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2º Bimestre - Unidade 2.4 Por que ser Ético? Filosofia e Ética Analuce Danda Coelho Medeiros e Nicolau Steibel M488 Medeiros, Analuce Danda Coelho. Filosofia e ética [recurso eletrônico] / Analuce Danda Coelho Medeiros, Nicolau Steibel. - Curitiba: UTP, 2013. 180 p. ISBN 978-85-7968-045-8 ISBN 978-85-7968-044-1 - Disponível em: http://ead.utp.edu.br 1. Filosofia. 2. Ética. 3. Teoria axiológica. I. Medeiros, Analuce Danda Coelho. II. Steibel, Nicolau. III.Título. CDD – 170.8 Material de uso didático. Reitoria Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitoria de Planejamento e Avaliação Afonso Celso Rangel dos Santos Pró-Reitoria Administrativa Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitoria Acadêmica Carmen Luiza da Silva Divisão Acadêmica Marlei Gomes da Silva Malinoski Divisão Pedagógica Analuce Barbosa Coelho Medeiros Margaret Maria Schroeder Divisão Tecnológica Flávio Taniguchi Haydée Silva Guibor Neilor Pereira Stockler Junior Projeto Gráfico Neilor Pereira Stockler Junior Editoração Eletrônica Haydée Silva Guibor Todos os direitos desta edição reservados à Universidade Tuiuti do Paraná. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida e transmitida sem prévia autorização. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca “Sydnei Antonio Rangel Santos” Universidade Tuiuti do Paraná 3 NOTAS SOBRE OS AUTORES Analuce Danda Coelho Medeiros Possui graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Tuiuti do Paraná (1997), graduação em Direito pela Universidade Tuiuti do Paraná (1999) e mestrado em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná (2006). Atualmente é professor adjunto da Universidade Tuiuti do Paraná. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Jornalismo, atuando principalmente nos seguintes temas: elaboração de textos, ética, propaganda, legislação do radialismo, legislação publicitária e propaganda abusiva. Nicolau Steibel Possui graduação em Psicologia Clínica pela Universidade Tuiuti do Paraná (1991) e mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (1999). Atualmente é adjunto da Universidade Tuiuti do Paraná. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Evolucionista, atuando principalmente nos seguintes temas: ética, pesquisas científicas, antropologia da saúde e psicologia dos relacionamentos amorosos. 4 Citação Referencial Destaque Dica do Professor Explicação do Professor Material On-Line Para Reflexão ORIENTAÇÃO PARA LEITURA 5 APRESENTAÇÃO Educação a Distância Instrumentalizando e Otimizando a Extensão A educação à distância, EAD tem sido tema da agenda de inúmeras organizações (acadêmicas, sociais e políticas), em virtude do seu impacto em todas as dimensões do homem moderno. Bem mais do que meras discussões em relação à importância, aos desafios e a própria história do tema, iniciativas concretas e projetos com abrangência internacional, nacional, regional e local estão sendo executada. Desta forma a EAD deixa de ser apenas um tópico nas discussões para adquirir forma e consistência no cenário em foco nem crescimento exponencial. O crescimento da EAD na extensão se faz mais forte graças ao e-learning, o qual conta com o apoio das redes de comunicação, em especial, a internet, que está a alavancar, a desenvolver e transformar o modelo educacional vigente a desafiar professores, técnicos e alunos a desempenharem novos papéis diante das necessidades de uma prática pedagógica, a qual se encontra em fase de descoberta e de estruturação. A operacionalização da EAD na extensão tem sido observada em todo o mundo em especial no Brasil, principalmente nos cursos de Extensão Universitária os quais são voltados, preferencialmente, para os acadêmicos de qualquer curso de graduação que queiram aprofundar os conhecimentos já adquiridos em sala de aula ou, que desejam ampliar seu foco de estudos, possibilitando assim, uma aproximação maior com o cenário profissional futuro, além de contribuir para aquisição de novos conhecimentos, a EAD na extensão pode ser usada pela Instituição para atender percentual exigido pelo currículo no tocante a questão Atividade Complementar. No referente a educação continuada ela visa capacitar quadros e atender as exigências do mercado de massa crítica qualificada. Além destes aspectos positivos a EAD aplicada à extensão apresenta inúmeras vantagens, entre estas se nomina: o fomento da educação continuada, o novo conceito de sala de aula, de professor e de aluno, a perspectiva política e social desta modalidade educativa, vez que além de democratizar o acesso ao mundo do ensino, capacita o trabalhador, permitindo ao mesmo que se mantenha ou adentre no mercado de trabalho. 