderiam assim manter correspondência amorosas não consentidas [...] Então, se os homens letrados eram poucos, as mulheres alfabetizadas formavam um número bem reduzido (BUITONI, 1990, p. 36)
De acordo com Buitoni (1990, p. 28) “Nos EUA, a guerra civil, o crescimento industrial, e a evolução das editoras como negócio vêm modificar o perfil da leitora”. A mulher acaba sendo instalada ar renovar-se dia-a-dia, da cabeça aos pés. Da roupa, da maquiagem, dos cabelos, passar-se ao corpo: faça plásticas, é preciso ser totalmente nova. O “novo” conforme assegura Buitoni (2009, 131) “é a virtude máxima do objeto de consumo. A utilidade, a praticidade são virtudes secundárias. E o novo passa a ser exigido também na pessoa”. O significado profundo desse novo, portanto, é tido assim para Buitoni (2009, 132) como “conservador”, pois as publicações vinham sempre reforçadas de como as mulheres deveriam se comportar, de que forma poderiam agradar seus maridos, como manter a casa bem arrumada, que costumes deveriam adotar etc; e para que isso acontecesse, ela, a mulher, só ia ter sucesso quando estivesse embutido algum tipo de publicidade nas publicações, como por exemplo: elas só seriam felizes se utilizassem um produto de uma tal marca que já era predestinado no corpo das matérias. 
A mulher, então, não pode ser bela, sensível, alegre, por si só. Ela conseguirá essas qualidades se tiver determinados objetos. Para ser, ela precisa ter. Esse deslocamento acaba por anular a possibilidade de crescimento pessoal. (BUITONI, 2009, p. 131) 
As matérias desses periódicos obedeciam a três linhas básicas para circular: aperfeiçoar o gosto, apresentar temas de interesse público e defender certas causar, às vezes triviais, às vezes idealistas. Daí a importância de se frisar algumas fortes críticas que são feitas à imprensa feminina, Buitoni pontua, de que ela era (1990, p. 76) “Conservadora, alienada, consumista, estereotipada, despolitizaorda”
Portanto, a inserção efetiva das mulheres no mercado, assim como a conquista de sua independência financeira, tornou o público feminino o principal alvo da publicidade, principalmente na imprensa feminina. Isso porque a mulher passou a ter um novo estilo de vida, um novo perfil sócio-econômico e novas necessidades, o que também foi acompanhado pela imprensa feminina.
5.2 Imprensa Feminina no Brasil
No Brasil, a imprensa feminina começou no século XIX, e se comparada com Europa é muito recente. Um dos principais motivos desse retardamento foi o fato de não ter imprensa no país o que só foi concedido com a vinda de D. João VI e chegada da família real portuguesa. Foi exatamente aí que a imprensa obteve a autorização da corte para funcionar. E esse momento foi de grande transformação para o Brasil por meio de um processo de urbanização acelerado, principalmente no Rio de Janeiro. AUTOR, ANO
Logicamente, o surgimento da imprensa feminina refletia as transformações pelas quais passava nossa sociedade. No período colonial, a participação ativa da mulher fora dos limites do lar era bastante pequena [...] O século XIX foi acompanhado de mudanças na estrutura de nossa sociedade, processo deflagrado principalmente a partir da vinda da família real para o Brasil
(BUITONI, 2009, p. 11) 
As comunicações entre as cidades brasileiras, até aquele momento, eram precárias, muito dependentes de navios ou de correios que funcionavam a cavalo. No século XIX, a imprensa em geral no Brasil, era bastante artesanal e de cunho opinativo, sendo fundadas diversas ligas e associações 
Em 1827, foi instalado um serviço regular de vapores entre Rio e Santo; em 1839, as provinciais marítimas eram ligadas por navegação a vapor. Essa circunstância ajudou a imprensa que estava nascendo (BUITONI,1990, pág. 37)
O primeiro periódico feminino brasileiro foi o carioca “O Espelho Diamantino”, lançado em 1827 pelo francês Pierre Plancher. Os principais assuntos eram: política, literatura, belas-artes e moda. Seu slogan era: “dedicação às senhoras brasileiras”. 
Sem especificarem o tipo de público. Mas, pelo fato de incluir modas, pelo menos, pelo menos essa seção era feminina. Além do Rio de Janeiro ser o centro polarizador dos movimentos culturais da época, o mesmo Gondin, que não diz nem que “O Espelho Diamantino” foi o primeiro carioca, ao se referir ao “Correio das Modas” (1839), cita sua qualidade de segunda revista de modas do Rio. Então, pelo menos no Rio, “O Espelho” é o primeiro (BUITONI, 2009, p. 12)
O Rio de Janeiro não era a única cidade a promover o desenvolvimento da imprensa. Em São Paulo e Recife, afirma Buitoni (1990, p. 37), foram também palco de grande atividade intelectual “abrigavam as duas primeiras faculdades brasileiras de Direito, ambas fundadas em 1827”
A imprensa feminina brasileira vai surgir seguindo também uma evolução paralela à francesa, quanto às fases gerais. Também passa pelas fases da “senhora”, à “mulher” e depois à “consumidora” só que Buitoni destaca que (2009, p. 124) “as datas não coincidem tanto, principalmente antes do século XX e talvez em termos de importância de cada etapa”. 
