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Logística Aplicada ao Setor Farmacêutico

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
LOGÍSTICA APLICADA AO SETOR 
FARMACÊUTICO 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2013 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842l Logística aplicada ao setor farmacêutico / Portal Educação. - Campo 
Grande: Portal Educação, 2013. 
 140p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-685-3 
 1. Medicamentos – Administração. 2. Logística empresarial – Farmácia. I. 
Portal Educação. II. Título. 
 CDD 658.78 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA FARMACÊUTICA ...................................................................... 4 
2 AQUISIÇÃO ............................................................................................................................... 5 
3 RECEBIMENTO ......................................................................................................................... 7 
4 ARMAZENAMENTO .................................................................................................................. 9 
5 LIMPEZA ................................................................................................................................... 13 
6 SENSOS JAPONESES NA LOGÍSTICA .................................................................................. 14 
7 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS ...................................................................... 16 
8 ELABORAÇÃO DE MANUAL DE BOAS PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS 
OPERACIONAIS PADRÃO ...................................................................................................... 17 
9 ELABORAÇÃO DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÃO POP’S .......................... 20 
10 PROCESSOS LICITATÓRIOS (REGRAS BÁSICAS PARA A AQUISIÇÃO NO SETOR 
PÚBLICO – LEI 8666) ............................................................................................................... 23 
11 TRANSPORTE .......................................................................................................................... 31 
12 MODALIDADES CONVENCIONAIS DE TRANSPORTE ......................................................... 35 
13 CLASSIFICAÇÕES DE TRANSPORTE ................................................................................... 36 
14 HABILITAÇÃO DE EMPRESAS PARA TRANSPORTE DE MEDICAMENTOS / 
PRODUTOS PARA SAÚDE ...................................................................................................... 37 
15 CONTROLE DE TEMPERATURA E UMIDADE DE VEÍCULOS .............................................. 39 
16 AVALIAÇÃO DO TRANSPORTE DE MERCADORIAS ........................................................... 41 
17 AVARIA VERIFICADA NO MOMENTO DO RECEBIMENTO DA MERCADORIA ................... 43 
18 DESEMBARQUE DA MERCADORIA ....................................................................................... 44 
19 PRODUTOS QUE NECESSITAM DE REFRIGERAÇÃO ......................................................... 45 
20 ARMAZENAMENTO ................................................................................................................. 48 
20.1 CUIDADOS GERAIS ................................................................................................................. 48 
20.2 RESTRIÇÕES ........................................................................................................................... 50 
20.3 ÁREA FÍSICA ............................................................................................................................ 54 
20.4 EQUIPAMENTOS ...................................................................................................................... 61 
20.5 LEMBRETES IMPORTANTES SOBRE ARMAZENAMENTO ................................................... 65 
21 TREINAMENTO DE PESSOAL ................................................................................................ 67 
22 RASTREABILIDADE ................................................................................................................ 73 
 
 
3 
 
22.1 EMBALAGENS .......................................................................................................................... 74 
22.2 DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................................................... 74 
23 AUDITORIA DE QUALIDADE................................................................................................... 78 
23.1 ANÁLISE DOCUMENTAL ......................................................................................................... 79 
23.2 ROTEIRO DE INSPEÇÃO ......................................................................................................... 83 
23.3 CERTIFICAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS (RESOLUÇÃO Nº 66) ................................................ 101 
23.4 NORMAS DE TECNOVIGILÂNCIA APLICÁVEIS AOS DETENTORES DE REGISTRO DE 
PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL – RDC Nº 67 ............................................................ 103 
23.5 LEMBRETES IMPORTANTES SOBRE AUDITORIA ............................................................... 109 
23.6 MODELO DE ATA DE INSPEÇÃO ........................................................................................... 116 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 131 
ANEXO 1 – MODELO DE CONTRATO COM EMPRESAS DE TRANSPORTE 
TERCEIRIZADAS .................................................................................................................................. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA FARMACÊUTICA 
 
 
De forma geral podemos definir a logística como um ramo da gestão cujas atividades 
estão voltadas para o planejamento da armazenagem, circulação e distribuição de produtos. 
Um dos objetivos da logística é entregar os produtos ao destino final no menor 
intervalo de tempo possível, reduzindo os custos. 
Quando trabalhamos com medicamentos e produtos hospitalares é necessário adaptar 
os processos à legislação sanitária vigente. 
Em termos de processos logísticos analisa-se o custo benefício de cada procedimento, 
entretanto, deve-se ter como maior preocupação atender às normas sanitárias para que os 
medicamentos e produtos para saúde mantenham suas características iniciais durante toda 
cadeia de distribuição. 
Considera-se a cadeia de abastecimento (supply chain management) como o 
procedimento que visa oferecer o máximo valor ao cliente e o máximo retorno por meio da 
gestão efetiva dos fluxos de materiais e recursos da cadeia. 
Quando trabalhamos com logística aplicada ao setor farmacêutico é importante o 
conhecimento da legislação sanitária que regulamenta esta área. 
Assim, no decorrer do curso, serão apresentados alguns trechos da legislação sanitária 
de forma comentada. Nas referências estão todas as leis aplicáveis a esta parte do conteúdo. 
A logística farmacêutica cuida dos processos de armazenagem, transporte e 
distribuição dos medicamentos e produtos hospitalares. Como já visto, o processo logístico deve 
garantir que o produto final entregue ao consumidor mantenhaas características iniciais, 
garantindo a eficiência e eficácia de tal produto. 
A logística tem ganhado importância, pois se tornou uma etapa crítica do processo, 
visto que problemas nesta etapa podem gerar inconformidades no produto envolvendo, também, 
processos operacionais que agregam custos ao processo de fabricação/distribuição, além de ser 
esta etapa primordial ao atendimento das necessidades dos clientes em termos de prazo e 
custos. 
Nota-se, pois, que uma cadeia logística bem organizada pode ser o diferencial positivo 
de uma empresa. 
 
 
 
 
5 
 
2 AQUISIÇÃO 
 
 
A aquisição de medicamentos e produtos farmacêuticos deve ser feita em empresas 
com autorização de funcionamento junto à ANVISA. 
Para que uma empresa seja habilitada como fornecedora de medicamentos e produtos 
farmacêuticos é necessário que passe por avaliação e verificação de sua documentação. 
O farmacêutico é responsável por garantir a qualidade dos medicamentos e produtos 
dispensados, que deverá ser avaliada em todas as etapas: fabricação, distribuição, transporte, 
armazenamento e dispensação. 
Todos os envolvidos no processo devem ser solidários no controle e garantia da 
qualidade, ficando o farmacêutico responsável em desenvolver uma avaliação de fornecedores, 
e manter um arquivo com cópia dos documentos que comprovem que cada fornecedor está 
legalmente habilitado. 
As empresas legalmente habilitadas para venda de medicamentos devem possuir 
farmacêutico responsável técnico, certidão de regularidade válida, emitida pelo CRF, alvará 
sanitário válido e carta de credenciamento junto às Indústrias. 
As cartas de credenciamento são documentos que as indústrias de medicamentos 
fornecem a cada empresa que distribui seus produtos. É um documento que autoriza a 
distribuidora a comercializar os produtos de determinada Indústria, em determinada região ou 
área geográfica (Portaria nº 2.814/GM, de 29 de maio de 1998). 
Para realizar o cadastro de novos fornecedores é necessário verificar: 
 Inscrição estadual; 
 Razão social; 
 Autorização de funcionamento (AFE); 
 Alvará de Saúde Municipal ou Estadual; 
 Endereço completo; 
 Nome do responsável técnico e número de inscrição no conselho regional. Deve 
haver certidão de regularidade técnica; 
 Para empresas sediadas em outro país, solicitar o certificado de boas práticas de 
fabricação e controle, emitido pela autoridade sanitária do país de origem, ou o 
laudo de inspeção emitido pela autoridade sanitária brasileira; 
 
 
6 
 
 
 Confirmar a veracidade de todas as informações recebidas; 
 Verificar a regularidade dos produtos. 
 
Documentação dos produtos: 
 Verificar a existência e a validade do registro no Ministério da Saúde por meio do 
site da ANVISA, somente poderão ser comercializados produtos em situação 
regular junto à ANVISA; 
 Solicitar junto ao fornecedor cópias autenticadas dos registros e/ou da publicação 
dos mesmos no Diário Oficial da União; 
 Solicitar que todo o lote enviado à distribuidora venha acompanhado de laudo de 
análise. 
 
