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Prévia do material em texto

Normas Internacionais de 
Contabilidade (IFRS) 
Anderson Fumaux Mendes de Oliveira
1ª Edição
Brasília/DF - 2019
Autor
Anderson Fumaux Mendes de Oliveira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e 
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático....................................................................................................................................... 4
Introdução ............................................................................................................................................................................. 6
Capítulo 1
O Ambiente ......................................................................................................................................................................7
Capítulo 2
Os Reguladores ............................................................................................................................................................17
Capítulo 3
A Harmonização ..........................................................................................................................................................22
Capítulo 4
A Convergência ............................................................................................................................................................25
Capítulo 5
As Convenções .............................................................................................................................................................34
Capítulo 6
A Adoção ........................................................................................................................................................................50
Referências ..........................................................................................................................................................................66
4
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros 
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, 
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Indicado para ressaltar trechos importantes do texto.
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, 
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa 
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
5
ORgANIzAçãO DO LIvRO DIDátICO
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
6
Introdução
Olá, pessoal! É com enorme satisfação que iniciaremos o semestre juntos. Sou Anderson Fumaux, 
Coordenador do Curso de Ciências Contábeis da Unyleya. Seja bem-vindo à disciplina Normas 
Internacionais de Contabilidade (IFRS).
Como você já sabe, além da função de Coordenador na Faculdade Unyleya, atuo como Perito 
Contábil no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, integro o corpo docente do Conselho 
Regional de Contabilidade e sou sócio-diretor do Centro de Estudos Contábeis do Rio de Janeiro. 
Possuo Mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape Business School, pós-graduação em 
Controladoria e Finanças e graduação em Ciências Contábeis, ambas pela Unigranrio.
A disciplina que estudaremos é uma importante ferramenta frente ao cenário de economia 
globalizada num mercado cada vez mais competitivo, pois é com ela que as empresas poderão 
dar a transparência e visibilidade necessária e, assim, permitirem a comparação com as suas 
respectivas concorrentes, para, no final, oferecerem seus produtos, atraindo investimentos, 
contratando financiamentos e valorizando-se no mercado de capitais. A convergência às normas 
internacionais de contabilidade, em sua plenitude, permitirá que uma empresa brasileira seja 
comparada a qualquer outra concorrente no mundo.
No decorrer da disciplina, veremos o ambiente em que se encontrava a Contabilidade, conheceremos 
os reguladores das normas contábeis, bem com o seu processo de harmonização; abordaremos 
como se deu a Convergência no Brasil, suas Convenções, finalizando com a Adoção.
Resumindo: este Caderno de Estudos foi escrito para fornecer conceitos e explicar a importância 
das Normas Internacionais de Contabilidade. Bons Estudos!
Objetivos
 » Contextualizar o processo de convergência das normas contábeis em nível internacional 
e apresentar os principais aspectos do processo de adoção do padrão contábil IFRS no 
Brasil.
 » Discutir as diferenças e similaridades entre as normas contábeis locais e internacionais. 
 » Estudar os principais pontos das normas internacionais de Contabilidade.
7
Introdução
Este capítulo abordará as principais mudanças na estrutura do International Accounting Standards 
Boards (IASB) e aspectos que ilustram como as Normas Internacionais de Contabilidade evoluíram 
ao longo dos anos. Apresentaremos os principais organismos responsáveis pela aprovação de 
novas normas e interpretações.
Objetivos
 » Abordar o histórico e estruturas dos principais organismos internacionais.
 » Definir os conceitos e objetivos das Normas Internacionais de Contabilidade
 » Apresentar as características e propostas do processo de internacionalização.
Contextualização
Com a internacionalização dos mercados, a utilização de práticas contábeis distintas dificultava 
a comparação das informações econômico-financeiras entre diferentes países. 
Além da falta de comparabilidade das demonstrações contábeis, essa diversidade de informações 
ocasionava o descrédito da informação contábil no cenário mundial. 
Essa situação indicava uma necessidade de informações padronizadas em nível global para 
análises de investimentos.
O International Accounting Standard Board (IASB) surgiu em 2001, uma entidade independente 
do setor privado, que herdou diversos projetos do International Accounting Standard Committee 
(IASC), criado em 1973. 
A sede do IASB está localizada em Londres e conta com a experiência de mais de 140 diferentes 
entidades profissionais da Contabilidade, originárias do mundo todo, inclusive do Brasil 
(BLBBRASIL, 2016).
1CAPÍTULOO AMBIENtE
http://portal.blbbrasilescoladenegocios.com.br/contabilidade-internacional/
http://portal.blbbrasilescoladenegocios.com.br/contabilidade-internacional/
8
CAPÍTULO 1 • O AMBIENtE
De acordo com BLBBRASIL (2016), entre outras funções, o IASB foi criado para a preparação 
e emissão dos princípios contábeis International FinancialReporting Standards (IFRSs) e as 
International Accounting Standards (IASs), coordenando um movimento de mudança nos 
aspectos contábeis em nível mundial, com o objetivo de implementar maior transparência nas 
demonstrações contábeis, proporcionando, assim, maior comparabilidade.
O IFRS foi adotado na Europa após 31 de dezembro de 2005, pelas empresas listadas com o 
objetivo de convergir as demonstrações financeiras consolidadas de cada país, fazendo com que 
as demonstrações financeiras em conformidade com estes princípios sejam internacionalmente 
reconhecidas como de boa prática de governança corporativa. 
De forma estrutural, Costa (2009) descreve que o processo contábil consiste na busca pela 
representação da realidade econômica da sociedade, executado em três fases: Reconhecimento, 
classificação da ação de natureza econômica; Mensuração, definição da base de mensuração; 
e Evidenciação, demonstração para os usuários externos à organização do processo de 
reconhecimento e mensuração realizado.
Ainda de acordo com o autor, os modelos contábeis possuem uma relação estreita com as 
características de cada país ou região, sejam elas o nível de sofisticação dos usuários, aspectos 
culturais, sistema jurídico, características das empresas, sistema econômico, sistema de 
financiamento, consequentemente, os modelos são diferentes entre as nações.
Dessa forma, o mundo foi segregado em duas partes: Escolas Contábeis – Italiana (modelo europeu 
continental) e Anglo-saxônica; ou Características Institucionais – países code-law tais como: 
França, Brasil, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha e suas ex-colônias (Direito Romano – Intenso 
processo de regulamentação) e common-law, tais como: Inglaterra, EUA, Canadá, Austrália, Nova 
Zelândia, Malásia (Direito Consuetudinário – Menor regulação feita pelo governo). 
O papel da Contabilidade Societária vem de longa data e pode ser dividido em reduzir a assimetria 
informacional e a busca por uma métrica para avaliação e monitoramento de contratos. Após a 
crise de 1929, tivemos maior regulação em Contabilidade, buscando uniformidade por Princípios 
de Contabilidade Geralmente Aceitos (PCGA ou GAAP, da sigla em inglês).
O processo de convergência no mundo teve como motivadores o aumento do fluxo internacional 
de capitais, aumento de operações de capitação de recursos, empresas multinacionais, grandes 
investidores institucionais, blocos econômicos, entre outros. 
Com dois grandes modelos, o Norte-Americano (US-GAAP) e o Internacional (IFRS), tivemos, até 
a década de 1990, o modelo norte-americano como grande benchmark internacional, modelo 
este aplicado na maior economia, no maior mercado de capitais e pela maior quantidade de 
grandes empresas do mundo. Após longa caminhada, o IASB ganha prestígio e apoio, ganhando 
9
O AMBIENtE • CAPÍTULO 1
adeptos pela União Europeia, além dos escândalos de 2002 e assinatura do acordo de Norwalk 
com os norte-americanos. 
No ano de 2005 foi criada no Brasil uma entidade denominada Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC) através da Resolução CFC nº 1.055/2005. De acordo com a referida norma, o 
CPC tem como objetivo:
o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos 
de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a 
emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização 
e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a 
convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.
Nesse sentido, o CPC se tornou o órgão responsável por traduzir as normas internacionais de 
Contabilidade para a língua portuguesa e, posteriormente, adaptá-los à realidade brasileira, 
emitindo Pronunciamentos, Interpretações e Orientações técnicas convergentes com as normas 
internacionais.
Ou seja, todo Pronunciamento Contábil emitido e/ou revisado equivale a uma nova ou alteração 
de uma IAS/IFRS.
Após o advento das Leis nºs 11.638/2007 e 11.941/2009, o Banco Central do Brasil (Bacen), 
a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep) 
declararam, por meio de seus atos normativos, que as entidades a elas subordinadas deveriam 
elaborar suas demonstrações contábeis de acordo com as IFRSs (Normas Internacionais de 
Contabilidade) editadas pelo IASB a partir do exercício social de 2010.
