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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Livro Eletrônico
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Justiça Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
Apresentação . .................................................................................................................................................. 4
Justiça Eleitoral . .............................................................................................................................................. 5
1. Aspectos Gerais da Justiça Eleitoral .................................................................................................. 5
1.1. Breve Histórico . ........................................................................................................................................ 5
1.2. Estrutura Organizacional . ................................................................................................................... 5
1.3. Justiça Especializada . ............................................................................................................................ 7
1.4. Inexistência de Magistratura Própria . .......................................................................................... 8
1.5. Periodicidade de Investidura dos Membros ................................................................................ 9
1.6. Garantias da Magistratura Aplicadas aos Juízes Eleitorais . ..............................................12
1.7. Divisão Territorial Própria para Fins Eleitorais (Circunscrições, Zonas e 
Seções)....13
1.8. Irrecorribilidade de suas Decisões . .............................................................................................. 14
2. Funções da Justiça Eleitoral .................................................................................................................15
2.1. Função Jurisdicional . ............................................................................................................................15
2.2. Função Administrativa . ......................................................................................................................16
2.3. Função Regulamentar . ...................................................................................................................... 18
2.4. Função Consultiva . ..............................................................................................................................20
3. Tribunal Superior Eleitoral . ................................................................................................................. 26
3.1. Sede e Jurisdição do TSE .................................................................................................................... 26
3.2. Composição do TSE ............................................................................................................................. 27
3.3. Alteração da Composição do TSE . .................................................................................................28
3.4. Escolha de Ministros Efetivos do TSE . ....................................................................................... 29
3.5. Escolha de Ministros Substitutos do TSE . .................................................................................34
3.6. Vedações à Escolha de Ministros do TSE . .................................................................................34
***
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C
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divisão
de custos
ClIqUe PaRa InTeRaGiR
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https://bit.ly/2YPHtuM
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Justiça Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
3.7. Quórum de Deliberação do TSE . ..................................................................................................... 36
4. Tribunal Regional Eleitoral – TRE . .................................................................................................... 37
4.1. Jurisdição e Sede do TRE . ................................................................................................................. 37
4.2. Composição do TRE ............................................................................................................................. 37
4.3. Escolha dos Juízes Efetivos do TRE . ............................................................................................ 41
4.4. Escolha de Juízes Substitutos do TRE ........................................................................................49
4.5. Vedações à Escolha dos Juízes do TRE . ..................................................................................... 50
4.6. Quórum de Deliberação do TRE . .................................................................................................... 53
5. Juiz Eleitoral . ..............................................................................................................................................54
5.1. Processo de Escolha do Juiz Eleitoral . .........................................................................................54
5.2. Jurisdição do Juiz Eleitoral . ............................................................................................................. 56
5.3. Temporalidade no Cargo de Juiz Eleitoral ................................................................................. 56
6. Junta Eleitoral . .......................................................................................................................................... 57
6.1. Composição das Juntas Eleitorais . ............................................................................................... 57
6.2. Processo de Escolha dos Membros da Junta Eleitoral . .......................................................58
6.3. Vedações à Escolha de Membros da Junta Eleitoral . ........................................................... 59
7. Competências da Justiça Eleitoral . ...................................................................................................60
7.1. Estudo Comparativo das Competências da Justiça Eleitoral . .............................................61
7.2. Estudo Isolado das Competências da Justiça Eleitoral ....................................................... 78
Resumo . .............................................................................................................................................................82
Questões de Concurso . .............................................................................................................................. 92
Gabarito .............................................................................................................................................................111
Questões Comentadas . ............................................................................................................................. 112
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Justiça Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
ApresentAção
Caro(a) aluno(a), vamos iniciar nosso curso tratando dos aspectos gerais da Justiça Elei-
toral. Essa primeira parte da aula é importante para que você comece a perceber que a Justiça 
Eleitoral é um ramo do Poder Judiciário Federal com características muito singulares. Desde 
a definição de suas competências (funções jurisdicional, administrativa, consultiva e regula-
mentar) até o modelo de sua organização funcional (composição híbrida e não vitalícia), tudo 
(ou quase tudo) na Justiça Eleitoralé um tanto diferente.
Após você conhecer os aspectos gerais da Justiça Eleitoral, passaremos, na segunda par-
te da aula, a estudar o modo como ela se organiza, e, na terceira e última parte, finalizaremos 
nosso estudo apresentando suas competências.
Vamos lá!!!
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Justiça Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
JUSTIÇA ELEITORAL
1. Aspectos GerAis dA JustiçA eleitorAl
Vamos inicialmente estudar os aspectos gerais da Justiça Eleitoral. Vamos conhecer sua 
estrutura organizacional, o âmbito de sua atuação, a composição de seus tribunais, as pecu-
liaridades incidentes sobre seus membros, sua organização territorial e, finalmente, a recor-
ribilidade de suas decisões.
1.1. Breve Histórico
Antes de adentrarmos especificamente na matéria, faz-se necessário um breve histórico 
deste importante ramo do Poder Judiciário Federal.
A Justiça Eleitoral do Brasil foi criada pelo Decreto n.º 21 076, de 24 de fevereiro de 1932. 
Anos depois, foi extinta com a outorga da Constituição de 1937, que não a recepcionou. Res-
surgiu com o fim do Estado Novo e a promulgação da Carta Constitucional de 1946. A partir 
do golpe/revolução de 1964, teve sua atuação restrita a organização das eleições para ve-
reador, prefeito, deputado estadual e federal. Em 1982, organizou as primeiras eleições para 
Governador depois do golpe/revolução militar de 1964. Em 1989, realizou, finalmente, as pri-
meiras eleições para Presidente.
Hoje tem como função precípua organizar eleições para os cargos eletivos de Presidente, 
Vice-Presidente, Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado estadual, Deputado Fede-
ral, Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.
1.2. estruturA orGAnizAcionAl
Nos termos do art. 118 da CF/1988, a Justiça Eleitoral, integrante da estrutura do Poder 
Judiciário da União, é composta pelos seguintes órgãos federais:
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Justiça Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os Tribunais Regionais Eleitorais;
III – os Juízes Eleitorais;
IV – as Juntas Eleitorais.
Em plena compatibilidade com a Constituição Federal, o art. 12 do Código Eleitoral esta-
belece:
Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I – O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e jurisdição em todo o País;
II – um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante proposta do 
Tribunal Superior, na Capital de Território;
III – Juntas Eleitorais;
IV – Juízes Eleitorais.
O Tribunal Superior Eleitoral – TSE, os tribunais regionais eleitorais e as juntas eleitorais 
são órgãos colegiados, formados por mais de um membro, enquanto os juízes eleitorais são 
órgãos monocráticos, personalizados na figura única do magistrado.
Esses órgãos são ordenados em instâncias para o exercício da função jurisdicional. O TSE 
compõe a instância especial ou extraordinária; os tribunais regionais eleitorais a 2ª instância; 
e os juízes eleitorais e as juntas eleitorais representam a 1ª instância.
Note que os juízes eleitorais e as juntas eleitorais fazem parte do mesmo grau de juris-
dição. Inexiste vinculação jurisdicional entre eles no exercício de suas funções, as quais são 
específicas e não se confundem, conforme será visto em momento oportuno.
Composição da Justiça Eleitoral
ÓRGÃO INSTÂNCIA TIPO DE ÓRGÃO
TSE
SUPERIOR OU 
ESPECIAL
COLEGIADO
TRE 2ª INSTÂNCIA COLEGIADO
JUNTA ELEITORAL 1ª INSTÂNCIA COLEGIADO
JUIZ ELEITORAL 1ª INSTÂNCIA MONOCRÁTICO
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1.3. JustiçA especiAlizAdA
Sem embargo da jurisdição ser una, o legislador constitucional, diretamente ou por ordem 
expressa de elaboração de lei complementar, define o conjunto de competências próprias de 
cada ramo do Poder Judiciário.
Por opção do legislador constitucional e rompendo a tradição constitucional brasileira 
de estabelecer no próprio texto constitucional um núcleo mínimo de atribuições da Justiça 
Eleitoral, o atual texto da Carta Magna estabeleceu, no seu art. 121, que Lei complementar 
deveria dispor sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das 
juntas eleitorais. O diploma legal que satisfaz esse comando constitucional é a Lei n. 4.737, 
de 15 de julho de 1945, também conhecida como Código Eleitoral – CE.