Tanto para o cadastro de clientes como para o de fornecedores é aconselhável que se 
mantenha uma listagem com a data de vencimento dos documentos, devendo a documentação 
estar sempre atualizada. 
A aquisição de medicamentos ou correlatos de empresa não habilitada legalmente 
constitui infração sanitária. 
Então, o farmacêutico responsável técnico não deverá permitir a aquisição de 
medicamentos ou correlatos em distribuidores irregulares ou ilegais. É de responsabilidade do 
farmacêutico manter o controle e garantir fornecedores qualificados. 
Antes de adquirir qualquer produto, deve-se solicitar ao representante/vendedor os 
documentos que qualificam legalmente a distribuidora. Assim, é necessário verificar se os 
medicamentos ou correlatos possuem registro no Ministério da Saúde (MS), e entrar em contato 
com o farmacêutico responsável pela distribuidora ou indústria caso exista alguma dúvida quanto 
à liberação do produto no comércio farmacêutico, solicitando esclarecimentos e documentos, 
antes da aquisição. 
Sempre que for identificada alguma irregularidade deve-se informar oficialmente o 
farmacêutico responsável pelo fornecedor e o farmacêutico responsável pela indústria, 
solicitando correções. Deve-se sempre manter registros. 
 
 
 
 
 
7 
 
3 RECEBIMENTO 
 
 
O recebimento da mercadoria é um fator primordial da cadeia logística. Por isso, deve-
se estabelecer procedimentos para o recebimento das mercadorias desde a conferência da nota 
fiscal até o lançamento dos dados no sistema informatizado. 
 
- Conferência da Nota Fiscal 
 
Itens da nota fiscal que devem ser conferidos: 
 Nome do fabricante, dados da nota fiscal. É necessário verificar se o fabricante já 
está qualificado; 
 Nome da transportadora, placa do veículo, bem como condições de higiene; 
 Tipo de produto (se necessita de condições especiais de armazenamento, etc.); 
 Lote do produto; 
 Valor da nota fiscal; 
 Quantidade de volumes; 
 Presença de laudo de controle de qualidade, elaborado pelo fabricante, referente ao 
lote recebido; 
 Prazo de validade; 
 Condições de embalagens e dos produtos propriamente ditos. 
 
Qualquer item em desacordo com o descrito deve ser comunicado imediatamente ao 
responsável técnico. 
As notas com algum quesito em desacordo devem ser devolvidas e o fabricante 
comunicado sobre a não-conformidade. 
Uma etapa importante do recebimento é o desembarque da mercadoria, que deve ser 
acompanhado por pessoa qualificada. 
Durante o desembarque da mercadoria, deve-se: 
 
 Evitar golpes que possam causar danos ao produto; 
 Inspecionar visualmente as unidades para verificar a integridade das mesmas; 
 
 
8 
 
 Descarregar a mercadoria diretamente sobre os pallets, para que esta não tenha 
contato direto com o solo; 
 Verificar com termômetro espeto digital a temperatura de chegada dos produtos. 
Deve-se colocar o termômetro por 5 (cinco) minutos e anotar a temperatura no 
caderno próprio para registro de temperatura de forma legível. Qualquer alteração 
de temperatura que esteja fora dos padrões deve ser comunicada ao responsável 
técnico para que proceda a devolução do produto ao fabricante; 
 Comunicar as não conformidades encontradas nas mercadorias (embalagem 
danificada ou fora das condições de armazenamento ou qualquer outra situação 
que fuja aos padrões definidos como aceitáveis) diretamente ao farmacêutico 
responsável. 
 
Quando é verificada uma avaria no momento do recebimento da mercadoria, deve-se 
comunicar ao responsável técnico para que este tome as seguintes providências: 
 
 Receber as mercadorias, mesmo danificadas; 
 Mantê-las em área identificada como “Produtos impróprios para comercialização”; 
 Comunicar ao fornecedor e seguir suas instruções para devolução da mercadoria. 
 
Além desses procedimentos, deve-se notificar na nota de recebimento da 
transportadora a avaria observada, datar, assinar e carimbar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
4 ARMAZENAMENTO 
 
 
O correto armazenamento das mercadorias é importante para a garantia da 
integridade. 
Então, é importante compreender os conceitos e princípios fundamentais da 
armazenagem e das Boas Práticas de armazenagem. 
O armazenamento ideal consiste na ordenação adequada dos produtos em áreas 
apropriadas, de acordo com suas características e condições de conservação exigidas. 
O espaço de uma área de armazenagem deve ser programado e estabelecido a fim de 
que se possa desfrutar de sua área total. A área deve ser adequada para armazenar os 
diferentes tipos de produtos e também garantir a circulação de pessoal. 
A mercadoria é conferida e inspecionada antes de ser armazenada para uma área 
específica. Antes de ser oficialmente recebido, nenhum produto poderá ser estocado ou liberado. 
Os produtos podem ser estocados em prateleiras, que podemser utilizadas para 
produtos de menor volume/quantidade e em estrados para mercadorias de maior 
volume/quantidade. 
Na acomodação de toda a mercadoria deve ser observada a distância mínima de 40 
cm das paredes, estrados com no mínimo 5 cm de altura, isolando as caixas do chão; espaço 
entre produtos diferentes e corredores entre filas. Esse espaço é necessário para realizar a 
limpeza do local. 
Produtos violados ou suspeitos de qualquer contaminação são retirados dos estoques 
comercializáveis, identificados e segregados em área totalmente separada de forma a não serem 
vendidos, por engano, nem contaminarem outras mercadorias. 
Para permitir a fácil visualização dos produtos quanto a nome, número de lote, prazo 
de validade, etc., a estocagem deve ser feita em estantes, armários, prateleiras ou estrados. 
Os produtos devem ser identificados por placas de fácil visualização contendo seus 
códigos e/ou nome do produto. 
Deve utilizar o sistema FEFO (first to expire first out): primeiro que vence é o primeiro 
que sai. Este sistema é semelhante ao PEPS (primeiro que entra é o primeiro que sai). Esse 
procedimento visa minimizar as perdas de estoque por caducidade. 
 
 
10 
 
Quando se trabalha com sistema informatizado, o sistema deve indicar qual o lote com 
validade menor para que seja o primeiro a sair. Este procedimento diminui muito os prejuízos por 
vencimento de produto. 
Durante o processo de armazenamento deve haver treinamento dos funcionários para 
que não danifiquem as caixas. 
No armazenamento observar os seguintes itens: 
 
 Os produtos devem ficar sobre estrados ou prateleiras, jamais em contato com o 
piso; 
 No momento do recebimento para armazenagem deve-se observar o tipo de 
produto (se necessita de condições especiais de armazenamento, rotatividade, 
etc.). Produtos termolábeis devem ser encaminhados imediatamente para local 
refrigerado; 
 Conferir os lotes do produto, quantidade de volumes, validade do produto; 
 Condições das embalagens, dos rótulos e dos produtos. Produtos que apresentem 
alterações ou danos na embalagem devem ser mantidos na quarentena; 
 Organizar as mercadorias no depósito de modo a facilitar o fluxo de cargas no 
interior do mesmo, para reduzir o número de deslocamentos e encurtar os 
percursos a serem feitos; 
 Observar a distância mínima das paredes e entre os produtos, definida em 40 
(quarenta) centímetros; 
 Paredes e pisos devem ter revestimento lavável; 
 Evitar incidência de luz sobre os produtos; 
 O produto com prazo de validade maior deve ser armazenado atrás daquele com 
prazo inferior, evitando assim a perda de produtos por caducidade; 
 Utilizar o sistema PEPS (primeiro que entra é o primeiro que sai); 
 Armazenar os produtos de acordo com o número do lote, cuidando para que 
produtos com lotes diferentes não sejam armazenados conjuntamente. Deve haver 
identificação do produto e do número de lote, evitando possíveis erros no momento 
da expedição; 
 
 
11 
 
 Observar rigorosamente o limite de empilhamento máximo de acordo com as 
instruções do fabricante. Alguns fabricantes colocam indicações nas caixas, se não 
houver deve-se solicitar orientações ao fabricante e arquivar a documentação; 
 Armazenar cada classe de produtos na sua área específica: correlatos, correlatos 
importados, medicamentos, medicamentos controlados ou alimentos. 
 As áreas de armazenamento podem ser identificadas por meio de placas ou 
podem-se utilizar divisórias; 
 Os produtos devem ser identificados com placas contendo o nome do produto, 
código e lote; 
 Produtos que Necessitem de refrigeração devem ser armazenados numa faixa de 
temperatura entre 2°C e 8°C, devendo-se conduzir tais produtos diretamente para 
as câmaras frias quando de sua chegada; 
 Produtos que Necessitem de Controle Diferenciado de Temperatura, mantendo-se 
temperatura ambiente, devem ser armazenados numa faixa de temperatura entre 
8°C e 25°C, devendo-se tais produtos diretamente para local adequado quando da 
sua chegada. 
 
 
Além dos procedimentos anteriormente descritos, deve existir o controle das validades 
dos lotes durante o período de armazenamento. 
Os produtos devem ser segregados do estoque antes que expire o prazo de validade, 
os produtos vencidos jamais podem permanecer no estoque. Os produtos a vencer devem ser 
controlados, evitando que produtos vencidos permaneçam na área de armazenagem. 
Para controlar o prazo de validade dos produtos armazenados, pode-se montar um 
procedimento observando os seguintes quesitos: 
 
 Gerar relatório de produtos que irão vencer no período seguinte e segregar em área 
para “Produtos impróprios para comercialização”; 
 Comunicar (via e-mail ou fax) ao fabricante o lote e quantidade de produtos a serem 
devolvidos; 
 Seguir instruções do fabricante para recolhimento dos mesmos. 
 