Além disso, em linha com as mudanças na legislação societária e o ambiente internacional, a 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) percebeu a necessidade de o Brasil se adaptar à regulação 
contábil internacional e isso impacta diretamente na estrutura do Balanço Patrimonial. 
Destaca-se entre os objetivos da lei, além de alterar a Lei nº 6.404/1976 para sua devida atualização 
ao mundo de negócios global, providenciar maior transparência às atividades empresariais 
brasileiras.
10
CAPÍTULO 1 • O AMBIENtE
Alterações na estrutura do  Balanço Patrimonial após o advento das Leis nº 11.638/2007 e 
11.941/2009:
ANTES DAS LEIS NºS 11.638/2007 E 
11.941/2009
APÓS AS LEIS NºS 11.638/2007 E 11.941/2009
ATIVO CIRCULANTE
REALIzávEL A LONgO PRAzO
ATIVO PERMANENTE
·INvEStIMENtO
·IMOBILIzADO
·DIFERIDO
ATIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE
·REALIzávEL A LONgO PRAzO
·INvEStIMENtO
·IMOBILIzADO
·INtANgÍvEL
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
RESERVA DE EXERCÍCIOS FUTUROS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
·CAPItAL SOCIAL
·RESERvA DE CAPItAL
·RESERvA DE REAvALIAçãO
·RESERvAS DE LUCROS
·LUCROS OU PREJUÍzOS ACUMULADOS
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
·CAPItAL SOCIAL
·RESERvA DE CAPItAL
·AJUStES DE AvALIAçãO PAtRIMONIAL
·RESERvAS DE LUCROS
·AçÕES EM tESOURARIA
·PREJUÍzOS ACUMULADOS
 
Fonte: Elaboração do autor.
A partir da vigência das Leis 11.638/2007 e 11.941/2009, observaram-se mudanças na estrutura 
do Balanço Patrimonial:
 » A segregação do ativo e passivo em “circulante” e “não circulante”;
 » A criação do subgrupo “Intangível” no Ativo;
 » A extinção da reavaliação dos bens do Ativo Imobilizado em contrapartida à eliminação 
das “Reservas de Reavaliação” no Patrimônio Líquido;
 » A extinção do subgrupo “Diferido” no Ativo;
 » A extinção do subgrupo “Reserva de Exercícios Futuros” no Passivo;
 » Eliminação da conta“Lucros ou Prejuízos Acumulados”no Patrimônio Líquido mantendo 
apenas “Prejuízos Acumulados”;
 » Criação, no Patrimônio Líquido, do subgrupo “Ajustes de avaliação patrimonial”. 
Na área societária observou-se:
 » Nas demonstrações Financeiras, além das demonstrações já conhecidas (balanço 
patrimonial, demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados e demonstração do 
resultado do exercício), a inclusão da demonstração dos fluxos de caixa (DFC), da 
https://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/balanco_patrimonial/
https://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/balanco_patrimonial/
https://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/balanco_patrimonial/
11
O AMBIENtE • CAPÍTULO 1
demonstração do valor adicionado (DVA) e a extinção da demonstração das origens e 
aplicações de recursos (DOAR);
 » Na Demonstração do Resultado do Exercício foram adicionadas novas informações como: 
participações de debêntures, de empregados e administradores, mesmo na forma de 
instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de 
empregados, que não se caracterizem como despesa; (Lei nº 11.941, de 2009).
 » A criação da Demonstração dos fluxos de caixa evidenciando as alterações ocorridas, 
durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas 
alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: operações, financiamentos e investimentos 
(Lei nº 11.638, de 2007).
 » A criação da Demonstração do valor adicionado evidenciando o valor da riqueza gerada 
pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração 
dessa riqueza, como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como 
a parcela da riqueza não distribuída (Leinº 11.638, de 2007). 
 » A obrigatoriedade da elaboração das demonstrações contábeis pelas novas regras 
para empresas qualificadas no rol das sociedades denominadas “de grande porte” que 
possuem receita bruta anual acima de R$ 300 milhões ou ativos superiores a R$ 240 
milhões (Lei nº 11.638, de 2007). 
 » A obrigatoriedade do teste de recuperabilidade dos ativos (Lei nº 11.638, de 2007). 
A seguir, para exemplificação e melhor entendimento, destacamos as principais peças das 
Demonstrações Financeiras da seguradora Icatu Seguros S/A nos anos de 2014 e 2015:
BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014
(Em milhares de reais)
ATIVO 2015 2014
CIRCULANTE 10.400.594 9.181.869 
 Disponível 23.533 8.732 
 Caixa e Bancos 23.533 8.732 
 Aplicações Nota 5 
10.096.202 
 8.920.697 
 Créditos das Operações com Seguros e Resseguros 103.415 98.116 
 Prêmios a Receber Nota 7 89.395 91.977 
 Operações com Seguradoras 6.320 4.129 
 Operações com Resseguradoras 7.700 2.010 
 Créditos das Operações com Previdência Complementar 358 605 
 Outros Créditos Operacionais Nota 8 69.038 54.398 
 Ativos de Resseguro e Retrocessão ─ Provisões Técnicas Nota 16 30.937 18.044 
 Títulos e Créditos a Receber 28.021 28.419 
 títulos e Créditos a Receber Nota 9.1 23.948 21.569 
12
CAPÍTULO 1 • O AMBIENtE
 Créditos tributários e Previdenciários Nota 9.2 3.047 5.679 
 Outros Créditos 1.026 1.171 
 Despesas Antecipadas 103 7.637 
 Custos de Aquisição Diferidos 48.987 45.221 
 Seguros Nota 14 46.100 42.197 
 Previdência Nota 15 2.887 3.024 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 1.592.325 888.331 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.140.303 410.150 
 Aplicações Nota 5 829.165 150.874 
 Títulos e Créditos a Receber 235.740 191.414 
 Créditos tributários e Previdenciários Nota 9.2 73.550 55.443 
 Depósitos Judiciais e Fiscais Nota 17.3 162.190 135.971 
 Depósitos Compulsórios 244 11 
 Custos de Aquisição Diferidos 75.154 67.851 
 Seguros Nota 14 56.387 48.734 
 Previdência Nota 15 18.767 19.117 
 Investimentos 301.914 334.868 
 Participações Societárias Nota 10 301.822 334.776 
 Outros investimentos 92 92 
 Imobilizado 9.298 10.484 
 Imóveis de Uso Próprio 89 89 
 Bens Móveis 5.858 6.709 
 Outras Imobilizações 3.351 3.686 
 Intangível Nota 11 140.810 132.829 
TOTAL DO ATIVO 11.992.919 10.070.200 
Fonte: Extraído das Demonstrações Financeiras 2015/2014, www.icatuseguros.com.br
PASSIVO 2015 2014 (Reclassifi-
cado)
CIRCULANTE 1.991.915 1.602.122 
 Contas a Pagar 110.186 105.156 
 Obrigações a Pagar Nota 12.1 80.680 81.764 
 Impostos e Encargos Sociais a Recolher 10.724 8.281 
 Encargos Trabalhistas 7.334 6.301 
 Impostos e Contribuições 926 2.470 
 Excedente Técnico a Pagar 10.522 6.340 
 Débitos de Operações com Seguros e Resseguros 76.987 50.468 
 Prêmios a Restituir 1.333 1.495 
 Operações com Seguradoras 14.075 4.967 
 Operações com Resseguradoras 23.510 5.392 
 Corretores de Seguros e Resseguros 37.436 38.135 
 Outros Débitos Operacionais 633 479 
 Débitos de Operações com Previdência Complementar 1.621 2.372 
 Depósitos de Terceiros Nota 13 23.777 12.862 
 Provisões Técnicas ─ Seguros Nota 14 1.098.435 887.921 
 Pessoas 481.669 453.378 
http://www.icatuseguros.com.br
13
O AMBIENtE • CAPÍTULO 1
 vida Individual 20.681 20.332 
 vida com Cobertura por Sobrevivência 596.085 414.211 
 Provisões Técnicas ─ Previdência Complementar Nota 15 680.909 543.343 
 Planos Não Bloqueados 79.842 68.180 
 PgBL/PRgP 601.067 475.163 
NÃO CIRCULANTE 9.142.366 7.644.805 
 Contas a Pagar 137.460 128.390 
 Obrigações a Pagar 4.663 5.382 
 tributos Diferidos 1.994 6.821 
 Outras Contas a Pagar Nota 17.2 130.803 116.187 
 Provisões Técnicas ─ Seguros Nota 14 4.398.324 3.489.439 
 Pessoas 254.153 230.109 
 vida Individual 4.972 412 
 vida com Cobertura por Sobrevivência 4.139.199 3.258.918 
 Provisões Técnicas ─ Previdência Complementar Nota 15 4.584.956 4.011.167 
 Planos Não Bloqueados 312.013 283.714 
 PgBL/PRgP 4.272.943 3.727.453 
 Outros Débitos 21.626 15.809 
 Provisões Judiciais Nota 17.1 21.626 15.809 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO Nota 18 858.638 823.273 