Muito embora esse normativo não tenha sido editado como uma Lei complementar, 
as matérias relativas à organização e à competência da Justiça Eleitoral nele contidas passa-
ram, por força do disposto no art. 121 da CF/1988, a ter força de Lei complementar. Com isso, 
vale notar que qualquer alteração no CE em matéria de organização e competência exige, nos 
termos da sistemática própria de alteração das leis complementares, o quórum qualificado de 
maioria absoluta, ou seja, os votos de metade mais um do órgão legislativo.
Nos termos do CE, é pacífico o entendimento de que cabe à Justiça Eleitoral a apreciação 
de feitos eleitorais, inclusive os de natureza criminal – crimes eleitorais.
Contudo, matéria complexa e que certamente será objeto de questionamento em concur-
sos públicos nos remete ao questionamento sobre o que fazer quando se tem casos cujos 
fatos guardam relação entre si, mas que, em razão de sua matéria, deveriam ser julgados 
em jurisdições com funções distintas, como por exemplo, crimes comuns, federais ou 
estaduais, praticados em conexão com crimes eleitorais. Para alguns doutrinadores a 
competência para julgar tais crimes é da justiça comum, estadual ou federal, enquanto 
para outros o foro adequando é a Justiça Eleitoral.
Recentemente, em 13 e 14-3.2019, o Supremo Tribunal Federal se pronunciou sobre a 
controvérsia, no julgamento do AgR-Inq n. 4435, da relatoria do Ministro Marco Aurélio, oca-
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sião em que manteve sua jurisprudência tradicional e reafirmou que, nesses casos, a compe-
tência é da Justiça Eleitoral.
Segundo o STF, diante de crimes conexos é querido a reunião dos processos em um só 
juízo e o julgamento em conjunto, a fim de evitar decisões conflitantes. A regra para definir o 
juízo único é a contida no art. 78, IV, do Código de Processo Penal – CPP, cuja redação esta-
belece que no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
Nesse mesmo sentido, lembrou a maioria dos ministros do STF, o art. 35, II, do CE afirma 
que cabe aos juízes eleitorais processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe fo-
rem conexos, ressalvada a competência originária dos tribunais regionais.
Ademais, para finalizar, o art. 109, IV, da CF/1988, ao estabelecer a competência criminal 
da Justiça Federal, ressalva expressamente os casos de competência da Justiça Eleitoral.
Eis a ementa do julgado da Corte Constitucional.
COMPETÊNCIA – JUSTIÇA ELEITORAL – CRIMES CONEXOS. Compete à Justiça Eleitoral 
julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos – inteligência dos artigos 
109, inciso IV, e 121 da Constituição Federal, 35, inciso II, do Código Eleitoral e 78, inciso 
IV, do Código de Processo Penal.
(AgR-Inq n. 4435, Min. Rel. Marco Aurélio, j. 13 e 14.3.2019)
Não se preocupe com as rápidas linhas agora traçadas, vamos voltar a este tema quando 
tratarmos da competência dos órgãos da JustiçaEleitoral. Aqui foi só uma pílula para subli-
nhara importância do tema, especialmente para concursos públicos.
1.4. inexistênciA de MAGistrAturA própriA
A Justiça Eleitoral não possui um quadro próprio de membros com mandato vitalício, 
como sói ocorrer nos demais órgãos do Poder Judiciário.
Os juízes eleitorais são escolhidos pelos tribunais regionais eleitorais entre os juízes es-
taduais e exercem, durante prazo definido, a função eleitoral concomitantemente com o cargo 
estadual de origem.
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DIREITO ELEITORAL
Já o TSE e os tribunais regionais eleitorais – são compostos por advogados e juízes de 
outros ramos do Poder Judiciário. De igual modo, cumpre informar, que os membros dos 
tribunais eleitorais acumulam suas funções: os escolhidos na classe dos advogados podem 
continuar o exercício da advocacia, a exceção da atuação na Justiça Eleitoral, e os ministros 
do STF e STJ continuam exercendo, nesses tribunais, seu múnus público.
Logo, não se anime, infelizmente não existe concurso público para o cargo de juiz da Jus-
tiça Eleitoral.
1.5. periodicidAde de investidurA dos MeMBros
Os juízes que compõem a Justiça Eleitoral não são vitalícios. Ao contrário, possuem um 
mandato fixo.
Na lição de Adriano Soares da Costa (2009, p. 253) o objetivo da norma constitucional é 
evitar a captura dos juízes eleitorais pelo poder econômico ou político. Confira a seguir.
Essa alternância nos quadros da Justiça Eleitoral decorre do princípio da temporariedade 
e foi instituída com a finalidade de evitar a influência do poder econômico ou do poder político 
em sua atuação. No ponto, colhe-se a lição de Andrade Neto:
[...] o modelo de Justiça Eleitoral previne contra desgastes decorrentes de fricções políticas e aten-
de à finalidade de que o exercício do controle seja feito imparcialmente. Com o impedimento de que 
a condição de magistrado se prolongue por duas eleições para os mesmos cargos, pretende-se 
evitar que se acumulem, de um para outro pleito, sequelas e interesses contrariados.
Vamos explicar isso melhor!
1.5.1. Dos Membros de Tribunais Eleitorais
Nos termos do art. 121, § 2º, da CF/1988, os membros dos tribunais eleitorais devem 
servir à Justiça Eleitoral por, no mínimo, dois anos. A esse respeito, veja a prescrição contida 
no art. 121, § 2º da CF:
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Art. 121. Omissis
[...]
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, 
e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma oca-
sião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
Segundo o art. 14, §1º, do CE, o biênio será contado ininterruptamente a partir da data 
da posse, sem o desconto do tempo de qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de 
licença, férias, ou licença especial.
Imagine, por hipótese, que, em janeiro de 2012, Antônio se torne juiz efetivo de um TRE. Em 
janeiro de 2013, Antônio entre de licença médica e retorne ao Tribunal somente em outubro do 
mesmo ano. Considerando que não há, durante o período de sua licença médica, suspensão 
da contagem do seu biênio, passados dois meses do seu retorno (novembro e dezembro de 
2013), ocorrerá o término do seu 1º biênio (2012-2013).
Existe, no entanto, uma exceção a essa regra. O art. 14, § 3º, do CE, estabelece que da 
homologação da respectiva convenção partidária até a apuração final da eleição, não po-
derão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como Juiz Eleitoral, o cônjuge, parente 
consanguíneo legítimo ou ilegítimo, ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo 
registrado na circunscrição. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4/5/1966).
Nesse caso, aplicável a todos os membros da Justiça Eleitoral, esse período de afasta-
mento dos juízes impedidos não é computado para fins de contagem do biênio.
Os ministros escolhidos para compor a Justiça Eleitoral devem exercer o cargo, obrigato-
riamente, por dois anos. Já a recondução, por igual período, é facultativa, consoante estabe-
lece o art. 1º da Res.-TSE n. 20.958/2001.
Caso haja pedido da dispensa da função eleitoral antes do transcurso do primeiro biênio, 
a apreciação do pedido compete ao tribunal eleitoral a que pertencer o juiz, nos termos do 
art. 9º da mencionada resolução do TSE.
A despeito do mandato fixo de dois anos, é possível que haja a recondução de um mem-
bro de tribunal eleitoral para um único biênio subsequente. Um terceiro biênio em sequência 
é vedado.
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Inexiste, todavia, proibição para que um determinado juiz que já exerceu o cargo de mem-
bro de tribunal eleitoral por dois biênios consecutivos volte a ocupar o mesmo cargo. Neste 
caso, porém, ele somente poderá retornar ao cargo após dois anos do término do segundo 
biênio, podendo esse prazo ser reduzido em caso de inexistência de outros juízes que preen-
cham os requisitos legais.
Imagine, por hipótese, que, em janeiro de 2012, João da Silva, Ministro do STF, torne-se Minis-
tro efetivo do TSE. Passados dois anos (2012-2013), finda o seu biênio obrigatório, também 
chamado 1º biênio. A partir daí, poderá ele ainda exercer um 2º biênio (2014-2015) sem que 
haja qualquer impedimento, desde que o STF o eleja por meio de um escrutínio secreto. Agora, 
findos os dois biênios, um 3º biênio (2016-2017) na sequência está vedado.
Não há, contudo, impedimento algum para que, passados dois anos do término do segundo 
biênio, o mesmo João da Silva seja eleito pelo STF para exercer novamente o cargo de minis-
tro do TSE.
Ao término de cada biênio, os ministros, sejam eles substitutos ou efetivos, deverão se 
submeter ao mesmo processo de escolha originário. Logo, não há recondução automática 
para o exercício do cargo.
