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Caderno geografia

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Caderno de 
Geografia
Belo Hor izonte 
V.16 - Nº.26 - 2007
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Grão-Chanceler: Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Reitor: Eustáquio Afonso Araújo
Vice-Reitor: Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães
Chefe de gabinete do Reitor: Osvaldo Rocha Tôrres
Pró-reitores: Extensão - Wanderley Chieppe Felippe; Gestão Financeira -
Paulo Sérgio Gontijo do Carmo; Graduação - Maria Inês Martins; Infra-estru-
tura - Rômulo Albertini Rigueira; Logística - Sérgio de Morais Hanriot;
Pesquisa e de Pós-graduação - João Francisco de Abreu; Planejamento e
Desenvolvimento Institucional - Carlos Francisco Gomes; Recursos Humanos
- Alexandre Rezende Guimarães; Arcos - Marcelo Leite Metzker; Betim -
Miguel Alonso de Gouvea Valle; Contagem - Geraldo Márcio Alves
Guimarães; Poços de Caldas - Maria José Viana Marinho de Mattos; São
Gabriel - Carlos Barreto Ribas.
Diretores: Barreiro - Patrícia Bernardes; Serro e Guanhães - Ronaldo Rajão
Santiago.
Secretaria de Comunicação: Maurício Lara Camargos
Secretaria de Ação Comunitária: José Chequer Neto
EDITORA PUC MINAS
Comissão editorial: Ângela Vaz Leão (PUC Minas); Graça Paulino (UFMG);
José Newton Garcia de Araújo (PUC Minas); Maria Zilda Cury (UFMG);
Oswaldo Bueno Amorim Filho (PUC Minas)
Conselho editorial: Antônio Cota Marçal (PUC Minas); Benjamin Abdalla
(USP); Carlos Reis (Univ. de Coimbra); Dídima Olave Farias (Univ. del Bío-
Bío - Chile); Evando Mirra de Paula e Silva (UFMG); Gonçalo Byrne (Lisboa);
José Salomão Amorim (UnB); José Viriato Coelho Vargas (UFPR); Kabengele
Munanga (USP); Lélia Parreira Duarte (PUC Minas); Leonardo Barci
Castriota (UFMG); Maria Lúcia Lepecki (Univ. de Lisboa); Philippe Remy
Bernard Devloo (Unicamp); Regina Leite Garcia (UFF); Rita Chaves (USP);
Sylvio Bandeira de Mello (UFBA).
Coordenação editorial: Cláudia Teles de Menezes Teixeira 
Assistente editorial: Maria Cristina Araújo Rabelo
Revisão: Astrid Masetti Lobo Costa
Caderno de 
Geografia
Belo Hor izonte 
V.16 - Nº.26 - 2007
Coordenador do Curso de Geografia
Alecir Antônio Maciel Moreira
Comissão Editorial
Jony Rodarte Gontijo Couto
José Irineu Rangel Rigotti 
Oswaldo Bueno Amorim Filho
Conselho Editorial
Alexandre Magno Alves Diniz (PUC Minas)
Antônio Pereira Magalhães Júnior (UFMG)
Aurélio Muzzarelli (Universidade de Bolonha)
Bernardo Machado Gontijo (UFMG)
Herbe Xavier (PUC Minas)
João Alberto Pratini de Moraes (PUC Minas)
João Francisco de Abreu (PUC Minas)
José Alexandre Filizzola Diniz (UFS)
José Carlos Teixeira (Universidade de Toronto - Canadá)
Leônidas Conceição Barroso (PUC Minas)
Lívia de Oliveira (Unesp - Rio Claro)
Lúcia Helena de Oliveira Gerardi (Unesp - Rio Claro) 
Lucy Marion C. P. H. Machado (Unesp - Rio Claro) 
Maurício de Almeida Abreu (UFRJ)
Sylvio Carlos Bandeira de MeIo e Silva (Unifacs - Bahia)
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
C122 
Caderno de Geografia. - v.1, n.1 (2007). - Belo Horizonte: 
Ed. PUC Minas, 2007. 
v.
ISSN 0103-8427
Semestrall
1. Geografia - Periódicos. I. Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais. Departamento de Geografia.
CDU: 91(05)
Editorial
CONFERÊNCIA
História social da metrópole: a configuração espacial desigual do sanea-
mento básico
Catia Antonia da Silva
ARTIGOS
A pluralidade da Geografia e a necessidade das abordagens culturais
Oswaldo Bueno Amorim Filho 
Os atributos do geógrafo e a paisagem geográfica de Rio Manso-MG
Alexandre Magno Alves Diniz
Carlos Magno Ribeiro
Bruno Durão Rodrigues
Crise ambiental: refletindo sobre o pensar e o agir humano no mundo atual
Antonio Pereira Magalhães Jr.
Geografia e as relações internacionais
Danny Zahreddine 
Rodrigo Corrêa Teixeira
Análise da cobertura pedológica em áreas de cerrado e de eucalipto no
Parque Florestal do Gafanhoto - Divinópolis/ MG
Leonardo Cristian Rocha
Wanderson Lopes Lamounier
NOTAS
O uso de técnicas elementares de estatística espacial no estudo da
reestruturação espacial da criminalidade violenta no Estado de Minas
Gerais: 1996-2003
Wagner Barbosa Batella
Alexandre M. A. Diniz
"Adeus Lênin": imagens de um novo socialismo
Mariana Guedes Raggi
Impacto ambiental em parques urbanos - o Parque Municipal Ursulina de
Andrade Mello
Carolina Santos Gessner
Rodrigo Medeiros de Castro
Thiago Guedes de Oliveira
Jony Rodarte Gontijo Couto
SUMÁR IO
11
30
50
62
78
88
120
160
190
Caderno de 
Geografia
Belo Hor izonte 
V.16 - Nº.26 - 2007
ntre as comemorações dos 60 anos do curso de graduação em
Geografia - licenciatura e bacharelado, e dos dez anos do
Programa de Pós-Graduação em Geografia: Tratamento da
Informação Espacial (mestrado e doutorado) da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais, realizou-se, em maio de 2006, o IV Seminário
Cláudio Peres de Prática de Ensino e Geografia Aplicada. Esse semi-
nário ganha projeção a cada ano e contribui efetivamente para a dis-
cussão de temas relevantes no âmbito da geografia que se faz no Brasil. 
