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LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE NORTE CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE – UNI/RN CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO MARCELO DA SILVA SANTOS POLÍTICA AMBIENTAL E LANÇAMENTO DE EFLUENTES POR POSTOS DE COMBUSTÍVEIS EM NATAL/RN: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DO DIREITO DO AMBIENTE NATAL/RN 2019 MARCELO DA SILVA SANTOS POLÍTICA AMBIENTAL E LANÇAMENTO DE EFLUENTES POR POSTOS DE COMBUSTÍVEIS EM NATAL/RN: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DO DIREITO DO AMBIENTE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI/RN) como requisito final para obtenção do título de Bacharelado em Direito. Orientadora: Profª. Dra. Ana Mônica Medeiros Ferreira NATAL/RN 2019 MARCELO DA SILVA SANTOS POLÍTICA AMBIENTAL E LANÇAMENTO DE EFLUENTES POR POSTOS DE COMBUSTÍVEIS EM NATAL/RN: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DO DIREITO DO AMBIENTE Trabalho de conclusão do Curso apresentado ao Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN) como requisito final para obtenção do título de Graduação em Direito. Aprovado em: ___/___/____. BANCA EXAMINADORA __________________________ Prof. Dra. Ana Mônica M. Ferreira Orientador ___________________________ Prof. Membro ___________________________ Prof. Membro Dedico este trabalho primeiramente a minha linda e maravilhosa esposa que sempre me apoiou e compreendeu meus momentos de sufoco, também ao meu filho Arthur que sempre brincou comigo dizendo que era fácil e a minha filha que em alguns momentos revisou assuntos comigo, por último a minha estimada Valeria Costa que sempre acreditou e investiu neste sonho. AGRADECIMENTO Agradeço em primeiro lugar a Deus o dono do universo e sabedor de todas as ciências, pois sem Ele não estaria aqui materializando este sonho tão esperado. A minha Mãe (in-memoria), pois se aqui estivesse, seria a maior incentivadora para alcançar este sonho, pois sempre me ajudou em tudo, fazendo- me suprir todas as etapas de forma transparente e sincera. Como não poderia ser diferente, agradeço também a minha linda e bela esposa, aos meus lindos e maravilhosos filhos, pois sempre de forma serena e sincera aguentaram meus momentos de impaciência e sufoco, fazendo-me forte nas decisões e ajudando superar os cansaços. Da mesma forma, tenho a agradecer a Valéria Costa, pessoa de Deus e que sempre me apoio e nunca me deixou desfalecer, incentivando e fazendo do impossível para o cumprimento dessa promessa. Por fim, minha ilustre e paciente professora Ana Mônica, pela sua dedicação nas suas orientações prestadas no desenvolvimento deste trabalho, me incentivando de forma clara e objetiva para o desenvolvimento, bem como colaborando para que o título e conteúdo fossem o mais rico e transparente. Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo proposito debaixo do céu. Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar. Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele? Eclesiastes RESUMO A Constituição Federal tem como um dos Princípios Fundamentais à dignidade da pessoa humana, e para que isto ocorra e as pessoas tenham qualidade de vida, é necessário que seja disponibilizado água com qualidade para consumo humano. Nesta mesma Carta destacam-se os Princípios Ambientais, sendo o Principio da Prevenção de grande relevância, porque é melhor prevenir do que remediar. Como a água é um bem de uso comum, cabe a Administração Pública, seja ela Federal, Estadual, Municipal, Territorial ou Distrital, fiscalizar possíveis contaminações baseado nas Leis Ambientais existentes, pois com o avanço das civilizações e instalações de empreendedores de vários níveis, se faz necessário controle mais rigoroso para evitar contaminação nos lençóis freáticos. A pesquisa visa identificar a atuação dos órgãos ambientais, por meio da atuação do poder de polícia que os órgãos ambientais têm com o papel a defesa da comunidade e do patrimônio público e assim monitorar periodicamente os efluentes lançados à natureza por postos de combustíveis, na cidade do Natal/RN. Diante de um contingente muito pequeno de fiscais da SEMURB e técnicos do IDEMA para atender a demanda na capital e cidades circunvizinhas, e a ausência de um cronograma específico para rotinas de visitas com o objetivo de monitorar as caixas separadoras de água e óleo e o lançamento dos seus efluentes a natureza, bem como a falta de comprometimento dos empreendedores com relação a prevenção, foram encontrados várias situações degradantes ao meio ambiente, tanto pela falta de manutenção nos sistemas separadores, como ausência de uma fiscalização preventiva. Para a solução deste problema é vital que os órgãos ambientais contratem mais profissionais, pois a quantidade disponível é muito pequena, como também adotar um cronograma de visitas mais refinado e pontual, pois o meio ambiente não precisa ser degradado para que depois se busquem a solução. Palavras Chave: Dignidade da pessoa humana. Qualidade de vida. Potabilidade. Lei ambiental. ABSTRACT The Federal Constitution has as one of the Fundamental Principles to the dignity of the human person, and for this to happen and for people to have quality of life, it is necessary that water with quality be made available for human consumption. In this same Charter, the principles of environmental protection stand out, and the principle of prevention is of great importance, because prevention is better than cure. Since water is a common use asset, it is up to the Public Administration, be it Federal, State, Municipal, Territorial or District, oversee possible contamination based on existing Environmental Laws, because with the advancement of civilizations and installations of entrepreneurs of various levels, it is necessary to control more rigorously to avoid contamination in the groundwater. The research aims to identify the actions of environmental agencies, through the action of the police power that the environmental agencies have with the role the defense of the community and of the public patrimony and thus periodically monitor the effluents thrown to the nature by gas stations, in the city of Natal/RN. Faced with a very small contingent of SEMURB inspectors and IDEMA technicians to meet the demand in the capital and surrounding cities, and the absence of a specific schedule for visiting routines with the aim of monitoring water and oil separator boxes and the release of their effluents into nature, as well as the lack of commitment of entrepreneurs in relation to prevention, were found several degrading situations to the environment, both by lack of maintenance in the separator systems, and absence of preventive supervision. For the solution of this problem it is vital that the environmental agencies hire more professionals, because the quantity available is very small, as well as adopt a schedule of visits more refined and punctual, because the environment does not need to be degraded so that the solution is sought. Keywords: Dignity of the human person. Quality of life. potability. Environmental law. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 9 1. A CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL 13 2. O MEIO AMBIENTE NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO 15 2.1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO DO AMBIENTE 16 2.1.1. Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado 17 2.1.2. Princípio do poluidor-pagador 17 2.1.3. Princípio da função socialda propriedade 18 2.1.4. Princípio da prevenção 19 2.1.5. Princípio da precaução 20 2.1.6. Princípio do controle do poluidor pelo Poder Público 21 2.1.7. Princípio geral da atividade econômica 22 3. A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 24 4. A POTABILIDADE DO LENÇOL FREÁTICO DUNAS/BARREIRAS DA CIDADE DO NATAL/RN 27 5. A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM NATAL/RN 29 5.1. OS OBJETIVOS E DAS DIRETRIZES DA CIDADE DO NATAL/RN 30 5.2. A AÇÃO DO MUNICÍPIO 30 5.3. A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE NO MUNICIPIO 31 5.4. O CONTROLE DA POLUIÇÃO EM NATAL/RN 33 5.5. AS INFRAÇÕES E DO PROCESSO DA CIDADE DO NATAL/RN 34 6. AS LICENÇAS AMBIENTAIS 39 6.1. A LICENÇA PARA EDIFICAR 40 6.2. A LICENÇA PARA LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE ATIVIDADES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS 41 6.3. A LICENÇA DE OPERAÇÃO PARA POSTO DE COMBUSTÍVEL 42 6.4. AS LICENÇAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 43 7. ANÁLISE DOS POSTOS DE COMBUSTÍVIES 46 8. AUTO DE INFRAÇÃO PARA OS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS DA CIDADE DO NATAL/RN 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS 52 REFERÊNCIAS 57 ANEXOS 59 9 INTRODUÇÃO A Constituição Federal de 1988 tem como um dos Princípios Fundamentais à dignidade da pessoal humana, e para que isto ocorra e o ser humano tenha qualidade de vida, se faz necessário dentre tantas coisas, que seja disponibilizado à população água com qualidade para o consumo humano, pois com o avanço das civilizações os controles preventivos devem ser mais rigorosos para evitar contaminações nos reservatórios, bem como nos lençóis