Continuando. Os tribunais possuem duas classes de membros: os substitutos e os efe-
tivos escolhidos em número igual para cada categoria. Nesse ponto, cumpre informar que a 
contagem dos biênios dos ministros substitutos não se confunde com a dos efetivos. Isso 
significa que um ministro substituto pode exercer esse cargo por dois biênios e, na sequência, 
ser escolhido para o cargo de ministro efetivo e exercê-lo por mais dois mandatos, sem que 
com isso viole a regra constitucional.
1.5.2. Dos juízes eleitorais
Embora a regra do art. 121, § 2º, da CF/1988 faça referência expressa aos “juízes dos tri-
bunais eleitorais”, o mandato dos juízes eleitorais também obedece a regra da periodicidade.
Obviamente que esse mandato não é tão rígido quanto os dos juízes de tribunais elei-
torais, notadamente porque em muitos municípios do Brasil há um único juiz em exercício. 
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Justiça Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
Todavia, na medida do possível, os tribunais regionais eleitorais, responsáveis pela escolha 
dos juízes eleitorais, tentam realizar esse rodízio na função eleitoral, a fim de evitar a captura 
do juiz eleitoral pelo poder econômico ou político.
Mais adiante vamos estudar como é realizada a escolha de juízes eleitorais e, então, isso 
ficará mais evidente.
1.6. GArAntiAs dA MAGistrAturA AplicAdAs Aos Juízes eleitorAis
O art. 121, § 1º, da CF/1988 garante aos membros, titularese substitutos, de tribunais 
eleitorais, aos juízes de Direito e aos integrantes das Juntas Eleitorais, no exercício de suas 
funções e no que lhes for aplicável, plenas garantias e inamovibilidade.
Essas garantias estão elencadas na própria Carta Constitucional, mais precisamente no 
seu art. 95, quais sejam: vitaliciedade, irredutibilidade de subsídio e inamovibilidade, previstas 
nos seguintes termos:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo 
a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos 
demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, 
e 153, § 2º, I.
Não obstante todas essas garantias estejam asseguradas pelo texto constitucional, so-
mente a inamovibilidade se amolda a peculiar situação dos juízes eleitorais. Chega-se a essa 
conclusão a partir da seguinte análise:
a) Vitaliciedade – os membros de tribunais eleitorais são escolhidos para exercerem um 
mandato de, no mínimo, dois anos e podem ser reconduzidos, por um único período 
subsequente (art. 121, § 2º, CF). Passado esse período, esses membros, necessaria-
mente, deixam de compor a Justiça Eleitoral. Trata-se do princípio da temporariedade 
do exercício das funções eleitorais. Assim, a garantia da vitaliciedade é incompatível 
com o princípio da periodicidade da investidura das funções eleitorais.
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b) Irredutibilidade de subsídios – quem exerce funções de magistrado na Justiça Eleitoral 
não recebe um subsídio. Percebe tão somente uma gratificação de representação pela 
efetiva participação nas sessões de julgamento do tribunal. Se não participam não 
recebem retribuição alguma.
c) Inamovibilidade – essa garantia é compatível com a Justiça Eleitoral e os membros 
desta, no exercício de suas funções, são inamovíveis.
1.7. divisão territoriAl própriA pArA Fins eleitorAis (circunscrições, 
zonAs e seções)
A circunscrição eleitoral revela a abrangência territorial da eleição. Na eleição presidencial 
alcança todo o País; na eleição estadual, o Estado; na eleição municipal, o município.
a) Tribunal Superior Eleitoral – TSE: É o órgão de cúpula da Justiça Eleitoral. Exerce a 
jurisdição eleitoral em todo o País, nos limites de sua competência;
b) Tribunais Regionais Eleitorais – Possuem jurisdição nos limites territoriais de um Es-
tado. A circunscrição eleitoral de um TRE limita-se ao Estado da Federação em que 
possui sua sede;
c) Juízes Eleitorais – O Estado é dividido em zonas eleitorais, nas quais os juízes eleito-
rais exercem as funções eleitorais.
Para melhor prestar a jurisdição, a circunscrição eleitoral é dividida em zonas eleitorais. 
A depender do número de eleitores, essas zonas eleitorais podem abranger mais de um muni-
cípio e vice-versa. Noutro falar, município com grande número de eleitores comporta mais de 
uma zona eleitoral; municípios com reduzido número de eleitores podem compor uma única 
zona eleitoral.
Você já percebeu que essa especialíssima forma de organização da Justiça Eleitoral – di-
visão em zonas eleitorais levando em consideração o número de eleitores – não segue a di-
visão em comarcas adotada pela Justiça Comum. Assim, podem existir comarcas com mais 
de uma zona e vice-versa.
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DIREITO ELEITORAL
No município do Rio de Janeiro, por exemplo, temos várias zonas eleitorais e vários Ju-
ízes Eleitorais, fato este perfeitamente adequado ao grande número de eleitores existentes, 
haja vista a impossibilidade fática da organização dessa massa de eleitores por apenas um 
magistrado.
Ao contrário, em municípios minúsculos, com uma quantidade muito pequena de elei-
tores, é comum a junção desses municípios em apenas uma zona eleitoral, vinculada a um 
único Juiz Eleitoral.
No período 2017/2018, eu, Weslei Machado, atuei como Promotor Eleitoral na 50ª Zona 
Eleitoral do Estado do Amazonas, cuja sede do cartório está localizada no Município de Juruá. 
Essa zona eleitoral tem 71061 eleitores. Assim, nesse município, há a apenas uma zona elei-
toral em que atuam um juiz eleitoral e um promotor eleitoral.
Por fim, temos a seção eleitoral, que nada mais é do que uma subdivisão da zona. Trata-
-se da menor unidade na divisão eleitoral, onde, na prática, os eleitores votam.
1.8. irrecorriBilidAde de suAs decisões
Os feitos eleitorais são julgados pela Justiça Eleitoral com caráter de definitivi-
dade. Assim, em regra, não cabem recursos das decisões do TSE, salvo aqueles dirigidos ao 
STF, nas hipóteses expressamente previstas no art. 121, § 3º da CF.
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta 
Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.
Nota-se, portanto, que o TSE é o órgão de cúpula da Justiça Eleitoral, a quem cabe decidir 
definitivamente sobre a matéria eleitoral infraconstitucional. São passíveis de recurso, no en-
tanto, decisões que violam diretamente o texto constitucional – cabe recurso extraordinário 
ao STF – ou aquelas proferidas pelo TSE, em sua competência originária, em que denegada 
a ordem em mandado de segurança ou habeas corpus – neste caso o apelo a ser dirigido ao 
STF é o recurso ordinário.
1 http://www.tre-am.jus.br/eleicoes/eleitorado-do-amazonas, acessado em 14/4/2018, às 15h06
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2. Funções dA JustiçA eleitorAl
A Justiça Eleitoral é um ramo do Poder Judiciário da União que, além da função jurisdi-
cional típica, possui, ainda, de forma típica, as funções administrativa, regulamentar e con-
sultiva.
2.1. Função JurisdicionAl
A função jurisdicional da Justiça Eleitoral se circunscreve ao julgamento de matérias que 
estão sob a tutela normativa do Direito Eleitoral.
De acordo com Zilio (p. 37):
A atividade julgadora da Justiça Eleitoral ocorre através da resolução de conflitos na esfera espe-
cializada, precipuamente através do julgamento das ações eleitorais (lato sensu).
Essa regra, contudo, possui exceções. Fique atento(a) a duas delas: a primeira se refere a 
questões internas dos partidos políticos e suas relações com os filiados, que tenham reflexos 
no pleito eleitoral, como por exemplo, no registro de candidatura.
Muito embora os partidos possuam, nos termos do art. 17, §1º, da CF/1988, autonomia 
para definir regras sobre sua organização e funcionamento, e, em regra, a Justiça Comum 
Estadual seja a competente para solucionar, por meio da aplicação de regras de Direito Par-
tidário, eventuais litígios no âmbito interno dessas agremiações, o TSE já decidiu que se os 
reflexos desses conflitos atingirem o pleito, a competência passa a ser da Justiça Eleitoral. 
Confira precedentes:
A Justiça Eleitoral não detém competência para apreciar feitos em matérias respeitan-
tes a conflitos envolvendo partidos políticos e seus filiados, quando estas não tenham 
reflexo no prélio eleitoral. (TSE, AgR/AI n. 70-98, Rel. Min. Luiz Fux, DJE de 23/06/2015). 
Conquanto as questões envolvendo órgãos partidários constituam matéria interna cor-
poris dasagremiações, a Justiça Eleitoral tem competência para examinar os efeitos 
daí decorrentes que se relacionam aos processos de registro de candidatura. (REspe n. 
