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0 Cozinha Brasileira Prof. William Estevão 2020 COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. INTRODUÇÃO A gastronomia de uma região é sempre fruto de um determinado ambiente natural e da cultura própria das comunidades que a habitam e foi sendo caldeada, no decurso dos séculos, pelos recursos disponíveis, pelas necessidades da população e pelas práticas ancestrais de cada sociedade. As grandes mudanças sociais implicam, por sua vez, alterações profundas nos hábitos e práticas diárias e a gastronomia não foge a esta regra geral das sociedades humanas. As sociedades modernas, nomeadamente a partir das últimas décadas do século passado, são sociedades altamente competitivas, que se movimentam a um ritmo frenético, em que o homem parece estar numa permanente luta contra o tempo. Conseqüência natural destas transformações sociais, em nível da alimentação, são as várias soluções encontradas, entretanto, pelo homem, com o fito de gastar o menos tempo possível a alimentar-se, recorrendo a soluções várias, desde o “comer em pé” ou o “comer qualquer coisa”, sentado a um balcão ou a uma mesa de café, até à opção pela compra de refeições pré-cozinhadas, fabricadas em série, práticas e rápidas, que basta aquecer num forno elétrico ou no micro-ondas. Entramos, assim, no domínio da chamada fast-food, em relação à qual não se pode falar de gastronomia, já que, em bom rigor, visa apenas satisfazer as necessidades alimentares do homem e garantir a sua sobrevivência, faltando-lhes as vertentes da escolha e da degustação, próprias da gastronomia, vertentes que devemos juntar a arte do fazer, da apresentação e do convívio. Mas, como todos os fenômenos sociais, a gastronomia não é só conseqüência de um determinado meio ambiente e de uma determinada realidade social e cultural. A gastronomia também tem implicações sociais várias que influenciam, de forma significativa, as sociedades e os homens, nomeadamente com repercussões debitas sobre a sua saúde (“somos aquilo que comemos”) e nas relações que se estabelecem entre eles. É sobre este segundo aspecto do problema, isto é, sobre as implicações sociais da gastronomia, que gostaria de deixar mais algumas reflexões, necessariamente limitadas e breves, considerando a riqueza e a multiplicidade das facetas que podem ser consideradas. Antes de mais, quero realçar a importância da gastronomia na família. É, em grande parte, à volta da mesa que se fazem os encontros familiares e se reforça o COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. espírito de coesão e de união das famílias, quer da família nuclear, quer da família alargada. Este é, igualmente, um momento importante para a socialização das crianças, compelidas, desde pequenas, a cumprir as regras sociais vigentes sobre o que comer como comer e, mais tarde, como fazer, orientações que lhes vão sendo transmitidas pela família, como agente intermediário, por excelência, entre elas e a sociedade. Os grandes momentos de alegria das famílias e das sociedades são sempre acompanhados de manifestações gastronômicas, como é o caso dos nascimentos, dos batizados, dos aniversários, dos êxitos escolares, dos casamentos e, de uma maneira geral, de todas as datas festivas e simbólicas das sociedades. E quem pode ignorar a importância da gastronomia nas relações a dois e na criação de um clima muito próprio de sedução e encantamento que o “jantar a dois” proporciona (em especial, quando foi preparado especificamente para esse momento), com as conseqüências que a imaginação ou a prática de cada um pode, facilmente, adivinhar… Outro aspecto é o do convívio, sempre presente em todas as manifestações gastronômicas. É conhecida a importância que tem para a nossa saúde e bem-estar a amizade e o convívio com os outros, a alegria e a boa disposição e, enfim, o sentirmo-nos considerados e estimados. É, geralmente, à volta da mesa e na escolha, preparação, apresentação e degustação do que se come e do que se bebe que se vão criando e cimentando grandes amizades e os ambientes de sã camaradagem, de franco convívio e alegria, que dão certo colorido à vida e fortalecem o bem-estar e a saúde de cada um. A gastronomia como um atrativo de uma determinada localidade é bastante importante do ponto de vista turístico, pois apresenta possibilidades de serem explorados nas diversas formas de turismo voltadas para as características gastronômicas de cada região. Ao utilizar a gastronomia como componente do produto turístico, transformando-a em atrativo turístico, resgatam-se tradições muitas vezes esquecidas, determinando que esta adquira importância para promover um destino turístico. A gastronomia é destacada como um dos motivadores do turismo cultural, possibilitando esse desenvolvimento por ser um dos elementos mais marcantes da identidade de um povo. A degustação de alimentos e bebidas típicas possibilita interação do visitante com a cultura local, evidenciando a importância cada vez maior que a gastronomia está assumindo para o turismo, principalmente no COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. que diz respeito aos restaurantes especializados em comidas típicas. A gastronomia enquanto manifestação cultural permite a troca humana e o convívio entre culturas distintas, sendo incorporada aos novos produtos turísticos, orientados a determinados nichos de mercado, desenvolvendo uma nova demanda de turistas interessados em elementos culturais. As motivações principais encontram-se na busca do prazer da alimentação e da viagem. Na concepção de Schluter (2003a, p.32): “alimentação é um fator de diferenciação cultural que permite a todos os integrantes de uma cultura (sem importar seu nível de renda) manifestar sua identidade”. Nota-se que a gastronomia típica é bastante valorizada pelo turista, que procura sempre restaurantes indicados como representativos da gastronomia tradicional local. Nesse sentido Beni (1998b, p. 279) diz que, “gastronomia típica são comidas e bebidas típicas e/ou tradicionais da região que se caracterizem pelas suas formas peculiares e/ou exóticas de produção e apresentação e/ou degustação”. Percebe-se a importância da gastronomia para o setor turístico de uma determinada localidade, que segundo a afirmação de Azambuja (2001, p. 20): “gastronomia está ligada ao prazer, dessa forma, o homem sente a curiosidade de conhecer novas culturas, sendo uma das formas para isso a alimentação típica dessa cultura, com isso saciando seu prazer”. Observa-se que além de alimentar-se, o homem usa a gastronomia no tempo livre como lazer. Logo a gastronomia também é importante como alternativa de lazer e entretenimento, e na criação de roteiros e destinos. Essa atividade tem participação expressiva na economia nacional. O setor representou dados relevantes para a economia brasileira, considerando, ainda, o fato de ser um meio de agregar outros setores da escala produtora. Este segmento gastronômico agrega valor ao turismo e possibilita oportunidades para as pessoas que souberem explorar esse nicho de mercado, direta ou indiretamente. Cozinha Brasileira O caldeirão mágico de cores, odores e sabores da cozinha brasileira comporta as influências e heranças africanas e europeias, que mescladas às receitasdos primeiros brasileiros – os indígenas – constituíram e consistem os paladares de caiçaras, caipiras, ribeirinhos, sertanejos, matutos, interioranos e metropolitanos que habitam, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, este país complexo e fascinante. Do índio herdamos a caça, a pesca, as ervas, as frutas nativas e, principalmente, a mandioca, COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. que se disseminou de Norte a Sul do país, marcadamente nos diversos tipos de farinha. A forma ameríndia de cozinhar não revela nenhum requinte de preparo. O fogo era utilizado basicamente para assar sua caça ou pesca (moquear). Muitos alimentos eram comidos crus e o cozimento, apenas em panelas de barro artesanais, era raro. As ervas tinham mais função medicinal e ritualística do que como os temperos. Os portugueses e africanos (negros escravos de diversas nações) acrescentaram as estas formas rudimentares a sofisticação das suas técnicas de preparo, além de revelarem novos elementos e combinações – surgiram assim o angu, os pirões, as farofas, as paçocas, os bolos e tortas (de fubá e aipim), o cuscuz (herança árabe), os caldos, os cozidos, a doçaria, entre outros inúmeros elementos. A contribuição africana fez surgir um tipo específico de cozinha, a cozinha afro brasileira, que tem sua sede inconfundível na Bahia (Salvador e Recôncavo) com seus vatapás, carurus, xinxins de galinha, efós, moquecas, acarajés, abarás, cozidos, etc. Porém em todo país observa-se a herança negra na cozinha, simbolicamente representada pela feijoada, considerada o primeiro prato brasileiro, oriundo das sobras e das partes menos nobres de carne de porco, vindos das casas dos senhores para a senzala e acrescidos ao feijão preparado pelos escravos. No processo de formação da cozinha brasileira também é fundamental o legado dos portugueses, que