freáticos, garantindo qualidade de vida sem riscos a saúde humana. Água, seja ela de reservatórios superficiais ou de mananciais aquíferos, é um bem de uso comum, sendo de responsabilidade da Administração Pública Federal, Estadual, Distrital, Territorial ou Municipal, o monitoramento, a constante fiscalização, para evitar desperdícios e contaminações. Por conta do problema no processo de urbanização acelerado que não apenas gerou um aumento da demanda em áreas mais populosas, mas também gerou a contaminação dos corpos hídricos por resíduos domésticos e industriais, e pelo crescimento da população concentrada em grandes centros urbanos, principalmente no litoral do continente, gerou problemas de escassez localizada de água, agravados por sistemas de saneamento básicos deficientes, falta de sistemas de coleta, tratamento e drenagem, isso tornando boa parte das águas impróprias para o uso humano. O Brasil é palco central de discussões relacionadas ao tema, o que torna o Direito Ambiental essencial para o país. Só que, em termos de leis ambientais, o Brasil é reconhecidamente avançado, porém, o que falta na realidade é a aplicação destas, onde não estão só voltadas apenas às punições, mas voltadas para um aprimoramento no sistema de gestão, melhorando a qualidade ambiental de serviços, produtos e ambientes de trabalho e a partir disso, as empresas estabelecerem as melhores práticas, causando o menor dano possível ao ambiente, desde a produção em cada empreendimento, até a geração e destino dos resíduos de forma correta, ou seja, se prevenindo nas ações individuais e coletivas. O Lençol Freático nominado de Aquífero Dunas/Barreiras que abastece alguns municípios do Rio Grande do Norte e principalmente a cidade do Natal tem sido palco de grandes discursões, pois o mesmo é responsável abastecer a 10 população da capital, ou seja, 70% (setenta por cento) da água de abastecimento da cidade do Natal/RN é proveniente desse aquífero segundo Righetto (2004). Além disso, os índices de nitrato encontrados na água são alarmantes e crescentes, e a crescente exploração do aqüífero dentro de perímetro urbano e a disposição do esgoto por fossas e sumidouros, de um lado trouxe baixos investimentos em infraestrutura de saneamento e por outro, um problema de difícil solução em curto prazo. Esgotamento sanitário é extremamente necessário, de forma a permitir que o aqüífero possa se recuperar com relação à qualidade da água seja pelas recargas naturais seja por processos de remediações. Todavia, intensificar fiscalizações em todos os potenciais poluidores é também vital para sua vitalidade, pois é bem certo que a Administração Publica Estadual e Municipal como são responsáveis pela sua preservação, sendo o dever dos fiscais ambientais monitorarem os potenciais poluidores, e principalmente como estão sendo destinados os efluentes gerados pelos empreendimentos à natureza. A finalidade deste este estudo foi conhecer da atuação dos fiscais em postos de combustíveis na cidade do Natal com relação aos efluentes que são lançados nos sumidouros, e quais medidas preventivas são adotadas para evitar contaminações, pois conforme Dias (2012, p. 193) produtos de petróleo envolvem misturas de diferentes compostos orgânicos voláteis (VOC), que podem apresentar um risco para as águas subterrâneas após um derrame para uma determinada zona instaurada. Bem sabemos que os compostos orgânicos voláteis (benzeno, tolueno, xilenos, etilbenzeno, entre outros), são contaminantes típicos do óleo diesel e da gasolina encontrados na zona instaurada do solo e geralmente afeta em primeiro lugar esta zona antes de atingir o aquífero subjacente. Dias, (2012, p.193) continua dizendo que embora os compostos orgânicos voláteis possam ser atenuados na zona saturada, eles constituem riscos para a saúde, pois pode atingir o lençol freático através da difusão rápida da fase de vapor ou do transporte na fase aquosa por meio de processos de transporte, incluindo advecção aquosa em água de recarga, difusão das fases gasosa e aquosa, e de dispersão mecânica. 11 Também tem como finalidade esse estudo, identificar a aplicação das normas ambientais e as práticas atuais, com relação ao lançamento dos efluentes provenientes das caixas separadoras de água e óleo dos postos de combustíveis da cidade do Natal, por serem potencialmente poluidores, e como os órgãos fiscalizadores tem adotado medidas preventivas, e assim se utilizar o Principio da Prevenção, sabendo-se que é melhor prevenir do que remediar. Diferentemente de muitas cidades do Brasil, aonde à água para consumo humano vem de reservatórios artificiais localizados a quilômetros de distância, longe dos grandes centros, de áreas de risco de potenciais poluidores, na cidade do Natal/RN a água disponibilizada para o consumo humano vem do lençol freático aquífero dunas/barreiras, onde é necessário uma grande atuação dos órgãos ambientais em intensificar as fiscalizações nos diversos pontos da cidade para assim evitar possíveis contaminações, aplicando no dispõe na legislação vigente tanto para os métodos de procedimento para fiscalização como também para as punições à quem degrada o meio ambiente. Diante da relevância social e jurídica, a Administração Pública tem a responsabilidade de cuidar da potabilidade do aquífero dunas/barreiras, e assim evitar que a população seja afetada pela água contaminada, trazendo grandes prejuízos na saúde de todos. O principal objetivo desse trabalho é analisar através de uma pesquisa de campo em alguns postos de combustíveis da cidade do Natal/Rn, acessando as caixas separadoras de água e óleo para registar fotograficamente o estado em que se encontra, e ao mesmo tempo saber como é realizado o controle ambiental pelos órgãos local IDEMA e SEMURB, qual periocidade e quais procedimentos são adotados para evitar contaminação no lençol freático, verificando os parâmetros que avaliam os efluentes que são destinados aos sumidouros. A presente pesquisa esta fundamentada no que dispõe a Constituição Federal, Politica Nacional do Meio Ambiente, CONAMA, CONEMA, Código do Meio Ambiente da Cidade do Natal, entre outros. Por sua vez, este trabalho se delimitou nos postos de combustíveis da cidade do Natal, para saber se os efluentes desses estabelecimentos estãosendo destinados dentro dos limites legais para evitar contaminações, e no caso de ocorrências de contaminação, saber quais procedimentos para evitar degradação 12 ao meio ambiente e quais punições são adotadas baseadas na lei ambiental por tais condutadas. Todavia, na pesquisa de campo, além dos registros fotográficos em cada empreendimento, também foram elaboradas entrevistas com os setores responsáveis do Idema e Semurb através de um questionário com perguntas pertinentes ao tema para assim identificar os procedimentos adotados e assim compreender melhor a atuação dos órgãos ambientais. Ao final, percebesse que há uma grande deficiência do órgão ambiental tanto ao número de profissionais capacitados para atender a demanda, bem como uma regularidade nas ações preventivas quanto aos efluentes destinados a natureza, demonstrando assim uma distorção entre os fundamentos legais e a devida atuação da administração ambiental. 13 1. A CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL No livro Direito do Ambiente, que tem como autor Edis Milaré (2014, p.54), ele ressalta que o fenômeno da vida a milhões de ano marcou a terra, selando assim a sorte dos seres humanos. Muitas coisas se formaram e se alteraram nos ecossistemas, hora de forma lenta, hora de forma mais acelerada, mas sempre contínua e independente das leis físicas, pois espécies vivas e de várias formas, vegetais e animais, apareceram e desapareceram sem nenhuma explicação lógica, clara e bem definida, mas independente de qualquer coisa a evolução sempre seguiu seu caminho, preparando o terreno para os próximos habitat planetário. A questão ambiental vem ganhando espaço dia após dia, preocupando-se com o destino ecossistema planetário e com a espécie humana, pois a crise vivenciada com a evolução é impossível ser preciso de quanto tempo há para que os efeitos catastróficos sejam controlados de forma concreta e clara, pois conforme Édis Milaré (2014, p.52) em sua obra Direito do Ambiente indaga: “quais os caminhos a serem percorridos pelo homem e pelo Planeta?”