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Montagem e Desmontagem de Proteção de Periferia Henrique Lins - email: henrique_lins@hotmail.com Jovani Sampaio - email: jovaniasampaio@hotmail.com Maiara Pôrto - email: maiara_elizabeth@hotmail.com Béda Barkokébas - email: beda.junior@unicap.br Resumo Na indústria da construção civil, as quedas de altura constituem-se em um dos tipos mais frequentes de acidentes graves. A análise preliminar de riscos é uma metodologia que possibilita identificar potenciais perigos em uma derterminada atividade, sendo um documento obrigatório em qualquer sistema de segurança do trabalho. A NR-35 exige a análise preliminar de riscos para todas as atividades com altura superior a 2,0 metros em que haja risco de queda de diferente nível. O presente trabalho tem o objetivo de apresentar o processo executivo de montagem e desmontagem de proteção de periferia, modelo guarda-corpo-rodapé, além disso, realizar uma análise preliminar de riscos durante cada processo. Por meio deste estudo, evidencia-se a necessidade de realização da APR para que seja possível prevenir, eliminar ou reduzir as situações mais graves do processo. Palavras-chave: Proteção de periferia. Guarda-corpo-rodapé. Análise preliminar de riscos. 1. Introdução Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os acidentes de trabalho são a causa da morte de 6,3 mil trabalhadores por dia, totalizando 2,3 milhões por ano. Os acidentes de trabalho têm gerado custos imprevistos para as empresas, podendo implicar sua falência (BUSS, 2013). O trabalho em altura está diretamente relacionado à várias normas regulamentadoras como a NR-6 de equipamentos de proteção individual (EPI) e a NR-18 que trata de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, além da NR-35 que especifica precisamente o trabalho em altura. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s) são dispositivos utilizados à proteção de trabalhadores durante a realização de suas atividades. Os EPC’s servem para minimizar as consequências dos acidentes, protegendo contra danos à saúde e a integridade física dos trabalhadores, uma vez que o ambiente de trabalho não deve oferecer riscos à saúde ou a segurança do trabalhador (GRIBELER, 2012). De acordo com Buss (2013), as proteções de periferia são consideradas EPC’s e são utilizadas para eliminar os riscos de queda que ocorrem durante as diversas fases da contrução de obras. Os vãos nas lajes, sacadas sem o peitoril definitivo, poço do elevador aberto, lajes sem alvenaria de periferia, e shafts abertos são algumas das situações em que as proteções devem ser instaladas. O presente trabalho tem o objetivo de realizar uma análise preliminar de riscos para identificar os perigos no processo de montagem e desmontagem de proteções de periferia em balanço, o modelo a ser averiguado é o guarda-corpo-rodapé. 2. Metodologia O seguinte trabalho é centrado na avaliação e prevenção de riscos durante o processo de montagem e desmontagem de proteção periférica em balanço, sendo o sistema guarda-corpo-rodapé escolhido para o estudo. A segurança e a saúde do trabalho são baseadas em normas regulamentadoras descritas pela Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego. Foram coletadas informações em normas regulamentadoras, teses e artigos sobre o assunto em questão, realizando-se a análise de riscos e propondo-se ações para reduzir os acidentes de trabalho no setor da construção civil. 3. Desenvolvimento 3.1 Conceitos Básicos A segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. O acidente de trabalho pode ser definido conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, "acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho". Dentro deste parâmetro de acidente de trabalho, também se enquadra as doenças profissionais e doenças do trabalho, que podem ser entendidas pela Lei nº 8.213/91 como: · Doença profissional: assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; · Doença do trabalho: assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Por sua vez, o incidente é considerado como uma ocorrência não planejada e que poderia levar a um acidente. Desta forma, essa ocorrência inesperada pode gerar algum tipo de consequência material, temporal ou de curto e até longo