 
 
12 
 
É aconselhável que se realize inventários de estoque periodicamente, pode-se 
inventariar partes do estoque diariamente ou semanalmente, de forma que, durante o mês, todos 
os produtos passem por uma conferência. 
Devem ser observados os seguintes procedimentos para a conferência: 
 
 Controlar, regularmente, a contagem dos itens em estoque; 
 Indicar ao funcionário do depósito os produtos a serem contados; 
 Conferir a contagem no sistema informatizado; 
 Determinar outro funcionário da empresa para recontagem caso tenha sido 
detectada alguma diferença de estoque; 
 Quando detectada alguma alteração na quantidade dos itens, fazer rastreamento da 
movimentação de estoque do produto. 
 
Os produtos com prazo de validade vencido ou com avarias poderão seguir dois 
destinos: 
 
 Devolver ao fornecedor (fabricante, laboratório), por meio de operação com Nota 
Fiscal, visando o objetivo do descarte; 
 Não havendo condições para a execução do procedimento acima, o farmacêutico 
responsável dirige-se à Autoridade Sanitária Competente, para receber orientação 
quanto ao descarte de tais produtos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
5 LIMPEZA 
 
 
Deve-se estabelecer procedimentos gerais para manutenção do ambiente. Os 
procedimentos operacionais de limpeza e desinfecção das áreas, instalações, equipamentos e 
materiais devem ficar disponíveis e com fácil acesso aos funcionários responsáveis pela limpeza 
do estabelecimento. 
Todo procedimento de limpeza executado deve ser registrado em planilha de controle. 
A limpeza e sanitização devem ser realizadas antes do início das atividades para que não haja 
interferência nas mesmas. 
É interessante que os panos e mops utilizados para a limpeza sejam diferenciados por 
cores, cada área do estabelecimento, material de uma cor. 
O lixo deve ser descartado de acordo com o Plano de Gerenciamento de resíduos. O 
funcionário deve estar utilizando equipamentos de proteção e deve passar por treinamento 
específico. 
Deve-se seguir algumas normas na limpeza de ambientes de armazenamento de 
medicamentos e correlatos: 
Deve-se utilizar materiais de limpeza próprios para os diferentes setores: 
 
a) Áreas de armazenamento, manipulação e análise de matérias primas: água, 
detergente líquido, álcool 70°; 
b) Escritórios: água, detergente líquido, cera líquida e álcool (mesas e computadores), 
álcool 70°; 
c) Sanitários: água, desinfetante líquido e água sanitária, álcool 70º; 
d) Copa: água, detergente líquido e sabão líquido, álcool 70º. 
 
Outras observações: 
 Não utilizar no depósito vassouras, espanadores de pó e outros utensílios que 
possam promover a suspensão de poeira e partículas sólidas no ar; 
 Usar sempre um pano úmido para a limpeza de pisos e paredes; 
 Verificar diariamente se todas as tampas de ralos estão colocadas corretamente; 
 Observar o estado das telas de proteção e vedação das entradas de ar e ralos. 
 
 
14 
 
6 SENSOS JAPONESES NA LOGÍSTICA 
 
 
A gestão da qualidade é essencial para o bom funcionamentodos estabelecimentos. O 
programa dos sensos japoneses (5s’s) pode ser utilizado como ferramenta para implantação de 
programas de qualidade. 
Este programa ajuda a organizar a empresa por intermédio da criação de regras. Por 
meio de pequenas mudanças de hábitos e de atitudes e com disciplina pode-se tornar o 
ambiente mais organizado e produtivo. Isso também é importante para padronização de 
processos, além de proporcionar a otimização do tempo. 
O nome 5S’s vem das iniciais de cinco palavras japonesas: SEIRI, SEITON, SEISO, 
SEIKETSU E SHITSUKE. Essas palavras foram traduzidas como: arrumação, ordenação, 
limpeza, higiene e disciplina. 
Significado dos 5 sensos: 
 
 Seiri – Senso de Arrumação. Ordenar, separar as coisas úteis das inúteis 
 
Deve-se organizar os objetos úteis e utilizados com frequência próximos do local de 
trabalho. Esse senso ajuda a diminuir espaços destinados ao armazenamento e deixa os objetos 
úteis mais acessíveis. 
 
 Seiton – Senso de Ordenação. Ordenar cada objeto em um local específico e 
identificar 
 
A visualização facilitada faz com que qualquer pessoa possa localizar qualquer objeto. 
Também é aconselhável que os objetos fiquem expostos para visualização. Desta forma, 
otimiza-se o tempo. 
 
 Seiso – Senso de Limpeza 
 
Permanecer somente com objetos úteis nas áreas de trabalho, de forma a proporcionar 
limpeza. O ideal é que não se suje e que as causas da sujeira sejam eliminadas, o que evita 
retrabalho. Cada área deve ter o seu responsável pela limpeza e organização. Uma ferramenta a 
 
 
15 
 
ser utilizada neste senso é o plano de gerenciamento de resíduos, nele podem ser encontradas 
as diretrizes de descarte da empresa; 
 
 Seiketsu – Senso de Higiene 
 
Utilizar todos os sensos para melhorar a qualidade de vida. A pessoa deve cuidar bem 
de si, implantar a segurança no trabalho, cumprir horários. Esse senso ajuda a melhorar a 
imagem da empresa tanto interna como externamente; 
 
 Shitsuke – Senso de Autodisciplina 
 
É a etapa que consiste em obedecer às regras dos sensos anteriores. Deve haver 
treinamento, avaliação das rotinas, troca de experiências. 
 
Para a correta implantação deste sistema de qualidade é necessário fazer um 
diagnóstico inicial da empresa e, a partir daí, iniciar a implantação do programa por setores. No 
início do programa as pessoas devem ser informadas da importância dos 5’S em sua rotina 
diária. Esse programa visa uma mudança de comportamento, o que gera mudança em todos os 
setores da vida e não só no trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
7 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS 
 
 
O plano de gerenciamento de resíduos, conforme RDC 306, constitui-se em um 
conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas 
e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e 
proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à 
proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos resíduos naturais e do meio 
ambiente. 
A empresa deve elaborar o plano de gerenciamento de resíduos onde deve constar: 
 
 Características do estabelecimento: descrever a infraestrutura do prédio (área total, 
parede, piso, tipo de pinturas e revestimentos, tipo de ocupação, fornecimento de 
água); 
 Corpo técnico: descrever programa de capacitação e treinamento interno, 
benefícios fornecidos; 
 PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e o PCMSO ( Programa de 
Controle Médico de Saúde Ocupacional); 
 Diagnóstico inicial: quantidade de lixo e tipo de resíduos gerados; 
 Frequência da coleta interna, horários de coleta: final do expediente. 
 
Tipos de coleta externa: 
 
 Acondicionamento: tipo de embalagens; 
 Tratamento e disposição final dos resíduos; 
 Fornecimento de água e seu tratamento; 
 Apresentar a equipe técnica responsável pela elaboração e revisão do PGRSS 
(Plano de Gerenciamento de Resíduos nos Serviços de Saúde). 
 
 
 
17 
 
 
8 ELABORAÇÃO DE MANUAL DE BOAS PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS 
PADRÃO 
 
 
Quando falamos em assistência farmacêutica aplicada à logística, devemos destacar 
as obrigações e tarefas do farmacêutico. 
O farmacêutico deve garantir a aplicação da legislação sanitária, fiscalizando os 
processos envolvidos com a cadeia de produtos farmacêuticos, quais sejam: 
 
 Armazenagem; 
 Distribuição; 
 Transporte. 
 
O primeiro passo é a elaboração ou revisão do Manual de Boas Práticas. O manual, 
bem como todos os procedimentos, deve ter as suas cópias controladas, os funcionários devem 
ter fácil acesso aos procedimentos escritos. Para que isso ocorra pode-se distribuir uma cópia 
em cada setor para que todos possam recorrer à leitura quando surgirem dúvidas. 
Deve-se relacionar em uma planilha o setor que receber uma cópia e esta deve estar 
marcada com a inscrição “cópia controlada”. A seguir está um exemplo de como pode ser 
montada a planilha de controle de cópias de documentos. 
Distribuição de cópias controladas: 
 
Data Setor Tipo de 
documento 
Responsável pela 
guarda 
Validade do 
documento: 
 
 
 
 
 
18 
 
Sendo que: 
 
 Data: deve ser considerada a data de distribuição do documento; 
 Setor: nome do setor ou departamento que recebeu a cópia. Pode ser o nome de 
uma pessoa, caso ela tenha recebido uma cópia; 
 Tipo de documento: manual, procedimento, formulário, etc.; 
 Responsável pela guarda: pode ser o chefe de cada setor ou uma pessoa 
designada para fornecer o documento ou deixá-lo exposto aos funcionários; 
 Validade do documento: cada documento tem uma data de validade, após a qual 
deve ser revisado. Esta data será colocada na planilha de controle de cópias de 
documentos para facilitar a troca de documentos. 
 