6 Destaca-se ainda, a flexibilidade da legislação no tocante à sua execução, vez que pode ser executada,sem o preconizado pelas Portarias e Decretos Regulatórios tais como o Decreto 5622, e a Portaria 2/2007, editada pelo Ministério da Educação, a qual segundo o próprio Secretário e muito restritiva no concemente à criação dos pólos e a exigê ncia de avaliações presenciais. Estas vantagens talvez sejam responsáveis pela proliferação de cursos de extensão na modalidade de educação a distância, capacitando recursos humanos, investindo em novas tecnologias e pesquisas que, certamente, proporcionarão à comunidade uma participação ativa no processo, ocupando oportunidades de trabalho e adquirindo condições para formação continuada e aprendizado por toda vida. No entanto, é preciso destacar que, para que os cursos de extensão na modalidade EAD tenham o sucesso esperado é necessário que a Instituição alie a vontade política à pedagógica, ou que implica que a Instituição assegure uma infra-estrutura tecnológica, pedagógica e administrativa de qualidade; é necessário que haja um bom gestor deste sistema, com competência para assegurar que integração do ensino com a pesquisa e com a extensão, seja mediada pelas tecnologias de comunicação e de informação; é preciso que haja um Planejamento Estratégico que unifique os demais tipos de planejamento e garanta a participação de todos, bem como um fluxo comunicacional multidirecional de qualidade. A EAD deve oportunizar a reescrita da história institucional e a manutenção de sua memória, além de possibilitar o fomento do e-learning na instituição, o qual possibilitará por sua vez a abertura de novas parcerias com empresas e serviços regionais, nacionais e internacionais. Pelo exposto pode se constatar que a educação a distância representa indiscutivelmente um dos temas atuais da sociedade globalizada, sendo objeto de interesse da empresa, do Estado e alvo de incentivos materiais e financeiros para projetos inovadores, os quais por sua vez representam excelentes oportunidades de trabalho e aprendizado. Pró-Reitoria de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão 7 SUMÁRIO Unidade 2.4 POR QUE SER ÉTICO? INTRODUÇÃO AO ESTUDO ........................................................ OBJETIVOS DO ESTUDO ............................................................ PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................... CONCEITUAÇÃO DO TEMA ........................................................ Ética Prática .................................................................................. Responsabilidade Ética ................................................................. Determinismo e Liberdade ............................................................ Igualdade na Ética ........................................................................ Qual a Necessidade de Estudarmos Ética? .................................. Por Que Devemos Agir Eticamente?............................................. SISTEMATIZANDO .......................................................................REFERÊNCIAS ............................................................................. 8 9 10 11 11 14 15 18 19 21 26 27 8 INTRODUÇÃO AO ESTUDO Neste capítulo, será finalizada a disciplina de Filosofia e Ética, sem entretanto ter-se a pretensão de esgotar o assunto, será abordado o por quê é necessário ser uma pessoa ética. Ainda, por que estudar Ética na graduação? Pretende-se levar o acadêmico à reflexão de seus atos presentes e futuros, a fim de poderem trilhar seus caminhos de acordo com sua própria ética e, quem sabe, alcançarem a felicidade. 9 OBJETIVOS DO ESTUDO Conduzir o leitor à reflexão, a partir de conceitos como liberdade e determinismo, da importância do pensar e repensar suas atitudes a fim de perseguir uma Ética verdadeira. 10 PROBLEMATIZAÇÃO É possível encontrar a felicidade através da Ética? 11 CONCEITUAÇÃO DO TEMA Ética Prática Nessa última unidade do curso, é preciso ampliarmos o conceito de Ética estudado na primeira unidade, pois a ética não tem como tarefa apenas o esclarecimento e a fundamentação do fenômeno da moralidade, mas também a aplicação de suas descobertas aos diferentes âmbitos da vida social e pessoal. E, nos tempos atuais, o conhecimento que precisamos para decidir o que pode ser o melhor para o maior número de pessoas de todo o planeta, só pode ser conseguido através de um exaustivo estudo interdisciplinar. Precisamos aprender com os especialistas de cada área quais os princípios e valores que devem ser aplicados nos diferentes contextos. Sempre que precisarmos tomar uma decisão ética, além de sermos livres e conscientes (pelo menos num certo grau), deveremos usar nossa razão para fazermos a melhor escolha de ação num determinado espaço/tempo (num determinado local e época), e com isso nos