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DIREITO CONSTITUCIONAL
Profª Alessandra Vieira
AULA 02
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Direito Constitucional
AULA 02
Bom dia a todos, hoje então é a nossa segunda aula, vamos trabalhar a matéria direitos 
políticos, é uma matéria que cai bastante em concursos públicos, ela não é uma matéria difícil, 
mas é uma matéria que a gente sempre tem que ter cuidado daquele detalhezinho que pode 
atrapalhar numa interpretação de uma questão de concurso público, mas vocês vão perceber 
que, de uma forma geral, ela não é uma matéria complicada.
O que nós vamos estudar na matéria direitos políticos? Nós vamos estudar quem pode votar, 
quem pode ser votado, como que uma pessoa adquire direitos políticos no Brasil, se ela pode 
perder esses direitos, quando é que é perda, quando é que é suspensão, então nós vamos ver 
uma série de questões que podem ser objeto do concurso que vocês vão prestar.
Eu vou colocar aqui a nossa matéria que está lá no artigo 14 da nossa Constituição.
A primeira questão importante: o artigo 14 ele diz que a soberania popular, que é o poder do 
povo será exercida através do sufrágio universal e também do voto direto, secreto e igualitário. 
Então a primeira questão importante é a gente entender que a nossa Constituição ela diz que o 
poder que o povo tem, essa soberania popular, ela é exercida em primeiro lugar pelo sufrágio 
em caráter universal. Então a pergunta que eu faço a vocês é: o que que é sufrágio? Quando 
eu pergunto isso em aula normalmente os alunos me respondem que o sufrágio é o direito de 
votar, eu escuto normalmente essa resposta, ela não está errada, o sufrágio é o direito que nós 
 
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temos de votar mas ela não é uma resposta totalmente correta, ela não está, digamos assim, 
completa. O sufrágio é tanto o direito de votar como o direito de ser votado e esse direito 
de votar e de ser votado ele é considerado, no Brasil, universal porque, teoricamente, ele é 
um direito concedido a todas as pessoas, independentemente da sua condição econômica, 
independentemente da sua condição intelectual.
(...)
Como eu falei para vocês, a nossa Constituição, para abrir a matéria direitos políticos, ela 
começa tratando do poder que o povo tem, que a gente vai ver que não se dá apenas através 
do voto, a gente vai estudar que esse poder que o povo tem da soberania ela também se dá 
através da participação nas chamadas consultas populares, que é o plebiscito, o referendo, a 
iniciativa popular. Mas, em primeiro lugar então a gente tem que dar uma olhada no que é o 
sufrágio e porque que no Brasil ele é considerado universal.
Então como eu falei para vocês, essa expressão sufrágio ela abrange tanto o direito de votar 
quanto o direito de ser votado eu sempre digo em aula que o sufrágio e o voto eles não se 
confundem. Sufrágio é o direito que nós temos de votar e ser votado, o voto é como tu exerce 
esse direito que tu tens, então o sufrágio é um direito, é algo subjetivo, o voto é um instrumento 
desse teu direito, então a gente diz: o voto é objetivo.
O sufrágio, como eu já tinha dito então, no Brasil ele é considerado universal porque ele é, 
em tese, a gente sabe que isso não é uma verdade absoluta, já vou comentar o porquê, mas, 
em tese, ele é um direito atribuído a todos. Como eu disse independentemente de questões 
econômicas, independentemente de questões intelectuais. No Brasil o sufrágio já foi restrito 
e ele já foi restrito de duas ordens diferentes. Nós já tivemos uma restrição capacitaria, se 
vocês lembrarem lá da história do nosso país, nem sempre as mulheres tiveram acesso ao voto, 
naquela época em que as mulheres não podiam votar, existia o entendimento de que elas não 
teriam capacidade intelectual para escolher os seus governantes então, naquela época da nossa 
história, se entendia que era uma restrição intelectual. E também já tivemos uma restrição de 
ordem econômica, tivemos uma parte na história do nosso país em que só poderiam votar 
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pessoas que tivessem determinada renda, determinada capacidade econômica. Hoje, como 
não está atrelado nem a questões intelectuais, nem a questões econômicas, a gente diz que 
ele é universal. Mas é aquilo que eu disse para vocês: isso não é uma verdade absoluta porque 
se nós pensarmos na questão do analfabeto, o analfabeto ele pode votar, mas ele não pode 
ser votado, e se o sufrágio é tanto o direito de votar e o direito de ser votado, a gente ainda 
tem uma restrição intelectual, não é verdade? Mas a nossa Constituição ela ignora e ela diz “é 
universal” e até uma vez lendo um livro o autor dizia “não, basta que o analfabeto se alfabetize” 
sim, mas isso é uma coisa evidente, se ele se alfabetizar ele passa a ter esse direito, que não 
seria algo assim intransponível e que por isso tem o caráter universal. Então essa é a primeira 
informação importante.
Antes de passar para o próximo tópico, eu me lembrei agora pessoal, depois que eu terminei 
a aula com vocês, a nossa aula foi terça feira de manhã, eu falei aqui para vocês em expulsão, 
lembram? Expulsão, deportação e extradição. E aí, fui embora e falei em aula para vocês, e 
aproveito até que está sendo gravado para todo mundo ficar com a informação, que na 
deportação (sic) não teria prazo para a pessoa retornar, lembram disso? Aí eu fui dar uma 
olhada lá no Estatuto do Imigrante, que é uma lei do ano passado, e a lei alterou, ela diz que 
agora, ela não fala o prazo, mas ela diz que agora é com prazo determinado, que quando a 
pessoa for expulsa, já no decreto de expulsão vai ser colocado o prazo de expulsão. Então eu 
faço essa retificação porque isso é uma alteração da lei do ano passado e eu não estava com 
essa informação só que eu fiquei com a pulga atrás da orelha, fiquei pensando “vou dar uma 
olhada no Estatuto do Imigrante que é uma lei nova e vou ver se essa questão permanece 
igual” e quando eu olhei diz ali que agora vai ter um prazo determinado, mas eu não achei na 
lei qual é o prazo, então só para retificar essa questão que eu disse para vocês na aula passada 
para não ficar errada.
Seguindo adiante então, a nossa Constituição ela diz que o sufrágio é universal e que o poder 
do povo é exercido principalmente através do voto, que tem três características: ele é direito, 
ele é secreto e ele é igualitário.
Então vou colocar aqui no quadro essas características, por mais simples e óbvias que elas nos 
possam parecer, isso é bem importante a gente comentar.
 
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Então pessoal, o poder do povo, como eu falei já, é exercido principalmente através do voto, 
que é a maior expressão do poder que o povo tem e tem três características que a gente vai 
conversar agora então um pouco.
Então primeira questão é que o voto no Brasil ele é direto, o que que significa o voto ser direto, 
tem alguma exceção, tem alguma hipótese que no Brasil o voto não seja direto? Voto direto 
significa dizer que a escolha dos nossos governantes ela tem que se dar pelo próprio eleitor, 
significa dizer que no meu ato de votar eu não posso ter a participação de um terceiro, de um 
intermediário, porque a escolha é minha. Então se no dia da eleição eu me encontro doente, 
ou estou viajando, ou, por alguma razão eu não posso comparecer, não existe possibilidade de 
dar uma procuração para alguém para que essa pessoa vote no meu lugar, o que eu preciso 
fazer, como com certeza vocês sabem, é justificar a minha ausência, dizer porque eu não posso 
comparecer, mas jamais autorizar para que alguém vote no meu lugar. Isso, por mai óbvio que 
possa parecer, eu digo a vocês que nas eleições de 2010, que eu vou contar, já aconteceu há 
bastante tempo, mas eu gravei muito essa situação porque eu achei ela curiosa. No dia das 
eleições eu sempre gosto de ficar ouvindo o rádio para acompanhar o que está acontecendo, 
aquela perspectiva das eleições da boca de urna, as pesquisas da boca de urna, então eu gosto 
naquele dia. Não sou muito de políticamas, no dia das eleições eu fico contaminada por todo 
aquele clima. E teve uma situação que eu estava escutando o rádio e a Rádio Gaúcha estava 
cobrindo algumas seções eleitorais e presenciou uma situação em que numa seção eleitoral 
uma pessoa foi presa, e aí ouvindo a notícia a situação era a seguinte: um homem entrou na 
fila, numa determinada seção eleitoral, emitiu o voto dele, tudo certo, tudo sem nenhum 
problema e ele voltou para a fila, aí quando chegou a vez dele novamente, acharam até que 
ele tinha esquecido alguma coisa e ele disse “não, agora vou votar pela minha esposa” aí o 
presidente da mesa disse “mas o senhor não pode votar pela sua esposa, se a sua esposa não 
pode votar ela vai justificar o voto” “não, eu posso votar pela minha esposa, ela me autorizou, 
eu sei quem é o candidato, aqui está o documento dela, ela está doente e eu vou votar por ela” 
e aí pessoal, parecia até uma brincadeira mas isso aconteceu, isso é crime eleitoral a pessoa 
tentar votar mais de uma vez e ele foi preso. E quando ele estava saindo da seção eleitoral, o 
repórter que estava ali, por acaso, cobrindo aquele local, em rádio aberta, então todo mundo 
que estava ouvindo a rádio participou daquilo ali, ele perguntou “cidadão por que que você está 
indo preso, o que está acontecendo?” E foi muito engraçado porque ele gritou no microfone 
assim: “amor, eu quero deixar claro que eu tentei votar por ti, viu? A culpa não é minha”. Então 
eu achei muito engraçado, comentei com meu marido: o problema não é estar sendo preso, 
o estar sendo preso era o de menos, o problema era justificar para a esposa que não tinha 
conseguido votar.
Então, por mais óbvio que possa nos parecer, a gente sabe que nem todas as pessoas têm 
uma instrução muito boa ou tem conhecimento adequado, e realmente “pô, é minha esposa, 
o voto é dela, ela permitiu, ela não pode ir, qual é o problema?” Mas não pode né porque isso 
atentaria contra a liberdade de escolha, pode ser que a esposa dele tenha dito “vota no fulano” 
mas não seja o candidato dele e ele vota no ciclano. Então eu digo para vocês que a ideia é 
essa: preservar a liberdade que nós temos de escolher em quem a gente deseja votar.