. Diante dos acontecimentos no planeta terra, Antunes (2015, p.55), fala do surgimento dos cidadãos em defesa da qualidade de vida e do meio ambiente a partir do ano de 1960, sobretudo na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, ganhando força no Brasil no início da década de 70 do século XX. Tais movimentos, conforme Antunes (2015, p.57), faz com que as descobertas científicas desempenhem um importante papel na construção do Direito Ambiental, vejamos: As descobertas científicas desempenham um importante papel na construção do Direito Ambiental. Questões como o aquecimento global, que gerou o Protocolo de Quioto; o Protocolo de Montreal sobre a proteção da camada de ozônio, as convenções sobre produtos perigosos e tantas outras são diretamente fundadas em descobertas científicas significativas. Tais descobertas exercem o papel de chamar atenção para questões cruciais que demandam uma regulamentação jurídica. Muitas vezes, princípios científicos são incorporados ao mundo jurídico também (Antunes, 2015, p. 57). Diante disso, observa-se que há décadas o homem com sua exploração desastrada na natureza, vêm gerando uma série de prejuízos ao ecossistema, 14 muitos deles irreversíveis, e mesmo com a propagação para que todos tenham a consciência para a proteção do Meio Ambiente, as mesmas vêm produzindo de forma tímida mudanças comportamentais nos homens, pois o crescimento econômico é o grande foco que por sua vez tem deixado de lado a Proteção Ambiental. Segundo Milaré (2014, p. 69), ele ressalta de forma pontual e precisa quanto a não conscientização dos empreendedores, vejamos: A consciência ecológica e a responsabilidade socioambiental, infelizmente, estão longe de alcançar o estágio mínimo ideal. Por exemplo, no caso de muitos empreendimentos, uma vez obtida a licença de operação, é comum verificar-se que as empresas limitam-se ao estritamente necessário sob o ponto de vista de exigências legais, sem qualquer pequena ambição de contribuir para a perenidade da terra (MILARÉ, 2014, p. 69). Notemos que de um lado temos a Legislação Ambiental sem aplicabilidade necessária quanto à prevenção aliada ao crescimento econômico e do outro temos empreendedores não cumprindo as exigências mínimas exigidas para proteger e manter a qualidade ambiental, comprometendo a geração atual e futura, ferindo por sua vez o Princípio do Desenvolvimento Sustentável. Deste modo, verificamos que nossas ações choca-se contra nossos deveres e direitos, comprometendo nosso próprio destino, pois a busca para a satisfação das múltiplas necessidades que são ilimitadas, concorre diretamente com os bens da natureza que por sua vez são limitados. Por conta do processo de desenvolvimento, onde a exploração dos recursos naturais é vital, a paisagem natural da terra esta cada vez mais ameaçada pela deterioração do meio ambiente, pelos riscos nucleares, pelo lixo atômico, pelos dejetos orgânicos, pelo lixo químico produzido pelas indústrias, pelos efluentes gerados por postos de combustíveis entre outros, fazendo com que o lençol freático se contamine que as florestas diminuam e o ar torne-se irrespirável, entre outros. 15 2. O MEIO AMBIENTE NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO O dever Estatal geral de defesa e preservação do meio ambiente é fragmentado em deveres específico, estando eles constitucionalizados nos sete incisos que derivam do parágrafo 1.° do artigo 225, sendo esta intervenção com o dever de preservar ou recuperar a qualidade da natureza, dai a necessidade de programas de saneamento, conservação e utilização racional dos recursos naturais. A interferência do Poder Público nas atividades econômicas de domínio privado tem por objetivo impedir práticas danosas à saúde da população, à saúde ambiental e ao meio ambiente em seu conjunto, não bastando apenas fiscalizar, mais acima de tudo controlar o emprego de técnicas, manipulação de substâncias nos parques fabris, destinação correta dos efluentes ao solo, ou qualquer outro produto ou serviço que comprometam a vida e o equilíbrio do meio ambiente. Outra atenção importante para a pratica da prevenção é a realização de estudo prévio de impacto ambiental obrigatório para todas as atividades potencialmente poluidoras que causam de forma significativa à degradação do meio ambiente. Essas medidas não se tratam de ser contra o progresso, mas de promover e compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com os requisitos ambientais mínimos, utilizando e conservando de modo racional os recursos naturais, pois o destino das gerações futuras encontra-se nas mãos das presentes gerações. Temos o direito à qualidade de vida, a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, com saúde, salubridade e higidez, e este direito o legislador consagrou na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 225, vejamos: Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para às presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988). Diante disso, não há como negar que esse direito adquirido não pertence só à geração presente, mas também as vindouras, bem como o dever de todos contribuir para que o meio ambiente se mantenha ecologicamente equilibrado, 16 mas para Antunes (2015, p.60), o direito ambiental somente pode oferecer solução jurídica se ela estiver coordenada e integrada com às questões que permeiam o problema de fundo a ser enfrentado pelo Direito. Para ele, dentre esses vários conhecimentos que influenciam a construção do direito ambiental, podem ser destacados a Biologia, a Química, a Meteorologia, as Ciências Sociais etc.2.1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO DO AMBIENTE O Ordenamento Jurídico Brasileiro tem como base princípios e, como não poderia ser diferente, o Direito Ambiental também depende, sendo eles a essência ao direito, pois as leis, a jurisprudência, a doutrina e os tratados e convenções internacionais são criados com base em princípios jurídicos, os quais representam a alma do direito em si e da própria acepção de justiça. Para Rodrigues (2016, p. 306), tais princípios encontram-se enraizados na Constituição Federal, e deles decorrem outros que lhes são derivados. Trata-se de classificação meramente acadêmica, já que o legislador não os definiu expressamente. Vejamos a importância de um princípio na visão de José Afonso da Silva: Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra (Silva, 2014, p. 976-977). Por sua vez, segundo Milaré (2014, p. 258) a “palavra princípio, em sua raiz latina, significa aquilo que se toma primeiro (primum capere), designando início, começo, ponto de partida”, motivo pelo qual, é o mandamento básico e fundamental para as diretrizes de uma nova ciência. 17 2.1.1. Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado A geração presente além de atender as suas necessidades, a mesma não pode comprometer as gerações futuras, tendo que compatibilizar suas atividades econômicas de um lado e de outro proteger o Meio Ambiente para que os próximos habitantes possam usufruir das benesses naturais sem comprometer a qualidade de vida. Diante da realidade enfrentada por todos, cabe a cada um dos indivíduos assumir um papel de defensor do meio ambiente, sabendo que essa atitude não so lhe beneficiará, mas a todos os presentes e aos vindouros, pois conforme Milaré (2014, p. 260), a vida tem que valer a pena, vejamos: O reconhecimento do direito a um meio ambiente sadio configura- se, na verdade, como extensão do direito à vida, quer sob o enfoque da própria existência física e saúde dos serres humanos, quer quanto ao aspecto da dignidade dessa existência – a qualidade de vida -, que faz com que valha a pena viver (MILARÉ, 2014, p. 260). Esta proteção encontra-se amparada no artigo 170, VI da Constituição Federal, onde destaca a defesa do Meio Ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme os impactos ambientais dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, portanto ficando claro que as atividades presentes devem observar que tipos de impactos provocam ao meio ambiente para que as próximas gerações não sofram e tenham sua qualidade de vida comprometida. 2.1.2. Princípio do poluidor-pagador Assenta-se este princípio, inspirado na teoria econômica de que os custos decorrentes da prevenção, precaução e de eventuais danos ao meio ambiente devem ficar totalmente a cargo de quem possuí a atividade que gera tal eventual poluição. Assim, aquele que possuí atividade poluidora ou que necessite de métodos de prevenção ou precaução, é quem deverá arcar com os custos a fim de se evitar ou reparar possíveis danos ao meio ambiente. Nos termos da 18 Constituição em seu artigo 225, § 3°, para o poluidor aplicam-se medidas de caráter reparatório e punitivo, a saber: Art. 225, § 3° - “as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (BRASIL, 1988). Como se vê, os danos causados ao meio ambiente, potencial ou efetiva, pode gerar uma tríplice reação no mundo jurídico, ou seja, um único ato pode detonar a imposição de sanções administrativas, penais e civis, a exemplo disso é o para um manancial, comprometendo a fauna, a flora e as condições sanitárias do meio ambiente, pode ensejar pagamento de multa com base no art. 62, VIII, do decreto 6.514/2008, condenação a pena de detenção, de 1 a 3 anos, ou multa, ou ambas cumulativamente, com base no art. 33 da Lei 9.605/1998, e pagamento de indenização ou cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, com base no art. 14, §1.° da Lei 6.938/1981. 2.1.3. Princípio da função social da propriedade A Função Social da Propriedade deve atender a função socioambiental, visando em alguns casos, como as propriedades rurais a preservação permanente de algumas áreas, que dependendo da situação, pode chegar ate 80% de preservação e assim garantir que recursos naturais sejam protegidos. A Constituição Federal destaca esse Principio em seu artigo 5°, XXIII e XXIV, bem como no artigo 186, I e II, no qual destacamos: Art. 186 A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I – aproveitamento racional e adequado; II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; (BRASIL, 1988). Também destaca no artigo 182, paragrafo 1°, que propriedade urbana localizada em cidades com mais de 20 mil habitantes devem atender obrigatoriamente o plano diretor para que se tenha um uso racional do solo urbano e assim cumprir sua função social. Ainda no paragrafo 2° do mesmo artigo, tem 19 como destaque que a propriedade urbana só atende sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressa no plano diretor. 