responsabilizarmos pela nossa tomada de decisão. Isso já explica porque a Ética Prática não pode ser feita por outros (além de nós mesmo) ou estar escrita (como normas a serem seguidas) para que as consultemos. Somos nós que devemos nos tornar livres para então assumirmos a responsabilidade sobre nossas escolhas, sobre a melhor forma de tomar uma decisão de como agir frente 12 a uma escolha que envolva outro ser. O que não significa que também não deva me responsabilizar pelas ações que envolvam apenas a mim. O “fazer ética” também implica em tomarmos algumas decisões, como por exemplo, escolhermos que tipo de ética praticaremos! Já vimos que a ética religiosa, mesmo sendo eficaz para muitos, não é a mais apropriada para profissionais da ciência de uma forma geral. E a ética filosófica? Aquela que através do método filosófico deduz o melhor a ser praticado? Em 1750, David Hume provou que através do método filosófico não é possível fazermos ética, pois não podemos deduzir logicamente de algo que “É” (um juízo factual) algo que “DEVE SER” (um juízo normativo). Duzentos anos depois (1950), Moore reforçou o argumento de Hume com a sua famosa “falácia naturalista” que diz que não se pode definir uma propriedade não natural (Ética), como o Bom, por meio de propriedades naturais (o não ético). Logo, não podemos passar logicamente de um “É” para um “DEVE SER”, ou seja, é falsa a premissa que diz que, por exemplo: se Pedro é alto e Pedro é homem. Logo, todo homem deve ser alto. Assim, ao aceitarmos que não podemos incorrer na “falácia naturalista”, ficamos livres para criar uma ética feita pelos homens e para os homens, tirando-a de um mundo factual e colocando-a num mundo normativo (como um DEVER), algo artificial, como JUIZO FACTUAL registra uma propriedade objetiva (algo que lhe pertence naturalmente, sem implicar valor) por exemplo: quando dizemos “Pedro é alto” ou que a “mesa é grande”, coisas que podem ser comprovadas objetivamente. JUIZO DE VALOR é quando atribui-se ao objeto algo que tem valor (algo que não lhe pertence naturalmente) por exemplo: quando dizemos “Pedro é justo” ou “a mesa é dura”. 13 uma forma de regular e melhorar as relações humanas em nosso planeta. Pode acontecer que esse comportamento não se verifique na realidade e que alguns indivíduos até atuem em contradição a eles, mas isso não anula a validade da norma! Por exemplo: os comportamentos morais de uma determinada comunidade não podem justificar as normas que prescrevem tal comportamento. No caso de povos segregacionistas que consideram moralmente aceitável que se humilhe e maltrate povos de outras etnias, não podem ser aceitos como normas que “devem ser” válidas para o ser humano. Logo, é bom que o que se deve fazer (no caso, a ética prática) não possa ser justificada mediante aquilo que os indivíduos realmente fazem. Mas mesmo que a ética não possa ser derivada logicamente das mais diversas morais, é necessário que a ética as estude, compreenda e analise cada uma dessas morais para que possa pensar no que seria bom para todos ou, como podemos dizer, pensar numa “moral universal”, que já vimos que não existe pois seria a própria ética. Assim, se quisermos fazer uma ética prática, é muito importante que nos aprofundemos na reflexão sobre a moral, ou na Filosofia Moral, vista no capítulo 1.1. Além disso, é preciso pensar que a ética não é algo absoluto, sobre-humano ou atemporal, que existe em si ou por si, mas um produto humano que somente existe, vale e se justifica como nexo das relações. Podemos dizer que uma escolha ética se justifica se: a) For inseparável de certa necessidade social, ou seja, se não for feita de forma egoísta para mim mesmo ou para certos grupos ou indivíduos; b) Puder ser traduzida em atos concretos, ou seja, que trabalhe com “redução de danos” e não fique esperando que passe a existir determinadas condições reais para o seu cumprimento; c) Demonstrar a sua coerência (ou não contrariedade) com respeito às demais normas dos Princípios Éticos vigentes, impedindo que tomemos decisões arbitrárias ou caprichosas que entrariam em contradição com os interesses e necessidades da comunidade; 14 d) Apoiar-se nos conhecimentos proporcionados por várias ciências ou, pelo menos, que não entre em contradição com os conhecimentos científicos já aprovados; e) For um produto humano e, portanto, fizer parte de um processo histórico que é ascensional (que tenha um caráter relativo e transitório), ou seja, com o passar do tempo, algumas normas e/ou princípios desaparecem para sempre e outros subsistem, corrigidos ou já com conteúdo mais rico que só tendem a fazer parte de uma ética cada vez mais universal. Responsabilidade Ética Como já dissemos na primeira unidade: “não podemos dizer aos nossos clientes, enquanto