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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE - FAVENI A IMPORTÂNCIA DO APOIO FAMILIAR PARA O MELHOR ENFRENTAMENTO PELO PACIENTE DIALÍTICO SIMONE APARECIDA MACIEL FERRÃO Barbacena/MG 2020 A IMPORTÂNCIA DO APOIO FAMILIAR PARA O MELHOR ENFRENTAMENTO PELO PACIENTE DIALÍTICO SIMONE APARECIDA MACIEL FERRÂO RESUMO O presente artigo tem por finalidade abordar sobre a importância do apoio familiar para o enfrentamento do paciente dialítico.Afinal o tratamento por meio de diálise torna-se incômodo e agressivo uma vez que a família se faz presente e apoia esse paciente observa-se resultados benéficos importantes.Objetiva-se analisar a importância da família no tratamento dialítico e auxiliar na necessidade do apoio familiar para adesão ao tratamento. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura acerca da efetiva adesão ao tratamento por pacientes dialíticos.Foram pesquisados artigos científicos a partir da biblioteca virtual da saúde (BVS) que permite a busca simultânea em diversas bases de dados nos quais são indexados os principais periódicos brasileiros, sendo selecionados 10 artigos científicos. Nesse sentido, para o desdobramento do presente artigo, utilizou-se como recurso metodológico a pesquisa bibliográfica realizada através de autores que tratam sobre o tema proposto e de legislação que abarcam sobre a temática sugerida. Chega-se ao resultado que os pacientes que receberam apoio familiar desde a descoberta da necessidade de diálise,aceitaram melhor o diagnóstico e efetivaram o tratamento. Palavras-chave: NEFROLOGIA, ENFRENTAMENTO, FAMÍLIA. INTRODUÇÃO A insuficiência renal é uma doença sistêmica e acontece quando os rins não conseguem exercer sua função, ou seja, deixa de remover os produtos metabólicos produzidos pelo corpo ou de realizar sua função reguladora. As substâncias que são eliminadas pela urina acumulam nos líquidos corporais, devido o comprometimento da excreção renal e acaba levando a ruptura das funções metabólicas e endócrinas, como a distúrbios hidroeletrolíticos e ácido- básico. A insuficiência renal pode ser classificada em aguda ou crônica. Na aguda a insuficiência renal surge em poucos dias e tem cura, enquanto que na crônica a doença vai se desenvolvendo e quando é detectada já é irreversível. A insuficiência renal aguda é uma síndrome clínica reversível em que existe uma perda súbita e quase completa da função renal durante um período de horas ou dias, com falha para excretar os produtos residuais nitrogenados e manter a homeostasia hidroeletrolítica. Este tipo de insuficiência ocorre mais em pacientes hospitalizados, embora possa ocorrer também em ambiente ambulatorial. Ainda pode se ter a forma mais grave da doença renal que é a Insuficiência Renal Crônica (IRC). Esta é uma expressão que se refere ao diagnóstico sindrômico onde há a perda progressiva e irreversível da função renal de depuração. O paciente com IRC, em programa de hemodiálise, é obrigado a conviver diariamente com uma doença que não tem cura, que o obriga a passar por um doloroso tratamento, que demora horas, dependendo do programa e da necessidade, todos os dias ou alguns dias na semana, que provoca, junto com a evolução da doença e com suas complicações, grandes limitações que causam um impacto de alta relevância na sua vida e da família (HIGA, 2008). Por essas perdas das funções renais na IRC o paciente tem que passar pela hemodiálise que corresponde pelo desvio do sangue do organismo, através de um dialisador, onde vai ocorrer a disfunção por ultrafiltração, e regressa posteriormente ao organismo. Todo esse processo é muito difícil para o doente, exigindo dele mudanças profundas tanto da condição física, psicológica, etc. E é por isso que a assistência de enfermagem é essencial durante o tratamento, pois é responsável desde a avaliar o paciente, ao acesso venoso, dar assistência enquanto o paciente dialisa até ajudá-lo a compreender as modificações do seu estado de vida. MATERIAL E MÉTODOS De acordo com o QUADRO 1 o método escolhido para a realização do presente artigo foi o levantamento bibliográfico. O levantamento pode ser bibliográfico ou documental. Neste caso, especificamente, foi bibliográfico. Para tanto, foram levantados conteúdos já publicados sobre as práticas pedagógicas utilizadas pelo docente em enfermagem. (GIL, 2002). É de suma relevância a realização de pesquisa bibliográfica, pois qualquer espécie de estudo, em qualquer área de estudo, exige-se um levantamento bibliográfico prévio, com o intuito de fornecer a importância da pesquisa ora elaborada, analisando o que já se produziu sobre determinado tema acadêmico-científico. A finalidade do levantamento bibliográfico, encontra-se na busca de conhecimentos tanto culturais como científicos já relatados anteriormente, adquirindo