 Capital Social 425.000 345.000 
 Aumento de Capital em Aprovação - 80.000 
 Reservas de Capital 35.577 35.577 
 Reservas de Lucros 499.457 382.906 
 Ajustes de Avaliação Patrimonial (101.396) (20.210)
TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 11.992.919 10.070.200 
Fonte: Extraído das Demonstrações Financeiras 2015/2014, www.icatuseguros.com.br
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PARA 2015 E 2014
(Em milhares de reais, exceto o lucro líquido por ação)
2015 2014 
(Reclassificado)
Prêmios Emitidos 1.214.610 1.157.188 
Contribuições para Cobertura de Riscos 4.165 4.276 
variação das Provisões técnicas de Prêmios (79.253) (72.201)
Prêmios Ganhos Nota 21 1.139.522 1.089.263 
Receita com Emissão de Apólices 4.137 4.339 
Sinistros Ocorridos Nota 22 (488.029) (510.448)
Custos de Aquisição Nota 22 (348.833) (331.993)
Outras Despesas Operacionais Nota 22 (46.707) (39.134)
RESULTADO COM OPERAÇÕES DE SEGUROS 260.090 212.027 
RESULTADO COM OPERAÇÕES DE RESSEGURO Nota 22 (4.380) 249 
Rendas de Contribuições e Prêmios de vgBL 945.855 697.853 
http://www.icatuseguros.com.br
14
CAPÍTULO 1 • O AMBIENtE
Constituição da Provisão de Benefícios a Conceder (270.815) (204.316)
Receita de Contribuições e Prêmios de VGBL 675.040 493.537 
Rendas com taxas de gestão e Outras taxas 74.146 66.499 
variação de Outras Provisões técnicas (677.549) 
(494.413)
Custos de Aquisição (15.002) (10.649)
Outras Despesas Operacionais Nota 22 (964) (378)
RESULTADO COM OPERAÇÕES DE PREVIDÊNCIA 55.671 54.596 
RESULTADO COM OPERAÇÕES DE RESSEGURO Nota 22 
(146)
 1.266 
Despesas Administrativas Nota 22 (215.749) (186.473)
Despesas com tributos Nota 22 (48.259) (51.357)
Resultado Financeiro Nota 22 82.02681.848 
Resultado Patrimonial Nota 10 157.105 171.853 
RESULTADO OPERACIONAL 286.358 284.010 
Ganhos ou Perdas com Ativos Não Correntes Nota 22 6.885 (591)
RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS E PARTICIPAÇÕES 293.243 283.419 
Imposto de Renda Nota 23 (24.939) (19.965)
Contribuição Social Nota 23 (18.350) (14.717)
Participações sobre o Lucro (33.403) (33.646)
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 216.551 215.091 
Quantidade de Ações 640.969 640.969
Lucro Líquido por Ação ─ R$ 337,85 335,57 
Fonte: Extraído das Demonstrações Financeiras 2015/2014, www.icatuseguros.com.br
DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS ABRANGENTES PARA 2015 E 2014
(Em milhares de reais)
2015 2014
LUCRO DO EXERCÍCIO 216.551 215.091 
OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES
Ativos Financeiros Disponíveis para Venda (26.441) 9.788 
Ajuste a valor justo de ativos financeiros disponíveis para venda (44.156) 16.313 
Imposto sobre o(a) ganho/(perda) originado no exercício 17.715 (6.525)
Parcela de outros resultados abrangentes de coligadas e/ou controladas (54.745) 15.827 
Total do Resultado Abrangente do Exercício 135.365 240.706 
Fonte: Extraído das Demonstrações Financeiras 2015/2014, www.icatuseguros.com.br
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15
O AMBIENtE • CAPÍTULO 1
DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA PARA 2015 E 2014.
(Em milhares de reais)
2015 2014
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro do exercício 216.551 215.091 
 - - 
Ajustes para:
Depreciação e amortização 16.075 15.413 
Perda na alienação de permanente (6.885) 591 
Resultado de Equivalência Patrimonial (157.105) (171.853)
variação das Provisões técnicas 236.161 (88.294)
Variação nas contas patrimoniais:
Ativos financeiros (1.853.796) 
(1.379.968)
Créditos das operações de seguros e resseguros (5.299) (14.330)
Créditos das operações de previdência complementar 247 (153)
Ativos de Resseguro (12.893) (9.728)
Créditos fiscais e previdenciários 2.632 1.507 
Ativo fiscal diferido (18.107) (7.530)
Depósitos judiciais e fiscais (26.219) (23.763)
Despesas antecipadas 7.533 (7.628)
Custos de Aquisição Diferidos (11.069) (27.789)
Outros Ativos 199.495 113.249 
Impostos e contribuições 42.237 52.960 
Outras contas a pagar 18.028 27.155 
Débitos de operações com seguros e resseguros 26.518 4.400 
Débitos de operações com previdência complementar (751) 867 
Depósitos de terceiros 10.915 (13.460)
Provisões técnicas ─ seguros e resseguros 463.734 372.186 
Provisões técnicas ─ previdência complementar 1.130.860 1.160.255 
Provisões judiciais 5.819 449 
Ajustes Avaliação Patrimonial (81.186) (42.385)
Outros passivos (91.734) (25.615)
Caixa Gerado pelas Operações 111.761 151.627 
Impostos sobre o lucro pagos (46.166) (42.060)
Caixa Líquido Gerado nas Atividades Operacionais 65.595 109.567 
ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
Recebimento pela venda:
 Investimentos - 175 
 Imobilizado e Intangível 48 46 
Pagamento pela compra:
 Investimentos (18.824) (35.310)
 Imobilizado e Intangível (23.752) (127.310)
Recebimento de dividendos e juros sobre capital próprio 91.734 94.119 
16
CAPÍTULO 1 • O AMBIENtE
Caixa Líquido (Consumido) nas Atividades de Investimento 49.206 (68.280)
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Distribuição de Dividendos e Juros sobre o Capital Próprio (100.000) (50.000)
Caixa Líquido (Consumido) nas Atividades de Financiamento (100.000) (50.000)
Aumento (Redução) Líquido(a) de caixa no exercício 14.801 (8.713)
Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício 8.732 17.445 
Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício 23.533 8.732 
Fonte: Extraído das Demonstrações Financeiras 2015/2014, www.icatuseguros.com.br
DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014.
(Em milhares de reais)
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2013 300.398 44.602 34.659 918 27.749 270.066 (45.825) - 632.567 
Aumento de Capital............................................................ 44.602 (44.602) - - - - - - - 
Dividendos declarados AGO de 31/03/2014..................... - - - - - (50.000) - - (50.000) 
Ajustes com Títulos e Valores Mobiliários........................... - - - - - - 9.788 - 9.788 
Ajustes com Títulos e Valores Mobiliários - Reflexo............ - - - - - - 15.827 - 15.827 
Lucro do Exercicio............................................................. - - - - - - - 215.091 215.091 
Constituição de Reserva Legal.......................................... - - - - 10.755 - - (10.755) - 
Constituição de Reserva Estatutária................................... - - - - - 204.336 - (204.336) - 
Aumento de Capital em Aprovação.................................... - 80.000 - - - (80.000) - - - 
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 345.000 80.000 34.659 918 38.504 344.402 (20.210) - 823.273 
Aumento de Capital............................................................ 80.000 (80.000) - - - - - - - 
Dividendos declarados AGE de 30/04/2015...................... - - - - - (100.000) - - (100.000) 
Ajustes com Títulos e Valores Mobiliários........................... - - - - - - (26.441) - (26.441) 
Ajustes com Títulos e Valores Mobiliários - Reflexo............ - - - - - - (54.745) - (54.745) 
Lucro do Exercicio.............................................................- - - - - - - 216.551 216.551 
Constituição de Reserva Legal.......................................... - - - - 10.828 - - (10.828) - 
Constituição de Reserva Estatutária................................... - - - - - 205.723 - (205.723) - 
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 425.000 - 34.659 918 49.332 450.125 (101.396) - 858.638 
CAPITAL 
SOCIAL
AUMENTO DE 
CAPITAL EM 
APROVAÇÃO
RESERVAS DE CAPITAL RESERVAS DE LUCROS
RESERVA DE
ÁGIO NA 
SUBSCRIÇÃO 
DE AÇÕES
OUTRAS
RESERVAS
DE CAPITAL
RESERVA
LEGAL
RESERVA
ESTATUTÁ
RIA
AJUSTE DE
AVALIAÇÃO
PATRIMONIAL
LUCROS
ACUMULAD
OS TOTAL
Sintetizando
Vimos neste capítulo:
O histórico e estruturas dos principais organismos internacionais.