profissionais, que não sabemos tudo sobre nossa função”. Claro que a ignorância pode nos desobrigar da responsabilidade, mas só se não tivermos a obrigação de conhecer. Por exemplo: quando tiro uma carteira de motorista tenho obrigação de saber tudo sobre como dirigir. Se numa curva fechada, numa serra com nevoeiro não vejo um caminhão parado, sem os farois acesos ou com a sinalização obrigatória para esses casos, e bato na sua traseira: sou responsável por isso. Não porque bati na traseira do caminhão apenas, como a maioria dos motoristas acreditam, mas porque numa condição dessas (serra e nevoeiro), eu deveria saber que Devemos fazer ética real, sem considerar aético certos comportamentos que, no presente momento, é o máximo que conseguimos fazer. Por exemplo: o ideal seria que não houvesse guerras, mas se um país precisar entrar em guerra com outro, o ideal é que os soldados inimigos fossem mantidos presos até o final do conflito, mas... se o país que prendeu estes soldados não tiver alimento suficiente nem para o seu povo, teremos de aceitar que estes soldados sejam mortos, mas nesse caso com uma morte rápida e digna, e assim por diante. Isso significa visarmos a solução mais ética, mas mesmo sem condições reais para o ideal, termos de aceitar, enquanto não há condições reais, o que chamamos de “reduçãode danos”. 15 o correto é andar numa velocidade tão baixa (caso não queira ou não possa, esperar o nevoeiro passar) que deveria poder frear e evitar a colisão, pois em vez deste acidente que culminou apenas em danos materiais, eu poderia ter atropelado uma pessoa ou um animal. Da mesma forma que, ao possuir uma carteira de motorista assumo toda a responsabilidade que este documento me concede, ao receber meu diploma de formatura, também não poderei alegar que “eu não sabia que...”, pois depois de formados, somos responsáveis por não saber o que devíamos saber. Determinismo e Liberdade Para que uma pessoa legitime os valores que possui é preciso que, além de pautar sua conduta por eles, faça-o sem controle externo, ou seja, que seja livre para exprimir este valor. É preciso que não haja coação externa e nem interna. Coação externa: é quando alguém ou algo nos obriga a agir sem que tenhamos escolha sobre nosso ato, como é o caso, por exemplo, quando alguém nos obriga a agir com uma arma apontada para a nossa cabeça (coação consciente do outro), ou quando dirigindo, desvia mos de uma pessoa para não atropelá-la e terminamos matando outra (coação por objeto). Coação interna: é quando agimos por impulsos, motivações, desejos e paixões, ou seja, quando somos tomados por ideias que são mais forte que nossas vontades como, por exemplo, tomados pela raiva, ou mesmo sob o efeito de uma neurose grave (por exemplo, um cleptomaníaco que precisa furtar algo, mesmo que não tenha valor), terminamos prejudicando alguém sem qualquer motivo válido. Assim, a responsabilidade sobre a nossa conduta exige que nosso comportamento possua um caráter consciente (mesmo não sendo fruto de uma consciência total, não podemos ignorar as consequências nem circunstâncias de nossos atos) e que sejamos livres de coações (externas e internas) ou, então, a possibilidade de resistir-lhes em maior ou menor grau e, assim, tenhamos a possibilidade de decidir e agir, vencendo estas 16 coações. Dessa maneira, podemos pressupor a existência de uma liberdade, ainda que relativa. Por que falamos de uma liberdade relativa? Porque, diferentemente da forma como gostamos de pensar, ou seja, que somos pessoas totalmente livres, nós vivemos num mundo de relações de causa e efeito. Queiramos ou não estamos presos a uma “cadeia causal”, onde a maioria dos comportamentos que temos são frutos de inúmeros fatores sobre os quais não tivemos escolhas. Por exemplo: somos frutos de nossos genes, da classe social onde nascemos/vivemos, do tipo de educação parental que recebemos, do grupo com o qual somos obrigados a conviver, etc... Em resumo, todo ato é efeito de uma causa, pois não escolho totalmente meus comportamentos, mas um conjunto de circunstâncias o escolhe por mim. Entretanto, se não enfrentarmos a problemática da liberdade de vontade sobre nossos atos, não poderemos falar de comportamentos éticos. Isto é: se não houver liberdade de escolha ou se formos totalmente livres (no sentido de que qualquer ato seja viável), não haverá responsabilidade e, logo, não podemos falar de um comportamento ético. Sendo assim, precisamos entender a liberdade como a dialética entre liberdade e necessidade. E, para isso, convém conhecermos as duas correntes opostas sobre a ideia de liberdade: os deterministas absolutos e os libertaristas. Deterministas absolutos: apregoam que a escolha livre é ilusão, pois todos os nossos atos são causados, mesmo que muitas vezes estas