2.1.4. Princípio da prevenção Outro importantíssimo princípio cravado no Art. 225 da nossa Constituição, Milaré (2014, p.264) destaca que prevenção é substantivo do verbo prevenir (do latim prae = antes e venire = vir, chegar), e significa ato ou efeito de antecipar-se, chegar antes; induz uma conotação de generalidade, simples antecipação no tempo, é verdade, mas com intuito conhecido. Apesar de expressamente constante em tal Carta, tal princípio já havia sido informado na Declaração Universal do Meio Ambiente em 1972. Trata-se do princípio que mais se encontra presente na legislação em matéria ambiental. Dentre os vários princípios norteadores do tema, destaca-se o Princípio da Prevenção do dano ambiental. Tal direcionamento fundamental consiste no comportamento efetuado com o intuito de afastar o risco ambiental, antecipando- se medidas para evitar agressões ao meio ambiente, isso é bem verdade, por que não há nada melhor do que prevenir para não ser preciso remediar. Para Milaré (2014, p. 266), o Princípio da Prevenção tem como objetivo impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, através da imposição de medidas acautelatórias antes da implantação de empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras. Na prática, a prevenção ambiental é o ato, ação, disposição, conduta, que busca evitar que determinado e conhecido mal, dano, lesão ou intempérie, de origem humana, venha a agir sobre o meio ambiente, tornando-o, fragmentado ou em um todo regional ou total, de menor qualidade, reduzindo seu equilíbrio ecológico e consequentemente a boa qualidade de possibilitando a perpetuação da espécie humana na Terra. 20 2.1.5. Princípio da precaução Por outro lado, Milaré (2014, p. 264) destaca que precaução é do substantivo do verbo precaver-se (do latim prae = antes e cavere = tomar cuidado), e sugere cuidados antecipados com o desconhecido, cautela para que uma atitude ou ação não venha a concretizar-se ou a resultar em efeitos indesejáveis.Este princípio é responsável pela vedação de determinadas ações no meio ambiente uma vez que não haja certeza concreta de que tais ações não causarão reações adversas. Diferencia-se do princípio da prevenção pelo fato de buscar evitar que reações desconhecidas aconteçam, uma vez que o da prevenção busca prevenir o meio ambiente de degradações e consequências conhecidas. Como o homem não conhece completamente o meio ambiente e as suas relações e inter-relações, também não conhece todas as possibilidades de respostas do ambiente frente à atuação humana. Assim não é capaz de formular certezas, traçar informações conclusivas acerca das intempéries provocadas por determinados procedimentos e intervenções. O inciso V do § 1º do artigo 225 da Constituição Federal determina que para assegurar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado incumbe ao Poder Público controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. Diante da crise ambiental gerada pela devastação assustadora do meio ambiente por diversos tipos de degradação, a preocupação de evitar a destruição constante do meio ambiente, passou a ser uma constante para aqueles que procuram uma melhor qualidade de vida para as presentes e futuras gerações. Isso é bem verdade, pois Antunes (2015, p. 38) diz que o constituinte fez uma escolha indiscutível pelo chamado antropocentrismo, ou seja, entendeu que o ser humano é o centro das preocupações constitucionais e que a proteção ao meio ambiente se faz como umas das formas de promoção da dignidade humana, razão pela qual, ele faz o seguinte destaque ao princípio da precaução: O chamado princípio da precaução é, assim, um princípio setorial que não pode se sobrepor aos princípios constitucionais mais abrangentes como aqueles previstos no artigo 1° da Constituição Federal, devendo ser harmonizados com os demais princípios, tais 21 como a ampla defesa, a isonomia e tantos outros (ANTUNES, 2015, p. 38). Diante disso, Antunes (2015, p. 390) ressalta que o princípio da precaução tem sido prestigiado pelo legislador brasileiro que, em muitas normas positivadas, determina uma série de medidas com vistas à avaliação dos impactos ambientais reais e potenciais gerados pelos diferentes empreendimentos, motivo pelo qual, é reconhecido por toda doutrina brasileira e pelo nosso ordenamento jurídico. Por fim, Antunes (2015, p. 40) diz que a aplicação deste princípio somente se justifica constitucionalmente quando observados os princípios fundamentais da República e ante a inexistência de norma capaz de determinar a adequada avaliação dos impactos ambientais. 2.1.6. Princípio do controle do poluidor pelo Poder Público Este princípio resulta das atribuições e intervenções do Poder Público necessário à manutenção, preservação e restauração dos recursos ambientais, com vistas à sua utilização reacional e disponibilidade permanente. Neste sentido a Constituição Federal no art. 23, caput, VI, estabelece solidariedade de todos os entes do Poder Público para a proteção do meio ambiente e o combate a todas as formas de poluição, vejamos: Art. 23° - É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas (BRASIL, 1988). Para Milaré (2014, p. 269), a ação dos órgãos e entidades públicas se concretiza através do exercício do seu poder de polícia administrativa, isto é, daquela faculdade inerente à Administração Pública de limitar o exercício dos direitos individuais, visando assegurar o bem-estar da coletividade, utilizando deste poder para estabelecer ajustamento de condutas que levem à cessação das atividades nocivas. 22 Isso é bem verdade, pois no parágrafo 1° do art. 17 da Lei Complementar n° 140/2011 qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão para efeito do exercício de seu poder de polícia. Esta Lei Complementar 140/2011 fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora. Todavia, o art. 17 da Lei Complementar 140/2011 estabelece que a competência para lavrar o auto de infração e instaurar processo administrativo é do órgão licenciador, exercendo assim o poder de polícia para apurar infrações ambientais e assim coibir possíveis danos ao meio ambiente. 2.1.7. Princípio geral da atividade econômica A Constituição Federal no art. 170 lê-se que a atividade econômica está fundada na valorização do trabalho e na livre iniciativa, com o fito de assegurar a todos existência digna em conformidade com os ditames da justiça social, vejamos: Art. 170 – A ordem econômica, fundada em valorização do trabalho e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (BRASIL, 1988). Desta feita, destaca ainda no inciso IV sobre a defesa do meio ambiente, onde o Princípio importa em uma limitação da propriedade privada, inclusive com tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, e bem sabemos que a atividade de Posto de Combustível não é diferente, sendo esse tratamento de grande relevância. 23 Portanto, a defesa do meio ambiente encerra limitações ao pleno exercício da livre-iniciativa e da livre concorrência, sendo primordial a preservação, motivo pelo qual, se faz necessário que as atividades potencialmente poluidoras, diante do impacto que possam causar ao meio ambiente, terem tratamento diferenciado, e assim assegurar dignidade a presente e futura geração. 24 3. A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE No início da década de 80, a Lei Federal 6.938, de 31.08.1981, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Essa lei incorporou e aperfeiçoou normas estaduais já vigentes e instituiu o Sistema Nacional de Meio Ambiente, integrado pela União, por Estados e Municípios, e atribuiu aos Estados à responsabilidade maior na execução das normas protetoras do meio ambiente segundo Miralé (2014, p. 685). Para Rodrigues (2016, p.153), a partir do surgimento dessa Lei e, acima de tudo, após o advento da Constituição Federal de 1988, o equilíbrio ecológico passou a receber tutela jurídica imediata e autônoma, pelo valor que representa em si mesmo e para todas as formas de vida, surgindo assim uma infinidade de leis destinadas à tutela do meio ambiente, de forma que, não é nenhum exagero sustentar o que temos hoje, um ordenamento jurídico ambiental. Como visto no capitulo anterior, a Constituição Federal de 1988 ocupa o topo, o vértice, e dela emana as normas fundamentais e os princípios de proteção ao meio ambiente, disciplinando a competência de cada um dos entes federativos para legislar e atuar concretamente na proteção do meio ambiente, motivo pelo qual, o Congresso Nacional decretou e sancionou a Lei Complementar 140/2011 fortalecendo o poder de polícia de cada um deles em busca da proteção ao meio ambiente. Conforme Rodrigues (2016, p. 153), o mesmo destaca que não só a Uniãodetém competência para legislar matéria ambiental, mas todos