A temática central do evento foi "Geografia - Ciência Plural: os múltiplos
olhares da geografia". A palestra inaugural, que tratou da geografia tradi-
cional, foi seguida de mesas cujos temas giraram em torno da prática de
ensino, pluralidade cultural, meio ambiente, inclusão/exclusão social,
política internacional, planejamento urbano e regional e geoprocessa-
mento. O evento encerrou-se com uma discussão sobre o caráter plural
da geografia.
Nesta edição, os Cadernos de Geografia inauguram uma nova fase, adi-
cionando à sua versão impressa um CD com resultados dos trabalhos
apresentados em painéis no IV Seminário Cláudio Peres.
Profª Jony Rodarte Gontijo Couto
Editora
E D I T O R I A L
E
Caderno de 
Geografia
Belo Hor izonte 
V.16 - Nº.26 - 2007
C O N F E R Ê N C I A
H i s t ó r i a s o c i a l d a m e t r ó p o l e : a
c o n f i g u r a ç ã o e s p a c i a l d e s i g u a l d o
s a n e a m e n t o b á s i c o
Cat ia Anton ia da Si lva*
Resumo
A problemát ica da exc lusão soc ia l re f le te-se amplamente
no Bras i l , que reconhece sua complex idade e a d i f icu ldade
de supe rá - l a . Com a modern i zação exc luden te e as
des iguais formas de acesso à in f ra-est ru tura urbana nos
espaços me t ropo l i tanos b ras i l e i r os , a d imensão de
exc lusão soc ia l e o t ra to da natureza foram abandonados
nos pro je tos de invest imento em saneamento bás ico no
país . Este ar t igo busca apresentar a conf iguração da in f ra-
est ru tura do abastec imento de água e do esgotamento
san i tá r io , ana l i sando, compara t ivamente , os ideár ios e
p ro je tos que impuse ram um mode lo des igua l de
saneamento nas metrópoles h is tor icamente const ru ídas no
país , como São Paulo, Rio de Janei ro , Belo Hor izonte e
Brasí l ia .
Palavras-chave : Modern ização; Metrópole ; Saneamento;
His tór ia urbana; Exc lusão soc ia l .
A problemát ica e o debate sobre a h is tór ia soc ia l do ter r i tór io
são recentes como campo ref lex ivo na anál ise in terd isc ip l inar. Na
verdade, a proposta para compreender a re lação ent re h is tór ia soc ia l
e ter r i tór io requer um d iá logo metodológ ico ent re h is tór ia , geograf ia e
c iênc ias soc ia is . Se a geograf ia e as c iênc ias soc ia is remetem a
anál ise compreensiva da exc lusão soc ia l ao presente, a h is tór ia das
soc iedades, por sua vez, remete a compreensão dessa exc lusão aos
processos pretér i tos .
O d iá logo metodológ ico da h is tór ia soc ia l do ter r i tór io impõe
sobretudo uma ref lexão sobre o fenômeno, remetendo ao passado
que demarca o presente e o fu turo, numa forma mais t rad ic ional de
expl icação. Mas também é possíve l uma or ientação metodológ ica que
aponte o presente como ponto de par t ida da re f lexão, para ident i f icar
e los cons t ru ídos no passado , que , apesa r de toda c rença na
Caderno de Geograf ia -Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 2007 11
* Professora do Departamento de Geografia da Faculdade de Formação de Professores – FFP-Uerj e
do Programa de Pós-Graduação em História Social – área de concentração História Social do
Território – FFP-Uerj. Coordenadora do Laboratório de Estudos Metropolitanos do Grupo de
Pesquisa Território e Mudanças Contemporâneas na Produção do Espaço. 
superação e na t ransformação de va lores e ações, pers is tem e se
mantêm no presente com roupagens modernas. Esse é o pr incíp io
aqui proposto para a anál ise da h is tór ia soc ia l da metrópole. Para ta l ,
invest iga-se uma das formas urbanas marcantes de exc lusão soc ia l
no Bras i l : o saneamento bás ico, par t indo-se do fazer geográf ico e
buscando-se compreender a conf iguração espacia l do saneamento
nas reg iões metropol i tanas de São Paulo, Rio de Janei ro , Belo
Hor izonte e a Região In tegrada de Desenvo lv imento do Dis t r i to
Federa l (Ride de Brasí l ia) . O abastec imento de água e o esgotamento
sani tár io são anal isados a par t i r de dados cont idos no Atlas das
Regiões Metropol i tanas e Rides brasi le iras , v. 2 (SILVA, 2006) ,
ident i f icando-se a re lação dessa conf iguração com a exc lusão soc ia l .
Na ú l t ima seção, apresentam-se os processos pretér i tos que
contr ibuí ram na conformação dessa espacia l idade do saneamento na
metrópole f luminense.
Conf iguração espac ia l do saneamento bás ico em
contextos metropol i tanos
Ao se t ra ta r de saneamento , ident i f i cam-se do is s is temas
fundamenta is : o abastec imento de água e as insta lações sani tár ias,
cu ja conf iguração espacia l nas metrópoles do Rio de Janei ro , São
Paulo, Belo Hor izonte e Brasí l ia é ob je to deste estudo.
A problemát ica do saneamento é uma referênc ia impor tante para
pensar a exc lusão soc ia l no Bras i l . O modelo dominante de insta lação
de rede gera l de água, a par t i r dos manancia is a té os postos de
t ra tamento e depois a sua d is t r ibu ição, bem como o modelo de
t ra tamento do esgoto predominante nas metrópoles têm or igem nos
anos 1940-1960, conforme veremos.
O padrão de fo rnec imento de água no Bras i l é compos to ,
segundo o IBGE, de rede gera l de água, poço ar tes iano e out ras
formas, como o uso de b ica co le t iva, o uso i legal da rede gera l ou de
água de v iz inho. Esse padrão, apresentado em documento do IBGE
de 1/1/2001, re ferente ao Censo Demográf ico de 2000, demonstra o
grau de des igualdade nas c lasses de ind icadores. Ao se estudar os
contextos metropol i tanos, tem-se uma idé ia da segregação no acesso
à r iqueza.