183-51, Rel. Min. Dias Toffoli, PSESS de 25.10.2012). É competência de a Justiça Eleito-
ral analisar controvérsias sobre questões internas das agremiações partidárias quando 
houver reflexo direto no processo eleitoral, sem que esse controle jurisdicional interfira 
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na autonomia das agremiações partidárias, garantido pelo art. 17, § 1º, da CF. (AgR/
REspe n. 26.412, Rel. Min. Cesar Rocha, de 20/9/2006)
A outra exceção refere-se às ações sobre perda de mandato por infidelidade 
partidária, regulamentada pela Res.-TSE n. 22.610. Ainda que o instituto infidelidade 
partidária não tenha liame algum com o Direito Eleitoral e refira-se ao vínculo entre o candi-
dato eleito (para cargo majoritário) e o seu partido político, no julgamento do MS n. 26.002, 
o STF decidiu que essas lides são da competência da Justiça Eleitoral.
Mais adiante vamos estudar com detalhes a competência dos órgãos da Justiça Elei-
toral. Nesse estudo, você verá que, ainda que a matéria seja de competência dessa Justiça 
especializada, vez ou outra, a resolução de conflitos exige a aplicação supletiva e subsidiária 
de outros diplomas normativos, tais como o Código de Processo Civil, o Código de Processo 
Penal, o Código Civil etc.
2.2. Função AdMinistrAtivA
Sem prejuízo do exercício da função administrativa atípica, comum a todos os ramos do 
Poder Judiciário que cuidam da organização e funcionamento dos seus tribunais, a Justiça 
Eleitoral exerce a chamada função administrativa típica, que se consiste na administração 
das eleições e do cadastro de eleitores no Brasil. Em razão dessa especificidade, esse é o 
único ramo do Poder Judiciário que possui função administrativa de forma típica. Segundo 
Zilio (p. 36):
A atividade administrativa da Justiça Eleitoral se revela pela organização e administração do pro-
cesso eleitoral (lato sensu). Assim, é atribuição da Justiça Eleitoral a administração do cadastro de 
eleitores, procedendo aos atos de alistamento e transferência, revisão do eleitorado, designação 
de locais de votação, criação das seções eleitorais e Zonas Eleitorais, nomeação e convocação de 
mesários e escrutinadores
Não confunda essa função administrativa típica da Justiça Eleitoral relacionado à organiza-
ção e administração das eleições com:
a) função administrativa atípica – essa função é realizada por todos os órgãos da Admi-
nistração Pública, inclusive os tribunais. Consiste na organização interna dos serviços 
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administrativos, como por exemplo a contratação de mão-de-obra de atividades meio, 
a concessão de benefícios a servidores etc.
b) função jurisdicional em processos administrativos – trata de função jurisdicional típi-
ca de qualquer tribunal, na qual a matéria de natureza administrativa é submetida ao 
crivo do Poder Judiciário, como por exemplo pedido de cancelamento de registro de 
partido político.
2.2.1. Poder de Polícia como Manifestação da Atividade Administrativa
O poder de polícia pode ser definido como o poder/dever atribuído aos órgãos da Justiça 
Eleitoral para fiscalizar e impedir a continuidade de veiculação de propaganda em desconfor-
midade com a lei (art. 41, §§ 1º e 2º, da Lei n. 9.504/1997). É caracterizado como atividade 
tipicamente administrativa da Justiça Eleitoral, prevista no art. 41 da Lei n. 9.504/1997.
Nessa atuação, os juízes eleitorais estão autorizados a notificar os candidatos a retirar de 
circulação propagandas eleitorais irregulares, ou a depender da natureza do artefato propa-
gandístico, proceder sua imediata retirada.
Por ser uma atividade administrativa, não cabe ao juiz eleitoral iniciar, de ofício, o procedi-
mento judicial para sancionar o candidato, mas sim encaminhar a notícia do ilícito ao Minis-
tério Público para que este, se assim entender, apresente uma representação por propaganda 
irregular junto ao juiz competente.
Mais à frente, na aula de propaganda eleitoral, vamos estudar com mais detalhes o poder 
polícia. Por enquanto, note apenas que se trata de uma atividade característica da função 
administrativa da Justiça Eleitoral.
2.2.2. Não Submissão em Matéria Administrativa Eleitoral ao Conselho 
Nacional de Justiça
A Justiça Eleitoral é um ramo do Poder Judiciário da União que possui, além da função 
jurisdicional, as funções regulamentar, consultiva e administrativa. Esta última se revela na 
expedição de atos administrativos relacionado à realização das eleições.
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Nos termos do art. 103-B, §4º, da CF/1988, compete ao Conselho Nacional de Justiça – 
CNJ o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento 
dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem 
conferidas pelo Estatuto da Magistratura. Logo, era de se esperar que o TSE se submetesse 
ao controle do aludido conselho no exercício de sua função administrativa.
Todavia, o TSE já decidiu que o Conselho Nacional de Justiça – CNJ não possui compe-
tência em matéria administrativa eleitoral, cuja atribuição é exclusiva da Justiça Eleitoral.
No julgamento do PA n. 2333-74, de 26/8/2010, da relatoria do Ministro Ricardo Lewan-
dowski, que cuidava da legalidade das requisições de pessoal no âmbito da Justiça Eleitora 
em face da Resolução n. CNJ 8812009, o eminente relator consignou que:
O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral, ao examinar a atuação do CNJ em face da Jus-
tiça Eleitoral, tem repelido a indevida interferência desse órgão administrativo nos tra-
balhos desta Justiça Especializada. Assento, pois, que o CNJ, ao se imiscuir na adminis-
tração da Justiça Eleitoral, invade, por consequência, a competência privativa, exclusiva, 
que o Poder Constituinte Originário confiou aos órgãos desta Justiça Especializada para 
dirigir as eleições.
(PA n. 2333-74, Min. Rel. Ricardo Lewandoski, j. 26/8/2010)
No mesmo sentido, o TSE decidiu pela não interferência do CNJ nas seguintes matérias: 
a) regulamentação, pelo CNJ, da prestação jurisdicional ininterrupta, por meio de plantão per-
manente dos juízes eleitorais; e b) pagamento de auxílio-alimentação a mesários.
Em todos esses casos, ficou assentado que o conteúdo das resoluções do TSE em ma-
téria administrativa eleitoral não se orienta por àquelas expedidas pelo CNJ, podendo, por 
vezes, contrariá-las.
2.3. Função reGulAMentAr
A função regulamentar da Justiça Eleitoral se perfaz na autorização dada ao TSE para ex-
pedir instruções para a fiel execução das leis eleitorais, nos termos do art. 1º e 23, IX, ambos 
do CE e art. 105 da Lei n. 9.504/1997, que transcrevemos:
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Lei n. 4.737/1965
Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos 
políticos precipuamente os de votar e ser votado.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel execução.
(...)
Art. 23 – Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
(...)
IX – expedir asinstruções que julgar convenientes à execução deste Código;
Lei n. 9.504/1997
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter 
regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, 
poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em 
audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos.
A atuação do TSE pode se dirigir a regulamentar lei eleitoral já editada ou, na omissão do 
poder legislativo, excepcionalmente colmatar (preencher) o ordenamento jurídico.
Regulamentando lei existente, o órgão de cúpula da Justiça Eleitoral não pode restringir 
direitos ou criar sanções distintas daquelas previstas em lei, conforme proibição expressa 
no art. 105 da Lei n. 9.504/1997, razão pela qual devem ser editadas secundum ou praeter 
legem. A esse respeito, Marcos Ramayana ensina que (p. 83):
Com efeito, ressalte-se que, no exercício dessa função consultiva, a Justiça Eleitoral não pode 
restringir direitos, nem criar obrigações, sob pena de afronta ao princípio da legalidade. Com efeito, 
somente lei poderá impor restrições a direitos ou exigir condutas.
No mesmo sentido, a jurisprudência do TSE:
As Instruções baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral se destinam a regulamentar a lei ou suprir-
-lhe omissões, não devendo jamais ser interpretadas contrariamente ao que nela se contém.
(INST n. 353/DF, rel. Min. Afrânio Antônio da Costa, PSESS 2/9/1955)
A edição de resoluções pelo TSE que inovem no ordenamento jurídico, pelo seu cará-
ter excepcionalíssimo, devem obrigatoriamente, na linha da jurisprudência do STF, observar 
cumulativamente os seguintes requisitos:
a) a matéria seja relevante e urgente;
b) deve haver omissão do Congresso Nacional no exercício de sua função legislativa.