os entes da federação, que podem se utilizar de leis que visam tutelar este ou aquele recurso natural de forma específica, bem como de leis que visam regulamentar alguma atividade econômica de relevante impacto ambiental. Contudo, antes de se compreender o sistema criado pela Lei n° 6.938/81, é preciso saber o contexto histórico em que ela surgiu, pois para Rodrigues (2016, p. 155), ao contrário do que se poderia imaginar, esta lei não surgiu como obstáculos ao desenvolvimento econômico, mas na verdade o Plano Nacional do Meio Ambiente surgiu no cenário nacional para estabelecer um equilíbrio entre a política desenvolvimentista vigente àquela época e a proteção do meio ambiente. Após a Conferência de Estocolmo em 1972, onde os países em desenvolvimento lutavam pelo direito ao desenvolvimento, o Brasil acordou para a 25 necessidade de se proteger o meio ambiente e de que um desenvolvimento a todo ou a qualquer custo seria um verdadeiro tiro no pé. Rodrigues (2106, p. 155) Nesse contesto surge, então, a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, onde Rodrigues toma como destaque a finalidade do seu papel que era o de proteger o meio ambiente, sem que isso representasse, contudo, um obstáculo instransponível ao desenvolvimento, tendo a Lei como finalidade pregar o desenvolvimento sustentável, pois estes eram os pilares fixados nos 25 princípios contidos na Declaração de Estocolmo. Para a formulação da Política Nacional do Meio Ambiente n° 6.938/81, o legislador foi extremamente criterioso, ao estabelecer os princípios que devem sustentá-la, estão eles elencados nos incisos do art. 2°, vejamos: Art 2º A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: I – ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; II - racionalização do uso dos do solo, do subsolo, da água e do ar; III – planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV – proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; V – controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI – incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII – acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII- recuperação das áreas degradadas; IX – proteção das áreas ameaçadas pela degradação; X – educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-lo para participação ativa na defesa do meio ambiente (BRASIL, 1981). Para Rodrigues (2016, p. 156), destaca que no art. 2°, caput é possível didaticamente estabelecer uma diferença entre este que como fins abstratos que funcionam como diretivas gerais da política nacional do meio ambiente, e para o art. 4° afirma que compõem objetivos mais palpáveis com fins concretos para a política publica ambiental brasileira, que visa à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológicos, sendo os órgãos e entidades da União, dos 26 Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, vejamos: Art. 4° A Política Nacional do Meio Ambiente visará: I – à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; II – à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municipios; III – ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; IV – ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; V – à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; VI – à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; VII – à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar dos danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos (BRASIL, 1981). Portanto, são estes os objetivos, didaticamente classificados em concretos e abstratos, que devem servir de norte no exercício da política pública ambiental Brasileira, no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, e assim garantir a presente e futuras gerações um ambiente ecologicamente equilibrado. 27 4. A POTABILIDADE DO LENÇOL FREÁTICO DUNAS/BARREIRAS DA CIDADE DO NATAL/RN O Lençol Freático nominado de Aquífero Dunas/Barreiras que abastece alguns municípios do Rio Grande do Norte e principalmente a cidade do Natal que tem sido palco de grandes discursões, pois o mesmo é responsável abastecer a população da capital. Segundo Righetto (2004) setenta por cento da água de abastecimento de água da cidade de Natal é proveniente do aqüífero Dunas/Barreiras que totaliza vazão explotada em torno de 3,0 m 3 /s. É uma situação de super-explotação, já que a capacidade do aqüífero dentro do perímetro urbano da cidade é muito inferior. Os índices de nitrato encontrados na água são alarmantes e crescentes, e a crescente exploração do aqüífero dentro de perímetro urbano e a disposição do esgoto por fossas e sumidouros, de um lado trouxe baixos investimentos em infraestrutura de saneamento e por outro, um problema de difícil solução em curto prazo, conforme afirmação de Righetto (2004). Percebe-se por um lado à necessidade de esgotamento sanitário, de forma a permitir que o aqüífero possa se recuperar com relação à qualidade da água seja pelas recargas naturais, seja por processos de remediações. Por outro, verifica-se a necessidade de intensificar fiscalizações em todos os potenciais poluidores, pois neste sentido, a Administração Publica Estadual e Municipal como são responsáveis pela sua preservação, tendo o dever dos fiscais ambientais monitorarem os potenciais poluidores, e principalmente, analisar in- loco como estão sendo destinados os efluentes gerados pelos empreendimentos à natureza. Além das situações preocupantes citadas acima que podem comprometer a potabilidade do aquífero dunas/barreiras, há também das que se originam dos efluentes dos postos de combustíveis da cidade do Natal que são lançados nos sumidouros, onde, por sua vez, deve-se adotar medidas preventivas para evitar contaminações, isso é bem verdade, que Dias (2012, p. 193) esclarece quanto aos produtos de petróleo que envolvem misturas de diferentes compostos orgânicos voláteis (VOC), que podem apresentar um risco para as águas subterrâneas após um derrame para uma determinada zona instaurada. 28 Acrescenta ainda que os compostos orgânicos voláteis (benzeno, tolueno, xilenos, etilbenzeno, entre outros), são contaminantes típicos do óleo diesel e da gasolina encontrados na zona instaurada do solo e geralmente afeta em primeiro lugar esta zona antes de atingir o aquífero subjacente. Dias, (2012, p.193) continuadizendo que embora os compostos orgânicos voláteis possam ser atenuados na zona saturada, eles constituem riscos para a saúde, pois pode atingir o lençol freático através da difusão rápida da fase de vapor ou do transporte na fase aquosa por meio de processos de transporte, incluindo advecção aquosa em água de recarga, difusão das fases gasosa e aquosa, e de dispersão mecânica. Diante dessas informações, percebe-se que a potabilidade do aquífero dunas/barreiras vem sofrendo ao longo desses anos, sendo necessário maior esforço dos órgãos ambientais, adotando medidas preventivas, sabendo que é melhor prevenir do que remediar. 29 5. A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM NATAL/RN Como citado anteriormente, o aquífero dunas/barreiras localizado na cidade do Natal, patrimônio da União, bem de uso comum do povo, abastece toda a cidade, mas para que se tenha potabilidade, se faz necessários controles constantes dos efluentes para evitar sua contaminação, motivo pelo qual, é obrigação dos órgãos ambientais fiscalizar constantemente todo e qualquer possível poluidor, prevenindo assim de problemas que afetem a população. Neste sentido, o seu órgão ambiental juntamente com o setor de fiscalização, tem por obrigação adotar medidas preventivas, controlando os riscos iminentes gerados pelas atividades potencialmente poluidoras e assim controlar a qualidade dos efluentes lançados no solo da cidade do Natal/RN, respeitando os Princípios Fundamentais listados na lei n° 4.100/1992, Código do Meio Ambiente do município do Natal, na qual destacamos os incisos VI e VII, do art. 2°, vejamos: Art. 2° Para a elaboração, implementação e acompanhamento crítico da política ambiental do Município, serão observados os seguintes princípios fundamentais: VI – continuidade, no tempo e no espaço, das ações básicas de gestão ambiental; VII – informação e divulgação obrigatória e permanente de dados e condições ambientais (BRASIL, 1992). Segundo o código, cabe ao município elaborar, implementar, programar, dar continuidade na sua atuação para que o meio ambiente seja protegido de forma preventiva, e isso é bem verdade, que a partir da concessão da licença de operação fornecida pelo órgão, o empreendedor passa a ter uma série de condicionantes à serem cumpridas, sendo elas um dos meios preventivos para manter o meio ambiente equilibrado. Por outro lado, independente do período de validade da licença, o setor responsável passa a fiscalizar em períodos diversos e contínuos, os empreendimentos que tem atividades potencialmente poluidoras para certificar que os programas adotados estão sendo cumpridos ou não, pondo em prática o que determina o próprio código. 30 Todavia a Política Nacional do Meio Ambiente do município da cidade do Natal é composta por três capítulos, dos quais trata dos princípios fundamentais, dos objetivos e diretrizes e da ação do município, regulando os deveres, direitos e obrigações de ordem pública e privada concernentes ao meio ambiente e aos recursos naturais no âmbito municipal conforme disposição preliminar na parte geral da Lei 4100/92. 