Os conceitos e objetivos das Normas Internacionais de Contabilidade.
As características e propostas da convergência.
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17
OS REgULADORES • CAPÍTULO 2
Introdução 
Este Capítulo tem o objetivo de apresentar os principais organismos reguladores da Contabilidade 
internacional e nacional, seus objetivos, histórico e características.
Objetivos 
 » Conhecer o arcabouço regulatório.
 » Conhecer os principais organismos internacionais de Contabilidade.
 » Conhecer os principais organismos nacionais de Contabilidade.
Contextualização
De acordo com Brasil e Martins e (2008), a regulamentação profissional e a prerrogativa de emitir 
normas para a profissão contábil têm causado divergências de opiniões no mundo inteiro.
Nesse sentido, vários profissionais e estudiosos manifestam a opinião de que essa regulamentação 
deveria constituir tarefa da própria profissão, e não dos poderes públicos. Estes mesmos ainda 
ressaltam que existem vantagens e desvantagens nessa alternativa.
Em países desenvolvidos, geralmente, as entidades de classe ou entidades privadas criadas para 
esse fim são as que cuidam do assunto, sem interferência do governo.
Numa visão histórica, foram destacadas a seguir as principais datas e organismos que sustentam 
a regulação e convergência das normas de Contabilidade:
2CAPÍTULO OS REgULADORES
18
CAPÍTULO 2 • OS REgULADORES
 
1946
• Criação do CFC (Conselho Federal de Contabilidade)
1959
• 1ª proposta de harmonização contábil – Jacob Kraayenhof (presidente do
Instituto de Contadores Registrados dos Países Baixos).
1961
• Criação de grupo de estudos contábeis para auxiliar e incentivar a
discussão e a renovação das normas contábeis.
1973
• Criação do IASC (International Accounting Standards Committee).
• Surgiu nos EUA o FASB (Financial Accounting Standards Boards).
1976
• Criação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários ).
2001
• Criação do IASB, que substituiu o IASC e assumiu suas responsabilidades.
2005
• CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), Entidade autônoma criada
pela Resolução CFC nº 1.055/2005.
Fonte: Elaboração do autor.
A seguir detalharemos os principais organismos, seus objetivos e características: 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é uma Autarquia Especial Corporativa dotada de 
personalidade jurídica de direito público. Criado e regido por legislação específica, o Decreto-
Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, o CFC possui estrutura, organização e funcionamento 
regulamentados pela Resolução CFC nº 1.370, de 8 de dezembro de 2011, que aprova o Regulamento 
Geral dos Conselhos de Contabilidade. O CFC é integrado por um representante de cada estado e 
mais o Distrito Federal, no total de 27 conselheiros efetivos e igual número de suplentes – Lei nº 
11.160/2005 –, e tem, dentre outras finalidades, nos termos da legislação em vigor, principalmente a 
de orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da profissão contábil, por intermédio dos Conselhos 
Regionais de Contabilidade, cada um em sua base jurisdicional, nos Estados e no Distrito Federal; 
decidir, em última instância, os recursos de penalidade imposta pelos Conselhos Regionais, além 
de regular acerca dos princípios contábeis, do cadastro de qualificação técnica e dos programas 
de educação continuada, bem como editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza 
19
OS REgULADORES • CAPÍTULO 2
técnica e profissional. Em 2010 foi sancionada pelo Presidente da República a Lei nº 12.249/2010, 
que institui a obrigatoriedade do Exame de Suficiência na área contábil (CFC, sem data).
International Accounting Standards Committee (IASC)
Criado em 1973 pelos organismos profissionais de Contabilidade de 10 (dez) países: Alemanha, 
Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Irlanda, Japão, México, Países Baixos e Reino Unido. 
Era uma entidade privada independente, sem fins lucrativos, que tinha por objetivo estabelecer 
uma padronização de normas contábeis, aproximando as regras existentes nesses diversos países, 
de modo a facilitar o fluxo de informações em outras palavras (BLBRASIL, 2016).
Os primeiros pronunciamentos contábeis publicados pela IASC foram chamados de International 
Accounting Standard (IAS). Numerosas normas IAS ainda estão vigentes atualmente apesar de 
terem sofrido alterações ao longo do tempo.
Financial Accounting Standards Board (FASB)
O FASB é o órgão responsável pela emissão de pronunciamentos contábeis dos United States 
Generally Accepted Accounting Principles (US GAAP), os quais são chamados de Princípios 
geralmente aceitos nos Estados Unidos. Esses pronunciamentos são denominados SFAC e 
criaram a espécie de estrutura conceitual básica utilizada pelo conselho para o estabelecimento 
de padrões contábeis. 
Criado em 1973, caracteriza-se por ser uma entidade independente, cujos membros componentes 
devem ser totalmente desvinculados do mercado de capitais (SCHMIDT, SANTOS & FERNANDES, 
2006). 
Comissão de valores Mobiliários (CvM)
Criada em 7/12/1976 pela Lei nº 6.385/1976, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar 
e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Economia, com 
personalidade jurídica e patrimônio próprio, dotada de autoridade administrativa independente, 
ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia 
financeira e orçamentária (CVM, sem data).
International Accounting Standards Board (IASB)
Criado em  1º de abril  de  2001, assumindo as responsabilidades do IASC, é órgão do setor 
privado e independente sediado em Londres. Representado por um conselho de membros, 
https://pt.wikipedia.org/wiki/International_Financial_Reporting_Standards
https://pt.wikipedia.org/wiki/International_Accounting_Standards_Board
https://pt.wikipedia.org/wiki/2001
20
CAPÍTULO 2 • OS REgULADORES
constituído por mais de 140 entidades de classes (incluindo o Brasil com CPC e CFC) em mais 
de 100 países, com o objetivo de estudar os padrões contábeis, publicar e promover as normas 
contábeis internacionais. Os pronunciamentos contábeis emitidos pelo IASB são chamados de 
IFRS (International Financial Reporting Standard).
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)
De acordo com CPC (sem data), o comitê foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão 
de objetivos das seguintes entidades: Abrasca; Apimec Nacional; Bovespa; Conselho Federal de 
Contabilidade; Fipecafi; e Ibracon.
Em função das necessidades de:
 » Convergência internacional  das normas contábeis (redução de custo de elaboração 
de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de 
custo de capital);
 » Centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidadeso 
fazem);
 » Representação e processo democráticos na produção dessas informações (produtores 
da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo).
Criado pela Resolução CFC nº 1.055/2005, o CPC tem como objetivo 
o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos 
de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a 
emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização 
e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a 
convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.
Características básicas:
 » O CPC é totalmente autônomo das entidades representadas, deliberando por 2/3 de 
seus membros;
 » O Conselho Federal de Contabilidade fornece a estrutura necessária;
 » As seis entidades compõem o CPC, mas outras poderão vir a ser convidadas futuramente;
 » Os membros do CPC, dois por entidade, na maioria Contadores, não auferem remuneração.
Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a participar representantes dos seguintes 
órgãos: Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Secretaria da Receita 
Federal; Superintendência de Seguros Privados (Susep).
http://www.cpc.org.br/pdf/RES_1055.pdf
21
OS REgULADORES • CAPÍTULO 2
Sintetizando
Vimos neste capítulo:
 » O arcabouço regulatório.
 » Os principais organismos internacionais de contabilidade.
 » Os principais organismos nacionais de contabilidade.
22
Introdução 
Este capítulo tem como objetivo apresentar os mecanismos e conceitos utilizados na harmonização 
das normas contábeis internacionais.
Objetivos 
 » Identificar a diferença de Harmonização e Padronização.
 » Distinguir as contabilidades societária e fiscal.
 » Identificar mudanças na adoção do IFRS.
Contextualização
A Contabilidade brasileira vem passando por diversas mudanças e a principal delas foi a adoção 
das normas internacionais de Contabilidade, mais  conhecidas como  International Financial 
Reporting Standards (IFRS).
Essas alterações afetaram todos os setores, desde as empresas, governos e até faculdades, afinal, 
a área acadêmica precisou se adaptar a essa nova realidade. Desta forma, todo o ambiente 
envolvendo a prática contábil passou e vem passando por grandes transformações até hoje.
A Lei nº 6.404/1976, também conhecida como Lei das Sociedades Anônimas, sofreu diversas 
mudanças, e a principal legislação responsável por essas mudanças foram as Leis nºs 11.638/2007 
e 11.941/2009, que trouxeram as alterações originadas pela adoção das IFRS. 
Nesse caso, é preciso lembrar que o processo de harmonização contábil respeitou as características 
legais e societárias do Brasil e, com isso, muitos dos pontos foram adaptados para a realidade 
brasileira (BLBBRASIL, 2016).
3CAPÍTULOA HARMONIzAçãO
23
A HARMONIzAçãO • CAPÍTULO 3
Por algum tempo, o termo padronização foi muito utilizado em vez do termo atualmente aceito 
que é harmonização. 