determinadas informações e conhecimentos prévios em relação ao tema para a qual se procura uma certa resposta. QUADRO 1 – Métodos e materiais utilizados na pesquisa Método Tipo de Pesquisa Técnica de Coleta de Dados Técnica de Tratamento dos Dados Levantamento bibliográfico Qualitativa Descritiva Análise bibliográfica Análise de conteúdo Fonte: Elaborado pelo autor (2018). O estudo em questão caracteriza-se como pesquisa de cunho qualitativo, descritivo, com característica de relato de artigos científicos que já trataram sobre a temática sugerida. De acordo com Capaverde et al: A pesquisa qualitativa é útil para firmar conceitos e tem como objetivo explicar como as pessoas consideram uma experiência, uma idéia a ser alcançada e dar sugestões sobre variáveis a serem estudadas com maior profundidade. (CAPAVERDE et al, 2012, p.6) Ressalta-se a importância da revisão bibliográfica deve ser conferida à revisão crítica de teorias e estudos no processo de desenvolvimento de novos conhecimentos, sendo um aspecto relevante na contribuição para o desenvolvimento teórico-metodológico no referido campo de estudo. A forma de coleta de dados adotada foi à análise bibliográfica que tem como fundamental vantagem apresentar maior gama de fenômenos ao pesquisador em vista daqueles que poderia pesquisar de forma direta o que se mostra relevante quando o problema de pesquisa se relaciona a dados muito dispersos no espaço. Em muitas situações, não há outra maneira de conhecer os fatos se não com base em análises bibliográficas. (GIL, 2002). A coleta de dados foi realizada por meio de análise de conteúdo que é uma técnica de pesquisa para a descrição objetiva, sistemática e qualitativa do conteúdo evidente da comunicação (LAKATOS & MARCONI, 1999). DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Inicialmente, oportuno mencionar que para se chegar aos resultados do presente trabalho, foi realizada uma identificação do estudo primário sobre o assunto, sendo consultados nesse sentido os bancos de dados da BVS (Biblioteca virtual em saúde). A busca foi realizada pela combinação dos descritores: nefrologia and enfrentratamento and família. Utilizando o operador boleano AND. Diante disso, a busca na base de dados resultou em 98 artigos. Que após critérios de inclusão e exclusão foram selecionados Brasil e Português 33 artigos, foram excluídos 32, restando 10 artigos para a construção desse estudo. De acordo com os autores a hemodiálise é um procedimento na qual uma máquina limpa e filtra o sangue, substituindo a função fisiológica dos rins, eliminando os resíduos prejudiciais à saúde como o excesso de sal e de líquidos, a Insuficiência Renal Crônica (IRC) consiste em lesão renal com perda progressiva e irreversível da função da filtração glomerular, função tubular e função endócrina. Em sua fase mais avançada os rins não conseguem manter a normalidade, uma síndrome clínica, de evoluçãolenta e longa duração. Identificada quando os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno devido à perda de suas funções, o que ocasiona comprometimento dos outros órgãos do organismo. (6) Para Ribeiro et al. (2009), define-se insuficiência renal quando os rins não são capazes de remover os produtos de degradação metabólica do corpo ou de realizar as funções reguladoras. Desta maneira as substâncias normalmente eliminadas na urina tendem a acumular-se nos líquidos corporais em consequência da excreção renal comprometida, e ocasionam ruptura nas funções endócrinas e metabólicas, além de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido- básicos. É uma doença sistêmica e consiste na via final comum de muitas diferentes doenças do rim e do trato urinário (7). A IRC é dividida em seis estágios funcionais de acordo com o grau de função renal do paciente. Estes estágios compreendem desde a fase onde os indivíduos não apresentam lesão renal e mantêm sua função renal normal, porém se encaixam dentro do grupo de risco, até a fase cinco que inclui o indivíduo com lesão renal e insuficiência renal terminal ou dialítica (4). A doença renal é considerada um grande problema de saúde pública, pelas elevadas taxas de morbidade e mortalidade e, além disso, tem impacto negativo sobre a qualidade de vida relacionada à saúde. São cerca de 17 milhões de pessoas acometidas pela IRC ao ano (10). No Brasil, segundo o censo 2008 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), há 310 Unidades Renais que oferecem Programa Crônico Ambulatorial de Diálise atendendo cerca de 41.614 pacientes. Somente na região Nordeste, há 7.948 pessoas em tratamento dialítico. E, de acordo com SBN, em 2010, mais de 92 mil pessoas se encontravam em tratamento dialítico, sendo a hemodiálise o tipo de terapia renal substitutiva mais utilizada (8). Faz-se necessário evidenciar a importante função do Enfermeiro