Agora o que temos que tomar cuidado, a pergunta é: o voto, ele é sempre direto no nosso 
país ou existe alguma exceção, ou existe algum caso em que o voto ele é indireto? Vocês têm 
conhecimento alguma hipótese em que o voto não seja direto no nosso país? Existe, e eu quero 
que vocês anotem: artigo 81 § 1º. É o único caso que nós temos de voto indireto no nosso 
país. O que diz o artigo 81 § 1º? Que quando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da 
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República se tornarem vagos nos dois últimos anos do mandato, a eleição é indireta, ela é feita 
pelo Congresso Nacional, não será feita uma nova eleição popular. Se for a vacância, morreu 
o Presidente, morreu o Vice-Presidente nos dois primeiros anos de mandato, a eleição ela é 
direta, aí é uma eleição normal, como a gente conhece, agora se for nos dois últimos anos de 
mandato, aí ela é indireta, ela não uma eleição popular e a escolha será feita pelo Congresso 
Nacional. A gente tem que pensar duas coisas que são importantes: primeiro, quando eu 
comento isso em aula, sempre tem um aluno que pergunta assim: “mas professora, se os cargos 
se tornarem vagos, não assume aquela linha sucessória, Presidente da Câmara, Presidente do 
Senado, Presidente do STF?” Eles assumem, mas o assumir é sempre temporário, eles não 
podem permanecer no cargo para cumprir o mandato, então quando o Presidente da Câmara, 
o Presidente do Senado ou até o Presidente do STF assume, é porque o Presidente e o Vice, por 
exemplo, estão viajando, ou o Presidente viajou e o Vice está doente, dando exemplos assim. 
Não pode assumir definitiva, porque como eles não foram eleitos de forma popular, seria um 
atentado contra a escolha do povo, contra a soberania. Então é bem o que eu estou dizendo 
para vocês: sempre que for nos dois últimos anos, eleição indireta.
E a outra questão que eu ia comentar que também é importante, por que que nos últimos 
anos é indireto? Porque a gente tem que pensar que pode ser, por exemplo, três meses 
antes de terminar o mandato que isso que eu estou comentando aconteça não existe, talvez, 
tempo hábil de se organizar uma nova eleição porque a eleição popular ela demanda bastante 
trabalho, uma organização toda da justiça eleitoral e se aconteceu, por exemplo, do Presidente 
e o Vice falecerem dois meses antes de terminar o mandato, não tem tempo para organizar 
uma nova eleição, então se faz uma escolha rápida no Congresso Nacional e aquela pessoa só 
vai ficar ali para cumprir aquele tempo, terminou o mandato aí nós vamos ter uma nova eleição 
normal, entendido pessoal? Quem assumir nos dois primeiros anos de mandato, através de 
uma eleição popular também só fica o período para terminar o cargo, entendido? Não começa 
de novo quatro anos. Cumpre o período e depois a gente vai ter uma nova eleição.
Nesse caso é quando não tem nem Presidente nem Vice, não é? Isso. Se tem o Vice, ele 
se torna titular e aí a gente não precisa ter nova eleição, isso acontece quando a gente tem 
impedimento dos dois, aí sim, aí tem que ter uma nova eleição mesmo.
Então essa é a primeira questão, se cair para vocês no concurso, vocês devem tomar muito 
cuidado porque eles costumam colocar assim, uma frase bem inocente e cheia de erros: ”no 
Brasil o voto é sempre direto, secreto e igualitário” e aí o aluno está de boa olhando a questão 
“é, está certo, sempre direto, secreto e igualitário.” Errado, ele não é sempre direto. Quando 
nós temos essa situação da vacância do cargo nos dois último anos, o voto é indireto.
A segunda característica é que no Brasil o voto é secreto. Não sei se vocês estão acompanhando 
toda uma discussão que está rolando agora (...) estavam discutindo sobre a possibilidade do 
voto voltar a ser através de cartão, aquele voto manual, não sei se vocês acompanharam, e 
agora a decisão, acho que do STF de que não, de que a gente tem que continuar com o voto 
eletrônico. Então vamos entender um pouco essa questão. O voto no Brasil é secreto dentro 
daquela ideia de que a gente tem que preservar a nossa liberdade de escolha, significa dizer 
que eu não sou obrigada a revelar em quem eu estou votando. A gente sabe que se a gente 
abrisse o voto ou tivesse que abrir o voto, a gente poderia sofrer algum tipo de pressão no lugar 
em que nós trabalhamos, no local em que nós vivemos, a gente sabe que o voto sendo secreto 
da forma que ele é, existem pessoas que sofrem pressão direta. Eu conheço pessoas que 
trabalham em determinados órgão públicos e que falam abertamente “bah o fulano tem que 
ganhar porque se o fulano não ganhar eu vou perder o meu emprego” pessoas principalmente 
 
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que têm cargo de confiança. Então imaginem se o voto fosse aberto essa pressão que já existe 
quando o voto é secreto se tornaria muito maior então essa ideia de sigilosidade, como eu falei 
para vocês, é para garantir que a pessoa possa votar sem ter medo de sofrer qualquer tipo de 
represália.
O nosso voto, o nosso sistema eleitoral ele é considerado um dos mais seguros do mundo. Eu 
até não acompanhei muito o porquê dessa discussão, tipo ontem eu ouvi a notícia do porquê 
que querem voltar ao voto manual, por que que surgiu essa discussão toda, eu não acompanhei 
o sentido ali da discussão, só vi que teve a decisão que vai continuar sendo eletrônico, e até me 
surpreendeu porque na minha opinião, o voto manual tem muito mais possibilidade de ser 
fraudado do que o voto eletrônico, então eu até fiquei surpresa com essa discussão porque na 
minha modesta concepção seria um retrocesso a gente alcançou...o voto eletrônico te dá uma 
rapidez de contagem de votos muito mais rápida, então eu até considerei um cero retrocesso 
essa discussão, mas era tudo dentro daquela ideia de tentarevitar fraude.
Claro pessoal que quando estraga a urna eletrônica, que isso seguidas vezes acontece, sempre 
se socorrem daquela urna de papelão. Aquela urna ela tem um tamanho padronizado em todo 
país, ela é uma urna larga, ela é alta, ela é uma urna muito maior do que seria o necessário para 
a quantidade de votos que tem em cada seção eleitoral e por que que ela é tão grande assim? 
Porque a ideia é que se fosse uma caixa muito pequena, muito estreita, na medida em que 
as pessoas depositassem o voto ele cairia um sobre o outro, e pela ordem da votação, que a 
gente tem como saber a ordem, as pessoas conseguiriam identificar em quem a pessoa votou. 
Então a ideia é que a urna seja grande porque o voto cai de qualquer maneira ali dentro da 
caixa e tu não tem essa identificação. Então tudo isso é pensado dentro dessa ideia de garantir 
a sigilosidade. Na urna eletrônica o máximo de identificação que nós temos é descobrir, por 
exemplo, que numa determinada seção eleitoral o candidato X não teve nenhum voto. Então, 
por exemplo, se eu sou candidata e aí eu digo para a colega aqui: “Bah Aline, tu vai votar em 
mim né” e a Aline “vou”. Aí eu digo “qual é tua seção eleitoral?” “Minha seção é a X”. Aí eu olho 
lá e não tem nenhum voto, significa dizer que a Aline não votou em mim, esse é o máximo da 
identificação. Agora se tiver um único voto, a gente não consegue identificar.
Eu me lembro de uma situação de um conhecido meu que participou das eleições –mas para 
mim é uma coisa que não tem explicação- ele participou das eleições em Arroio do Sal, não 
sei para que que foi, então ele fazia muita campanha. Pessoal ele não teve nenhum voto, só 
que, para mim isso é muito sinistro porque nem ele votou nele, então é uma coisa que eu não 
consigo entender porque tipo “nem tu votou na tua própria pessoa?” Então é uma coisa que 
eu não consigo entender, então por isso que eu digo que é o máximo da identificação que nós 
temos.,
E o voto é igualitário porque ele tem o mesmo peso para todas as pessoas dentro do mesmo 
país. Então desde a pessoa mais rica até a pessoa mais pobre, todos os votos têm exatamente 
o mesmo valor, independente da tua condição econômica. Parece uma coisa óbvia, mas o 
voto no Brasil já teve pesos diferentes. Como nós não temos mais a diferenciação por questão 
econômica, a gente diz que ele é igualitário, ele vale a mesma coisa para todo mundo.
Bom, visto isso terminamos essa parte inicial e vamos estudar agora as outras formas que nós 
temos de demonstração do poder do povo. Como que o povo mostra também o seu poder, 
além do voto? Através das chamadas consultas populares que é o plebiscito, o referendo e a 
iniciativa popular. Qual é o problema da Constituição? Ela não diz o que é um plebiscito, ela 
não diz o que é um referendo e aí em concurso público eles vão perguntar, eles vão colocar o 
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conceito e eles vão pedir para o candidato dizer qual é a forma de participação popular, então 
nós vamos estudar isso agora.
Vamos começar pelo plebiscito, o que que é o plebiscito? O plebiscito é sempre uma consulta 
anterior aprovação de um projeto de lei. Então a gente pode ter, e eu tenho aqui exemplos para 
dar, a gente pode ter uma matéria que é uma matéria que está sendo muito discutida, que é 
uma matéria muito polêmica, mas essa matéria ainda não foi votada pelo Congresso, porque o 
Congresso não tem coragem de botar aquilo ali em votação, por exemplo, o caso da redução da 
maioridade penal, vocês devem lembrar que seguidas vezes há uma discussão no Brasil sobre 
a possibilidade da redução da maioridade penal, a gente tem projetos de lei tramitando com 
relação a isso mas o Congresso não tem coragem de colocar isso em votação porque ele é um 
assunto polêmico, há quem concorde com a redução da maioridade penal, eu particularmente 
concordo, mas quando eu converso com colegas meus que são da área criminal, da área penal, 
eu observo que quase todos que eu converso sobre isso, a maioria, imensa maioria é contrária 
a redução da maioridade penal alegando, tem argumento para tudo que é lado, que a pessoa 
vai entrar mais cedo para a escola do crime, se a gente tivesse presídios que fossem realmente 
de ressocialização, mas a gente sabe que não é assim que funciona.