5.1. OS OBJETIVOS E DAS DIRETRIZES DA CIDADE DO NATAL/RN Diante do acima exposto, ao implementar estes princípios determinados pelo Código do Meio Ambiente da cidade do Natal, a administração do município tem à responsabilidade de elaborar objetivos e diretrizes previstas no mesmo código, e assim proteger o aquífero dunas/barreiras conforme demonstra o art. 3° em seu inciso V: Art. 3° - A política do Município tem por objetivos possibilitar: V – a utilização adequada de espaço territorial e dos recursos hídricos destinados para fins urbanos, mediante criteriosa definição de uso e ocupação, normas e projetos, implantação, construção e técnicas ecológicas de manejo, conservação e preservação, bem como de tratamento e disposição final de resíduos e efluentes de qualquer natureza (BRASIL, 1992). Para que isso seja implementado, o Código do Meio Ambiente estabelece alguns mecanismos, dentre eles o da educação ambiental que deverá ser aplicada para o desenvolvimento urbano, política habitacional, saúde pública, saneamento básico e domiciliar, energia e transporte rodoviário e de massas, todos eles previstos no art. 4° da própria lei, considerando, também no art. 6°, III, “e”, que poluição ambiental a alteração dos agentes e fatores ambientais, causada por qualquer forma de energia ou matéria que, direta ou indiretamente, lance matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. 5.2. A AÇÃO DO MUNICÍPIO Posto isto, o Código do Meio Ambiente da cidade do Natal, também vem tratar da ação do Município, conforme previsto no art. 7°, XII, vejamos: 31 Art. 7° - Ao município, no exercício de suas competências constitucionais e legais relacionadas ao meio ambiente, incumbe mobilizar e coordenar ações e recursos financeiros, materiais, técnicos e científicos, bem como a participação da população na consecução dos objetivos estabelecidos nesta Lei, devendo: XII – estabelecer diretrizes específicas para proteção de mananciais hídricos, através de planos de uso e ocupação de áreas de drenagem de bacias e sub-bacias hidrográficas (BRASIL, 1992). Portanto, estabelecer diretrizes específicas para proteger o manancial dunas/barreiras é competência exclusiva do município da cidade do Natal, tendo como dever adotar planos de uso e ocupação do solo, motivo pelo qual, sem esse planejamento se tornaria um caos todo município e consequentemente aumentaria de forma desacerbada a contaminação nos mananciais. Isso é bem verdade, que um simples descuido nas áreas que são ocupadas sem as devidas autorizações, seja por residências ou outras atividades comercias, são sem dúvida nenhuma, na grande maioria grandes depredadores do meio ambiente, onde muitas vezes as áreas degradadas levam um bom tempo para ser revitalizadas. Mas, deve-se ser esclarecido que conforme a Constituição Federal de 1988, em seu art. 225, essa responsabilidade é compartilhada em matéria ambiental, não só do Município, mas também ao Poder Públicos em todas as esferas, bem como à coletividade como um todo tem o dever de defender e proteger o meio ambiente. Por fim, este plano de uso e ocupação estabelecido pelo município da cidade do Natal, antes de tudo, deve ser mobilizado de forma dinâmica entre os setores de proteção ao meio ambiente e a população, de forma que esta ação traga benefícios protecionistas ao meio ambiente. 5.3. A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE NO MUNICIPIO O Código do Meio Ambiente da Cidade do Natal é muito claro quanto à ação do município no dever à proteção dos mananciais hídricos, por isso, por intermédio da Fundação do Meio Ambiente do Natal – ECO-NATAL resolve adotar medidas legais e administrativas para a proteção e prevenção do meio ambiente, conforme destaque no art. 11, paragrafo 1°, IV, VI, XI: 32 Art. 11 – O Município, através da Fundação do Meio Ambiente do Natal – ECO-NATAL, adotará todas as medidas legais e administrativas necessárias à proteção do meio ambiente e à prevenção da degradação ambiental, de qualquer origem e natureza. § 1° - Para os efeitos do disposto neste artigo, a ECO-NATAL: IV – identificará, implantará e administrará unidades de conservação e outras áreas protegidas, visando à proteção de mananciais, ecossistemas naturais, flora e fauna, recursos genéticos e outros bens e interesses ecológicos, estabelecendo as normas a serem observadas nestas áreas; VI – estabelecerá diretrizes específicas para a proteção dos mananciais e participará da elaboração de planos de ocupação de áreas de drenagem de bacias hidrográficas; XI – estabelecerá normas e padrões de qualidade ambiental, inclusive fixando padrões e condições de lançamento e disposiçãopara resíduos, rejeitos e efluentes de qualquer natureza (BRASIL, 1992). Diante do exposto, decorre para o município a responsabilidade estabelecer normas e padrões e condições para lançamentos dos rejeitos e efluentes de qualquer natureza, ficando implícito que os efluentes resultantes da atividade dos postos de combustíveis também fazem parte deste rol. Destarte, que efluentes de caixa separadora de água e óleo de um posto de combustível, sem a devida manutenção é capaz de contaminar o solo e por sua vez o lençol freático, isso é bem verdade, que no termo de ajustamento de conduta realizado entre os varejistas de combustíveis da cidade do Natal e o Ministério Publico do Rio Grande do Norte, não só se preocupou com os tanques de armazenamento de combustível por conta dos grandes volumes, mas também com o lançamento dos efluentes deste sistema aos sumidouros. Portanto, segundo Dias (2012, p. 214), quando o combustível é derramado na pista de abastecimento, ou na área de descarga de combustível, ou na existência de efluentes de lavagem de veículos contaminados com óleo lubrificante, estes são direcionados para a caixa separadora de água e óleo, cuja finalidade é separar a água e o óleo antes do descarte desses efluentes, evitando a contaminação do solo. Continua Dias (2012, p. 216), estudos apresentam que os compostos orgânicos voláteis (benzeno, tolueno, xilenos, etilbenzeno, entre outros), são contaminantes típicos do óleo diesel e da gasolina encontrados na zona instaurada do solo e geralmente afeta em primeiro lugar esta zona antes de atingir o aquífero subjacente, onde diante da realidade natural existente na cidade do 33 Natal, eles constituem riscos para a saúde, pois pode atingir o lençol freático através da difusão rápida da fase de vapor ou do transporte na fase aquosa por meio de processos de transporte, incluindo advecção aquosa em água de recarga, difusão das fases gasosa e aquosa, e de dispersão mecânica. Com vistas de proteger o meio ambiente, os efluentes da caixa separadora de água e óleo devem ser destinados dentro dos limites da Resolução do Conama 430/2011 (óleos minereis = 20 mg/l), motivo pelo qual, essas caixas devem passar por manutenção periódica por empresa especializada e devidamente licenciada, a fim de assegurar o desempenho e funcionamento do sistema, bem como destinação final adequada dos resíduos contaminados por óleo. 5.4. O CONTROLE DA POLUIÇÃO EM NATAL/RN Para o devido controle da poluição, o código também estabelece vedações do que não deve ser lançado ao meio ambiente, e assim, de maneira preventiva, evitar danos lesivos à saúde, vejamos o que estabelece no art. 14, I e II do próprio código: Art. 14 – É vedado o lançamento ao meio ambiente de qualquer forma de matéria, energia, substância ou mistura de substância, em qualquer estado físico, prejudiciais ao ar atmosférico, ao solo, ao subsolo, às águas, à fauna e à flora, ou que possam torna-lo: I – impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde e/ou ao bem-estar público; II – danoso aos materiais, prejudicial ao uso, gozo e segurança da propriedade, bem como ao funcionamento normal das atividades da coletividade (BRASIL, 1992). E ainda mais, conforme disposto no art. 16 do mesmo código, obriga aos empreendedores com atividades potencialmente poluidoras implantar sistemas de tratamento de efluentes, observemos: Art. 16 – Os estabelecimentos e todos os responsáveis pelas atividades efetivas ou potencialmente poluidoras são obrigados a implantar sistemas de tratamento de efluentes e a promover todas as demais medidas necessárias para prevenir ou corrigir os inconvenientes e danos decorrentes da poluição (BRASIL, 1992). 34 Pois bem, tudo isso é percebido que os postos de combustíveis da cidade do Natal implantaram o sistema de tratamento de efluentes, bem como capacitou profissionais por intermédio de treinamentos para promover a manutenção nos sistemas como forma de prevenir o lançamento de efluentes dentro das normas, e contrato com empresas especializadas e licenciadas para o recolhimento e destinação dos resíduos oleosos. Não se bastasse isso, um dos requisitos para obtenção da licença de operação é o treinamento de todos os funcionários na atividade fim de acordo a norma de segurança NR 20, que também estabelece como medida preventiva a manutenção do sistema separador de água e óleo. Diante dessas medidas é perceptível que o município adota mecanismos de prevenção para a atividade dos postos de combustíveis que são rotulados como potencialmente poluidores, cumprindo assim o papel de fiscalizador do meio ambiente. 