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Prévia do material em texto

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
ELIANE MARIA CHERULLI CARVALHO
1ª Edição
Brasília/DF - 2020
Autores
Eliane Maria Cherulli Carvalho
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e 
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático........................................................................................................................................4
Introdução ..............................................................................................................................................................................6
Capítulo 1
Planejamento: percepção de futuro ........................................................................................................................9
Capítulo 2
Epistemologia e história do planejamento: o que entender sobre isso: o antes, o depois e o 
agora? ............................................................................................................................................................................. 34
Capítulo 3
O planejamento como instrumento de política pública da Educação ..................................................... 51
Capítulo 4
Organização da Educação brasileira: caminhos e possibilidades ............................................................. 65
Capítulo 5
Planejamento Educacional Escolar: recursos metodológicos para a práxis pedagógica .................. 84
Capítulo 6
Planejar na educação, transformar o social.....................................................................................................119
Referências ........................................................................................................................................................................132
4
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros 
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, 
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Indicado para ressaltar trechos importantes do texto.
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, 
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa 
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
5
ORgANIzAçãO DO LIvRO DIDáTICO
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
6
Introdução
O ato de planejar significa desempenhar uma atividade engajada e intencional, num processo 
contínuo de reflexão. As peculiaridades de prever ações e racionalizar os meios materiais e os 
recursos humanos visam ao alcance de determinados objetivos de modo mais eficiente
A construção de um plano educacional requer o compartilhamento de ideias e de interações 
entre os vários atores envolvidos, pressupondo uma ação comunicativa, devendo, por isso, 
priorizar a participação eticamente correta entre todos.
Nesse processo, devido às suas particularidades, julgou-se cabível, por meio das reflexões 
aqui propostas, a fundamentação teórica sobre planejamento, de forma objetiva, porém 
abrangente e apropriada para uma compreensão crítica. 
Dessa maneira, no compartilhamento de ideias estão alguns conceitos teóricos e reflexivos 
sobre Planejamento, indicando contribuições para que você, sujeito do estudo e objeto 
do conhecimento, seja priorizado numa maior interatividade, desenvolvendo, contínua e 
qualitativamente, o seu protagonismo, estudando os seis capítulos assim organizados. 
No capítulo 1 estão destacados alguns conceitos de Planejamento, também as concepções, 
dimensões e níveis básicos para o processo educacional. 
No capítulo 2 foram abordados o histórico e os pressupostos epistemológicos do 
Planejamento, cuja perspectiva é a de enfatizar a compreensão de que o planejamento 
é um ponto de partida, e, por se tratar especificamente do educacional, dá o significado 
de aplicabilidade por meio de abordagem racional e cientificamente correta. 
Posteriormente, nos capítulos 3, 4, 5 e 6, intencionou-se a apresentação de informações 
sobre a relação do planejamento enquanto política pública da educação essencial na práxis 
didático-pedagógica, como os Planos e Projetos Educacionais, visando, numa perspectiva 
humana, à construção da identidade e valorização docente.
Válido destacar que este estudo não esgota as diversas possibilidades de complementação 
de aprendizagens, compreendendo outras abordagens fornecidas na área de Educação 
em Planejamento Educacional, por meio de diferentes leituras e recursos apontados 
durante, ou ao final dos textos ou estações, bem como nas referências bibliográficas, 
vídeos, artigos. 
7
Objetivos
 » Compreender o planejamento como processo, percebendo que sua finalidade 
junto à intersubjetividade do conhecimento humano colabora para situá-lo 
como objeto de estudos científicos e reflexões filosóficas, das mais simples às 
mais complexas.
 » Reconhecer que o Planejamento da Educação prossegue para as redes e sistemas 
de ensino, e que suas ramificações vão do Direito à Economia, da Filosofia à 
Administração, da Didática à Política.
 » Identificar os elementos necessários para a construção de um Planejamento 
Educacional, desde as esferas macropolíticas de gestão (Governo Federal, estadual 
e municipal) que orientam as políticas públicas, até o nível micro (local), que afetam 
a vida dos sujeitos na comunidade educativa.
 » Instrumentalizar gestores e docentes para a consecução de planejamentos 
educacionais escolares.
8
9
Introdução 
Nos últimos anos e em consequência da pluralidade de informações no mundo político, 
social, econômico, cultural e outros espaços, a necessidade de planejar tem assumido 
real importância para a lida com as situações surgidas nesse contexto, mais ainda com 
a complexidade dessas situações. Daí a percepção de que nesse cenário não se pode 
antecipar um planejamento como previsão de futuro a partir de ‘‘achismos’’, mas, sim, 
de um planejamento para ações futuras bem elaborado e tendo como referência estudos 
e informações teóricas consistentes e validadas por especialistas.
Desse modo, o importante é considerar dados e informações do histórico, análise de uma 
situação atual e, assim, prever, determinar objetivos, analisar recursos, definir metas 
e consequências com maiores chances de acerto. E isso só será possível por meio do 
planejamento. 
O planejamento precisa de um ponto departida e, principalmente sendo o educacional, 
significa aplicar à educação uma abordagem racional, reflexiva e científica dos problemas, 
num processo de avaliação eficaz e contínuo.
No o capítulo 1, propomos que você leia atentamente a situação apresentada, , reflita e 
explique por que o sucesso é possível quando se planeja algo, atentando, antes, para os 
objetivos do capítulo.
Objetivos 
 » Refletir cientificamente sobre os contextos de educação, considerando, numa 
abordagem racional e sistemática, as questões da educação, priorizando conceitos 
por meio de critérios sobre a eficácia e a efetividade do sistema educacional 
brasileiro, sob diferentes olhares.
1
CAPÍTULO
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE 
FUTURO
10
CAPÍTULO 1 • PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO
 » Priorizar o processo de planejamento integral da educação, reconhecendo seus 
fins essenciais que contribuem para a dignidade humana e seu desenvolvimento 
social, econômico e cultural.
 » Destacar a importância de ações eticamente corretas para subsidiar as questões 
fundamentais do Planejamento Educacional, priorizando as necessidades a 
serem alcançadas a curto, médio e longo prazo.
 » Delinear como pressuposto básico a filosofia da educação brasileira, destacando 
valores essenciais da pessoa, da escola e da sociedade.
Importância de compreender a ação de Planejar a 
Educação 
Para refletir
O sucesso na ação de planejar de acordo com Madalena Freire
Sonhar não é proibido
Eu sou um menino muito sonhador. Me chamo Luiz Fernando. Sonho dormindo ou acordado, pois sonhar não é 
errado. Tem vezes que eu quero ser um pássaro, para voar e sentir o vento. Outras vezes quero ser um super-herói que 
pudesse fazer o bem e matar meus inimigos, ou um gênio maluco, para criar vários monstros. Também posso ser um 
aventureiro, igualzinho ao Indiana Jones, para procurar tesouros. Ser um pirata para comandar meu navio. Até um 
Peter Pan, para ficar na Terra do nunca. Mas não penso só em fantasia. Penso também na vida real. O que eu quero 
mesmo é ser um médico ou engenheiro eletrônico. Com dezessete anos quero começar afazer cursos para ser alguma 
coisa na vida. Você não deve pensar: Eu não consigo, pois sonhar é fácil.
Figura 1. Madalena Freire.
Fonte: http://joseliamaria.com/wp-content/uploads/2018/07/madalena-freire-ressalta-a-garra-das-alunas-do-pro-
saber-30-8-2017-14-31-25-3519.png. Acesso 29 julho de 2019. 
11
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO • CAPÍTULO 1
Conceitos: concepções, dimensões e suas especificidades 
no ato de planejar
Pelas definições preliminares do tema em pauta importa tratar de planejamento educacional 
e de suas terminologias, definindo, inicialmente, o que seja educação no mundo moderno. 
De acordo com Santos (2016, p. 157), apresenta a seguinte definição: 
diz respeito ao processo a partir do qual o ser humano se desenvolve, 
consegue comunicar-se com outros, participa dos grupos sociais e culturais 
que o cercam, mesmo que opte por isolar-se, e aprende a manusear os 
signos e símbolos da cultura, dando-lhes significado e sentido no processo 
de apreensão do mundo.
Desse modo e tratando-se de educação é válido retomar a questão, do:
 » Para que planejamos algo? 
Analisando-se o Planejamento Educacional como uma área do conhecimento alicerçada 
na educação, no ensino, na escola, especialmente na sala de aula, espera-se entender que 
o planejamento ajusta dados científicos e filosóficos, uma vez que, cada abordagem de 
conhecimento que lhe é feita, possui artifícios de controle e averiguação experimental 
e, ao mesmo tempo, subsídios reflexivos que, considerados na prática específica de 
cada segmento e de suas condições reais, são abastecidos de criatividade e diversidade 
relativos às suas especificidades.
Importante destacar que numa raridade de ações desenvolvidas em nossos meios sociais 
e, essencialmente em nossas vidas, poucas são aquelas que independem de planejamento, 
desde itens mais simples, às providências básicas a serem tomadas no que concerne às 
decisões dentro das administrações nacionais com vistas futuras de operacionalizações 
de decisões e ações políticas, econômicas sociais, que isoladas, e/ou conjuntamente, 
atuem para o bem comum. 
Planejar é uma etapa extremamente importante para todas as atividades desenvolvidas 
pelo homem e isso tem assumido, devido à complexidade das informações com as 
Provocação
Agora é com você!