prazo para a saúde do funcionário. Segundo a OHSAS 18001, perigo é toda fonte, situação ou ato com potencial para provocar danos humanos em termos de lesão ou doença. Sendo assim, o risco está associado à exposição ao perigo, podendo ser definido como a probabilidade de ocorrência do perigo. O grau de exposição aos riscos ocupacionais está vinculado ao tempo de exposição, a intensidade ou concentração e a natureza do agente ou fator de risco . A prevenção de acidentes tem objetivo de eliminar ou minimizar o risco na sua origem. Já a proteção está diretamente ligado ao trabalhador como o EPI (equipamento de proteção individual) e o EPC (equipamento de proteção coletiva), minimizando as consequências dos acidentes. 3.2 Processo de montagem e desmontagem do sistema guarda-corpo-rodapé Trabalho em altura é toda atividade executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda, segundo a NR-35, item 35.1.2. Esse sistema destina-se a promover a proteção contra riscos de queda de pessoas, materiais e ferramentas. Deve ser constituído de uma proteçao sólida, de material rígido e resistente, convenientemente fixado e instalado nos pontos de plataformas, áreas de trabalho e de circulação onde haja risco de queda de altura (FUNDACENTRO, 2008). De acordo com o a RTP 01 o guarda-corpo-rodapé deve ser construído com altura de 1,20 m para o travessão superior e 0,70m para o travessão intermediário; ter rodapé com altura de 0,20 m e ter vãos entre as travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo que garanta o fechamento seguro da abertura. Os elementos que constituem o guarda-corpo-rodapé são apresentados na Tabela 1 e exemplificados na Figura 1. Elementos Tipos Recomendações Travessão superior (barrote, listão, parapeito) Compõe-se de barra, sem aspereza destinada a proporcionar proteção como anteparo rígido Instalado a uma altura de 1,20m referida do eixo da peça ao piso de trabalho. Deve ter resistência mínima a esforços concentrados de 150kgf/m a cada metro de peça instalada Travessão intermediário compõe-se de elemento situado entre o rodapé e o travessão superior Instalado a uma altura de 0,70m referida do eixo da peça ao piso de trabalho de mesmas características e de resistência do travessão superior Rodapé Compõe-se de elemento apoiado sobre o piso de trabalho que objetiva impedir a queda de objetos Formado por peça plana e resistente com altura mínima de 0,20m de mesmas características e resistências dos travessões Montante Compõe-se de elemento vertical que permite ancorar o Guarda-corpo-rodapé à estrutura das superfícies de trabalho ou de circulação e no qual se fixam os travessões e rodapé de mesmas características e resistências dos travessões As distâncias entre os montantes dos sistemas GcR em andaimes suspensos deverão ser de no máximo 1,50m Tela Para impedir a queda de materiais o espaço compreendido entre os travessões e o rodapé deve ser fechado por tela Apresentar malha de abertura com intervalo entre 20mm e 40mm ou material de resistência e durabilidade equivalentes e fixada do lado interno dos montantes e com resistência de 150Hgf/m Fonte: Adaptado Fundacentro (2001) apud Simões(2010). Tabela 1 – Elementos que constituem o sistema guarda-corpo-rodapé Fonte: Fundacentro (2001) apud Gribeler (2012) Figura 1 – Elementos do Guarda-corpo-rodapé Para o processo de montagem do sistema guarda-corpo-rodapé, inicialmente, deve-se utilizar um material resistente, no caso de madeiras, estas não podem apresentar falhas, nós ou rachaduras. Para sua construção deve-se fixar os travessões nos montantes, com distancia vertical entre cada travessão de 0,50 m. A fixação do guarda-corpo-rodapé deve ter resistência à esforços transversais, de no mínimo, 150 kgf/m. O montante serve para fixar o guarda-corpo-rodapé à superfície de trabalho ou de circulação, segurando os travessões e o rodapé na sua parte interna. A distância entre cada montante deve ser no máximo 1,50 m. O rodapé se apresenta sobre o piso de trabalho impedindo a queda de materiais, é formado por uma peça plana e resistente com altura mínima de 0,20 m, como visto na figura 2. Fonte: SESI Bahia (2015) Figura 2 – Montagem do sistema guarda-corpo-rodapé (rodapé) A figura 3 apresenta a instalação do travessão intermediário que