Na harmonização existe um acordo para que existam mudanças, tal qual aconteceu no Brasil, 
elaborado respeitando as normas e características vigentes do país e de suas operações comerciais.
A padronização, por sua vez, é um processo que busca reduzir todos os objetos de um processo 
a um só tipo, unificado, simplificado e utilizando um único modelo preestabelecido. Assim, 
observou-se a necessidade de harmonizar a Contabilidade brasileira com as IFRS, ao invés de 
padronizá-la de acordo com o padrão mundial (BLBBRASIL, 2016).
Uma das vantagens desse processo é a facilidade de entendimento das demonstrações financeiras 
em qualquer parte do mundo, ocasionando maior acesso a recursos internacionais através da 
negociação de ações negociadas em bolsas de valores.
No entanto, cabe ressaltar que a padronização das normas internacionais de Contabilidade no 
Brasil possui influência apenas no aspecto societário das empresas, pois os órgãos brasileiros 
de tributação e arrecadação ainda não se adequaram a essa nova realidade.
Um exemplo muito claro dessa segregação é a depreciação dos ativos imobilizados que, para 
fins fiscais, ainda é calculada com base em percentuais específicos determinados pela Receita 
Federal sem considerar o real valor econômico do bem para aquela entidade.
Cabe ressaltar que as normas internacionais continuam passando por constantes revisões e 
atualizações, tendo em vista que há uma busca constante pelo modelo mais bem adequado à 
realidade nacional.
Uma importante mudança que a adoção das IFRS trouxe ao Brasil foi o aumento da responsabilidade 
do contador em relação ao julgamento que este tem das demonstrações contábeis. Assim, o 
profissional passou a ter mais responsabilidade em diversos assuntos, pois seu julgamento é 
utilizado como base para algumas operações.
Um dos grandes objetivos das IFRS, que pode ser também entendido como uma vantagem 
para a Contabilidade brasileira é o fato de que sua adoção permitiu que a informação contábil 
ficasse mais acessível sem abrir mão de sua linguagem contábil, já que as demonstrações de 
todos os países que adotam essas normas têm a mesma estrutura e utilizam, de forma básica, os 
mesmos mecanismos para contabilização dos fatos que modificam o patrimônio das entidades 
(BLBBRASIL, 2016).
Além disso, a harmonização contábil tem como um de seus pilares o aumento da transparência 
das demonstrações contábeis das empresas brasileiras, buscando uma expansão do mercado 
de capitais internacional. 
https://www.blbbrasil.com.br/blog/processos-de-auditoria/
http://portal.blbbrasilescoladenegocios.com.br/competencias-profissionais/
http://portal.blbbrasilescoladenegocios.com.br/competencias-profissionais/
24
CAPÍTULO 3 • A HARMONIzAçãO
Sintetizando
Vimos neste capítulo:
 » Harmonização x Padronização.
 » Contabilidade Societária x Fiscal.
 » Mudanças na adoção do IFRS.
25
Introdução 
Como já explicado, as IFRSs são mudanças de conceitos contábeis objetivos para subjetivos e, 
com isso, os órgãos contábeis brasileiros buscaram respeitar as características legais e societárias 
do Brasil nesse processo de harmonização contábil com as normas internacionais. 
A convergência das normas brasileiras às IFRSs foi dividida em duas fases. A primeira fase 
iniciou-se em meados de 2008, com um conjunto parcial de IFRSs que deveriam ser adotadas. 
Já a segunda fase ocorreu em 2010, que previa a adoção plena das normas. Vamos entender isso 
melhor neste capítulo.
Objetivos 
 » Apresentar a estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-
financeiro.
 » Disseminar a norma relativa a apresentação das demonstrações contábeis.
 » Demonstrar a finalidade e os elementos das demonstrações contábeis.
Contextualização
Devido à convergência da legislação brasileira às normas internacionais de Contabilidade, 
tornou-se necessário um estudo profundo doutrinário sobre a estrutura para elaboração das 
demonstrações contábeis no País.
Nesse contexto, a Resolução CFC nº 1.121/2008 aprovou a Estrutura Conceitual para a elaboração 
e apresentação das demonstrações contábeis no Brasil. Em 2011, essa resolução passou a ser 
intitulada Estrutura Conceitual (NBC TG 00 – CPC 00).
Em 2016, o CFC revogou as Resoluções nº 750/1993 e nº 1.282/2010 (Os princípios permanecem 
dentro da Estrutura Conceitual).
4CAPÍTULOA CONvERgÊNCIA
26
CAPÍTULO 4 • A CONvERgÊNCIA
Estrutura Conceitual (CPC 00)
De acordo com o CPC 00 (2011), as demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para 
usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. 
Governos, órgãos reguladores ou autoridades tributárias, por exemplo, podem determinar 
especificamente exigências para atender a seus próprios interesses. Essas exigências, no entanto, 
não devem afetar as demonstrações contábeis elaboradas segundo a Estrutura Conceitual. 
Além disso, as demonstrações contábeis elaboradas dentro do que prescreve a Estrutura Conceitual 
objetivam fornecer informaçõesque sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações 
por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender à finalidade ou necessidade 
específica de determinados grupos de usuários. 
Ainda de acordo com a norma, demonstrações contábeis elaboradas com tal finalidade satisfazem 
as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam 
essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como: 
a. decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais; 
b. avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido 
conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas; 
c. avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros 
benefícios; 
d. avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à 
entidade; 
e. determinar políticas tributárias; 
f. determinar a distribuição de lucros e dividendos;
g. elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou
h. regulamentar as atividades das entidades. 
As demonstrações contábeis são mais comumente elaboradas segundo modelo baseado no 
custo histórico recuperável e no conceito da manutenção do capital financeiro nominal. Outros 
modelos e conceitos podem ser considerados mais apropriados para atingir o objetivo de 
proporcionar informações que sejam úteis para tomada de decisões econômicas, embora não 
haja presentemente consenso nesse sentido. 
A Estrutura Conceitual foi desenvolvida de forma a ser aplicável a uma gama de modelos contábeis 
e conceitos de capital e sua manutenção. 
27
A CONvERgÊNCIA • CAPÍTULO 4
A Estrutura Conceitual estabelece os conceitos que fundamentam a elaboração e a apresentação 
de demonstrações contábeis destinadas a usuários externos. A Estrutura Conceitual tem por 
finalidade:
a. dar suporte ao desenvolvimento de novos Pronunciamentos Técnicos, Interpretações 
e Orientações e à revisão dos já existentes, quando necessário; 
b. dar suporte à promoção da harmonização das regulações, das normas contábeis e dos 
procedimentos relacionados à apresentação das demonstrações contábeis, provendo 
uma base para a redução do número de tratamentos contábeis alternativos permitidos 
pelos Pronunciamentos, Interpretações e Orientações; 
c. dar suporte aos órgãos reguladores nacionais; 
d. auxiliar os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na aplicação dos 
Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações e no tratamento de assuntos 
que ainda não tenham sido objeto desses documentos; 
e. auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade 
das demonstrações contábeis com os Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e 
Orientações; 
f. auxiliar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações 
nelas contidas, elaboradas em conformidade com os Pronunciamentos Técnicos, 
Interpretações e Orientações; e
g. proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na formulação 
dos Pronunciamentos Técnicos, das Interpretações e das Orientações. 
A Estrutura Conceitual não é um Pronunciamento Técnico propriamente dito e, portanto, não 
define normas ou procedimentos para qualquer questão particular sobre aspectos de mensuração 
ou divulgação.
Características qualitativas da informação contábil-financeira útil: Relevância, Materialidade 
e Fidedignidade. 
Características qualitativas de melhoria: Comparabilidade, Verificabilidade, Tempestividade 
e Compreensibilidade.
Apresentação das Demonstrações Contábeis (CPC 26)
O CPC 26 (2013) rege a Apresentação das Demonstrações Contábeis, bem como a conformidade 
com as práticas contábeis brasileiras.
28
CAPÍTULO 4 • A CONvERgÊNCIA
Para apresentação adequada, é necessária a representação confiável dos efeitos das transações, 
outros eventos e condições, de acordo com as definições e critérios de reconhecimento para 
ativos, passivos, receitas e despesas como estabelecido na Estrutura Conceitual para a Elaboração 
e Apresentação das Demonstrações Contábeis. 
Presume-se que a aplicação dos Pronunciamentos, Orientações e Interpretações, com 
divulgação adicional quando necessária, resulta em demonstrações contábeis que representam 
apropriadamente o que se propõe a retratar.
O objetivo deste pronunciamento técnico é definir a base para a apresentação das demonstrações 
contábeis, para assegurar a comparabilidade tanto com as demonstrações contábeis de períodos 
anteriores da mesma entidade quanto com as demonstrações contábeis de outras entidades.