Repense e transfira esse sonho para a realidade: 
 » O que é possível fazer por meio de querer fazer, organizar, sistematizar, para o alcance de um objetivo real de vida.
12
CAPÍTULO 1 • PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO
quais se tem que trabalhar, relevância significativa na atualidade. Como planejamento 
consideram-se hoje, diversas definições, que convergem para um ponto comum, ou 
seja, a organização dos passos que serão dados para se chegar a determinado objetivo. 
Mas, o que é Planejamento?
Há que se definir o planejamento como um método para o qual seja indicada uma 
circunstância de futuro esperado. Para tanto, há necessidade de avaliar assiduamente o 
contexto cuja pretensão seja de: o que quero fazer, como, quando, quanto, para quem, 
por que, por quem, onde será feito e por quanto tempo? 
Em Carnoy (2002, p. 17) depreende-se que:
o planejamento da educação assumiu uma nova envergadura: além 
das formas institucionais da educação, ele incide presentemente sobre 
todas as outras atividades educacionais importantes, desenvolvidas fora 
da escola. O interesse dedicado à expansão e ao desenvolvimento dos 
sistemas educacionais é completado e inclusive, substituído pela crescente 
preocupação em aprimorar a qualidade de todo o processo educativo e 
avaliar os resultados obtidos. 
Nos dicionários Koogan/Houaiss (1999), planejamento é o ato ou efeito de planejar; plano 
de trabalho pormenorizado; função ou serviço de preparação do trabalho. Já em Aurélio 
(2014), o planejamento é o ato ou efeito de planejar. É o processo que leva ao estabelecimento 
de um conjunto coordenado de ações, visando à consecução de determinados objetivos. 
Planejar é elaborar um roteiro de ações para se atingir determinado fim. Realmente, ninguém 
planeja alguma coisa para o nada, ou a partir do nada. Ninguém planeja alguma coisa se 
não tiver objetivos simples e claros para serem atingidos. 
Freire et al. (1997, p. 55) afirmam que “Planejamento é um processo ininterrupto, 
processual, organizador da conquista prazerosa dos nossos desejos onde o esforço, a 
perseverança, a disciplina, são armas de luta cotidiana para a mudança pedagógica”.
Haydt (2006, p. 94) afirma que 
planejar é analisar dada realidade, refletindo sobre as condições existentes, 
e prever as formas alternativas de ação para superar dificuldades ou 
alcançar os objetivos desejados. Portanto, o planejamento é um processo 
mental que envolve análise, reflexão e previsão. Nesse sentido, planejar 
é uma atividade tipicamente humana.
Para Gandin (2001, p. 83): 
[...] é impossível enumerar todos os tipos e níveis de planejamento 
necessários à atividade humana. Sendo a pessoa humana condenada, por 
sua racionalidade, a realizar algum tipo de planejamento, está sempre 
13
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO • CAPÍTULO 1
ensaiando processos de transformar suas ideias em realidade. Embora 
não o faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa possui uma estrutura 
básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade e a propor ações 
e atitudes para transformá-la.
Para Libâneo (1994, p. 22), o planejamento tem grande importância por tratar-se de: “um 
processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a 
atividade escolar e a problemática do contexto social”.
 Luckesi (2011, p. 19) afirma que: 
podemos definir o planejamento como a aplicação sistemática do 
conhecimento humano para prever e avaliar cursos de ação alternativos, 
com vista à tomada de decisões adequadas e racionais, que sirvam de base 
para a ação futura. Planejar é decidir antecipadamenteo que deve ser feito, 
ou seja, um plano é uma linha de ação pré-estabelecida.
Segundo Oliveira (2007, p. 21),
[...] o ato de planejar exige aspectos básicos a serem considerados. Um 
primeiro aspecto é o conhecimento da realidade daquilo que se deseja 
planejar, quais as principais necessidades que precisam ser trabalhadas; 
para que o planejador as evidencie faz-se necessário fazer primeiro um 
trabalho de sondagem da realidade daquilo que ele pretende planejar, para 
assim, traçar finalidades, metas ou objetivos daquilo que está mais urgente 
de se trabalhar.
Nessas reflexões, o termo planejamento, também, aponta para o ato ou efeito de 
planejar, criar algo para se alcançar um objetivo, portanto, é uma ação com caráter 
multidisciplinar individual ou coletiva que pode envolver diferentes áreas como o 
econômico, financeiro, familiar, educacional, dentre outros e essencial na tomada 
de decisões. 
Comprovadamente, o sujeito que decide pelo planejamento como instrumento de 
trabalho, demonstrando interesse em prever e organizar suas ações e processos que 
acontecerão no futuro cresce em competência porque age com eficácia e racionalidade. 
Por meio do estudo sobre Sistemas como proposto por Bertalanffy (2008), há indicação 
de três níveis de planejamento, como o estratégico, o tático e operacional, abalizando 
para reais melhorias no campo tecnológico do planejamento, revolucionando, assim, a 
educação, a organização militar e a forma de abordagem para as dificuldades ecológicas. 
Sobre esses planejamentos entendeu-se que o planejamento econômico surgiu no 
ocidente depois da Segunda Guerra Mundial, buscando determinar objetivos e meios 
dentro de uma empresa, indicando estratégias que beneficiem essa mesma instituição. 
14
CAPÍTULO 1 • PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO
O conceito de planejamento financeiro, indicado por meio de um orçamento mensal ou 
poupança com o objetivo de compra são tarefas desse tipo de planejamento.
Na atualidade, o planejamento estratégico é elemento crucial para o sucesso de uma 
instituição, pois facilita, sobremaneira, a gestão dela. Pensar estrategicamente é primordial 
para o empreendedorismo porque ajuda na determinação de objetivos e suas estratégias 
para o alcance desses mesmos objetivos; significa prever a utilização dos recursos 
disponíveis de forma eficaz, com vistas à melhoria da qualidade e da produtividade do 
indivíduo e, consequentemente, da empresa. 
Já existem indicativos positivos quanto à eficácia, inclusive do planejamento estratégico 
pessoal, que é o ato de pensar a vida pessoal de forma estratégica, identificando a sua 
missão e valores, conjuntamente às metas e objetivos pessoais para o que se pretende 
alcançar.
Figura 2. Constituição Federal brasileira.
Fonte: http://www.ebc.com.br/infantil/verde-amarelo/2013/10/5-de-outubro-aniversario-da-constituicao-federal. Acesso 
em: 29 junho de 2019.
Nesse contexto de estudos, é importante destacar que o planejamento familiar está 
garantido pela Constituição Federal do Brasil (CF/1988), e é representado pelo conjunto 
de medidas que auxiliam as pessoas a planejarem a gestão do tamanho de sua família, 
ou seja, se querem mais filhos ou não.
Observe a lei
A título de conhecimento
O princípio do planejamento familiar foi consagrado tanto em sede legal (art. 1.565, § 2o, do CC de 2002), quanto 
constitucional (art. 226, § 7o, da CF/1988), senão vejamos:
O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar 
recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer 
tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas (CC, art. 1.565, § 2o). 
15
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO • CAPÍTULO 1
O planejamento deve ser percebido como um método de equilíbrio entre os 
elementos de funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, 
organizações grupais e outras atividades humanas. A ação de planejar 
é consecutivamente um processo de reflexão para tomada de decisão 
sobre a ação. É um método de antevisão do uso de meios (materiais) e 
recursos (humanos) disponíveis, visando à realização de escopos, em tempos 
determinados e fases definidas, considerando os efeitos das avaliações 
(PADILHA, 2001, p. 30).
Quanto ao Planejamento Educacional, esse é um processo sistêmico com abrangência 
maior, pois trata das questões políticas e filosóficas do ato de ensinar em determinada 
sociedade e deve acontecer em nível nacional, estadual ou local. Para exemplificar 
pensemos no Brasil que, previsto em lei, oferece a Educação Básica em suas etapas de 
Ensino Fundamental (segmentos I e II) e o Ensino Médio. 
No quadro a seguir organizado por Padilha (2001), pode-se perceber melhor, a definição 
do que caracteriza o Planejamento Educacional.
Quadro 1. Características do planejamento educacional.
Categorias Tipos Características
Níveis
1. global / de conjunto Para todo o sistema
2. Por setores graus do sistema escolar
3. Regional Por divisões geográficas
4. Local Por escola
Categorias
1. Técnico Por utilizar metodologia de análise/previsão/programação
2. Político Por permitir tomada de decisão
3. Administrativo Por coordenar atividades administrativas
4. Sistêm. estratégico visão total do sistema educacional. (recursos e oportunidades)
5. Tático Abrange todos projetos/subordinados ao Planejamento Estratégico
Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade 
responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao 
Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, 
vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas (CF, 
art. 226, § 7o).
O referido princípio encontra-se regulamentado na Lei no 9.263/1996, que assegura a todo cidadão, não só ao casal, 
o planejamento familiar de maneira livre, não podendo nem o Estado, nem a sociedade ou quem quer que seja, 
estabelecer limites ou condições para o seu exercício dentro do âmbito da autonomia privada do indivíduo.
A Lei no 9.263/1996, em seu art. 2o, considera como planejamento familiar o conjunto de ações de regulação de 
fecundidade que garante direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem e 
pelo casal. Trata-se de uma legislação mais voltada à implementação de políticas públicas de controle de natalidade e 
da promoção de ações governamentais dotadas de natureza promocional, que garantam a todos o acesso igualitário 
às informações, meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade. 