Então é um assunto polêmico e aí eu digo para vocês: pode ser que o Congresso dia “não, 
vamos finalmente colocar esse tema em votação mas, antes disso, vamos ouvir a população, se 
a população é favorável ou se ela é contrária á redução da maioridade penal”. Então o plebiscito 
é sempre uma consulta anterior isso é importante porque é o que muda para o referendo, é 
sempre uma consulta anterior a aprovação de uma lei. A pergunta é: vocês lembram de algum 
plebiscito a nível nacional que tenha ocorrido no nosso país?” Pessoal é bem natural vocês não 
lembrarem porque nós tivemos apenas um único plebiscito nacional aqui no Brasil e esse único 
exemplo que eu tenho para dar para vocês de plebiscito nacional, porque plebiscito estadual, 
esse já é comum, aconteceu em 1993 e esse plebiscito foi uma consulta que foi realizada 
uma escolha do povo entre República e Monarquia, presidencialismo e parlamentarismo. Eu 
votei nesse raio dessa consulta, eu tinha 18 anos na época, eu votei, e eu me lembro que eu 
 
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não entendi nada do que eu estava votando porque eu ficava pensando, eu lá nos meus 18 
anos “tipo assim, que coisa mais estranha a gente estar votando na possibilidade da volta da 
monarquia” é uma coisa que não combina e no meu imaginário, lá na minha adolescência, votar 
na monarquia significava a volta de reis e rainhas aquela coisa toda... então não foi escolhido, 
o povo escolheu a permanência da mesma forma e do mesmo sistema de governo que nós 
tínhamos até então. Foi o único plebiscito que nós tivemos no Brasil.
(...)
Então como eu falei para vocês é uma consulta anterior e tem alguns detalhes que são 
importantes de comentar. Primeiro: vocês poderiam dizer “professora, tirando essa situação 
que a senhora contou lá de 93, tem algum caso em que o plebiscito ele seja obrigatório?” 
Temos, está ali, artigo 18 §§ 3º e 4º. O plebiscito ele é obrigatório quando houver a fusão, a 
ideia da fusão ou desmembramento de um estado ou de um município. Então, por exemplo, 
se o Rio Grande do Sul quiser se unir a Santa Catarina, não teria problema, mas é obrigatório 
que, antes dessa lei aprovando essa fusão, a gente tenha um plebiscito, tanto no Rio Grande 
do Sul quanto em Santa Catarina. Aí ele não é nacional, aí ele só vai ocorrer nos estados ou 
nos municípios que vão ser atingidos por essa medida. Se o Rio Grande do Sul quisesse se 
desmembrar e formar mais outro estado, também não tem problema, mas é obrigatório que 
isso seja feito através de um plebiscito. Nós tivemos, eu não sei se não foi em 2010 pessoal, não 
me lembro bem o ano, acho que foi em 2010, nós tivemos um plebiscito na região do Pará, foi 
bem noticiado, o estado do Pará é um estado bem grande né, e a ideia é que o estado do Pará 
se desmembrasse e formasse dois novos estados, que seria Tapajós e Carajás. E as pesquisas 
mostravam, naquele momento, que a população era favorável ao desmembramento do estado 
do Pará, só que antes de aprovar a lei tem que ser feito um plebiscito, e o plebiscito deu como 
resultado exatamente o contrário, que a população do Pará não queria o desmembramento, 
então o Pará continuou tal e qual ele sempre foi, mas poderia se desmembrar sem problema 
nenhum, entendido?
A decisão do povo ela vincula, por isso que a gente diz que é soberania popular. Então aquilo 
que o povo decide nessa pesquisa, por isso que não fazem muitas porque não querem muito 
saber o que a gente acha, mas eu digo para vocês: aquilo eu o povo decidir tem que ser 
respeitado. Só tem um detalhe que eu acho que é importante comentar com vocês e, antes de 
falar o detalhe, a participação é obrigatória porque esse plebiscitoque eu estou falando, esse 
da Constituição ele é convocado pelo Congresso Nacional, então é uma convocação, é como se 
fosse uma eleição e a participação é obrigatória, se tu não pode votar tu tem que justificar a tua 
ausência, entendido? Não são esses plebiscitos que acontecem nas cidades “ah você concorda 
com a privatização da Sulgás” por exemplo, isso não é um plebiscito que tenha um caráter de 
obrigatoriedade. “Você gostaria de fazer o quê com a região ali do Guaíba ali perto da Usina do 
Gasômetro, vamos transformar num polo de turismo ou vai ser um polo comercial?” Não, isso 
não tem obrigação de votar. Agora esse que eu estou comentando que é uma convocação do 
Congresso Nacional, esse é organizado pela Justiça Eleitoral e a participação é obrigatória.
O que eu ia dizer para vocês que eu disse que aquilo que o povo decide, vincula, só tem um 
detalhe que eu tenho que comentar: pegando o exemplo da maioridade penal, se o povo disser 
“não queremos que a maioridade penal seja reduzida” acabou, não pode mais o assunto ser 
discutido, soberania, o povo decidiu. Se o povo disser “queremos a redução da maioridade 
penal” significa dizer que o Congresso discutirá o assunto, levará o assunto adiante, mas não 
necessariamente que ele será aprovado. Claro pessoal que eu digo para vocês que se eles 
fizessem uma consulta popular, o povo dissesse “queremos a redução da maioridade penal” aí 
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vai para votação e o Congresso decide o contrário, o povo cairia encima, porque o que adianta 
tu fazer a pesquisa e decidir contrariamente se a gente está falando de soberania, mas o que 
eu quero dizer para vocês é exatamente isso: quando a resposta é não, não é levado adiante, 
acabou assunto está morto. Quando o povo diz sim, aí significa dizer “vamos então voltar a 
discutir o assunto”, não que ele vai ser aprovado, mas claro, a tendência é que ele seja aprovado 
porque não teria sentido a consulta.
Visto isso sobre plebiscito, vamos falar sobre referendo. O referendo é o contrário, ele é uma 
consulta posterior à aprovação da lei. Então se o plebiscito é anterior, o referendo é posterior. 
A lei ela já está aprovada, só que é uma lei polêmica e o Congresso quer ouvir a população no 
sentido de “vocês concordam ou vocês discordam dessa lei, vocês querem ou não querem que 
essa lei entre em vigor?” Da mesma forma que o plebiscito que eu só tenho um exemplo a 
nível nacional, o referendo só tenho um exemplo porque ele aconteceu uma única vez. Eu acho 
muito triste isso, que são formas de participação importantes e elas não são usadas. Plebiscito 
estadual, municipal isso acontece bastante, o que não acontece é o nacional. Pessoal, nós 
tivemos um referendo, eu acho que foi em 2005 que foi sobre o Estatuto do Desarmamento 
e aí eu vou lembrar vocês sobre o porquê que nós tivemos esse referendo. Lá em 2005, um 
pouco antes de 2005, nós tivemos a aprovação do Estatuto do Desarmamento, uma lei que 
entrou em vigor um pouco antes desse referendo (...) e quando essa lei foi aprovada, essa lei foi 
considerada um lei polêmica, porque ela previa o desarmamento, eu não sei se vocês lembram, 
teve uma grande campanha do “entregue as suas armas” e as pessoas ficavam indignadas 
dizendo “nós temos que entregar as armas mas os bandidos cada vez mais armados” então o 
que acontece: nós tivemos essa lei e ela tem um artigo que possibilita o comércio de armas no 
Brasil, então se entendeu que a lei era contraditória. Como é que a lei prega o desarmamento 
mas ela tem um artigo que possibilita a compra, uma coisa meio estranha. E aí o que fizeram? 
Como estava muito aquele tema sendo discutido, o Congresso resolveu ouvir a opinião 
da população e perguntar para a população sobre apenas um artigo da lei, que é esse que 
possibilita a compra de armas e, na época quem participou, eu participei, a pergunta lá que a 
gente tinha que responder é: “você é a favor ou você é contra o comércio de armas no Brasil?” 
A população se manifestou favorável a comercialização das armas, mas eu digo, pelo menos 
é a minha opinião, o povo, infelizmente, muitas vezes não entende no que está votando, não 
compreende o sentido e também, no imaginário das pessoas, quando a gente vota dizendo 
assim: “queremos que o comércio de armas permaneça no Brasil” é porque para a grande 
maioria das pessoas se entendia que elas poderiam adquirir uma arma, e na verdade não é 
assim. O Estatuto do Desarmamento é bem rigoroso, eu não posso eu Alessandra ir numa loja 
e “ah, me dá aí um fuzil R-15, me dá dois que eu vou levar um de presente” não, eu não posso 
fazer isso porque eu não tenho porte de armas, eu não tenho uma profissão que me permita a 
utilização de arma, eu não tenho curso para isso, então eu não tenho autorização para esse tipo 
de compra, e acredito que a grande maioria de vocês talvez não tenha também. Então eu digo 
para vocês: quando o povo votou, imaginou que ia poder comprar arma, e vai continuar não 
podendo comprar, entenderam pessoal? Só que como nada é explicado como deveria no nosso 
País, as pessoas votam achando que é uma coisa e quando vai ver, é completamente diferente. 
Então eu digo para vocês, foi o único referendo que nós tivemos, participação obrigatória, 
vontade do povo vinculante, então aquilo que o povo decide tem que ser respeitado e aquilo 
que eu falei para vocês, é o único caso que nós temos no nosso país, entendido?
O referendo não tem nenhum artigo que diga assim “nesse caso ele tem que acontecer” é uma 
situação que o Congresso vai avaliar se a lei é polêmica e tem que ser feito um referendo. Só 
para dar um exemplo hipotético, vocês lembram quando foi aprovada a Lei Seca? A grande 
 
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discussão que isso acarretou “ah, quer dizer que eu não posso comer um bombom de licor” 
lembram que deu uma grande discussão. Se o Congresso quisesse, poderia ter feito um 
referendo para ouvir a opinião da população, mas não quis, e até acho que nesse caso não 
deveria mesmo, porque a questão de dirigir assim com algum grau de álcool no corpo, isso é 
uma questão muito polêmica, e eu sigo, aquilo que pode não ter efeito para uma pessoa, para 
outra pessoa pode ter um efeito de estrago, então realmente é uma questão que eu acho que 
não tem que ser colocada em discussão. Mas só para dizer para vocês que a gente poderia ter 
tido em várias oportunidades, mas eles não têm interesse.