trouxeram novas matérias-primas de Portugal e de outras colônias e formas de preparo mais elaboradas, além de difundirem os seus hábitos alimentares já consagrados pela experimentada gastronomia europeia. Particularmente no Nordeste e no Rio de Janeiro (antiga metrópole imperial) esta presença é facilmente perceptível pelas quitandas, compotas, o uso dos ovos nas frigideiras ou fritadas, o bacalhau etc. Na história da nossa alimentação dos tropeiros, quem por quase três séculos, transportaram mercadorias e víveres por todo o território nacional, também tiveram papel fundamental na difusão da cultura, abrindo verdadeiras artérias no corpo do país, por onde corria o sangue de uma nova civilização. Eles inauguraram, junto com os bandeirantes, a ocupação dos espaços e a migração entre as diferentes áreas conduzindo hábitos e preferências alimentares, inaugurando trocas de experiências e revelando pratos e gostos diferenciados. Devido a essas múltiplas influências observamos uma dificuldade para esboçar o mapa gastronômico brasileiro, que difere bastante do seu mapa geográfico e administrativo, contando com muitas intersecções – regiões que misturam comidas de duas ou mais origens -, transferência de hábitos alimentares, COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. devido às migrações, etc. Consideradas clássicas e reconhecidas como principais são a cozinhas baiana, mineira, amazônica, goiana e caipira (considerando aqui as cozinhas dos interiores do Brasil). Além destas, também muito ricas e interessantes são: a cozinha do litoral brasileiro (que guarda semelhança nos seus pratos em toda a sua extensão), a cozinha do Sul (com os churrascos e outras delícias gaúchas, catarinenses e paranaenses), a cozinha das metrópoles (particularmente de São Paulo e do Rio de Janeiro – com grande influências de inúmeras cozinhas estrangeiras e de outras regiões do Brasil, que se mesclaram aos sabores locais e incorporou-se ao paladar dos povos das metrópoles). Todas elas podem representar o Brasil em qualquer lugar do mundo, e uma tese interessante que é levantada e merece ser discutida e, implementada algum dia, é a de que seja usado este potencial imenso da(s) cozinha(s) brasileira(s) com um estímulo ao turismo interno no país, já que é bastante claro e perceptível o fascínio dos estrangeiros pela rica, variada, farta, colorida e cheirosa mesa brasileira. A cozinha brasileira, expressão fundamental da cultura do país, é uma das mais fascinantes do mundo e seus bambás, tutus, tucupis, tacacás, carurus, pequis, moquecas, frigideiras, paçocas, angus e quetais temperam e perfumam, dia-a-dia, a vida dos brasileiros. Preservar, resgatar e revelar seus pratos é tarefa de todos aqueles que amam o Brasil. COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. 1. GASTRONOMIA E SOCIEDADE No plano teórico, a alimentação se encontra na cena das Ciências Sociais em uma posição marcada por uma dupla ambigüidade. A primeira diz respeito à definição do fato social que, por um lado, a inclui como objeto da Sociologia, pois a alimentação é parcialmente determinada pelos mecanismos sociais, e, por outro lado, a exclui como um objeto muito biológico e muito psicológico. 1.1 O espaço social alimentar Jean-Pierre Poulain (Professor da Université de Toulouse Le Mirail, Toulouse, France) propõe-se o conceito de "espaço social alimentar" como um instrumento de estudo dos modelos alimentares, assinalando a conexão bioantropológica de um grupamento humano ao seu meio. Nele destacam-se seis dimensões principais que focalizam espaços e sistemas diversos: o comestível, a produção alimentar, o culinário, os hábitos de consumo alimentar, a temporalidade e as diferenciações sociais. Um modelo alimentar é uma configuração particular do espaço social alimentar. A alimentação humana é submetida a duas séries de condicionantes mais ou menos flexíveis. As primeiras são referentes ao estatuto de onívoro e impostas aos "comedores" por mecanismos bioquímicos subjacentes à nutrição e às capacidades do sistema digestivo, deixando um espaço de liberdade largamente utilizado pelo cultural e contribuindo, assim, para a socialização dos corpos e para a construção das organizações sociais. Já as segundas são representadas pelas condicionantes ecológicas do meio ambiente no qual está instalado o grupo de indivíduos oferecendo, também essas condicionantes, uma zona de liberdade na gestão da dependência do meio natural. Neste sentido, o Espaço social alimentar corresponde à essa zona de liberdade dada aos comedores humanos pela dupla série de condicionantes materiais e pode ser definido em seis dimensões, conforme abaixo. 1.1.1 Suas dimensões Segundo Georges Condominas (Condominas, 1980) o conceito de espaço social designa este espaço de liberdade e esta zona de imbricação entre o biológico e o cultural, adotando a expressão espaço social alimentar (Figura 1). COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. Ele corresponde, assim, à zona de liberdade dada aos "comedores" humanos por uma dupla série de condicionantes materiais. De um lado, pelas condicionantes biológicas, relativas ao seu estatuto de onívoro, que se impõema ele de maneira relativamente flexível, e, de outro lado, pelas condicionantes ecológicas do biótopo no qual está instalado, que se transformam em condicionantes econômicas nas sociedades industrializadas e que tendem a se reduzir conforme se controla tecnologicamente a natureza (Poulain 1999; 2002). [O espaço social alimentar é um objeto sociológico total no sentido Maussiniano do termo; quer dizer que “coloca em movimento”...] a totalidade da sociedade e de suas instituições (Mauss, 1980). Assim sendo, é possível, na tradição de "graus de profundidade" definidos por Gurvitch (1958), distinguir diferentes dimensões de o espaço social alimentar. 1.1.2 O espaço do comestível Considerando as múltiplas substâncias naturais - minerais, vegetais e animais, as quais podem, potencialmente, servir de alimento e são colocadas pela natureza à disposição dos homens, observa-se a utilização de um número pequeno delas. Esta seleção pode, talvez, ser objeto de análise em termo de performances adaptativas, mas não se pode reduzir somente a isto. Ela se articula com as representações simbólicas que revelam a arbitrariedade das culturas (Douglas, 1979; Kilani, 1992) e, sobretudo, participam da diferenciação cultural dos grupos sociais quando, em biótopos equivalentes, as escolhas são diferentes de uma cultura para outra. O espaço do comestível é, portanto, a escolha que é operada COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. pelo grupo humano no interior do conjunto de produtos vegetais e animais colocados a sua disposição pelo meio natural; ou que poderá ser implantada pela decisão do grupo. 1.1.3 O sistema alimentar A segunda dimensão corresponde ao conjunto de estruturas tecnológicas e sociais empregadas desde a coleta até a preparação culinária, passando por todas as etapas de produção e de transformação. Ela constitui o sistema de ação que permite a um alimento chegar ao consumidor. Kurt Lewin colocou em evidência o fato de uma decisão alimentar ser o resultado de um conjunto de interações sociais e de ser conveniente, para a compreensão da primeira, entender a organização que sustenta as segundas. Ele utiliza a imagem de um "canal" através do qual o alimento passará para chegar ao comensal e cujo acesso e funcionamento serão controlados por "porteiros". Ele distingue diferentes canais: o das compras, o do cultivo, o da colheita, entre outros. Em cada um deles, o alimento passa por diferentes etapas técnicas regidas não somente por leis físicas, mas também por leis sociológicas, pois o funcionamento dos canais é controlado por indivíduos em interação. Os alimentos não se movimentam sozinhos. Sua entrada em um canal e sua progressão de uma seção à outra se efetuam graças ao controle de indivíduos que abrem as portas de acesso à seção seguinte do canal. Esses porteiros agem de acordo com lógicas profissionais ou familiares, em função de suas representações de necessidades e desejos dos comensais e de seus papéis sociais recíprocos. 1.1.4 O espaço do culinário Segundo evidenciou Claude Lévi-Strauss, a cozinha é "uma linguagem na qual cada sociedade codifica as mensagens que lhe permitem significar ao menos uma parte do que essa sociedade é" (Lévi-Strauss, 1968). Para o sociólogo, a cozinha é um conjunto de ações técnicas, de operações simbólicas e de rituais que participam da construção da identidade alimentar de um produto natural e o transformam em consumível. O espaço do culinário é, ao mesmo tempo, um espaço no sentido geográfico do termo, de distribuição no interior dos lugares (este será, por exemplo, a posição COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. da cozinha, o lugar onde se realizam as operações culinárias, dentro ou fora de casa), um espaço no senso social, o qual representa a repartição sexual e social das atividades de cozinha, mas também um espaço no sentido lógico do termo, englobando relações formais e estruturadas. O triângulo culinário de Claude Lévi- Strauss é o exemplo mais conhecido (Lévi-Strauss, 1968; Poulain, 1985). 