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 200712
Histór ia soc ia l da metrópole: a conf iguração espacia l des igual do saneamento bás ico
Em ge ra l , as me t rópo les são de ten to ras de modern i zação
tecnológ ica e soc ia l . Sobretudo o Rio de Janei ro , São Paulo e Belo
Hor i zon te , me t rópo les p r imazes , h i s to r i camen te p ropu l so ras da
indust r ia l ização e dos pro je tos de modern ização (SINGER, 1993;
SOUZA, 1993, 1994, 2003; IANNI, 1999) .
A grande c idade tem s ido e cont inua a ser cada
vez mais uma síntese excepcional da soc iedade.
Mui to do que é a soc iedade, se ja esta nac ional
ou mund ia l , desenvo l ve -se e decan ta -se na
grande c idade. Aí desenvolvem-se re lações, os
processos e est ru turas que const i tuem as formas
de soc iab i l idade. Mui to do que se imagina nos
mais d i ferentes c í rcu los soc ia is , em âmbi to micro
e macro, a í ressoa. São mui tas as d ivers idades e
as des igualdades, tanto quanto os impasses e os
hor izontes da soc iedade que se expressam na
c idade. Tanto ass im que a grande c idade tem
sido o lugar por excelênc ia da modern idade e da
pós-modern idade. ( IANNI, 1999, p . 15)
De acordo com Ianni (1999) , Santos (1993) e Ribe i ro (1994,
1996, 1998) , os espaços metropol i tanos são os mais express ivos no
que tange à implementação de pro je tos de modern ização a lavancados
pelos governos. São, ao mesmo tempo, os lugares de mutação da
modern ização, requerendo a rac ional ização do saber e a l terações na
es t ru tu ra p rodu t i va , na qua l i f i cação e sens ib i l i dade dos
t rabalhadores, nos procedimentos técn icos, no fazer cot id iano, no
consumo, c r i ando novas soc iab i l i dades . Tra ta -se , po r tan to , de
mutações em s is temas técn icos e de ações, entendidos como uma
tota l idade ind issoc iáve l (SANTOS, 1996) .
As fo rmas e os p rocessos de exc lusão soc ia l podem se r
anal isados a par t i r da conf iguração espacia l presente, que expressa
o passado e or ienta o fu turo (SANTOS; SILVEIRA, 2001) .
Ass im , a p rob lemá t i ca da v ida co le t i va e das fo rmas de
reprodução das c lasses populares em contextos metropol i tanos deve
ser compreendida em sua complex idade. No caso do saneamento
básico, que tem recebido pouco invest imento nas ú l t imas décadas, o
padrão estabelec ido na era Vargas estendeu-se aos governos de JK e
dos mi l i ta res (SINGER, 1993) , apresentando pouca a l teração no
presente. 
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 2007 13
Cat ia Antonia da S i lva
A insta lação do saneamento bás ico re lac iona-se aos pro je tos de
implementação da indust r ia l ização. Nos anos 1930-1960, a in f ra-
est ru tura é implantada com v is tas a consol idar a indust r ia l ização e a
urbanização, condição para a pr imei ra (SILVA, 2002) . 
De acordo com os mapas 1, 2 e 3 e a TAB. 1 , os domicí l ios
res idenc ia is são mais dotados de in f ra-est ru tura nos munic íp ios-
núc leo das metrópoles do Rio de Janei ro , São Paulo, Minas Gera is e
na Ride de Brasí l ia , cu ja conf iguração espacia l do saneamento bás ico
é apresentada a segui r.
Abastecimento de água e formas de exclusão
A cidade do Rio de Janei ro , segunda mais populosa do Bras i l ,
depo i s de São Pau lo , é também a ma is popu losa da reg ião
metropol i tana, depois de Nova Iguaçu, Ni lópol is e São Gonçalo. Dos
cerca de 1.802.347 domicí l ios ex is tentes na c idade em 2000, um
grande percentua l é l igado à rede gera l de água. Outros munic íp ios,
como Ni teró i , apresentam percentua l re levante de rede gera l . São
Gonçalo, Ni lópol is e Duque de Caxias também aparecem no mapa
com proporção e levada de domicí l ios abastec idos de água l igada à
rede gera l , mas, ao se anal isar mais deta lhadamente os dados e
observar, na escala loca l , como essa in formação fo i co lh ida para o
censo 2000,1 percebe-se que boa par te desse acesso é i lega l . Em
São Gonçalo, cerca de 70% dos domicí l ios não têm acesso legal à
rede gera l de água da Cedae, embora se ja munic íp io mediador ent re
as redes de co le ta conectadas aos mananc ia is fornecedores do
mun ic íp io de Cachoe i ras de Macacu . A in f ra -es t ru tu ra de
abastec imento sa i desses manancia is , passa por São Gonçalo e
chega a Ni teró i , onde boa par te dos domicí l ios tem acesso à rede
gera l de água. Em São Gonçalo, que não possui s is tema in t ra-urbano
de red is t r ibu ição, somente poucos domicí l ios res idenc ia is no entorno
da rede têm acesso legal , a maior ia u t i l i za i lega lmente a água.
Afastando-se da c idade do Rio de Janei ro , nota-se a presença
de munic íp ios com dominância de poços ar tes ianos e mesmo, nas
áreas mais carentes, domicí l ios que ut i l izam água de b icas co le t ivas
e/ou de v iz inhos (Mapa 1) . Mar icá, Mage, Guapimir im, I taboraí e
Tanguá foram urbanizados somente nos anos 80-90, a t ravés do
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 200714
Histór ia soc ia l da metrópole: aconf iguração espacia l des igual do saneamento bás ico
pa rce lamen to de á reas ru ra i s e l o teamen tos popu la res , que
poss ib i l i taram a mobi l idade da população mais pobre. 
Mapa 1
O mapa 2, re ferente à metrópole de São Paulo, apresenta
conf iguração espacia l semelhante à do Rio de Janei ro . A rede gera l
de água é dominante no munic íp io-núc leo e nas ad jacênc ias, e ,
quanto mais d is tante do núc leo, mais acentuada é a presença de
domicí l ios que ut i l izam poços ar tes ianos e out ras formas precár ias de
acesso a esse recurso. São Pau lo , coração da met rópo le mais
impor tante da Amér ica Lat ina, com cerca de 3.000.000 domicí l ios , em
2000, tem predominância de acesso à rede gera l de água, havendo
também as redes i legais conectadas à rede gera l . Em munic íp ios
mui to per i fér icos, como Mair iporã, Santa Isabel , Guararema, B i r i t iba-
Mir im, Salesopól is e Bambu-Guaçu, é express iva a proporção de
domicí l ios que ut i l izam poços, r ios ou nascentes.