causas não sejam conscientes. Se aceitarmos esta corrente de pensamento que apregoa que não há liberdade humana, não haverá responsabilidade e, logo, não haverá ética. Libertaristas: embora admitam que o homem esteja sujeito a uma determinação causal (por ser parte da natureza e viver em sociedade), acreditam que exista nos comportamentos morais uma total liberdade, apesar da determinação dos fatores causais. Por exemplo: imaginemos que eu trabalho há bastante tempo numa fábrica e estou prestes a me aposentar e, num determinado momento, devo tomar a decisão de aderir, ou não, a uma greve que está por acontecer. Nesse momento, 17 além de meu caráter e minhas convicções sobre o ato de fazer greves, também devo avaliar se isso não comprometerá minha aposentadoria, se minha família terá recursos suficientes para suportar uma greve que não se sabe quando terminará, etc... Analisando o exemplo da grave segundo a visão dos deterministas, por mais que eu pondere, pense e faça escolhas, serão as circunstâncias que decidirão por mim. Já para os libertaristas é possível que eu seja capaz, nesse específico momento de, através do uso de minha racionalidade, ser livre para fazer tal escolha. Não que eu termine com a “cadeia causal”, mas que com esta minha decisão, eu poderei me inserir na cadeia como um ato de vontade própria e, a partir daí, esta decisão se torne causa dos comportamentos posteriores. Ou seja, acreditam os libertaristas que eu possa ser causa de mim mesmo! A dialética, ou seja, se pensarmos que ambos estão certos, poderemos ter “um pouquinho” de cada uma dessas ideias e chegarmos a conclusão de que só podemos ser livres pelo fato de sermos determinados! (Vázquéz, 1999) Dois pensadores (entre inúmeros) que contribuíram para superarmos a antítese entre liberdade e determinismo causal foram Spinoza e Hegel. Para Spinoza, o homem está sujeito às leis da necessidade universal (paixão, afeto, impulsos, etc...), mas quanto mais estiver consciente dessas necessidades, mais poderá ser livre. Ou seja, ser livre é sujeitarmo-nos às necessidades e então agir. Por exemplo: naquela bastante conhecida parábola em que um escorpião pede a um sapo que o atravesse de um lado para o outro de uma lagoa, afirmando que não o mataria no trajeto, pois se fizesse isso, morreria junto. Vocês devem estar lembrados que o sapo se convence da lógica do escorpião e aceita carregá-lo nas costas até a outra margem da lagoa. No meio do trajeto o escorpião enfia seu ferrão mortal nas costas do sapo e, antes que ambos morram, ele explica ao sapo: desculpa, mas não pude evitar, é de minha natureza! Spinoza, sobre esse caso, certamente diria que se o escorpião conhecesse suas necessidades (o fato de que não comanda a quem irá matar) poderia ter pedido carona, talvez, a uma tartaruga, pois sua casca dura impediria que a esta fosse atingida pelo veneno e, mesmo o escorpião agindo conforme sua 18 natureza, ambos continuariam vivos. Já Hegel, vai um pouco além de Spinoza ao afirmar que, mais livres seremos se, além de conhecermos nossas necessidades, pudermos compreendê-las. Liberdade, para ele, é a necessidade compreendida. No caso do exemplo do escorpião, ele poderia ser livre (e manter-se vivo) quanto mais compreendesse sua natureza assassina. Dessa forma, ambos dão um passo a frente de Aristóteles que dizia que liberdade é autodeterminação e assumem que se não somos livres para escolher ou deliberar sobre o que queremos, podemos ser livres para agir ou fazer alguma coisa em conformidade com a nossa natureza. Nos dias de hoje, sabemos que nosso cérebro decide por nós sempre que tivermos que escolher entre as opções “A” e “B”, baseando-se em causas passadas. Mas também sabemos que em vez de escolher entre duas ou três opções, podemos criar inúmeras outras opções antes de tomarmos uma decisão para agir. Nesse caso, nosso cérebro abre mão de sua escolha automática e, através da razão, podemos fazer existir o que não existia, ou seja, estaremos livres para escolher como devemos agir sem sermos determinados, pois estaremos criando, como já dissemos, outras opções que não existiriam se não usássemos a nossa razão para criá-las. Por exemplo, se tivermos de escolher entre casar e comprar uma bicicleta podemos criar as opções de comprar uma moto, um carro ou então ficar namorando, morar junto, etc. E nada impede que, depois desse exercício, nosso cérebro nos liberte para escolhermos uma das duasopções iniciais, como casar, por exemplo. Porém é preciso deixar claro que é um mito acharmos que se estamos agindo racionalmente, também estamos agindo eticamente, pois David Hume já nos alertava que na esfera da ação, a razão só se aplica aos meios e não aos fins que são dados por nossa vontade e desejo. A ética prática nos torna responsável pelo que