5.5. AS INFRAÇÕES E DO PROCESSO DA CIDADE DO NATAL/RN Conforme previsto no Código do Meio Ambiente da Cidade do Natal, o art. 105 da Lei 4.100/1992 considera-se infração ambiental toda ação ou omissão que importe inobservância dos preceitos nele estabelecidos, decretos e/ou normas técnicas que se destinem à promoção, proteção e recuperação da qualidade e higidez ambiental, sendo a autoridade ambiental em exercer seu poder de polícia para realizar preventivamente, no que for necessário, para evitar que danos acorram, e caso aconteça, adotar medidas punitivas e de remediação impostas aos responsáveis. Esse poder de polícia é fortalecido pelas punições que podem ser aplicadas, independente das sanções penais e administrativas dispostas nos incisos do artigo 107 da Lei 4.100/92, a saber: Art. 107 - Sem prejuízo das sanções civis e penais cabíveis, as infrações às normas indicadas no artigo 105 serão punidas, isolada ou cumulativamente, com as seguintes penalidades: I - advertência por escrito; II - multa simples ou diária; III - apreensão de produto; IV - inutilização de produtos; 35 V - suspensão de venda de produto; VI - suspensão de fabricação de produto; VII - embargo de obra; VIII - interdição, parcial ou total, de estabelecimento ou de atividade; IX - cassação do alvará de autorização de localização do estabelecimento; X - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Município; Notadamente, percebesse que o Código do Meio Ambiente da Cidade do Natal/RN ao conceder esses poderes às autoridades ambientais, flexibiliza ao agente aplicar punição de advertência por escrito com determinado prazo para que seja regularizada a situação, sob pena de punição mais grave conforme disposição do paragrafo único do art. 107 da Lei 4.100/92. Quando aplicada sanções pecuniárias, essas penas são classificadas de forma gradativa de acordo com a classificação da infração, se leve, grave ou gravíssima, estabelecidas nos incisos do artigo 112 da Lei 4.100/92, adotando a UFR – UNIDADE FISCAL DE REFERÊNCIA DO MUNICÍPIO ou outra unidade que venha a sucedê-la, vejamos os valores: Art. 112 - A pena de multa consiste no pagamento do valor correspondente (em UFR - Unidade Fiscal de Referência do Município - ou outra unidade que venha a sucedêla): I - nas infrações leves, de 5 a 25 UFR’s; II - nas infrações graves, de 26 a 100 UFR’s; III - nas infrações gravíssimas, de 101 a 500 UFR’s. Não se bastasse isso determinado pelo Código do meio ambiente da cidade do Natal/Rn, a própria lei vai muito mais além, impondo ao Município mais atenção as reponsabilidades a ele impostas, pois o mesmo, antes de tudo, é o responsável imediato pela proteção e combate a poluição e qualquer de suas formas do meio ambiente conforme competência prevista na Constituição Federal em seu art. 23, VI. Notadamente o código do meio ambiente, por intermédio do art. 106, reforça ainda mais as responsabilidades da autoridade ambiental vejam: Art. 106 – A autoridade ambiental que tiver ciência ou notícia de ocorrência de infração ambiental é obrigada a promover sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de se tornarcorresponsável (BRASIL, 1992). 36 Nota-se que o texto é taxativo em relação à responsabilidade direta o órgão ambiental, mas para que este controle aconteça se faz necessário que os fiscais utilizem o poder de policia ambiental, em favor do município, que é prerrogativa da Administração Pública, que legitima a intervenção na esfera jurídica do particular em defesa de interesses maiores e relevantes para coletividade. Esse poder pode ser exercido diretamente ou por delegação, porém a delegação não pode ser arbitrária, nem ampla e indefinida, a mesma deve ser regulamentada por Decreto. Isso é bem verdade, que no art. 7° da RESOLUÇÃO CONAMA n° 273/2000 diz que caberá ao órgão ambiental licenciador exercer as atividades de fiscalização dos empreendimentos de acordo com sua competência estabelecida na legislação em vigor. Este poder de policia ambiental deve buscar em primeiro lugar, a adequação da conduta, reservada a punição para os casos extremos, de absoluta necessidade, mas se por outro lado houver omissão desse poder pela autoridade competente, pode configurar tanto infração administrativa, nos termos do § 3.° do art. 70 da Lei 9.605/1998, bem como ato de improbidade administrativa, nos termos do art. 11, II, da Lei 8.429/1992, possibilitando a corresponsabilidade, e até mesmo a perda do cargo do funcionário omisso. Neste caso, em caso de acidentes ou vazamentos que representem situações de perigo ao meio ambiente ou a pessoas, bem como na ocorrência de passivos ambientais, cabe ao órgão ambiental, conforme determina o art. 8° do CONAMA N° 273/2000, responsabilizar solidariamente os proprietários, arrendatários ou responsáveis pelo estabelecimento, onde responderão pela adoção de medidas para controle da situação emergencial, e para o saneamento das áreas impactadas, de acordo com as exigências formuladas pelo órgão ambiental licenciador. Diante de tantos potenciais poluidores na cidade do Natal/Rn, foi estabelecido como referência para este trabalho os postos de combustíveis, que já tiveram como medidas preventivas adotadas por cerca de 10 anos atrás, onde todos os 110 postos de combustíveis assinaram um Termo Acordo de Conduta (TAC) com o Ministério Público de que trata a Lei Federal 7.347, de 24 de julho de 1985, com eficácia de título executivo extrajudicial, nos moldes do que dispõe o § 6º, do art. 5º da referida Lei e inciso II do art. 585 do Código de Processo Civil, para Adequação Ambiental, mas ai vem uma problemática, como é realizado o 37 controle ambiental para evitar contaminação do lençol freático da cidade do Natal/RN? A prevenção tem sido realizada constantemente? Essa preocupação se deu devido à fragilidade geológica, pois o manancial de águas subterrâneas ocorre no sistema aquífero dunas/barreiras, onde o lençol freático é raso e induz a uma maior vulnerabilidade desse aquífero à contaminação, não só por sua menor profundidade, mas também pela natureza arenosa, bastante porosa e permeável do solo. Diante dessa realidade, verifica-se que os serviços oferecidos pelos postos de revendas de combustíveis são bastante diversificados e não envolvem não só o abastecimento, mas também troca de óleo, lavagem de veículos, loja de conveniência, lanchonetes e restaurantes, razão pela qual podem causar impactos negativos sobre o meio ambiente. Por razão de o risco ser constante iminente diante das atividades desenvolvidas pelos postos de revenda de combustíveis, e sabendo que uma pequena quantidade de óleo pode contaminar uma grande área em poucos minutos, o CONAMA 430/11, art. 16°, I, e, 1, estabelece até quanto é permitido que seja lançado a natureza pelos seus efluentes, vejamos: Art. 16 Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente no corpo receptor desde que obedeçam as condições e padrões previstos neste artigo, resguardadas outras exigências cabíveis: I - condições de lançamento de efluentes: e) óleos e graxas: 1 - óleos minerais: até 20 mg/L (BRASIL, 2011). O doutor e mestre pela PUC/SP, Rodrigues (2016, p. 361), em seu livro intitulado Direito Ambiental, ressalta a importância do Princípio da Responsabilidade Ambiental, onde a nova função da responsabilização é a prevenção, vejamos: Na medida em que objetivam evitar que o dano ambiental ocorra, tornam-se importantíssimos, justamente pela dificuldade da recuperação de qualquer ecossistema degradado. Em suma, tratando-se de meio ambiente é melhor prevenir que remediar (RODRIGUES, 2016, p. 361). Diferentemente de muitas cidades do Brasil, aonde à água para consumo humano vem de reservatórios artificiais localizados a quilômetros de distância, 38 longe dos grandes centros, de áreas de risco de potenciais poluidores, na cidade do Natal/RN a água para consumo humano vem do lençol freático aquífero dunas/barreiras, sendo necessário um grande esforço dos órgãos ambientais em intensificar as fiscalizações nos diversos pontos da cidade para assim evitar possíveis contaminações. Bem é sabido que o lençol freático dunas/barreiras sofre há décadas por cargas positivas de dejetos, onde já foram encontrados altos índices de nitrato em vários pontos conforme Richetto, Vilela e Dantas (2004, p. 12) provenientes dos sumidouros dos esgotamentos sanitários. Diante disso, a presente pesquisa delimitou investigar as caixas separadoras de água e óleo dos postos de combustíveis da cidade do Natal com o objetivo de analisar as condições e padrões dos lançamentos dos efluentes de acordo com a resolução do CONAMA 430/11 e verificar como têm sido adotadas as medidas preventivas para evitar lançamentos fora do mínimo estabelecido. 