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 2007 15
Cat ia Antonia da S i lva
Mapa 2
O mesmo processo des igual de dotação de in f ra-est ru tura de
água ocorre na reg ião e co lar metropol i tano de Belo Hor izonte e na
Ride do Dis t r i to Federa l .
Be lo Ho r i zon te , t e r ce i ra c i dade ma is popu losa do B ras i l ,
concentra domicí l ios l igados à rede gera l de água, mas, quanto mais
d is tantes da c idade-núc leo, os munic íp ios ut i l i zam poços ar tes ianos
ou nascentes ou têm acesso mais precár io ao recurso h ídr ico ,
conforme Mapa 3. Ent re os munic íp ios em que predominam domicí l ios
com rede gera l de abastec imento de água estão Belo Hor izonte,
Bet im, Contagem, Lagoa Santa, Nova L ima e Pedro Leopoldo, que
fazem pa r te da reg ião me t ropo l i tana e t i ve ram inves t imen tos
his tór icos de expansão da rede de abastec imento de água, l igados
aos processos de indust r ia l ização e urbanização pós-anos 60. I taúna,
por sua vez, faz par te do co lar metropol i tano, área de expansão da
metrópole com notáveis invest imentos em in f ra-est ru tura. 
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 200716
Histór ia soc ia l da metrópole: a conf iguração espacia l des igual do saneamento bás ico
Dentre os munic íp ios com presença impor tante de domicí l ios que
ut i l izam poços ou nascentes sem nenhuma forma de t ra tamento,
destacam-se Bonf im, Jabot icatubas, Moeda, Joaquim das Bicas e
Taqua raçu de M inas . São domic í l i os pe r i f é r i cos da reg ião
metropol i tana, e mui tos do co lar metropol i tano. Isso mostra que a
rede de saneamento não acompanha a expansão demográf ica. Par te
desses munic íp ios vem de uma conf iguração rura l mui to recente, mas
tem d inâmica popu lac iona l i n teg rada às re lações soc ia i s
marcadamente urbanas.
No espaço de conurbação de Brasí l ia , são v is íve is as formas
desiguais de acesso ao abastec imento de água. 
A Ride do Dis t r i to Federa l , c r iada em 1998 pelo governo federa l ,
abrange munic íp ios de do is Estados da federação: Minas Gera is e
Go iás , a l ém do DF. Po r se r ag lomeração me t ropo l i tana , é
cons ide rada , do pon to de v i s ta l ega l , Reg ião In teg rada de
Desenvolv imento do Dis t r i to Federa l (SILVA, 2004) . No que se re fere
ao abastec imento de água, conforme Mapa 4, predominam domicí l ios
l igados à rede gera l de água, f ru to dos invest imentos fe i tos na época
da const rução de Brasí l ia . Par te desse acesso é i lega l , como ocorre
no Rio de Janei ro . 
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 2007 17
Cat ia Antonia da S i lva
Mapa 3
Mapa 4
Nos vár ios munic íp ios de Goiás, destaca-se o uso de poço ou
nascente, como em Corumbá de Goiás e Mimoso de Goiás, o que
ind i ca a t endênc ia de concen t ração dos i nves t imen tos nos
munic íp ios-a lvo de indust r ia l ização e urbanização, processos que
v isavam a t ransformar o Bras i l rura l a t rasado num país indust r ia l
moderno (SILVA, 2002) . A conf iguração espacia l expressa for temente
uma modern ização se le t iva e exc ludente, concentrada espacia lmente,
apesar do impor tante papel dos médicos sani tar is tas no t ra tamento da
água e na insta lação da rede gera l de água pelas companhias de
abastec imento em todo o Bras i l . 
Em termos in ternac ionais , é a l ta a qual idade da água t ra tada e
env iada pe las redes gera is de abastec imento, dados os invest imentos
químicos e b ioquímicos, o que demonstra como são grandes as
desigualdades soc ia is ent re aqueles que têm acesso legal à rede e
aque les que es tão fo ra da rede gera l e que u t i l i zam poços e
nascentes em áreas de adensamento urbano, com for te contaminação
dos lençóis f reát icos pe lo esgoto. 
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 200718
Histór ia soc ia l da metrópole: a conf iguração espacia l des igual do saneamento bás ico
Esgotamento sanitár io e exclusão social : acirramento
da vida colet iva
Anal isada sob o pr isma do acesso à rede gera l de esgotamento
sani tár io , a prob lemát ica da exc lusão soc ia l torna-se mais gr i tante.
Os i r r isór ios invest imentos em saneamento bás ico pe los governos
estadua is , mun ic ipa is e federa is são, mui tas vezes, fe i tos para
sa t i s faze r ma is aos i n te resses empresa r i a i s de esca la g loba l
(SOUZA, 2003) do que os soc ia is . 
A lém d isso, uma verdadei ra implementação e consol idação da
expansão do saneamen to p ressupõem g randes i nves t imen tos
cont ínuos. Ass im, os dados do Censo Demográf ico do IBGE de 2000
não estão superados. Para o IBGE, o acesso à insta lação sani tár ia se
faz de t rês formas: 1 . rede gera l de esgoto, que capta esgoto or iundo
de domicí l ios permanentes; 2 . domicí l ios com banhei ro , mas fora da
rede gera l , o que pode ind icar a ex is tênc ia de fossas assépt icas,
sumidouros ou não, jogando-se o esgoto nos r ios ou nas encostas; 3 .
domic í l ios sem banhe i ros ou san i tá r ios , o que s ign i f i ca que os
resíduos orgânicos só l idos e l íqu idos são postos d i re tamente nos r ios
ou nas encostas. Sobre a def in ição de rede gera l de esgoto, há do is
fa tos: a) na maior ia das vezes, a rede de esgoto é at re lada à ca ixa de
esgoto e este à rede f luv ia l , o que s ign i f ica que os det r i tos orgânicos
são jogados nos r ios e nos mares sem t ra tamento adequado. Por isso
é pro ib ido o banho nas pra ias do Rio de Janei ro após for tes chuvas,
dev ido ao grande apor te de esgoto no mar. b) No momento da co le ta
de dados, o recenseador é or ientado a o lhar se a rua é asfa l tada e a
reg is t rar a ex is tênc ia dos domicí l ios l igados à rede gera l de esgoto.