fizermos e também sobre o que nos propusemos a fazer, mas o que realmente importa, sem dúvida, são os resultados de nossas ações e não os motivos que nos levaram a praticá-las. Igualdade na Ética Já deixamos bem claro, desde a primeira unidade que, enquanto a moral preocupa-se em indicar os melhores 19 comportamentos para uma comunidade (cultura) dada, a ética deverá preocupar-se com o melhor para todos os seres do planeta. Mas você já deve ter se perguntado: como é possível algo ser bom para todos? E como pensar que, se não for bom para todos pode ser qualquer coisa, menos ética? Faz-se mister, para isso, compreender o conceito de igualdade, bem como suas complicações para que possamos ter uma ética prática. O princípio de que todos os seres humanos são iguais “hoje faz parte da ortodoxia ética-política predominante”. Mas convém lembrar que, é obvio que isso é apenas um princípio ético básico e não uma assertiva factual. Sabemos que os seres humanos são únicos e por isso mesmo diferem entre si em tantas características que somente podemos pensar em igualá-los se levarmos em conta suas considerações básicas de interesses, ou seja, se refletirmos sobre os interesses considerados apenas interesses e não como meus interesses ou dos meus vizinhos ou dos chineses. Um interesse é um interesse, seja lá de quem for esse interesse. Aceitarmos que a dor de uma pessoa de determinada idade, gênero ou idade, por exemplo, é mais relevante que a dor de qualquer um, seria o mesmo que determinar essa escolha no fato das pessoas terem nascido num ano bissexto ou pelo fato de seu sobrenome ter mais consoantes. Logo, o princípio de igual consideração de interesses – “como o interesse em evitar a dor, desenvolver as próprias aptidões, satisfazer as necessidades básicas de alimento e abrigo, manter relações amigáveis e amorosas com os outros e ser livre para realizar projetos sem a desnecessária interferência alheia” – é o que nos iguala em termos de ética prática. (SINGER, 1998). Assim, desde que não infrinjamos nenhum desses interesses básicos do ser humano, estaremos fazendo uma ética universal (para todos). Qual a Necessidade de Estudarmos Ética? Pode-se dizer que a necessidade dos alunos que estão lendo esta unidade é a de serem preparados para o agir profissionalmente com ética. Mas isso não esgota a resposta, 20 pois querendo ou não, se adentrarmos no campo da ética profissional também estaremos entrando no campo da ética pessoal, pois nosso cérebro não permite que eu seja “meio-ético” ou “levemente-ético”. Não podemos dizer, com convicção, que “não sabíamos” sobre algo que “já sabemos”, sobre algo que aprendemos. Assim, a ética não deveria ser ensinada apenas para futuros profissionais e sim para todos os jovens que busquem uma vida plena numa democracia moderna e pluralista, como a nossa. Nossa sociedade preocupa-se muito em capacitar nossos jovens com habilidades técnicas (todo tipo de conhecimentos instrumentais para “podermos vencer na vida”, como idiomas, cálculos, cursos, etc.) e habilidades sociais (a capacidade de criar relações lucrativas com pessoas mais bem situadas e que possam vir a nos ajudar a prosperar sem excessivas dificuldades). É impossível termos uma sociedade que se quer democrática contando apenas com indivíduos técnicos e socialmente capacitados, pois esta sociedade precisa também fundamentar- se em valores como a autonomia e a solidariedade, se não quisermos construir um modelo de pessoa que busque apenas seu próprio bem-estar. (Cortina & Martínez, 2001) Uma democracia moderna precisa construir bons cidadãos que além da autonomia devem possuir o desejo de auto-realização e, para isso, é necessário que estes jovens possuam uma educação que os faça responsabilizar-se por seus atos e, esta educação, seria a da ética. Enquanto os ensinamentos sobre a moral nos são impostos pela nossa cultura – e sem eles não seríamos seres sociais – e são externos a nós, os ensinamentos sobre a ética nos tornarão livres para escolher quais comportamentos elegeremos como virtudes e, justamente por sermos livres para escolhê-los, passamos a ter responsabilidade sobre eles. Estes ensinamentos fariam com que os jovens, sem abrir mão totalmente de seus conceitos e princípios morais, possam relativizá-los, visando estendê-los para além de sua própria cultura, transformando-os em conceitos e princípios universais, em outras palavras: comportamentos 21 válidos também para a sua comunidade. Essa visão universal os capacitará a questionar até mesmo a sua moral, ao ser capaz de colocar-se no lugar de qualquer pessoa enquanto tal. Qual o melhor local para que os jovens aprendam a ser autônomos e a exercitar sua racionalidade, além de tornarem- se verdadeiros cidadãos, que não a escola? É função dos professores, além de