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Nesse caso, em razão do seu caráter substitutivo-temporário, essas resoluções somente 
produzirão efeitos até que o Poder Legislativo, titular da função legiferante, cumpra com o seu 
dever constitucional de legislar.
Ademais, seus dispositivos normativos podem ser questionados por meio da Ação Di-
reta de Inconstitucionalidade perante o STF, como recentemente ocorreu com a Res.-TSE n. 
22.610/2007 e 22.733/2008.
O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento dos Mandados de Segurança 26.602, 
26.603 e 26.604 reconheceu a existência do dever constitucional de observância do princípio da 
fidelidade partidária. Ressalva do entendimento então manifestado pelo ministro-relator. 4. Não 
faria sentido a Corte reconhecer a existência de um direito constitucional sem prever um instru-
mento para assegurá-lo. 5. As resoluções impugnadas surgem em contexto excepcional e tran-
sitório, tão-somente como mecanismos para salvaguardar a observância da fidelidade partidária 
enquanto o Poder Legislativo, órgão legitimado para resolver as tensões típicas da matéria, não se 
pronunciar. 6. São constitucionais as Resoluções 22.610/2007 e 22.733/2008 do Tribunal Superior 
Eleitoral. Ação direta de inconstitucionalidade conhecida, mas julgada improcedente. (ADI n. 3.999, 
DJe de 17/4/2009)
2.4. Função consultivA
Segundo Carlos Mário da Silva Velloso e Walber de Moura Agra (2010, p. 401), as consul-
tas no âmbito eleitoral podem assim ser definidas:
consultar é descrever uma situação, estado ou circunstância de forma genérica, para permitir a sua 
utilização posterior de maneira sucessiva e despersonalizada, com o propósito de revelar dúvida 
razoável e inespecífica, em face de eventual lacuna ou obscuridade legislativa ou jurisprudencial, 
desde que não se configure antecipação de julgamento judicial.
No âmbito da Justiça Eleitoral, o TSE e os tribunais regionais eleitorais são competentes 
para, em matéria eleitoral, responder consultas que lhes forem feitas em tese por autoridade 
com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político, nos termos do art. 23, XII, c.c., 
art. 30, VIII, ambos do CE. Confira os dispositivos legais:
Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade 
com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político;
(...)
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Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:
VIII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade 
pública ou partido político;
2.4.1. Finalidade
O objetivo da função consultiva da Justiça Eleitoral é explicitar o entendimento dos tribu-
nais eleitorais – juízes e juntas eleitorais não são competentes para responder consultas – 
sobre determinada matéria eleitoral, a fim de esclarecer eventuais dúvidas e, com isso, guiar, 
com segurança, o comportamento dos agentes políticos durante o processo eleitoral.
A ideia de esclarecer dúvidas e antecipar comportamentos é a chave para entender a 
função consultiva. Isso tanto é verdade que as consultas somente são respondidas pelos tri-
bunais eleitorais até o início do microprocesso eleitoral, ou seja, até o termo inicial para reali-
zação das convenções partidárias. Depois desse prazo, se ainda restar dúvida sobre determi-
nada matéria, a solução se apresentará somente na análise do caso concreto. Nesse sentido:
CONSULTA. FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA (FEFC). RECUR-
SOS. PROPAGANDA ELEITORAL GRATUITA NO RÁDIO E NA TELEVISÃO. TEMPO. DIS-
TRIBUIÇÃO. PROPORCIONALIDADE. CANDIDATURAS POR GÊNERO. ELEIÇÃO MAJORI-
TÁRIA. CHAPA. VICE¿PRESIDENTE DA REPÚBLICA, VICE¿GOVERNADOR, VICE¿PREFEITO 
E SUPLENTE DE SENADOR. PROCESSO ELEITORAL. INÍCIO. CONSULTA. NÃO CONHECI-
MENTO.
1. Iniciado o processo eleitoral, com a realização das convenções para escolha de can-
didatos e deliberação sobre coligações, não se conhece de consulta, pois a eventual 
resposta à indagação poderá resultar em pronunciamento sobre caso concreto. Prece-
dentes.
2. Consulta não conhecida.
(Cta N. 0600561-39/DF, Rel. Min. Admar Gonzaga, DJE de 25/9/2018)
2.4.2. Objeto
Os tribunais eleitorais respondem somente a consultas realizadas em tese e sobre maté-
ria exclusivamente eleitoral.
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A formulação em tese é exigência que visa impedir que o tribunal se manifeste, sem a ob-
servância do devido processo legal, sobre casos que estão na iminência de serem apreciados 
pela Justiça Eleitoral. Confira um precedente:
CONSULTA. VACÂNCIA DE CARGOS DO PODER EXECUTIVO. MOMENTO EM QUE AS ELEI-
ÇÕES PARA SUPRI-LOS PODERÁ SER FEITA NA FORMA INDIRETA – INTERPRETAÇÃO 
DOS ART. 81 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E 224, §§ 3º E 4º, INCISO I, DO CÓDIGO ELEI-
TORAL. MATÉRIA QUE PODERÁ SER ANALISADA NO CASO CONCRETO. NÃO CONHECI-
MENTO.
1. Pretende-se, nas questões formuladas nesta consulta, que este Tribunal se pronuncie, 
de forma direta ou indireta, a respeito de matéria a qual poderá ser analisada caso pro-
vidas ações que aqui tramitam.
2. Não se conhece de consulta quando a eventual resposta redundar, em última análise, 
em manifestação acerca de conjuntura concreta. Precedente.
3. Consulta não conhecida.
(CTA n. 115-56/DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJE de 22/6/2016)
Além da formulação em tese, a Consulta para ser conhecida deve versar sobre matéria 
eleitoral e, portanto, afeta à competência da JustiçaEleitoral.
Nesse sentido, o TSE não conheceu de Consulta sobre a fixação do número de Vereadores 
por se tratar de matéria de competência da Justiça Comum:
2. De acordo com a jurisprudência do STF, a fixação do número de Vereadores é com-
petência da Câmara Municipal, por intermédio de lei orgânica (AgR-RE 391.827/MG, 
Rel. Min. MARCO AURÉLIO, de 22.4.2016). Eventuais impugnações judiciais referentes 
à matéria devem, em princípio, ser resolvidas na Justiça Comum, pois a competência 
desta Justiça Especializada nesta seara é atraída somente no caso de afetação do pro-
cesso eleitoral. Assim, a matéria, objeto da consulta, é estranha à competência da Jus-
tiça Eleitoral.
3. Consulta não conhecida.
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De igual, o TSE não conheceu do questionamento sobre matéria interna corporis de parti-
do político, matéria de competência da Justiça Comum. Confira:
2. Não compete ao Tribunal Superior Eleitoral responder consulta sobre “a democracia 
interna dos partidos políticos”, precisamente acerca da necessidade de distribuição iso-
nômica e proporcional dos recursos do fundo partidário dentro da agremiação, enquanto 
matéria interna corporis ao partido político (art. 23, XII, do Código Eleitoral). Precedentes.
3. Matéria não conhecida.
Por meio de Consulta, também não pode ser conhecida matéria administrativo-financeira, 
como já decidiu o TSE ao apreciar questionamento sobre o pagamento de auxílio-moradia a 
membros da classe dos juristas. Confira:
CONSULTA. PRESIDENTE DE TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL. ILEGITIMIDADE ATIVA. 
MATÉRIA ADMINISTRATIVA. PAGAMENTO DE AUXÍLIO MORADIA A MEMBROS DA 
CLASSE DE JURISTAS. NÃO CONHECIMENTO.
1. Nos termos do art. 23, XII, do Código Eleitoral, compete ao Tribunal Superior Eleito-
ral responder às consultas formuladas por autoridade com jurisdição federal ou órgão 
nacional de partido político sobre matéria eleitoral.
2. No caso dos autos, a consulta foi formulada por Presidente de Tribunal Regional Elei-
toral, o qual não detém legitimidade ativa.
3. Ademais, também não se conhece de consulta que envolva matéria administrativo-fi-
nanceira, tal como na espécie.
4. Consulta não conhecida.
(CTA n. 165-19/DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJE de 10/6/2015)
2.4.3. Legitimidade Ativa
As Consultas eleitorais somente podem ser formuladas perante o TSE por autoridade com 
jurisdição federal ou órgão nacional de partido político.