O o lhar do pesquisador na logís t ica da rua é, ass im, o que def ine a
rede gera l da insta lação sani tár ia no Bras i l . A lém d isso, a rede gera l
sani tár ia está mui tas vezes l igada d i re tamente à rede p luv ia l , por sua
vez conectada ao r io ou/e mar, o que s ign i f ica apor te de esgoto
chegando ao mar com t ra tamento pouco adequado.
A fa l ta de rede gera l de esgoto e/ou a fa l ta de conexão com os
domicí l ios comprometem o meio ambiente urbano, os r ios , os mares,
oceanos e lençóis f reát icos, causando a propagação de doenças. O
esgo tamen to não teve p ro je tos de de fesa do me io amb ien te ,
d i ferentemente do t ra tamento da água, que teve pro je tos impor tantes
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 2007 19
Cat ia Antonia da S i lva
propostos por sani tar is tas, desde o in íc iodo século XIX. A lém d isso,
t ra ta-se de um modelo implementado anter iormente ao debate po l í t ico
susc i tado pe los movimentos soc ia is de defesa da natureza. 
Ao observarmos a conf iguração espacia l do esgotamento nas
metrópoles em anál ise, é notável a semelhança ent re os seus padrões
de segregação soc ioespacia l . Na Ride de Brasí l ia (Mapa 5) , é mui to
d iscrepante a des igualdade de acesso à rede de esgoto. Somente
Brasí l ia e Unaí têm domicí l ios com predomín io na rede gera l . A
grande maior ia es tá fora dessa rede, o que s ign i f ica ter fossa
assépt ica ou não (os dados do IBGE não esc larecem), podendo os
resíduos serem jogados nos r ios e nas encostas. No entanto, maior é
a des igualdade quando se ver i f ica que há munic íp ios com domicí l ios
sem banhei ros ou sani tár ios, como Pi renopól is , Cocalz inho de Goiás,
Mimoso de Goiás e Vi la Boa.
Mapa 5
Na reg ião metropol i tana e co lar metropol i tano de Belo Hor izonte,
é v is íve l o acesso des igual às insta lações sani tár ias. Dos 628.447
domicí l ios ex is tentes em Belo Hor izonte em 2000, grande par te tem
acesso à rede gera l de esgoto sani tár io , ass im como Bet im, Sete
Lagoas, Santa Luz ia , Sabará, Nova L ima e I taúna, munic íp ios que
também se destacaram pela presença de res idênc ias na rede gera l de
água (Mapa 6) . 
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 200720
Histór ia soc ia l da metrópole: a conf iguração espacia l des igual do saneamento bás ico
Mapa 6
No entanto, nos munic íp ios mais per i fér icos da reg ião e do co lar
metropol i tanos é express ivo o número de domicí l ios fora da rede
gera l de esgoto e sem banhei ro (Bet im, Bald im, Ribe i rão das Neves,
Sabará, Santa Luz ia , Contagem, Esmera ldas, dent re out ros) . São, em
gera l , munic íp ios poucos populosos, com centenas de domicí l ios e
onde se destacam paisagens rura is , mas cu ja população exper imenta
a v ida metropol i tana no acesso ao t rabalho urbano e no uso de
equipamentos e serv iços de out ros munic íp ios da reg ião, como São
José da Varg inha, Vespasiano, Ib i r i té , For tuna de Minas e Funi lândia.
O padrão des igual de acesso ao esgotamento sani tár io repete-se
nas metrópoles em que o país mais investe: São Paulo e Rio de
Janei ro (Mapas 7 e 8) .
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 2007 21
Cat ia Antonia da S i lva
Mapa 7
Mapa 8
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 200722
Histór ia soc ia l da metrópole: a conf iguração espacia l des igual do saneamento bás ico
Assim como Belo Hor izonte e Brasí l ia , essas duas capi ta is
recebe ram h i s to r i camen te recu rsos púb l i cos e p r i vados pa ra
consol idar o padrão de indust r ia l ização bras i le i ro . O saneamento
básico aparece nos munic íp ios-núc leo das metrópoles de São Paulo e
Rio de Janei ro , destacando-se o acentuado processo de insta lação
sani tár ia em Ni teró i , cap i ta l f luminense (RJ) a té in íc io dos anos 1970,
São Paulo capi ta l e ABCD paul is ta (munic íp ios de Santo André, São
Berna rdo , São Cae tano e D iadema) , á reas h i s tó r i cas de
desenvolv imento indust r ia l e estata l . Nas áreas mais per i fér icas das
duas metrópoles, destaca-se o padrão de domicí l ios com banhei ro ,
mas fora da rede gera l . Quanto mais d is tante da c idade-núc leo, maior
é a proporção destes. 
Em todas as metrópoles em estudo ex is tem res idênc ias com
banhei ro fora da rede gera l e sem banhei ros, sobretudo nas fave las
loca l i zadas em luga res h i s tó r i cos poucos a t ra t i vos ao cap i ta l
imobi l iár io – encostas e be i ras de r ios .
É at ravés da geograf ia que se pode mapear a exc lusão soc ia l e
a compreende r as f o rmas des igua i s de i nves t imen to pa ra a
modern ização b ras i l e i ra . O t ra tamento ana l í t i co do saneamento
bás i co em con tex tos me t ropo l i tanos é f undamen ta l pa ra a
ident i f icação de r iscos de enchente, desmoronamento e des l izamento
de encostas, bem como de pro l i feração de doenças decorrentes do
modelo des igual de insta lação sani tár ia no país . Esses prob lemas
não podem ser t ra tados setor ia lmente ou pe lo d iscurso de que a cu lpa
é do morador. Na verdade, o saneamento bás ico é prob lemát ica
complexa e densa do ponto de v is ta dos invest imentos e das po l í t icas
públ icas, dev ido à sua inv is ib i l idade d iante do poder públ ico. 
Na busca da compreensão metodológ ica da h is tór ia soc ia l da
met rópo le , pa r t i u -se do levan tamento da con f igu ração espac ia l ,
t rad ic iona lmente obt ida na geogra f ia pe la aná l ise das fo rmas e
est ru turas urbanas (SANTOS, 1993, 1986, 1998, 1984) . Mi l ton Santos
(2001, p . 21) f r i sa que p rocessos de recons t rução para le la da
soc iedade e do ter r i tór io podem ser entendidos a par t i r da categor ia
de formação soc ioespacia l , ou se ja , do espaço como ter r i tór io usado,
onde se expressam os usos co le t ivos e os conf l i tos .