transmitir a educação em geral, ensinar aos seus alunos a educação ética em particular e não só na teoria, mas também enquanto exemplo vivo dessa prática. Cabe aos professores ajudar seus alunos a praticarem um diálogo que mostre uma autêntica argumentação e não uma mera negociação. Estes ensinamentos éticos, em resumo, não só capacitariam os jovens para “enfrentar a vida”, como também a “buscar a felicidade”. Quando se fala em educação ética na escola, entende- se que os professores devam também trabalhar o princípio da dignidade humana, um dos fundamentos da Constituição brasileira, que costuma ser aviltado pelo preconceito e a discriminação. A falta de respeito à diversidade, numa sociedade como a nossa, além de não respeitar a dignidade humana, sempre resulta em conflitos e violência. Em resumo, é preciso que os educadores levem os jovens à prática de uma Ética Cívica, por assim dizer, ao trabalharem na teoria e na prática com conceitos complexos como respeito mútuo, justiça, diálogo, solidariedade, etc., ou seja, a fazer com que seus alunos pratiquem e entendam o conceito de cidadania. Uma vez praticada a Ética Cívica, é bem provável que isso leve os alunos a buscarem uma ética Pessoal, uma ética prática. Por Que Devemos Agir Eticamente? É preciso deixar bem claro que a resposta a esta pergunta será sempre particular e que, tanto quanto os nossos princípios éticos, poderão mudar sempre que houver mudanças no meio ambiente e/ou na nossa forma de pensar e raciocinar. Porém acreditamos que só estará apto a responder esta pergunta quem escolheu livremente seguir o tortuoso caminho do “tornar-se ético”, 22 pois como já vimos, o “fazer ética” é algo espontâneo e depende de nossa vontade. E esta escolha de tornarmo-nos éticos não significa que nos tornemos melhores que os outros em muitos sentidos, mas que nos tornaremos mais íntegros, no sentido de desenvolvermos a capacidade de pensar e agir eticamente nas situações importantes tanto para nós mesmos como para com os outros. Integridade significa inteireza, honra, justiça, honestidade e dignidade. Como conseguiríamos ser totalmente felizes sem essas qualidades, sem praticarmos a virtude da integridade ou a capacidade de fazermos ética? Outro motivo que torna pessoal esta resposta é que ela não pode facilmente ser explicada, pois carecemos de consenso entre os especialistas sobre como um indivíduo chega a legitimar determinadas regras de conduta ética e conduzir- se coerentemente com elas. Para alguns, trata-se de simples costume: através do hábito validamos nossas condutas. Outros já pensam o contrário ao aceitarem que, justamente por serem boas certas condutas, elas deveriam ser praticadas. Mas existem muitas outras teorias a respeito, como as que acreditamque os determinantes de uma conduta ética seriam frutos de processos inconscientes, portanto, ignorados do próprio sujeito e, em geral, constituídos durante a infância; ou que todos os seres humanos têm inclinações benevolentes ou solidárias que nos levam a uma preocupação com bem-estar dos outros; ou ainda, que existe uma consciência natural que dá origem a sentimentos de culpa sempre que fazemos o que sabemos ser errado. Embora ainda não haja uma comprovação científica para nenhuma destas teorias, preferimos, neste curso, trabalhar com a teoria que aposta na ligação entre ética e felicidade, afirmando que a benevolência e a solidariedade estão ligadas à capacidade de participar de relações amigáveis ou amorosas com os outros, e não pode haver felicidade real sem tais relações. Assim, apostamos na hipótese de que é a nossa emoção e a nossa racionalidade (comum a todos os seres humanos, mesmo que em doses completamente distintas) que legitimam nossa conduta ética. 23 Para melhor entendermos a diferença entre emoção e razão, pelo menos da forma como estes conceitos estão sendo vistos neste texto, é preciso que aceitemos que somos seres passionais, mas que possuímos uma certa razão (evoluída há pouco tempo, se comparada com a emoção que também existe nos outros mamíferos). Talvez a metáfora usada pelos antigos gregos para explicar a diferença entre emoção e razão, possa nos ser útil neste momento: para eles, a emoção era comparada com os oceanos onde navegavam os barcos, que seria a razão. Não precisaríamos do barco se não existissem mares a serem enfrentados. Utilizar-se da razão, seria como pilotar este barco, aprendendo sempre como tirar o máximo proveito de nossas habilidades para enfrentarmos mares tão ferozes. Muitas vezes, o mais sábio dos marinheiros era aquele que sabia a hora de recolher seu barco e esperar que o mar voltasse a se acalmar, para então navegar com segurança. Por isso mesmo, dizemos que fazer uma ética prática é educar a nossa vontade, pela razão, visando uma vida feliz. Se