Este Pronunciamento deve ser aplicado em todas as demonstrações contábeis elaboradas e 
apresentadas de acordo com os Pronunciamentos, Orientações e Interpretações do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC).
Este Pronunciamento não se aplica à estrutura e ao conteúdo de demonstrações contábeis 
intermediárias condensadas elaboradas segundo o Pronunciamento Técnico CPC 21 – 
Demonstração Intermediária.
Este Pronunciamento utiliza terminologia que é adequada às entidades com fins lucrativos, 
incluindo entidades de negócios do setor público. Caso entidades sem fins lucrativos do 
setor privado ou público venham a aplicar este Pronunciamento, podem ter que retificar as 
descrições usadas para itens específicos das demonstrações contábeis e mesmo para as próprias 
demonstrações contábeis. 
Analogamente, as entidades que não tenham capital próprio, tal como definido no Pronunciamento 
Técnico CPC 39 – Instrumentos Financeiros: Apresentação, como, por exemplo, alguns fundos 
de investimento e entidades cujo capital não seja representado por ações (por exemplo, algumas 
entidades cooperativas), também podem ter que adaptar a apresentação nas demonstrações 
contábeis aos interesses e participações de seus membros ou proprietários.
Finalidade das demonstrações contábeis
De acordo com o CPC 26 (2013), as demonstrações contábeis são uma representação estruturada 
da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações 
contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do 
desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em 
suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam 
apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade e sua capacitação na 
29
A CONvERgÊNCIA • CAPÍTULO 4
prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer esse objetivo, 
as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte:
 » Ativos;
 » Passivos; 
 » Patrimônio líquido; 
 » Receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; 
 » Alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições 
a eles; e
 » Fluxos de caixa.
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas, ajudam 
os usuários das demonstrações contábeis na previsão dos futuros fluxos de caixa da entidade e, 
em particular, a época e o grau de certeza de sua geração. 
Ainda segundo a norma, o conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:
 » Balanço patrimonial ao final do período; 
 » Demonstração do resultado do período;
 » Demonstração do resultado abrangente do período; 
 » Demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; 
 » Demonstração dos fluxos de caixa do período; 
 » Demonstração do valor adicionado do período.
 » Notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e 
outras informações explanatórias; e 
 » Balanço patrimonial no início do período mais antigo comparativamente apresentado 
quando a entidade aplica uma política contábil retroativamente ou procede à 
reapresentação de itens das demonstrações contábeis. 
Elementos das Demonstrações Contábeis segundo o CPC 00 
(2011):
Ativo
Recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passadose do qual se espera que 
benefícios econômicos futuros resultem para a entidade.
30
CAPÍTULO 4 • A CONvERgÊNCIA
Passivo
É uma obrigação presente da entidade, resultante de eventos passados, cuja liquidação, se espera, 
resulte em desembolso de recursos pela entidade, contendo benefícios econômicos.
Patrimônio Líquido
É o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzir todos os seus passivos.
Receitas
São aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma de entrada 
de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do 
patrimônio líquido, e não se confundem com os que resultam de contribuição dos proprietários 
da entidade.
Despesas
São decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saída 
de recursos ou redução de ativos ou inocorrência de passivos que resultam em decréscimo do 
patrimônio líquido e não se confundem com os que resultam de distribuição aos proprietários 
da entidade.
Informações importantes segundo o CPC 26 (2013):
 » A entidade cujas demonstrações contábeis estão em conformidade com os Pronunciamentos 
Técnicos, Interpretações e Orientações do CPC deve declarar de forma explícita e sem 
reservas essa conformidade nas notas explicativas. A entidade não deve afirmar que 
suas demonstrações contábeis estão de acordo com esses Pronunciamentos Técnicos, 
Interpretações e Orientações a menos que cumpra todos os seus requisitos.
 » A administração deverá realizar uma avaliação sobre a continuidade da entidade. Se 
existirem incertezas materiais sobre a capacidade da empresa de continuar operando, 
este fato deve ser divulgado.
 » Com exceção da demonstração do fluxo de caixa, todas as demonstrações contábeis 
devem ser elaboradas seguindo o regime de competência.
 » A apresentação e a classificação devem ser mantidas de um período para o outro (a 
menos que haja mudanças significativas).
 » Cada classe material de itens similares deverá ser apresentada separadamente nas 
demonstrações contábeis.
31
A CONvERgÊNCIA • CAPÍTULO 4
 » Em regra, os itens de ativo, passivo, receitas e despesas devem ser apresentados 
separadamente. Há exceções. Exemplo: ganhos e perdas sobre a alienação de ativos 
(investimentos e ativo imobilizado) são apresentados deduzindo-se o valor contábil do 
ativo alienado e as despesas de venda relacionadas.
 » A entidade deverá divulgar informação comparativa em relação ao período anterior 
para todos os valores apresentados nas demonstrações contábeis. Se houver alteração 
da apresentação ou classificação de itens nas DCs, os valores comparativos deverão ser 
reclassificados e informações sobre a natureza, o valor e as razões da reclassificação 
deverão ser divulgadas.
 » Segregação entre grupos: Ativo Circulante e Ativo não Circulante, bem como Passivo 
Circulante e Passivo não Circulante.
A seguir, para exemplificação e melhor entendimento, destacamos a nota explicativa sobre 
Elaboração e Apresentação das Demonstrações Financeiras da seguradora Icatu Seguros S/A: 
ELABORAçãO E APRESENtAçãO DAS DEMONStRAçÕES 
FINANCEIRAS
Base de Preparação 
As Demonstrações Financeiras (“Demonstrações”) foram elaboradas conforme os dispositivos 
da Circular Susep nº 517/2015, e alterações previstas na Circular Susep nº 521/2015, normas 
do CNSP e os pronunciamentos técnicos, as orientações e as interpretações emitidas pelo CPC 
quando referendadas pela Susep, doravante denominadas, em seu conjunto, “práticas contábeis 
adotadas no Brasil aplicáveis às instituições autorizadas a funcionar pela Susep “.
As despesas com administração de apólices no valor de R$ 98.917 que em 31/12/2014 estavam 
alocadas em “Outras despesas operacionais” no grupo de Seguros, foram reclassificadas para 
Custo de Aquisição para melhor apresentação, comparabilidade e natureza da despesa.
A Provisão de Sinistros a Liquidar (PSL) e Provisão de Sinistros/Eventos Ocorridos, mas não 
Avisados (IBNR), foram segregadas em “Circulante” e “Não Circulante” em 2015, para efeito de 
comparabilidade foram reclassificados para Não Circulante R$ 67.288 PSL e R$ 87.950 IBNR em 
2014.
Estas Demonstrações foram autorizadas para emissão pelo Conselho de Administração em 24 
de fevereiro de 2016.
32
CAPÍTULO 4 • A CONvERgÊNCIA
Base de Mensuração
Os ativos e passivos estão mensurados de acordo com o custo histórico, exceto os instrumentos 
financeiros mensurados pelo valor justo para as categorias “ativos mensurados ao valor justo por 
meio do resultado”, e “ativos financeiros disponíveis para venda. A Companhia classifica os ativos 
e passivos em circulante e não circulante considerando os prazos de realização e exigibilidade; 
quando não é possível identificar tais prazos, são classificados de acordo com estudo técnico e 
passivos de exigibilidade imediata são classificados no Circulante.
Moeda Funcional e de Apresentação
Os itens incluídos nas Demonstrações são mensurados usando a moeda do ambiente econômico 
no qual a Companhia atua. O Real (R$) é a moeda funcional e de apresentação da Companhia.
Uso de Estimativas
A preparação das Demonstrações requer que a Administração da Companhia se baseie em 
estimativas e julgamentos para o registro de transações que afetam os ativos e passivos, as receitas 
e despesas, bem como sua divulgação. As principais estimativas relacionadas às Demonstrações 
referem-se aos ativos financeiros avaliados pelo valor justo, à realização dos créditos tributários, 
ao registro dos passivos relacionados a sinistros, ao prazo de diferimento dos custos de aquisição 
para os produtos de previdência complementar, à probabilidade de êxito nas ações judiciais, 
aos efeitos decorrentes da provisão para perdas sobre créditos e outros ativos e às provisões 
técnicas. Os resultados finais dessas transações e informações, quando de sua efetiva realização 
em períodos subsequentes podem diferir dessas estimativas.
Revisões contínuas são feitas sobre as estimativas e premissas, e o reconhecimento contábil de 
efeitos que por ventura surjam é efetuado no resultado do período em que as revisões ocorrem. 
Informações adicionais sobre as estimativas encontram-se nas seguintes notas:
 » Redução ao Valor Recuperável (vide nota 3.1(c));
 » Provisões Técnicas (vide nota nº 3.7);
 » Aplicações Financeiras (vide nota nº 5);
 » Créditos Tributários e Previdenciários (vide nota nº 9.2);
 » Provisões Judiciais (vide nota nº 17.1).