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 2007 23
Cat ia Antonia da S i lva
O uso do te r r i t ó r i o pode se r de f i n i do pe la
imp lan tação de i n f ra -es t ru tu ra , pa ra a qua l
estamos ut i l izando a denominação de s is temas
de engenhar ia , mas também pelo d inamismo da
economia e da soc iedade. São os movimentos da
popu lação , a d i s t r i bu i ção da ag r i cu l t u ra , da
indúst r ia e dos serv iços, o arcabouço normat ivo,
inc lu ídas a leg is lação c iv i l , f isca l e f inancei ras,
que juntamente com o a lcance e a extensão da
c idadan ia , con f i gu ram as funções do novo
espaço geográf ico. (SANTOS; SILVEIRA, 2001,
p. 21) 
A busca me todo lóg i ca do i ns t rumen to t empora l pa ra a
ident i f icação da h is tór ia soc ia l da metrópole impl ica a anál ise de
p rocessos soc ia i s como p ro je tos em con f l i t o , p ro je tos que se
tornaram ações dominantes, a re lação dos Estados, economia e
soc iedade com p ro je tos nac iona i s e i deá r i os i n te rnac iona i s . A
per iod ização do ter r i tór io torna-se inst rumento fundamenta l para a
compreensão da gênese do quadro atua l de exc lusão soc ia l no Bras i l ,
como ens inam Santos e Si lve i ra :
A busca de uma pe r i od i zação do te r r i t ó r i o
bras i le i ro é um par t ido essencia l para um pro je to
ambic ioso: fazer fa lar a nação pelo ter r i tór io .
Ass im, como a economia fo i cons iderada como a
fa la pr iv i leg iada da nação por Celso Fur tado, o
povo por Darcy Ribe i ro e a cu l tura por F lorestan
Fernandes, pretendemos cons iderar o ter r i tór io
como a fa la pr iv i leg iada da nação. (SANTOS;
SILVEIRA, 2001, p . 27) 
Essa é uma est ra tég ia para a const rução anal í t ica da or igem da
exc lusão soc ia l . Apesar da modern ização bras i le i ra , as des igualdades
soc ioespac ia i s acen tuam-se cada vez ma is nos con tex tos
metropol i tanos (FIX, 2001; RIBEIRO, 1996; RIBEIRO; SILVA; VIEIRA,
1998) . 
Pode-se propor a saída in termetropol i tana, na escala nac ional ,
para a compreensão do Rio de Janei ro na escala in t rametropol i tana,
apesar de a metropol ização e urbanização bras i le i ras fornecerem
processos semelhantes à conformação gera l das metrópoles. As
me t rópo les b ras i l e i r as possuem seme lhanças espac ia i s e
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 200724
Histór ia soc ia l da metrópole: a conf iguração espacia l des igual do saneamento bás ico
compar t i l ham tendênc ias ge ra i s , h i s tó r i cas e p resen tes , o que
permi te o exerc íc iodo método comparat ivo. Ao mesmo tempo, cada
metrópole tem suas par t icu lar idades loca is , f ru to das re lações ent re
poderes de escalas nac ionais , g lobais e loca is . Grande par te das
ações formadoras da ag lomeração urbana tem or igem nos pro je tos
nac ionais , in terag indo com in teresses e questões do âmbi to estadual ,
in t rametropol i tano e também loca l . 
His tór ia soc ia l da met rópo le : uma propos ição
metodológica para compreender o contexto do Rio de
Janeiro
A relação ent re espaço e Estado pode ser ava l iada por meio
das ações gove rnamen ta i s , do u rban ismo e das ob ras que se
pro je tam para o fu turo (SILVA, 2002; MARRAMAO, 1997) . Diversos
agen tes conso l i da ram esses p rocessos : cap i ta l imob i l i á r i o ,
mobi l idade urbana, capi ta l comerc ia l e indust r ia l , que condic ionam a
urbanização, espra iando o fenômeno urbano para a lém dos l imi tes
munic ipa is e dando forma à metropol ização. Lefebvre (2004) , Santos
(1993) e Soja (1993) , dent re out ros autores impor tantes para a
geograf ia , estudaram o papel do Estado na produção f ís ica, soc ia l e
s imbó l i ca do espaço , v i ab i l i zando p rocessos fu tu ros . Ob ras
governamenta is e in f ra-est ru tura bás ica de saneamento implantada
po r gove rnos es tadua i s e f ede ra i s pe rm i t i r am a expansão
metropol i tana do Rio de Janei ro , conformando a conurbação ent re os
munic íp ios que ho je formam essa metrópole.
É necessár io ident i f icar, pe la anál ise do espaço, processos e
ações passados que de te rm ina ram ações fu tu ras . Tra ta -se de
invest igar a ação do Estado na formação da metrópole e, ao mesmo
tempo, reconhecer essas ações como prát icas de co lon ização do
futuro, entendidas por Marramao (1997) como secular ização, que
s ign i f ica pro je tar, produz i r o fu turo e dar sent ido de t ranscendência à
ação (SILVA, 2002) . 
Ass im, do ponto de v is ta metodológ ico, busca-se na le i tura do
espaço ident i f icar as ações que de fa to a l teram o fu turo e as que
intenc ionam a secular ização, v isando a cont r ibu i r para o debate
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 2007 25
Cat ia Antonia da S i lva
epis temológico no campo da geograf ia e da h is tór ia ao pensar as
ações do Estado sobre o ter r i tór io , seus sent idos de imanência e de
t ranscendência. 
O Estado na const rução h is tór ico - te r r i to r ia l da
metrópole do Rio de Janeiro
Durante o século XX, o Estado do Rio de Janei ro fo i um espaço
pr iv i leg iado na mater ia l ização de grandes pro je tos governamenta is . A
ampl iação do por to do Rio e a aber tura da Avenida Centra l na re forma
urbana de Pere i ra Passos, à época da Repúbl ica Velha, fo i um grande
conjunto de obras que ocorreu somente na c idade do Rio (Dis t r i to
Federa l ) , tendo como objet ivo inser i r o Bras i l numa nova d iv isão
internac ional do t rabalho.