E por fim pessoal, nós temos a iniciativa popular, o que é a iniciativa popular? É a atribuição 
da competência legislativa para dar inicio a um projeto de lei a uma parcela significativa do 
eleitorado nacional.
Então o que é a iniciativa popular? A iniciativa popular é o poder que todos nós temos, nós 
aqui nessa sala de aula, quem vai assistir a nossa aula; é o poder que nós temos de elaborar 
um projeto de lei. E, ao contrário do plebiscito e do referendo, que quase nunca acontecem, a 
iniciativa popular é um meio de participação que é bastante utilizado, então vale a pena a gente 
dar uma atenção a essa forma de participação mesmo. O que nós temos que entender? Todos 
nós nessa sala de aula temos o poder de dar início a elaboração de um projeto de lei. A gente 
pode aqui, nessa quinta feira de manhã conversando, e aí a gente entende que tem um assunto 
que é de suma importância e que merece ser transformado numa lei, que que nós deveríamos 
fazer? Vou falar da forma como está na lei que não é a forma que é usada hoje, porque as 
coisas se modernizaram, a lei da iniciativa popular é da década de 70, então naquela época 
não tinha internet, então não era como é hoje. Então a nossa lei diz que bastas as pessoas 
elaborarem uma lista de assinaturas, então a gente teria que colocar ali o nosso nome, a nossa 
identidade, o título de eleitor, e qual é o assunto, colocar lá no cabeçalho qual é o assunto que 
gostaríamos que se transformasse numa lei. E essa lista ela tem que circular, e aí vem o que eles 
vão perguntar paravocês na prova, quantos por cento dos eleitores devem assinar essa lista 
para que ela seja encaminhada à Câmara dos Deputados? Coloquem aí no caderno de vocês: 
1% do eleitorado nacional.
Esse 1% ele tem que estar dividido -1% da mais de um milhão de assinaturas, só para vocês 
terem uma ideia que é bastante coisa- esse 1% tem que estar dividido, no mínimo, por 5 estados. 
Então não pode ser um milhão de assinaturas no RS, por exemplo, não sei nem se o RS teria 
eleitorado para isso (...) mas esse um milhão tem que estar dividido, no mínimo, por 5 estados, 
que é para mostrar que vários estados que aquele tema é importante e merece se transformar 
numa lei federal, porque se só o RS assina então tem que ser uma lei estadual, não precisa ser 
uma lei federal, então a gente tem que ter essa distribuição pelo menos em 5 estados que é para 
mostrar que é de interesse de outros locais, e outro detalhe: em cada estado que participa, não 
podemos ter menos de 0,3% de eleitores assinando. Então 1% eleitorado nacional, dividido, no 
mínimo, em 5 estados e em cada estado que participa a gente não pode ter menos de 0,3% dos 
eleitores assinando. Então se no RS só eu assinar, nem conta, aquilo ali não vale nada, tem que 
ter, pelo menos, uma quantidade de pessoas 0,3% dos eleitores em cada estado, que é para 
mostrar que dentro do estado, são várias as pessoas que comungam daquela opinião. Isso é 
bem importante, eu digo para vocês: quando cai em prova é bem sacanagem mesmo, quando 
cai iniciativa popular em concurso, o que eles fazem? Eles trocam os números, aí a pessoa que 
tem um zilhão de coisas para estudar, é difícil lembrar, então eles colocam assim: “a iniciativa 
popular, para ser encaminhada a Câmara dos Deputados deverá contar com, no mínimo, 2% do 
eleitorado nacional, dividido por 10 estados, com não menos de 0,4% dos eleitores em cada um 
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deles” aí eles colocam em cada letra, números diferentes, e aí complica para a pessoa lembrar, 
então eu posso garantir a vocês, quando cai iniciativa popular é isso que eles perguntam, eles 
trocam os números, que é justamente para levar o candidato a uma dúvida ali...
(...)
Bom, vamos adiante então.
O § 1º trata da questão do alistamento eleitoral, então diz ali: “alistamento eleitoral e o voto 
são”. A minha pergunta é: o que é alistamento eleitoral? Normalmente quando eu pergunto, os 
alunos me respondem “ah, é o título de eleitor” pessoal, mais ou menos. Alistamento eleitoral 
é a inscrição da pessoa na Justiça Eleitoral e através da inscrição é que ela se torna um eleitor, o 
título é a comprovação do teu alistamento, então alistamento eleitoral é a inscrição da pessoa 
na Justiça Eleitoral... é a inscrição que tu vai lá, mostra os teus documentos, que tu é maior, 
alfabetizado, etc e tal, apesar de que analfabetos pode se alistar também; então é o cadastro, 
é como tu te inscreve, e é através dessa inscrição que a gente se torna um eleitor, certo? Então 
a gente tem que cuidar porque a gente não pode dizer que o alistamento eleitoral é o título, 
o título é a comprovação de que tu tem o alistamento eleitoral. Aí diz ali que o alistamento e 
o voto são obrigatórios aos maiores de 18 anos. A gente tem que cuidar porque o alistamento 
eleitoral e o voto são obrigatórios realmente aos maiores de 18, mas desde que a pessoa seja 
alfabetizada, como está escrito ali, e a pessoa seja menor de 70 anos, porque eu posso ter mais 
de 18 anos e não ser alfabetizado, eu por ter 19 e ser analfabeto, então o alistamento eleitoral 
e o voto passam a ser facultativos; ou eu posso ter um pouco mais de 18 anos, posso ter 72, por 
exemplo. E aí também, o alistamento a pessoa, provavelmente, já vai estar alistada, mas o voto 
ele passa a ter um caráter facultativo.
Então diz ali “obrigatórios aos maiores de18, desde que alfabetizados e menores de 70”. E o 
alistamento eleitoral e o voto eles são facultativos para: analfabetos, maiores de 70 e o maior 
de 16 e menor de18. Vamos falar um pouco a respeito disso. Quando a nossa Constituição ela 
diz que o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os analfabetos, para quem está 
 
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entre 16 e 18, para quem tem mais de 70, a gente tem que entender que essa pessoa, ela 
até pode se alistar, mas ela não tem a obrigatoriedade de votar, e se ela emitir o voto ela não 
vai ter qualquer tipo de punição então, por exemplo, um menino ou uma menina de 16 anos 
se alistou eleitoralmente para votar nas eleições de outubro desse ano, pensou “ah vou lá, 
também quero participar da eleição” aí chega lá em outubro no dia da eleição essa pessoa de 
16 anos “ah, quer saber, não vou ir, vou ficar em casa dormindo” pessoal, não vai ter nenhuma 
punição porque tanto o alistamento eleitoral quanto o próprio voto têm um caráter facultativo, 
ele só se torna obrigatório a partir dos 18 anos, entendido? E é aquilo que eu sempre digo: isso 
vale, por exemplo, para quem tem mais de 70 anos, o máximo que vai acontecer é que, se a 
pessoa... não tem multa, não tem punição, não tem que justificar a ausência, nada, o máximo 
que vai acontecer é que se a pessoa deixar de votar em 3 eleições consecutivas, o título dela é 
cancelado, entendido? Mas não vai ter nenhum problema de digamos assim “estou em débito 
com a justiça porque eu tenho essa questão” eu sempre comento em aula, eu tinha uma avó 
que morava com a gente, a minha avó materna e minha avó materna, coisa mais querida 
(...) ela faleceu com 94 anos e todas as eleições ele se arrumava para ir votar, e eu dizia para 
ela “vó, a senhora não precisa” e ela dizia “não minha filha eu tenho que votar” e eu achava 
aquilo bonito “poxa, que legal a vó lá na casa dos 80 e poucos e ir votar” aí teve um dia, foi 
engraçado, porque ela já estava com bastante idade e se arrumou para ir votar e eu disse “vó, 
a senhora não precisa votar mais” e ela “não, eu tenho que ir” e eu falei “por que a senhora 
acha que tem que ir” e ela disse “ah, porque podem cortar os meus proventos” então pessoal 
eu achei muito engraçado porque minha vó, nesta época já estava com mal de Alzheimer, já 
estava bem adoentada, me chamava de todos os nomes da família (...) aí eu disse “olha como 
o cérebro é seletivo, que poderiam cortar o salário ela não esqueceu, agora o nome da pessoa 
é o de menos” ela foi votar porque ela tinha esse medo que cortassem o salário dela, mas não 
tem isso pessoal, como eu falei para vocês, é totalmente facultativo depois dos 70 anos, se a 
pessoa não aparecer, o máximo que pode acontecer, em três eleições, é o título ser cancelado, 
mas nenhuma outra punição. Que não é nem uma punição, é cancelamento porque não está 
exercendo aquele direito ali.
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O § 2º ele fala da questão do alistamento dos militares, na verdade daquelas pessoas que 
estão na qualidade de conscritas, vamos conversar quem são os conscritos. Diz o §2º que 
não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar 
obrigatório, aqueles que estiverem na condição de conscritos. Não podem alistar-se como 
eleitores os estrangeiros, certo. A gente tem uma exceção, que é o português equiparado, 
o português equiparado é o único estrangeiro que pode alistar-se como eleitor no Brasil, 
mas não é obrigatório, ele se alista se quiser, porque ele tem os direitos dos naturalizados, 
ele não tem os deveres dos naturalizados, então, se ele quiser, ele pode pedir para a Justiça 
Eleitoral para poder se alistar como eleitor, mas não tem nenhum caráter obrigatório porque 
ele é estrangeiro, só que ele é um estrangeiro que tem direitos aqui de um brasileiro. Os 
estrangeiros, eu sempre digo em aula, concurso público é a literalidade da lei, claro que vocês 
têm aula com vários professores para a gente entender o que a lei está dizendo porque senão 
fica difícil até paraquem não é da área do direito decorar o negócio, mas eu digo para vocês, 
concurso é a literalidade da lei, então, por exemplo, eles podem colocar na prova “não podem 
alistar-se como eleitores os estrangeiros” aí vocês poderiam pensar “ah, mas eu me lembro da 
Alessandra falando do português” não, pessoal, não pode alistar como eleitor os estrangeiros, 
essa é a regra, o português equiparado é uma exceção por causa de um tratado que o Brasil 
tem, entendido? A regra geral é que não pode, eles não têm acesso ao alistamento e durante 
o período do serviço militar obrigatório, aqueles que estiverem conscritos. Conscritos, pessoal. 