1.1.5 O espaço dos hábitos de consumo A quarta dimensão do espaço social alimentar envolve o conjunto de rituais que rodeiam o ato alimentar no seu sentido estrito. A definição de uma refeição, sua organização estrutural, a forma da jornada alimentar (número de refeições, formas, horários, contextos sociais), as modalidades de consumo (comer com garfo e faca, com a mão, com o pão), a localização das refeições, as regras de localização dos comensais e outros aspectos variam de uma cultura à outra e no interior de uma mesma cultura, de acordo com os grupos sociais (Fischler, 1990; Corbeau, 1995; Poulain, 1998; 2001). 1.1.6 A temporalidade alimentar A alimentação se inscreve dentro de uma série de ciclos temporais socialmente determinados, como o ciclo de vida dos homens, com uma alimentação de lactente, de criança, de adolescente, de adulto e de idoso. A cada etapa correspondem estilos alimentares, compreendendo alguns alimentos autorizados, outros proibidos, os ritmos das refeições, os status dos comensais, os papéis, as condicionantes, as obrigações e os direitos. Representam tempos que vão se alternando ciclicamente, variando conforme o ritmo das estações e dos trabalhos no campo pelos agricultores, o da migração das caças pelos caçadores, a alternância de períodos de abundância e de penúria - sejam eles naturais épocas de colheita e de poda, ou decididos pelos homens, de períodos festivos onde todos os alimentos são autorizados e de períodos de jejum parcial ou total. Enfim, é um ritmo cotidiano, com suas alternâncias de tempos de trabalho e de repouso, as diferenças das refeições, as comidas fora das refeições e sua implantação horária respectiva (Poulain, 1998; Poulain & Neirinck, 2000). COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. 1.1.7 O espaço de diferenciação social Comer marca, também, as fronteiras de identidade entre os grupos humanos de uma cultura e de outra, mas também no interior de uma mesma cultura, entre os membros que a constituem. No interior de uma mesma sociedade, a alimentação desenha os contornos dos grupos sociais. Certo alimento pode ser atribuído a um grupo social e rejeitado por outro (Grignon & Grignon, 1980; Lambert, 1987; Herpin, 1988; Poulain, 1998). Assim, o espaço social alimentar assinala a conexão bioantropológica de um grupo humano ao seu meio. Um modelo alimentar é um conjunto de conhecimentos que agrega múltiplas experiências realizadas sob a forma de acertos e de erros pela comunidade humana. Esse modelo se apresenta sob a forma de uma formidável série de categorias encaixadas, imbricadas, as quais são cotidianamente utilizadas pelos membros de uma sociedade, sem que os mesmos tenham verdadeiramente consciência, pois tal encadeamento ocorre de maneira implícita (Fischler, 1990; 1996a; 1996b; Lalhou, 1998). 1.2 Os modelos alimentares e a interação entre o social e o biológico As relações entre o biológico e o social não se reduzem a uma simples justaposição que permite designar, para um lado ou outro de um limite preciso, o território do primeiro ou do segundo. Elas são marcadas por uma série de interações. A imersão de uma criança em um contexto alimentar é pontuada porritmos; o uso de certos produtos relaciona-se com o biológico tanto no tocante à expressão de determinados fenótipos quanto na ativação de mecanismos de regulação e de controle da tomada alimentar. A alimentação é a primeira aprendizagem social do pequeno homem. Ela está no centro do processo de "socialização primária". O comportamento alimentar da criança entrando no mundo é largamente submetido às condicionantes fisiológicas, à alternância de sensações de fome, aos comportamentos desencadeados por essas sensações (apelos, choros, gritos... depois leite) e às sensações de saciedade e de abundância que se seguem. Ao longo das interações com a sua mãe, a qual logo buscará "regular" a criança sob certos ritmos sociais (como as alternâncias do dia e da noite, os momentos de trabalho e de repouso), esses mecanismos biológicos vão conhecer uma primeira influência social. Depois, com o desmame, o aprendizado da COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. alimentação "normal" desenvolverá o gosto da criança, ensinando-lhe a amar aquilo que é bom na sua cultura, e regulará sua mecânica digestiva aos ritmos da sociedade que a viu nascer. Essa "incrementação" do biológico sobre o cultural é tanto mais forte quanto mais a alimentação for implicada nos processos de construção da identidade social. Ao comer segundo uma forma socialmente definida, a criança aprende o senso do íntimo e do público (aquilo que ela pode mostrar da sua mecânica alimentar e aquilo que ela deve esconder), bem como as regras de partilha e de privilégio que refletem a hierarquização social, enfim, o senso do "bom", mais exatamente do que é bom para o grupo ao qual ela pertence. Ao comer, ela interioriza os valores centrais de sua cultura, os quais se exprimem nas maneiras à mesa. Paralelamente, o corpo do comensal e os ritmos da "mecânica" biológica são formatados pelos ritmos sociais. Os conceitos de espaço social alimentar e de modelo alimentar permitem, ao mesmo tempo, fazer a Sociologia para os sociólogos e criar as condições de aplicação de um diálogo pluridisciplinar com as ciências da alimentação e da nutrição. O espaço social alimentar delimita as dimensões sociais da alimentação e permite trabalhar, respeitando o princípio da autonomia do social, sobre um objeto sociológico reconhecido pelo universo disciplinar da Sociologia. Contudo, ao definir as dimensões sociais da alimentação, ao pontuar as zonas fronteiriças com a Psicologia e a Biologia, ele oferece a possibilidade de pensar as interações. Assim, um novo campo de pesquisa se abre na interface das ciências da nutrição e da Sócio-antropologia da Alimentação, cujo objeto é compreender as decisões alimentares. Seu desenvolvimento supõe as colaborações pluri e transdisciplinares. Os riscos são numerosos, para aqueles que se engajarem nessa via, riscos de se desconectar de seu espaço disciplinar legítimo e até mesmo, talvez, de se distanciar da realidade empírica. Se a via do pensamento complexo explorada por Edgar Morin pode ser uma pista, ela será um complemento e não poderá tomar o lugar de um trabalho rigoroso de observação, de construção de dados e de questionamento da realidade - quando se sabe que mesmo esta realidade é socialmente construída. Para poder iniciar o diálogo entre as disciplinas, torna-se necessário que os conhecimentos disciplinares estejam suficientemente solidificados. Então, e somente então, será possível, segundo a expressão consagrada, começar a "cruzar os olhares" entre as disciplinas. Em matéria de COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. alimentação, os progressos da ciência passam, por conseguinte, ao mesmo tempo, pelo "macroscópio" e pelo "microscópio". 1.3 Reflexos da Globalização na Cultura Alimentar Brasileira - Dra Rosa Wanda Diez Garcia O crescimento da população urbana cresce em um ritmo mais rápido que o da população mundial e este crescimento é particularmente mais rápido em regiões menos desenvolvidas onde a migração rural urbana é mais acentuada e ocorre a urbanização de regiões rurais. Ao contrário, as regiões mais ricas têm um aumento da concentração urbana menos acelerado. Até 2003, 48% da população mundial vivia no meio urbano. No Brasil a taxa de urbanização é de 81,25 %, sendo na Região Sudeste e Sul, 91% e 81% respectivamente. O tipo de urbanização no Brasil é marcado por grandes adensamentos – as metrópoles - onde o mercado internacional é controlado e o processo de internacionalização da economia, da política e da cultura é centralizado (Azevedo, 1993). Tais características de urbanização afetam o modus vivendi e conformam a comensalidade contemporânea marcada pela escassez de tempo, diversidade e pela concentração de apelos publicitários. A globalização da economia e a industrialização exercem um papel importante, devido à gama de produtos e serviços distribuídos em escala mundial e ao suporte publicitário envolvido. Uma tendência crescente para o consumo de alimentos de maior concentração energética é promovida pela indústria de alimentos através da produção abundante de alimentos saborosos, de alta densidade energética e de custo relativamente baixo. Embora nos países mais pobres estas tendências de consumo estejam distribuídas diferentemente nos segmentos de classes sociais de acordo com as possibilidades de acesso aos bens de consumo, no plano simbólico os desejos de consumo por si só marcam uma inclinação a este perfil alimentar. A estandardização de certas instâncias das práticas e do comportamento alimentar facilitam as mudanças na alimentação que vão sendo incorporadas como parte do modo de vida, como conseqüência deste. Pressionadas pelo poder aquisitivo, pela publicidade e praticidade, as práticas alimentares vão se tornando permeáveis a mudanças, representadas pela incorporação de novos alimentos, formas de preparo, compra e