No per íodo do Estado Novo, fo i implantado o “Pro je to do Bras i l
urbano- indust r ia l ” e , na d i tadura mi l i tar, o “Pro je to do Bras i l Potênc ia”
( indust r ia l , bé l ica e autônoma). Invest imentos federa is permi t i ram a
ins ta lação de g randes es t ru tu ras pa ra se rv i r de a l i ce rce ao
desenvolv imento do país in te i ro e não somente do Estado de Rio de
Janei ro .
Governo Vargas na construção da metrópole: o projeto
pol í t ico e ideológico do Brasi l urbano- industr ia l
O gove rno Va rgas ca rac te r i zou -se pe lo desenvo l v imen to
indust r ia l , nac iona l ismo, d i r ig ismo es ta ta l e aprox imação com o
capi ta l est rangei ro . Concebia o desenvolv imento como resul tante da
ar t icu lação de um t r ipé: empresa públ ica, empresa pr ivada nac ional e
cap i ta l i n te rnac iona l . Ass im , apos tando na subs t i t u i ção de
impor tações, Vargas consol ida o pro je to do Bras i l urbano- indust r ia l ,
compar t i lhado com setores da e l i te bras i le i ra .
A indust r ia l ização assume um papel cent ra l na organização
econômica do país e se concentra ter r i tor ia lmente nos Estados de
São Pau lo , R io de Jane i ro e M inas Gera is . É nesse con tex to
h is tór ico-po l í t ico que se forma a metrópole do Rio de Janei ro , a par t i r
dos anos 40, mediante apoio às prefe i turas na implementação de
saneamento bás ico, cr iação de est radas de rodagem e do parque
indust r ia l . 
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 200726
Histór ia soc ia l da metrópole: a conf iguração espacia l des igual do saneamento bás ico
No pr imei ro momento da formação da metrópole f luminense,
concebeu-se a base urbana de sustentação do pro je to , um tec ido
urbano- indust r ia l que fosse a lém da c idade cent ra l /cap i ta l e pudesse
abr igar a mão-de-obra operár ia . Foram fe i tas obras de saneamento
na Baixada, est radas de rodagem e de fer ro . Incent ivos foram dados
aos grandes lo teamentos populares, à tar i fa ún ica dos t rens e às
indús t r ias . Expand iu -se o tec ido u rbano na Ba ixada e em São
Gonçalo.2 A preocupação com a in f ra-est ru tura sani tár ia assoc iava-
se aos i n te resses de imp lemen tação e conso l i dação da
indust r ia l ização e à implantação de res idênc ias para as c lasses
médias e a l tas.
Do ponto de v is ta da cr iação do parque indust r ia l bras i le i ro , a
metrópole do Rio de Janei ro ter ia papel est ra tég ico. Próx ima de São
Paulo e de Minas Gera is , e possuindo indúst r ias que remontam ao
século XIX, ter ia o papel de est ru turar o parque da indúst r ia de base
com a CSN (em Vol ta Redonda) , Pet robras (em Duque de Caxias) e
Álca l is (em Arra ia l do Cabo, então d is t r i to de Cabo Fr io) . Essas
indús t r i as fo ram es t ra teg icamente pos ic ionadas no te r r i t ó r i o do
ant igo Estado do Rio e não na c idade do Rio de Janei ro , com a
in tenção de promover uma expansão pol í t ico- ter r i tor ia l da c idade em
direção ao in ter ior, encampando o ter r i tór io f luminense, tanto para a
rea l ização do pro je to de desenvolv imento indust r ia l nac ional , como
para fazer f rente po l í t ica aos Estados de Minas Gera is e São Paulo.
Essas grandes est ru turas, fundamenta is para cumpr i r os ob je t ivos a
e las dest inados, permanecem até ho je em func ionamento.3
Na perspect iva das ações governamenta is estaduais , o governo
Chagas Fre i tas, a t ravés da Cedag (cr iada sob o governo Vargas nos
anos 40) , recuperou, em 1967, a adutora do Guandu, que operava à
meia vazão dev ido ao desabamento no túnel sob pressão Guandu-
Lameirão. Para recuperar o t recho avar iado, fo i necessár io const ru i r
um by-pass – a l inha de super f íc ie Guandu-Lameirão, com 13 km de
extensão e 1,75 m de d iâmetro. A lém d isso, fo i implantada a Nova
Elevatór ia do Al to Recalque do Guandu, passando a produção do
s is tema Guandu de 12 m³/s para 24 m³/s . E fo i implementado o
s is tema de f luoretação de água do Guandu, p ionei ro no Bras i l .4
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 2007 27
Cat ia Antonia da S i lva
Nova Estação de Tratamento de Água do Guandú - 40 m3/s
Fonte: Engenhar ia Emi l io Ibrah im. Memór ias.
ht tp : / /www.emi l io ibra im.eng.br /guandu.shtml , 2006
Em 1982, fo i const ru ída uma nova estação
de t ra tamento de água do Guandu, com
capacidade de 16 m³/segundo. Depois de
ma is um con jun to de ob ras , o s i s tema
Guandu passou a ope ra r com sua
capacidade p lena de adução, is to é , 40
m³ / s . Ho je , essa capac idade es tá em
45m³/s . As seguintes obras completaram o
s is tema in tegrado de abastec imento do munic íp iodo R io de
Janei ro-Baixada F luminense: mais c inco conjuntos motor-bomba
de 2,5 m³/s e 700 HP, idênt icos aos doze já ex is tentes; quar ta
adutora de água bruta, em aço, com 2.500 mm de d iâmetro e cerca
de 3 .000 m de compr imen to ; r emane jamen to das t rês j á
ex is tentes; reca lque de água t ra tada do Guandu com a insta lação
de c inco con jun tos motor -bomba de 1m³ /s e 1800 HP cada;
reservatór io do Marapicu com capacidade de 20 mi lhões de l i t ros.5
Adutora da Baixada Fluminense
Fonte: Engenhar ia Emi l io Ibrah im. Memór ias.