é o recruta, é aquela pessoa que está cumprindo aquele um ano de serviço militar obrigatório. 
Completou 18 anos, se alistou, está servindo, então naquele 1 ano ele é chamado de conscrito, 
depois que passou esse 1 ano, se ele engajou, seguiu carreira, ele é obrigado a votar, que daí, 
para ele se tornou obrigatório. A pergunta é: por que para a pessoa que está na qualidade 
de conscrita, o soldado, por que que ele não pode se alistar –se ele não tirou o título de 
eleitor ele não pode fazer o título naquele ano- e consequentemente ele não pode votar? Na 
verdade, pessoal existe duas explicações, uma que eu acho uma grande besteira e a outra que 
tem sentido. Há quem diga que não pode se alistar e não pode votar essa pessoa que está 
cumprindo serviço militar obrigatório, porque ele é o primeiro de uma ordem de hierarquia 
e ele poderia se sentir intimidado, dentro da corporação a emitir o voto em algum candidato 
e ter medo de alguma represália que ele pudesse sofrer. Isso pessoal eu digo para vocês que 
não é um motivo, represália a gente pode sofrer em qualquer lugar, não tem que estar no 
quartel para sofrer represália, então não teria sentido essa explicação. Agora tem uma outra 
explicação que essa, na minha opinião, ela tem a ver, é assim: a ideia é que toda pessoa que está 
cumprindo serviço militar obrigatório, no dia das eleições fique aquartelado, fique de plantão 
no quartel porque o que acontece, pode ter um problema nas eleições, esse ano é um ano que 
eu acho que tem que ter aquartelamento mesmo, porque os ânimos estão um pouco alterados, 
nosso país está vivendo um momento, está meio estranho, não sei se vocês sentem, eu, pelo 
menos, eu não estou em clima de eleições (...) nem parece que vai ter eleições esse ano, parece 
que as pessoas estão desmotivadas, é a impressão que eu tenho. Então esse aquartelamento 
é necessário porque, se tiver algum tumulto no dia da eleição, os militares são convocados 
para prestar algum tipo de auxílio e não é só auxílio porque teve um tumulto, auxílio pode ser 
em várias frentes, por exemplo, na região norte do nosso país nós temos muitas populações 
que moram perto de rios e que não tem seção eleitoral, não tem onde votar, então elas são 
conduzidas as localidades mais próximas de barco para poder votar, esse trabalho ele é feito 
pelos militares; ou o militar leva a urna até as populações ribeirinhas, então isso tudo quem 
faz são os militares, e são esses militares que estão ali na carreira, ingressaram ali na carreira 
militar. Se a gente tivesse todos eles votando, vocês imaginam, a Justiça Eleitoral convoca um 
auxílio “chama o soldado Braga” “ah, o soldado Braga não está, viajou, foi votar”, “ah, mas então 
 
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o soldado Silva” “soldado Silva também não está” então tu não teria um efetivo no quartel para 
atender aquela demanda da Justiça Eleitoral. Então é por isso que eles não podem tirar o título 
de eleitor naquele ano e, consequentemente, não vota. Agora, vocês podem estar com uma 
pergunta na cabeça de vocês: “a senhora está dizendo que não pode tirar o título naquele ano, 
mas e se tirou antes?” Não é verdade, pessoal, porque o que eu estou dizendo é uma hipótese 
em que a pessoa não tem título de eleitor e ela deixou para fazer ao completar 18 anos, e aí é 
o ano que ela vai prestar o serviço militar e vai ter eleição naquele ano, então ela não vai poder 
fazer o título e não vai poder votar. Agora a pergunta é: “e se ela tem o título antes disso?” 
Porque ela pode ter feito o título com 16, com 17 anos, e aí com 18 vai prestar serviço militar e 
é ano de eleições, ela não vota? Pessoal assim, a gente tem que cuidar o que diz a lei, a nossa 
Constituição diz que a proibição é do alistamento, não está dizendo que a proibição é do voto, 
é que se tu não pode te alistar tu não tem como votar, entendido? Uma coisa é consequência 
da outra, se tu não te alista tu não vota. Agora, se tu já está alistado, fez teu título com 16 anos, 
teoricamente, lendo a Constituição, não haveria impedimento do voto, entendido? No Código 
Eleitoral diz que essas pessoas que tiraram o título antes dos 18 anos e que estão cumprindo o 
serviço militar obrigatório, elas estão dispensadas do voto, aí elas vão justificar que estavam de 
serviço no quartel, mas que elas estão dispensadas, que elas não precisam votar.
(...)
Resumindo: a gente pode não ter título até 18 anos e deixar para fazer o título com 18, isso é o 
que a gente tem que cuidar. Se coincidiu a data que tu teria que fazer o título com a convocação 
para um serviço militar, tu não vai mais poder fazer o título porque tu foi convocado, aí tu 
está conscrito, tu não pode, então tu não pode te alistar e, consequentemente, naquele ano tu 
não pode emitir voto nenhum. Entendido? Não precisa fazer nada porque a porque a própria 
Justiça Eleitoral vai dizer que ele está na qualidade de conscrito. Agora, tem aquela situação 
que eu falei para vocês, pode ser que a pessoa tenha feito o título com menos de 18 anos, 
então título ela tem, se no concurso perguntarem para vocês se ela está proibida de votar, a 
resposta é não, entendido? Porque a proibição da lei é apenas do alistamento, se tu não te 
alista tu não vota, mas se tu já está alistado, tu não teria impeditivo para votar. Mas é aquilo 
que eu disse para vocês, na prática, se a pessoa já tem título, o próprio quartel vai pedir essa 
informação e vai comunicar que ele também vai ficar na qualidade de conscrito. Porque hoje 
em dia é muito grande a quantidade de pessoas que faz título antes dos 18, então se nós 
tivéssemos essa hipótese tu não teria ninguém quase para ter o aquartelamento, por isso que 
o quartel pergunta se tu tem título, retém o título, manda informação, porque pode acontecer 
uma situação desse tipo.
Militares de carreira não se aplica, como eu falei para vocês, finalizou aquele 1 ano de serviço 
militar obrigatório aí se torna normal como é para qualquer pessoa.
Bom, vamos dar uma olhada no § 3º, ele diz todos os requisitos que nós precisamos preencher 
para poder concorrer a cargos políticos no Brasil, sejam cargos do poder executivo, sejam 
cargos do poder legislativo. (...) E aqui nós temos um desses requisitos que é a idade mínima, 
que eu posso dizer para vocês que é a questão mais perguntada de concurso público na matéria 
direitos políticos. Assim como, na matéria nacionalidade, o que mais cai são os cargos privativos 
de brasileiros natos, na matéria direitos políticos, o que mais cai são as idades mínimas para os 
cargos eletivos. Então assim, tem que saber de cor isso aqui.
Então primeiro, a pessoa para poder concorrer, ela tem que ter nacionalidade brasileira, 
significa dizer que ela tem que ser brasileira nata ou ela tem que ser brasileira naturalizada. 
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O português equiparado não tem nacionalidade brasileira, mas ele tem uma equiparação, ele 
é igualado, ele tem os mesmos direitos dos naturalizados, então ele pode se alistar, ele pode, 
digamos, até se candidatar só que ele só pode se candidatar para os cargos que o naturalizado 
também teria acesso, entendido? Então aqui vocês coloquem: nato, naturalizado e português 
equiparado pela equiparação. Ele até pode concorrer, só que não para todos os cargos. Nato, 
naturalizado e o português equiparado quenão tem uma nacionalidade brasileira, mas tem 
uma equiparação.
Segunda condição. A pessoa, para concorrer, deve estar no pleno exercício dos seus direitos 
políticos, significa dizer, ela não pode ter perdido os direitos dela e ela não pode estar com os 
direitos políticos suspensos. Quando é perda, quando é suspensão, é o último ponto que a gente 
vai trabalhar. A pessoa, para poder se candidatar, ela tem que estar alistada eleitoralmente, 
significa dizer, eu só posso me candidatar se eu, Alessandra sou uma eleitora. Se eu estou 
alistada, se eu voto. Eu não posso ser votada se eu não voto, entendido? Então eu tenho que 
ter alistamento e eu vou provar meu alistamento com meu título de eleitor, que comprova que 
eu estou alistada.
Quarto requisito: tem que ter domicílio eleitoral na circunscrição, significa dizer, tu só pode 
te candidatar pelo local em que teu título está registrado, dentro daquela ideia de que o local 
em que o teu título está registrado coincide, normalmente, com o local em que tu mora e aí a 
gente tem segurança de que a pessoa que está sendo votada conhece os problemas daquela 
região. Para vocês entenderem melhor: eu, Alessandra, eu moro e voto em Porto Alegre, numa 
eleição municipal eu só posso me candidatar por Porto Alegre, eu não posso me candidatar 
por Canoas, ou por outro município, não posso, só se eu transferir meu título para aquele 
local, certo? Numa eleição estadual, eu só posso concorrer pelo Rio Grande do Sul, não posso 
concorrer pelo estado de São Paulo, Rio de Janeiro porque é onde está localizado o meu título; 
e numa eleição federal é qualquer unidade da federação porque tu estás representando o país 
inteiro, entendido? Dentro daquela ideia de que eu tenho que votar em pessoas que sejam da 
região, que conheçam os problemas que o estado, o município está passando.