16
CAPÍTULO 1 • PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO
Categorias Tipos Características
Quanto ao prazo
1. Curto prazo Um a dois anos
2. Médio prazo Dois a cinco anos
3. Longo prazo Cinco a quinze anos
Enquanto 
método
1. Demanda Base nas demandas individuais de educação
2. Mão de obra Base nas necessidades de mercado
3. Custo e benefício Base nos recursos disponíveis
Criado pela autora com base em: “Quadro-síntese” (Fonte: PADILHA, 2003, p. 57).
[...]
planejar é um processo que visa responder a uma questão, estabelecendo 
fins e meios que apontem para sua solução e superação, ou seja, atingir 
objetivos propostos anteriormente que levem em conta a historicidade e a 
prospecção futura. Deste modo, organizar e planejar as atividades no âmbito 
escolar e educacional significa compreender as relações institucionais, 
interpessoais e profissionais que ocorrem na escola, ampliando e avaliando 
a participação dos diferentes segmentos.
(PADILHA, 2003, p. 58).
No que tange ao Planejamento Escolar (o que será detalhado em outro capítulo), fica 
entendido ser a ferramenta utilizada pelo professor para auxiliar melhor o seu desempenho 
didático-pedagógico, visando à melhoria contínua da aprendizagem dos alunos. Por 
meio desse planejamento, o docente prevê atividades, ou seja, os procedimentos a serem 
propostos, determinando objetivos pretendidos para cada atividade. Nesta área são 
consideradas três modalidadesde planejamento, quais sejam: plano da escola, plano de 
ensino, plano de aula.
A importância da participação como elemento-chave no 
planejamento da educação
Nessas premissas importa a relevância que deve ser atribuída à participação ativa da 
sociedade no âmbito do planejamento educacional, como processo sistêmico que é, seja 
em nível nacional, estadual ou municipal. Melhor seria se todos compreendessem essa 
necessidade, certamente os resultados seriam bem mais promissores. 
Nessa linha de reflexão pode-se destacar o pensamento de Lück (2009) quando afirma 
que são termos intrínsecos a democracia e a participação, pois um remete ao outro. 
Infelizmente, apesar de a democracia ser impossível sem participação social, pode haver 
participação alheia ao comportamento democrático.
17
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO • CAPÍTULO 1
Demo (1999) também manifesta seu pensamento ao relacionar aspectos democráticos e 
participativos, mas antecipa que a participação se não deveria ser treinamento democrático. 
Com relação a isso, esse autor aponta que:
[...] através dela aprendemos a eleger, a deseleger, a estabelecer rodízio de 
poder, a exigir prestação de contas, a desburocratizar, a forçar os mandantes 
a servirem à comunidade, e assim por diante. Sobretudo, aprendemos 
que é tarefa de extrema criatividade formar autênticos representantes da 
comunidade e mantê-los como tais (BOBBIO apud DEMO, 1999, p. 71).
Tal importância ocorre pelo fato de se considerar a participação como um processo ativo 
e cooperativo entre os pares, caracterizado pela partilha e presença nas ações do dia a 
dia nos processos de gestão da educação, objetivando a superação dos desafios e demais 
impedimentos, assim como da realização de seu papel e do desenvolvimento de sua 
identidade.
Ainda de acordo com Demo (1999, p. 18), a participação não deve ser entendida como 
presente ou uma concessão de alguma coisa preexistente, mas, entendida como uma 
conquista de superação de atitudes e modismos individuais que tem como meta impulsionar 
as tarefas em grupo. 
Dizemos que participação é conquista para significar que é um processo, 
no sentido legítimo do termo: infindável, em constante vir-a-ser, sempre 
se fazendo. Assim, participação é em sua essência autopromoção e existe 
enquanto conquista processual. Não existe participação suficiente, nem 
acabada. Participação que se imagina completa, nisto mesmo começa a 
regredir. 
Nesse entendimento há que se concordar com vários autores consultados, o fato de 
recaírem nos aspectos social e cultural as principais ênfases do planejamento participativo. 
Os conceitos que o sustentam foram criados por cientistas sociais, contestadores do 
pensamento científico tradicional, racionalista e positivista, cujo principal foco da 
participação é a procura e o encontro de significados.
O significado não representa o que o planejador tem em mente, mas o sentido que os sujeitos 
conferem às próprias percepções, vivências e conhecimentos relacionados aos fatos e dados 
que o rodeiam. 
Saiba mais
A sistematização como linha de ação para a elaboração de um plano de educação
Sabe-se que para a elaboração de uma política pública educacional necessita-se da participação da comunidade 
escolar para que esta política seja eficaz e denote a qualidade da educação que se visa. Assim, a elaboração de um 
plano de educação requer atenção especial no seu processo de construção para que a participação popular não 
seja uma participação camuflada, em que os atores sociais participam apenas de corpo presente, sem emitir suas 
opiniões.
18
CAPÍTULO 1 • PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO
Como investigação no processo de elaboração de um plano de educação, propomos alguns elementos da 
metodologia da sistematização. Esta metodologia se caracteriza por permitir as falas dos sujeitos envolvidos no 
processo de planejamento. Trata-se de uma linha de ação que oportuniza a expressão de experiências de vida que 
levam a práticas reflexivas que se transformam em ensejo de vida, de novas aprendizagens e de crescimento pessoal e 
coletivo. 
São práticas apoiadas na liberdade como um valor que instiga a criação e o planejamento por meio do pensar sobre 
o passado, o presente e, principalmente, sobre o futuro. As falas são instigadas na perspectiva que interessa aos 
intelectuais orgânicos, conceito criado pelo italiano Antonio Gramsci e entendido como o indivíduo intelectual que 
se mantém ligado a sua classe social originária, atuando como seu porta-voz; assim também os demais participantes 
e à medida que proporcionam algumas respostas e novas perguntas a questões e aspectos envolvidos no processo de 
planejamento. 
Figura 3. Intelectuais orgânicos.
 
Fonte: https://passapalavra.info/2012/02/53056/.
Assim, a metodologia produz um conhecimento que resulta do entrelace das perspectivas dos intelectuais orgânicos 
e da população. A sistematização é uma proposta metodológica aberta e flexível que rompe com a rigidez formal, 
produzindo novo conhecimento pela união do conhecimento do intelectual orgânico e do cidadão comum 
pertencente ao local, levando em conta a diversidade dos atores sociais envolvidos com a prática transformada em 
objeto de investigação. 
Nesse contexto, a sistematização é utilizada para desenvolver as práticas democráticas e participativas construídas 
juntamente com o povo, tendo como desafio principal orientar e propor caminhos e ações. Enfim, trata-se de uma 
metodologia que busca resgatar a participação ativa da população. Mesmo que a sistematização se constitua como 
um processo global, em que o todo deve ser analisado conjuntamente com as partes, ainda pressupõe um processo 
no qual fazem parte diferentes momentos reflexivos acerca dos desafios postos, tais como a elaboração de projetos, 
a aproximação dos sujeitos envolvidos, a discussão da viabilidade da sistematização, o acesso aos dados (registros e 
informações), a construção de narrativas, a reflexão e a teorização, a reconstrução e a elaboração de produtos para a 
comunicação (FALKEMBACH, 1997). 
Nesse entendimento, fazem parte da sistematização momentos de práticas distintas, entretanto, isto não significa 
que a sistematização necessita ser trabalhada a partir de cada momento diferente, uma vez que eles não são 
estanques, mas se entrecruzam. Não significa que cada momento tenha que ser trabalhado em um espaço e tempo 
diferente; não se trata de separar a reflexão da ação, até mesmo porque a sistematização é um ir e vir em cada 
momento integrante do processo. A metodologia da sistematização, como possível, subsidiará a elaboração de um 
plano de educação e pressupõe a construção do conhecimento a partir de práticas sociais já vividas, concretas, 
fazendo dos sujeitos sociais os próprios protagonistas da construção da política pública. 
19
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO • CAPÍTULO 1
Prosseguindo com esse assunto, outro fator significativo que diz respeito à participação no 
planejamento é a obrigação de compreender a necessidade desse planejamento. 
Segundo Falkembach (1997), a partir dos espaços ocupados e dos tempos vivenciados, a sistematização possibilita a 
transformação das práticas sociais em objeto de reflexão e de produção de conhecimentos e aprendizagens, sendo 
esta ótimo processo educativo capaz de possibilitar uma participação de alta intensidade, já que o ser humano 
tende a assumir compromisso apenas com o que ajudou a criar. De acordo com as metodologias participativas, a 
elaboração de um plano educacional deverá estar baseada no pressuposto de que todos os cidadãos, independente 
de nível intelectual, classe econômica, cor, credo ou etnia, têm o direito de participar, sendo que as organizações 
comunitárias não detêm, pelo menos no que diz respeito aos planos educacionais, status ou prerrogativas especiais. 
Além disso, a participação deverá ser orientada por uma prerrogativa de regras de democracia direta e representativa. 
Postas as metodologias participativas como linha de ação fundamentalpara a elaboração de um plano de educação, 
apresentaremos, a seguir, alguns tópicos que acreditamos serem fundamentais dentro dessa metodologia, visando 
garantir a efetiva participação popular na elaboração da política pública. 
(Fonte: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/319/Eveline%20Pasqualin%20
Souza.pdf?sequence=1, p. 63).