ht tp : / /www.emi l io ibra im.eng.br /guandu.shtml , 2006
A adutora da Baixada F luminense, const ru ída nos anos 90,
percorre 45 km de tubulações com d iâmetros que var iam ent re 0 ,8 m
e 2 m, e uma capacidade para t ranspor tar 518.400 mi lhões l i t ros de
água por d ia (6 m³/s) . No seu complexo, foram const ru ídos 103 km de
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 200728
Histór ia soc ia l da metrópole: a conf iguração espacia l des igual do saneamento bás ico
subadutoras e se is reservatór ios com capacidade to ta l de 10.500
mi lhões l i t ros. Também foram const ru ídas a subadutora da Barra da
Ti juca, de Urucu ia-Juramento ( reg ião da Leopo ld ina) e d iversas
outras subadutoras para re forçar a d is t r ibu ição da água pela c idade
do Rio de Janei ro : Jacarepaguá, Ipanema, Leb lon, Copacabana,
Centro da c idade e I lha do Governador. Fo i const ru ído o s is tema de
abastec imento de água de Teresópol is e rea l izados melhoramentos
nos s is temas de São F idé l is , Pádua, São Gonçalo, Ni teró i , I taguaí ,
Macaé e Bom Jesus de I tabapoana.6
His tor icamente, o debate e a lu ta soc ia l pe la implementação de
s is tema de água com qual idade resu l taram em grandes invest imentos
no s is tema de abas tec imento de água , em de t r imento da rede
sani tár ia , apesar de o pagamento do saneamento bás ico à Cedae
englobar o abastec imento de água e o esgoto. 
Considerações f inais
Compreender a exc lusão soc ia l por meio da or ientação metodológ ica
da h is tór ia soc ia l do ter r i tór io fo i o ob je t ivo cent ra l deste ensaio.
Espaço bana l , d i spu tado po r d i f e ren tes i n te resses e usos , a
i den t i f i cação do te r r i t ó r i o me t ropo l i tano to rnou -se chave pa ra
conhecer a prob lemát ica da exc lusão soc ia l . As metrópoles são o
somatór io de in tenções, pro je tos e redes técn icas h is tor icamente
const ru ídas e presentemente d isputadas. Expressam a modern idade
cap i ta l is ta e detêm tecno log ias de ponta , abr igando, ao mesmo
tempo, os mais pobres. Relac ionar metrópole e saneamento s ign i f ica
descobr i r que a insta lação da rede sani tár ia é re ferênc ia técn ica e
soc ia l fundamenta l , po is faz par te do un iverso de redes técn icas que
qual i f icam o espaço metropol i tano, juntamente com out ras redes de
in f ra -es t ru tu ra que ga ran tem o exerc íc io econômico (comerc ia l ,
indust r ia l ) , po l í t ico (as promessas de acesso à r iqueza) e soc ia l
(a f ina l , a v ida co le t iva cr ia e recr ia est ra tég ias de uso do ter r i tór io) .
A poss ib i l i dade de supe ração da exc lusão soc ia l p ressupõe a
al teração do sent ido de secular ização (co lon ização do fu turo) e a
compreensão de processos espac ia is p resentes , a r t i cu lados aos
pro je tos e ideár ios de or igens pretér i tas e por tadores de va lores e
escolhas que a inda permanecem.
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 2007 29
Cat ia Antonia da S i lva
Abstract
The prob lem of soc ia l exc lus ion is w ide ly re f lec ted in
Braz i l , and one recognizes the complex i ty o f i ts nature, as
wel l as the d i f f icu l ty o f overcoming i t . In understanding the
exc lus ion brought about by modern izat ion and the d i f ferent
forms of access to urban in f rast ructure in the Braz i l ian met-
ropol i tan areas, one rea l izes how far the issues of soc ia l
exc lus ion and the t reatment o f nature have been neglected
in bas ic sani ta t ion investment pro jects in the country. Th is
ar t ic le a ims to present a p ic ture of the conf igurat ion of the
water supply and sewage in f rast ructure, compar ing some
Braz i l ian c i t ies such as São Paulo, Rio de Janei ro , Belo
Hor izonte and Brasí l ia , estab l ish ing a connect ion wi th the
ideolog ies and pro jects that des igned such d i f ferent sani ta-
t ion models . 
Key words : Braz i l ian modern iza t ion ; Met ropo l is ; San i ta t ion ;
Urban h is tory ; Soc ia l exc lus ion.
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cuest iones, concepto y va lores. Buenos Ai res: Clacso, 2000. p . 193-
213
1 No recenseamento pergunta-se ao morador se tem acesso à rede
gera l de água. Em mui tos casos e le conf i rma, mas não d iz que o
acesso é i lega l . Em out ros casos, o domicí l io de fa to l igado à rede
gera l legal pode se tornar re ferênc ia na amostragem a leatór ia para
aquela rua ou quadra.
2 GV c 1950.12.22/2. Car ta de Ernâni do Amara l Peixoto a Getú l io
Vargas comunicando que v ia jar ia à Europa para descansar e reso lver
prob lemas de t ranspor te do Estado do Rio. Relata seus contatos com
Dutra, Canrober t e Ismael Cavalcant i , in forma que cont inuam as
negociações para insta lação de uma ref inar ia em Ni teró i e que Regis
Bi t tencour t e Saturn ino Braga não t iveram par t ic ipação no caso de
corrupção na const rução da Rio-São Paulo. Sol ic i ta que Getú l io não
esqueça das pretensões do Estado do Rio de Janei ro . Rio de Janei ro ,
22/10/1950. Nota de Álvaro Pere i ra de Sousa L ima a Getú l io Vargas
comunicando que homologara a reso lução do Conselho Rodoviár io
Nacional a l terando o orçamento do DNER para o ano de 1952. Rio de
Janei ro , GV c 1952.11.13. Te legrama de Eur ico de Sousa Gomes F i lho
a Getú l io Vargas comunicando a ass inatura de emprést imo do BNDE,
dest inado às obras de remodelação e reapare lhamento da Centra l do
Bras i l . R io de Janei ro , 13/11/1952.
3 A CSN e a Á lca l i s fo ram pr iva t i zadas e rees t ru tu radas , com
enxugamen to do quad ro de t raba lhado res e modern i zação dos
equipamentos.
4 Engenha r i a Emí l i o I b rah im . Memór ias .
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5 Engenha r i a Emí l i o I b rah im . Memór ias .
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. 
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Histór ia soc ia l da metrópole: a conf iguração espacia l des igual do saneamento bás ico
Caderno de Geograf ia - Belo Horizonte - V.16 - Nº .26 - 2007 33
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