Filiação partidária. No Brasil, embora o que eu vou dizer para vocês eu considere uma utopia, 
mas no nosso país a ideia é que tu não vota na pessoa, tu vota no partido, porque tu vota 
naquilo que ela representa em termos de ideologia, só que, por que eu entendo que isso é uma 
utopia? Nós temos muitos partidos políticos, é uma coisa absurda a quantidade de partidos, e 
as pessoas, se a gente for olhar agora nas eleições, tem vários partidos que a gente nunca ouviu 
falar, que tu não tem a menor ideia do que é a ideologia do tal partido, então a gente acaba 
votando mais na pessoa, pelo discurso dela, do que pela filosofia do partido.
Como eu digo, a nossa matéria de partidos políticos preza pelo pluripartidarismo e eu digo 
que aqui no Brasil esse pluripartidarismo acaba sendo em excesso. Agora mudou toda a parte 
de partidos políticos da Constituição Federal, e aí eu acredito que isso vai ficar um pouco 
melhor, mas da forma como estava até então, que partido político pode ser criado a rodo, isso é 
complicado porque tu acaba não identificando a ideologia. É diferente, por exemplo, de países 
–eu acho que os EUA que adota o bipartidarismo- ou tu é democrata ou tu é republicano, não 
tem como os americanos não saberem o que significa, porque não tem, ou tu é democrata ou 
tu é republicano, tu sabe o que é cada um. Agora, aqui no Brasil é muito difícil.
 
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E então temos a questão das idades mínimas. Isso aqui tem que decorar, cai muito. A ideia seria 
assim: a menor idade é de quem a menor responsabilidade, então a menor idade é sempre do 
vereador. A maior idade é de quem tem a maior responsabilidade, então a maior idade vai ser 
do Presidente da República. Então nós temos ali 35 anos para o Presidente da República, Vice-
Presidente da República e também para os Senadores, 35 anos, seria a idade máxima. Depois 
nós temos 30 anos para o Governador, Vice-Governador do estado e do Distrito Federal. 21é 
o que abrange o maior numero de cargos: Deputado Federal, Deputado Estadual e Distrital, o 
Prefeito, o Vice-Prefeito e também o juiz de paz. E 18 anos para o Vereador.
Então o que falei para vocês, a menor idade quem tem a menor responsabilidade e a maior 
idade quem tem a maior responsabilidade.
(...)
O juiz de paz é um mistério ele estar aqui, nunca vi uma eleição de juiz de paz. A gente sabe 
qual é a idade, mas como ele alcança é um sigilo, mas que ele tem que ter, no mínimo 21 anos, 
isso é fato.
O próximo ponto que nós vamos tratar é as inelegibilidades.
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(...)
Nós vamos ver quais são os impeditivos, os impedimentos para as pessoas concorrerem a 
cargos políticos, que são as chamadas inelegibilidades. E essas inelegibilidades elas podem ser 
absolutas, quando tu não pode concorrer a nenhum cargo político no país, tu é absolutamente 
inelegível, tu não pode concorrer a nada, mas existem as chamadas inelegibilidades relativas, 
quando a gente não pode concorrer para algum cargo, para os outros não tem problema, mas 
algum cargo específico tu não pode concorrer, e a gente vai estudar o porquê.
Nós temos dois tipos de inelegibilidades que são as inelegibilidades absolutas, quando a gente 
não pode concorrer a nenhum cargo político no país, e nós temos as inelegibilidades relativas, 
quando a gente não pode concorrer a determinado cargo.
Então nós vamos ver agora o § 4º, se vocês quiserem anotar, o § 4º é uma inelegibilidade 
absoluta, o que que significa isso? Como eu falei para vocês, inelegibilidade absoluta, quando a 
pessoa não pode concorrer a nenhum cargo. Quem são as pessoas absolutamente inelegíveis? 
Diz o § 4º: são inelegíveis os inalistáveis e também os analfabetos. Não podem concorrer a 
nenhum cargo político no Brasil todas as pessoas que são inalistáveis e também os analfabetos. 
A pergunta é: quem são os inalistáveis? Quem são as pessoas que não podem se alistar? Os 
estrangeiros, os conscritos e também os menores de 16 anos. Então estrangeiro, conscrito, 
menor de 16 anos e o analfabeto não podem concorrer para nenhum cargo político no país, são 
absolutamente inelegíveis. Claro que quem está entre 16 e 18 acaba também sendo inelegível 
porque não tem a idade mínima para nenhum cargo pretendido, ele até pode se alistar, não 
tem problema nenhum, mas ele não pode concorrer porque a idade mínima é a do vereador 
que é 18 anos.
Tem uma frase que está aqui na apostila de vocês, não é por acaso, porque é uma frase que caiu 
há algum tempo atrás num concurso público, isso já faz um bastante tempo, e quando ela caiu 
alguns candidatos ficaram em dúvida, mas essa frase, pessoal, leiam ela, vejam como ela está 
correta, ela diz ali: “todo inalistável é inelegível, mas nem todo inelegível é inalistável.” Está 
certo, todo inalistável é inelegível, todo mundo que não pode se alistar, não pode concorrer, 
 
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que é o caso do estrangeiro, do conscrito, do menor de 16 anos; mas nem todo inelegível é 
inalistável, porque o analfabeto ele pode se alistar, ele só não pode concorrer, quem está entre 
16 e 18 anos pode se alistar, só não pode concorrer, entendido? Então vocês deem uma boa 
olhada nessa frase porque ela é importante e ela da um nó na cabeça da gente, a gente tem 
que dar uma olhada nela com atenção, mas ela é uma frase correta.
Bom, nós vamos estudar agora o § 5º, 6º, 7º, 8º e 9º que são todos inelegibilidades relativas, 
significa dizer, quando a pessoa não pode se candidatar para determinado cargo. Ela tem uma 
elegibilidade genérica, para algum cargo ela não pode e nós vamos ver por que.
Então o § 5º e aqui tem um detalhe bem importante: tanto o § 5º, o § 6º e o § 7º, isso vocês 
têm que ter muita atenção, todas as inelegibilidades que a gente vai estudar a partir de agora, 
do 5º, 6º e 7º só se aplicam ao poder executivo, não são inelegibilidades, vocês vão perceber, 
que atingem o poder legislativo. Repetindo: tudo que a gente vai falar, e vocês vão ver como é 
importante essa informação, tudo que a gente vai tratar agora dessas inelegibilidades do § 5º, do 
6º e do 7º elas só atingem o poder executivo,Presidente da República, Governadores e Prefeitos, 
tudo que eu vou falar não atinge deputados, não atinge Senador, não atinge vereador. Então só 
poder executivo: Presidente da República, Governadores e Prefeitos.
O § 5º diz: “O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os 
Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser 
reeleitos para um único período subsequente”. Então o que está dizendo a nossa lei? Que 
os chefes do Poder Executivo Federal, Estadual e Municipal, Presidente, Governadores e 
Prefeitos só podem se candidatar para um único período subsequente. A pergunta é: “onde 
está e inelegibilidade no § 5º? Resposta: na impossibilidade dos chefes do poder executivo se 
candidatarem a um terceiro mandato consecutivo, entendido?
Então a nossa lei está nos dizendo que os chefes, quem pertence ao poder executivo Presidente, 
Governadores e Prefeitos só podem se candidatar para um único período subsequente, significa 
dizer que eles se tornam inelegíveis para um terceiro mandato consecutivo. Tranquilo? Isso 
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não se aplica, por exemplo, a um vereador. O vereador pode permanecer no cargo 10 vezes 
consecutivas, não se aplica a um deputado estadual, a um deputado federal, a um senador que 
não tem limite, pode ficar no cargo quantas vezes forem necessárias.
Para o vice também? Para o vice só se ele assumir como titular, essa regra é olha: “ou quem os 
houver sucedido ou substituído” se a pessoa se tornar o titular, como é o caso, por exemplo, do 
Michel Temer, a Dilma saiu, ele era o vice, aí ele assumiu, então ele sucedeu, ele substituiu, ele 
ocupou o lugar, aí ele se torna, no caso ele poderia concorrer agora em 2018 porque ele estaria 
no primeiro mandato dele, esse mandato seria o primeiro, ele estaria indo para o segundo 
mandato consecutivo, entendido? Não se aplica ao vice na qualidade de vice, só se ele assumir 
a condição de titular.
Bom, algumas questões importantes, na verdade dois pontos que são bem importantes. Eu 
pergunto para vocês: uma pessoa que já tenha sido presidente, governador ou prefeito por duas 
vezes, poderá vir a ser por uma terceira vez? Pode, desde que não seja subsequente. Porque 
a pergunta é só essa: pode alguém que já foi presidente, governador ou prefeito por duas 
vezes, poderá vir a ser uma terceira vez? Pode, o que não pode é ser consecutivo, então se nós 
tivermos o intervalo de um mandato, não tem problema nenhum, a pessoa poderia concorrer 
tranquilamente. O ex-presidente Lula, tirando toda a situação que ele está vivenciando, mas eu 
digo para vocês: quando se levantava a possibilidade dele concorrer em 2018, não está errado 
porque ele foi titular do mandato executivo por duas oportunidades mas já teve intervalo de 
um período, então ele poderia concorrer novamente sem problema nenhum. E um detalhe que 
é importante dizer para vocês: quem já foi titular por duas vezes seguidas, na próxima eleição 
seguida não pode concorrer na qualidade de vice, porque senão seria uma forma de burlar a 
lei, porque se o titular sai do mandato, poderia ser todo um jogo para a pessoa ocupar de novo, 
aí se o titular sai do mandato tu teria a pessoa num terceiro mandato consecutivo, entendido?
E um outro detalhe que eu também quero comentar com vocês que é importante, a pergunta é: 
para concorrer ao mesmo cargo, é obrigatória a desincompatibilização? A desincompatibilização 
é o afastamento do cargo por meio da renúncia. Quando os chefes do poder executivo desejam 
se candidatar ao mesmo cargo, é obrigatório o afastamento do cargo por meio da renúncia? 