Nesse passo, o TSE já decidiu que devem ser não conhecidas consultas formuladas, entre 
outros, por:
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DIREITO ELEITORAL
a) Presidente de TRE (CTA n. 165-19/DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJE de 
10/6/2015);
b) Presidente de Tribunal de Justiça Estadual (CTA n. 1893-32/DF, Rel. Min. João Otávio 
de Noronha, DJE de 9/3/2015);
c) Partido político sem registro no TSE (CTA 1691/DF, Min. Rel. Marcelo Ribeiro, DJE de 
21/9/2009)
Contudo, o TSE tem sido flexível na análise deste requisito legal para conhecer, como Pro-
cesso Administrativo, Consultas quando a matéria objeto do questionamento for considerada 
de grande importância.
Assim, conheceu, como Processo Administrativo, de Consulta formulada pela Procura-
doria da Fazenda Nacional que formulou questão sobre a recuperação de créditos da União 
decorrentes de desaprovação de contas. Confira:
CONSULTA RECEBIDA COMO PROCESSO ADMINISTRATIVO. RECUPERAÇÃO DE CRÉ-
DITOS DA UNIÃO DECORRENTES DE DESAPROVAÇÃO DE CONTAS PARTIDÁRIAS. ILE-
GITIMIDADE DA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL. CARÁTER JURIS-
DICIONAL DO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. PROCEDIMENTO. ART. 61 DA 
RESOLUÇÃO-TSE N. 23.464/2015. COMPETÊNCIA DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO. 
MATÉRIA DEVIDAMENTE REGULAMENTADA.
1. Consulta feita pelo TRE, recebida como processo administrativo devido à relevância 
da matéria.
(CTA n. 116-75/MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJE de 7/3/2016)
A legitimidade para formular Consulta aos TREs se circunscreve à autoridade pública ou 
partido político de qualquer esfera de Poder – municipal, regional ou federal.
2.4.4. Requisitos Jurisprudenciais
Além dos requisitos expressos na norma de regência, a jurisprudência do TSE se con-
solidou no sentido de exigir outros requisitos para o conhecimento de Consultas eleitorais, 
as quais devem ser não conhecidas quando:
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a) a questão formulada for inespecífica, de modo a permitir multiplicidades de respostas 
(CTA n. 0600193-93/DF, Rel. Min. Edson Fachin, DJE de 9/8/2019);
b) Versar sobre matéria que já foi objeto de pronunciamento do tribunal em caso concreto 
(CTA n. 0600288-26/DF, Rel. Min. Edson Fachin, DJE de 29/8/2019)
c) Versar sobre matéria que não vigora no ordenamento jurídico (CTA n. 0602999-72/DF, 
Rel. Min. Admar Gonzaga, DJE de 15/3/2018);
d) Versar sobre matéria que estiver sob análise do STF (CTA n. 0602250-55/DF, Rel. Min. 
Napoleão Nunes Maia Filho, DJE de 17/8/2017)
2.4.5. Efeito Vinculante
Outro ponto relevante, é saber se as respostas dos tribunais eleitorais em Consultas têm 
efeito vinculante, ou seja, se a solução dos casos concretos que se seguirem à resposta dada 
pelo tribunal deve necessariamente com ela guardar estreita consonância.
A pacífica jurisprudência do TSE sempre se posicionou no sentido de não atribuir efeito 
vinculante às consultas. Ademais, a resposta do tribunal em Consulta é ato normativo em 
tese, sem efeitos concretos, por se tratar de orientação desprovida de força executiva com 
referência a situação jurídica de qualquer pessoa em particular (MS n. 3710/DF, Rel. Min. 
Caputo Bastos, DJ de 16.6.2018). No mesmo sentido:
4. As respostas às consultas não têm caráter vinculante, mas tão somente sinalizam 
orientação sobre determinado tema, sem qualquer força executiva, não sendo o meio 
adequado para pleitear autorização para prática de ato administrativo.
(CTA n. 0600010-59/DF, Rel. Min. Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, DJE 3.4.2018)
A matéria, contudo, voltou a entrar em ebulição com a edição, em 25.4.2018, da Lei n. 
13.655/2018, conhecida como Lei Anastasia, que alterou a Lei de Introdução ao Direito bra-
sileiro.
A redação do art. 30, parágrafo único estabelece que:
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Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das 
normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em rela-
ção ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão. (grifo nosso).
A discussão está em aberto no TSE, mas, atualmente, está mantido o entendimento de 
que as Consultas não possuem efeito vinculante. Qualquer alteração atualizaremos imedia-
tamente o material de estudo.
3. triBunAl superior eleitorAl
O Tribunal Superior Eleitoral, órgão de cúpula da Justiça Eleitoral, é formado por, no mí-
nimo, sete membros e representa a instância especial ou extraordinária da Justiça Eleitoral.
3.1. sede e Jurisdição do tse
O TSE possui sede na capital da República. Trata-se de uma determinação do art. 12, inc. 
I, do Código Eleitoral. Isso significa que o local físico, o prédio no qual os ministrosdo TSE se 
reúnem para decidir as questões eleitorais, está situado, atualmente, em Brasília.
Caso a capital da República seja mudada, o local da sede do TSE também será alterado, 
tendo em vista que o CE dispõe que a sede deve ser na capital da República, e não necessa-
riamente em Brasília. Lembre-se de que até 1960 a sede do TSE era no Rio de Janeiro, pois lá 
era a capital da República. Com a mudança da capital para Brasília, mudou-se, por disposição 
regimental, também a sede do Tribunal.
Apesar de ter sua sede na capital da República, o TSE exerce sua jurisdição em todo o país.
Inicialmente, esclarecemos que jurisdição nada mais é do que o poder/dever de dizer o 
direito.
Ora, então isso significa que o TSE pode apreciar originariamente qualquer matéria eleito-
ral decorrente de fatos relacionados com o Direito Eleitoral ocorridos com qualquer cidadão, 
em qualquer lugar do país? É claro que não!
Na verdade, o Código Eleitoral, em seu art. 12, inc. I, dispôs menos do que deveria. A pre-
ocupação do dispositivo legal foi a de não limitar geograficamente a atuação do TSE nas 
matérias de sua competência.
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Um candidato a governador pelo Estado do Amazonas pratica atos de captação ilícita de 
sufrágio – compra de voto – no município X daquele Estado. A competência originária para 
apreciar essa matéria não é do TSE, mas sim do TRE do Estado do Amazonas. O TSE poderá 
eventualmente apreciá-la em grau de recurso, mas nunca de forma originária.
No mesmo município X do Estado do Amazonas, um candidato a Presidente da República pra-
tica atos de captação ilícita de sufrágio. De quem é a competência, do TRE ou do TSE? Agora, 
você vai entender por que afirmamos que o dispositivo legal de regência disse menos do que 
deveria.
O TSE é competente para processar e julgar o registro de candidatos a Presidente e Vice-Pre-
sidente da República (veremos isso com detalhes mais adiante). É também competente para 
apreciar quaisquer atos desses candidatos que atentem contra a legislação eleitoral. Desse 
modo, se um candidato a Presidente da República compra votos de eleitores, não importa em 
que lugar do País, o TSE é o órgão competente para apreciar a matéria.
Com efeito, podemos afirmar que o TSE tem jurisdição em todo país, mas desde que a matéria 
seja de sua competência.
3.2. coMposição do tse
Segundo o art. 119 da Constituição Federal, o TSE compõe-se de, no mínimo, sete minis-
tros: três escolhidos entre os ministros do STF; dois entre os ministros do STJ; e dois entre 
advogados.
O TSE, em votação pelo plenário, escolhe seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os 
ministros provenientes, e o Corregedor-Geral, dentre os ministros do STJ. do STF. Confira o 
dispositivo constitucional:
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
– por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber 
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre 
os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior 
Tribunal de Justiça.
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Note que não há representante do Ministério Público na composição do TSE. Na verdade, 
como você verá mais adiante, também nos TREs essa ausência é sentida. Assim, não há falar 
em quinto constitucional no âmbito da Justiça Eleitoral.
3.3. AlterAção dA coMposição do tse
A expressão constitucional “no mínimo”, contida no art. 119 da CF/1988, autoriza que se 
aumente o número de membros do TSE. Não permite, de outro modo, a sua diminuição.
Mas como e qual instrumento legal deve ser utilizado para modificar a composição 
do TSE?
Não será necessária a edição de uma emenda à Constituição, pois se a própria Carta 
Magna estabelece que a composição é mínima (art. 119), já há uma permissão para que o 
legislador infraconstitucional faça a alteração.
Na legislação infraconstitucional (aquela que é hierarquicamente inferior à Constituição) 
temos duas possibilidades: lei ordinária ou lei complementar.