O manual de Boas Práticas de uma empresa deve apresentar: 
 
 Autoridade e Responsabilidade: devem ser listadas as pessoas responsáveis pela 
aprovação e revisão do manual. O ideal é que o Responsável Técnico seja 
responsável pelo controle, revisão e emissão do manual, ficando a aprovação inicial 
deste manual é feita pelo Diretor; 
 Descrever nos objetivos, o que se pretende com a elaboração e implantação do 
Manual; 
 Dados da empresa: esses dados são necessários em auditorias, vistorias e também 
são solicitados por clientes, por isso é aconselhável colocar uma página no manual 
de boas práticas com todos os dados da empresa. Pode-se listar dados como razão 
social, nome fantasia, endereço, bairro, cidade, CEP, data de fundação da 
empresa, número do registro da empresa no conselho de classe, dados, dados dos 
diretores da empresa, CNPJ, Inscrição Estadual, Inscrição Municipal, Alvará de 
Proteção e Prevenção Contra Incêndios, Alvará para localização, Alvará de saúde, 
Licença Ambiental, Autorização especial de funcionamento, Autorização de 
funcionamento (medicamentos), Autorização de funcionamento (produtos para 
saúde), Responsável Legal, responsável técnico com número no registro de classe; 
 
 
19 
 
 Missão, visão e valores; 
 Nome dos responsáveis pela elaboração e revisão do documento; 
 Controle de Revisões: É feito através do número de revisão indicado na capa do 
documento. Todas as revisões devem ser aprovadas pelo diretor da empresa com 
sua assinatura no original do mesmo. Deve ser anualmente revisado e atualizado. 
As modificações só poderão ser implementadas a partir da data em que o 
documento entrar em vigor, ou seja, após sua aprovação. A cada nova revisão do 
manual, todos os funcionários da empresa devem ser treinados a fim de tomarem 
conhecimento do que foi modificado no mesmo; 
 Data de elaboração; 
 Data da revisão; 
 Validade: normalmente pelo período de um (1) ano; 
 A política da qualidade adotada pela empresa; 
 Responsabilidade técnica: o farmacêutico responsável técnico deve supervisionar 
todasas etapas pertinentes à importação, distribuição, estocagem e transporte das 
mercadorias que a empresa comercializa. O profissional deve possuir autonomia e 
autoridade para executar suas funções, evitando assim o comprometimento de suas 
atividades e assegurando com isso o bom desenvolvimento das atividades da 
empresa; 
 Organograma: representação gráfica da estrutura hierárquica da empresa; 
 Fluxograma: representação gráfica da rotina de trabalho; 
 Descrição de cargos e funções: descrever quais as responsabilidades de cada 
cargo e quais as tarefas pertinentes a cada um; 
 Aprovação do documento: deve constar a aprovação do documento assinada pelo 
responsável técnico e responsável legal; 
 Declaração dos funcionários: todos os funcionários devem assinar declaração de 
que leram e entenderam os procedimentos da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
9 ELABORAÇÃO DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÃO – POP’S 
 
 
Os procedimentos operacionais padrão (POP’s) são procedimentos escritos que 
detalham cada função ou atividade que é realizada dentro da empresa. 
Quando a empresa já está funcionando é necessário que o responsável pela 
elaboração dos POP’s acompanhe as tarefas e registre todos os passos, depois haverá a análise 
do material e serão feitas as alterações necessárias. 
Os procedimentos devem apresentar: 
 
 Título: procurar de maneira sucinta abordar o assunto a ser tratado; 
 Responsável pela elaboração: o ideal é ser elaborado pelo farmacêutico ou por 
funcionário do setor que realize a tarefa a ser registrada; 
 Responsável pela revisão: pode ser o responsável legal ou o farmacêutico, deve ser 
uma pessoa diferente da que elaborou; 
 Data da elaboração; 
 Data da revisão: estabelecer um prazo para realizar a revisão do documento, 
normalmente um ano ou, quando necessário, antes. Este prazo deve ser 
determinado no manual de Boas Práticas; 
 Cabeçalho com dados da empresa como o logotipo; 
 Objetivo: falar o que se deseja com o procedimento; 
 Responsáveis: pessoas responsáveis pela execução das tarefas; 
 Materiais: todos os materiais necessários para desenvolver a tarefa, incluir até 
materiais de escritório, como folhas, caneta; 
 Detalhamento da tarefa: a tarefa deve ser descrita com detalhes. 
 
Os procedimentos devem ser descritos de forma clara para que qualquer colaborador de 
posse do procedimento e dos materiais necessários possa realizar a tarefa sem precisar de 
auxílio de terceiros. 
 
 
 
 
 
21 
 
A seguir um modelo de procedimento operacional padrão: 
 
Empresa X 
 
POP 01 – TREINAMENTO 
 Elaboração:_________________ 
 Aprovação: __________________ 
 Data de elaboração:________ Data da próxima revisão:_______________ 
 
 
OBJETIVO: estabelecer procedimentos para treinamentos de funcionários; 
MATERIAIS: ficha para registro do treinamento, caneta e material pertinente a cada treinamento; 
RESPONSÁVEIS: responsáveis pelos setores. 
CONSIDERAÇÔES: 
a) Realizar treinamento inicial para os novos funcionários, abordando, além de 
treinamento específico da função, o Manual de Boas Práticas e os pop’s referentes 
à atividade desenvolvida; 
b) Realizar treinamento conforme dificuldades encontradas ou implementação de 
novas atividades; 
c) Registrar os treinamentos em documento apropriado; 
d) Encaminhar registros de treinamento ao responsável técnico para fins de 
arquivamento. 
 
PROCEDIMENTO: 
 Marcar horário anteriormente com os envolvidos no processo; 
 Separa o material; 
 
 
 
 
22 
 
 Realizar o treinamento no local em que é desempenhada cada função para 
possibilitar demonstrações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
10 PROCESSOS LICITATÓRIOS (REGRAS BÁSICAS PARA A AQUISIÇÃO NO SETOR 
PÚBLICO – LEI 8666) 
 
É importante o conhecimento sobre processos licitatórios uma vez que a licitação é o 
procedimento administrativo através do qual a Administração Pública seleciona a proposta que 
oferece mais vantagens para o contrato de seu interesse. Na área da saúde existem muitos 
processos licitatórios. 
A seguir, será apresentada e comentada a lei 8883, que aborda tal temática. 
A licitação é um procedimento a que o Poder Público se submete, estando prevista na 
Constituição e em legislação, que se desenvolve na ideia de competição isonômica entre 
interessados em contratar. 
A competência para legislar sobre licitação assiste às quatro ordens de pessoas 
jurídicas de capacidade política (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), competindo à 
União a edição de normas gerais sobre o assunto. 
O processo licitatório é regido, em órbita federal, pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de 
1993, com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei nº 8.883, de 08 de junho de 1994. 
Essas normas gerais aplicam-se, sem distinção, às licitações e contratos dos quatro 
entes citados, bem como de seus autárquicos, fundacionais e empresariais. 
Existem cinco modalidades de licitação, as quais estão relacionadas a seguir: 
 
 Concorrência: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na 
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de 
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. Prazo de divulgação: 
no mínimo, 30 dias. Meios de divulgação: Diário Oficial e jornal de grande 
circulação; 
 Tomada de preços: é a modalidade de licitação entre interessados devidamente 
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento 
 
 
24 
 
até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a 
necessária qualificação Prazo de divulgação: no mínimo, 15 dias. Meios de divulgação: 
Diário Oficial e jornal de grande circulação; 
 Convite: é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu 
objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) 
pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do 
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente 
especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e 
quatro) horas da apresentação das propostas; 
 Concurso: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha 
de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou 
remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na 
imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias; 
 Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de 
bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente 
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 
19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação 
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994). 
 
Etapas da licitação: 
 
 Etapa interna: definição dos critérios a serem utilizados no edital, bem como 
necessidades do órgão público, quantidades de produto, consumo estimado; 
 Etapa externa: divulgação do edital. 
 
Fases da etapa externa: 
 
a) Habilitação: a documentação exigida para habilitação de participantes em licitações 
é apresentada na lei 8666 de 21/06/1993, conforme exposto a seguir. 
 
 
 
25 
 
- Para a habilitação nas licitações os interessados devem apresentar documentação 
relativa a: 
 
I - Habilitação jurídica 
Documentação necessária: 
 
a) Cédula de identidade; 
b) Registro comercial, no caso de empresa individual; 
c) Ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se 
tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, 
acompanhado de documentos de eleição de seus administradores; 
d) Inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhadade prova 
de diretoria em exercício; 
e) Decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em 
funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento 
expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir. 
 