39 6. AS LICENÇAS AMBIENTAIS Primeiramente precisamos entender o vocábulo licença perante nosso ordenamento jurídico, para isso, recorremos Costa (2004, p. 59), onde destaca licença advinda do latim (licentia-ser permitido), no sentido de permitir alguém fazer algo, sendo esse referido tema, destacado em várias passagens do nosso ordenamento jurídico-positivo brasileiro, tanto no texto constitucional como na legislação infraconstitucional. Este procedimento esta previsto na Resolução do CONAMA n°237/1997, sendo aplicável ás atividades de armazenamento e comercio varejista de combustíveis líquidos automotivos derivados de petróleo, álcool carburante e gás natural veicular, no qual destacamos o inciso II do artigo 1°, vejamos: II- Licença ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental (BRASIL, 1997). As atividades objeto do licenciamento são as de armazenamento e abastecimento de combustíveis automotivos, bem como as outras atividades a elas relacionadas, como a lavagem de veículos, a troca de óleo, a lubrificação de veículos e serviços administrativos relacionados a essas atividades. Nesse diapasão, entende-se que para ocupação do solo, seja ele rural ou urbano há a necessidade de uma licença, onde Costa (2014, p. 80) destaca que as licenças administrativas, oportunamente destinadas ao disciplinamento da atuação dos interessados nas propriedades localizadas nos espaços urbanos, ou a ele equiparáveis, recebem o rótulo de licenças urbanísticas, diante disso ressalta: O regime da licença urbanística consubstancia-se no provimento decorrente do poder de polícia administrativa, exercitado à luz da competência vinculada, destinado a constituir uma relação jurídica de caráter ampliativo de direitoentre o poder público e o 40 interessado, a propósito dos espaços urbanos ou a ele equiparáveis (COSTA, 2014, p. 80) Diante da variedade de espécies de licenças urbanísticas utilizadas pelo poder público, destacaremos a licença para edificar e licença para localização e funcionamento de atividades comerciais, industriais e posteriormente os requisitos para obtenção da licença de operação para um posto de combustível. 6.1. A LICENÇA PARA EDIFICAR A licença para edificar é requisito jurídico prévio e necessário à consequente alteração material, qual seja a nova obra a ser erguida em dado terreno urbano ou urbanizável, razão pela qual, quando protocolada a demanda por parte do interessado, o poder público instaura processo administrativo destinado a avaliar todos os requisitos legais referíveis ao uso e ocupação do solo que sofrerá a transformação material. Conforme Costa (2014, p. 87), este ponto é cardeal, pois o Município, por meio do órgão competente, deve analisar a pretensão do demandante segundo os dispositivos legais em vigência, como plano diretor, normas de zoneamento entre outros. Continua dizendo que o caráter impositivo da obtenção da licença edilícia é inquestionável, a ponto de ser dever da administração, quando constatada sua inexistência ou irregularidade, embargar a obra em andamento e, por consequência, proceder à demolição compulsória da mesma. Por fim, quando as máculas são insanáveis, a orientação da administração pública é a cassação da licença deferida quando comprovados sintomas que se desviaram do provimento, onde Santos citado por Costa et al. (2014, p.88) destaca, “deve o Município aguardar que o próprio proprietário providencie a demolição, e se este não o fizer, a demolição poderá ser processada compulsoriamente, inclusive com força policial”. 41 6.2. A LICENÇA PARA LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE ATIVIDADES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS É por meio da licença para localização e funcionamento que a administração exerce o prévio controle e ordenamento das atividades econômicas ou profissionais, onde conforme Costa (2014, p.93) a lei de um determinado município prescrever que em determinada área somente é possível a construção de um shopping center se na área pretendida não exista algum em funcionamento, pois caso exista o pedido não será deferido por ausência de motivo legal. O autor Costa (2014, p. 94) ressalta a diferença entre licença para edificar e licença para funcionar, onde a primeira diz respeito às alterações que a propriedade sofre com o advento de uma obra, enquanto a outra se refere à atividade a ser desenvolvida no imóvel urbano. Entretanto, quando o interessado pretende executar alterações na propriedade é obrigatório à consonância entre a obra executada e a licença para funcionar, razão pela qual, caso a atividade a ser exercida naquela área possa gerar algum dano ambiental, será imposto ao interessado adotar medidas antipoluentes com equipamentos de acordo com a legislação ambiental. O caso dado por Figueiredo citado por Costa et al. (2018, p. 95), eis o caso: Uma construção licenciada à luz de uma legislação antiga com a destinação específica de posto de gasolina, numa zona que, posteriormente à licença, passou a ser zona Z1. Em São Paulo, a Zona Z1 é estritamente residencial, Figueiredo (apud COSTA et al., 2014, p. 95). Segundo a autora, a Prefeitura cassou o alvará, pois a construção seria inconveniente para o local, só que a lide foi levada ao Supremo Tribunal Federal, onde foi mantido o alvará sem adentrar na esfera do funcionamento do posto de gasolina, onde para a magistrada federal, a conduta do Município confrontou o principio da boa fé. Notadamente, a atitude do município foi um verdadeiro contrassenso, pois uma vez concedida, e lei municipal venha modificar o zoneamento, a mesma deverá ser mantida, fazendo-se valer apenas para os novos pedidos. Como apontado antes, Milaré (2014, p. 266), faz o destaque e referência ao princípio da prevenção que tem como objetivo impedir a ocorrência de danos ao 42 meio ambiente, através da imposição de medidas acautelatórias antes da implantação de empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras. 6.3. A LICENÇA DE OPERAÇÃO PARA POSTO DE COMBUSTÍVEL A atividade de revenda varejista de combustíveis automotivos, segundo Agência Nacional de Petróleo – ANP, somente poderá ser exercida por pessoa jurídica constituída, sob leis brasileiras que tiver autorização de revenda varejista de combustíveis automotivos somente após sua outorga, e atender, em caráter permanente, ao que estabelece a Resolução ANP n° 41 de 2013. No entanto, a atividade de comércio varejista de combustíveis para veículos automotores o CNAE 47.31-8-00 deve ser a atividade principal no registro de um posto de revenda de combustível – PRC. Para que essa outorga seja liberada pela ANP, são solicitados documentos compulsórios para o funcionamento do posto, a saber: alvará de funcionamento ou outro documento equivalente expedido pela prefeitura municipal referente ao ano de exercício; licença de operação ou outro documento equivalente expedido pelo órgão ambiental competente; certificado de vistoria de vistoria ou documento equivalente de corpo de bombeiros competente; certificado nacional de borda livre no caso de revenda varejista flutuante emitido pela capitania dos portos. Mesmo após todo esse procedimento, a ANP poderá a qualquer momento, ainda que após a outorga do registro, solicitar os documentos apresentados no pedido inicial, e ao verificar que o agente econômico não atende ao exigido na Resolução 41/2013, e comprovada à ausência documental, a autorização poderá ser revogada, em processo administrativo, com garantia do contraditório e a ampla defesa. Como citado anteriormente, a licença de operação é um dos documentos essenciais para liberação do funcionamento do posto de combustível pela ANP, sendo que, para obtenção de uma licença de operação para um posto de combustível no município do Natal, o solicitante tem a obrigatoriedade de apresentar uma série de documentos a Semurb, dentre os quais o plano de manutenção e operação (PMO) conforme ABNT, e o plano de gerenciamento de 43 resíduos (PGRS) contemplando óleos e graxas, vasilhames, filtros, pneus, resíduos óleos, etc., conforme resoluções do CONAMA. Por sua vez, para obtenção de uma licença de operação para os outros municípios do estado do Rio Grande do Norte, o Idema também exige uma série de documentos, no qual destaca-se o relatório de manutenção e operação (RMA), de acordo com as instruções técnicas do Idema, deixando para exigir o plano de gerenciamento dos resíduos (PGRS) após a concessão da licença em uma das condicionantes. 6.4. AS LICENÇAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE O Estado do Rio Grande do Norte tem como órgão ambiental o IDEMA, que ao conceder uma Licença de Operação (anexo 1), impõem ao empreendedor uma série de condicionantes que devem ser cumpridas ao longo do tempo e sua validade, dentre elas à que o empreendedor deve realizar trimestralmente análise do teor de óleos e graxas (TOG) do efluente proveniente do tratamento da caixa separadora, encaminhando, semestralmente, o resultado das referidas análises ao IDEMA. Diante disso e para entender melhor da atuação do órgão e das obrigações que devem ser cumpridas pelos postos de combustíveis com relação as condicionantes impostas nas licenças de operação, no dia 14/06/2019 encaminhamos ofício de número 001/2019 (anexo 2), por saber que é competência do Estado proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas conforme inciso VI do art. 23° da Constituição Federal. Em resposta no dia 02 de julho de 2019 (anexo 3), a Srta. Adriana Nazaré, supervisora do núcleo de serviços
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