consumo. COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. Contudo, é possível que tais mudanças encontrem mais ou menos resistência, dependendo da cultura alimentar e da consolidação de suas práticas estabelecidas e simbolicamente valorizadas. As mudanças alimentares e nutricionais decorrente deste contexto levam ao consumo de um excesso de alimentos de grande densidade energética, ricos em gordura e em açúcar refinado e redução no consumo de carboidratos complexos (fonte importante de fibras alimentares), tem se expandido, sobretudo em situações de prosperidade econômica. Quando se diz que a ascensão econômica de um país se reflete no padrão de consumo alimentar e conseqüentemente no perfil de morbi-mortalidade, deve-se buscar entender como e porque a prosperidade econômica atinge as diferentes culturas em uma mesma direção. No início da década de 90, com a abertura de mercado, houve um crescimento considerável nas importações de alimentos no Brasil. No período de 1992 a 1995 a importação de produtos alimentares industrializados cresceu 409%. O maior aumento foi observado nas preparações alimentícias diversas (1193%), no cacau e em outras preparações à base de cacau (1237%) e em preparações à base de cereais (538%). A importação de leite e derivados cresceu 970% e a de bebidas, líquidos alcoólicos e vinagre cresceu 640% (IBGE, 1993 e 1996). Houve um incrementoimportante na produção de iogurtes e outras bebidas lácteas entre 1990 e 1996: as bebidas lácteas tiveram um aumento de 829% e os iogurtes líquidos, de 252%, correspondendo, respectivamente, a um crescimento de 60 730 e 70 688 toneladas, respectivamente. Os embutidos, principalmente a salsicha e a lingüiça, durante a década de 80, tiveram sua produção duplicada e, até 1996, multiplicada por 2,8 e 2,3, respectivamente, totalizando uma produção anual de 221 588 toneladas de salsichas e 238 866 toneladas de lingüiça. Os alimentos congelados, um exemplo de produtos que poupam serviço e facilitam o trabalho doméstico, cresceram 126% no período de 1990 a 1996 (totalizando em 1996 uma produção de 46 141 toneladas). Em 1980 eram produzidas 20 095 toneladas de salgadinhos industrializados; em 1996 esta produção foi 6,2 vezes maior. A produção de refrigerantes e cerveja cresceu nos últimos dez anos, 90% e 76%, respectivamente. De 1990 a 1996 a produção de biscoito aumentou 108% e a de cereais em flocos, 426% (Datamark Ltda - Market Intelligence, 1996). COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. A opção por facilidades que poupam tempo de preparo e diminuem a freqüência das compras é característica do comensal urbano contemporâneo, como se pode notar ao analisar o tipo de leite consumido - enquanto a produção do leite longa vida cresceu de 184 para 1 782 toneladas entre 1990 e 1996, o leite pasteurizado teve sua produção reduzida, passando de 4 243 toneladas em 1990 para 2 779 em 1996. De acordo com os resultados do Estudo Multicêntrico sobre Consumo Alimentar (EMCA), trabalho mais recente com a preocupação em traçar um perfil do consumo alimentar, realizado em cinco cidades brasileiras (Campinas, Curitiba, Goiânia, Ouro Preto e Rio de Janeiro), os 16 alimentos mais consumidos (aqueles que fornecem até 80% da energia total disponível) em ordem decrescente de prioridade em todas as faixas de renda apresentaram variações por nível salarial e entre os municípios estudados. No município de Campinas, por exemplo, o refrigerante, a bolacha doce e a salsicha estão entre os principais itens que garantem o aporte energético. Comparando os principais alimentos que contribuíram para o aporte energético de duas faixas de renda extremas; ainda exemplificando dados do município de Campinas, na primeira faixa (até meio salário mínimo per capita) o arroz, óleo, açúcar, feijão, leite e macarrão foram os alimentos mais consumidos; já para a última faixa de renda (entre 10 e 15 salários mínimos per capita) estes alimentos foram: pão de forma, arroz, óleo, açúcar, pão francês e leite. Enquanto o arroz e o feijão ocuparam a primeira e quarta posição de prioridade para os indivíduos de renda menor, para os mais abastados estes alimentos estavam, respectivamente, em segundo e décimo segundo lugar. A diferença por nível salarial expressa a redução no consumo de alimentos tradicionais, como o arroz e o feijão, pelas famílias de renda maior; além disso, a crescente presença de alimentos industrializados com peso na ingestão energética nas diferentes faixas de renda expressa mudanças na alimentação em direção à dieta afluente. A preservação de práticas tradicionais passa a ser um contraponto de preservação da alimentação tradicional que tem maior estabilidade na oferta de nutrientes, maior diversidade de itens e de possibilidades de um consumo alimentar adequado nutricionalmente. COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. Neste sentido os esforços dos programas de alimentação e nutrição devem também considerar os determinantes das práticas que levam a um maior consumo energético e menos atividade física e, por outro lado, a preservação de práticas tradicionais como núcleo mais estável de alimentação e a introdução de novos itens alimentares de modo periférico. 1.4 A Questão Alimentar: Fast Food - Dra. Carmen Silvia Rial Em um episódio recente da série norte-americana Sex and the City (Sky TV/Multishow), Carrie, a protagonista principal, responde a uma provocação de seu galante namorado polonês dizendo “Eu sou apenas uma garota americana” e, instante seguinte, os dois aparecem num restaurante da cadeia McDonald’s pedindo hamburgers, fritas e respondendo com sim a sugestão da atendente de aumentar as porções (super-sized). Sem dúvida, McDonald’s é um poderoso símbolo da cultura americana, visto assim pelos próprios americanos e também ao redor do mundo, nos mais de 150 países onde está instalado. Pode ser valorado positivamente, evocando a simplicidade e a tradição culinária, como foi o caso neste episódio, ou significar a modernidade como para as avós que acompanham orgulhosamente as crianças aos McDonald’s na China ainda que as assistam comer sem querer tocar no alimento exótico. Ou, ao contrário, pode ser valorado negativamente significando imperialismo político (e por isto tem sido atacado pelo movimento antiglobalização), a homogeneização culinária planetária (contra qual se insurge o movimento do slow food) ou a comida ruim (o junk food) tão temida e recentemente criticada pelo documentário Superzided Me em que o protagonista acompanha o seu processo de engorda por ter decidido comer apenas nos restaurantes do McDonald’s. Mas porque razão o McDonald’s simboliza tão fortemente a cultura norte- americana? Por que razão os McDonald’s os são escolhidos para serem atacados – e não uma loja de roupas ou uma companhia de petróleo, por exemplo - quando se quer protestar contra coisas aparentemente tão diferentes como os alimentos transgênicos, a guerra no Iraque ou as dificuldades dos camponeses na França? Creio que parte da resposta reside no fato de que lá encontramos: comida. COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. Quer dizer, hambugers, roupas e combustíveis podem todos ser incluídos na categoria dos objetos de consumo. Porém os alimentos são objetos vistos como especiais. Ao contrário do que ocorre com a maioria dos objetos de consumo, vistos como inertes em nossa cultura moderno-ocidental, os alimentos são objetos que são vistos como tendo agência, ou seja, capacidade ou poder de perpetrarem atos. Ou seja, na divisão classificatória que organiza a nossa percepção do mundo (sujeitos e objetos), os alimentos são colocados na categoria dos objetos; porém, como os sujeitos, são vistos como capazes de agirem. Os alimentos agem sobre os sujeitos: tornam-nos mais fortes ou menos forte, mais belos ou menos belos, mais sábios ou menos sábios transformando nosso corpo e nossa mente. Isto é muito claro quando pensamos em alguns tipos especiais de alimentos, tidos como possuidores de poderes: substâncias que alteram a consciência, remédios, alimentos tabus, etc. Qual seria a agencia dos alimentos vendidos no fast-foods e seria ela a mesma em todos os lugares? Os fast-foods são exemplares de tentativa de multiplicação mundial de um padrão homogêneo (o global standart como é chamado pelas cadeias), a lógica e a dinâmica de sua disseminação planetária nos diz muito sobre os processos de globalização cultural contemporâneos. Instalados ao final dos anos 50 nos Estados-Unidos, os fast foods são encontrados hoje em mais de cem paises, entre os quais se incluem o Brasil (a cadeia Bob's abriu sua primeiralanchonete em setembro de 1952, em Copacabana, no Rio de Janeiro). Apesar de sua suposta homogeneidade, os alimentos vendidos nos fast-foods, tornam-se localizados (Rial 1995), assumindo características do lugar onde estão instalados. Eles são vistos por alguns como falsos restaurantes, produtores de alimentos de risco (Douglas 1976); pois, como dizem os clientes, “que enchem, mas não alimentam”; como símbolos da cultura norte-americana e por isto alvos de protestos nacionalistas e de movimentos de antiglobalização, assim como de rumores como os que falam da carne moída misturada com minhocas, soja, petróleo (Rial 1996). São considerados, por outros, como lugares de certeza (Giddens): lugares onde se sabe o que se vai encontrar (argumento dos turistas), símbolos de uma modernidade idealizada a qual se aspira (“estar ali é como estar em Nova York”). Concluo que a agência dos alimentos fast-foodianos varia no espaço social: ainda COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. que apresentem a mesma quantidade de calorias, glicídios e lipídios são representados como agindo sobre os indivíduos de modos muito diversos. COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. 