II - Qualificação técnica 
 
Documentação necessária: 
 
a) Registro ou inscrição na entidade profissional competente; 
b) Comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível 
em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das 
instalações, do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para 
a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos 
membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; 
 
 
 
26 
 
c) Comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, 
quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das 
condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação; 
d) Prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso; 
e) Capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu 
quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível 
superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de 
atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de 
características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior 
relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de 
quantidades mínimas ou prazos máximos; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994). As 
parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo serão definidas no 
instrumento convocatório (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994); 
f) Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados 
de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional 
equivalente ou superior; 
g) Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o 
caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito 
público ou privado; 
h) As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, 
equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o 
cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de 
relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas 
cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia; 
i) No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade 
técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, 
cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise 
dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos. 
 
O Ministério da Saúde possui Manual para aquisição de medicamentos para 
assistência farmacêutica no SUS. Este manual apresenta os requisitos técnicos que devem ser 
exigidos na aquisição de medicamentos, os quais estão relacionados a seguir: 
 
 
 
27 
 
 A proposta das empresas deverá conter a marca (medicamentos de referência e 
similar), o fabricante e a procedência do medicamento; 
 Especificações técnicas: os medicamentos devem estar com as especificações em 
conformidade com o que foi solicitado: forma farmacêutica, concentração, 
condições de conservação, etc.; 
 Número do registro na ANVISA: deverá ser entregue junto com a proposta de 
preços, prova de registro do medicamento emitido pela Anvisa ou cópia da 
publicação do Diário Oficial da União; 
 Para produtos da Portaria no 344/1998, a empresa deverá apresentar autorização 
especial de funcionamento, emitida pela Anvisa; 
 Embalagem: o medicamento deve ser entregue na embalagem original, em perfeito 
estado, sem sinais de violação, sem aderência ao produto, umidade, sem 
inadequação de conteúdo, identificadas, nas condições de temperatura exigida em 
rótulo, e com o número do registro emitido pela Anvisa; 
 Rotulagens e bulas: todos os medicamentos, nacionais ou importados, devem ter 
constados, nos rótulos e bulas, todas as informações em língua portuguesa. Ou 
seja: número de lote, data de fabricação e validade, nome do responsável técnico, 
número do registro, nome genérico e concentração de acordo com a Legislação 
Sanitária e nos termos do artigo 31 do Código de Defesa do Consumidor, dentre 
outros; 
 Responsável técnico: as embalagens devem apresentar o nome do farmacêutico 
responsável pela fabricação do produto, com o respectivo número do Conselho 
Regional de Farmácia (CRF). O registro do profissional deve ser, obrigatoriamente, 
da unidade federada onde a fábrica está instalada; 
 Lote: o número do lote deve estar especificado na nota fiscal por quantidade de 
cada medicamento entregue; 
 Validade do medicamento: os medicamentos devem ser entregues por lotes e data 
de validade, com seus respectivos quantitativos na nota fiscal; 
 Todos os lotes deverão vir acompanhados de laudo analítico laboratorial, expedido 
pela empresa produtora/titular do registro na ANVISA e/ou laboratório integrante da 
Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (Reblas); 
 
 
 
28 
 
 O prazo de validade dos medicamentos não deverá ser inferior a 12 meses, a 
contar da data da entrega do produto. O edital deve dispor sobre o prazo de 
medicamento, quando da entrega; 
 Laudo de Análise de controle de qualidade: os fornecedores (fabricantes, 
distribuidoras ou empresas importadoras) deverão apresentar o laudo técnico de 
análise dos medicamentos, emitido pelo fabricante/detentor do registro e/ou 
laboratório integrante da Reblas. Se necessário, o edital deve dispor sobre esta 
exigência para apresentação do laudo, juntamente com a proposta. O Laudo de 
Análise deve contemplar: identificação do laboratório; especificações (valores 
aceitáveis) e respectivos resultados das análises dos produtos; identificação do 
responsável com o respectivo número de inscrição no seu conselho profissional 
correspondente;lote e data de fabricação; assinatura do responsável; data; e 
resultado. O Laudo de Análise deve ser apresentado para cada lote a ser fornecido. 
As especificações de cada produto devem estar baseadas em referências 
farmacopeicas oficialmente reconhecidas; 
 Certificado de cumprimento das boas práticas de fabricação: poderá ser exigido que 
o fornecedor apresente, junto com a proposta, cópia do certificado das boas 
práticas de fabricação, e/ou cópia da publicação no Diário Oficial da União; 
 Distribuidoras e/ou importadoras deverão apresentar certificado de boas práticas de 
fabricação e controle do fabricante do produto por ele comercializado; 
 Os produtos a serem fornecidos pelas empresas vencedoras das licitações devem 
apresentar em suas embalagens a expressão “PROIBIDA A VENDA NO 
COMÉRCIO”. 
 
III - Qualificação econômico-financeira 
 
Documentação necessária: 
 
a) Balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já 
exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira 
da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, 
 
 
29 
 
podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) 
meses da data de apresentação da proposta; 
b) Certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da 
pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa 
física; 
c) Garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 
da Lei 8666, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da 
contratação. 
 
Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-
ão as seguintes normas: 
 
a) Comprovação do compromisso público ou particularde constituição de consórcio, 
subscrito pelos consorciados; 
b) Indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições 
de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital; 
c) Apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 da Lei 8666 por parte de 
cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório 
dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-
financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua 
respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, 
um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante 
individual, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua 
totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei; 
d) Impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, por 
meio de mais de um consórcio ou isoladamente; 
e) Responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, 
tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato; 
f) No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, 
obrigatoriamente, à empresa brasileira; 
 
 
 
 
30 
 
g) O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a 
constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no 
inciso I deste artigo. 
 
IV - Regularidade fiscal 
 
Documentação necessária: 
 
a) Prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de 
Contribuintes (CGC); 
b) Prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, 
relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e 
compatível com o objeto contratual; 
c) Prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do 
domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei; 
d) Prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por 
Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos 
encargos sociais instituídos por lei (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994); 
 
 
V - Cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal 
(Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999) 
 
a) Julgamento das propostas: é a fase da licitação que verifica o atendimento às 
normas do edital; 
b) Adjudicação: apresenta a classificação, atribui ao vencedor o objeto da licitação; 
c) Homologação: a autoridade competente declara a regularidade do processo. 
 
 
 
 
31 
 
11 TRANSPORTE 
 
 
O transporte é uma importante etapa da cadeia de distribuição de medicamentos, visto 
que, em um país como o Brasil, devido às dimensões territoriais, uma carga pode ficar mais de 
uma semana em trânsito. 
A Resolução nº 329/MS/ANVS, de 22 de julho de 1999 institui o Roteiro de Inspeção 
para transportadoras de medicamentos, drogas e insumos farmacêuticos. 
Este roteiro considera: a necessidade de garantir maior controle sanitário no transporte 
de produtos farmacêuticos; a necessidade de regulamentar e implementar a fiscalização e a 
inspeção em empresas que exerçam a atividade de transporte de produtos farmacêuticos e 
farmoquímicos. 
A resolução 329, assim como outras resoluções no âmbito sanitário, prevê 
classificação e critérios de avaliação para os itens do roteiro de inspeção. Evidencia-se, ainda, 
que: “A inobservância das normas aprovadas por esta Resolução configura infração de natureza 
sanitária sujeitando o infrator às penalidades previstas na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977” 
Assim, o critério estabelecido para a classificação está baseado no risco potencial 
inerente a cada item em relação à quantidade e segurança do produto e a segurança do 
trabalhador em sua interação com os produtos e processos. 
Desta forma, notam-se os seguintes itens: 
 
IMPRESCINDÍVEL: considera-se aquele que atendeu às recomendações das Boas 
Práticas de Fabricação e Controle, que pode influir em grau crítico na qualidade ou segurança 
dos produtos e na segurança dos trabalhadores em sua interação com os produtos e processos. 
Define-se por sim ou não; 
 
 
 
32 
 
NECESSÁRIO: considera-se aquele que atende às Recomendações de Boas Práticas 
de Fabricação e Controle, que pode influir em grau menos crítico na qualidade ou segurança dos 
produtos e na segurança dos trabalhadores em sua interação com os produtos e processos. 
Define-se por sim ou não. 
O item necessário, não cumprido na primeira inspeção será automaticamente tratado 
como imprescindível nas inspeções seguintes; 
RECOMENDÁVEL: considera-se aquele que atende às Recomendações de Boas 
Práticas de Fabricação e Controle, que pode influir em grau menos crítico na qualidade ou 
segurança dos produtos e na segurança dos trabalhadores em sua interação com os produtos e 
processos. Define-se por SIM ou NÃO. 
O item recomendável não cumprido na primeira inspeção será automaticamente 
tratado como necessário nas inspeções seguintes. Não obstante, nunca será tratado como 
imprescindível; 
INFORMATIVO: considera-se aquele que apresenta uma informação descritiva, que 
não afeta a qualidade e a segurança dos trabalhadores em sua interação com os produtos e 
processos. Poderá ser respondido opcionalmente por sim ou não, ou sob a forma de conceito, 
conforme a Resolução 329. 
Está previsto nesta resolução, por exemplo, que as empresas não devem realizar o 
transporte de medicamentos, drogas e/ou insumos com produtos radioativos ou tóxicos 
(inseticidas, detergentes, lubrificantes, agrotóxicos e outros). Este é um item que serve para 
evitar a contaminação cruzada, uma vez que, os produtos citados podem liberar partículas que 
poderiam contaminar outros produtos transportados em conjunto. 
Também deve existir contrato entre a empresa e os fabricantes e/ou distribuidores de 
medicamentos, drogas, e insumos com definição clara das responsabilidades e definição da área 
geográfica de atuação. O contrato com os prestadores de serviços terceirizados é uma 
importante forma de garantir o cumprimento das normas estabelecidas pelas empresas, visto 
que todos se tornam corresponsáveis pelo processo. Nos anexos desse módulo será 
apresentado Modelo de Contrato Padrão com Empresas de Transporte. 
 