Para refletir
O conceito de Planejamento que estamos construindo traz consigo a exigência da Participação. Concebemos o 
planejar como uma oportunidade de repensar todo o fazer da escola, como um instrumento de formação dos 
educadores e educandos, bem como de humanização, de desalienação e de libertação. Colocamos como pano de 
fundo de todo o processo de planejamento, o desafio da transformação, ou seja, de conseguirmos de fato criar algo, 
ousar, avançar, dar um salto qualitativo. O fato de se buscar o planejamento participativo tem a ver com opções de 
ordem e de pragmática. A participação é um valor, uma necessidade humana (o homem se torna homem pela sua 
inserção ativa no mundo da cultura, das relações etc.). É uma questão de respeito pelo outro, de reconhecimento de 
sua condição de cidadão, de sujeito do sentir, pensar, fazer, poder.
Além disso, a participação no planejamento tem a ver com uma questão muito prática: o desejo de que as coisas 
planejadas realmente aconteçam. O que muito desgastou o planejamento, como sabemos, foi o fato de se planejar e 
depois não acontecer. A atividade educacional é complexa e envolve um rol de determinantes articulados. 
A participação, portanto, é um elemento estratégico, é uma forma de diminuir, pela negociação, pela busca de 
consenso ou de hegemonia, as resistências dos próprios agentes internos à instituição. Para os educadores de 
diferentes realidades, de modo geral, os maiores problemas da escola apontados são da ordem de política interna e 
não tanto de proposta pedagógica: pessoas que não querem, não aceitam, não abrem mão, não deixam, controlam, 
não mudam. Por isso, quanto maior o nível de participação, maiores as chances de vermos o planejamento realizado. 
(VASCONCELLOS, 2009, p. 51). 
Quanto a isso, a melhoria da qualidade da educação, como ressalta Lück (2009), indica a priorização para 
descentralizar, democratizando as gestões, inclusive, a educacional e, para tanto, a participação tornou-se conceito 
central, de desempenho consciente de um grupo que reconhece seu poder influenciador nas dinâmicas culturais, 
partindo de competência e vontade para compreender, decidir e agir conjuntamente.
20
CAPÍTULO 1 • PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO
Figura 4. Planejamento Participativo.
Fonte: https://blogdaqualidade.com.br/app/uploads/2013/06/Planejamento-necessidades-blog-da-qualidade.jpg. Acesso 
em: 3/3/2020.
Portanto, sob essa ótica entende-se que o planejamento participativo oportunize que:
Fonte: vasconcellos (2009).
Além disso, é recomendado que a participação ocorra em todas as etapas, quais sejam: 
discussão, decisão, colocação em prática, avaliação e resultados do trabalho organizado.
Dessa forma, se o planejamento é processo de tomada de decisões e de comunicação sobre 
metas a serem alcançadas no futuro, abalizando para a transformação controlada da realidade, 
o planejamento, quando participativo, busca, numa perspectiva múltipla, agregar os diversos 
atores envolvidos, para agirem de acordo com as decisões tomadas e, para tal, a presença 
21
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO • CAPÍTULO 1
de um coordenador torna-se necessária para que exerça liderança, articulando diferentes 
interesses e competências dos sujeitos, facilitando o processo na formação dos diferentes 
níveis de participação. 
A partir dessas considerações é necessário perceber que o planejamento participativo deve 
ser opção e instrumento utilizado para que a sociedade atue, sistematicamente, na realidade 
por meio de processos avaliativos, uma vez que eles miram o futuro contextualizado e 
da realidade social e educacional. Para tanto, deve ser global, coeso, contínuo, flexível e 
interdisciplinar. 
Nesse espaço, cuja proposta é refletir sobre Planejamento, vale ressaltar a influência dos 
estudiosos Taylor e Fayol que tanto se destacaram no estudo da Administração. Dentre seus 
constructos teóricos, Taylor e seus seguidores descrevem os Princípios da Administração 
Científica, maximizando que a gerência adquire outras contribuições e responsabilidades 
quando descrita por esses princípios e métodos, sendo o do Planejamento o primeiro 
deles, afirmando que essa ação deveria substituir no trabalho, o critério individual do 
funcionário, bem como a improvisação e atuação empírico/prática, por artifícios baseados 
em fórmulas científicas, essencialmente substituindo a improvisação pela ciência, por 
meio do planejamento das ações e o controle do processo de trabalho.
Com o ideal um tanto revolucionário da administração bem delineada por objetivos, é que 
nasce o planejamento estratégico compreendido como processo de especificação, definida 
de objetivos das instituições e das decisões, ações e programas que fazem a empresa. Ao final 
da década de 1960, essa linha de pensamento foi percebida na prática administrativa como 
de Fayol, alertando os administradores para atuações voltadas à estratégia organizacional 
relacionada à tomada de decisão, aprovando, então, o planejamento organizacional ou 
empresarial que reforça a elaboração do planejamento estratégico. 
Segundo Kwasnicka (2003, p. 158),
O planejamento estratégico é um processo contínuo que compreende quatro 
preocupações: horizonte tempo maior (longo prazo); amplitude ou abrangência 
(administração de cúpula); especificação de metas e objetivos e meios para 
alcançá-los; e relacionamento da organização como ambiente externo.
Importante lembrar que foi no mundo do trabalho, ou seja, no contexto das proposições 
administrativas das companhias, que as teorias foram sendo organizadas, constituindo as 
chamadas escolas de administração e que, atualmente, adorna o espaço da administração 
escolar. Neste sentido, diversos teóricos do assunto entenderam que esses princípios 
deveriam ser justapostos em qualquer campo social ou produtivo, incluindo a gestão 
escolar da educação e da escola.
22
CAPÍTULO 1 • PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO
Diante disso, o planejamento não deve ser tomado apenas como mais um procedimento 
administrativo e burocrático advindo de cobrança superior ou de outra instituição externa, 
mas ser entendido como a edificação de procedimentos e união dos vários atores, segmentos 
e setores da empresa ou instituição. 
“Às vezes, há uma tentação enorme de ficar gastando tempo com problemas menores, 
quase sempre da esfera administrativa ou burocrática. Justamente por isso é tão importante 
planejar o planejamento.” (VASCONCELLOS, 2002, 86).
Alguns elementos como a não participação, o idealismo e as correntes do pensamento como 
a metafísica e a dialética são determinantes ao se elaborar um Planejamento. Segundo 
Vasconcellos (2002), ao destacar que o planejamento pode ser utilizado como instrumento 
de dominação quando só um pequeno grupo planeja e decide para um grupo de pessoas 
que deverá somente executar. Salienta, ainda, que, dessa forma, pode ser iniciado um 
processo de alienação e introspecção, quando, na verdade, o indivíduo prefere a unidade 
entre o pensar e o fazer, o analisar e o decidir, o construir e o usufruir. 
Saiba mais
Planejamento da Gestão Escolar
Dessa forma, o Plano de Gestão escolar abarca todos os fazeres da escola, bem como as ações que serão atingidas, 
que devem incluir, entre outros itens, a ficha de cadastro da escola, conjunto de alunos, resumo do rendimento 
escolar do ano antecedente, discernimentos usados para a aglomeração dos alunos, determinações a serem aceitas 
pela escola, período de férias do setor administrativo, calendário escolar, horário de aulas, plano de aplicação das 
soluções financeiras, entre outros.
Bem mais do que uma inovação da versão do Plano de Escola,o Plano de Gestão é um documento que individualiza 
a dinâmica na medida em que se deve desempenhar o acompanhamento de todos os fatos escolares ao longo de 
quatro anos, apontando a operacionalização do Projeto Pedagógico e do Plano de Ensino conjugado. São planejados 
os desígnios e os conteúdos, visando à intenção dos alunos do ciclo propriamente dito. 
Sendo, assim, um dispositivo de ciclos que embarga a ideia de que todos os alunos aprenderão sem a aceleração do 
conteúdo, poupando o ritmo de cada aluno presente.
O mais admirável componente do Plano de Gestão é a operacionalização e acompanhamento das metas e objetivos 
do Projeto Pedagógico e do Plano de Ensino, dirigindo a qualidade do ensino que será dada aos alunos. O Plano de 
Gestão deve, então, ponderar os objetivos e metas pedagógicos de, no mínimo, um semestre. Se o Plano se acomoda à 
escola, este poderá ser efetivado, sendo, assim, a sua real efetivação ao final dos quatro anos.
É importante a reunião de todos os envolvidos, periodicamente, para o julgamento do Plano de Gestão, para que seja 
demarcado se houve o empenho de gerenciar. Desse jeito, é possível tornar o plano um documento autêntico e de 
utilidade na metodologia pedagógica. 
Todo o Plano de Gestão Escolar submerge os aspectos administrativos e pedagógicos, de maneira operacional, 
gerenciando os Planos Pedagógicos. Sendo assim, o Plano de Gestão começa a ser um documento que avaliará de 
tempos em tempos as metas e os objetivos e admitirá o controle do Plano de Ensino, ao longo de quatro anos. A 
maior importância e garantia do Plano de Gestão Escolar é de desempenhar um bom funcionamento do Projeto 
Pedagógico e do Plano de Ensino.
23
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO • CAPÍTULO 1
De modo geral e, culturalmente, nossa sociedade age pelo idealismo, com a tendência em 
valorizar as ideias em detrimento da prática e supervalorizando o poder das ideias, como 
se bastasse uma única ideia clara para provocação da transformação da realidade. Alerta-
se, para isso, a necessidade de que o planejamento não seja engessado e nem visto como 
“senhor do futuro”, que por meio dele o sujeito é capaz de prever e controlar, modificando 
esquemas preestabelecidos. 