Vocês leram, em algum momento, aqui no § 5º dizendo que tem que renunciar ao cargo para 
concorrer ao mesmo cargo? Não fala porque não é obrigatório, então isso é importante vocês 
anotarem –no § 5º, porque no 6º já muda de figura- mas no § 5º não é obrigatória a renúncia, 
que recebe o nome de desincompatibilização. Não é obrigatória a renúncia. É uma opção do 
nosso legislador, ele entende que, como existe a possibilidade da pessoa ganhar a eleição, 
ela pode concorrer e vir a ocupar novamente o cargo, não teria necessidade dela se afastar e 
quebrar a Administração Pública naquele período ali que antecede as eleições, então o nosso 
legislador ele entendeu: entre a quebra da Administração Pública e o afastamento, é melhor 
permanecer no cargo, já que tem uma chance de ficar mesmo concorrendo à eleição. Claro que 
isso é um pouco complicado, pelo menos no meu ponto de vista, porque eu digo para vocês 
assim: quem fica no cargo acaba tendo uma visibilidade maior, acaba tendo uma vantagem 
sobre os outros candidatos, mas o nosso legislador entendeu que isso não é o problema, o 
problema seria quebrar essa Administração no período que antecede as eleições, então para 
concorrer ao mesmo cargo, não é obrigatória a desincompatibilização e é aquilo que eu falei 
para vocês, a única inelegibilidade que nós temos aqui é a impossibilidade de assumir um 
terceiro mandato consecutivo, se não for consecutivo não tem problema nenhum.
 
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O § 6º é quando os chefes do poder executivo: Presidente da República, Governadores e 
Prefeitos desejam se candidatar para outros cargos, qualquer outro cargo, mesmo que esse 
outro cargo seja do executivo ou do legislativo, não importa que cargo é, se a pessoa quiser 
se candidatar a outro cargo é obrigatório o afastamento por meio da renúncia, pelo menos 
6 meses antes do pleito, tem que destacar ali os 6 meses, que é normalmente o que cai em 
concurso público. Obrigatório o afastamento. E eu digo para vocês: isso é até bem complicado, 
porque se a pessoa se afastar e, portanto, renunciou, se ela perder as eleições ela não volta para 
o cargo. Nós tivemos aqui em Porto Alegre um exemplo que a gente pode usar para relembrar, 
para tentar fixar melhor o conteúdo. Aqui em Porto Alegre nós tivemos um caso, o prefeito era 
o José Fogaça e o vice era o Fortunatti e aí o Fogaça decidiu que ia concorrer ao governo do 
estado, então ele era prefeito, ele é do executivo e ele quer se candidatar a outro cargo, não 
importa que cargo é, então que que ele fez? Ele teve que renunciar ao cargo de prefeito, pelo 
menos 6 meses antes, para poder concorrer. Só que ele perdeu a eleição, então acabou, ele não 
pode voltar para o cargo de prefeito porque ele tinha renunciado ao mandato dele.
Então a inelegibilidade se deve a esse fato: quando os chefes do poder executivo querem se 
candidatar a outros cargos, é obrigatória a desincompatibilização. Se não se desincompatibiliza, 
não pode concorrer para outro cargo, mas pode concorrer para o mesmo cargo, desde que 
não seja para um terceiro mandato consecutivo, que era aquilo que estávamos estudando. 
Lembrem pessoal, isso vocês têm que cuidar porque é o pega ratão da prova, o que eu estou 
falando para vocês não se aplica ao poder legislativo, e vocês têm que ter atenção, porque 
na prova, às vezes a pessoa está tão absorvida pela regra que ela esquece o detalhe, ela só 
lembra assim “concorrer para outro cargo tem que ter o afastamento pelo menos 6 meses” 
pessoal cuidem, porque eles podem colocar na prova assim:” Márcio, vereador do município 
de Porto Alegre pretende candidatar-se, na próxima eleição municipal, ao cargo de prefeito, 
para isso deverá renunciar ao seu cargo, no mínimo 6 meses antes do pleito”. Aí a criatura está 
lá absorvida pela regra “ah é, eu me lembro disso aí, eu me lembro, bah, matei a questão”. 
Não, tu não matou, errou, porque ele é vereador e ele não precisa ter esse afastamento. O 
nosso prefeito de Porto Alegre, o Nelson Marchezan ele era, eu acho, Deputado Federal, se 
eu não estou equivocada, antes de assumir o cargo de prefeito, ele não renunciou ao cargo de 
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Deputado Federal para à prefeitura, ate onde eu sei, pelo menospelo que foi divulgado, ele 
teria se licenciado do cargo, pediu um afastamento, se licenciou para concorrer, porque ele 
não é bobo, se não ganha a prefeitura, volta para o cargo que já tinha, entendido? Isso não se 
aplica para quem ocupa cargo no executivo, não tem essa possibilidade, mas para quem é do 
legislativo não tem problema nenhum. A Manuela D’Avila também, há anos atrás, quando ela 
concorreu acho que para prefeita de Porto Alegre também, ela era acdo que Deputada Federal, 
mesma coisa, só se licenciou do cargo para poder concorrer, não ganhou a eleição, voltou para 
o cargo dela.
O § 7º é bem interessante de trabalhar porque ele trata da inelegibilidade da “parentada”, a 
gente chama de inelegibilidade reflexa, é aquela que respinga nos parentes de quem ocupa o 
poder executivo, então se qualquer um de nós nessa sala de aula for parente de um prefeito de 
um município, do governador de um estado ou do Presidente da República, naquele local em 
que a pessoa exerce o poder, dependendo do parentesco que nós temos com aquela pessoa, 
nós nos tornamos inelegíveis, entendido? Acaba respingando nos parentes, por isso que a 
gente diz que tem um efeito reflexo.
(...)
Lembrando: teu parente tem que ser do executivo, se o teu parente é do legislativo, tu pode 
concorrer a qualquer cargo, tu não tem nenhuma inelegibilidade.
O § 7º diz assim: São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes 
consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, 
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja 
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e 
candidato à reeleição.
Então vamos entender isso aqui melhor. Pessoal, a ideia da nossa lei, vocês já tiveram aula com 
o André Vieira? Vou usar o André como exemplo, o André é meu irmão, vou usar ele como 
exemplo. Se o André, meu irmão, fosse prefeito de Porto Alegre, eu Alessandra, como sou irmã 
 
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dele, só dentro do município de Porto Alegre eu me torno inelegível porque eu sou irmã dele 
e, portanto, eu sou colateral, parente de colateral até segundo grau, irmão são parentes de 
segundo grau, é uma coisa muito estranha dizer isso (...) parentes de primeiro grau são só pais 
e filhos, irmão é segundo grau, colateral de segundo grau. Então, se o André é prefeito de Porto 
Alegre, dentro de Porto Alegre eu não posso concorrer à prefeitura e eu não posso concorrer 
a vereadora de Porto Alegre. “Ah professora, a senhora pode concorrer a Deputada Estadual, a 
senhora pode concorrer a Deputada Federal, pode concorrer a Governadora?” Posso pessoal, 
porque os cargos que eu não posso são aqueles que estão dentro do município, só do âmbito 
do município, entendido? Para o mais não tem problema, só dentro aqui de Porto Alegre que 
eu me tornei inelegível. “A senhora poderia concorrer por Canoas?” Só se eu transferisse o meu 
título para lá, porque como eu sou domiciliada em Porto Alegre, eu não poderia concorrer por 
Canoas, mas se eu quisesse, por exemplo, sair dessa inelegibilidade, eu poderia transferir meu 
título para Canoas, claro, teria que provar que moro lá e tal e aí poderia concorrer por lá, aqui 
não, entendido?
Tem um detalhe que eu vou comentar com vocês. Se o André fosse Governador do Rio Grande 
do Sul, dentro do estado do Rio Grande do Sul eu não poderia me candidatar a nada, aí a 
minha pergunta é: “quais são os cargos que eu não posso concorrer se o André é Governador?” 
Vamos começar desde o mais simples até o maior: eu não poderia concorrer a vereadora de 
nenhum município, porque daí o poder dele é sobre o estado inteiro; não posso concorrer a 
deputada estadual; não posso concorrer a prefeita de nenhum município; não posso concorrer 
a Governadora; não posso concorrer a Deputada Federal e não posso concorrer a Senadora. 
Porque o Deputado Federal e o Senador representam o estado, então, dentro do estado do 
Rio Grande do Sul eu me torno inelegível. Isso é o que aconteceu aqui no Rio Grande do Sul 
com a Luciana Genro, eu não sei se vocês lembram, nas eleições de 2010 a Luciana Genro era 
deputada federal e ela queria se candidatar de novo para deputada federal e o pai dela Tarso 
Genro queria se candidatar a Governador do RS, não tinha problema nenhum porque como ela 
é deputada federal e, portanto, do legislativo, o pai dela poderia concorrer ao que quisesse, 
entendido? Aí o pai dela concorreu, então eles concorreram juntos, e a Luciana não ganhou a 
eleição e o pai ganhou, e ela, naquela época foi um problema para ela primeiro porque ela teve 
uma expressiva votação, ela teve mais de 100 mil votos naquela eleição, mas ela não concorreu 
porque como ela é de um partido muito pequeno, não sei se ela permanece ainda no PSol, mas 
é um partido muito pequeno, tu precisa de uma votação muito maior, em outros partidos ela 
teria sido eleita com tranquilidade, mas no partido que ela pertence tu precisa de um número 
de votos muito maior para poder conseguir se eleger e, além disso, teve um outro problema, 
o pai dela foi eleito governador, então ela pegou uma inelegibilidade no RS, naquela época, de 
4 anos, entendido? E aí eu me lembro que numa outra eleição que teve, ela concorreu para 
Presidente do país, porque era o único cargo que ela podia concorrer, a menos que ela fosse 
para outro estado, mas aqui no RS ela estava inelegível por conta do pai dela.
E se meu irmão André quer dar um voo maior e ele é agora o presidente do país, aí eu não 
posso concorrer a absolutamente nada, aí a minha inelegibilidade ela se dá em qualquer local 
do território nacional porque o poder dele abrange o país inteiro.
A única exceção que nós temos e aí a gente tem que cuidar, pessoal, é se a pessoa já é titular 
do mandato e só está buscando a reeleição, vou dar um exemplo para vocês, a minha pergunta 
é a seguinte: nem eu, nem o meu irmão André temos qualquer cargo eletivo, aí vamos supor 
que nós decidimos, numa eleição, por exemplo, municipal, decidimos concorrer juntos, eu 
vou concorrer para vereadora e o André vai concorrer para prefeito, a pergunta é: podemos 
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concorrer? Podemos concorrer juntos ou tem algum problema? Não, podemos concorrer 
juntos sem problema nenhum.