 
 
33 
 
Além das resoluções da ANVISA, é necessário observar as resoluções do Conselho 
Federal de Farmácia. 
A empresa que trabalha com medicamentos deve ter como responsável técnico um 
farmacêutico. Por meio da resolução 433 de 26 de abril de 2005, o Conselho Federal de 
Farmácia regula a atuação do farmacêutico em empresa de transporte terrestre, aéreo, 
ferroviário ou fluvial, de produtos farmacêuticos, farmoquímicos e produtos para saúde. 
A resolução 433 determina entre as atribuições do farmacêutico em empresa de 
transporte de medicamentos, produtos farmacêuticos, farmoquímicos e de produtos para a 
saúde: 
 Zelar pelo cumprimento da legislação sanitária e demais legislações correlatas, 
orientando quanto às adequações necessárias para o cumprimento das normas; 
 Supervisionar e/ou definir a adequação da área física, instalações e procedimentos 
da empresa; 
 Assessorar a empresa no processo de regularização em órgãos profissionais e 
sanitários competentes; 
 Organizar e implantar o Manual de Boas Práticas de Transporte de Medicamentos, 
Produtos Farmacêuticos, Farmoquímicos e Produtos para a Saúde, de acordo com 
a legislação vigente; 
 Treinar os recursos humanos envolvidos, com fundamento em procedimentos 
estabelecidos no Manual de Boas Práticas de Transporte, mantendo o registro dos 
treinamentos efetuados; 
 Identificar e não autorizar o transporte de cargas incompatíveis no mesmo veículo, 
baseadas na orientação do fabricante, na legislação vigente e/ou na literatura 
científica dos produtos; 
 Elaborar procedimentos e rotinas para: 
a) Limpezados veículos e terminais dos depósitos com o propósito de garantir a 
higiene destes locais; 
b) Registro e controle da temperatura e umidade das instalações e veículos; 
c) A atividade de carga e descarga dos produtos farmacêuticos e farmoquímicos, 
com procedimentos específicos para produtos termolábeis e/ou que exijam 
condições especiais de movimentação, transporte e armazenamento; 
 
 
34 
 
d) Registro de ocorrências e procedimentos para avarias, extravios e devoluções; 
e) Desinsetização e desratização das instalações da empresa e dos veículos, 
realizadas por empresa autorizada pelo órgão sanitário competente; 
f) Notificação ao detentor do registro, e/ou embarcador e/ou destinatário da carga, 
e as autoridades sanitárias e policiais, quando for o caso, de quaisquer 
suspeitas de alteração, adulteração, fraude, falsificação ou roubo dos produtos 
que transporta, informando o número da nota fiscal, número dos lotes, 
quantidades dos produtos, e demais informações exigidas pela legislação 
vigente. 
 Solicitar à empresa providências para obtenção da Autorização Especial de 
Funcionamento, de acordo com a legislação vigente, no caso de substâncias e 
medicamentos sujeitos a controle especial; 
 Exigir local específico com chave ou outro dispositivo de segurança para segregar 
produtos em caso de avaria e outras pendências, de acordo com as orientações do 
fabricante e órgãos competentes no caso de substâncias e medicamentos sujeitos a 
controle especial; 
 Quando do uso de motocicletas: observar o cumprimento da legislação sanitária e 
profissional em relação às atividades desenvolvidas pelo estabelecimento; definir no 
manual de Boas Práticas de Transporte de Medicamentos procedimentos 
específicos para esse tipo de transporte; treinar as pessoas envolvidas, em especial 
os condutores de motocicletas nas ações de transporte de produtos com 
documentação; em caso de sinistro, o farmacêutico deve avaliar a integridade e 
qualidade dos produtos devolvidos e decidir sobre as providências a serem 
tomadas; zelar para que a empresa cumpra as normas editadas pelo órgão 
sanitário competente, quando do transporte de substâncias e medicamentos 
sujeitos a controle especial. 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
12 MODALIDADES CONVENCIONAIS DE TRANSPORTE 
 
 
Notam-se as seguintes modalidades convencionais de transporte: 
 
 Transporte rodoviário; 
 
 Transporte ferroviário; 
 
 Transporte aquaviário; 
 
 Transporte aeroviário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
13 CLASSIFICAÇÕES DE TRANSPORTE 
 
 
O Transporte pode ser classificado conforme os seguintes aspectos: 
 
 Quanto ao tipo de objeto a ser transportado: carga ou passageiros; 
 Quanto à propriedade: público ou particular; 
 Quanto ao uso: individual ou coletivo. 
 
Observa-se, ainda, que para o transporte de medicamentos o veículo deve ser de 
carga, com medição de temperatura e umidade. 
 
 
 
37 
 
14 HABILITAÇÃO DE EMPRESAS PARA TRANSPORTE DE MEDICAMENTOS / PRODUTOS 
PARA SAÚDE 
 
 
Para uma empresa realizar o transporte de medicamentos e produtos para saúde é 
necessário possuir: 
 
 Autorização de funcionamento (AFE) para a atividade de transporte; 
 Registro da empresa no conselho regional de farmácia (no caso do transporte de 
medicamentos); 
 Alvará sanitário expedido pela vigilância sanitária estadual ou municipal. 
 
Na falta de qualquer um dos documentos a empresa não poderá realizar o transporte 
de medicamentos. 
Se a empresa distribuidora utilizar transporte terceirizado é necessário ter contrato com 
o transportador terceirizado. 
O contrato é importante para determinar as responsabilidades de cada parte envolvida. 
No contrato deve constar: 
 
 Dados da contratante e da contratada; 
 Objeto do contrato; 
 Tipo de veículos e transporte a ser utilizado; 
 Obrigações da contratada: responsabilizar-se pelas mercadorias desde o momento 
da coleta até o momento da entrega ao destinatário, manter contrato de seguros 
nas modalidades de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviários de Carga 
- RCTR-C, bem como adicionais pelo ramo RR para cobertura de riscos originários 
ao longo da viagem, comprovados por vistoria de companhia seguradora da 
contratada, contratar à suas expensas e responsabilidade pessoal, necessário e 
suficiente à realização dos serviços de transporte que a contratante necessitar 
manter o quadro de pessoal devidamente regularizado perante os órgãos do INSS, 
FGTS, mantendo ainda, em dia as obrigações trabalhistas, tais como salários, 
 
 
38 
 
férias, horas extras, adicionais por atividade e demais encargos incidentes sobre a 
remuneração paga; 
 Obrigações da contratante: responder pela correta declaração do conteúdo, peso 
e/ou volume e valor dos bens confiados para o transporte, entregar juntamente com 
a mercadoria documentação fiscal hábil ao transporte das mesmas, acondicionar as 
mercadorias de forma a permitir que sejam preservadas quando do seu transporte 
e/ou de condições especiais que a mesma possa exigir até o seu destino, prestar 
todas as informações necessárias à emissão do Conhecimento de Transporte 
Rodoviário de Cargas - CTRC, bem como outras eventualmente necessárias ao 
transporte da mercadoria, responder perante a contratada pelos danos a pessoas, 
ao material ou a outras mercadorias, bem como das despesas ocasionadas por 
defeitos na embalagem das mercadorias, a menos que tais defeitos estivessem 
evidentes ou já conhecidos pela transportadora no momento em que a mesma 
tomou a seu cargo as mercadorias, sem que esta tenha expressado suas ressalvas 
oportunamente; 
 Disposições referentes à entrega das mercadorias: reclamação de perdas e avarias, 
prazos de entrega; 
 Indenizações; 
 Remuneração; 
 Prazo de duração do contrato; 
 Rescisão do contrato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
15 CONTROLE DE TEMPERATURA E UMIDADE DE VEÍCULOS 
 