Essas contradições mencionadas em breve reflexão remete-nos à uma questão inicial que 
é o próprio modo de ver e entender o mundo, em especial, as relações entre os homens e 
seus papéis na sociedade, assim como às questões filosóficas básicas, como o existir; é a 
própria visão de mundo ou a cosmovisão. 
Atualmente podemos perguntar:
 » Mas, por onde começar um planejamento educacional com excelência?
A excelência, também, indica para a humanização, soltura das amarras do que já não tem 
mais significado eficaz. São muitos os desafios do século XXI que, como sabido, advêm das 
mudanças paradigmáticas que nos convidam a repensar o nosso jeito de estar no mundo. Se 
antes prevaleciam a linearidade e a certeza das respostas aos questionamentos humanos, 
em certos e errados, bons e maus, hoje, nos impacta a complexidade da vida e, mais do 
que respostas, estamos a todo o momento nos indagando.
Segundo Morin (2002, p. 35)
Trata-se de uma necessidade histórica-chave: uma vez que a complexidade 
dos problemas de nosso tempo nos desarma, torna-se necessário que nos 
rearmemos intelectualmente, instruindo-nos para pensar a complexidade, 
para enfrentar os desafios da agonia/nascimento desse interstício entre os 
dois milênios e para pensar os problemas da humanidade na era planetária. 
De acordo com Vasconcellos (2009), dependendo da eficácia dos grupos que o elaboram 
é preciso considerar três dimensões básicas a serem respeitadas no planejamento, quais 
sejam: a realidade, a finalidade e o plano de ação. Este último pode ser consequência da 
articulação entre a realidade e a finalidade ou a vontade do grupo para fazer. 
A primeira dimensão – a realidade – orienta que planejar é tentar ‘‘prever’’, enlaçar os 
acontecimentos no tempo e ao nosso anseio. Tanto o para quê, como o quê referem-se à 
realidade, sendo o ponto de partida e o de chegada, só que já transformada. A atividade 
reflexiva que caracteriza esta dimensão é a cognoscitiva que diz respeito ao ato de refletir 
uma realidade presente e que se tem a pretensão de conhecer.
Detalhando melhor essas dimensões: quanto à realidade do planejamento importa 
a previsão, o ajustamento do tempo futuro ao nosso desejo. Esta deve ser aberta, 
dinâmica em um projeto, também, dinâmico. A finalidade aponta para o estado futuro 
24
CAPÍTULO 1 • PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO
de coisas, à direção para transformar o que é naquilo que deve ser. Já a mediação é 
a previsão das ações, do movimento, da sequência de operações a serem realizadas 
para a transformação da realidade. 
Nessa linha de pensamento observa-se que não tem importância, se especificadas primeiro 
a realidade e a finalidade ou o desejo. Explicando isso: o profissional pode iniciar seu 
planejamento ‘‘sonhando’’, desde que depois esses dados sejam colocados dentro das 
possibilidades reais de cada instituição. Não raro acontecer de um grupo demonstrar 
incredulidade e descrença quando, ao final de um trabalho, os resultados avaliativos não 
sejam os melhores.
De acordo com Vasconcellos (2009), a cada uma dessas dimensões do planejamento 
corresponde um tipo de atividade reflexiva: Cognoscitiva, Teleológica e Projetivo-Mediadora. 
Dessa forma e para melhor entendimento:
Quadro 2. Dimensões e atividades reflexivas correlatas na elaboração do planejamento.
Dimensão do planejamento Atividade reflexiva
Realidade Cognoscitiva
Finalidade Teleológica
Mediação Projetivo-Mediadora
Fonte: vasconcellos (2009).
Vásquez (apud Vasconcellos, 2009, p. 45) reafirma a práxis como junção ou articulação 
da reflexão com a ação, ou seja, da teoria com a prática. Desse modo, a atividade reflexiva 
no conjunto pode ser compreendida como mediadora da ação humana consciente e, 
por isso, podemos fazer corresponder à atividade reflexiva, três níveis, a saber:
Figura 5. Três níveis da atividade reflexiva.
Fonte: Desenvolvido a partir dos conseitos de vasconcellos (2009).
25
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO • CAPÍTULO 1
Por exemplo, um professor imagina um Projeto X, mas, esta imaginação fundamenta-se 
em suas experiências anteriores, portanto, na própria realidade. Já a Mediação, também, 
considera a realidade tanto de experiências anteriores, quanto dos recursos disponíveis 
e, assim, sucessivamente.
De acordo com Vasconcellos (2009, p. 48), o verdadeiro processo de planejamento, além de 
sua construção, acarreta, explicitamente, uma experiência de realização. O originalmente 
humano é, se a partir da realidade houver projeção da finalidade e agir sob influência 
determinante tendo como referência essa finalidade. 
Quanto a isso, se acontecer a prática comum de projetar a finalidade e, em seguida, o 
indivíduo ou grupo esquecer-se dela, não se comprometendo com a sua realização, ou seja, 
quando alguns pensam e decidem e outros executam torna-se característica de uma ação 
humana dita alienada. Não é suficiente ter finalidade inicial, explica Vasconcellos (2009, 
p. 49), “é preciso que ela acompanhe a atividade de concretização, ainda que o resultado, 
em função de fatores intervenientes, saia diferente do ideal inicial”.
De acordo com Abreu (apud FRIEDMANN, 2004, p. 34), os predicados utópico, estético e 
ético são os fundamentos básicos do planejamento. Por meio deles, quando realizamos 
o planejamento podemos sonhar com uma sociedade ética e, qualitativamente, correta 
para os indivíduos. 
Por meio do Fundamento Utópico acenamos para o sonho, para vontade de no futuro ver 
realizadas as aspirações da sociedade. Por ele se tem o desejo de mudar o presente, melhorar 
a qualidade de vida das pessoas, conjeturando um futuro melhor. 
A utopia é a exploração de novas possibilidades e vontades humanas, por via da 
oposição da imaginação à necessidade do que existe, só porque existe, em nome de algo 
radicalmentemelhor que a humanidade tem direito de desejar e porque vale a pena 
lutar (SANTOS,1996 apud VASCONCELLOS, 2000, p. 91).
Quando o sujeito tem como meta alcançar e preocupa-se, constantemente, com o belo, ele 
está envolvido pelo Fundamento Estético. Esse é compreendido como uma predefinição 
entendida como repetitiva inquietação de quem planeja e deve manter na tomada de 
decisão, entendendo que suas ações oportunizam modificações físicas, socioeconômicas 
e culturais na sociedade. 
Conforme reflete Abreu (apud FRIEDMANN, 2004, p. 35), o Planejamento Estético deve 
assegurar a manutenção da harmonia, conforme os padrões culturais da sociedade, 
colaborando para o aumento desses padrões culturais, visando, também, à melhoria 
da qualidade de vida das pessoas. Atenta-se que a função principal da estética não é 
26
CAPÍTULO 1 • PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO
somente a criação de subsídios paisagísticos, arquitetônicos, cromáticos e outros, mas 
oportunizar condições de harmonia que deem ao homem a dignidade para viver.. 
Agora, bem ampliado é o Fundamento Ético que envolve, além dele mesmo – o ético, o 
ideológico e o filosófico. Tal relação ética com o planejamento são essencialmente os 
valores que aguçam a verdade, indicando excelência nos fatos e dados que se articulam 
em volta da ética. Desde a Grécia antiga, berço das contendas filosóficas, compreende-
se a ética como um pensamento em ação. 
Como relata Abreu (apud FRIEDMANN, 2004, p. 36):
Ser ético, na política e no planejamento, é promover a inversão de alguns 
valores que estão invertidos na sociedade, a exemplo: a primazia de ganhos 
econômicos em detrimento do meio ambiente ou do bem comum. Ser 
ético é ser probo na gestão e aplicação de recursos públicos A ética procura 
estabelecer princípios e valores que levem as pessoas a viverem em harmonia 
na sociedade. Isto porque relacionam regras de convivência, seguindo 
princípios e valores que garantam boa vida aos grupos sociais.
Em Santos (2016), pode-se constatar, numa visão filosófica, o modelo de tridimensionalidade, 
com a seguinte leitura a respeito das dimensões do planejamento educacional, às quais o 
autor define como pedagógica, administrativa e estratégica, que se agregam intrinsecamente. 
Assim, cabe indicar na dimensão pedagógica o destaque para as concepções políticas e 
filosóficas relacionadas a quem planeja, ou seja, é a partir dessa dimensão que são elaborados 
os objetivos de ensino e na qual estão relacionadas as noções de ensino-aprendizagem, 
estratégias pedagógicas, metas, indicadores e demais componentes que são pertinentes 
a essa dimensão e para as quais há de se considerar o cunho político, de quem organiza o 
planejamento. Por meio da distinção entre matéria e forma citadas por Aristóteles, podemos 
compreender que, no planejamento educacional, o ensino-aprendizagem constitui o 
conteúdo e os jeitos como a dimensão pedagógica venha a se concretizar agregam a forma. 