33
A CONvERgÊNCIA • CAPÍTULO 4
Sintetizando
Vimos neste capítulo:
 » A estrutura Conceitual.
 » A apresentação das demonstrações contábeis.
 » A finalidade e os elementos das demonstrações contábeis.
34
Introdução 
Este capítulo tem o objetivo de apresentar as convenções contábeis e alguns dos principais 
pronunciamentos contábeis sobre Ativo Imobilizado, Ativo Intangível, o Impairment de Ativos, 
bem como as suas características. 
Objetivos 
 » Apresentar as Convenções Contábeis. 
 » Apresentar o CPC 27 relativo ao Ativo Imobilizado.
 » Apresentar o CPC 04 relativo ao Ativo Intangível.
 » Apresentar o CPC 01 relativo a Redução ao Valor Recuperável de Ativos.
Contextualização
Considerando a margem de liberdade que os Princípios Contábeis permitem ao contador no 
registro das operações (escrituração dos fatos contábeis), as convenções foram criadas de forma 
mais objetiva e têm a função de indicar a conduta adequada que deve ser observada no exercício 
profissional da Contabilidade.
As convenções contábeis têm por objetivo limitar ou restringir a abrangência dos Princípios 
Contábeis, definindo com maior precisão e clareza o seu alcance e significado. Elas representam 
o complemento dos Princípios e Postulados, no sentido de delimitar conceitos, atribuições e 
direções a serem seguidas no registro das operações, facilitando o trabalho do contador (SO 
CONTABILIDADE, sem data).
Objetividade
Refere-se ao sentido de neutralidade que se deve atribuir à Contabilidade nos registros dos fatos 
que envolvem a gestão do patrimôniodas entidades. O profissional contábil deve escolher, entre 
5CAPÍTULO AS CONvENçÕES
35
AS CONvENçÕES • CAPÍTULO 5
vários procedimentos, o mais adequado para descrever um evento contábil. Ele deve procurar 
exercer a Contabilidade sempre de forma objetiva, não se deixando levar por sentimentos ou 
expectativas de administradores ou qualquer pessoa que venha a influenciar o seu trabalho. 
Os registros devem estar baseados, sempre que possível, em documentos que comprovem a 
ocorrência das respectivas transações.
Caso não haja documento para suporte, deve-se convocar peritos em avaliação que, mediante 
laudos, forneçam um valor objetivo para o contador desenvolver de maneira imparcial sua 
contabilidade.
Materialidade
Estabelece que a contabilidade não deve se preocupar com valores ou fatos irrelevantes, tanto 
do ponto de vista de registro como de controle. Sendo assim, a informação contábil deve 
ser relevante, justa e adequada e o profissional deve considerar a relação custo x benefício da 
informação que será gerada, evitando perda de recursos e de tempo da entidade. Dessa forma, o 
contador não perde tempo com registros cujos controles podem se tornar mais onerosos (caros) 
que os próprios valores a serem registrados.
Consistência
Os critérios adotados no registro dos atos e fatos administrativos não devem mudar frequentemente. 
Refere-se à uniformidade, utilizando métodos e critérios uniformes ao longo do tempo para o 
registro dos fatos contábeis e elaboração das demonstrações financeiras.
Ou seja, os relatórios devem ser elaborados com a forma e o conteúdo das informações consistentes 
para facilitar sua interpretação e análise pelos diversos usuários. Quando houver necessidade de 
adoção de outro critério ou método de avaliação, o profissional deverá informar a modificação 
e apresentar os reflexos que a mudança poderá causar se não for observada pelo usuário nos 
relatórios contábeis.
Conservadorismo
Estabelece que o profissional da Contabilidade deve manter uma conduta mais conservadora em 
relação aos resultados que serão apresentados, evitando que projeções distorcidas sejam feitas 
pelos usuários.
A posição conservadora (precaução/prudência) do contador será evidenciada para antecipar 
prejuízo e nunca antecipar lucro. Assim ele não estará influenciando os acionistas, por exemplo, 
a um otimismo que será ilusório (é preferível ter expectativa de prejuízo e a entidade apresentar 
resultados positivos do que o contrário). O objetivo do conservadorismo é não dar uma imagem 
otimista numa situação alternativa que, com o passar do tempo, poderá reverter-se.
36
CAPÍTULO 5 • AS CONvENçÕES
Existindo alternativas igualmente válidas para se atribuir valores aos elementos patrimoniais, 
por motivo de precaução, deve-se optar pelo valor mais baixo ao ativo e pelo valor mais alto ao 
passivo.
Com esse primeiro passo, podemos abordar, a partir de agora, alguns pronunciamentos contábeis 
que definem os tratamentos a serem dados a alguns ativos, são eles o “Ativo Imobilizado”, “Ativo 
Intangível” e, para fechar este capítulo, conhecer as regras para chegar ao valor justo de um ativo.
CPC 27 – Ativo Imobilizado
O alcance do CPC 27 (2013) é para todos os Ativos Imobilizados, exceto para os que outro 
pronunciamento contábil exija ou permita um tratamento diferenciado:
 » Imobilizados classificados como “mantidos para venda” (CPC 31);
 » Ativos biológicos relacionados à agricultura (CPC 29);
 » Reconhecimento e mensuração de ativos de exploração e avaliação (CPC 34);
 » Direitos sobre jazidas e reservas minerais, tais como petróleo, gás natural, carvão mineral, 
dolomita e recursos não renováveis semelhantes;
 » Reconhecimento de um item do imobilizado no caso de arrendamentos (CPC 06). 
 » Segundo a norma, Ativo Imobilizado é definido como o item tangível que é mantido para 
uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, 
ou para fins administrativos; e espera-se utilizar por mais de um período.
O reconhecimento do ativo deve ser realizado quando for provável que a entidade usufrua de 
futuros benefícios econômicos associados a ele para a entidade e o custo do ativo puder ser 
mensurado de forma confiável.
Cabe ressaltar que sobressalentes, peças de reposição, ferramentas e equipamentos de uso interno 
serão classificados no imobilizado se houver expectativa de uso por mais de um exercício, ou 
ainda se puderem ser utilizados somente em conexão com um ativo imobilizado.
Ainda segundo o CPC 27 (2013), o custo de um ativo imobilizado compreende o preço de aquisição, 
incluindo taxas de importação e impostos não recuperáveis, adicionados aos valores ligados 
diretamente ao esforço de levar o ativo ao seu local de utilização e condições necessárias para 
entrada em operação, da maneira pretendida pela administração.
Gastos que podem ser considerados como custos de um ativo:
 » Benefícios aos empregados diretamente ligados à construção ou aquisição do imobilizado;
37
AS CONvENçÕES • CAPÍTULO 5
 » Preparação da área;
 » Frete e manuseio;
 » Instalação e montagem;
 » Testes para avaliar se o ativo está funcionando de maneira apropriada (líquido de receitas 
provenientes das vendas de qualquer item produzido);
 » Honorários profissionais.
Gastos que não podem ser considerados como custos de um ativo:
 » Abertura de uma nova fábrica;
 » Introdução de um novo produto ou serviço (incluindo gastos com propaganda e 
promoção);
 » Abertura de um negócio numa nova localidade ou para uma nova classe de consumidores 
(incluindo treinamento de staff);
 » Administrativos. 
O custo do imobilizado é equivalente ao preço à vista na data do reconhecimento. Caso haja 
troca de um ativo por outro (troca por ativo não monetário), a mensuração será pelo valor justo 
do ativo, a não ser que a essência da operação não seja comercial (se os fluxos de caixa futuros 
serão modificados).
O custo de um ativo imobilizado arrendado deverá ser mensurado conforme o CPC 06 e a 
capitalização de juros, conforme o CPC 20 – Custos de empréstimos.
Imobilizados relacionados à segurança e questões ambientais devem ser reconhecidos, pois muitas 
empresas não poderiam operar seus outros ativos sem atender às especificações da legislação.
Os gastos das Inspeções relevantes devem ser reconhecidos no valor contábil do imobilizado. Já 
o valor contábil remanescente da inspeção anterior deve ser baixado. E os gastos de manutenção 
devem ser reconhecidos no resultado quando incorridos. 
Quanto à mensuração subsequente, há duas políticas disponíveis:
Modelo do custo, que após reconhecimento inicial, o imobilizado será mensurado pelo seu 
custo menos depreciação acumulada e perdas por impairment e Modelo da reavaliação, onde 
o imobilizado será mensurado pelo seu fair value menos depreciação acumulada e perdas por 
impairment. As reavaliações deverão ser realizadas regularmente (três a cinco anos). Esta é uma 
diferença para o modelo brasileiro: as reavaliações foram proibidas no País a partir de 2008.