 
Os veículos utilizados no transporte devem ter controle de umidade e temperatura. 
Cada veículo deve possuir um termo-higrômetro, que deve ser calibrado anualmente, assim 
como planilha para anotação. 
A seguir apresenta-se um exemplo de planilha para o controle de temperatura e 
umidade de veículos: 
 
Data Temperatura 
/umidade 
8:00 
Temperatura 
/umidade 
14:00 
Temperatura 
/umidade 
18:00 
Responsável pelo 
preenchimento 
Conferido 
por 
 / / / 
 / / / 
 / / / 
 / / / 
 
 
Antes do transporte devem ser verificadas às condições requeridas para cada produto 
e providenciar transporte adequado. 
O responsável pelos veículos deve: 
 
 Registrar três vezes ao dia (8hs, 14hs e às 18hs) as temperaturas referentes aos 
termo-higrômetros dispostos nos veículos: a medição em três momentos permite 
corrigir algum problema com temperatura e umidade fora dos padrões; 
 Caso a temperatura observada esteja fora dos limites estabelecidos comunicar o 
fato imediatamente ao RT (Responsável Técnico), a fim de que sejam tomadas as 
 
 
 
40 
 
providências cabíveis. Diante de uma inconformidade, o farmacêutico irá avaliar a 
situação, levantar as possíveis causas de problemas e propor a solução; 
 Ao final do mês, os anexos devidamente preenchidos devem ser entregues ao 
responsável técnico para registros informatizados das anotações, verificação e 
arquivamento; 
 Os anexos devem ser guardados, ficando disponíveis para os órgãos fiscalizadores, 
quando for o caso; 
 O responsável técnico deve fornecer novos anexos para o mês seguinte. 
 
Observada alguma não-conformidade de temperatura e/ou umidade, o técnico deve: 
 Averiguar o motivo; 
 Providenciar ações corretivas necessárias para solucionar o problema o mais rápido 
possível, por exemplo, um aumento de temperatura pode ser ocasionado por uma 
longa parada do veículo ao sol; 
 Documentar a não-conformidade em folha de registro específica e indicar quala 
ação corretiva que será tomada para a solução do problema encontrado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
16 AVALIAÇÃO DO TRANSPORTE DE MERCADORIAS 
 
 
O responsável técnico deve estabelecer procedimentos para avaliação do transporte 
de mercadorias. 
Este transporte pode ser feito por veículo próprio da empresa ou por transportadora, no 
caso de transportadora, é necessário ter contrato de prestação de serviços. 
O farmacêutico é responsável por garantir a qualidade dos medicamentos e produtos 
distribuídos. Todas as empresas envolvidas nas etapas devem contar com farmacêutico 
responsável técnico, devidamente registrado no respectivo Conselho Regional de Farmácia – 
CRF – e todos são solidários no controle e garantia da qualidade. 
O farmacêutico deverá desenvolver uma avaliação de transportadoras, realizada por 
ele mesmo, ou treinar os funcionários que recebem os medicamentos para aplicar um rápido 
roteiro (chek-list), com informações sobre o transporte. 
Quando for verificada alguma irregularidade, poderá recusar o recebimento solicitando 
adequação (caixas amassadas, quebradas, termolábeis em veículo sem controle de 
temperatura, etc.). 
Sempre que identificar alguma irregularidade, deverá informar oficialmente o 
farmacêutico responsável pela transportadora e o farmacêutico responsável pelo fornecimento, 
solicitando correções. Devem-se manter registros, ficando tais registros arquivados e também 
anexados ao formulário de avaliação das transportadoras. 
Os funcionários responsáveis pelo preenchimento da ficha de avaliação das 
transportadoras devem comunicar ao responsável técnico no ato do recebimento ou expedição 
de mercadorias qualquer desvio de qualidade para que o farmacêutico realize a avaliação. 
A planilha deve ser entregue ao responsável técnico para ser arquivada. Quando 
houver algum item em desacordo com as normas estabelecidas, o responsável técnico entrará 
em contato com a transportadora para solução do problema. 
Em casos de desvio da qualidade, deverá ser comunicada também a empresa que 
enviou os produtos para que considere estes fatos na avaliação da transportadora. 
Tendo em vista tais considerações, elencam-se aqui alguns itens para verificação no 
momento de embarque/desembarque de mercadorias: 
 
 
 
42 
 
 Tipo de Veículo: para carga de medicamentos e produtos para saúde o veículo 
deve possuir baú fechado; 
 Condições de transporte: o veículo deve estar limpo, verificar o registro de limpeza; 
 Produtos transportados: verificar se há algum produto que possa causar 
interferência na carga, por exemplo, saneantes, produtos químicos, corrosivos, 
entre outros. No caso de ser verificado o transporte juntamente com esse tipo de 
produto, a carga não deve ser recebida; 
 Condições dos produtos: avaliar se as caixas estão íntegras, secas, bem 
ordenadas. Em caso de avarias, pode-se recusar a carga inteira ou receber a carga 
e anotando uma observação no conhecimento da transportadora e na nota fiscal; 
 Verificar se os produtos estão exatamente como apresentados na nota fiscal quanto 
a: quantidade, apresentação, descrição. 
 
 
43 
 
17 AVARIA VERIFICADA NO MOMENTO DO RECEBIMENTO DA MERCADORIA 
 
 
O responsável técnico deve avaliar a dimensão da avaria para decidir qual o melhor 
procedimento a ser seguido. Existem duas alternativas: a devolução da carga completa; ou o 
recebimento parcial. 
Observam-se alguns passos para tais procedimentos: 
 
a) Receber as mercadorias, mesmo danificadas, ou devolver a totalidade da nota 
fiscal. As transportadoras não aceitam devolução parcial dos produtos de uma 
mesma nota fiscal. Quando houver nota com produtos avariados, em que a causa 
da avaria não comprometa a totalidade da carga, como, por exemplo, uma caixa 
que rompeu devido a uma queda, pode-se receber a carga, mas mantendo-as em 
área identificada como “quarentena”; 
b) Comunicar ao fornecedor e seguir suas instruções para devolução da mercadoria. 
O fornecedor deve ser comunicado formalmente para que providencie a retirada da 
mercadoria com problemas, assim como a sua devida reposição, além de investigar 
as causas do problema; 
c) Notificar na nota de recebimento da transportadora a avaria observada, datar, 
assinar, carimbar, anotar no conhecimento da transportadora e no canhoto de 
recebimento da nota fiscal a descrição detalhada da avaria; 
d) Preencher relatório de não-conformidade descrevendo os problemas encontrados e 
a ação que será adotada; 
e) Preencher planilha de relação de produtos vencidos e avariados do estoque; 
f) Quando for efetuada a devolução do produto vencido ou avariado ao fabricante, 
preencher planilha de devolução de produtos ao fabricante e tirar uma cópia da 
Nota Fiscal de devolução para arquivo. 
 
 
 
 
 
44 
 
18 DESEMBARQUE DA MERCADORIA 
 
 
Durante o desembarque da mercadoria o responsável técnico deve: 
 
a) Acompanhar o processo de desembarque das mercadorias na sua totalidade na 
área de recepção; 
b) Orientar os carregadores para evitar golpes que possam causar danos ao produto; 
c) Verificar algumas unidades para visualizar a integridade das mesmas; 
d) Orientar os carregadores para descarregar a mercadoria diretamente sobre os 
pallets, para que esta não tenha contato direto com o solo; 
e) Verificar com termômetro espeto digital a temperatura de chegada dos produtos. 
Deve-se colocar o termômetro por cinco minutos e anotar a temperatura no caderno 
próprio para registro de temperatura de forma legível; 
f) Comunicar as não conformidades encontradas nas mercadorias (embalagem 
danificada ou fora das condições de armazenamento ou qualquer outra situação 
que fuja aos padrões definidos como aceitáveis) diretamente ao farmacêutico 
responsável do local de origem dos produtos. A nota fiscal e conhecimento da 
transportadora devem ser digitalizadas. No conhecimento da transportadora deve 
constar nome do motorista, RG, placa e descrição do problema. Deve ser descrito 
no canhoto da nota fiscal o problema ocorrido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
19 PRODUTOS QUE NECESSITAM DE REFRIGERAÇÃO 
 
 
Nesta categoria enquadram-se os produtos que devem ser armazenados e 
transportados numa faixa de temperatura entre 2°C e 8°C. 
Deve-se monitorar cada etapa de distribuição deste tipo de produto para garantir que a 
mesma fique dentro dos padrões especificados. 
 
Devem-se observar os seguintes itens: 
 
a) Conduzir os produtos diretamente para as câmaras frias quando de sua chegada; 
b) Conferir os lotes do produto; 
c) Verificar as quantidades de volumes; 
d) Considerar o prazo de validade do produto; 
e) Observar as condições das embalagens, dos rótulos e do produto; 
f) Organizar as mercadorias nas câmaras frias de modo a facilitar o fluxo de cargas no 
interior da mesma: priorizar que os que produtos com um maior fluxo de saída 
fiquem na parte de mais fácil acesso; 
g) O produto com prazo de validade maior deve ser armazenado atrás daquele com 
prazo inferior, evitando assim a perda de produtos por caducidade; 
h) Armazenar os produtos de acordo com o número do lote, cuidando para que 
produtos com lotes diferentes não sejam armazenados conjuntamente: sempre 
identificar o produto e o lote para evitar problemas de troca de produtos ou lotes no 
momento da expedição; 
i) Observar rigorosamente o limite de empilhamento máximo de acordo com as 
Instruções do fabricante. 
 