2. INFLUÊNCIAS NA GASTRONOMIA Cada povo uma cozinha. A comida está intimamente ligada à identidade e cultura de cada povo, sendo um bom caminho para conhecê-los e, de alguma forma, nos aproximarmos deles. Cada país e região tem a sua culinária própria que depende, não só da mistura de culturas, mas principalmente dos ingredientes disponíveis. Além disso, a globalização fez com que as técnicas e tradições culinárias se mudassem de continente para continente, levando receitas, ingredientes e utensílios e fazendo com que os hábitos alimentares, e logo culinários, se fossem evoluindo até às culinárias regionais que existem no mundo. Os fatores mais importantes que formam a arte culinária de um país são a geografia e o clima. São estas forças as que determinam o crescimento das plantas e animais e os métodos de conservação que se utilizaram tradicionalmente, o que, por sua vez, influi nos sabores e nas texturas dos alimentos. As maiores influências humanas são as tradições culinárias levadas pelos povos invasores e imigrantes. A arte culinária tradicional conta a história do passado de forma maravilhosa sendo fascinante, também, presenciar a sua evolução no presente – e delicioso! Aqui, apresentamos um pouco das cozinhas dos diversos povos do mundo, suas principais receitas, hábitos e tradições. Contamos com isso, contribuir não apenas com conhecimento; mas, também, para uma confraternização humana universal através de algo tão delicioso quanto o bem comer. 2.1 De culturas étnicas no brasil Desde a época da colonização brasileira, diversos países europeus deixaram rastros de sua dominação, ainda que tenham sido curtas. Os países de maior influência gastronômica são Itália, Portugal e Espanha, principais colonizadores. Um ponto curioso foi a manutenção dos valores africanos, principalmente, e indígena, devido à miscigenação da sociedade nos séculos posteriores. A principal contribuição dos escravos daquela época foi a tão famosa feijoada. Nos séculos XVIII e XIX o Brasil recebeu milhares de imigrantes de diversos países, que acabou ampliando ainda mais sua gama culinária, os principais países representados pelos imigrantes foram os Asiáticos, Japão e China (o Brasil possui uma das maiores comunidades de imigrantes provenientes destes países no mundo), e alguns Europeus, como Alemanha e Holanda. http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura http://pt.wikipedia.org/wiki/Globaliza%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Receita COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. Atualmente, seguindo forte influência norte-americana, o Brasil facilmente adaptou-se e incorporou o costume dos "fast-foods", ainda que a maior parte da população prefira a comida caseira. O costume de pedir pizzas no sistema delivery, bem como comida oriental também está bastante difundido. 2.1.1 Cozinha Europeia À medida que viajamos através da Europa, encontramos tendências gastronômicas regionais e grandes semelhanças em países adjacentes. Porém, querendo comparar doces de frutas, salsichas, queijos ou receitas de batata, verificaremos que cada país europeu tem a sua própria assinatura gastronômica singular. Muitos países abrangem mais do que uma só região, assim a cozinha também pode variar enormemente nas mesmas fronteiras. 2.1.1.1 Gastronomia do Mediterrâneo Oriental - Cozinha do Mediterrâneo É a região que abrange Itália, Grécia, Albânia, Espanha, França, Mônaco, Eslovênia, Croácia, Bósnia, Montenegro, Síria, Líbano, Israel, Chipre, Turquia, Argélia, Marrocos, Egito, Líbia e Tunísia. A Turquia, a Grécia e o Chipre gozam de renome pela sua versão de mezé (a ortografia pode variar= refeição ligeira em Turco), um grande sortido de pequenos pratos saborosos para saciar o apetite. Os amantes de carne gozarão com as numerosas e deliciosas receitas de borrego (filhote de carneiro), vitela e marisco. Graças ao uso estendido de berinjelas, abobrinhas, azeitonas, tomates, pimentões e outros legumes, hortaliças, queijos, sementes de sésamo (gergelim), pistaches e nozes, esta cozinha também é um prazer para os vegetarianos. Além de saudável, saborosa e aromática, a cozinha mediterrânea é bastante prática, ao combinar ingredientes de fácil preparo. Simplicidade e frescor poderiam sintetizar esta cozinha, caracterizada pelo uso de vegetais folhosos, legumes, frutas frescas e secas, grãos, peixes, laticínios e ovos, pães, massas (de grão duro), entre outros, além do azeite de oliva e das ervas frescas. O consumo de carnes brancas é moderado e o de carnes vermelhas é reduzido, ou seja, o consumo de gorduras de origem animal é baixo. Outra característica é a presença do vinho durante as refeições. Por todos estes ingredientes e combinações, a cozinha do Mediterrâneo, é considerada uma das mais saudáveis. O lado prático é outro de seus atributos, com http://www.visiteurope.com/ccm/admin/linkadministration/forwarding.jsp?id=4792 http://www.visiteurope.com/ccm/admin/linkadministration/forwarding.jsp?id=4794 http://www.visiteurope.com/ccm/experience/detail/?nav_cat=134&lang=pt_BR&item_url=/NTO-Cyprus/experiences/culture/wining-and-dining.pt_BR http://www.visiteurope.com/ccm/admin/linkadministration/forwarding.jsp?id=4795 COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. ingredientes de fácil preparo. Só com os aperitivos e entradas já se poderia fazer uma refeição: os antepastos italianos, as tapas espanholas, as mezzes (em turco = refeição ligeira) dos países árabes são servidos em generosas porções, num estilo que parece improvisado e que tem um resultado delicioso. Poderia se dizer que se trata de um estilo alegre de cozinha, que remete a imagens de animadas reuniões ao redor de uma farta mesa. A base da culinária grega é a essência da cozinha do mediterrâneo. Muito azeite de oliva, azeitonas,legumes e vegetais fresquíssimos, alho e as ervas frescas como o tomilho, alecrim e orégano. O vinho típico é resinoso, saboroso e traiçoeiro, um gole a mais e pronto, a vida vira uma grande festa. Um dos trunfos da culinária local é a localização do País. A Grécia recebeu influência de praticamente todos os povos do mediterrâneo, garantindo assim a predominância daquela que chamamos de cozinha árabe. A prova são os charutinhos de folha de uva, os doces e as especiarias utilizadas. Os gregos, como exímios amantes da boa vida, apreciam os prazeres da mesa como poucos. O que para muitos pode ser um mero jantar fora de casa, para eles é um verdadeiro ritual, de preferência com fartura de comida e de amigos, cultivado pelo menos uma vez por semana. Além da culinária irresistível, chama a atenção a forma como esse ritual gastronômico se dá. Para começar, nunca falta à mesa uma garrafa de água, azeite de oliva e pão. Então, o cardápio vem e é aí que ocorre uma agradável singularidade: normalmente, gregos não pedem pratos individuais. Várias porções e pratos são escolhidos e compartilhados por todos. Assim que as delícias são servidas, enquanto uns continuam falando alto e gesticulando como de costume, uma pessoa se dispõe a cortar os pratos mais elaborados e servir os demais. Tudo muito à vontade, descontraído. E não pense que um jantar assim acaba virando um mero petiscar. Come-se muito bem, pois eles não sabem comer pouco por lá. Come-se bem assim somente no jantar, é preciso deixar claro. Café da manhã para eles é quase dispensável, assim como o almoço que acaba sendo um lanche rápido, um pretexto para a tão cultivada sesta de algumas horas. A melhor maneira de saborear a rica culinária grega é indo a uma autêntica taberna. Simples e espalhadas por toda parte, servem o que há de mais tradicional na gastronomia grega. Entre as receitas ricas em vegetais grelhados, alho e cebola, COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. o destaque vai para o famoso moussaka (espécie de lasanha feita com camadas de berinjela frita, e carne picada, coberta com queijo). Antes, peça de entrada taramasalata (algo parecido a um patê ou um purê de ovas de peixe), delicioso, e o típico queijo feta (feito com leite de cabra e ovelha). Tomates e pimentões, recheados com arroz, não podem ficar de fora. Se estiver em alguma das ilhas, acrescente pratos à base de peixe. Outros clássicos antepastos (mezes ou mezédes) se destacam tzatiziki (pepino, iogurte, alho e azeite de oliva), skordalia e melitzanosalata (pasta de berinjelas e tomates). Durante o dia, para o lanche rápido, não há melhor opção que o souvlaki (ou em forma de espetinho