fica entre o rodapé e o travessão superior, devendo ser fixado a uma altura de 0,70 m do seu eixo até o piso de trabalho. Fonte: SESI Bahia (2015) Figura 3 – Montagem do sistema guarda-corpo-rodapé (travessão intermediário) O travessão intermediário pode ser substituido por barrotes verticais desde que a distância máxima entre eles não ultrapasse 0,15 m, como é mostrada na figura 4. Fonte: SESI Bahia (2015) Figura 4 – Montagem do sistema guarda-corpo-rodapé (Barrotes verticais) O travessão superior serve de anteparo rígido de proteção, sendo formado pelo barrote e parapeito, e deve ser instalado a 1,20 m desde o eixo da peça até o piso de trabalho ou altura suficiente para proteção, indicada na figura 5. Fonte: SESI Bahia (2015) Figura 5 – Montagem do sistema guarda-corpo-rodapé (travessão superior) Os espaços vazios entre os travessões e o rodapé devem ser fechados com uma tela com malha de abertura de intervalos entre 20 mm e 40 mm, servindo para impedir a queda de materiais, deve ser fixada do lado interno dos montantes, como é evidenciado na figura 6. Fonte: SESI Bahia (2015) Figura 6 – Montagem do sistema guarda-corpo-rodapé (tela) Para o processo de desmontagem do guarda-corpo-rodapé, conforme é levantada a alvenaria externa, deve-se retirar as travessas e o montante. Quando o trabalhador executa a primeira fiada de alvenaria, deve-se retirar o rodapé da proteção, assim, quando ele estiver na terceira fiada de alvenaria, deve-se retirar o travessão intermediário, e quando estiver na sexta fiada da alvenaria deve-se retirar o travessão superior. Com ajuda de um trabalhador, após a retirada dos travessões, deve-se também retirar o montante fixado no pavimento inferior. Outra forma de retirada da proteção de periferia pode ser com a utilização de andaimes suspensos. Na figura 7 observa-se que a alvenaria se encontra na segunda fiada, sendo assim o sistema de proteção periférica encontra-se sem o rodapé. Fonte: Buss (2013) Figura 7 – Desmontagem do sistema guarda-corpo-rodapé Antes da execução do sistema guarda-corpo-rodapé é obrigatório a elaboração de um projeto, este feito por profissional habilitado, o engenheiro mecânico. Segundo o código 2144 da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), o engenheiro mecânico pode ser definido como: “Projetam sistemas e conjuntos mecânicos, componentes, ferramentas e materiais, especificando limites de referência para cálculo, calculando e desenhando. Implementam atividades de manutenção, testam sistemas, conjuntos mecânicos, componentes e ferramentas, desenvolvem atividades de fabricação de produtos e elaboram documentação técnica. Podem coordenar e assessorar atividades técnicas.” (CBO, 2010). Para execução do serviço de montagem e desmontagem da proteção de periferia faz-se necessário a presença de um carpinteiro e um servente. De acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), eles podem ser definidos, respectivamente, pelos códigos 7155 e 7170: · Carpinteiro: “planejam trabalhos de carpintaria, preparam canteiro de obras e montam fôrmas metálicas. Confeccionam fôrmas de madeira e forro de laje (painéis), constroem andaimes e proteção de madeira e estruturas de madeira para telhado. Escoram lajes de pontes, viadutos e grandes vãos. Montam portas e esquadrias. Finalizam serviços tais como desmonte de andaimes, limpeza e lubrificação de fôrmas metálicas, seleção de materiais reutilizáveis, armazenamento de peças e equipamentos.” (CBO, 2010). · Servente de obras: “Demolem edificações de concreto, de alvenaria e outras estruturas; preparam canteiros de obras, limpando a área e compactando solos. Efetuam manutenção de primeiro nível, limpando máquinas e ferramentas, verificando condições dos equipamentos e reparando eventuais defeitos mecânicos nos mesmos. Realizam escavações e preparam massa de concreto e outros materiais.” (CBO, 2010). Logo após a montagem e instalação deve ser realizada a inspecionagem e conferência da resistência de ancoragem, podendo ser realizada pelo técnico de segurança do trabalho, segundo o CBO, código 3516, pode-se definir esta função como: “Participam da elaboração e implementam política de saúde e segurança do trabalho; realizam diagnóstico da situação de SST da instituição; identificam variáveis de controle de doenças, acidentes, qualidade de vida e meio ambiente. Desenvolvem ações educativas na área de saúde e segurança do trabalho; integram processos de negociação. Participam da adoção de tecnologias e processos de trabalho; investigam, analisam acidentes de trabalho e recomendam medidas de prevenção e controle.” (CBO, 2010). 