quisermos prosseguir com a metáfora, teríamos de dizer que fazer ética prática é aprender a pilotar o nosso barco, para que navegue com segurança e possamos encontrar a felicidade. Da mesma forma que todas as regras morais são legitimadas sob a forma de uma obrigação, de um imperativo: deve-se fazer tal coisa, não se deve fazer tal coisa, também as normas éticas são assim legitimadas. Entretanto, enquanto nos obrigamos a seguir uma norma moral por estar introjetada em nós, nós mesmos nos obrigamos a seguir uma norma ética, já que fomos livres para elegê-la. Estas duas normas (tanto a moral quanto a ética) devem apontar para uma possibilidade de realização de uma “vida boa”, caso contrário, serão ignoradas, pois nossos cérebros nos obrigam a fugir da dor. Embora as condições de bem-estar e os projetos de felicidade sejam variados, encontramos pessoas que acreditam que o bem-estar só será encontrado após a morte (e aceitam até mesmo viver distante dos prazeres materiais), assim como encontramos aqueles que acreditam que a felicidade deve 24 acontecer durante a vida terrena. Mesmo que as formas de “desejabilidade”, derivadas do conteúdo interno das pessoas, sejam variadas, há um desejo que parece valer para todos e estar presente nos mais diversos projetos de felicidade: o auto- respeito. A imagem que cada um tem de si está intimamente associada a valores, sendo inevitável que cada um procure ter imagens boas de si mesmo, ou seja, que se veja como um valor positivo. É fato que cada um procura respeitar-se como pessoa que merece apreciação e é por isso que o auto-respeito, por ser um bem essencial, está intimamente presente nos projetos de bem-estar psicológico, sendo parte integrante nos projetos de felicidade. Ninguém se sente feliz se não merecer mínima admiração, mínimo respeito aos próprios olhos. Como poderíamos nos respeitar se desrespeitássemos os outros? Como não buscar princípios e normas para agir de forma íntegra? Em resumo, a dimensão afetiva da legitimação dos valores e regras éticas que podem nos levar à felicidade, passa pela escolha e absorção destes valores e regras como valor pessoal que se procura resguardar para permanecermos respeitando a nós mesmos. Da mesma forma que não há legitimação das regras éticas sem um investimento afetivo, é também verdade que tal legitimação não existe sem a racionalidade, sem o juízo e a reflexão sobre valores e regras. Dificilmente os valores e as regras serão legítimos se parecerem contraditórios entre si ou ilógicos, se não sensibilizarem a inteligência à luz da racionalidade. Assim como a felicidade não pode ser dada, nem emprestada, mas sim conquistada, também a ética feita individualmente deverá ser compartilhada, sempre renovada e aprimorada, pois uma simples boa vontade pessoal pode ter consequências ruins para a coletividade. Sem dúvida, ao fazermos uma ética aplicada é muito mais importante usarmos nossa inteligência do que nossa boa vontade. Como nos diz Adela Cortina e Emilio Martinez: “Trata-se de levar a sério os valores de liberdade, igualdade e solidariedade junto com as atitudes de tolerância ativa e predisposição ao diálogo” (Cortina & Martínez, 25 2001). Trata-se de respeitar os seres enquanto únicos e jamais “coisificá-los” (transformá-los em coisas ou objetos), pois este ato seria a maior violência ética que poderia existir. Chamamos de “paradoxo do hedonismo” o fato de que as pessoas que procuram a felicidade pela felicidade quase nunca conseguem encontrá-la, ao passo que outros a encontram na busca de objetivos totalmente diversos. Assim, tanto podemos encontrar a felicidade colecionando selos, por exemplo, quanto buscando viver uma vida íntegra ou buscando realizar concomitantemente vários hábitos que nos proporcionem prazer. Por que, então, não incluir nesses hábitos a escolha e a vontade de agirmos com ética? 26 SISTEMATIZANDO Ao finalizar o tema, procurou-se levar o leitor à reflexão sobre a busca da felicidade através da Ética. 27 REFERÊNCIAS BAKHTIN, M. (Volochinov). Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: HUCITEC, 2002. ______. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. ______. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. 5. ed. São Paulo: Annablume, 2002. BARTHES, R. O Prazer do Texto. São Paulo. Elos, 1996. BERNARDO, G. Educação pelo Argumento. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. BRITTO, L. P. L. A Sombra do Caos: Ensino de Língua X Tradição Gramatical. Campinas. Mercado das Letras. Associação de Leitura do Brasil. Coleção Leituras no Brasil. 2004 CHAUÍ, M. “Convite à filosofia” – São Paulo: Editora Ática, 2009. COLOMER, T.; CAMPS, A. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Porto Alegre: Artmed, 2002. 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