Ainda no Brasil, para a autora o surgimento da imprensa feminina está muito relacionado ou mesmo não é separado da imprensa geral, o que fez sempre a maioria dos especialistas valorizarem esta última, a geral. Conforme a ressalva de Buitoni, na convicção de muitos estudiosos a imprensa feminina estaria resumida em pontos que sempre iriam mostrar a fragilidade das mulheres AUTOR, ANO
No pensamento de muitos, inclusive de estudiosos de Comunicação, a imprensa feminina resume-se em revistas de moda, culinária, fotonovelas, enfim, distração, lazer, consumo, para não dizer alienação. Mas uma imprensa que tem mais de duzentos anos e atinge milhões de leitoras não reunirá vários pontos defensáveis? (BUITONI, 1990, p. 11)
Esse mesmo questionamento nos faz ver novamente que uma imprensa que deveria defender as lutas das mulheres, na verdade apresenta diretriz que efetivamente não as defendia e consequentemente deixa legados para que o preconceito relativo às mulheres pudesse continuar cada vez mais presente. Pois a mesma tinha um posicionamento muito maquiado e conservador, isso por pelo menos, até seu desenvolvimento. O que podemos reforçar é nem tudo na imprensa feminina brasileira assim como na francesa também era apontado como jornalismo, uma vez que segundo Buitoni (1990, p.12 “O “verdadeiro” jornalismo reveste-se de maior valor na medida em está ligada à notícia objetiva, ao debate, à análise do que aconteceu no mundo. Objetividade e neutralidade, porém, são ideais inatingíveis”.
Existiu imprensa “feminista” no Brasil, só que não atingiu a importância e o volume da francesa.O último estágio, este sim, tão definido no Brasil quando na França foi à era da consumidora. Lá aconteceu um pouco antes, aqui no Brasil foi-se fortalecendo na década de 40. O que vai ser observado a partir dessa imprensa é que o ser feminino interessa apenas pela sua capacidade de consumir, característica já discutida anteriormente. E Buitoni chama atenção de como essa mesma imprensa era feita de imperativos e de convencimento que se usava de bons conectivos, para de certa forma se dizer “amiga” das mulheres, sendo que por traz havia todo um interesse de vendas, pelo capitalismo. AUTOR, ANO
Os veículos passavam cada vez mais a ser catálogados de anúncios, recheados com uma ou outra matéria que justifique a sua dominação de revista ou jornais. E o tratamento só podia ser “você”, fala da amiga a quem a gente não pode deixar de dar atenção. A amiga ensina como andar na moda, como segurar o marido com pratos saborosos e um sorriso no rosto. A amiga começa a discutir sexo, dá conselhos, explica coisas. A amiga diverte, consola, faz companhia, participa da sua intimidade, pois lhe chama de “você”. Não é difícil encontrar os prenúncios desse foco narrativo que iria ser usado maciçamente em toda a imprensa feminina (BUITONI, 2009, p. 129) 
A primeira grande revista feminina surge em 1914, fundada por uma mulher e o seu nome não poderia ser diferente, mais uma vez Buitoni nos situa (1990, p. 43) “Revista Feminina, fundada por uma mulher, Virgilina de Souza Salles, de tradicional família paulista. Surgiu em junho de 1914, e circulou durante 22 anos, até 1936”. Entretanto a mencionada autora destaca também que a nossa grande imprensa feminina inicia-se com Capricho, da Editora Abril, em São Paulo, lançada a 18 de junho de 1952. AUTOR, ANO
A Abril estava começando; os quadrinhos de Walt Disney foram seus primeiros produtos. Um dos atrativos da nova revista foi a fotonovela completa numa edição, enquanto as concorrentes publicavam-na em capítulos. Capricho ganhou rapidamente a preferência do mercado sendo um dos esteios do crescimento da Editora Abril (BUITONI, 1990, p. 48)
Contudo, a imprensa feminina do século XIX, apesar de ser conservadora, colaborou de forma pouco significante, quanto aos aspectos de preconceitos, até garantir à mulher sua participação ativa na sociedade brasileira. 
6 A MULHER NO ESPORTE 
Na história do esporte, a participação feminina, foi marcada assim como é na evolução da humanidade e como ocorre em diversos outros setores da sociedade, na qual a mulher, sempre é julgada como sexo frágil e colocada em segundo plano, sofrendo uma gama de preconceitos e dificuldades, simplesmente por ser mulher. Portanto, essas características, fizeram com que as participações femininas na história do esporte no Brasil e no mundo fossem restritas e temporais, pois havia e ainda há toda uma questão do patriarcalismo e a condição de atribuir às mulheres o papel dos afazeres domésticos, como donas de casa e procriadora responsáveis pela criação dos filhos. AUTOR, ANO
É um discurso naturalista, que insiste na existência de duas “espécies” com qualidades e aptidões particulares. Aos homens, o cérebro [muito mais importante do que o falo], a inteligência, a razão lúcida, a capacidade de decisão. Às mulheres, o coração, a sensibilidade, os sentimentos (PERROT, 1988, p.177).