3.3 Análise de Riscos e Responsabilidades Segundo Buss (2013), a análise preliminar de riscos é uma metologia intuitiva sistemática usada para reconhecer os possíveis riscos. O documento revela o passo a passo das atividades em análises, perigos identificados, causas, efeitos potenciais, catergoria de frequência e severidade, e risco, incluindo as recomendações para eliminação ou redução do risco. Neste trabalho encontra-se a análise preliminar de riscos na atividade de montagem e desmontagem da proteção de periferia por sistema de guarda-corpo-rodapé. De acordo com a NR 35, item 35.4.5.1, “todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco.” A situação à ser averiguada na tabela 2 é a montagem da proteção de periferia com laje concretada, linha de vida horizontal, antes da execução da alvenaria. Análise Preliminar de Riscos - APR (Montagem de Guarda-Corpo-Rodapé) Perigo Falha na interpretação do projeto resultando em montagem inadequada Severidade Catastrófica Efeito Quebra do peitoril e queda do trabalhador Classificação De acidentes Medida de controle • PCMAT com projeto, memorial descritivo e ART. • Técnico de Segurança verificar a montagem do sistema Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Trabalhador sem experiência na montagem da proteção de periferia Severidade Catastrófica Efeito Quebra do peitoril e queda do trabalhador Classificação De acidentes Medida de controle • PCMAT com projeto, memorial descritivo e ART • Técnico de Segurança verificar a montagem do sistema Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Trabalhador sem treinamento nas normas regulamentadoras Severidade Catastrófica Efeito Possibilidade de queda por falta de uso de EPI's Classificação De acidentes Medida de controle • Conferir uso de EPI's dos trabalhadores • Técnico de Segurançaverificar documentação das empresas terceirizadas e dos trabalhadores Responsabilidade Administrativa, Trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Trabalhador sem exames médicos e ASO Severidade Catastrófica Efeito Desmaio por doenças resultando em queda de diferente nível Classificação De acidentes Medida de controle • Realizar exames médicos • Manter o PCMSO em dia Responsabilidade Administrativa, trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Uso de serra circular manual Severidade Crítica Efeito Corte e/ou amputação Classificação De acidentes Medida de controle • Utilizar serras circulares com proteção de disco • Utilização de protetores faciais com CA Responsabilidade Trabalhista, Civil e Previdenciária Perigo Uso de serra circular manual Severidade Catastrófica Efeito Queimaduras ou morte por choque elétrico Classificação De acidentes Medida de controle • Canteiro possuir instalação elétrica provisória • Instalações possuírem DR Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Uso de serra circular manual Severidade Crítica Efeito PAIR por ruído acima de 85 dB Classificação Físico Medida de controle • Trabalhadores possuírem protetores auriculares com CA Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária e Civil Perigo Uso de serra circular manual Severidade Catastrófica Efeito Problemas no trato respiratório devido a exposição à poeira Classificação Químico Medida de controle • Trabalhadores possuírem protetores respiratórios com filtro mecânico contra poeira Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária e Civil Perigo Transporte de peso acima do permitido por norma ou da capacidade do trabalhador Severidade Catastrófica Efeito Lesões nos membros superiores e na coluna Classificação Ergonômico Medida de controle • Canteiro possuir elevador cremalheira Responsabilidade Administrativa, Trabalhista, Previdenciária e Civil Perigo Colocação de travessas no montante Severidade Catastrófica Efeito Queda de diferente nível por falta de EPI Classificação De acidentes Medida de controle • Trabalhadores possuírem EPI para trabalho em altura • Linha de vida com projeto, memorial descritivo e ART assinado por profissional Responsabilidade Administrativa, trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Colocação de travessas no montante Severidade Marginal Efeito Pregação de dedos e mãos (perfuração e esmagamento) Classificação De acidentes Medida de controle • Profissionais com tempo de serviço ou com certificado de formação em curso de carpinteiro Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária e Civil Perigo Colocação de tela Severidade Catastrófica Efeito Queda de diferente nível por falta de EPI Classificação De acidentes Medida de controle • Trabalhadores possuírem EPI para trabalho em altura • Linha de vida com projeto, memorial descritivo e ART assinado por profissional Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Colocação de tela Severidade Marginal Efeito Pregação de dedos e mãos (perfuração e esmagamento) Classificação De acidentes Medida de controle • Profissionais com tempo de serviço ou com certificado de formação em curso de carpinteiro Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária e Civil Fonte: Adaptado Buss (2013) Tabela 2 – Análise preliminar de riscos da montagem de guarda-corpo-rodapé A tabela 3 apresenta a análise preliminar de riscos do processo de desmontagem da proteção periférica, com as lajes concretadas, alvenaria externa executada, andaimes suspensos e linha de vida vertical instalada. Análise Preliminar de Riscos - APR (Desmontagem de Guarda-Corpo-Rodapé) Perigo Falta de isolamento da área sobre o andaime Severidade Catastrófica Efeito Traumas advindos de choque mecânico (queda de materiais) Classificação De acidentes Medida de controle • Isolar e sinalizar a área sobre o andaime Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária e Civil Perigo Trabalhador sem treinamento nas normas regulamentadoras Severidade Catastrófica Efeito Possibilidade de queda por falta de uso de EPI's Classificação De acidentes Medida de controle • Conferir uso de EPI's dos trabalhadores • Técnico de Segurança verificar documentação das empresas terceirizadas e dos trabalhadores Responsabilidade Administrativa, Trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Trabalhador sem exames médicos e ASO Severidade Catastrófica Efeito Desmaio por doenças resultando em queda de diferente nível Classificação De acidentes Medida de controle • Realizar exames médicos • Manter o PCMSO em dia Responsabilidade Administrativa, Trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Trabalhador realizando atividade sem EPI's no andaime suspenso Severidade Catastrófica Efeito Queda do trabalhador do andaime suspenso Classificação De acidentes Medida de controle • Trabalhadores possuírem EPI's para trabalho em altura com CA • Linha de vida com projeto, memorial descritivo e ART assinada por profissional Responsabilidade Administrativa, Trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Acesso difícil no andaime suspenso Severidade Catastrófica Efeito Queda durante o acesso ao andaime suspenso Classificação De acidentes Medida de controle • Construir escada de acesso ao peitoril Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Posicionamento do andaime suspenso Severidade Marginal Efeito Desmaio, desidratação ou insolação devido ao calor excessivo Classificação Físico Medida de controle • Dispor de bebedouros Responsabilidade CivilPerigo Posicionamento do andaime suspenso Severidade Marginal Efeito Queimaduras, catarata, câncer cutâneo devido à exposição a raios solares Classificação Físico Medida de controle • Trabalhadores possuírem óculos de proteção com CA e filtro solar fator 30 (recomendado pelo PCMSO) Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária e Civil Perigo Posicionamento do andaime suspenso Severidade Desprezível Efeito Hipotermia devido ao frio excessivo Classificação Físico Medida de controle • Dispor de roupas adequadas ao frio Responsabilidade Civil Perigo Posicionamento do andaime suspenso Severidade Marginal Efeito Lesões nos membros superiores e coluna devido à esforço excessivo no nivelamento do andaime Classificação Ergonômico Medida de controle • Priorizar andaimes suspensos elétricos Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária e Civil Perigo Posicionamento