De acordo com Santos (2016), na dimensão administrativa há projeção do controle 
dos processos, mas tal fato não sugere que esse controle não se prende às técnicas de 
Atenção
Aristóteles, em sua Metafísica (2004) dividia a investigação filosófica e os processos atinentes à investigação em duas 
instâncias: matéria e forma. Enquanto a matéria refere-se ao conteúdo do que se pretende compreender ou abordar, 
a forma diz respeito aos aspectos técnicos, teóricos e metodológicos que conduzem a investigação e a colocam 
sob um escopo discursivo, passível de ser apreendido pelos outros sujeitos. Para exemplificar, tomemos a seguinte 
situação: uma peça de teatro é produzida. A matéria diria respeito ao tema, ao título da peça: a forma referir-se-ia às 
encenações, ao figurino e ao cenário dos atores (SANTOS, 2016, p. 11).
27
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO • CAPÍTULO 1
gerência, pois, sabendo-se que o planejamento educacional tem as suas especificidades, 
assim também acontece com a administração educacional, cujas características induzem 
ao entendimento da imprescindibilidade de controle dos processos pedagógicos e suas 
atividades-meio. 
[...] a administração educacional seria o campo de conhecimento destinado a 
investigar e sistematizar o conjunto de processos relativos ao gerenciamento e 
ao controle de processos implicados na consecução de objetivos educacionais 
(principalmente pedagógicos) nos níveis macro, meso e micro, abrangendo, 
dessa forma, processos que vão desde a organização de objetivos de ensino 
em um plano de aula até a formulação de programas mundiais para a 
educação (SANTOS, 2016, p. 12).
Abalizado nessa definição depreende-se que o planejamento educacional não desaparece 
na dimensão administrativa, uma vez que não existindo começos e regras pré-concebidas 
a serem seguidas, metas, indicadores e processos perdem o significado. Para melhor 
entendimento pode-se detalhar que (conforme a distinção aristotélica), na dimensão 
pedagógica sobressai a ‘‘matéria’’ e é na dimensão administrativa que se desenha a ‘‘forma’’ 
do planejamento educacional.
Dessa forma, e considerando as dimensões mencionadas por Santos (2016) para avaliar 
o resultado de um planejamento, torna-se imperativo abordar a visão estratégica, tendo 
em vista que as necessidades reais indicam que se tome decisões e/ou emprego de outros 
projetos para eliminar os acontecimentos que interferem na administração, infraestrutura 
e nos aspectos pedagógicos. Assim, essa dimensão também pode ser condicionante, ou 
seja, as estratégias interferem na prática dos assuntos pedagógicos, de infraestrutura e dos 
administrativos, no modus operandi do planejamento educacional.
Com isso, o caráter relacional das três dimensões traz outra particularidade, segundo 
Santos (2016), que é a noção de que não acontece uma influência irrestrita e decisiva do 
planejamento sobre a lógica administrativa (enfoque dialético), ao mesmo tempo em que 
não é impossível a logicidade na atividade do planejamento como idealizada sob o ponto 
de vista do senso comum (empírico). 
Provocação
Então, sabendo que não há planejamento sem pesquisa precedente, o planejamento educacional é uma disciplina ou 
um campo do conhecimento?
28
CAPÍTULO 1 • PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO
Desafios contemporâneos na educação: novos olhares no 
planejamento
Figura 6. Futuro exponencial.
 
Fonte: https://futuroexponencial.com/wp-content/uploads/2018/05/invent-business.jpg. Acesso em: 3/3/2020.
O que se depreende dessas reflexões é que o planejamento constitui um processo de 
trabalho que facilita ao sujeito da execução, seja o gestor, professor, chefe de estado, dono 
de empresas, que tanto podem conduzir aos acertos como ‘‘naufragar’’ nas intenções de 
atrações, vitórias, proveitos, ou aprovações. 
Com base em qualquer dimensão que se ocupa é necessário revisitar periodicamente o 
jeito de planejar, aplicando-o ao futuro da sociedade, do mundo, do governo, da escola 
para o próximo ano, semestre, bimestre e demais tempos. 
Nesse contexto é válido pontuar que planejar classicamente é passado, já foi 
conhecido, já aconteceu e, dessa forma, não há cooperação para o alcance de 
objetivos e nenhuma frente aos desafios dos novos tempos, apontados por mudanças 
tão rápidas e difíceis, senão incógnitas e, às vezes, impossíveis de acompanhar.
Agora, planejar prospectivamente amplia a visão do real, ponderando que os indivíduos 
e as organizações olhem para a frente, vislumbrando a magnitude de um futuro, para 
caminhos novos e mais criativos, mesmo sendo produto de imaginação e do desconhecido, 
percebendo o que ainda não aconteceu.
Dessa forma e para atender às chamadas organizações exponenciais, é a prospecção 
estratégica exemplo de inovação que atualmente sugere vasto repertório de ideias novas 
e devidas possibilidades entendidas como cerne ou essência do planejamento que 
responde aos desafios atuais, habilitando o sujeito a se aparelhar qualitativamente frente 
29
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO • CAPÍTULO 1
às mudançase/ou antecipar-se a elas, com novo olhar sobre a gestão, desenvolvimento 
pessoal, ou ‘‘pensar como fazer diferente’’ os planos, processos e procedimentos.
A ênfase do momento é sobrepor o classicismo do planejamento para o planejar com 
prospecção, isto é, adotar o futuro como abertura de inovação no presente, trazendo 
força fundamental para experimentar, ‘‘dançar’’ diferentes probabilidades, impondo 
Saiba mais
O que são organizações exponenciais?
O termo foi introduzido em 2014 por Ismail, Michael S. Malone e Yuri van Geest no livro com o mesmo título e refere-
se ao impacto desproporcionalmente maior que causa quando comparado a empresas de modelo tradicional.
No geral, a capacidade de crescimento de uma organização disruptiva chega a ser dez vezes mais rápida do que a de 
suas concorrentes por conta do uso da inovação a favor do negócio. 
Por que as organizações exponenciais têm crescimento acelerado?
Número de funcionários maior e estrutura hierárquica mais fixa. Esses são os dois principais motivos pelos quais 
empresas tradicionais não conseguem mudar suas formas de atuação e seus métodos de gestão de maneira rápida. 
E foi a partir desses pontos que as organizações exponenciais perceberam uma oportunidade para crescerem e se 
diferenciarem.
O ponto de partida foi a constatação de que a lógica do mercado mudou. No passado, quanto maior a força de 
trabalho de uma empresa, mais ela produzia. Por isso era tão difícil competir com as grandes organizações. Hoje, a 
tecnologia não apenas alterou o comportamento do consumidor, mas, também, permitiu agilizar, eliminar processos 
manuais e automatizar tarefas repetitivas dentro das empresas.
Nesse cenário, a força de trabalho excessivo passa a ser uma barreira que reduz a velocidade das operações. Sendo 
assim, quando o negócio gira em torno da informação, o desenvolvimento da organização entra em crescimento 
exponencial, o que significa que a relação preço performance dobra (em média) a cada um ou dois anos.
Resumindo o que são organizações exponenciais: aquelas que se livraram da barreira de uma força de trabalho 
excessiva e, por isso, têm uma velocidade de operação e de crescimento muito mais rápida, podendo contribuir 
eficazmente com a organização escolar e, consequentemente, facilitando a lida com a elaboração do planejamento 
educacional.
Considerando, então, os significativos desafios contemporâneos na educação, é válido conhecer características de 
uma organização exponencial para correlacioná-las às questões, por vezes inquietantes sobre o planejamento dentro 
das escolas. 
Enquanto as organizações tradicionais operam de maneira linear, com uma quantidade-limite de recursos, as 
organizações exponenciais podem trabalhar com modelos de propostas didáticas inovadoras e ativas possíveis, com 
ganho de desempenho e qualidade desejáveis. 
Outro ponto importante: as organizações mais antigas têm clima e estrutura organizacional ainda baseados 
fortemente em hierarquia, centralização com baixa tolerância para risco. Já uma organização escolar com 
perfil exponencial carrega consigo, desde o seu nascimento, uma cultura de descentralização que valoriza a 
experimentação e a autonomia, na adaptação à mudança e ao diálogo com a comunidade educativa, ou seja, com os 
principais atores do processo: professores e alunos. 
30
CAPÍTULO 1 • PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO
limites para as improvisações, maximizando os crivos de avaliação posteriormente à 
operacionalização dos projetos.
De acordo com Peter Drucker (1992, p. s/n), grande expoente da Administração moderna, 
É total contrassenso querer ser disruptivo sem olhar para o imaginário do 
futuro e sem entrar no território do desconhecido. Peter Drucker explicava 
como acertava quase sempre em suas apostas que o consagraram como o 
grande gênio da administração moderna: ele olhava pela janela, via o que 
era visível, mas que ainda ninguém tinha visto. Esse é o desafio para quem 
deseja inovar: ver o que é visível, mas que ainda ninguém viu. Para isso existe 
o futurismo aplicado: ensinar como captar os sinais da mudança.
Nessas reflexões de mundo novo não são suficientes os planejamentos do passado com 
seus modelos, objetivos, estratégias, procedimentos, como instrumentos superados e 
metodologias antiquadas, esses não suprem as necessidades do panorama educacional do 
Brasil, considerando a rapidez das informações e a facilidade de seu acesso à comunidade 
educativa (professores, alunos, pais, demais servidores e vizinhanças) que, cada vez mais 
independentes, necessitam revolucionar os jeitos de ensinar para que os alunos possam 
construir os seus saberes. 
O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai acontecer. O 
planejamento é um instrumento para raciocinar agora, sobre que trabalhos 
e ações serão necessários hoje, para merecermos um futuro. O produto 
final do planejamento não é a informação: é sempre o trabalho (PETER 
DRUCKER, 1992, p. s/n.).