(...)
Aí eu ganhei a eleição para vereadora e o André ganhou a eleição para prefeito municipal, 
tranquilo, tudo beleza. Na próxima eleição municipal eu posso concorrer de novo para 
vereadora? Posso, porque eu já sou titular do mandato, eu só estou buscando a minha reeleição, 
só que eu não posso concorrer para prefeita, entendido? Para prefeita eu me tornei inelegível, 
mas para o cargo que eu já estou não tem problema nenhum, tu pode te candidatar porque tu 
já é titular do mandato, só está buscando a tua reeleição.
Aqui na apostila para ficar melhor para quando vocês forem estudar, a gente tem ali a situação. 
Se o André é o Presidente da República, eu Alessandra não posso concorrer a qualquer cargo 
eletivo, porque o poder dele abrange todo o país. Eu só poderia concorrer se eu já estou no 
mandato e estou buscando minha reeleição. Se o André for governador, dentro do estado do RS, 
se for o caso, eu não posso concorrer a nada, então eu não posso concorrer a governadora, eu 
não posso concorrer a prefeita de nenhum município, eu não posso concorrer a vereadora, eu 
não posso concorrer a deputada estadual, eu não posso concorrer a deputada federal, e eu não 
posso concorrer a senadora, todos os cargos que estão dentro do âmbito do estado. Se o André 
é deputado federal, eu posso concorrer a qualquer cargo, porque daí o cargo que ele ocupa é 
do legislativo e aí não existe a inelegibilidade. Por isso que eu digo para vocês que vocês têm 
que cuidar qual é o cargo da pessoa, entendido? Porque na prova as questões são bonitas, elas 
são questões elaboradas e às vezes, tu te perde ali no detalheque tu teria que prestar atenção, 
aí eles botam “Margarida é parente do deputado federal que representa o estado X, Margarida 
pretende, nas próximas eleições, concorrer ao governo do estado, poderia?” Aí eles colocam a 
idade, que daí tu mistura tudo, aí tem que saber a idade se a Margarida pode concorrer, não 
é só a idade que a gente tem que prestar atenção, tem que prestar atenção que se o parente 
dela é deputado federal, ela pode concorrer, se ela tiver idade para o cargo que ela pretende, 
beleza, não tem problema nenhum. Então se o André é deputado federal eu posso concorrer a 
qualquer cargo. Se o André for, por exemplo, deputado estadual, eu posso concorrer a qualquer 
cargo também, não tem nenhum impedimento.
Se o André for prefeito, dentro do município de Porto Alegre eu me torno inelegível, não posso 
concorrer à prefeitura e nem a vereadora. E se o André for vereador, ele é do legislativo e, 
portanto, eu Alessandra, irmã dele não tenho qualquer impedimento, entendido?
Para terminar esse § 7º a gente só tem que cuidar que essa inelegibilidade não alcança todos os 
parentes, diz ali: o cônjuge, claro, por equivalência o companheiro também, por equiparação. 
É uma falha da nossa Constituição Federal não ter colocado companheiro se a própria 
Constituição Federal diz que a união estável também é uma entidade familiar. Parentes por 
consanguinidade ou afinidade. Quem são os parentes por afinidade? Eu sempre brinco, mas 
parentes por afinidade são aqueles que, muitas vezes, não se tem a menor afinidade, quem são 
essas pessoas? A sogra, o sogro, o genro, a nora, o padrasto, a madrasta, os cunhados, todos 
eles são parentes por afinidade e também são inelegíveis e depois diz ali: “seja esse parente 
por consanguinidade ou adoção”. Na minha opinião, colocar adoção é uma falha gigantesca da 
nossa lei, não precisa dizer que o teu parente é inelegível seja ele por consanguinidade ou por 
adoção porque o filho adotivo é tão filho quanto o filho consanguíneo, então para que dizer 
isso, entendem? Os parentes até segundo grau, pronto, a origem do parente se é inseminação 
artificial, se é adoção, não interessa a origem da filiação, interessa que é teu filho. E aí o que 
 
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estou dizendo para vocês que vocês devem cuidar, eu acho que o concurso não chegaria a esse 
ponto, mas eu já vi, então eu falo o que eu vou dizer agora por descargo de consciência, eles 
podem colocar assim: “o primo do governador pode concorrer ao governo do mesmo estado?” 
Pode, porque o primo é parente de quarto grau, são colaterais de quarto grau, eu não sei se o 
concurso de vocês exige formação em direito, não, então vou falar partindo do pressuposto que 
nem todos têm esse conhecimento jurídico, quando eu falo isso em aula, às vezes tem aluno 
que dizem “primo, quarto grau? Não estou entendendo porque eu tenho primo de segundo 
grau.” Pessoal não existe primo de segundo grau, o primo mais próximo que nós temos, que é 
aquele que a gente, culturalmente chama de primo-irmão, ele é quarto grau, e aquele que a 
gente chama de primo de segundo grau, nem primo ele é, nem precisa cumprimentar, ele não 
é considerado parente, porque na contagem dos graus –aí eu teria que fazer um desenho para 
mostrar como que se conta, que não importa para vocês- mas na contagem dos graus ele é 5º 
grau, e a família, no Código de 2002, na linha colateral, foi reduzida para o 4º grau, então esse 
primo, que a gente chamava de segundo grau, que nunca foi segundo, sempre foi 5º, ele deixou 
de ser parente no Código de 2002, deu para entender? Então, se eles perguntarem se o primo 
pode concorrer, pode porque primo é 4º grau, o tio do prefeito pode concorrer? Pode, porque 
tios e sobrinhos são 3º grau e o impedimento é até 2º grau. Tios e sobrinhos são 3º grau, podem 
concorrer para qualquer cargo sem problema nenhum. Quem não pode concorrer, pessoal, são 
pais, filhos, avós, netos e irmãos. Pais e filhos primeiro grau; avós e netos segundo grau; irmãos, 
segundo grau.
(...)
Vamos lá para o § 8º, ele trata da inelegibilidade dos militares, e o § 8º ele nos diz que o militar 
alistável é elegível, desde que ele preencha determinadas condições. A pergunta que eu faço é: 
“quem é o militar alistável?” É aquele que não é conscrito, o militar de carreira, aquele que não 
é conscrito, aquele que seguiu carreira. Então a nossa lei diz que esse militar que é alistável, 
que é o que seguiu carreira, ele pode concorrer, mas ele tem que preencher uma determinada 
condição. A nossa lei fez uma diferença, para os militares, de acordo com o tempo de serviço 
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deles na carreira militar, então a nossa lei ela entende o seguinte – e eu confesso a vocês que 
eu não achei muito democrática, não achei muito justa até- a nossa lei diz que se o militar tiver 
menos de 10 anos de carreira, ele deverá afastar-se da atividade, só que esse afastamento, 
quando ele tem menos de 10 anos de carreira, é um afastamento definitivo pessoal, então, se 
eu tenho 7 anos de carreira militar e eu quero concorrer a um cargo político, eu vou ter que 
pedir o afastamento da carreira militar e, na verdade se eu não ganhar eleição eu me ralei, 
vocês entendem? Porque eu não posso voltar para a carreira militar, o meu afastamento ali foi 
um afastamento definitivo, por que isso professora? Porque se entende que, até 10 anos tu não 
tem estabilidade na função, então ou tu segue carreira militar ou tu vai para a carreira politica, 
não teria, de acordo com o entendimento do legislador, como compatibilizar duas coisas ao 
mesmo tempo. Agora, se a pessoa tem mais de 10 anos de carreira militar, aí ela vai pedir 
um afastamento temporário, ela permanece vinculada aos quadros militares, na qualidade de 
agregado, isso significa dizer “eu continuo, eu pertenço, mas, momentaneamente não estou 
exercendo minha função” e a nossa lei diz que, se eu for eleito, passará, automaticamente, no 
ato da diplomação, para a inatividade, então o que a nossa lei está dizendo? Que esse militar 
que tem mais de 10 anos de carreira, se ele for eleito para o cargo que ele concorreu, ele se 
torna inativo, é como se ele se aposentasse da carreira militar, entendido? Dentro daquela ideia 
de que tu não vai poder compatibilizar as duas coisas ao mesmo tempo. E a grande vantagem 
de concorrer com mais de 10 anos de carreira é que se a pessoa não for eleita, o que acontece 
com ela? Ela retorna à carreira militar, sem problema nenhum.
Então o que eles podem perguntar na prova é: “com menos de 10 anos de carreira militar, o 
afastamento é definitivo ou temporário?” Definitivo. “Com mais de 10 anos de carreira militar, 
o afastamento é?” temporário.
Vamos ao § 9º. O § 3º vocês têm de colocar um fosforescente na lei complementar, esse é o 
ponto chave da questão que eu vou trabalhar agora, um fosforescente na lei complementar. 
O que o § 9º está nos dizendo é que lei complementar pode estabelecer outras hipóteses de 
inelegibilidades relativas, além daquelas que nós acabamos de estudar na Constituição, então 
todas as inelegibilidades relativas elas são apenas exemplificativas, a nossa Constituição diz 
 
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que é possível que uma lei complementar crie outros casos, além daqueles que a gente acabou 
de estudar. A Lei da Ficha Limpa é um exemplo, é uma hipótese de inelegibilidade, não está na 
Constituição e foi criada por Lei Complementar. Na verdade a Lei da Ficha Limpa é fruto de uma 
iniciativa popular e ela se transformou numa lei complementar, entendido? O que vocês têm 
que cuidar? Na prova eles vão colocar assim: “lei ordinária poderá estabelecer outros casos de 
inelegibilidade” e toda a frase igual e aí a pessoa diz “bah, acho que está certo, acho que é isso aí, 
lei ordinária.” Não, lei ordinária não pode, lei delegada não pode, medida provisória não pode. 
A competência para outras hipóteses é exclusiva da Lei Complementar. Então olha: “candidato 
leva

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