Uma leitura do art. 96, inc. I, alínea “b”, combinado com o art. 121, ambos da Constituição 
Federal, revela-nos que essa alteração só pode ser feita por meio de lei complementar de ini-
ciativa privativa do TSE. Veja a redação dos dispositivos referidos:
Art. 96. Compete privativamente: (...)
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao 
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
(...)
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que 
lhes for em vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive 
dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
(...)
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes 
de direito e das Juntas Eleitorais.
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3.4. escolHA de Ministros eFetivos do tse
Existem, além das normas constitucionais, duas resoluções do TSE que tratam da matéria:
a) Res.-TSE n. 20.958/2001, que regula a investidura e o exercício dos membros dos tri-
bunais eleitorais e o término dos respectivos mandatos;
b) Res.-TSE n. 23.517/2017, que dispõe sobre a lista tríplice para preenchimento das va-
gas de juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais, na classe dos advogados.
Note que a primeira delas, a Res.-TSE n. 20.958/2001, cuidava da investidura de membros 
dos TREs oriundos de todas as classes. Posteriormente, em 2017, o TSE editou a Res.-TSE 
n. 23.517, que tratou especificamente da classe dos advogados e, com isso, revogou pon-
tos específicos a respeito da escolha dos membros dessa classe, contidos na Res.-TSE n. 
20.958/2001.
Para fins didáticos, vamos dividir o estudo do processo de escolha dos ministros do TSE 
em duas partes. A primeira se refere aos ministros da classe do STF e STJ; a segunda, mira os 
ministros da classe dos advogados/juristas.
3.4.1. Ministros Efetivos do TSE das Classes do STF e STJ
Nos termos do art. 119 da CF/1988, na composição do TSE temos três ministros prove-
nientes do STF e dois oriundos do STJ. Todos eles escolhidos em eleição, pelo voto secreto, 
nos seus respectivos tribunais. Confira o dispositivo de regência:
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
Nos termos do art. 11, da Res.-TSE n. 20.958/2001, o processo de escolha se inicia em até 
vinte dias antes do término do biênio do ministro das classes de magistrado, ou imediatamente 
depois da vacância do cargo por motivo diverso. No primeiro ato, o presidente do TSE convocará 
o Tribunal competente para a escolha, STJ ou STF, esclarecendo, naquele caso, se se trata de 
primeiro ou de segundo biênio.
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Devidamente cientificado da vaga, o tribunal de origem – STJ ou STF – fará a escolha, por 
meio de votação, por escrutínio secreto, o que permite, em tese, que qualquer um dos minis-
tros do STF ou STJ, independentemente de ser o mais “novo” ou mais “antigo” (não estou fa-
lando de idade, mas sim de tempo de atuação no Tribunal), pode ser eleito para compor o TSE.
No STJ, há um “acordo de cavalheiros” entre os ministros para que na eleição, por voto 
secreto, seja obedecida a ordem de antiguidade do Tribunal.
No STF, a eleição, por voto secreto, tem como parâmetro proposta aprovada, na Sessão 
Administrativa de 30.5.2018, nos seguintes termos:
O Ministro Ricardo Lewandowski apresentou proposta de estabelecimento de critérios 
objetivos para as eleições que visam o preenchimento de vagas de Ministro Substituto no 
Tribunal Superior Eleitoral. Para tanto, propôs a observância dos critérios: i) ineditismo 
e ii) quantidade de mandatos exercidos, respeitando-se, em ambos os casos, o critério 
da antiguidade dos Ministros a serem considerados para o cargo. O Ministro Celso de 
Mello propôs que a votação para o atual cargo vago de Ministro Substituto do Tribunal 
Superior Eleitoral seguisse os critérios de costume, sendo que a nova regra proposta 
seria aplicada para as eleições subsequentes. O Ministro Dias Toffoli sugeriu acrescer, 
ainda, o tempo de afastamento da jurisdição eleitoral, respeitada a antiguidade, como 
critério adicional para a votação. A proposta apresentada pelo Ministro Ricardo Lewa-
ndowski, combinada com as achegas apresentadas pelos Ministros Celso de Mello e 
Dias Toffoli, foi aprovada, pela maioria. O Ministro Marco Aurélio votou pela manutenção 
do sistema tradicional de votação, fazendo juntada de manifestação escrita. O Ministro 
Edson Fachin, em que pese ter acompanhado a maioria, deixou consignado que, nos 
termos do art. 119 da Constituição da República, as vagas em questão são preenchidas 
por um processo de eleição, o que significa um processo de votação que prescindiria de 
critério, sendo necessário apenas o entendimento do colegiado.
A despeito de haver um “acordo de cavalheiros” no STJ e uma decisão administrativa a 
guiar a escolha do STF, em ambos os tribunais a escolha se dá nos exatos termos do art. 119 
da CF: eleição pelo voto secreto. É isso que importa para fins de concurso público.
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Por fim, note que a norma constitucional não prevê a participação do Presidente da Repú-
blica no processo de escolha dos ministros das classes do STF e do STJ.
3.4.2. Ministros efetivos do TSE da classe dos advogados
Compete ao Presidente da República nomear dois ministros do TSE da classe dos advo-
gados, escolhidos dentre seis advogados de notável saber jurídico e reputação ilibada, indi-
cados em lista tríplice pelo STF, nos termos do art. 119 da CF/1988:
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
(...)
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber 
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Atente-se, ainda, para o seguinte fato: a CF/1988 não se refere à lista sêxtupla. A menção 
a seis advogados se deve ao fato de haver duas vagas para esta classe. Na verdade, para cada 
uma dessas vagas, o STF encaminha uma lista tríplice ao Presidente da República, para que 
este proceda à nomeação. Ainda que haja simultaneamente duas vagas de ministros em aber-
to, o STF encaminhará duas listas tríplices, independentes entre si, ao Presidente da República, 
e não uma lista sêxtupla.
3.4.2.1. Elaboração da Lista Tríplice
Por analogia, deve-se aplicar o art. 2º, da Res.-TSE n. 23.517/2017. Assim, em até noventa 
dias antes do término do biênio do juiz a ser substituído, ou imediatamente depois da vacância 
do cargo por motivo diverso, o presidente do TSE notificará o STF para a indicação de advoga-
dos em ordem de classificação na lista tríplice.
Cientificado, o STF, por meio de eleição, elabora a lista tríplice de advogados pleiteantes ao cargo 
de juiz do TSE, que será levada à apreciação do Presidente da República.
Essa lista é elaborada única e exclusivamente pelo STF, sem qualquer participação da 
OAB. Nesse sentido, veja o seguinte julgado:
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Tribunal Regional Eleitoral. Juízes da classe de Advogados. Artigos 120, § 1º, inc. III, 
e 94, parágrafo único, da Constituição. Compete exclusivamente ao Tribunal de Justiça 
do Estado a indicação de advogados, para composição de Tribunal Regional Eleitoral, 
nos termos do art. 120, § 1º, inc. III, da Constituição, sem a participação, portanto, do 
órgão de representação da respectiva classe, a que se refere o parágrafo único do art. 94, 
quando trata da composição do quinto nos Tribunais Regionais Federais, dos Estados, 
do Distrito Federal e Territórios.
(MS n. 21.060, Min. Rel. Sydney Sanches, DJ de 23.8.1991)
Na sequência, o Presidente da República escolhe entre os nomes listados o membro 
do TSE. 
Uma vez elaborada a lista tríplice pelo STF, o Presidente da República não poderá recusá-
-la, sendo que sua escolha deve recair, obrigatoriamente, entre um dos advogados que nela 
constarem. Trata-se de ato complexo, do qual não cabe qualquer recurso.
3.4.2.2. Requisitos Constitucionais para Participar da Lista Tríplice
Nos termos do art. 119, II, do CE, os requisitos são:
ser advogado;
ter notável saber jurídico;
idoneidade moral.
O indicado deve necessariamente ser advogado. A regularidade da inscrição na OAB se com-
prova pela existência de número de ordem ativo naquela autarquia especial.
A idoneidade moral deve ser deve ser verificada de modo rigoroso, a partir de circunstân-
cias da vida do indivíduo, reveladoras de padrões de comportamento – notadamente ligados 
à honestidade, à aptidão e à competência – que permitam a ele se investir no cargo público 
pretendido (LT n. 301-79/MT, DJE de 24/11/2017). Na prática, essa comprovação se faz por 
meio de certidões, as quais, juntadas aos autos da lista tríplice, comprovam objetivamente o 
requisito requerido.
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De outro modo, o notável saber jurídico é um conceito indeterminado, sobre o qual recai 
uma análise subjetiva por parte do STF.