Sendo assim, vale considerar a necessidade de divulgação e comentários críticos reflexivos 
junto às comunidades sociais sobre aspectos da legislação da educação brasileira em vigor, 
citados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – no 9.394/1996, que versa sobre 
itens como a Inclusão, Bullying, Educação de Jovens e Adultos, Educação a Distância, 
Educação Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação Indígena e Educação 
Quilombola.
Ora, considerando tais aspectos, como deixar de aludir a necessária atenção para com 
os devidos planejamentos, quer em nível nacional, estadual e municipal, incluindo o 
Distrito Federal? A pesquisa em âmbito nacional é vasta e, como alerta Santos (2016, p. 30), 
“não há planejamento sem pesquisa” e é única quanto às diversas formas e abordagens, 
métodos, objetos, tempos, modos e espaços em que ela deve ocorrer, quaisquer que 
sejam as abordagens: qualitativa, quantitativa, experimental sob vários enfoques (como 
fenomenológico, crítico dialético, neopositivista e histórico) oriundos da coleta de dados 
fornecidos pela comunidade. 
31
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO • CAPÍTULO 1
Posicionamento do autor
Devido a constatações como a acima mencionada é que neste livro optou-se, também, por breves lembretes e 
comentários sobre as práticas e alguns aspectos merecedores de atenção para as implantações nos ambientes 
educacionais e, por conseguinte, as citações legais que serão detalhadas no terceiro capítulo.
Para refletir
Ambientes de aprendizagem e metodologias ativas: novas trilhas no enfrentamento do 
bullying
É fato que os fatores de proteção assumidos pelo professor fazem com que ele exceda seu papel de gestor de 
procedimentos e projetos pedagógicos em sala de aula e passe a incluir a providência de segurança em classe, 
com vistas a melhorar as respostas individuais a determinados riscos de desadaptação aos quais os alunos estão 
diariamente expostos, pelas circunstâncias trabalhosas que enfrentam, dentre elas, o bullying. Na atualidade, o 
que se tem percebido é que a escola e a sala de aula foram transformadas num sistema intricado de aprendizagem. 
Sistema, porque se forma como um detalhe da vida social e cultural de alunos, professores, pais e demais elementos 
da comunidade educativa. Além disso, deve se organizar e ser ambiente propício a lidar com os saberes, regras, 
linguagens, códigos e (por que não?) a reorganização das competências sociais dos alunos. 
O esperado é que nascesse diariamente, na sala de aula, um compromisso entre o professor e o aluno, relativo ao 
respeito entre eles e assentado aos ritmos, necessidades, pensamentos, exigências quanto ao cumprimento de um 
programa de ensino moldado numa relação pedagógica dialógica e de reaprendizagens de solidariedade, partilha, 
cooperação e busca de solução de problemas do dia a dia. Além disso, o aceitável é que a prática pedagógica ocorra 
por meio de ação planejada e organizada e revisitada pelo professor para o seu cotidiano de sala de aula, de modo 
que o processo de ensinoe aprendizagem seja gratificante e reforçador do desejo de aprender cada vez mais e com 
mais autonomia, tanto dele próprio como de seu aluno. 
Muito se fala acerca de novos modelos de ensino e aprendizagem. As mudanças requerem urgência, de fato, nos 
métodos de ensino e no aprimoramento das práticas pedagógicas. A escola clama por profissionais com habilidades 
de trabalhar e coordenar as atividades em grupos cooperativamente organizados, com o objetivo de desenvolver e/
ou reforçar nos alunos a capacidade de tomar decisões, serem críticos, reflexivos, empreendedores e protagonistas 
das próprias atitudes. Nessas avaliações são propostas outras metodologias hoje chamadas ativas, pois se firmam 
numa visão mais humanista e menos tecnicista da educação, como a sala de aula invertida, os mapas conceituais, a 
aprendizagem baseada em problemas com prospecção de cenários, estudos de caso, com o intuito de reorganizar os 
espaços físicos e emocionais de aprendizagem, desde a mais simples sala de aula às modernas salas de multimídia. 
A opção pelas metodologias ativas, como entendidas, poderá ser o caminho apontado para o desenvolvimento das 
competências relevantes no século XXI, na expectativa de atendimento aos aspectos pedagógicos, andragógicos e 
heutagógicos. A título de complementação, vale lembrar que a pedagogia está ligada aos processos educativos de 
crianças e adolescentes, em ambientes nos quais é do professor a maior responsabilidade de coordenar, orientando 
as experiências de aprendizagem; a andragogia direciona-se, por sua vez, para a educação dos adultos, já inseridos 
no trabalho, considerando principalmente suas motivações e experiências pessoais; a heutagogia surge em resposta 
às demandas da era digital, em que há acúmulo de informações disponíveis, dando aos sujeitos autonomia para 
decidirem o como, quando e o que aprenderem.
Dessa forma, sobre os ambientes de aprendizagem e metodologias ativas, três abordagens são fundamentais de 
serem lembradas aos professores que se predispõem a provocar mudanças ao assumirem outros papéis de liderança 
em sala de aula; são as abordagens teóricas que fundamentam as metodologias ativas em contextos de educação, por 
considerarem a ligação do binômio ação-reflexão: cognitivismo, socioconstrutivismo e o conectivismo. 
32
CAPÍTULO 1 • PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO
Até aqui, ao final desse capítulo foi possível assinalar alguns itens de relevância. Vamos relembrar?
O que esses conceitos significam na educação?
O cognitivismo lembra o conhecimento de como o homem reconhece o mundo por meio dos processos mentais, 
ou seja, como o conhecemos... No processo de aprendizagem avalia-se a estrutura cognitiva como a organização e 
integração de conteúdos de suas ideias em uma área reservada de conhecimento, resultando na aprendizagem.
O socioconstrutivismo é mais amplo que o construcionismo, incorporando o papel de outros fatores, inclusive 
da cultura, no desenvolvimento. Neste sentido, ele também pode ser comparado à teoria do aprendizado social, 
enfatizando a interação por meio da observação. Neste entendimento sobre o conhecimento e a aprendizagem que 
derivam, principalmente, das teorias da epistemologia genética de Jean Piaget e da pesquisa sócio-histórica de Lev 
Vygotsky, parte do princípio de que o homem responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e 
organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada.
O conectivismo apresenta um modelo de aprendizagem que reconhece as profundas mudanças sociais, 
reconhecendo que a aprendizagem não é mais uma atividade interna e individual. A maneira como as pessoas 
elaboram e trabalham são ações alteradas quando elas utilizam novas ferramentas. Na educação há lentidão em 
reconhecer, tanto o impacto das novas ferramentas de aprendizagem como as mudanças ambientais com o devido 
significado aprender. O conectivismo possibilita perceber as habilidades e as tarefas de aprendizagem necessárias 
para os aprendizes florescerem na era digital.
Depois de maximizar as questões voltadas para as metodologias, entendeu-se a necessidade de priorizar o como 
fazer para o seu sucesso. Ora, sabe-se da importância a ser dada à elaboração do planejamento educacional e dos 
objetivos de ensino, antes de qualquer passo que se siga a ele, ou seja, amarrar o conteúdo pretendido e de forma que 
esse seja significativo.
Importa lembrar aqui que objetivos e conteúdos determinam os métodos a serem buscados. Esses, por sua vez, 
devem assentar-se nos princípios de caráter científico e sistemático serem compreensíveis, com possibilidades de 
assimilação; assegurar a relação conhecimento e prática, assentar-se na unidade de ensino/aprendizagem, garantir a 
solidez dos conhecimentos e levar à vinculação trabalho coletivo-particularidades individuais. Para completar essas 
ponderações julgadas importantes nessas reflexões de rever as ações didático-pedagógicas, com o fim de planejar 
estratégias de enfrentamento do bullying na escola, imperioso se faz abordar os ambientes surgidos especificamente 
na última década, com o avanço das tecnologias de informação e comunicação, integrados às possibilidades 
educacionais, que são os ambientes virtuais de aprendizagem – o chamado ciberespaço: ambiente virtual no qual as 
pessoas interagem e se relacionam, possibilitando novas aprendizagens, dentre elas, novos relacionamentos, quem 
sabe mais sadios?
Sintetizando
 » A construção de um plano educacional requer a existência de compartilhamento de ideias e de interações de fala 
entre os vários atores envolvidos, pressupondo uma ação comunicativa, devendo, por isso, priorizar a participação 
eticamente correta entre todos.
 » Correlacionar o ato de planejar desde a criação do mundo pertinente ao campo teórico da administração, ao 
planejamento como área de conhecimento interdisciplinar assentada na educação, no ensino, na escola e na sala 
de aula.
33
PLANEJAMENTO: PERCEPçãO DE FUTURO • CAPÍTULO 1
 » Analisando o Planejamento Educacional como uma área do conhecimento alicerçada na educação, no ensino, 
na escola, especialmente na sala de aula, perspectiva-se entender que o planejamento ajusta dados científicos 
e filosóficos, uma vez que, cada abordagem de conhecimento que lhe é feita possui artifícios de controle e 
averiguação experimental e, ao mesmo tempo, subsídios reflexivos que, considerados na prática específica de cada 
segmento e de suas condições reais, são abastecidos de criatividade e diversidade relativos às suas especificidades.