como educador, um compromisso ético e profissional. Sendo este um dos grandes responsáveis por incentivar o autocuidado à saúde visto que desenvolve a atuação mais próxima aos pacientes. A atuação deste profissional na prevenção à progressão da DRC se traduz na assistência prestada de forma assistemática aos pacientes na atenção básica em saúde, sem discriminar ações específicas da prevenção e da progressão, como sendo um processo inseparável (5). Pois o enfermeiro como coordenador da equipe deve coordenar a assistência prestada, identificando as necessidades individuais de cada cliente, proporcionando meios de atendimento que visem uma melhor adequação do tratamento, garantindo assim uma qualidade de vida melhor, aproveitando todos os momentos para criar condições de mudanças quando necessário. A prática do cuidar personalizado está diretamente ligada à qualidade da assistência prestada, e uma das formas de alcançar este objetivo é através do processo de enfermagem (10). CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificou-se no presente trabalho que se faz necessário uma reflexão sobre a importância da família no processo de aceitação da diálise, assim como no acompanhamento em casa e no incentivo diário do paciente visto que o processo de diálise do paciente crônico pode ser tornar um processo doloroso e cansativo. Pacientes que receberam o apoio familiar durante o processo de descoberta da patologia e do tratamento tiveram maior aceitação pelo tratamento e consequentemente obtiveram melhores resultados. A família vivência uma experiência estressante em decorrência de uma doença persistente e passa a reavaliar seus saberes criando expectativas frente à realidade da cronicidade. A rotina familiar muda drasticamente com as constantes visitas ao médico, medicações, hospitalizações, tratamento; o que acaba atingindo todas as pessoas que convivem com o doente. Geralmente, a família também vivencia uma situação de crise definida pelo sentimento de impotência. É esse o principal motivo pelo qual a família também precisa ser incluída no tratamento Pois, o cuidado interdisciplinar na diálise possibilita, entre outros benefícios, redução do número de hospitalizações, melhor controle da hipertensão arterial, dos distúrbios metabólicos e da anemia, bem como melhor preparo psicológico no período anterior ao início da diálise. É o que se chama de psicoeducação: a difusão da informação que cada cuidador pode utilizar no desenvolvimento e crescimento pessoal a fim de estimular o auxílio/apoio ao doente renal e sua família através da educação na promoção à saúde, como potencializador de atividades em um tempo que estaria reocupado . Por fim, chega-se a conclusão no presente artigo que apesar do sofrimento quando a família se faz presente durante todo o processo de tratamento os resultados são melhores e o processo se faz mais completo. Por isso se faz necessário o constante acompanhamento da equipe de enfermagem á essa família junto ao enfrentamento das diálises e de toda as adequações necessárias. REFERÊNCIAS 1. MADEIRA EQP, LOPES GS, SANTOS SFF. A investigação epidemiológica na prevenção da insuficiência renal terminal. Ênfase no estudo da agregação familiar: Medoinline [periódico online] 1998 Abr-Jun [consultado em agosto de 2011] 2. SANCHES, M.H.; PESTANA, J.O.M; SPOLIDORIO,L.C.; DENARDIN, O.V.P. Cuidados odontológicos em portadores de Insuficiência Renal Crônica. Revista Paulista de Odontologi, V.26, N.5, SET/OUT.2004, P.29-32. 3. ROMÃO JÚNIOR J.E.Doença renal crônica: definição, epidemiologia e classificação. J. Bras. Nefol 2004: 26 (3): 1-3. 4. SALOMÃO A, ET AL. Projeto piloto de hemodiálise curta diária: melhora da qualidade de vida de renais crônicos. J Bras Nefrol 2002; 24(4): 168-75. 5. SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Amostragem dos centros de diálise do Brasil [citado 06 dez 2007]. Disponível em: HTTP://www.sbn.org.br/censo/2006/Amostragem.pp#7 Acessado ago/11 6. MARTINS LM, França APD, KIMURA M. Qualidade de vida de pessoas com doença crônica. Rer Latino-am Enfermagem 1996 março; 4(3): 5-8. 7. ASSOCIAÇÃO DOS RENAIS E TRANSPLANTADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Qualidade de vida. Rio de Janeiro; ADRETERJ; 2005 8. CESARINO, CB. Paciente com insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico: atividade educativa do enfermeiro. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem da USP; 1995. 9. CORMIER, DM, STEWART M. Support and coping of male hemodialysisdependent patients. Int J Nurs Stud 1997; 34(6): 420-30… 10. BITTENCOURT ZZLC. Qualidade de vida e representações sociais em portadores de patologias crônicas: estudo de um grupo de renais crônicos transplantados. Campinas: Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas; 2003.156p
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