Assim as mulheres só puderam efetivamente participar de práticas esportivas a partir de 1810, no movimento de libertação da extinta União Soviética. Segundo Oliveira e Paixão:
Foi no início do século XX que cansadas de serem excluídas da maioria das decisões importantes do mundo, as mulheres conseguiram participar de grandes eventos sociais e esportivos. O primeiro deles foi em 1900, nos Jogos Olímpicos em Paris, onde o primeiro ouro olímpico foi conquistado por Charlotte Cooper, tenista da Grã-Bretanha. (OLIVEIRA; PAIXÃO, 2010)
Já no Brasil, a primeira participação feminina em esportes mundiais foi através da nadadora Maria Lenk[footnoteRef:14], que em 1932, se tornou a primeira mulher brasileira a participar dos Jogos Olímpicos, em Los Angeles, na Flórida. Mas as primeiras medalhas femininas brasileiras só vieram 64 anos depois, em Atlanta nos jogos de 1996. O ouro através da dupla de vôlei de praia Sandra Pires[footnoteRef:15] e Jacqueline Silva[footnoteRef:16], as pratas também com a dupla de vôlei de praia Adriana Samuel[footnoteRef:17] e Monica Rodrigues[footnoteRef:18]*#, também com o time de basquete feminino e o bronze para o time de vôlei de quadra. AUTOR, ANO [14: Maria Emma Hulga Lenk Zigler foi a principal nadadora brasileira, tendo sido a única mulher do país a ser introduzida no Swimming Hall of Fame, em Fort Lauderdale, Flórida. ] [15: Foi jogadora de voleibol de praia brasileira. Destacou-se no vôlei de praia e nesta modalidade conquistou a medalha de ouro no primeiro Campeonato Mundial de Vôlei de Praia em 1997 nos Estados Unidos.] [16: Jaqueline Louise Cruz Silva, também conhecida como Jackie, é uma ex-jogadora de voleibol brasileira, campeã olímpica em 1996 no vôlei de praia.] [17: Ex jogadora de voleibol, onde iniciou carreira aos nove anos de idade. Atuou pelo Círculo Militar da Praia Vermelha e logo depois pelo Botafogo.] [18: Nascida em 20 de setembro de 1967, é ex-jogadora brasileira de voleibol de praia, que ganhou a medalha de prata no torneio inaugural de voleibol de praia feminino nos Jogos Olímpicos de Verão de 1996. ] 
Hoje, depois de grandes conquistas e diversos adventos, várias outras mulheres atletas brasileiras se destacam em competições nacionais e mundiais. Entre elas, exemplos como: “A triatleta Fernanda Keller, a jogadora de basquete Hortência, a saltadora Maurren Maggi, a jogadora de futebol feminino Marta, a ginasta Daiane dos Santos” segundo Martins (2012). Além de vários outros nomes de sucesso também em diversas modalidades, inclusive na contemporaneidade.
O esporte foi, portanto, um dos passaportes para a emancipação social feminina. Através dele, as mulheres conseguiram enfraquecer o estereótipo “sexo frágil” imposta pela sociedade machista que ainda a mescla e a compara com seu papel social desde a história da humanidade, e que predominou até o início dos anos 60. Muita coisa precisa ser melhorada, mas, em contrapartida, a mulher está se superando tornando-se mais bem vista e com credibilidade.
Embora tenham conquistado direitos fundamentais no século XX e a igualdade entre os sexos esteja proclamada na constituição brasileira, a cidadania plena parece um ideal ainda distante para a parcela feminina da sociedade, devido a valores e ideologias machistas que insistem em prevalecer.
6.1 A Mulher no Jornalismo Esportivo 
O mercado para os profissionais de jornalismo que pretendem seguir na editoria de esportivo é duro, conforme já apontamos no capítulo dois desta monografia. Agora imagine quando se trata dessa mesma editoria, quando falamos da inserção das mulheres nela? Se o cenário é difícil para os profissionais de maneira geral, para as mulheres a carreira do jornalismo esportivo é ainda mais complicada. AUTOR, ANO
As mulheres sempre tiveram que lutar contra os estereótipos machistas que lhes foram impostos, desde sempre, exclusivamente por serem mulheres. Quando se trata do papel delas no jornalismo esportivo, é importante destacar que até o início dos anos de 1970, mulher jornalista, na especialidade esportes não existia. Até o início dessa década, era praticamente impossível ver as mulheres nas pautas de esporte; e isso se repete mesmo, agora, na contemporaneamente, uma vez que elas ainda não são levadas a sério, pois ainda não é muito comum vê-las nas redações esportivas ou escrevendo sobre esportes. Quando isso acontece, o preconceito é gigantesco e até mesmo há casos de assédio moral e sexual sofridos por essas profissionais a ponto de pessoas preconceituosas e machistas desconfiarem da capacidade de trabalho de uma jornalista no setor esportivo. AUTOR, ANO
Os resquícios de estereótipos machistas que resguardam à mulher o papel de cuidar exclusivamente dos filhos

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