ou de sanduíche, chamado gyros servidos em pitas (pão tipo sírio), que são espetinhos de frango com pimentão servido com pasta de iogurte com páprica). O original do conhecido espetinho grego. Apesar da aparência suspeita, tem cheiro e sabor tentadores. Para acompanhar, vinho e, aos mais resistentes, oúzo (bebida nacional) feito de uva com sabor de anis que é servida com água muito gelada para refrescar (quando se torna de cor leitosa), e fica mais suave, com gelo é melhor ainda. No meio da tarde, em alguns dos concorridos cafés, prove ainda duas paixões nacionais: o frappé, café gelado que eles tomam a toda hora, e o iogurte com mel – divino. Bom apetite (YÁSSU! saúde em grego). A França e a Itália são dois gigantes da cozinha européia; a sua importância para a gastronomia ocidental é quase incalculável. A Itália se povoou há séculos, com a contribuição dos conhecimentos culinários dos gregos ao que depois seria o império romano, que, por sua vez, se estendeu por toda a Europa. Catarina de Médici (Rainha Francesa de origem Italiana – 1519-1589) é famosa por, entre outras coisas, ter levado os costumes gastronômicos italianos à corte francesa no século XVI, muitos dos quais formam parte dos hábitos alimentares atuais, como o uso do garfo. Adorada como poucas, a gastronomia italiana é quase uma unanimidade nos quatro cantos do planeta. Conhecida por sua pluralidade, pelo amplo uso de ervas frescas e pelo equilíbrio perfeito entre sofisticação e simplicidade, a cozinha da Itália é resultado da influência de diversos povos que passaram pela península ao longo dos séculos e garantiram a riqueza e versatilidade de combinações de sabores e aromas marcantes, difundidos mundialmente a partir do grande fluxo de imigrantes italianos no início do século XX. COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. Famosa pelas massas de sabores variados, bruschetas, risotos, lasanhas e uma generosa seleção de carnes. A renomada cozinha da Itália nos traz massa, num sem-fim de formas, queijos parmesão e mozzarella, risotto e polenta, pizza, um dos mais famosos presuntos, o prosciutto, sem esquecer o gelato, o conhecido sorvete. A cozinha regional muda como sempre e reflete a história e as tradições locais. Mudanças significantes ocorreram com a descoberta do Novo Mundo, que ajudaram a moldar muito do que é conhecido como a culinária italiana hoje em dia, através da introdução de ingredientes como batatas, tomates, pimentões e milho, todos eles parte central da cozinha daquele país, e que no entanto só foram introduzidos em grande escala a partir do século XVIII. Antes de abordar a culinária das principais regiões da Itália, vale contar um pouquinho sobre aspectos históricos que são determinantes na definição da gastronomia multifacetada do país. As raízes da cozinha italiana encontram-se no século IV, na Idade Média, vindas das influências árabes, principalmente na região da Sicília, que expandiu sua culinária regional com o amplo uso de produtos vindos do Oriente Médio, como é o caso das especiarias. Do oriente, veio também uma invenção chinesa trazida pelo viajante Marco Polo: o macarrão. Já no século XVII, foram os espanhóis que deixaram sua marca na cozinha da Itália, adicionando produtos vindos da América, como tomate, batata, feijão, milho, cacau, rum e café. A França também colocou sua marca. Na época de Napoleão Bonaparte, os franceses agregaram outros itens, como produtos derivados do leite (manteiga e creme de leite). O intenso comércio de alimentos durante o Império Romano, que movimentava a cidade de Roma, trouxe caravanas com alimentos vindos de vários países da Europa, África e Ocidente. Cereais, pães, vinho, azeitona, legumes, frutas frescas, amêndoas, nozes, avelãs, queijo, ovo, porco, carneiro, galinha, faisão, avestruz, javali, etc. Já com o Renascimento, os banquetes exagerados deram lugar a uma gastronomia mais refinada, com requinte e sobriedade nos pratos. Menos especiarias, mais leveza e apresentação. Os italianos valorizam os ingredientes de sua região. Abusam de molhos e temperos e de pastas, peixes, frutos do mar, carnes com cortes diferenciados como ossobuco, escalope de vitela, entre outros. O azeite de oliva é praticamente a base http://www.visiteurope.com/ccm/travel_information/detail/?nav_cat=246&lang=pt_BR&item_url=/NTO-Italy/uniquepages/usefulinfo/food-wine.fr http://www.italiantourism.com/foodreg.html http://www.italiantourism.com/foodreg.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Batata http://pt.wikipedia.org/wiki/Tomate http://pt.wikipedia.org/wiki/Piment%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Milho http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br)Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. da gastronomia italiana, juntamente com temperos de ervas frescas como alecrim, salsa, sálvia, tomilho, manjericão, manjerona, entre outros. Bottarga, funghi porcini, anchova, mussarela de búfala completam o pacote na confecção dos pratos. Na região central da Itália, onde fica Roma, a gastronomia local é considerada uma cozinha mais "simples". É conhecida pelo melhor nhoque do país. É uma região sem grandes influências da culinária européia, não tinha aristocracia e era devotada ao papa. O lado religioso influenciou fortemente a cozinha de Roma. Por conta da propagação dos ideais cristãos, ligados à pobreza, a cultura gastronômica da região evoluiu nas mãos dos camponeses, feita à base de ingredientes fortes, com a presença de gorduras animais, carne de carneiro e porco. Já a comunidade que não era ligada à igreja católica - os hebreus, por exemplo - desenvolveram uma culinária mais refinada. Eles usavam muito peixes e frutos do mar, além de verduras. Um dos pratos célebres é o Carciofala Gildea, feito com alcachofras. As folhas de alcachofra na Itália são comestíveis, fritadas no azeite. Um dos queijos mais utilizados na culinária romana é o pecorino. Por conta de seu desenvolvimento local e preço mais acessível do que o conhecido parmesão (ou parmiggiano), ganhou espaço nos pratos. O Spaghetti alla Carbonara é outro prato vindo de Roma. No entanto, no Brasil é feito com creme de leite, sendo que o original é feito com ovos, pecorino e panceta. Roma nunca foi referência em relação à sofisticação, mas tem pratos deliciosos. Molhos como matriciana, putanesca, por exemplo, hoje também conhecidos no Brasil, saíram desta região. A escola gastronômica La Macellara abusa de miúdos de animais. Um dos pratos é um rigatone com tripa de vitela de leite cozida com tomate, pimenta e toucinho de porco. Aqui no Brasil esse tipo de prato é desconhecido. Ao contrário do que se pensa, na gastronomia romanesca o vinho branco é bastante utilizado para marinar carnes. São carnes mais novas. Leitão e carneiro são algumas das mais servidas. Na região norte da Itália - Piemonte, Vêneto, Ligúria -, a influência francesa é fortemente notada. Risotos feitos à base de muita manteiga, massas frescas e polenta fazem parte do cardápio. O risoto é um prato versátil. Queijos grana padano, fontina, parmesão e as famosas trufas brancas são destaques nessas cidades. O risoto mais conhecido é o alla parmiggiana, feito com queijo parmesão. Logo depois, o alla millanesa, com tutano de boi e açafrão. O de funghi porcini COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. também se tornou um clássico, inclusive no Brasil. Os brasileiros ainda conhecem pouco da gastronomia de cada região da Itália. As carnes são cozidas no vinho, mas com menor quantidade da bebida, dando suavidade e leveza ao prato. Na Lombardia, se come muito a Costoletta alla Milanese. Usam a parte da carne da costela do boi. Por ser uma região montanhosa, há uma forte tradição pelos assados e cozidos, incluindo a utilização de especiarias como cravo, anis estrelado e canela. Nos restaurantes do norte, é raro encontrar pratos à base de molho de tomate, algo freqüente no sul. Frutas secas e avelãs compõem grande parte das sobremesas. É do norte que sai o tradicional Tiramissu e a Panna Cotta. Naquela região, por conta da pecuária bovina nas montanhas, o acesso ao creme de leite e à manteiga é maior. Uma das iguarias mais importantes da gastronomia italiana está exatamente na região de Piemonte. A trufa de Alba, menina- dos-olhos de chefs do mundo todo, sai dos bosques do Piemonte. Com uma descrição peculiar, algo único, a trufa é um produto caro, mas adequadamente harmonizada com massas frescas e principalmente com ovos com gema mole. As massas no norte são frescas - diferentemente da região central, onde são mais secas. A polenta, outro grande prato da região, é feita com sêmola mais grossa. A polenta era um prato feito pelos italianos mais pobres. Os camponeses comiam-na de manhã, como se fosse um mingau. “Depois de endurecida, cortavam em pedaços e fritavam, para molhar no molho de peixe.” Hoje, a polenta é um tradicional acompanhamento de ossobuco de vitela e servida com muito charme. Na região sul da Itália, a influência da dominação espanhola é marcante, além das referências gregas e turcas. É uma cozinha forte, com muitos contrastes entre o doce e o salgado. Frutos