3.4.2.3. Incompatibilidade com o Exercício do Cargo
Os ministros do TSE da classe dos advogados podem continuar o exercício de suas ati-
vidades advocatícias, vedado apenas a atuação nos tribunais eleitorais. Uma das justifica-
tivas é o fato de tais membros, no exercício da magistratura no TSE, receberem 
apenas a gratificação de presença e representação, sendo, portanto, necessário o 
exercício de suas atividades para manter seu padrão de vida.
Sobre a possibilidade de os advogados integrantes de tribunais eleitorais poderem exer-
cer a advocacia, salvo na Justiça Eleitoral, veja o seguinte trecho da ementa do acórdão do 
STF, no julgamento da ADI n. 1.227:
Art. 20, inciso II – incompatibilidade da advocacia com membros de órgãos do Poder 
Judiciário. Interpretação de conformidade a afastar da sua abrangência os membros da 
Justiça Eleitoral e os juízes suplentes não remunerados.
(ADI n. 1127 MC /DF. Min. Rel. Paulo Brossard.Tribunal Pleno. DJ 29.6.01)
3.4.2.4. Quarentena
Além de continuarem advogando durante o exercício da atividade judicante, o TSE decidiu, 
em 8.6.2010, que seus membros, da classe dos advogados, não precisam cumprir, ao término 
de sua atuação no Tribunal, a “quarentena” estabelecida no art. 95, parágrafo único, inc. V, da 
CF, segundo a qual:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: (...)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado: (...)
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorrido três anos do 
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
Portanto, esses ex-membros não precisam esperar três anos para atuar no juízo ou tribu-
nal do qual se afastaram.
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QUESTÃO DE ORDEM. MAGISTRADO ELEITORAL. CLASSE JURISTA. ART. 95, PARÁ-
GRAFO ÚNICO, V, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. A restrição prevista no art. 95, 
parágrafo único, V, da Constituição não se aplica aos ex-membros de Tribunais Eleito-
rais, oriundos da classe dos juristas.
2. Questão de ordem resolvida. (PET n. 3020, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJE de 
4/8/2010)
3.5. escolHA de Ministros suBstitutos do tse
Os ministros substitutos são escolhidos pelo mesmo processo e em número igual para 
cada categoria.
No TSE, tem-se, portanto, três ministros substitutos da classe do STF e dois ministros 
substitutos da classe do STJ.
A escolha dos substitutos em igual número se faz necessária em razão da substituição 
dos membros efetivos obedecer a ordem de antiguidade e a categoria a que estão vinculados. 
A título de exemplo, o ministro substituto mais antigo da classe do STF ocupará temporaria-
mente o cargo, nos casos de vacância, licença ou afastamento de qualquer um dos ministros 
efetivos da classe do STF, até que o efetivo seja escolhido. É o que dispõe o art. 7º da Res.-T-
SE n. 20.958/2001.
Art. 7º Nos casos de vacância do cargo, licença, férias individuais ou afastamento de juiz efetivo, 
será obrigatoriamente convocado, pelo tempo que durar o motivo, juiz substituto da mesma classe, 
obedecida a ordem de antiguidade.
3.6. vedAções à escolHA de Ministros do tse
As vedações as escolhas de ministro do TSE estão expressas no art. 16 do Código Eleito-
ral – CE.
A primeira delas, constante no art. 16, § 1º, do CE, estabelece que não podem fazer parte 
do Tribunal pessoas que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º grau, 
excluindo-se, nesse caso, a que tiver sido escolhida por último. Essa vedação se aplica a to-
dos os membros do TSE, não importando a classe do ministro, se jurista, do STF ou do STJ.
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Para você não ter dúvidas, veja as principais relações de parentesco, com o respecti-
vo grau:
RELAÇÕES DE PARENTESCO POR CONSANGUINIDADE
RELAÇÃO DE PARENTESCO GRAU DE PARENTESCO
PAIS E FILHOS 1º GRAU
IRMÃOS 2º GRAU
NETOS E AVÔS 2º GRAU
BISNETOS E BISAVÔS 3º GRAU
TRINETOS E TRISAVÔS 4º GRAU
TIOS E SOBRINHOS 3º GRAU
PRIMOS 4º GRAU
RELAÇÕES DE PARENTESCO POR AFINIDADE
RELAÇÃO DE PARENTESCO GRAU DE PARENTESCO
GENROS E SOGROS(AS) 1º GRAU
NORAS E SOGROS(AS) 1º GRAU
FILHOS E PADRASTOS 1º GRAU
FILHOS E MADRASTAS 1º GRAU
CUNHADOS 2º GRAU
Vamos a um caso prático:
O Ministro A é nomeado para compor o TSE na classe do STJ. Após algum tempo, seu filho B 
é nomeado ministro do STF e, por eleição, em escrutínio secreto naquela Corte, é escolhido 
para compor o TSE. Isso é possível? Claro que não. Enquanto o Ministro A, da classe do STJ, 
estiver no TSE, seu filho B, ministro do STF, não poderá compor o Tribunal.
Caso o parentesco surja no curso do exercício do mandato – casamento de ministros do 
TSE –, será excluído do tribunal eleitoral o membro mais moderno. Ou seja, exclui-se o que foi 
escolhido por último.
A segunda vedação, expressa no art. 16, §2º, do CE, incide somente sobre os concorren-
tes a membros da classe dos advogados. Segundo o texto normativo, a escolha de ministros 
do TSE na classe dos advogados não pode recair sobre aqueles que se enquadrem em uma 
das seguintes situações:
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a) ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum – cargo em comissão. Por opor-
tuno, destaque-se que, se for servidor ocupante de cargo efetivo, ainda que investido em 
função de confiança, não incide a causa impeditiva. É o caso dos atuais ministros da 
classe dos advogados do TSE, que são Procuradores do Distrito Federal.
b) seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção,
c) seja beneficiário de privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a adminis-
tração pública. Também nessa hipótese, merece atenção o fato de que, se o advogado 
for sócio, diretor ou proprietário de pessoa jurídica contratada pelo Poder Público após 
regular processo licitatório (em que houve igualdade de condições na concorrência), 
não incidirá esse impedimento;
d) exerça cargo eletivo federal, estadual ou municipal.
Essas vedações também se referem à escolha de ministros substitutos.
3.7. QuóruM de deliBerAção do tse
Consoante estabelece o art. 19 do CE, o TSE delibera por maioria de votos, desde que pre-
sentes a maioria de seus membros. Isso quer dizer que, para a instalação de uma sessão de 
julgamento, é imprescindível a presença da maioria absoluta dos membros do TSE, ou seja, 4 
membros.
Assim, preenchido o quórum de instalação da sessão (maioria absoluta), o TSE julgará 
os pedidos que lhes são apresentados pelo voto da maioria dos presentes (maioria simples).
Entretanto, existem determinadas matérias que exigem a presença de todos os membros 
para a discussão e, por consequência, para se julgar dessa ou daquela forma, será exigível a 
maioria absoluta dos votos. Quais são essas matérias?
Segundo o parágrafo único do art. 19 do Código Eleitoral, só poderão ser tomadas com a 
presença de todos os membros do TSE as decisões sobre:
a) interpretação das leis eleitorais em face da Constituição;
b) cassação de registro de partidos políticos;
c) recursos que importem em anulação geral das eleições;
d) recursos que importem em perda de diplomas.
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Justiça Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
4. triBunAl reGionAl eleitorAl – tre
Agora que você já conhece como funciona o TSE, órgão de cúpula da Justiça Eleitoral, va-
mos estudar como se organiza os tribunais regionais eleitorais, órgão de 2ª instância dessa 
Justiça especializada.
4.1. Jurisdição e sede do tre
O Tribunal Regional Eleitoral – TRE – é órgão colegiado de 2ª instância da Justiça Elei-
toral. Há um TRE em cada Estado da Federação e no Distrito Federal com jurisdição em todo 
o território do respectivo Estado/Distrito Federal na matéria afeta a sua competência, nos 
termos do art. 120, da CF.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na capital de cada Estado e no Distrito Federal.
4.2. coMposição do tre
Nos termos do art. 120, §1º, da CF/1988, o TRE é composto de: i) dois juízes dentre os 
desembargadores do TJ; ii) dois juízes, dentre juízes de Direito, escolhidos pelo TJ; iii) um 
juiz do TRF, no caso de o Estado possuir sede deste Tribunal, ou não tendo, um juiz federal, 
escolhido em qualquer caso pelo respectivo TRF; dois advogados,

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