 » Há que se definir o planejamento como um método para o qual seja indicada uma circunstância de futuro 
esperado. Para tanto, há necessidade de avaliar assiduamente o contexto cuja pretensão seja de: o que quero fazer, 
como, quando, quanto, para quem, por que, por quem, onde será feito e por quanto tempo?
 » A importância da participação como elemento-chave no planejamento da educação. Nessas premissas importa 
a relevância que deve ser atribuída à participação ativa da sociedade no âmbito do planejamento educacional, 
como processo sistêmico que é, tanto em nível nacional, estadual e municipal. Ora, se todos compreendessem essa 
necessidade, certamente os resultados seriam bem mais promissores. 
 » O conceito de Planejamento que estamos construindo traz consigo a exigência da Participação. Concebemos o 
planejar como uma oportunidade de repensar todo o fazer da escola, como um instrumento de formação dos 
educadores e educandos, bem como de humanização, de desalienação e de libertação. Colocamos como pano de 
fundo de todo o processo de planejamento, o desafio da transformação, ou seja, de conseguirmos de fato criar algo, 
ousar, avançar, dar um salto qualitativo.
 » A ênfase do momento é sobrepor o classicismo do planejamento para o planejar com prospecção, é adotar o futuro 
como abertura de inovação no presente, trazendo força fundamental para experimentar, ‘‘dançar’’ diferentes 
probabilidades, impondo limites para as improvisações,maximizando os crivos de avaliação posteriormente à 
operacionalização dos projetos.
34
Introdução
Neste capítulo definiremos e explicaremos a importância de pensar antes sobre o que se 
propõe fazer, bem como definir as percepções sobre planejamento e suas especificidades 
que tanto podem se ligar a ideias de manutenção de realidades ou circunstâncias 
existentes, com vistas ao poder político ou econômico, como ater-se às ideias de inovação 
e mudança. 
Percorreremos etapas desde o início das civilizações para melhor entendimento e 
compreensão de que o homem tem sido desafiado a atuar e alterar as coisas, desde aspectos 
da natureza à própria humanidade. 
Nas reflexões propostas poderemos compreender todo um percurso feito em função de 
alcançar metas de qualidade e sucesso das questões educacionais, visando sempre à 
aprendizagem e à capacitação humana para modificar-se e/ou ao seu ambiente por meio 
de suas pretensões e elaborações.
Objetivos
 » Relacionar a história do planejamento educacional desde o aparecimento do homem 
no universo, porquanto ele pensa e reelabora o seu pensar para agir ou realizar uma 
atividade que prepara, iniciando do planejamento idealizado.
 » Inventariar o desenvolvimento do sistema educacional brasileiro, contextualizando-o 
com o desenvolvimento econômico, social, político e cultural do País e de cada região 
que o compõe, inserindo nesse processo a existência do planejamento. 
 » Situar o contexto e o processo de elaboração do planejamento educacional 
do Brasil pertinentes ao processo de desenvolvimento e compreensões de sua 
história, explanando seus fundamentos básicos, assim como seus elementos e 
suas características.
2
CAPÍTULO
EPISTEMOLOgIA E HISTÓRIA DO 
PLANEJAMENTO: O QUE ENTENDER 
SOBRE ISSO: O ANTES, O DEPOIS E O 
AgORA?
35
EPISTEMOLOgIA E HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO: O QUE ENTENDER SOBRE ISSO: O ANTES, O DEPOIS E O AgORA • CAPÍTULO 2
 » Perceber que o planejamento nasce na necessidade do homem organizar algo e 
essencialmente as relações existentes na sociedade com vista à convivência social com 
o outro e no grupo, fortalecendo relacionamentos.
Aspectos históricos e padrões conceituais
Numa perspectiva de entendimento traçaremos, imaginariamente, uma linha no tempo, 
no intuito de melhor compreensão sobre a história do planejamento, procurando 
explicitar, ainda que sucintamente, como ocorreram as fases de construção dele, porque 
dificilmente será possível saber quando e onde surgiu o planejamento. No entanto, 
podemos analisar que essa história poderá ser relatada desde o aparecimento do homem, 
tendo em vista que ele pensa e reflete sobre o seu pensar a fim de realizar algo, tarefa 
essa que é iniciada de um projeto previamente imaginado. 
Nessa reflexão e sem medo de erro pode ser assegurado que planejar é uma ação 
intrínseca a um ser pensante que, desde o início da história, quando vivia em cavernas, 
fazia e utilizava ferramental como pedras e madeiras, caçava alimentos e se protegia 
do tempo e de outras intempéries com peles dos animais, atentando ainda que o 
surgimento do fogo deu-lhe mais capacidade para agir e criar, delineando mudanças, 
além de migrar para outras regiões, na busca da melhoria de qualidade de vida. 
Segundo Turra et al. (1996, p. 272), do ponto de vista histórico, as informações são de que, 
desde o início, o homem é provocado a modificar o ambiente natural, os fatos e, até mesmo, 
o seu próprio humano. Primeiramente, essa ascendência foi exercida no princípio da 
praticidade, que tanto condicionava a conduta do indivíduo com a natureza, como conduzia 
o procedimento entre os homens.
Nesse ponto do princípio prático, o planejamento foi originado, sendo ressaltada a 
ênfase norteadora da chamada primeira fase, fazendo ocorrer as primeiras preocupações 
com questões técnicas ou o como fazer as coisas, assim como a procura por respostas 
que satisfizessem e que fossem passíveis de conferência ou verificação.
Pode ser salientado que nessa primeira fase houve vinculação entre a chamada tecnologia 
primitiva e a fase inicial do planejamento chamado instrumental, uma vez que facilitava 
Para refletir
“A história do homem é um reflexo do seu pensar sobre o presente, passado e futuro. O homem pensa sobre o que 
fazer; o que deixou de fazer; sobre o que está fazendo e o que pretende fazer. O ato de pensar não deixa de ser um 
verdadeiro ato de planejar.” (MENEGOLLA; SANT’ANA, 2003, p. 15). 
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CAPÍTULO 2 • EPISTEMOLOgIA E HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO: O QUE ENTENDER SOBRE ISSO: O ANTES, O DEPOIS E O AgORA
os desempenhos do homem e essa conceituação de planejamento persistiu até a época 
da chamada tecnologia industrial, a eles acrescentada a teoria técnica de planejamento. 
Numa fase posterior, o foco é transferido do caráter técnico, prático ou instrumental como 
afirma Turra et al. (1996, p. 273), para a elaboração de quadros teóricos de referência, 
objetivando a interpretação de precisões e pretensões do homem para conduzir ao 
desenvolvimento social e econômico, com mais possibilidades, por meio das teorias 
sócio-políticas e econômica do planejamento.
Nessa linha de informações foi sabido que num terceiro momento ou fase, houve 
crescimento do pensamento convicto sobre a ideia de planejar sendo aberto às 
necessidades humanas, requerendo acordo das interdependências mundiais e da 
própria disposição de quem planeja. 
Nessa exposição, como ressalta Turra et al. (1996), devido ao seu caráter ético, a consciência 
e a intencionalidade, participação e responsabilidade tornam-se elementos-chave para 
a nova percepção de planejamento (grifo do autor).
É possível destacar em Vasconcellos (2000, p. 65), sem medo de equívoco, que a base de 
sustentação do planejamento é a ação, ou a atuação. Possivelmente, desde a História Antiga 
tenha existido planejamentos elaborados com algum comando e métodos avaliativos, o que 
se pode comentar devido à existência das pirâmides, monumentos e palácios, as ditas 
construções épicas, as grandes batalhas e, ainda, planejamento implica a previsão de 
mudanças. 
Segundo Evangelista (2010, p. 55):
Os egípcios reconheciam o valor do planejamento das atividades e o orientador 
ou supervisor que organizasse os grupos de trabalho. Desenvolveram extensos 
projetos arquitetônicos e de engenharia, indo além das pirâmides, como 
canais de irrigação, palácios e muitas outras edificações. A gênese da atividade 
de planejar perpassa o processo de hominização, visto que o homem, na 
sua evolução, foi constituindo personagem principal na transformação do 
mundo por sua ação, sempre movido pelo desejo, pela curiosidade e pela 
necessidade de interagir com a realidade, através de atividades configuradas 
como o trabalho. 
Saiba mais
História Antiga ou Antiguidade foi o período da História que se estendeu desde a invenção da escrita (4000 a.C. a 
3500 a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.) e início da Idade Média (século V). 
Fonte: https://www.sohistoria.com.br/ef2/idadeantiga/.
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EPISTEMOLOgIA E HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO: O QUE ENTENDER SOBRE ISSO: O ANTES, O DEPOIS E O AgORA • CAPÍTULO 2
Veja que desde os primórdios da civilização, a noção de participação e partilha vem com 
a necessidade de organização, essencialmente das relações sociais, pois o homem precisa 
conviver com os outros. Como já abordado na citação acima, os povos egípcios valorizavam 
não só o planejar, assim também o sujeito que, sendo o coordenador, organizasse as equipes 
de trabalho. 
Como relata Evangelista, (2010, p. 56), os egípcios “desenvolveram extensos projetos 
arquitetônicos e de engenharia, indo além das pirâmides, como canais de irrigação, 
palácios e muitas outras edificações”. 
Nessa linha de tempo, importante mencionar a atuação dos filósofos Sócrates, Platão, 
Aristóteles, Kant, Karl Marx, Comênio e outros que, por meio dos seus ideais de 
organização, direito, sociedade, conhecimento e liberdade tanto contribuíram para a 
continuidade do aprimoramento das fundamentações

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