do mar, peixes, pasta feita de grão duro e sem ovo, pães robustos, muito molho de tomate e pizzas. Existe uma predominância para sobremesas fritas, como é o caso do canole. Com uma enorme diversidade de aromas, sabores e influências, a gastronomia italiana é referência ao redor do mundo. E com certeza deve continuar deixando suas marcas ao longo dos anos. Tanto ingredientes como pratos variam de região para região do país. Existem diversos pratos regionais importantes que também assumiram caráter nacional, enquanto diversos pratos que já foram regionais proliferaram, em diversas variantes, por todo o país. Queijo e vinho são uma parte importantíssima da cozinha http://pt.wikipedia.org/wiki/Queijo http://pt.wikipedia.org/wiki/Vinho COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. do país, desempenhando diferentes papéis tanto regionalmente quanto nacionalmente, com sua inúmera variedade e leis de regulamentação (Denominazione di origine controllata, DOC). Também o café, mais especificamente o espresso, assumiu um papel de destaque relevante na cultura gastronômica da Itália. A largada para a degustação inicia com as diversas opções de entrada, que incluem mais de uma dezena de delícias como Terrine de coelho, Bruscheta ao pomodoro, Antipasto de cogumelos in natura e a Caponata, antepasto vegetariano preparado a base de berinjelas, tomates, vinagre, alcaparras e outros legumes, originário da Sicília. Na seqüência, as opções de pratos quentes são uma apresentação do que há de melhor nas receitas de cada região do país. Celebrando o sul da Itália, onde predomina o uso de muito molho de tomate e carne de coelho, caprina e suína estão o Pernil de cordeiro recheado com queijo de búfala, tomates secos e ervas e o tradicional Tortei de moranga. A homenagem ao norte fica por conta do Risoto alla genovese e o Ossobuco alla milanesa, carne de músculo bovino muito apreciada pelos italianos. A região litorânea está presente nos pratos com peixe, como o Risoto de salmão e aspargos verdes e o Filé de tainha ao vapor com pérolas vegetais e por fim, as cidades montanhosas da Itália estão representadas nas criações à base de carne de caça, como a Perdiz com frutas do bosque e o Sorrentino recheado com codorna e uvas passas. Encerrando a noite, as sobremesas dividem as atenções dos convidados, entre as italianíssimas Panna cota, espécie de flan de nata cozida, que aparece quase sempre unido ao aroma de baunilha e banhado em calda de frutas; o Zucotto, conhecido no Brasil como pão-de-ló recheado, acompanhado de mascarpone e pistache; e a Zabaione, delicioso creme a base de ovos. Outra especialidade italiana, o sorvete ganha espaço especial junto ao Buffet, na Picolla Gelateria, que entre os diversos sabores serve o Sorvete de morango, kiwi e suco de laranja. Malta1 oferece uma mistura de sabores mediterrâneos e africanos, fundindo- se com as suas próprias especialidades. Experimentem o patizzi, uma massa folhada com umrecheio vegetariano, ou o pastel de peixe e legumes, lampuki. 1 A República de Malta é um pequeno país europeu, composto por um arquipélago de cinco ilhas muito próximas, situadas a 93 km ao sul da ilha da Sicília, a sudoeste da Itália, e a 290 km ao norte da Líbia, na África. O arquipélago maltês está encravado no centro do Mediterrâneo. http://pt.wikipedia.org/wiki/Denominazione_di_origine_controllata http://pt.wikipedia.org/wiki/Caf%C3%A9 http://pt.wikipedia.org/wiki/Espresso http://www.visiteurope.com/ccm/travel_information/detail/?nav_cat=246&lang=pt_BR&item_url=/NTO-Portugal/uniquepages/usefulinfo/food-and-drink.en http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquip%C3%A9lago http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha http://pt.wikipedia.org/wiki/Sic%C3%ADlia http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADbia http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica http://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_Mediterr%C3%A2neo COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. Na França encontramos uma vasta variedade na cozinha local, da gastronomia normanda rica em lácteos até os pratos da Provença com muito alho e influências africanas ou a da região alpina perto da fronteira suíça e a Alsácia germânica até o árido calor do sul-ocidente. Famosa por produzir mais de 450 classes de queijo, a mostarda de Dijon e um sem-fim de outros clássicos, a gastronomia da França representa um dos seus maiores tesouros culturais. O modo de alimentação do dia é tomar um desjejum leve (pão, e/ou cereal, e/ou "croissants", e/ou pain au chocolat", possivelmente café e as vezes frutas ou suco), um almoço entre meio dia e 14h, e jantar à noite. Uma refeição normal completa consiste de entrada (vegetais crus ou salada), prato principal (carne ou peixe, com acompanhamento de vegetais, massa, arroz ou batatas fritas), queijo e/ou sobremesa (frutas, tortas, bolos, cremes ou compota). Nas grandes cidades, a maior parte dos que trabalham e estudam almoçam fora. As lanchonetes das empresas e escolas servem refeições completas (entradas, prato principal, queijos, sobremesa) não sendo comum que os estudantes tragam sanduíches de casa. Em cidades menores, a maioria dos trabalhadores volta a casa para almoçar, o que causa quatro horas de correria diárias (às 8 da manhã, ao meio- dia, às 14h e às 18h). Com o estilo de vida contemporâneo, com o reduzido número de esposas/donas-de-casa, o francês conta muito com enlatados ou congelados para a refeição semanal. Aqueles que não dispôem de um refeitório próximo ao local e trabalho/estudo costumam optar por um lanche (sanduiches ou saladas) ao meio dia. Ainda é popular cozinhar à noite ou aos finais-de-semana com ingredientes frescos. Na maioria das cidades, há mercadinhos que vendem vegetais, carne e peixe, e queijos embora a maioria de tais produtos sejam comprados nos hipermercados ou supermercados. Tradicionalmente, a França tem a cultura do consumo de vinho. Tal característica vem diminuindo, e atualmente, apenas cerca de 28,67% dos franceses consomem vinho diariamente. Especialmente, o consumo de vinhos de menor qualidade nas refeições tem diminuído muito. A cerveja é popular, especialmente entre os jovens. Outras bebidas alcoólicas populares incluem, no sudeste o Pastis, aromatizado com sementes de anis e diluída com água, popular do verão; e cidra, no nordeste. http://www.visiteurope.com/ccm/admin/linkadministration/forwarding.jsp?id=3496 http://pt.wikipedia.org/wiki/Cerveja http://pt.wikipedia.org/wiki/Pastis COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. A maioridade legal para consumir álcool é 18 anos. Não é costume de donos de bares ou atendentes de bares (garçons) verificar a idade dos consumidores, de modo que serve-se vinho a adolescentes que façam refeições com suas famílias no restaurante. Por outro lado, é muito raro presenciar uma bebedeira pública, comum aos sábados à noite na França. Usualmente, os pais proibem consumo de álcool aos filhos antes da maioridade. Estudantes e adultos jovens são conhecidos por beberem muito durante festas: vodka e tequila são populares. Esquematicamente, a cozinha francesa pode ser dividida em: - Cozinha Burguesa, que inclui todos os pratos clássicos que não são (ou não são mais) especificamente regionais, adaptados para o gosto das classes sociais mais afluentes. Inclui os molhos ricos à base de creme e técnicas de cozinhar complexas (as que muitos associam à culinária francesa). No topo da categoria está o que é conhecido como alta cozinha, maneira altamente complexa e refinada da preparação de comida e gerenciamento da cozinha. Como justamente este tipo de cozinha aparece frequentemente no estrangeiro como "Cozinha Francesa", acredita-se por engano que as refeições típicas francesas envolvem procedimentos culinários complexos e pratos ricos, nada dietéticos. Quando, na verdade, este tipo de cozinha é reservado para ocasiões especiais. A Cozinha regional ou Cuisine du terroir cobre as especialidades regionais, com ênfase em alta produtos de qualidade e na tradição camponesa. Muitos pratos não aparecem como franceses, estereotipadamente, pois os estilos regionais podem diferir muito dos que se encontram nos restaurantes franceses pelo mundo. Cuisine nouvelle ou nouvelle cuisine ou nova cozinha, desenvolvida na década de 1970 em reação à cozinha tradicional. Teve a influência de chefes como Paul Bocuse. Caracteriza-se por ser elaborada em pouco tempo, com molhos mais leves e menores porções, apresentadas em forma refinada e decorativa. Moderna e inventiva, incorpora técnicas e combinações vindas do estrangeiro (especialmente da Ásia). Teve grande influência nos estilos de cozinha de todo o mundo. Na Cozinha atual, comida, moda e tendências na França se alternam entre estes três tipos de culinária: atualmente há clara ênfase na cozinha chamada cuisine du terroir, um retorno à culinária tradicional, mais rústica, aos sabores "esquecidos" dos produtos da terra. A cozinha fusão, ou "fusion", popular no mundo de língua inglesa, não é muito usada na França. Mesmo assim alguns restaurantes de Paris (capital da COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. França) têm tal tema e muitos modernos chefes franceses se deixam influenciar por grande variedade de estilos internacionais. O Vegetarianismo não é comum na França e há poucos restaurantes vegetarianos. São preparações Francesas Famosas: Blanquette de veau ou ensopado de vitela, o Coq au Vin (galo ou capão cozida no vinho tinto). Queijos Variados Os pratos considerados comuns na França que noutros países podem ser considerados exóticos: Cuisses de grenouilles (Coxas de Rãs), Escargot (Caracóis), Caviar (ovas de esturjão não-fertilizadas, salgadas, de preferência não- pasteurizadas (frescas) e sem qualquer outro tipo de aditivo, corante ou preservante) As Sobremesas ou Desserts, crème brûlée, o mesmo que Leite-creme em Portugal e Crema Catalana, na Espanha. Os Crêpes Especialidade Bretã: finas panquecas, o Mousse de chocolate: chocolate batido com creme e claras em suspiro e Pâtisserie Confeitaria: Mille-feuilles Mil Folhas Nas especialidades por região/cidade: Alsácia: Choucroute garnie (sauerkraut repolho em conserva com salsichas, carnes salgadas e batatas) Alpes: Raclette (Queijoderretido servido com batatas , fiambre e carne seca) fondue savoyarde (fondue de queijo e vinho branco em que se mergulham cubos de pão). Gratin dauphinois (Batatas gratinadas com creme, como no Dauphiné). Tartiflette (gratinado Savoyard de batatas, Reblochon natas e carne de porco) Bretanha: Crêpes ou panquecas muito finas. kik ar fars (porco com uma espécie de ravioli). kouign amann (pão pequeno feito com muita manteiga) Borgonha: Boeuf Bourguignon (carne de vaca cozida em vinho da Borgonha durante muitas horas). Escargots de Bourgogne (caracóis em suas cascas com manteiga e salsa fresca). Fondue bourguignonne (fondue feito com óleo, em que se mergulham cubos de carne) Lorraine: Quiche Lorraine uma massa de torta fina sobre a qual se dispõe creme e toucinho frito. Costa Azul/Provença: Bouillabaisse (uma sopa de tomates e peixes do Mediterrâneo servida com molho ferrugem). Ratatouille conserva de berinjela, tomates, abobrinha. Pieds et paquets (pedaços de pés e tripas de cabrito em molho saboroso) Nimes: Brandade de morue (bacalhau em purê) http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Blanquette_de_veau&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Coq_au_Vin http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Queijos_Variados&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cuisses_de_grenouilles&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Escargot http://pt.wikipedia.org/wiki/Caviar http://pt.wikipedia.org/wiki/Ova http://pt.wikipedia.org/wiki/Esturj%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%AApe http://pt.wikipedia.org/wiki/Mousse_de_chocolate http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=P%C3%A2tisserie&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Mille-feuilles http://pt.wikipedia.org/wiki/Als%C3%A1cia http://pt.wikipedia.org/wiki/Sauerkraut http://pt.wikipedia.org/wiki/Alpes http://pt.wikipedia.org/wiki/Raclette http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fondue_savoyarde&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tartiflette&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Reblochon&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Bretanha http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%AApe http://pt.wikipedia.org/wiki/Borgonha http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Boeuf_Bourguignon&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Bourgogne COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. Normandia: Tripes à la mode de Caen (tripas cozinhadas em molho de vinho e Calvados) Auvérnia Auvergne: Tripoux (pedaços de tripas em molho saboroso), Truffade (batatas salteadas com alho e queijo tipo "tomme"), Aligot (puré de batatas misturadas a queijo "tomme") Sudoeste: Cassoulet (ensopado com feijão branco, salsichas e pedaços de ganso ou pato confitados) e Foie gras (figado de ganso ou pato). A culinária espanhola é parte da culinária mediterrânica, embora com características próprias. A Espanha conta com um clima excepcional para o cultivo de frutas e legumes, beneficiando-se, para, além disso; de um litoral muito extenso com acesso a abundante peixe e marisco. Talvez é mais famosa pelas suas azeitonas e azeites, queijos e “tapas”, os pequenos pratos de iguarias servidos com a bebida. A Paella a lá Valenciana é um guisado de marisco e arroz que convocam todos ao redor da mesa. O jamón (presunto cru) uma das principais iguarias. Tal como ocorre na maior parte dos países, a culinária de Espanha varia bastante de umas regiões a outras; no entanto, existem algumas características comuns, entra as quais se pode destacar: O uso de azeite de oliva como gordura culinária por excelência, tanto em cru como para fritar. O uso do azeite até princípios do século XX era pouco habitual e o uso de gorduras animais, sobretudo a manteca de cerdo, era mais comum. A utilização do sofrito2 como operação inicial na preparação de muitos pratos. O emprego do alho e da cebola como principais condimentos. O hábito de acompanhar as refeições com vinho. O pão como acompanhamento da maioria das refeições. O grande consumo de saladas, sobretudo no verão. Postre composto por uma peça de fruta ou algum produto lácteo, como o queijo. Os doces, como tartes ou pasteles são geralmente reservados para dias especiais ou festas. A Yemas Bentas delicioso doce de gemas, açúcar, ovos e canela. 2 Refogado que é uma das principais técnicas da culinária mediterrânica que os portugueses e espanhóis espalharam pelo mundo, durante o processo de colonização. É basicamente um molho feito com cebola e tomate, fritos em azeite ou outra gordura e geralmente aromatizado com alho e outras ervas aromáticas. Este molho serve de base aos guisados, feijoadas, etc. Em alguns países de língua espanhola é comum fazer o sofrito em grande quantidade para ir utilizando; o molho de tomate, que é uma variante mais apurada do refogado, é atualmente vendido pronto a utilizar em muitos supermercados. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tripe http://pt.wikipedia.org/wiki/Auv%C3%A9rnia http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Truffade&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Aligot&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Cassoulet http://pt.wikipedia.org/wiki/Foie_gras http://pt.wikipedia.org/wiki/Culin%C3%A1ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Espanha http://pt.wikipedia.org/wiki/Culin%C3%A1ria_mediterr%C3%A2nica http://www.visiteurope.com/ccm/admin/linkadministration/forwarding.jsp?id=4808 http://www.visiteurope.com/ccm/admin/linkadministration/forwarding.jsp?id=4809 http://pt.wikipedia.org/wiki/Presunto http://pt.wikipedia.org/wiki/Azeite_de_oliva http://pt.wikipedia.org/wiki/Gordura http://pt.wikipedia.org/wiki/Fritura http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX http://pt.wikipedia.org/wiki/Banha http://pt.wikipedia.org/wiki/Refogado http://pt.wikipedia.org/wiki/Alho http://pt.wikipedia.org/wiki/Cebola http://pt.wikipedia.org/wiki/Condimento http://pt.wikipedia.org/wiki/Refei%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Vinho http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Salada http://pt.wikipedia.org/wiki/Ver%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Sobremesa http://pt.wikipedia.org/wiki/Fruta http://pt.wikipedia.org/wiki/Queijo http://pt.wikipedia.org/wiki/Doce http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tarte&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Bolo http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A9cnicas_culin%C3%A1rias http://pt.wikipedia.org/wiki/Culin%C3%A1ria_mediterr%C3%A2nica http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal http://pt.wikipedia.org/wiki/Espanha http://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Molho http://pt.wikipedia.org/wiki/Cebola http://pt.wikipedia.org/wiki/Tomate http://pt.wikipedia.org/wiki/Fritura http://pt.wikipedia.org/wiki/Azeite http://pt.wikipedia.org/wiki/Gordura http://pt.wikipedia.org/wiki/Alho http://pt.wikipedia.org/wiki/Erva_arom%C3%A1tica http://pt.wikipedia.org/wiki/Guisado http://pt.wikipedia.org/wiki/Feijoada http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_espanhola http://pt.wikipedia.org/wiki/Molho_de_tomate http://pt.wikipedia.org/wiki/Supermercado COZINHA BRASILEIRA Material didático elaborado, compilado e produzido pelo Prof. WILLIAM ESTEVÃO (william.silva336@etec.sp.gov.br) Sua utilização é exclusiva sendo proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 2020. Dentre a enorme variedade de receitas que compõem a cozinha espanhola, algumas podem considerar-se comuns a todo ou quase todo o território, embora algumas tenham uma origem conhecida e continuem a ser associadas a determinados lugares. Podem citar-se como exemplos a tortilla de patata (omelete de batata e azeite), o gazpacho (uma sopa fria de vegetais), a paella (originária de Valência e,
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