38
CAPÍTULO 5 • AS CONvENçÕES
Na Depreciação considera-se que cada parcela do imobilizado que possua um custo significativo 
em relação ao total deve ser depreciada separadamente (componente). A vida útil econômica 
deve refletir o período pelo qual a entidade espera obter benefícios com o ativo. No Brasil, a 
prática consistia na utilização de prazos determinados pelo Fisco. O método de depreciação 
deve refletir o comportamento de como os benefícios gerados serão consumidos pela entidade. 
Os fatores que devem ser considerados são:
 » Uso esperado do ativo;
 » Desgaste esperado;
 » Obsolescência técnica / comercial;
 » Limites legais.
Os prazos e o método deverão ser reavaliados anualmente.
O valor depreciável deve ser o custo do ativo menos o seu valor residual. Já o valor residual é o 
valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas 
de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fimde sua vida útil. Caso 
o valor residual exceda o valor contábil, o ativo não será depreciado. 
Os ativos imobilizados estão sujeitos ao teste de impairment, visto que nenhum ativo pode estar 
mensurado por um valor superior ao seu potencial de geração de benefícios. O teste deverá ser 
realizado quando houver indícios e a mensuração do valor recuperável representará o valor 
em uso ou valor líquido de venda. Caso o valor recuperável seja menor que o valor contábil, a 
diferença será registrada como perda.
O valor contábil de um ativo imobilizado deve ser baixado quando for vendido ou quando não 
houver mais expectativa de geração de benefícios econômicos futuros. Os ganhos ou perdas 
deverão ser reconhecidos imediatamente no resultado (a não ser que a operação seja uma venda 
com lease back – IAS17). 
A Divulgação deverá conter a base para mensuração do valor bruto do ativo, o método de 
depreciação utilizado, a vida útil econômica e a taxa de depreciação, e o valor bruto e a depreciação 
acumulada (agregada das perdas por impairment) no início e final do período. Também deverá 
conter a reconciliação do valor contábil ao início e final do período demonstrando:
 » Adições;
 » Ativos classificados como mantidos para venda (CPC 31);
 » Aquisições por meio de Combinações de Negócios;
 » Aumentos ou reduções decorrentes de reavaliações;
39
AS CONvENçÕES • CAPÍTULO 5
 » Aumentos ou reduções decorrentes de perdas ou reversões de perdas por impairment;
 » Depreciação;
 » Efeitos para tradução para moeda estrangeira;
 » Baixa por venda. 
A entidade também deve divulgar se existe algum tipo de restrição relacionada ao ativo (garantia 
para empréstimos, por exemplo), montante de gastos reconhecidos como ativo durante a 
construção do imobilizado e montante de acordos contratuais para aquisição de imobilizado.
Para os ativos que foram reavaliados, a divulgação deverá conter:
 » Data da reavaliação;
 » Se foi realizada por um avaliador independente;
 » Métodos e premissas mais relevantes utilizadas na estimativa do fair value;
 » Valor contábil caso o modelo de custo fosse empregado;
 » Reserva de reavaliação. 
CPC 04 – Ativo Intangível
Os ativos intangíveis ganharam relevância nos últimos anos, considerando uma economia 
baseada no conhecimento. Resultado disso, os modelos contábeis promoviam pouca orientação 
sobre o tema e a consequente busca por ampliação, com a emissão de novas orientações e 
pronunciamentos.
No caso do modelo internacional, a IAS 38 trata especificamente sobre o tema, mas outras normas 
devem ser levadas em consideração (IFRS 3 e IAS 36, por exemplo).
No Brasil, a orientação é via Lei nº 11.638/2007 e CPC 01, CPC 04 e CPC 15.
Segundo o CPC 04 (2013), o alcance dele é para todos os ativos intangíveis, exceto os que estejam 
dentro do escopo de outra norma, tais como:
 » Arrendamentos que estejam dentro do escopo do CPC 06;
 » Goodwill adquirido numa combinação de negócios (CPC 15);
 » Ativos financeiros, conforme o CPC 38;
 » Reconhecimento e mensuração de recursos minerais (IFRS 6);
 » Gastos com desenvolvimento e extração de minerais, petróleo, gás natural e recursos 
não renováveis similares.
40
CAPÍTULO 5 • AS CONvENçÕES
O Ativo Intangível é definido como um recurso controlado por uma entidade como resultado 
de eventos passados e do qual se espera que benefícios econômicos futuros sejam obtidos. É um 
ativo não monetário, identificável, sem substância física (CPC 04, 2013).
Podemos citar como exemplos: software, patentes, copyrights, filmes, carteira de clientes, licenças, 
quotas de importação, franquias, relacionamento com consumidores e fornecedores, fidelização 
de clientes, market share, etc... Porém, nem todos os itens citados atenderão aos critérios de 
definição de um ativo intangível e nem de reconhecimento.
O reconhecimento se dará quando três características forem atendidas por um ativo: 
 » Identificável: é separável, ou seja, pode ser separado ou dividido pela entidade por 
meio de venda, transferência, licenciamento, aluguel ou troca, tanto individualmente 
ou junto com um contrato, ativo ou passivo correlato; ou é oriundo de direitos legais ou 
contratuais, independentemente se tais direitos possam ser transferidos ou separados 
da entidade ou de outros direitos e obrigações; 
 » Controle: haverá controle de um ativo se a entidade detiver o poder de obter os futuros 
benefícios econômicos destes recursos e puder restringir o acesso de outros a tais 
benefícios. Geralmente tal poder advém de proteção legal com enforcement das cortes; 
 » Geração de benefícios econômicos futuros: podemos considerar as receitas geradas 
pela venda de produtos ou serviços; economias de custo; outros benefícios resultantes 
da utilização do ativo pela entidade. O reconhecimento de um item considerado como 
ativo intangível requer que a entidade demonstre que ele atende à definição de ativo 
intangível e o critério de reconhecimento. Como critério de reconhecimento, o ativo 
só pode ser reconhecido se for provável que a entidade obterá benefícios econômicos 
futuro e o custo do ativo possa ser mensurado de forma confiável. 
A mensuração inicial de um ativo intangível será pelo seu custo e há três formas possíveis para 
obtenção de um ativo intangível por uma entidade: 
 » Aquisição em separado;
 » Aquisição por meio de uma combinação de negócios;
 » Ativos intangíveis que são gerados internamente. 
Geralmente, o preço pago por um ativo intangível em separado representa a expectativa dos 
benefícios econômicos futuros, satisfazendo o critério de reconhecimento. O custo de um ativo 
intangível compreende: preço de aquisição, incluindo impostos não recuperáveis e qualquer 
outro valor atribuído ao custo de preparação do ativo para o seu uso.
41
AS CONvENçÕES • CAPÍTULO 5
Os ativos intangíveis gerados internamente são mais difíceis de serem reconhecidos por causa 
da avaliação de seu potencial de geração de benefícios econômicos futuros e da mensuração de 
seu custo. Outro fator importante é a segregação para classificação em duas categorias: 
 » Fase de Pesquisa: investigação original e planejada para a obtenção de novo conhecimento 
científico ou técnico. Nenhum intangível resultante da fase de pesquisa poderá ser 
reconhecido. Os gastos deverão ser reconhecidos como despesa quando incorridos.
 » Fase de Desenvolvimento: aplicação dos achados da pesquisa e de outros conhecimentos 
para o planejamento ou design de novos materiais, produtos, processos e sistemas. Um 
ativo intangível deverá ser reconhecido se uma entidade puder atender a todos os itens 
a seguir:
 › O término do desenvolvimento é viável;
 › Intenção de completar o ativo intangível para o seu uso ou venda;
 › Habilidade para vender ou utilizar o ativo intangível;
 › Demonstrar como o ativo intangível gerará benefícios econômicos futuros;
 › Os recursos técnicos, financeiros e outros estão disponíveis;
 › Habilidade de mensuração dos gastos diretamente atribuíveis ao ativo intangível.
A impossibilidade de segregação dos custos de desenvolvimento do negócio como um todo 
impede o reconhecimento de ativos intangíveis, tais como: marcas geradas internamente, títulos 
de publicações, listas de clientes e itens de natureza similar gerados internamente.
Os custos de ativos intangíveis gerados internamente são a soma de todos os gastos a partir da 
data em que o ativo atender aos critérios de reconhecimento. Os gastos tratados como despesas 
antes da data não poderão ser reclassificados como custo.
No Brasil, após o reconhecimento, as entidades devem aplicar o modelo de custo. O ativo 
intangível será mantido pelo seu custo, menos qualquer amortização acumulada e qualquer 
perda por impairment.
A entidade deverá avaliar se a vida útil de um ativo intangível é definida ou não. A vida útil é 
considerada indefinida e o período da expectativa de geração de fluxos de caixa futuros para a 
entidade não é estimável.
A empresa deverá definir a sistemática de amortização do ativo

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