do andaime suspenso Severidade Catastrófica Efeito Queimaduras e/ou morte devido ao choque elétrico no uso de andaime suspenso elétrico Classificação De acidentes Medida de controle • Canteiro possuir instalação elétrica provisória Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Trabalhador sem EPI's na remoção de travessas e telas Severidade Catastrófica Efeito Queda do trabalhador do andaime suspenso Classificação De acidentes Medida de controle • Trabalhadores possuírem EPI's para trabalho em altura com CA • Linha de vida com projeto, memorial descritivo e ART assinada por profissional Responsabilidade Administrativa, Trabalhista, Previdenciária, Civil e Penal Perigo Queda de material na remoção de travessas e telas Severidade Catastrófica Efeito Trauma e/ou morte Classificação De acidentes Medida de controle • Colocação de tela no peitoril do equipamento Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária e Civil Perigo Lesão de mãos e dedos durante a remoção de travessas e telas Severidade Marginal Efeito Perfuração e/ou esmagamento Classificação De acidentes Medida de controle • Colocação de tela no peitoril do equipamento Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária e Civil Perigo Lesão de mãos e dedos durante a remoção de travessas e telas Severidade Marginal Efeito Perfuração e/ou esmagamento Classificação De acidentes Medida de controle • Profissionais com tempo de serviço ou com certificado de formação em curso de carpinteiro Responsabilidade Trabalhista, Previdenciária e Civil Fonte: Adaptado Buss (2013) Tabela 3 –Análise preliminar de riscos da desmontagem de guarda-corpo-rodapé 4. Conclusão A análise preliminar de riscos é uma ferramenta técnica que possibilita reduzir ou eliminar os riscos inerentes às diversas atividades realizadas pelo indivíduo. A elaboração deste trabalho torna evidente a necessidade e obrigatoreidade da realização da Análise Preliminar de Riscos para as atividades de montagem e desmontagem das proteções periféricas, assim como as demais atividades em altura. Além disso, o empregador tem motivos financeiros para executar a APR, uma vez que esta pode reduzir a possibilidade de multas, interdições ou embargos pelo Ministério do Trabalho e indenizações a trabalhadores acidentados. É recomendado que as APR’s sejam contempladas no PCMAT, analisando as atividades realizadas durante as diversas etapas da construção. Assim como, as atividades consideradas catastróficas e críticas pela severidade do processo, deve receber prioridade sobre as demais. Finalmente, essa pesquisa permitiu uma reflexão em termos de grau de proteção e riscos de montagem e desmontagem do sistema guarda-corpo-rodapé. Referências BAHIA, SESI. 100% Seguro – Sistema Guarda-Corpo. 12 de ago. 2015. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=6kIt1j7gPYs> Acesso em 26 de nov. 2019. BRASIL, Classificação Brasileira de Ocupações: CBO – 2010 – 3.ed. Brasília: MTE, SPPE, 2010. BRASIL, MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR-35: Trabalho em Altura. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2016. BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_ 03/leis/l8213cons.htm> Acesso em 14 de nov. 2019. BUSS, M. P. Análise Preliminar de Riscos para Montagem e Desmontagem de Proteção de Periferia. 2013. 44f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) – Universidade Federal de Rio Grande do Sul, 2013. FUNDACENTRO. Recomendação Técnica de Procedimentos: Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura. São Paulo, p. 32. 2001. GRIBELER, E. C. Medidas de Proteção Contra Queda em Altura na Construção Civil. 2012. 61f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2012. OHSAS, OHSAS 18001:2007. Occupational Health and Safety Management Systems. Requirements. OHSAS, 2007. OIT, ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Acidentes de trabalho matam 2,3 milhões de pessoas por ano no mundo, diz OIT. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/ internacional/noticia/2017-04/acidentes-de-trabalho-matam-23-milhoes-de-pessoas-por-ano-no-mundo-diz> Acesso em: 16 nov. 2019. SIMÕES, T. M. Medidas de Proteções Contra Acidentes em Altura na Construção Civil. 2010. 84f. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. 2