Quando o responsável técnico solicita transporte de medicamentos que necessitam de 
condições especiais de temperatura deve informar ao agente de carga as exigências para o 
 
 
46 
 
transporte dos mesmos, e tais exigências devem constar no conhecimento da transportadora, 
garantindo, assim, que durante todo o processo os funcionários tenham acesso às condições 
corretas para transporte e acondicionamento. 
Todos os funcionários envolvidos no transporte devem seguiras seguintes 
recomendações: 
 
 Evitar exposição dos produtos ao calor excessivo (acima de 40°C); 
 Nunca expor os produtos diretamente ao sol: executar os processos de carga e 
descarga dentro do estabelecimento ou em local próprio; 
 Preferir o transporte noturno; 
 Acondicionar corretamente a mercadoria de acordo com as especificações do 
produto e recomendações do RT: não transportar os produtos com gelo seco, não 
congelar os produtos; 
 Colocar os produtos farmacêuticos que necessitem de controle de temperatura de 
armazenamento em caixa de isopor forradas com gelo atóxico e reutilizável próprio 
para o transporte de produtos farmacêuticos para a manutenção da temperatura até 
a entrega (conforme recomendação do fornecedor). 
 
Em veículos que possuem refrigeração ajustar a temperatura conforme orientação do 
fabricante: 
 
 Embalar corretamente as mercadorias e identificá-las para evitar perda de produtos; 
 Comunicar ao motorista, quando transporte próprio da empresa, os pedidos para 
que ele faça a rota de entrega; 
 Ajustar com o cliente a melhor hora para ser entregue a mercadoria, atentando para 
os outros horários já agendados para outros clientes e necessidades de urgência 
(evitando atrasos e choques na marcação dos horários); 
 Escolher o tipo de veículo: tamanho x quantidade a ser transportada, com ou sem 
refrigeração; 
 
 
 
47 
 
 Conferir a nota fiscal com o que está sendo carregado no veículo antes da saída do 
mesmo da empresa; 
 Conferir as condições de armazenamento dos produtos de acordo com as 
recomendações do responsável técnico; 
 Não deixar o veículo estacionado ao sol; 
 Informar ao cliente no momento da entrega a necessidade de colocar em geladeira 
(produtos termolábeis); 
 Acondicionar corretamente os produtos a serem transportados; 
 Comunicar ao responsável técnico qualquer divergência; 
 Solicitar visita de um representante da transportadora na distribuidora para explicar 
o tipo de carga a ser transportada e o tipo de serviço que necessita (caso não haja 
a visita este contato pode ser por telefone); 
 Ligar para a empresa contratada informando: 
 
a) Tipo de produto; 
b) Quantidade; 
c) Tamanho das caixas; 
d) Destino; 
e) Prazo máximo de recebimento da mercadoria pelo cliente; 
f) Condições de armazenamento. 
 
 Acondicionar corretamente os produtos a serem transportados (seguir orientação do 
fornecedor do produto). 
 
 
 
48 
 
20 ARMAZENAMENTO 
 
 
A RDC 802 (1998) prevê que o distribuidor de produtos farmacêuticos deve dispor de 
toda a infraestrutura física, de pessoal e documental para garantir a boa conservação e 
distribuição de produtos farmacêuticos. A seguir estão listados os principais itens da cadeia de 
distribuição referentes à armazenagem. 
 
20.1 CUIDADOS GERAIS 
 
Alguns cuidados devem ser observados durante o processo de 
recepção/armazenamento/expedição: 
 
 Evitar golpes que possam causar danos aos produtos. Os produtos devem ser 
descarregados com cuidado, sempre sobre estrados/pallets. 
 
 Identificar produtos a fim de evitar trocas: deve-se manter os produtos afastados 
entre si, com lotes separados fisicamente. O ideal é que cada lote fique em um 
pallet ou prateleira. 
 
 Identificar cada produto e lote por meio de placas que sejam visíveis e de fácil 
identificação. As placas podem ficar afixadas na pilha de produtos ou na parede, 
desde que qualquer pessoa possa fazer a identificação do produto. 
 Normatizar processos de recebimento e retirada de produtos do local de 
armazenamento fazendo uso de procedimentos escritos. 
 
 Os produtos com prazo de validade mais curto devem sair primeiro. 
 
 
 
49 
 
 Segregar os produtos com prazo de validade expirado em área para vencidos. O 
responsável técnico deve solicitar ao setor de armazenamento que antes do 
vencimento do produto este seja segregado em local próprio. Pode-se fazer a 
separação um mês antes do vencimento para evitar que produtos com prazo de 
validade muito curto cheguem ao cliente. 
 
 Inspecionar visualmente algumas unidades para verificar a integridade das 
mesmas. 
 
Você sabia que em produtos estéreis qualquer furo faz com que o produto perca sua 
esterilidade? 
Por isso é sempre importante verificar as embalagens dos produtos estéreis para ver 
se não há nenhuma avaria que comprometa a esterilidade. 
Se houver qualquer dano o produto deverá ser descartado, não sendo adequado para 
o uso. 
 
 Segregar produtos danificados ou com prazo de validade vencido de forma a não 
serem inadvertidamente distribuídos ao mercado. 
 
Por que a empresa deve possuir área para recolhidos/ vencidos/impróprios? 
Para evitar que esses produtos fiquem no estoque e possam ser selecionados por 
engano. 
 
 Colocar os produtos sobre estrados ou prateleiras, jamais diretamente sobre o 
chão. Isso é recomendado para evitar que possíveis contaminantes presentes no 
piso entrem em contato com os produtos e também para evitar que o produto entre 
em contato com a umidade do piso. 
 
Mesmo que o seja limpo regularmente, estando aparentemente limpo, pode ser uma 
fonte de contaminação. 
 
 Manter sempre a embalagem original dos produtos. 
 
 
50 
 
Por que é importante manter a embalagem original? 
Para garantir que o produto mantenha suas características originais. 
Alguns produtos têm embalagens especiais para garantir a sua conservação. 
Por exemplo, os produtos que são sensíveis à luz têm embalagem própria para impedir 
a incidência da luz. 
Além disso, as empresas distribuidoras devem apenas fazer a distribuição de 
medicamentos e produtos hospitalares, não tendo autorização para alterar a embalagem original 
dos produtos. 
 
 Observar, no momento da expedição, se o veículo de transporte não transporta 
alimentos e materiais perecíveis, solventes orgânicos, gases, substâncias 
corrosivas e/ou tóxicas, pesticidas e agrotóxicos, materiais radiativos. 
Você sabe por que existe essa restrição? 
Porque estes produtos podem contaminar medicamentos e produtos para saúde, 
devendo ser transportados separadamente. 
 
20.2 RESTRIÇÕES 
 
Na área de armazenamento e nas áreas que possam afetar os produtos devem ser 
observados alguns cuidados e restrições. 
Para cada tipo de restrição deve haver uma placa indicativa no local informando as 
atividades que não são ali permitidas. 
Na sequência serão apresentados modelos para placas que devem ser afixadas na 
área restrita de armazenamento de medicamentos e produtos para saúde. 
É importante que as placas sejam afixadas em locais com boa visibilidade, o ideal é 
logo na porta de entrada para a área de armazenamento e também na parte interna da área de 
estoque. 
 
 
 
 
51 
 
 Não é permitido fumar: 
 
 
 
 
 Não é permitido beber e comer: 
 
 
 
 Não é permitido permanecer no local de armazenamento nos horários de intervalo e 
descanso. 
 
Por que as pessoas não devem permanecer no horário de intervalo e descanso no 
local de armazenamento? 
Para evitar possíveis distrações aos colegas. A falta de atenção pode causar acidentes 
de trabalho. 
Além disso, pode haver troca de produtos pela distração no momento da separação e 
conferência. 
 
 
 
52 
 
 Não é permitida a entrada de pessoas estranhas ao setor. 
 
No local só devem permanecer pessoas autorizadas e enquanto estiverem realizando 
tarefas pertinentes à função. 
 
 Observar as condições de higiene pessoal, observando as condições das 
vestimentas: os uniformes devem estar limpos, sem manchas e sem sujidades. 
 
 Os sanitários não devem ter ligação com a área de armazenamento. 
 
 Não é permitido o trabalho sem os equipamentos individuais de segurança (EPI’s). 
 
Usar EPI’s conforme treinamento: os equipamentos de proteção individual devem ser 
distribuídos quando da admissão do funcionário e sempre que necessitarem reposição. 
A cada entrega, deve ser assinado

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